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Lúria Niemic Onofre – MED UNIC 34 Aula 1 – LPI – Prof° Flávio Arruda INTRODUÇÃO O coagulograma corresponde a um conjunto de exames com a finalidade de avaliar o processo de coagulação do sangue. Através do coagulograma é possível avaliar as fases da hemostasia e identificar possíveis alterações (fase primária ou secundária, qual tipo ela pode ser, etc). É o primeiro exame que se pede para identificar alterações tanto na fase primária quanto secundária da hemostasia. O exame é dividido em coagulograma 1 e coagulograma 2. FASES DA HEMOSTASIA (1) Vascular = vasoconstrição reflexa (reduz o calibre do vaso) para tentar diminuir o fluxo sanguíneo local. Ocorre no LOCAL da lesão. Existe também uma vasodilatação periférica para facilitar a circulação de sangue no local, tentando impedir o máximo da perda sanguínea. Substancia são liberadas para ativar a via de coagulação. A liberação de endotelinas e tromboplastina tecidual ativa o Fator 7 da coagulação, iniciando a cascata. (2) Plaquetária = adesão e agregação plaquetária – formação do tampão plaquetário (branco) / 1-3min. Fator de von Willebrand está presente. É a fase de hemostasia primária onde começa a aderência da plaqueta ao endotélio vascular, alterando a forma. (3) Coagulante = ativação das vias intrínseca e extrínseca da coagulação – formação do coágulo sanguíneo → conversão de protombina em trombina, que age no fibrinogênio convertendo-o em fibrina → estabiliza o coágulo / 5-10min. Principal via é a tecidual – complexo Fator 7. (4) Fibrinólise = dissolução do coágulo → quebra da fibrina pelo D-Dímero / 2-3 dias. A plasmina degrada a fibrina que forma o dímero D. CASCATA DA COAGULAÇÃO Via intrínseca: fase de ativação por contato com o endotélio vascular lesado, ativando o fator 12 que vai ativar uma cascata de fatores até chegar ao fator 10 que pertence a uma via comum as duas vias. Esse fator vai ativar a protrombina que vai ser convertida em trombina que vai agir no fibrinogênio convertendo-o em fibrina. Existem exames laboratoriais que avaliam os fatores pertencentes da via intrínseca (do fator XII ao fibrinogênio), da via extrínseca (precisa do fator tecidual que forma o complexo e ativa o X) e da via comum (X ativado converte a protrombina em trombina que age o fibrinogênio convertendo-o em fibrina). Coagulograma 1 Lúria Niemic Onofre – MED UNIC 34 TESTES LABORATORIAIS DE TRIAGEM Exames de triagem não fecham diagnóstico, só mostram alterações. Identificam as alterações e possíveis causas e dai tem de se fazer um teste especifico para saber qual alteração é. * = fazem parte do coagulograma. • Tempo de Sangramento (TS) * - importante para avaliar a fase primária da hemostasia. Envolve plaqueta e vaso sanguíneo. Vai identificar as alterações plaquetárias quantitativas e qualitativas, purpuras vasculares, deficiência de fator von willebrand. • Tempo de Coagulação (TC) * - mede a via intrínseca a partir do fator 12, porque ele não tem a presença do fator tecidual, tem apenas o fator contato. • Prova do Laço (PL) – mede a fase primária da hemostasia. Mede a fragilidade capilar. Pode dar falso positivo ou falso negativo, então ficou mais reservado para teste de triagem da dengue. Deixou de ser feito como teste de coagulograma por ter pouco valor clinico. • Retração do Coágulo (RC) – mede a ação fisiológica das plaquetas quando faz retração do coagulo. Não tem muito significado clinico porque é uma ação fisiológica da plaqueta, então deixou de ser feito. • Contagem de Plaquetas * - importante para saber em número, se está dentro da normalidade. Se tiver plaquetopenia tem que olhar a lâmina para ver se tem agregado plaquetário (que da uma falsa plaquetopenia). Em numero normal, se descarta uma alteração quantitativa da plaqueta, pensa mais em alteração vasculares, qualitativas e de von willebrand. • Tempo de Atividade de Protrombina (TP/TAP) * - mede a via extrínseca da coagulação a partir da ativação do fator 7. • Tempo de Tromboplastina Parcial ativado (TTPa) * - mede a fase contato ou a partir do fator 12 na via intrínseca da coagulação. É mais preciso que o exame de tempo de coagulação. • Fibrinogênio – acredita-se que o fator de coagulação aumentado tem diminuição do fibrinogênio. Pode ser dosado. TESTES ESPECÍFICOS • Tempo de Trombina (TT) – mede a ativação da trombina. Avalia deficiência de fibrinogênio, ativação do sistema fibrinolítico, anticoagulante normal ou aumentado ou uso de heparina. • Agregação Plaquetária – mede se a plaqueta é funcional. Se ela estiver em numero normal, precisa ver se ela é funcional. Se ocorrer agregação plaquetária, ela é funcional. • Dosagem de Fatores: FvW, FVIII, FIX, ETC... – pedido quando se suspeita de alteração de via intrínseca ou extrínseca / deficiência de algum fator de coagulação. • Fibrinólise: Produtos de Degradação da Fibrina (dímero D) – faz a dosagem do dímero D para avaliar se está tendo fibrinólise aumentada. Pedido em suspeita de coagulação aumentada. TESTES ESPECÍFICIOS PARA TROMBOFILIAS • Proteína C • Proteína S • Antitrombina Sempre se deve fazer analise morfológica da plaqueta. Se tem uma plaquetopenia, precisa confirmar isso em lâmina para ver se é verdadeira ou só agregados plaquetários. EXAMES QUE AVALIAM A FASE PRIMÁRIA DA COAGULAÇÃO Pode fazer através do tempo de sangramento, contagem de plaquetas e se tiver alteração, pode fazer o teste de agregação plaquetária e de von willebrand. • TEMPO DE SANGRAMENTO (TS) Teste usado para medir a duração do sangramento (Método de Duke e de Ivy). Utilizado para avaliar as alterações vasculares e as alterações quantitativas e qualitativas (envolve fator von willebrand) das plaquetas. Tempo de Sangramento (TS) – DUKE: Duke é realizado no lóbulo da orelha, na polpa digital é mais sujeita a variações determinadas pelo tônus vascular. É um teste pouco sensível, sendo prolongado em alterações importantes da função plaquetária ou trombocitopenias graves (se leves, teste da normal). Tempo de Sangramento (TS) – Ivy: Ivy é realizado no antebraço, com o manguito do esfigmomanometro insuflado a 40 mm de mercúrio, realizando um corte padronizado com lâmina especial, cujo objetivo é tornar o método mais sensível. fator 8 e fator 5 Valor de referência: 1-3 minutos EXAMES PARA AVALIAR A HEMOSTASIA Lúria Niemic Onofre – MED UNIC 34 • CONTAGEM DE PLAQUETAS Contagem feita por aparelho de automação ou câmera de Neubauer. Exame laboratorial que avalia as plaquetas quantitativamente, não serve para ver se são plaquetas funcionais. Importante na avaliação hemostasia. Análise morfológica plaquetária em lâmina – é muito importante para ver se é plaquetopenia verdadeira ou não, se tem alguma alteração do tamanho dessas plaquetas, ou se a plaqueta formou agregados (necessário pedir uma nova amostra). • AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA Avalia a função das plaquetas através de diferentes vias de ativação plaquetária in vitro. Mede a resposta das plaquetas a vários agentes agregantes como adenosina difosfato (ADP), colágeno, trombina, adrenalina, ácido araquidônico e a ristocetina. O método é baseado na medida da formação de agregados plaquetários após sua exposição a agentes agregantes e medido no agregômetro através de espectrofotometria capaz de medir a variação da transmissão de luz através de uma suspenção de plaquetas. O resultado é expresso em porcentagem de agregação. A ristocetina não é um agente agregante plaquetário, pois apenas produz agregação plaquetária na presença do fator de von Willebrand e de GpIb sendo útil para investigação diagnóstica de DVW e púrpura de Bernard-Soulier. • DOSAGEM DO FATOR DE VON WILLEBRAND Teste realizado quando a suspeita de DvW.Métodos imunológicos são utilizados para diagnóstico e devem ser realizados após testes alterados (TS, Contagem de plaquetas {normal} e TTPA). Valor de referência: 7-9 minutos
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