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RESUMO TRATADO DE FISIOLOGIA: GUYTON Conceitos de Pré-carga e Pós-carga À medida com que o sangue retorna ao coração preenchendo a câmara ventricular, ocorre a distensão e adaptação da câmara ventricular à quantidade de sangue que chega a ele – nível de tensão gerada de acordo com a quantidade de sangue que chega – mais sangue, mais tensão – pré-carga cardíaca: nível de tensão gerado no inicio da contração. Quanto mais sangue chega, maior a tensão da parede ventricular e maior a pré- carga. Aumentou retorno venoso, aumenta a pré- carga. A pós-carga: coração executa trabalho para impulsionar sangue adiante – encontra resistência: diâmetro dos vasos, atrito, elasticidade, tecido adiposo em volta dos vasos, complacência dos órgãos, etc. – a carga imposta à contração ventricular é a pós-carga. Para a contração cardíaca, a pré-carga é geralmente considerada como a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio. A pós-carga do ventrículo é a pressão na aorta à saída do ventrículo. Eficiência cardíaca - proporção entre a produção de trabalho e a energia química total consumida, em torno de 20% a 25% - deve ser mantida. Existe limitação do trabalho cardíaco – ponto de vista muscular e metabólico. Se estressar a um ponto limítrofe: maior chance de lesão muscular cardíaca. Quando essa lesão culmina na morte das células: necrose – infarto do miocárdio. Quanto mais sangue chega ao coração, maior a distensão das fibras musculares e mais tensão vai ser gerada na hora da contração para propulsionar esse sangue adiante – lei de Frank-Starling – maior pré-carga, maior tensão, maior força de contração, mais sangue propulsionado. Basicamente, o mecanismo de Frank-Starling afirma que dentro de limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que a ele retorna pelas veias. Débito cardíaco: volume sistólico x frequência cardíaca. Sistema trabalha em prol de manter um debito cardíaco favorável – 4,2L/minuto a 7L/minuto bombeado pelo coração. Quando não atinge esse débito, o sistema nervoso simpático é ativado para aumentar a efetividade cardíaca e aumentar o débito cardíaco – ou aumenta frequência cardíaca ou a força de contração (aumenta volume sistólico) ou aumenta ambos concomitantemente. Coração tenta manter não só um débito cardíaco favorável, mas também uma pressão arterial média sistêmica (pressão arterial sistólica + 2 x pressão arterial diastólica dividido por 3). Não conseguimos, por exemplo, ter uma filtração renal satisfatória se a pressão sanguínea não for boa. A pressão arterial media sistêmica na altura do coração deve ser em torno de 100mmHg, para que se mantenha a 60mmHg no nível renal. Regulação do bombeamento cardíaco: fatores intrínsecos e extrínsecos Os meios básicos de regulação do volume bombeado são (1) regulação cardíaca intrínseca, em resposta às variações no aporte do volume sanguíneo em direção ao coração; e (2) controle da frequência cardíaca e da força de bombeamento pelo sistema nervoso autonômico. Regulação intrínseca: fibras musculares diferenciadas que partem do nó sinoatrial e trafegam ate o nó atrioventricular através de feixes internodais. Partindo do nó atrioventricular, o feixe de His e as fibras de Purkinje se bifurcam e se direcionam por todo trajeto do septo interventricular, chegam à região do ápice do coração e emerge suas fibras nas paredes ventriculares. Regulação extrínseca: Conjunto de inervação simpática e parassimpática. A inervação simpática emite seus ramos diretamente na região atrial, ventricular e vasos. Uma descarga simpática reflete sobre maior força de contração miocárdica, sobretudo aumentando a sua frequência cardíaca – elevação do débito cardíaco. Por outro lado, a inibição dos nervos simpáticos pode diminuir moderadamente o bombeamento cardíaco: as fibras nervosas simpáticas do coração têm descarga contínua suficiente para manter o bombeamento cerca de 30% acima do que seria sem a presença de estímulo simpático. Assim, quando a atividade do sistema nervoso simpático é deprimida até valores abaixo do normal, tanto a frequência cardíaca quanto a força de contração muscular ventricular diminuem, reduzindo, assim, o bombeamento cardíaco por até 30% abaixo do normal. Fibras do sistema parassimpático vão diretamente para o nó sinoatrial e atrioventricular, de forma que a atividade parassimpática via nervo vago suprime a atividade dessas regiões – redução da frequência cardíaca. As fibras vagais estão dispersas, em grande parte, pelos átrios e muito pouco nos ventrículos, onde realmente ocorre a geração da força de contração. Essa distribuição explica o porquê do fato da estimulação vagal ocorrer principalmente sobre a redução da frequência cardíaca e não diminuir de modo acentuado a força de contração. Mesmo assim, a combinação dos efeitos da redução importante da frequência, com leve diminuição da força de contração, pode diminuir o bombeamento ventricular em 50% ou mais. À medida que a pressão atrial aumenta em qualquer dos lados do coração, o trabalho sistólico desse mesmo lado também aumenta, até alcançar seu limite de capacidade de bombeamento ventricular. Quando se elevam as pressões atriais esquerda e direita, o volume ventricular por minuto respectivo também aumenta. Ou seja, enquanto os ventrículos se enchem em resposta a maiores pressões atriais, o volume de cada ventrículo e a força da contração cardíaca também se elevam, levando o coração a bombear maiores quantidades de sangue para as artérias. As curvas da Figura 9-14 demonstram que, para qualquer pressão atrial inicial, o débito cardíaco sobe durante os maiores estímulos simpáticos e cai durante estímulos parassimpáticos intensos. Essas variações do débito, resultantes da estimulação do sistema nervoso autônomo, resultam tanto das variações da frequência cardíaca quanto das variações da força contrátil do coração. O aumento da pressão arterial (até certo limite) não reduz o débito cardíaco O espaço pleural sempre se mantém a uma pressão subatmosférica, em torno de -4mmHg. Fisiologicamente, o indivíduo apresenta pressão de 0mmHg ou ligeiramente abaixo de zero no átrio direito – isso ajuda a definir situações que no futuro implicam na dificuldade do retorno venoso, com essa pressão modificada. Se aumentarmos a estimulação simpática, aumentamos o débito sem necessariamente modificar a pressão no átrio direito (recebe sangue do corpo inteiro). A pressão do átrio direito pode estar alterada: quando o ventrículo direito estiver com dificuldade de impulsionar o sangue adiante por áreas do miocárdio infartadas; mais sangue acumulado no átrio que não passa para o ventrículo; mais sangue congesto; aumento da pressão atrial. Sobrecarga volumétrica pode aumentar pré-carga (administração errônea de soro, por exemplo) e assim a pressão do átrio direito. O aumento da pressão na aorta não reduz o débito cardíaco até que se atinja o valor de pressão arterial média de 160 mmHg. Em outras palavras, isso equivale a dizer que, durante o funcionamento cardíaco normal, com pressões sistólicas arteriais normais (entre 80 e 140 mmHg), a determinação do débito cardíaco é feita quase inteiramente pela facilidade com que o fluxo sanguíneo escoa através dos tecidos corporais que, por sua vez, controlam o retorno venoso do sangue ao coração. Doenças valvares são doenças que acometem as valvas cardíacas Prolapso de valva mitral (atrioventricular esquerda): abaulamento da valva. Quando o ventrículo contrai, aumentando sua força contra a valva atrioventricular e ela não resiste, tendendo a uma breve eversão (abaulamento/prolapso nosentido atrial). Aumento da pressão no átrio esquerdo. Átrio esquerdo recebe sangue dos pulmões. Se o sangue que está chegando das veias pulmonares encontra uma pressão atrial aumentada, há maior resistência à chegada desse sangue e uma congestão venosa. Sangue congesto para a região pulmonar aumentar a pressão hidrostática do fluido dos capilares pulmonares, podendo extravasar para o interstício pulmonar, “encharcando” o pulmão. Congestão pulmonar. Ventrículo direito impulsionando sangue para um pulmão congesto; aumenta sobrecarga para o ventrículo direito. O prolapso pode não gerar essas alterações de maneira tão intensa. Estenose – espessamento – valvar por, por exemplo, infecções bacterianas recorrentes nessa região que inflame e fibrose as valvas – falta de abertura e fechamento correto das valvas. Sistema venoso congesto pode gerar congestão venosa sistêmica. Edema de membros inferiores. Turgência de jugular. Dificuldade de trocas gasosas. Sensação de dispneia.
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