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Mariana Campos - DRE: 120096187 ED RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS 1) Conceitue energia. R: Energia é a capacidade de uma determinada matéria de produzir trabalho na forma de movimento, luz, calor… É reconhecida por ser de medida única de várias formas de movimento e interação da matéria, uma medida de transição da matéria de uma para outra. Existem várias formas de energia: mecânica, química, sonora, térmica, eletromagnética, etc.). A unidade de medida usada é joule (J), que tem como definição “o trabalho realizado por uma força constante de 1 newton, que desloca seu ponto de aplicação de 1 metro na sua direção”. 2) As radiações permitem a propagação de energia à distância, podendo transportá-la de duas formas distintas. Que formas são essas? R: A primeira forma é com suporte material, ou seja, como partículas, dotadas ou não de cargas elétricas, que se propagam com uma determinada velocidade. Já a segunda forma é sem o suporte material, isto é, como ondas eletromagnéticas, com velocidade próxima de 300.000km/s no vácuo. 3) Qual é a origem das radiações particuladas? Dê exemplos de alguns tipos de radiações particuladas e cite as suas principais características como carga elétrica e massa aproximada. R: As radiações particulares, são de origem nuclear, emitidas por átomos radioativos. Alguns exemplos desse tipo de radiação são: as partículas alfa (α), beta positiva ou pósitron (β+ ) e beta negativa (β- ). Tem também a emissão por partículas aceleradas por campos eletromagnéticos, alguns exemplos são: os elétrons, prótons e deuterons. ● Partícula alfa: +2 (carga elétrica) e 4 (massa aproximada). ● Partícula beta negativa: -1 (carga elétrica) e 0,000549 (massa aproximada). ● Partícula beta positiva: +1 (carga elétrica) e 0,000549 (massa aproximada). ● Prótons: +1 (carga elétrica) e 1 (massa aproximada). ● Nêutron: 0 (carga elétrica) e 1 (massa aproximada). 4) Em relação às radiações eletromagnéticas, as mesmas são caracterizadas basicamente por dois parâmetros: frequência (f) e comprimento de onda (λ). Como as radiações eletromagnéticas transportam energia (E), uma vez que são constituídas por um feixe de fótons, escreva abaixo a equação matemática que permite calcular a energia dos fótons de uma radiação eletromagnética com determinado comprimento de onda. R: A energia transportada em cada fóton pode ser facilmente calculada a partir de seu comprimento de onda ou de sua frequência, por meio da equação: E = h.f = h c/𝞴, sendo que o “h” é a constante de Planck, que tem valor fixo de 6,6 x J.s, e “c” é a10 −34 velocidade da radiação no vácuo, que é aproximadamente 300.000km/s = 3 x nm/s.10 17 5) Calcule a energia dos fótons (em eV) de uma radiação com λ = 300 nm, utilizando a versão simplificada da equação matemática acima. R: E = h.c/𝞴 E = 1230/𝞴 E = 4,1 eV Texto para reflexão: As radiações eletromagnéticas podem ser diferenciadas pela energia fotônica, sendo os efeitos biológicos distintos para cada faixa de comprimentos de onda. Isso quer dizer que cada tipo de radiação produzirá sobre a matéria um efeito diferente que está diretamente relacionado com a quantidade de energia dos fótons de cada radiação. Os efeitos físicos, químicos ou biológicos provocados pela interação de um feixe de radiações com a matéria dependem da energia absorvida, isto é: “somente a luz absorvida é capaz de produzir uma modificação química” (Lei de Grothus e Draper). Isso quer dizer que a radiação só vai causar algum efeito (físico, químico ou biológico) sobre a matéria, se os átomos que constituem a matéria em questão forem capazes de absorver a energia proveniente daquela radiação. Em uma interação, a radiação cede a uma molécula a quantidade de energia Q. Esta energia pode ser suficiente para arrancar um elétron orbital e comunicar-lhe energia cinética, isto é, provocar a ionização; em outros casos, ela pode ser insuficiente para promover a ejeção do elétron, mas consegue transportá-lo para um nível energético superior (órbita mais externa), acarretando a excitação ou ativação. Existem ainda situações nas quais as transferências de energia são bastante reduzidas, não podendo modificar a configuração eletrônica, mas aumentando a velocidade de translação, de rotação ou de vibração de moléculas. Então, como saber se uma radiação tem energia suficiente para arrancar um elétron de um átomo provocando, portanto, a ionização do mesmo? Para tal, é necessário entender o conceito de Primeiro Potencial de ionização de um átomo: energia necessária para promover o arrancamento do elétron mais fracamente ligado de um átomo. Os valores desta energia, para diversos elementos de interesse biológico, podem ser vistos na tabela abaixo: Analisando a tabela de cima e a que está abaixo: É possível concluir que as radiações infravermelhas (IV), visíveis e parte das ultravioleta (UV) não possuem energias suficientes para promover o arrancamento de elétrons dos elementos químicos mais importantes, em termos quantitativos, na matéria viva (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio). Em relação ao UV é possível calcular que radiações de comprimento de onda iguais a 254 nm (as mais emitidas pelas lâmpadas germicidas) possuem energia fotônica igual a 4,84 eV e, desta forma, também não conseguem promover ionizações nestes elementos. Por esta razão, as radiações IV, visível e UV, são consideradas, para fins biológicos, como não ionizantes. 6) Do ponto de vista biológico defina radiações ionizantes e não ionizantes. R: Radiações ionizantes são todas as formas de radiações, que carregam uma quantidade de energia suficiente para tirar os elétrons dos átomos, pode ter sua produção de forma natural ou artificial (radiação alfa, beta e gama). Já as radiações não ionizantes, possuem baixa frequência e energia, tem denominação também de campos eletromagnético, que se propaga por meio de ondas eletromagnéticas, podendo ser proveniente de fontes naturais ou não (infravermelho, microondas). 7) Defina íons. R: Íons são todos os átomos que ganham ou perdem elétrons durante uma determinada reação, podendo ter duas classificações: ânion (quando o íon é negativo) → é o átomo que recebe elétrons e fica negativamente carregado e cátions (quando o íon é positivo) → é o átomo que perde elétrons e acaba adquirindo uma carga positiva. IONIZAÇÕES Tenha em mente! Para uma radiação ionizante (QUE AGORA VOCÊ JÁ SABE O QUE É!), a quantidade de energia dissipada ao atravessar um material depende da natureza química do material e de sua massa específica. Isto quer dizer que a absorção de átomos pesados é maior que a dos leves (por exemplo, em uma radiografia, onde se faz uso dos Raios X, o osso absorve mais radiação que o tecido mole, pois contém muito cálcio, que é pesado em relação ao carbono, hidrogênio e nitrogênio dos tecidos moles, por isso o osso aparece branco). É importante ressaltar que a interação das radiações ionizantes com a matéria depende dos átomos que a constituem, mas não das estruturas moleculares formadas por estes átomos; ou: “a absorção de radiações ionizantes pela matéria é um fenômeno atômico e não molecular”. Quando falamos de interação das radiações ionizantes (corpusculares ou eletromagnéticas) com a matéria, não podemos deixar de falar em transferência linear de energia (TLE) que é a grandeza usada para descrever esta interação, sendo definida como "a quantidade de energia da radiação dissipada por unidade de comprimento da trajetória" e é expressa em keV/µm. Quando radiações particuladas α, β ou um raio gama penetram num pedaço de matéria há transferência de energia (energia cinética) para o material através das colisões com os átomos que constituem o material. Estas colisões arrancam os elétrons dos átomos do material criando-se assim átomos carregados (íons). As radiações particuladas (como as partículas α e β) apresentam alta TLE devido principalmente, à sua carga elétrica que acarreta a ejeção de elétrons em consequência da interação eletrostática.As partículas α, com elevada capacidade de ionização, dissipam sua energia em percursos muito curtos, percorrendo menos de 10 cm no ar e menos de 1 mm nos tecidos biológicos. Após a captura de dois elétrons desaparece a sua capacidade de ionização. As partículas β possuem energias distribuídas em um espectro contínuo, variando desde zero até um valor máximo característico do radionuclídeo emissor. Sua capacidade de ionização é reduzida e elas são capazes de percorrer alguns metros no ar e 1 a 2 cm nos tecidos biológicos. A dissipação de energia ocorre por colisão com elétrons orbitais, que são ejetados, ou por frenagem. Como as radiações X e gama (γ) não possuem carga elétrica, sua interação é através dos campos elétricos e magnéticos. As ionizações provocadas por estas radiações de muito baixa TLE são cerca de 100 vezes menores do que a causada por partículas β de mesma energia. As radiações eletromagnéticas ionizantes (X e γ) transferem energia para os átomos da matéria provocando basicamente três efeitos: EFEITO FOTOELÉTRICO: o fóton cede toda sua energia, que é utilizada para o arrancamento de um elétron do átomo e para conferir energia cinética ao elétron ejetado. Nota: Normalmente um dos elétrons mais internos é ejetado com alta energia, sendo capaz de produzir ionizações secundárias. Com a ejeção do elétron o átomo fica com uma vacância de elétron o que acarreta o pulo de um elétron mais externo para ocupar o seu lugar, com emissão de radiação eletromagnética característica. EFEITO COMPTON: o fóton cede parte de sua energia para o arrancamento de um elétron, muda de direção, porém continua existindo com energia menor. Nota: Normalmente a interação se dá com elétrons das órbitas mais externas e a perda de energia das radiações é dependente do ângulo de desvio e, como para o efeito fotoelétrico, o elétron Compton ejetado também provoca ionizações secundárias. Este é o principal processo de interação das radiações gama com a matéria. MATERIALIZAÇÃO: ocorre quando um fóton altamente energético interage com um núcleo atômico, transformando-se em um par eletrônico, um elétron e um pósitron. Logo após a materialização o pósitron choca-se com um elétron, ocorrendo a aniquilação, com a produção de dois fótons com energia de 0,51 MeV cada, equivalente à massa dos dois elétrons, ou seja, 0,51 MeV cada um. Portanto, este efeito só é observado para radiações acima de 1,02 MeV. Se a energia cedida a um elétron for superior à sua energia de ligação, ele será ejetado, ficando o átomo ionizado. Neste caso, o elétron pode receber qualquer quantidade de energia, desde que superior a um determinado valor mínimo. OK! MAS E SE A RADIAÇÃO QUE INCIDIR SOBRE A MATÉRIA NÃO POSSUIR ENERGIA SUFICIENTE PARA EJETAR O ELÉTRON? SERÁ QUE ESTA RADIAÇÃO PODERÁ CAUSAR ALGUM EFEITO? INTRODUZINDO A QUESTÃO DAS EXCITAÇÕES ATÔMICAS.... Um átomo no estado fundamental se caracteriza por determinada configuração eletrônica e por uma quantidade total de energia. A interação de uma radiação com este átomo pode provocar a passagem de um elétron para um nível energético "mais externo", ficando o átomo com uma energia total superior à que tinha anteriormente. Nesta configuração o átomo é instável e deve retornar ao estado fundamental, sendo este retorno acompanhado de emissão de energia, muitas vezes sob a forma de fótons. Assim, fótons que possuem energias equivalentes às diferenças entre os níveis energéticos de um átomo podem ser por ele absorvidos e os fótons que podem ser emitidos possuem energias correspondentes a estas diferenças. Logo, "um átomo só pode emitir radiações que também seja capaz de absorver" (Lei de Kirchoff). A energia da radiação emitida por um átomo ativado depende das órbitas entre as quais se processem os saltos eletrônicos; logo, saltos entre órbitas mais externas dão origem à luz visível ou ao UV, enquanto que os que se processem nas órbitas internas podem conduzir à emissão de raios X. 8) Quais são os processos de obtenção das radiações eletromagnéticas? R: São dois tipos de processos, os de desintegração nuclear, que são os elétrons, pósitrons, partículas alfa e neutrinos, e o outro processo é de fissão nuclear, que são os nêutrons, múons, mésons. 9) O que é radiação de frenagem? R: É a energia dissipada que aparece sob a forma de radiação eletromagnética, que se dá pelas partículas dotadas de carga elétrica que acarretam a ejeção de elétrons em consequência da interação eletrostática, contudo em algumas interações, como no caso dos elétrons, elas podem ser desaceleradas, mudando o trajeto. 10) Por que a emissão de fótons por pulos eletrônicos em orbitais mais externos dá origem à luz visível e UV, e as mais internas a raios X? R: Porque um determinado átomo no seu estado fundamental é caracterizado por determinar a configuração eletrônica e por uma quantidade total de energia, por isso as interações de uma radiação com esse tipo de átomo pode provocar uma passagem de um elétron para um nível energético “mais externo”, fazendo com que o átomo fique com a energia total maior à que já possuía. A energia de radiação emitida por um determinado átomo que está ativado depende das órbitas entre as quais se processem os saltos eletrônicos; portanto, os saltos entre os orbitais mais externos dão origem a luz visível, ou UV, enquanto que os que têm o processamento nas órbitas internas, podem originar a emissão de raios X. EXCITAÇÕES MOLECULARES Em moléculas os fenômenos de excitação provocados pela interação com a radiação são mais complexos que nos átomos, pois além da energia necessária para arrancar elétrons, outra parcela deve ser gasta em processos de ativação, uma vez que devemos considerar que os átomos que compõem uma molécula apresentam vibração em relação às suas posições de equilíbrio. Além disso, há de se considerar também a energia de rotação da molécula em torno de seus eixos, assim como a energia de agitação térmica ou de translação da molécula. Assim: A energia total desta molécula, E, compreende: a) a energia dos elétrons (Ee); b) a energia de oscilação ou de vibração dos átomos em torno de suas posições de equilíbrio (Ev); c) a energia de rotação da molécula em torno de seus eixos (Er); d) a energia de agitação térmica ou de translação da molécula (Et). A energia total E será dada por: E = Ee + Ev + Er + Et. As ordens de grandeza de Ee, Ev e Er são bastante distintas, correspondendo, respectivamente, a alguns eV, décimos de eV e centésimos de eV. Diversas representações gráficas têm sido adotadas para caracterizar o conteúdo energético de uma molécula, uma das mais simples é mostrada na figura abaixo: Diagrama representativo do processo de ativação molecular. A linha horizontal inferior representa o estado fundamental da molécula (So), no qual não há excitação eletrônica, mas pode ocorrer aumento das parcelas correspondentes às energias de vibração e de rotação; quando um elétron é promovido para um nível energético maior (mais externo) caracteriza-se o primeiro estado excitado eletrônico (S1), que também comporta uma espécie de estrutura fina de distribuição de energias, dependente das parcelas de vibração e rotação; as setas nos retângulos representam os spins (sentido de rotação dos elétrons). A linha horizontal inferior representa o estado fundamental da molécula (So); a absorção de energia pode acarretar o aumento de qualquer das quatro parcelas. Se a energia é capaz de "promover" um elétron para um nível superior, a molécula passa para um estado eletrônico excitado, o primeiro dos quais designado como S1. Mas, para cada estado eletrônico, fundamental ou excitado, existe uma estrutura fina, simbolizada pelas linhas horizontais mais finas, correspondendo a aumentos das energias de vibração e de rotação. Nos estados excitados S1, S2, S3, etc, os elétrons, embora promovidos a maiores níveis de energia, encontram-se emparelhados, sendo estes estados designados como estados singletos.Em certas situações, entretanto, ocorre inversão do spin, passando a existir dois elétrons não emparelhados; estes são os estados tripletos (T1, T2, T3, etc.) cuja duração é bem maior que a dos singletos, podendo chegar a vários segundos, minutos ou mesmo horas. Embora a maior parte das moléculas tenha, no estado fundamental, a configuração de um singleto, algumas, como o oxigênio, apresentam-se em um estado tripleto. A passagem de uma molécula para níveis superiores de energia (S1, S2, S3, etc.) pode dar-se por absorção de um único fóton pela molécula em So (So S1, So S2, etc.) ou por absorção bifotônica (So S1 S2, So S1 S3, etc.). Ok! Os fótons das radiações não ionizantes, ao incidirem sobre as moléculas, podem ser absorvidos pelas mesmas dependendo de como os átomos estão associados para formar estas moléculas. Ao absorver estes fótons, as moléculas ficarão excitadas para sempre? DESATIVAÇÕES MOLECULARES Formas de desativação O excesso de energia adquirido por uma molécula pode ser utilizado em reações químicas das quais ela participe ou por meio da sua dissociação (fotólise ou radiólise). Mas este excesso pode também ser eliminado por outros mecanismos, quais sejam: a) desativação com emissão de radiações eletromagnéticas (fluorescência ou fosforescência); b) desativação sem emissão de radiação, através de choques intermoleculares, transferências de energia ou conversão interna. Na Figura abaixo podem ser vistas as diferentes formas de desativação, em representação esquemática: Diagrama representativo dos processos de ativação e desativação moleculares. A absorção de energia pode levar a molécula ao primeiro estado excitado (S1), ao segundo (S2) ou, mais raramente, a estados excitados tripletos (T1, T2, T3), nos quais ocorre modificação do sentido de rotação de um elétron, que fica não emparelhado. A desativação pode ocorrer por emissão de fótons (fluorescência para o estado singleto e fosforescência para o tripleto) ou conversão interna (sem emissão fotônica). O estado S1 pode gerar o T1 por inversão de spin eletrônico (cruzamento entre sistemas). DESATIVAÇÕES COM EMISSÃO DE RADIAÇÃO: FLUORESCÊNCIA X FOSFORESCÊNCIA A fluorescência pode ser definida como a imediata reemissão da energia absorvida por uma molécula. Assim, a molécula A que, ao absorver um fóton hf, se ativou, pode retornar ao estado fundamental mediante emissão de um fóton, de energia hf', sendo f' menor ou igual a f (lembrando que f se refere à frequência da radiação. Menor frequência significa fóton de menor energia). As principais características da fluorescência são: a) a emissão é quase instantânea, cessando logo após a extinção da fonte excitante; b) o espectro de fluorescência é característico da substância que o emite, pois cada radiação deste espectro corresponde a uma diferença entre dois níveis energéticos (S1 So) da molécula; logo, a análise do espectro de fluorescência pode servir para identificar uma substância; c) a intensidade da fluorescência é proporcional à intensidade da radiação excitante, propriedade que torna possível o uso de fotômetros de fluorescência para dosagens químicas. São exemplos de substâncias fluorescentes o tungstato de magnésio e o silicato de zinco, utilizados na tinta que recobre internamente as lâmpadas fluorescentes. 11) Como funciona a lâmpada fluorescente? R: A forma de funcionamento é por intermédio da ionização de átomos de gás argônio e vapor de mercúrio, e que logo após a ionização, os átomos são acelerados pela diferença de potencial estabelecida entre os terminais da lâmpada e assim emitem as ondas eletromagnéticas ao retornarem ao seu estado natural. A fluorescência tem inúmeras aplicações, entre as quais a detecção de diversos compostos químicos, a localização de substâncias intracelulares (tais como hidrocarbonetos cancerígenos), o diagnóstico de doenças, etc. A fosforescência pode ser definida como a emissão "retardada" da luz após a excitação. Este retardo é característico do sistema em estudo e varia de 10-3s até muitos segundos. Outro aspecto importante é que, para uma dada molécula, os comprimentos de onda da emissão por fosforescência são maiores que os da fluorescência. Em termos quânticos, pode-se dizer que a fosforescência ocorre em consequência de transições energéticas "proibidas"(raras); tal tipo de emissão ocorre, por exemplo, na passagem do estado tripleto para o singleto fundamental (figura acima). Um exemplo de substância fosforescente é o sulfeto de zinco calcinado (com traços de sulfeto de cobre) utilizado nos interruptores de corrente elétrica fosforescentes. Ok! Mas as moléculas só voltam para o estado fundamental emitindo radiação? A resposta é NÃO. As moléculas podem se “livrar” do excesso de energia de outras formas.... DESATIVAÇÕES SEM EMISSÃO DE RADIAÇÃO Seja uma molécula ativada A* que, como consequência do movimento browniano, se aproxime de outra molécula B; as duas podem se afastar bruscamente, com velocidade maior que a de aproximação. Isto caracteriza o choque inelástico e representa uma transformação indireta de energia radiante em energia cinética. O excesso de energia de uma molécula A* pode ser transferido para outra molécula B, que esteja no estado fundamental. Este processo se diferencia do choque inelástico, pois a energia de ativação passa de uma molécula para outra, em vez de se transformar em energia cinética; logo, o local de absorção da energia pode não coincidir com o local onde se processam os efeitos biológicos ou fotoquímicos. Moléculas ativadas pela absorção de um fóton podem transferir seu excesso de energia para uma molécula indispensável ao funcionamento da célula e lesá-la; fenômeno que se passa quando a acetofenona é ativada e cede seu excesso de energia à timina do ácido desoxirribonucleico (DNA), acarretando a produção de lesões. Algumas reações bioquímicas podem levar ao aparecimento de moléculas ativadas, que posteriormente transferem sua energia para macromoléculas. Isto ocorre, por exemplo, quando o aldeído isobutírico é tratado pela peroxidase, dando origem ao ácido fórmico e acetona no estado tripleto. Esta, ao se desativar, é capaz de produzir quebras em cadeias de DNA, alterar a conformação de proteínas e inativar bacteriófagos. A possibilidade de obtenção de moléculas ativadas sem a prévia incidência de fótons (reações bioenergizadas) constitui a base científica de uma verdadeira "fotoquímica no escuro". A conversão interna consiste na utilização do excesso de energia da molécula para o aumento da vibração atômica e permite a passagem de um estado excitado mais energético que tem um tempo de vida muito curto, relaxando rapidamente para o nível vibracional mais baixo do S1. Este processo de decaimento entre níveis de mesma multiplicidade (S S, T T) é conhecido como conversão interna. Outra possibilidade, após a relaxação de um nível excitado mais energético para S1 por conversão interna é a ocorrência do cruzamento intersistemas que dá origem a elétrons excitados no estado tripleto, com os spins não emparelhados. Em algumas moléculas (melanina, por exemplo) há possibilidade de um estado muito excitado relaxar até o estado fundamental através de cruzamentos intersistemas (passagem de S1 para T1 e de T1 para So) sem emissão de fótons. 12) Quais as diferenças entre fluorescência e fosforescência do ponto de vista energético, temporal e estado de excitação das moléculas? Fluorescência Fosforescência Temporal (emissão quase instantânea ou retardada da luz?) EMISSÃO QUASE INSTANTÂNEA RETARDADA DA LUZ Energético Energia Fluorescência __>__ Energia Fosforescência (para a (˂ ou ˃) mesma molécula); Estado de excitação (S0 → S1 → S0) S0→ T1→ S0 (rara) S0→ S1→ T1→S0 S1 → S0 S0 → T1 → S0 13) Qual a diferença entre estado tripleto e singleto de uma molécula? R: Nos estados S1, S2, S3, etc, os elétrons, embora promovidos a maiores níveis de energia, encontram-se emparelhados, sendo estes estadosdesignados como estados singletos. Mas, em algumas situações, ocorre a inversão do spin, que faz passar a existir dois elétrons não emparelhados; estes são considerados os estados tripletos, T1, T2, T3, etc, da qual a duração é bem maior que a dos singletos. 14) O material do qual são feitos os interruptores de luz faz uso do efeito de fluorescência ou de fosforescência? R: O material é o sulfeto de zinco calcinado (com traços de sulfeto de cobre). ESPECTROS DE ABSORÇÃO E DE AÇÃO Quando um sistema biológico é submetido a um feixe complexo de radiações, verifica-se que alguns dos componentes do espectro podem produzir um efeito, mas o fazem com diferentes eficiências. Isto é, todas as radiações são ativas para induzir o efeito considerado, mas não são igualmente eficazes. Por exemplo, todos os comprimentos de onda do UV na faixa entre 230 e 330 nm podem acarretar a transformação da pró-vitamina D em vitamina D, mas a quantidade produzida por fótons de 297 nm é o dobro da observada com os de 304 nm, para iguais energias absorvidas; logo, a primeira radiação é duas vezes mais eficiente que a segunda, para este efeito fotoquímico. Efeitos desta natureza, cuja amplitude varia com o comprimento de onda, são ditos seletivos e ocorrem frequentemente. Os efeitos não seletivos são bastante raros e encontram um exemplo na transformação da energia radiante em calor. A seletividade dos componentes do espectro eletromagnético para a produção de efeitos biológicos pode se tornar mais evidente com outro exemplo. A absorção de 3,5 Gy* de raios X, no corpo inteiro, acarreta a morte de 50% de uma população humana irradiada. Mas a energia total absorvida por um indivíduo, nestas condições, é equivalente à recebida por um banhista que permaneça em uma praia do Rio de Janeiro por menos de uma hora, em um dia claro de verão. Torna-se evidente que um processo foto ou radiobiológico não pode ser considerado como uma mera consequência da quantidade total de energia absorvida, tornando-se indispensável caracterizar a natureza da radiação que o produz. * A dose de radiação absorvida é expressa em gray (Gy), definido como "a dose de radiação ionizante que acarreta a liberação de 1 joule por quilograma de material absorvente". A absorção de radiações eletromagnéticas pode depender da natureza dos átomos que constituem a matéria irradiada (radiações ionizantes) ou de como estes átomos estão associados para formar moléculas (radiações não ionizantes). A absorção de uma radiação não ionizante por uma molécula depende da configuração eletrônica desta. Assim, a existência de ligações C=C, C=O e C=N faz com que esta molécula apresente bandas de absorção na região compreendida entre 190 e 300 nm, sendo a posição exata da banda dependente dos outros grupamentos químicos das vizinhanças. As proteínas apresentam um máximo de absorção em 280 nm, como consequência da presença dos aminoácidos aromáticos, enquanto os ácidos nucleicos o possuem em 260 nm, por causa das bases purínicas e pirimidínicas. A transmitância (T) de uma solução é definida pela relação entre a inensidade de luz dela emergente (I) e a intensidade incidente (I0), ou seja: T = I/ I0. A densidade ótica ou absorbância é dada pela relação A = log10 I / I0 e, como expressão da Lei de Beer tem-se: I = I0 - ɛdc onde c é a concentração do soluto (em moles/litro), d é a espessura da solução (ou melhor, da cubeta que contém a solução) e ɛ é o coeficiente molar de extinção, que corresponde à absorbância de uma solução na concentração 1M. É usual representar, graficamente, os comprimentos de onda que incidem em uma solução no eixo das abcissas e as absorbâncias no eixo das ordenadas. Obtem-se, assim, o espectro de absorção da substância em estudo. A comparação das eficiências dos diferentes comprimentos de onda, para um dado efeito fotoquímico, permite a construção do espectro de ação do efeito considerado; para tal, representa-se graficamente a intensidade do efeito no eixo das ordenadas e os comprimentos de onda no eixo das abcissas. A construção do espectro de ação permite, em muitos casos, identificar a estrutura responsável pelo processo fotoquímico (cromóforo); assim, por exemplo, o espectro de ação bactericida da radiação UV apresenta um máximo em 260 nm, como pode ser visto na figura abaixo (letra A), e este máximo coincide com o pico de absorção dos ácidos nucleicos, o que indica serem estes os alvos mais importantes no processo de inativação das bactérias pela radiação. Muitos outros exemplos de semelhança entre os espectros de ação e absorção podem ser apontados: a sensibilidade do olho humano aos diferentes comprimentos de onda e a absorção da rodopsina são representados por curvas superponíveis (figura abaixo, letra B) e o espectro de absorção da clorofila e o espectro de ação para fotossíntese apresentam picos coincidentes (figura abaixo, letra C) 15) Qual a sua explicação para os seguintes fatos: a) No trânsito, a luz amarela é a luz de ATENÇÃO. b) A sinalização nas estradas é amarela. R: a) A luz amarela significa que o motorista precisa ficar em alerta, pois haverá mudança no semáforo. b) Pois a luz amarela é mais confortável aos olhos humanos e é a que mais os olhos se adaptam. 16) Por que se utiliza radiação UV de 254 nm para esterilizações hospitalares e de material cirúrgico nos consultórios médicos e dentários? R: Porque a construção do espectro de ação permite, que em determinada situação seja possível identificar a estrutura responsável pelo processo fotoquímico (cromóforo); assim, por exemplo, o espectro de ação bactericida da radiação UV apresenta um máximo em 260 nm, e este máximo coincide com o pico de absorção dos ácidos nucleicos, o que indica serem estes os alvos mais importantes no processo de inativação das bactérias pela radiação. A radiação UV com 254 nm é eficiente para o controle de microorganismo alterando o DNA deles, e com isso impedindo assim a sua proliferação. 17) Defina radiações ativas e radiações eficazes, exemplificando. R: É quando um sistema biológico é submetido a um feixe completo de radiações,é possível observar que alguns dos componentes do espectro podem induzir um efeito, mas fazem isso com diferentes competências, ou seja, todas as radiações são ativas para induzir o efeito apontado, mas não são igualmente eficazes. 18) Defina cromóforo. R: É um grupo de átomos responsáveis pela cor de um composto, é um microrganismo cujo protoplasma é colorido, é responsável pelo processo fotoquímico. 19) Defina espectro de ação e espectro de absorção (exemplifique). R: O espectro de ação é o estudo, que observa os efeitos da luz de diferentes comprimentos de onda, usando quantidades não saturantes em um processo fisiológico → exemplos: fotossíntese. Já o espectro de absorção, é constituído por um conjunto de riscas ou bandas negras, que é obtido em um espectroscópio quando se faz a luz passar proveniente de uma fonte luminosa → exemplo: absorção da clorofila na fotossíntese.
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