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CEMITÉRIO DOS VIVOS - LIMA BARRETO Cemitério dos Vivos • Escola literária: Pré-modernismo; • Gênero: Romance – incompleto; ficcional. • Narrador em 1ª pessoa: Vicente Mascarenhas; • Espaço: Pensão e subúrbio - Rio de Janeiro; • Tempo: Início do século XX; • Personagens: Efigênia (esposa), D. Clementina (sogra), Boaventura (filho), André (sobrinho); • Divisão: 5 capítulos. Análise da Obra • Diário do Hospício e Cemitério dos Vivos são duas obras inconclusas, publicadas em 1956, 44 anos após a morte do autor. • A primeira parte, Diário do Hospício, manuscrito durante a sua segunda internação no Hospital Nacional dos Alienados. • A segunda parte, O cemitério dos vivos, é uma ficção, um romance feito a partir das observações e anotações feitas durante sua internação. Capítulo I • Anos de formação de Vicente Mascarenhas na Escola Politécnica; • Era tímido, possuía grande interesse por literatura, projetos e sonhos de ser um escritor reconhecido; • Conta sobre seu casamento e sobre o seu único filho; • Arrogância da ciência e da pretensão doutoral dos brasileiros. Crítica à necessidade de possuir um diploma para obter respeito. Capítulo II • Foi internado num dia de Natal; • Sofreu humilhações; • Não faz distinção entre prisão, hospício e inferno; • São abordados seus sonhos de jovem, a sua formação, a origem da sua mistura racial, a falta de dinheiro que o levou a bebidas baratas. Capítulo III • Reflexões sobre a loucura; • Origens, causas e explicações? • Desmistificar as absurdas teorias da origem hereditária; Não acreditava que a loucura passava de pai para filho. • “Se assim fosse, quem não seria louco”, deduz. • Recebe tratamentos mais humanizados e faz renascer as esperanças. Capítulo IV • Relata as relações que ocorrem no presídio; • Funcionários eram portugueses pobres; humildes, dóceis e gentis. • Brasileiros, exibição, mando e autoritarismo; rudes, insensíveis. • Falta de solidão → um dos piores suplícios do hospício; (não havia momentos em que ficava sozinho) • A hora mais triste é a que está entre o pós jantar e o dormir. Capítulo V • Trata de sua relação com os médicos; • Teme que um deles lhe aplique os novos inventos da medicina; medo de ser usado como cobaia. • De outro médico, o diretor, exalta as suas qualidades humanas; ele o deslocou para perto da biblioteca, na seção Calmeil (onde ficavam os pensionistas, aqueles que pagavam seu tratamento), por piedade. • Louva o progresso da técnica, mas dúvida das ciências médicas; o tratamento aplicado não se dava conforme o que cada doente precisava. • Descreve as cinco sessões do hospício; - Pinel, para os pobres. - Calmeil, seção paga, para homens. - Esquirol e Morel, para mulheres. - Pavilhão central. - Outras seções especiais → epiléticos, crianças e tuberculosos. • Reflexão sobre a bebida e a necessidade de pôr um fim ao vício. • Vicente Mascarenhas e Flamínio Torres → são nomes usados para a mesma pessoa (lembrar que o livro é um esboço, o autor deve ter deixado a escolha para depois) Características da Obra • Testemunho e Ficção (mistura de vivências com invenções) • Obra original, combina testemunho autobiográfico e esboço de um romance; • Valor histórico (fala sobre o tratamento dos alcoólatras no Brasil da época - 1920) e existencial (trata da loucura de forma profunda, psicológica) da literatura pré-modernista; • A realidade brasileira pós-abolição - denúncia da realidade dos negros após 1888; • Possui linguagem mais informal, desleixo estilístico; • O Título: Hospício - mortos-vivos; • Imagem do cemitério – metáfora; Sinédoque do País • Sinédoque → tipo de metonímia → a parte pelo todo. • Hospício - possuía divisões sociais; • No hospício, uma pequena parte da sociedade servia para reproduzir, em um espectro mais amplo, a sociedade brasileira como um todo. • É como se fosse uma célula doente num corpo doente. (parte pelo todo) • O hospício apresenta divisões sociais, tal qual o Brasil. - A divisão não era feita conforme o grau da doença, e sim, conforme a classe social do enfermo (rico, pobre). • Lima Barreto reflete sobre o tratamento por etnia no Brasil da época. • Percebe que a grande maioria dos internos da seção Pinel (dos pobres) eram negros. • A loucura é seletiva (escolhe quem afeta) ou há preconceito envolvido no processo de internação? • O hospício servia como um depósito de gente “indesejada” na sociedade. Que seriam os pretos. Contexto pós-abolição. Racismo estrutural. • A exclusão social do pobres e negros dentro do hospício representaria o tratamento dos mesmos na sociedade brasileira como um todo.
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