Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO TRATADO DE FISIOLOGIA: GUYTON Fibrilação ventricular A mais grave de todas as arritmias cardíacas. Na fibrilação ventricular, muitas pequenas partes do ventrículo estão contraindo, ao mesmo tempo em que outras estão relaxando. Dessa forma, não há contração coordenada de todo o músculo ventricular a um só tempo. As câmaras ventriculares não aumentam de volume nem se contraem e o bombeamento fica ausente ou a ser feito em quantidades desprezíveis. Portanto, depois que a fibrilação começa, ocorre inconsciência por falta de fluxo sanguíneo para o cérebro, e a morte irrecuperável de tecidos começa a ocorrer em todo o corpo. Os fatores que têm probabilidade especial para desencadear a fibrilação são: (1) choque elétrico súbito do coração; ou (2) isquemia do músculo cardíaco de seu sistema de condução especializado ou de ambos. Movimentos Circulares Existem três condições que podem causar a “reentrada” do impulso no músculo que já foi excitado (“movimento em círculo”). • condução mais longa, ex.: corações dilatados – quando se retorna à posição, período refratário já passou e impulso novo é gerado; • a diminuição da velocidade de condução, muitas vezes decorrente de: (a) bloqueio do sistema de Purkinje, (b) isquemia do músculo, (c) níveis altos de potássio; • período refratário mais curto, por exemplo em resposta a vários medicamentos, como a epinefrina, ou depois de estimulação elétrica repetitiva. Eletrocardiograma na Fibrilação Ventricular Na fibrilação ventricular, o ECG é bizarro (Fig. 13- 17) e comumente não mostra tendência para ritmo regular de qualquer tipo. Fibrilação atrial A fibrilação ventricular costuma ocorrer sem fibrilação atrial e vice-versa. O mecanismo da fibrilação atrial é idêntico ao da fibrilação ventricular, exceto que o processo ocorre somente na massa muscular atrial, em lugar de na massa ventricular. Sincício atrial promove despolarizações extras nos intervalos ou sobrepostos às ondas tradicionais, o que gera pequenas ondas na linha de base, serreadas e frequentes, demonstrando a taquicardia atrial independentemente do ritmo ventricular. Causa frequente de fibrilação atrial é o aumento do volume atrial. As paredes atriais dilatadas criam condições ideais de via de condução longa e lenta. Os átrios não bombeiam sangue na fibrilação atrial – sangue flui passivamente dos átrios para os ventrículos, e a eficiência do bombeamento ventricular diminui por 20% a 30%. Eletrocardiograma na Fibrilação Atrial Numerosas ondas pequenas e fracas de despolarização, muitas com polaridade oposta, se neutralizando eletricamente de maneira completa nos casos usuais. Assim, no ECG pode-se não ver as ondas P dos átrios, ou apenas ver um registro ondulado fino de voltagem muito baixa com alta frequência. Os complexos QRS-T são normais, mas seu ritmo é irregular. Mecanismos extrínsecos Coração recebe fibras do sistema simpático que se direcionam desde as regiões dos vasos da base, especialmente veia cava superior e inferior, chegando na região dos átrios + fibras simpáticas que se direcionam diretamente às paredes ventriculares. A ativação dessa cadeia simpática leva: maior efetividade de contração; maior volume; frequência cardíaca aumentada. A estimulação simpática – norepinefrina – ativa canais beta 1: despolarização intensificada nessas fibras. Há ainda nervos que se direcionam para os nós, especialmente pelas fibras do nervo vago. Uma vez que esse nervo dispara um sinal em direção a esses nós, há supressão da atividade cardíaca por estímulos parassimpáticos. Diminuição da frequência e força de contração – redução da atividade dos nós. As terminações do nervo vago liberam acetilcolina, que exercem um efeito sobre a abertura dos canais rápidos de potássio – mais potássio para fora da célula – hiperpolarização da célula cardíaca levando a maior dificuldade para entrar em um próximo momento de despolarização – tempo de repouso aumenta e a frequência cardíaca reduz.
Compartilhar