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1 ASSISTENTE DE MARKETING 2 Sumário MARKETING DE SERVIÇOS 3 Estágios de compra 6 O consumidor de serviços 7 O perfil do comprador 7 Os 7Ps do marketing de serviços 8 MARKETING DE RELACIONAMENTO 10 A SATISFAÇÃO DO CLIENTE NA ÁREA DE SERVIÇOS 13 Referências 16 3 MARKETING DE SERVIÇOS Serviços são atividades econômicas que uma parte oferece a outra. Geralmente baseadas no tempo, desempenho, se traz a seus destinatários os resultados desejados, objetos ou outros ativos pelos quais os compradores têm responsabilidade. Em troca de dinheiro, tempo e esforço; os consumidores de serviços esperam receber o valor do acesso a bens, mão de obra, habilidades profissionais, instalações, redes e sistemas; mas eles não costumam deter a propriedade de qualquer um dos elementos físicos envolvidos. (LOVELOCK, HEMZO, WIRTZ, 2011) Um serviço pode ser considerado como um produto que alguém elaborou para satisfazer uma necessidade de outro sem ter aspectos de materialidade. Os serviços elaborados não são de propriedade do consumidor quando executados, desde que não haja um contrato de exclusividade por sua elaboração. Exemplo: Serviço de desenvolvimento de um projeto de edificação. Tipos de processos em serviços Na operacionalização dos serviços, cada tipo se organiza de forma distinta para atender as diferentes demandas do mercado. Pode-se destacar três tipos de processos de serviços, conforme a seguir: Serviços profissionais - são serviços com alto nível de customização, ou seja, desenvolvidos especialmente para atender clientes com suas necessidades individuais. Envolve fatores como tempo, profissionais dedicados ao serviço ofertado e pessoas em contato com o cliente. Serviços profissionais estão sempre em busca de melhorar com prioridade nas pessoas e não no que lhes é fornecido Serviços em massa – São serviços que se baseiam em equipamentos e não necessariamente em pessoas. Neste processo existe uma distinta divisão de trabalho com tarefas pré-estabelecidas. Lojas de serviços – São serviços com ênfase no produto e no processo de produção. Para alguns estudiosos, trata-se de um intermediário entre Serviços Profissionais e Serviços de Massa. Quanto mais compreendermos os processos organizacionais, maior é a chance de aperfeiçoá-los. Qualquer processo está sujeito a sofrer modificações com o objetivo de aumentar a eficácia da organização e o número de clientes satisfeitos, desta forma, impulsionando as vendas. A percepção de valor provém da relação entre os benefícios trazidos pelo serviço prestado e o preço estipulado para tal. A correlação destes dois fatores deve estar clara para o cliente, desta forma, ele estará disposto a pagar para obtê-lo. Devido a sua natureza imaterial, o serviço conduz o consumidor a pesquisar antecipadamente em busca de informações sobre a qualidade do que lhe é ofertado. Normalmente, o faz consultando outros consumidores que já usaram o serviço. Quando a oferta é feita por um prestador que não tem muitas referências, a decisão de compra pode ser muito difícil. 4 Embora os serviços existentes no mercado apresentem uma natureza intangível, muitos setores de serviços utilizam enormes estruturas e equipamentos físicos que consomem grandes quantidades de recursos. Evidenciam-se os serviços de transporte, telecomunicações, construção civil etc. De acordo com muitos estudiosos, os fornecedores de serviços compõem o chamado setor terciário da economia. Visão histórica (SMITH, 1776) O famoso livro de Adam Smith, A riqueza das nações, publicado em 1776, fez a distinção entre produtos daquilo que ele denominou trabalho “produtivo” e “improdutivo”. Segundo Smith, o primeiro gerava bens que podiam ser armazenados após a produção para posterior troca por dinheiro ou outros itens de valor. Por outro lado, o trabalho improdutivo, por mais “honroso, (...) útil ou (...) necessário” que fosse, criava serviços que pereciam no momento da produção e, portanto, não contribuíam para a riqueza. Adam Smith só reconhecia como riqueza, aquilo que permanecia como posse. Contudo, a distinção entre propriedade e não propriedade, permanece válida. JEAN BAPTISTE SAY, renomado economista, argumentou que a produção e o consumo eram inseparáveis nos serviços, cunhando o termo “produtos imateriais” para descrevê-los. Atualmente sabemos que, dentro de certas condições, a produção e o consumo são separáveis para muitos serviços (como no caso da lavanderia, jardinagem e previsão do tempo) e que nem todos os serviços executados são perecíveis (como no caso de filmagem de shows e eventos esportivos). O que é marketing de serviços? O marketing de serviços, em uma visão simplista, é uma ferramenta que auxilia o cliente a visualizar o valor do serviço e convence-o a adquiri-lo. É possível que um mesmo serviço tenha diferentes utilidades, dependendo de qual é o objetivo do cliente. Este fator influencia, também, os critérios de contratação. Suponha que um cliente adquiriu um pacote de estadia em um hotel para um fim de semana, ou que ele tenha sido atendido por um dentista em um dia qualquer. Nenhuma dessas compras resultou em uma aquisição tangível. Se o cliente não recebeu uma transferência de posse ao adquirir o serviço, o que, afinal, ele comprou? O que ele obteve de tangibilidade de seu dinheiro, tempo e esforço gastos? Quais são, ou foram, os benefícios obtidos ou que se poderia obter e não foram? Quais problemas o serviço adquirido ajudou a resolver? A concorrência é grande. Diante de um cenário de muitas variáveis, o marketing de serviços ainda é a melhor solução para que as empresas prestadoras não sejam reféns da sorte na hora de obter seus clientes. Tipos de Serviços – classificação Podemos determinar um serviço de acordo com uma das diversas classificações do mercado. O esforço do consumidor para obter serviços https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte https://pt.wikipedia.org/wiki/Telecomunica%C3%A7%C3%B5es 5 Nesse enfoque, os serviços classificam-se em: Serviços de consumo De conveniência no qual o consumidor não gasta tempo na procura; De escolha no qual o consumidor visita vários fornecedores para avaliar a melhor opção; De especialidade, em que há um elevado apelo técnico, como por exemplo, serviços de médicos, advogados etc. Serviços Industriais De equipamentos que estão relacionados às instalações, montagens estruturais etc; De facilidades que facilitam as operações das empresas como, por exemplo, financeiros, seguros etc; De consultoria que envolve serviços com foco na melhoria de performance de determinadas áreas da empresa como, por exemplo, na área de produção, contabilidade, tributos etc. Por grupo de atividade • Serviços com foco em alojamento e alimentação; • Serviços com foco em reparação, manutenção e confecção; • Serviços com foco em diversão, radiodifusão e televisão; • Serviços com foco em limpeza e decoração, sob encomenda de particulares; • Serviços diversos. Quanto à durabilidade. Está incluso nesta classificação o fator tempo. A grande vantagem deste segmento é a relação destes serviços com o conceito de durabilidade dos produtos tangíveis. Por exemplo, é o cinema quem define o tempo que um filme ficara em exibição. Características dos serviços Cada serviço tem suas características próprias, pois exigem tratamento diferenciado. Desta forma, temos: a) Os serviços que são intangíveis. Significa que não existe a possibilidade de pega-los tal qual seria feito com um produto. Por esta razão, demanda confiança no fornecedor, afinal não existe a possibilidade de fazer testes antes da contratação. Para reduzir a insegurança, os consumidores buscam sinaisde qualidade observando o lugar, as pessoas, os materiais de comunicação etc. Para evitar tais inseguranças, é exigido do vendedor a criação de condições de tangibilidade para o serviço proposto. 6 O consumidor deve ficar atento ao que o mercado denominou “manuseio de evidência”. Trata-se de uma estratégia empregada por algumas empresas para gerar no consumidor a certeza de que o serviço oferecido será executado com qualidade sem oferecer qualquer garantia real de satisfação. Este manuseio é aplicado por meio de artifícios como um uniforme de boa apresentação; um preço mais elevado que promove o serviço a um patamar de diferenciação em relação aos concorrentes; um portfólio com clientes de renome; ou um lugar físico de excelência. b) Os serviços que são inseparáveis. Trata-se de serviços que são vendidos, produzidos e consumidos simultaneamente. Não existe possibilidade de separação. A empresa é parte integrante do serviço prestado. Se ocorre algum erro na execução, a satisfação do cliente é diretamente comprometida. Se o consumidor estiver presenta durante a prestação, também pode influenciar o resultado final. c) Os serviços que são heterogêneos A qualidade da prestação do serviço depende de elementos variáveis como, por exemplo, os funcionários. Um hotel pode ter uma excelente recepção, ao mesmo tempo que uma péssima cozinha. Por esta razão, as empresas investem muito em treinamento de pessoal. O cliente também tem diferentes percepções de exigibilidade o que promove resultados diferentes na qualidade do serviço prestado. Algumas empresas tentam minimizar estas diferenças solicitando pesquisas de satisfação ou notas no atendimento do serviço. Outra possibilidade são reuniões constantes dos vendedores na busca de minimização dessas diferenças. d) Os serviços que são perecíveis Não é possível estocar serviços, por esta razão, o consumo e a prestação ocorrem de forma simultânea. O vendedor só tem uma chance de demonstrar sua competência ao cliente o que determinará a continuidade ou extinção de sua empresa. Um cliente bem atendido solicitará o serviço novamente, além de dar excelentes notas em avaliações requisitadas pelo mercado. Estágios de compra O comprador de alguns serviços geralmente passa por algumas etapas antes de adquiri-lo: Necessidade - O consumidor percebe a necessidade de adquirir um serviço; Informação - O consumidor procura no mercado por informações fornecedores, preços, prazos, opiniões etc; Avaliação – O consumidor avaliará todas as variáveis que identificou; 7 Decisão – O consumidor seleciona pelo fornecedor que mais lhe transmite competência na execução; Pós-compra - o andamento desta etapa varia de acordo com o grau de satisfação do consumidor em relação ao serviço consumido. Se for alto, poderá resultar em uma boa nota nas avaliações. Se for baixo, o cliente buscará elementos que justifiquem seu desagrado. Poderá, se possível, solicitar um retrabalho para aumentar seu grau de satisfação, entretanto, na eventual possibilidade de aquisição de um serviço futuro, essa insatisfação será levada em conta na decisão. O consumidor de serviços O consumidor de serviços apresenta algumas características específicas. Uma delas é a incerteza diante do serviço que está prestes a ser consumido. O cliente, muitas vezes, não tem nenhuma experiência no assunto e, naturalmente, algumas dúvidas surgirão, como por exemplo: O serviço é realmente necessário? De qual tipo de serviço eu necessito? Quem é o prestador de serviços mais indicado? Os serviços não profissionais, como os domésticos, por exemplo, encontram outra limitação no processo de seleção. Muitos clientes podem executar seus próprios serviços, portanto são capazes de analisar a qualidade do que lhes é oferecido de forma mais crítica, sendo assim, por natureza, são mais exigentes. Outro aspecto muito relevante da compra e o consumo de serviços é a interferência de outros indivíduos no resultado da satisfação. Alguns clientes insatisfeitos passam a comentar e influenciar outros potenciais consumidores. Isso prejudica a imagem do prestador e afeta a tomada de decisão de clientes indecisos. A insatisfação de alguns consumidores, pode até ser natural para certos serviços, principalmente aqueles que têm alto envolvimento como cursos, viagens, saúde, dentre outros. Outro aspecto diferenciador na etapa de compra de um serviço é que os consumidores tendem a ficar relutantes em trocar de fornecedor, mesmo havendo certo grau de insatisfação no serviço anterior executado. Dependendo do risco percebido, os consumidores tendem a mudar menos de fornecedor do que os consumidores de produtos. Observa-se que, em função dos problemas levantados, os serviços impõem um desafio maior para os profissionais da área de marketing, visto que, eles deverão trabalhar com um elevado percentual de experiência e credibilidade, atributos, muitas vezes, difíceis de lidar no tratamento mercadológico. O perfil do comprador Muitas vezes, o fornecedor não tem muita clareza do desejo da aquisição do consumidor de serviços. Isto ocorre por 3 razões básicas que são: 1. O consumidor tem um problema, mas não sabe como expô-lo, ou seja, existe uma dificuldade enorme por parte do cliente em elucidar ao fornecedor do que ele necessita; 8 2. O cliente pensa que tem um problema, mas na verdade, tem outro e, desta forma, não há como o fornecedor compreender exatamente do que ele precisa. Afinal, o prestador trabalhará no desenvolvimento de soluções a partir do que o cliente está expondo; 3. O cliente pensa que tem problemas, mas na verdade não os tem. Muitas vezes, isto ocorre em função dos resultados obtidos em suas avaliações que não são como o esperado. Talvez, o caminho para a satisfação seja retrabalhar sua forma de avaliação ou a procura de outros parâmetros para avaliar. Os 7Ps do marketing de serviços Anteriormente, eram apresentados apenas 4Ps do marketing de serviços, entretanto, na literatura atual, esse número foi expandido para 7. São eles: 1- Produto Talvez a menção de produto gere certa estranheza, afinal, estamos falando de marketing de serviços. Deve-se levar em conta que todo serviço contém um produto, ou seja, um resultado que gera valor ao cliente. É importante que as empresas prestadoras de serviço conheçam o produto que seu negócio está comercializando. 2- Preço Como já descrito anteriormente, os serviços não são iguais e, portanto, a questão do preço gera um desafio para o empresário. Como estabelecer um padrão de comparação para o cliente? Alguns elementos como o tempo de execução e a capacitação do profissional que executará o serviço podem despertar no cliente a sensação de que o preço proposto é justo. 3– Praça Trata-se do local de execução do serviço. Vários questionamentos devem ser levados em conta na prestação do serviço. Alguns exemplos são: Qual será o local de execução? Será na residência do cliente? Será no endereço do vendedor? Poderá ser feito a distância ou necessita ser pessoalmente? Além disso, existem fatores logísticos envolvidos como distância, prazos de execução, meios de locomoção ou disponibilidade de agenda. 4– Promoção A promoção está relacionada a todas as ferramentas de comunicação disponíveis para divulgar seu produto para o mercado consumidor do serviço oferecido. Inclui métodos como panfletos, outdoors e, atualmente, meios de comunicação virtual como as redes sociais. Para ter resultado nos dias de hoje, necessita de inovação, dinamismo e aspectos humanos que despertem a confiança das pessoas para que elas enxerguem o valor agregado ao serviço ofertado. 9 5 - Processos O sucesso do prestador de serviço está associado, não apenasà execução do serviço, mas também à superação das expectativas do cliente. Muitos fornecedores desenvolvem processos de trabalho eficientes na busca da melhor eficácia em sua realização. Desta forma, é possível demonstrar ao cliente como será executado o serviço. Isto gera segurança o que garante as estratégias definidas. 6 - Pessoas Equipes competentes geram mais negócios, economizam, não desperdiçam recursos e conseguem, até mesmo, motivar seus clientes a recomendar o serviço a outros potenciais contratantes. A qualificação das pessoas que executam o serviço é de vital importância. Eles não podem falhar, a fim de manter o padrão de qualidade exigido. 7 - Percepção Como o serviço é intangível, existe a necessidade de se criar evidências que permitam ao cliente enxergar o seu valor. Isto inclui o comportamento dos prestadores de serviço, o visual dos sites de propaganda, cartões de visita, portfólio de clientes etc. Segmentação do mercado de serviços O mercado de serviços não é como a disponibilização de um produto em um site. Existem outros fatores relevantes para que a seu serviço apareça aos olhos do cliente. Devemos nos lembrar de que são as pessoas que consomem serviços e são elas que determinarão os rumos de sucesso ou de fracasso de uma empresa. Diante disso, torna-se básico o exame detalhado dos clientes que estão nesse mercado, agrupando-os em classes homogêneas de comportamento e identificando suas necessidades. A segmentação do mercado se faz importante em função do surgimento das necessidades específicas desses futuros clientes, as quais deverão ser atendidas utilizando-se de um composto mercadológico adequado e específico que possa garantir a satisfação dessas necessidades. Por conta disso, é necessário analisar mudanças sociais e mudanças nos padrões de compra desses futuros clientes, seu estilo de vida, agora e no futuro. Esses fatores irão interferir no processo da segmentação de mercado. Entre as bases de segmentação mais conhecidas estão: 1) Localização: tem como foco a localização dos grupos de clientes, procurando identificar limitantes geográficos das Regiões, dos Estados e dos Municípios do público-alvo pretendido. Envolve análise de características demográficas considerando as variáveis como a idade, o sexo, a raça, o estado civil e a ocupação profissional. Também o estudo das características Socioeconômicas como poder aquisitivo e renda familiar. Ainda, a observação de características psicológicas como personalidade, crenças e atitudes do público-alvo. 10 Para a escolha de um bom local para atuação, os administradores devem considerar os seguintes aspectos: • Níveis de emprego; • Vitalidade da área em relação a escolas, associações, clubes etc; • Leis locais que afetem a atividade do prestador de serviços, principalmente em operações em diferentes cidades; • Considerações sobre o trânsito; • Proximidade dos consumidores; • Atração do local; • Proximidade de bancos, correios e outros serviços. Todos estes aspectos devem interferir de um modo geral na escolha do local. A operacionalidade pode ser dificultada se o serviço atuar em locais distantes de bancos, correios e outras facilidades. Mesmo assim, a facilidade proporcionada ao cliente deve superar todas estas considerações. 2) Área de influência: análise de influência é a área geográfica em que a empresa irá obter a maior parte de seus clientes. Parte do princípio que todas as empresas atendem a uma determinada região até atingir um limite, a partir deste ponto, outra empresa apresentará um maior grau de aceitação. Evidentemente, esta consideração não serve para todo o tipo de serviço, pois se aplica principalmente para aqueles em que a distância é um fator de decisão. Muitas vezes, os compradores não aceitam facilmente a substituição e irão atrás de seus fornecedores preferidos, não importa onde estiverem localizados. Apesar desta constatação, o recomendado é que a localização seja decidida de forma que facilite o contato com os clientes. 3) Análise da concorrência: dependendo do serviço comercializado, pode haver interesse em localizar-se próximo a outros concorrentes, como no caso de serviços de escolha. Por isso, formam-se núcleos de empresas que atuam na mesma atividade, tais como bancos na av. Paulista em São Paulo. Nesta região, houve uma concentração de empresas de serviços financeiros e a concorrência, ao invés de atrapalhar, facilitou a busca do serviço para os consumidores. 4) Outro exemplo muito comum, são agências de vendas de automóveis usados que se concentram em uma determinada rua. Isso serve como um facilitador para os clientes que terão um poder de escolha maior. MARKETING DE RELACIONAMENTO No mercado, podemos observar que o relacionamento entre uma organização e seu cliente pode se dar em vários níveis. Quanto mais uma empresa se dedica a fidelizar seu cliente, mais proveitoso será o relacionamento entre as partes. 11 Objetivo do marketing de relacionamento Marketing de Relacionamento é “uma estratégia de marketing que visa construir uma relação duradoura entre cliente e fornecedor, baseada em confiança, colaboração, compromisso, parceria, investimentos e benefícios mútuos, resultando na otimização do retorno para a empresa e seus clientes”. (LIMEIRA in DIAS, 2003, p. 301) Seu principal objetivo é fidelizar o cliente, isso ocorre ao se construir uma relação de confiança e credibilidade com o consumidor. Uma empresa que estabelece relacionamentos duradouros com seus clientes tende a melhorar muito seus resultados. Segundo Pizzinato (2005), “nota-se que atualmente existe uma grande necessidade em gerar uma relação de confiança duradoura com os consumidores importantes, e a forma de interpretar e aplicar esses conceitos pode oferecer grande vantagem competitiva para a organização”. A tabela a seguir demonstra os diferentes níveis de relacionamento que podem existir entre uma organização e seus clientes. Níveis de Relacionamento com Clientes Básico A empresa vende ao cliente exatamente o serviço desejado por ele e o relacionamento entre os dois se encerra aí. Não existe acompanhamento nem pós-venda. Reativo O cliente é orientado a procurar a empresa caso ocorram dúvidas ou problemas com o serviço, desta forma, o pós-venda da organização se resume a reagir às solicitações iniciadas pelo consumidor. Responsável A empresa entra em contato com o cliente para questionar se tudo saiu conforme o esperado. Isso, normalmente, é feito pelo vendedor logo após a conclusão do serviço. Neste momento, a organização se mostra aberta a sugestões que possam melhorar o seu trabalho. Pró-ativo A empresa está constantemente trabalhando no aperfeiçoamento do seu trabalho. O cliente é contatado de tempos em tempos para receber atualizações sobre os serviços que possam interessa-lo. Isso deve ser feito de uma forma que não cause constrangimento ou desconforto. Parceria A empresa está empenhada em encontrar meios de agregar mais valor ao serviço oferecido. O foco no cliente é uma condição básica para sua existência. Adaptado de: MOUTELLA (2002) 12 Quanto maior o nível de comprometimento de uma organização com o seu cliente, maior o grau de relacionamento entre eles. A troca de informações amplia e sedimenta a confiança entre as partes, além de permitir que a empresa aperfeiçoe seus serviços. Podemos ver na tabela abaixo os benefícios, para ambas as partes, de se manter um bom relacionamento entre a prestadora e o consumidor de serviços. Benefícios para a empresa Benefícios para o cliente • O ciclo de vida do cliente é maior, ou até mesmo eterno; • Elevação no volume das vendas; • Aumento da lucratividade por cliente; • Aumentode participação na carteira de clientes; • Aumento no grau de retenção de clientes; • Minimização de custos envolvidos; • Redução de custos nos processos necessários; • Melhoria da comunicação com o cliente. • Mais informação; • Facilidade na compra dos serviços; • Facilidade de comunicação; • Uso mais eficiente do tempo; • Atendimento às necessidades específicas. Fonte: MOUTELLA (2002) Fonte: MOUTELLA (2002) 13 Podemos citar A General Motors como um exemplo de empresa que valoriza seus clientes. Ela possui regras para os relacionamentos com seus clientes que podem ser estendidas e aplicadas em outras organizações. As regras da General Motors para valorizar o cliente: 1. Obedeça à regra de ouro: não faça aos outros o que você não gostaria que eles fizessem a você; 2. Use os elogios: seja generoso e os outros responderão de maneira positiva; 3. Chame o cliente pelo nome: todos gostam de ser reconhecidos; 4. Seja amigo: isso leva ao conhecimento mútuo; 5. Sorria: (sorrir) é a melhor maneira de ouvir o que o cliente está dizendo; 6. Escute: (escutar) é a distância mais curta entre duas pessoas; 7. Dê: o cliente perceberá e apreciará o valor recebido; 8. Pense "você" em vez de pensar "eu": Use a palavra conscientemente e conserve sempre seu senso de humor; 9. Cuide dos clientes: as ações falam mais alto do que as palavras. MOUTELLA (2002) Diferente do que muitas empresas acreditam, os clientes levam em consideração muitos outros critérios além do preço no momento de escolher qual serviço adquirir. Diversos outros elementos podem influenciar na decisão como, por exemplo, o atendimento, a confiança na qualidade do serviço, boas experiências anteriores com a empresa, bons resultados após uma pesquisa no mercado. Deve-se ter em mente que o valor que o cliente percebe no serviço é de suma importância, pois este é um dos principais fatores que leva a satisfação e permite que o relacionamento entre as partes seja duradouro. “O consumidor raramente compra o que a empresa pensa que está lhe vendendo”. (Drucker 1998) Muitas empresas investem em estratégias emocionais de satisfação como recompensas, prêmios, brindes, promoções, dentre outras, entretanto não se dedicam a construir um relacionamento eficaz conforme o descrito acima. A edificação de relacionamentos de confiança exige conhecimento total das expectativas e percepções de valor dos clientes. Qualidade e preço não são mais os únicos fatores de influência na decisão da compra, o diferencial se encontra no relacionamento do cliente com a empresa e na confiança despertada. A SATISFAÇÃO DO CLIENTE NA ÁREA DE SERVIÇOS O que se observa, atualmente, no mercado de serviços é uma grande preocupação com o atendimento ao cliente, visto que consumidores satisfeitos tendem a adquirir o serviço novamente ou indica- lo para pessoas próximas. Aprendeu-se que, sem clientes, a empresa de serviços não terá futuro. 14 Consumidores não reclamam, simplesmente, porque assim desejam; o fazem porque algo não ocorreu de acordo com as expectativas propostas. Historicamente, observamos que um cliente satisfeito declara sua insatisfação para poucos, entretanto o insatisfeito declarará para o máximo de pessoas que ele puder. Este comportamento se acentua ainda mais com o advento das redes sociais. Por esta razão, reclamações são o momento para se repensar nas estratégias de cumprimento do que foi acordado no momento da venda. O que é “Satisfação”? A rápida evolução das necessidades sociais passou pela era do produto que buscava atender aos desejos do consumismo das pessoas; avançou para a era do processo na busca por minimização de custos e maximização do lucro do modelo fabril; caminhou pelas era da informação na busca por melhorias contínuas de processos e métodos produtivos; e estamos caminhando para uma era histórica em que tudo terá forte apelo às relações humanas evidenciadas, mais atualmente, pela prestação de serviços em diversos setores em que antes não havia nenhuma predominância. Em alguns setores da nossa sociedade, o que se observa, é que muitas empresas ainda enfrentam muitos problemas e acabam deixando seus clientes insatisfeitos. Muitos se questionam o porquê, visto o crescente avanço tecnológico e dos processos de execução dos serviços. Por esta razão, o tema foco desta discussão é entender o que é “satisfação do cliente” e o que é um “cliente insatisfeito”. Estes fatores impactam verdadeiramente o sucesso da empresa e a fidelização dos seus clientes. Satisfação do cliente: Muitos autores acabam sendo repetitivos em seus conceitos. Por observação, talvez, a definição mais simplista e compreensível é a dos autores Philip Kotler e Kevin Lane Keller, no livro “Administração de Marketing”. Eles definem satisfação como sendo: “O sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relação às expectativas da pessoa”. Vimos anteriormente que a satisfação é algo percebido pelo consumidor ao adquirir um serviço e compara-lo com suas expectativas. Se a sensação obtida não estiver próxima das expectativas de atendimento, ele estará insatisfeito. A empresa prestadora do serviço necessita ter consciência que, desde o momento em que o cliente se encantou com o serviço proposto, até o momento em que precisar de suporte ou atendimento por conta do que não atendeu de expectativa, esta percepção da realização do serviço e satisfação estarão ligados intrinsecamente. A história da satisfação do cliente Uma questão que se mantem no mercado é o porquê de mensurar a satisfação do cliente ser tão importante. 15 Esta preocupação surgiu na década de 60. No período em que os estudos sobre comportamento do consumidor começaram a se aprofundar. Isso coincide com o início da era da produção em função do rápido aumento do consumo de bens e serviços. Este aumento exagerado provocou uma elevação nos níveis de reclamação em relação à qualidade dos serviços prestados e produtos fornecidos. Era necessário descobrir o que estava ocorrendo com os clientes que tanto reclamavam. Nessa época, ainda não existiam os métodos atuais de medição. Eram aplicados indicadores informais, sem metodologia analítica, que não passavam de meros estudos acadêmicos e não tinham condições técnicas para serem aplicados no ambiente de negócios. A satisfação era medida pelos profissionais que estavam próximos ao cliente ou por meio de formulários distribuídos anualmente aos consumidores. A razão que levava as empresas a apresentarem este comportamento era que seu foco não estava direcionado ao cliente, mas sim ao produto, logística e processo. A pergunta básica era: o que poderia ser melhorado na empresa para que esta se tornasse mais eficiente do que a concorrente? Este conceito começou a mudar nos anos 80, quando os produtos e serviços começaram a ter maior similaridade entre si, isso diminuiu em muito o diferencial competitivo. Na medida em que as empresas cresciam e multinacionais surgiam, necessitava-se de novas estratégias que incluíssem a satisfação do cliente, desta forma o consumidor passou a ter relevância nos novos negócios. No Brasil, passa a ter relevância nas empresas os processos do ISO 9000. Um de seus indicadores era que os índices de satisfação dos clientes deveriam crescer a cada ano. Isto demonstrava o grau de compromisso com os clientes e o com processo de melhoria contínua. Já na década de 90, começaram a surgir novos métodos de coleta de dados incluindo o uso do telefone. As organizações começaram a empregar representantes que atendiam seu cliente diretamente e questionavam sua satisfação. Com a melhoria dos sistemas computadorizados, as pesquisas passaram a ser feitaspor meio eletrônico o que agilizava a avaliação. O e-mail tornou-se uma das plataformas mais importantes para a coleta de informações, pois, por se tratar de uma novidade no mundo virtual, os clientes se sentiam motivados a participar das pesquisas. Estes novos canais aproximavam cada vez mais as empresas e os clientes. Uma das principais novidades que surgiram na busca por compreender o cliente foi o CRM (customer relationship management que, traduzido para o português, denominou-se gerenciamento de relacionamento com clientes). Este conceito iniciou um movimento que focava enxergar cada consumidor de maneira única. Em paralelo, também nessa década, surge nos Estados Unidos, o American Customer Satisfaction Index que tem o objetivo de contribuir com a economia do país, gerando um índice importante sobre os seus consumidores. Para aqueles que não compreendem a importância deste indicador, é importante lembrar da complexidade que existe em obter tais informações, visto que, normalmente, é necessário coletar uma http://www.theacsi.org/ http://www.theacsi.org/ 16 grande amostra de dados que devem ser analisados e medidos para, assim, a empresa compreender a sua performance no mercado como um todo. Se compararmos com o método utilizado hoje, é difícil acreditar que pesquisadores munidos de lápis e caneta se dispunham a questionar pessoas com uma prancheta na mão. E as pessoas respondiam porque entendiam que dependiam disso para ter um serviço melhor. Imaginemos um serviço de TV por assinatura, não é mais necessário tocar a campainha da casa do assinante para descobrir qual canal ele mais assiste. A resposta está no próprio aparelho gerenciador de canais que se comunica com o servidor central e, por meio desta medição, é possível saber quais são os canais mais assistidos. Isto permite vender aos anunciantes espaços comerciais nesses canais mais acessados sem importunar o cliente com pesquisa Referências KOTLER, P; KELLER, K. L. Administração de marketing. 15°ed. São Paulo: pearson, 2018. MICROSOFT. 2016 State of Global Customer Service Report. Microsoft. Disponível em: <https://info.microsoft.com/rs/157-gqe-382/images/dynamics365-en-global-state-customerservice.pdf>. Acesso em: 20/05/2019. REVISTA EXAME, Philip Kotler propõe às empresas o conceito de marketing 3.0. Abril: 2010. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/marketing/philip-kotler-propoe-as-empresas-oconceito- do-marketing-3-0/>. Acesso em: 20/05/2019. SOROFMAN, J. Gartner Surveys confirm customer experience is the new Battlefield. blog gartner: 2014. Disponível em: <https://blogs.gartner.com/jake-sorofman/gartner-surveys-confirm-customerexperience-new- battlefield/> Acesso em 20/05/2019.
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