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DIREITO PROCESSUAL PENAL JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA Jurisdição Poder-dever pertinente ao Estado-juiz de aplicar o direito ao caso concreto. Direito fundamental de ser julgado por juiz natural, imparcial e no prazo razoável. Jurisdição típica: É a ordinária, desde os juízes de primeiro grau até o STF. Na comum, dividida em federal e estadual. Na especializada, há os crimes militares e eleitorais. Jurisdição atípica: É extraordinária. Atividade jurisdicional exercida pelo Legislativo para julgar crimes de responsabilidade. Princípios jurisdicionais: 1. Inércia: A jurisdição é inerte e depende de provocação jurisdicional, pelo ajuizamento de ação. 2. Imparcialidade: Na garantia do processo acusatório, o juiz deve ser separado estruturalmente da atividade das partes. *Exceção: Habeas Corpus, que pode ser de ofício quando for conhecido o risco/ameaça à liberdade de locomoção. 3. Juiz natural: Direito de ser julgado por juiz cuja competência estava estabelecida por lei antes do crime ocorrer. Importa afastar os tribunais de exceção (pós- crime) e o foro privilegiado. 4. Indelegabilidade ou indeclinabilidade: O juiz não pode delegar suas funções típicas a servidores ou órgãos, pois há exclusividade sobre estas. 5. Investidura: Deve ser magistrado, com acesso ao cargo por concurso público. 6. Inafastabilidade: O magistrado não poderá se eximir de julgar, e a lei não pode suprimir o que lhe é inerente. 7. Inevitabilidade: A jurisdição não está sujeita à vontade das partes, impõe-se. Características: • Lide: Conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. • Substitutividade: O Estado substitui a atividade das partes resolvendo o litígio. • Imutabilidade: Por segurança jurídica, a sentença é imutável após o trânsito em julgado. Exceção: Revisão criminal pro réu. COMPETÊNCIA Critério legal de administração eficiente da atividade dos órgãos jurisdicionais, definindo previamente a margem de atuação de cada um. Critérios: • Competência material: leva em conta as características da questão criminal. • Competência funcional: leva em conta o elemento de distribuição dos atos processuais praticados. o Fase do processo: em regra só um juiz é competente para todos os atos. o Objeto do juízo: distribuição de tarefas na decisão de questões trazidas. o Grau de jurisdição: 1º ou 2º grau. ➢ Competência absoluta: não admite prorrogação ➢ Competência relativa: admite prorrogação, uma vez que o juízo é originalmente incompetente. *A incompetência absoluta ou relativa pode ser declarada de ofício. Como é definida: 1. Verifica a justiça e órgão competente (Comum ou Especial): Se utiliza a natureza da infração. • Comum: Federal (art.109 da CF) ou Estadual (quando não compete mais a nenhuma) • Especial: Militar (art.124 CF) ou Eleitoral (109 IV, e 121 CF) 2. Qual o foro competente: Regra: Competência determinada pelo lugar que se consumar a infração (art.70). Exceção: Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será do domicílio ou residência do réu. 3. Qual a vara ou juízo? Usa os critérios de prevenção ou distribuição. ➢ Prevenção: Quando há mais de um juiz competente, e se escolhe aquele que se adianta aos demais na prática de algum ato ou medida ao processo. ➢ Distribuição: Quando não há necessidade de prevenção e se fixa um juiz dentre um dos competentes por sorteio. Para alteração ou prorrogação de competência: • Conexão: (art.76 CPP) Elo de ligação entre dois delitos. Inc.I- conexão intersubjetiva: tem mais de um crime e mais de uma pessoa. Ex: furto por várias pessoas de caminhão tombado. Inc.II- conexão objetiva: crime que é praticado para facilitar outro. Ex: fuga com tiroteio. Inc.III- conexão probatória: dois ou mais crimes, em que um depende da prova de existência do outro. Ex: roubo e receptação do objeto roubado. • Continência: (art.77 CPP) Um delito contém outros. Inc.I- continência objetiva: Pluralidade de infração em uma unidade de conduta. Ex: colocar veneno em uma panela de comida para várias pessoas. Inc.II- continência subjetiva: Duas ou mais pessoas concorrem para a prática do mesmo crime. Ex: vários torcedores praticam crime de lesão corporal num estádio. Nestas, as causas serão reunidas num único processo, e cabe verificar o foro prevalente para julgá-lo. Ou, nas hipóteses legais em que não puder acontecer a reunião, haverá a separação de processos. Foro prevalente: Art.78 CPP. Importante: Em caso de conexão com crime continuado, o foro seguirá o critério da prevenção (pois já haverá juiz atuando nos atos), nos moldes do art.71 CPP. Separação de processos: Art.79 CPP. ➢ Obrigatória I. Concurso entre a jurisdição comum e a militar II. Concurso entre a jurisdição comum e a do juizado de menores III. Doença mental superveniente ao delito IV. Citação por edital de um dos co-réus, seguida de não comparecimento e não constituição de defensor. V. Recusas peremptórias no júri ➢ Facultativa I. Infrações praticadas em circunstâncias de tempo e lugar diferentes II. Excessivo número de acusados, para não prolongar a prisão provisória III. Motivo relevante pelo qual o juiz compute conveniente a separação.
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