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TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS CARACTERIZAÇÃO AERODINÂMICA DE ASA COM GEOMETRIA VARIÁVEL AERODYNAMIC CHARACTERIZATION OF WING WITH VARIABLE GEOMETRY Caio Vitor da Silva Paulino Otavio Rocha Lino Prof. Msc Eugênio Morita Universidade São Francisco otavio.lino@hotmail.com Alunos do Curso de Engenharia Mecânica, Universidade São Francisco Campus Itatiba Professor Orientador: Msc Eugênio Morita RESUMO: A aerodinâmica presente permanentemente na aviação abrange vários campos de pesquisa em torno da área de termo fluídos. Diversos fatores são fundamentais para a realização do fenômeno chamado voo, os quais quanto minunciosamente melhor analisados garantirá o sucesso do estudo almejado. Buscando caracterizar os esforços aerodinâmicos sobre uma asa de avião durante o voo paralelamente a realidade, será construído um protótipo de asa de uma aeronave de alta performance acoplando-a a um túnel de vento oferecendo uma abordagem prática aerodinâmica aos experimentos. PALAVRAS-CHAVE: Túnel de Vento, Força de Arraste, Força de Sustentação, Perfil de Asa e Aerodinâmica. ABSTRACT: The aerodynamics present permanently in aviation has several fields of research around the fluid term. Several factors are fundamental to the realization of the film in order to obtain the best possible performance for the success of the study aimed. Bus ifing character is aerodinetrical over a pair of aeropane in the pair in the flight or reallight, is built a prototype of the aircraft of a pilot of high performance coupling the aerodynamic to experimentation. KEYWORDS: Wind Tunnel, Drag Force, Lift Force, Wing Profile and Aerodynamic. INTRODUÇÃO Objetivo O objetivo do presente trabalho será desenhar, projetar, imprimir diferente protótipo escalar de asa de avião de alta performance com a finalidade de caracterizar seu perfil e geometria em relação as forças aerodinâmicas que agem em relação a asa. Paralelamente, enriquecer a instrumentação do túnel de vento da Universidade São Francisco. Justificativa mailto:otavio.lino@hotmail.com TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS A grandiosidade peculiar do entendimento prático da aerodinâmica, tal quanto conhecimento acerca de perfil e geometria de asa de avião e compreensão das particularidades de cada modelo de aeronave como também conhecimento prático sobre diversos processos de fabricação aqui descritos motivaram a produção deste trabalho. REFERENCIAL TEÓRICO Aerodinâmica A aerodinâmica é uma ramificação da física que estuda a interação do escoamento do ar em relação a corpos variáveis. O estudo desta ciência é um ponto nevrálgico no desenvolvimento e avanço tecnológico da indústria aeroespacial. (HOMA, 2010). O design de aviões avançou para um nível em que se exige a riqueza da experiência adquirida na investigação do voo. Aplicar ideias matemáticas que levam a métodos produtivos e fórmulas para prever o comportamento dinâmico das formas "aerodinâmicas" são extremamente necessários para um entendimento das consequências do escoamento do ar em um corpo sólido. Embora existam extensos arquivos de experiências registradas em aeronáutica, ainda existem muitas oportunidades para o avanço. À medida que se desenvolvem novas ideias relacionadas à física do voo compreende-se os pontos fortes e as limitações dos procedimentos existentes. (HOUGHTON, 2013) Segundo Rodrigues (2014) a aerodinâmica pode ser definida como o estudo que caracteriza a influência dos movimentos de fluidos gasosos em relação aos sólidos neles imersos. Existem 3 tópicos de estudo fundamentais para o entendimento da aerodinâmica: a física da força de sustentação, o número de Reynolds e a teoria do perfil aerodinâmico. Física da força de sustentação: basicamente, a força de sustentação garante a aeronave uma forma de vencer seu peso e manter-se em voo. A Figura 1 ilustra a sustentação: FIGURA 1 - Força de Sustentação. (Fonte: http://airbis.blogspot.com/2015/10/inicio-do-estudo-de- estrutura-e.html) TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS Número de Reynolds Descoberto por Osborne Reynolds em 1883, o número de Reynolds (Re) é um número adimensional usado em mecânica dos fluidos para o cálculo do regime de escoamento (regime que pode ser: Laminar ou Turbulento) de um determinado fluido, podendo ser esse escoamento: dentro de uma tubulação ou sobre uma superfície. (STREETER, VENNARD, 1978). O número de Reynolds é uma relação entre forças de inércia e forças viscosas, que pode ser expressa por: (1) Onde: v representa a velocidade do escoamento de qualquer fluido [metro/segundo], ρ é a densidade do ar [kg/m³], µ a viscosidade dinâmica do ar [N.S/m²] e c o comprimento do perfil da asa dado em metros [m] (para o nosso estudo). (RODIGUES, 2014). Lembrando que, o c para nós é o comprimento da asa. Em outras publicações esta incógnita pode estar descrita de outra maneira, mais comumente é encontrado o D no lugar do c que significa diâmetro, onde seria o estudo do escoamento de um fluido em relação a uma esfera. A Influência da Asa No contexto de um estudo aerodinâmico de uma aeronave, o dimensionamento da geometria da asa é fundamental. Para cada tipo de projeto e aplicação seleciona-se um perfil geométrico diferente, que influencia diretamente o voo. O número de asas também é variável. Um monoplano possui um único par de asas, já o biplano possui dois. É correto afirmar que a compreensão do tipo de aeronave e o voo, no qual ela será submetida, é primordial para a definição do modelo geométrico do perfil. De maneira geral, a asa já presente no túnel de vento denominamos como um perfil para fins acadêmicos, ou seja, é útil para experimentos qualquer, porém não se assemelha com uma asa real. O projeto da asa do estudo foi definido através de uma aeronave militar, de alta performance, ou seja, real, com uma tentativa de trazer mais a realidade para o experimento. Forças de arrasto e sustentação O arrasto é a componente da força sobre um corpo que atua paralelamente na direção do movimento relativo. Ao discutir-se a necessidade de resultados experimentais na mecânica dos fluidos, é considerado o problema de determinar a força de arrasto. (FOX, 1981). É comum, um corpo enfrentar alguma resistência quando é forçado a se mover através de um fluido. Um fluido pode exercer forças e momentos em um corpo em várias direções e sentidos. A força exercida no corpo na direção do fluxo é chamada de arrasto. Esta força - geralmente causa um efeito indesejável – e o objetivo principal é minimizar sua intensidade. A redução do arrasto está intimamente associada à redução do consumo de combustível em automóveis, submarinos e aeronaves; maior segurança e durabilidade de estruturas sujeitas a ventos fortes; e redução de ruído e vibração. Os componentes das forças de cisalhamento de pressão e da parede na direção normal para o fluxo tendem a mover o corpo nessa direção, e http://www.engquimicasantossp.com.br/2012/07/osborne-reynolds.html TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS sua soma é chamado lift (sustentação). Ambos, sustentação e arrasto, são fortes funções do ângulo de ataque. A diferença de pressão entre as superfícies superior e inferior da asa gera uma força ascendente que tende a levantar a asa. (ANDERSON, 2010) Segundo Rodrigues (2014), a força de sustentação representa a maior qualidade que uma aeronave possui em comparação com os outros tipos de veículos e define a habilidade de um avião se manter em voo. Basicamente, a força de sustentação é utilizada como forma de vencer o peso da aeronave e assim garantir o voo. Alguns princípios físicos fundamentaispodem ser aplicados para se compreender como a força de sustentação é criada, dentre eles, podem-se citar principalmente a terceira lei de Newton e o princípio de Bernoulli. Quando uma asa se desloca através do ar, o escoamento se divide em uma parcela direcionada para a parte superior e uma para a parte inferior da asa. Como mostra a figura 2. FIGURA 2 – Sentido da força em relação ao ar. (RODRIGUES, 2014) Geometria da Asa A compreensão da influência da geometria da asa nos aspectos de desempenho presentes no voo é elementar para o projeto de uma aeronave, a figura 3 ilustra a asa vista de duas direções, a parte inferior direita mostra a vista da frente olhando para a borda de ataque da asa, e a parte inferior esquerda mostra uma vista lateral da esquerda olhando para a linha central. A vista lateral mostra uma forma de perfil aerodinâmico com a aresta à esquerda. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 3 - Geometria da asa. (Fonte: https://www.grc.nasa.gov/www/k-12/airplane/geom.html) Foi buscado inicialmente no estudo de uma maneira geral familiarizar-se com os termos que caracterizam a geometria do perfil, como também entender as principais ações que cada detalhe causa sobre um voo, como seria demonstrado isto num voo e posteriormente no experimento. É ressaltado aqui a tradução dos termos nesta imagem utilizada no trabalho. A corda representa o comprimento do perfil, como já dito inicialmente, utilizada para encontrar o Número de Reynolds. A envergadura S, importante para termos o valor da área da asa A variável estas empregadas no cálculo da força de sustentação. Ângulo de ataque É definido como ângulo de ataque o valor da rotação do perfil da asa em torno do próprio. Praticamente, há uma alteração no ângulo de ataque do avião ao decolar, momento cruzeiro e aterrissagem. Pode-se diferenciá-los de algumas maneiras como ângulo de taque induzido, sendo quando a sustentação é reduzida, e faz com que o vento relativo na proximidade da seção do aerofólio seja inclinado ligeiramente para baixo. O ângulo de taque real que existe entre a corda e o vento local é o ângulo de ataque efetivo. (ANDERSON, 2010). Exemplificado na figura 4. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 4 - Ângulo de Ataque. (Fonte: http://canalpiloto.com.br/teorias-rotativas-02/) Túnel de vento Equipamentos que permitem aos pesquisadores obter experimentos práticos com escoamento de ar sobre a superfície do objeto de interesse a partir de elementos em escalas reduzidas, avaliando as forças que neles atuam e sua interação com o fluxo de ar. Algumas limitações foram nitidamente notadas ao longo dos experimentos e avanços nas pesquisas, como a velocidade, posição do corpo e variáveis indesejadas e a própria preparação do equipamento. Então surge o túnel de vento propondo um funcionamento mais simples que consiste em uma passagem fechada o qual o ar é conduzido por um ventilador ou qualquer sistema de acionamento apropriado. (BAALS, CORILISS, 1981). Existem dois tipos principais de túnel de vento: de circuito aberto e circuito fechado. Sendo aberto os quais possuem determinada entrada de ar e determinada saída de ar, onde a análise do material é feita acoplada no meio. Tuneis de circuito fechado conservam tem uma ligação entre entrada e saída não dispensando o fluido utilizado. Túnel de vento utilizado nos experimentos Basicamente, caracterizamos estruturalmente e geometricamente o túnel utilizado no experimento como aberto e tecnicamente pelo seu ventilador centrífugo acoplado na saída de acordo com o descritivo tabela abaixo: Fabricante: Arno Potência: 7,5 CV Frequência: 60 Hz Rotação: 1750 RPM Tensão: 220/380 V Modelo: ET 112 LX Posição Construtiva: CCW-90 Arranjo: 4-SWSI O túnel de vento, ilustrado na figura 5 com geometria de circuito aberto é caracterizado com tubulações quadradas na sucção com área de 0,015m² e na descarga com área de 0,0837m² acopladas a um ventilador centrifugo que direciona o fluxo de ar. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 5 – Túnel de vento da Universidade São Francisco. (FONTE: próproia) METODOLOGIA Tipo de pesquisa A pesquisa da caracterização de perfis de asa de aeronaves, tem como objetivo disponibilizar um acervo de adimensionais de asas para experimento no túnel de vento da Universidade São Francisco. A asa projetada será baseada em perfil de aeronave real, com o intuito de trazer uma abordagem prática aos experimentos, ou seja, ao submeter uma das asas no túnel de vento, poderá se comparar características aerodinâmicas do voo de diferentes aeronaves, tornando possível uma aula prática de fluido-mecânica com uma gama de informações extremamente pertinente ao curso de engenharia mecânica. Ao observar todas as características da pesquisa já citadas, pode-se afirmar, sem qualquer dúvida, que se trata de uma pesquisa de caráter aplicado, pois tem-se um problema especifico ao qual, quer se propor uma solução. Abordagem Pode-se notar que a pesquisa será baseada na coleta de dados e comparação entre eles, por isso, será realizada uma abordagem quantitativa, pois tudo na pesquisa será quantificado, calculado e comparado antes de qualquer conclusão. Neste tipo de abordagem é fundamental que as equações definidas para a realização da expectativa teórica sejam corretas e que contemplem todas as particularidades do experimento, garantindo que toda a parte experimental seja abordada nos cálculos, minimizando a diferença entre os resultados teóricos e dados práticos. Também se faz necessário que os instrumentos de medição do laboratório estejam aferidos e que transpareçam a realidade do experimento, pois qualquer equívoco na coleta dos dados ocasionará uma discrepância atípica dos resultados teóricos-experimentais, tornando a comparação final irreal. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS No caso do experimento, existe um fator extremamente importante a ser acrescido para garantir uma análise quantitativa correta: a rugosidade da asa. Os perfis de asa devem ter uma rugosidade baixa, de modo a não influenciar no escoamento do ar sobre o perfil. Por fim, pode-se concluir para que a abordagem quantitativa do trabalho tenha sucesso é necessário fazer um equacionamento que contemple toda a realidade experimental, garantir que os dados obtidos no túnel de vento transpareçam a verdade e controlar a rugosidade até que ela tenha uma influência desprezível no experimento. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS Fluxograma do processo de pesquisa TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS RESULTADOS E DISCUSSÃO ETAPA 0 – CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO O início da construção prática do trabalho foi marcado pela fabricação de um protótipo semelhante a asa já instalada. A ideia foi conhecer os processos de fabricação e suas limitações a fim de mesclar as ideias já contidas para construção de uma nova asa dentro da realidade material, onforme imagem xx, onde foi observado os parâmetros ideais da impressão, limitações da prototipagem quanto a geometria, segue ilustração da figura 6 do momento da impressão. FIGURA 6 – Momento da impressão do protótipo. (FONTE: próproia) Foi notado aspectos importantes sobre a rugosidade, possíveis obstruções nos canais internos para tomada de pressão, posição dos furos e a verificação de possibilidade de encaixe de conectores pneumáticos na face externa do flange afim de facilitar a conexão das vias ao manômetro U do túnel de vento. Segue figura 7 do protótipo. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 7 – Protótipo de asa semelhante à existente. (FONTE: própria) Na seguinte etapa,a impressão foi particionada em asa e flange de acoplamento, onde foi decidido que para a próxima impressão poderia utilizar do mesmo flange, e imprimir apenas o corpo da asa, ideia motivada para redução de tempo e material da futura impressão. Não se obtive resultado esperado para o proposto por uma questão de vedação das partes afetando os testes, segue figura 8 do flange. FIGURA 8 – Flange de acoplamento. (FONTE: própria) TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS ETAPA 1 Assim como descrito no fluxograma, a primeira etapa realizada foi a definição do tipo de perfil de asa projetado. O projeto baseou-se em um modelo de asa real, visando trazer situações praticas possíveis no meio externo para o laboratório. A geometria e perfil da asa teve como referência a aeronave militar russa Sukhoi Su-33, de uso naval em porta-aviões. A escala de redução do protótipo é de aproximadamente 1:70. Vide figura 9. A escolha da aeronave foi motivada pela observação da geometria de sua asa ser caracterizada como variável e ao mesmo tempo conter as geometrias necessárias cabíveis de impressão. Como já dito, a asa instalada apresenta um perfil totalmente demonstrativo para fins de estudos sem ligação com a realidade. A medida que quanto mais próximos de uma asa real torna o experimento mais interessante e o entendimento dos dados facilitados. FIGURA 9 - Sukhoi Su-33 – Flanker 3D em simulação de voo. (FONTE: https://www.digitalcombatsimulator.com) ETAPA 2 Fazia-se necessário uma listagem dos recursos necessários para a fabricação do protótipo. Os materiais necessários definidos foram: Impressora 3D. Filamento de PLA Adesivo de contato CASCOLA Massa plástica com catalisador Lixa para acabamento Tinta Conectores pneumáticos Ferramentas de controle e medição Boa parte destes recursos encontravam-se disponíveis para uso na universidade e o restante não demandava alto custo, tornando a prototipagem financeiramente possível. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS ETAPA 3 Definido o modelo de asa e os recursos necessários, o passo seguinte foi projeta-la com um dimensionamento adequado de montagem no túnel de vento, conservando-se ao máximo as proporções e geometria da asa da aeronave. A técnica utilizada foi a modelagem de uma vista plana do extradorso em plataforma CAD 2D. A imagem 10 ilustra o projeto do desenho técnico 2D. FIGURA 10 – Projeto técnico base 2D. (FONTE: Própria) Os pontos de pressão não estão indicados como intradorso 1 e 2-parte inferior da asa e extradorso 1 e 2-parte superior da asa. Não há norma ou indicação devida a posição dos pontos de pressão na asa, é proposto a posição conveniente para o estudo específico. Foi definido estes pontos nas respectivas posições pois são pontos importantes tendo como meta acompanhar o escoamento do ar sobre a asa, um sendo mais próximo do acoplamento e outro na parte intermediária da asa, os dois próximos ao bordo de ataque. Com o esboço das entidades representando o contorno externo e detalhes construtivos da asa já em escala real de impressão o próximo passo foi a criação da peça no solidworks, a escolha do programa se deu por conta que o mesmo exporta o sólido no formato qual o software da impressora 3D realiza leitura do trabalho e também pela versatilidade do programa, conforme imagem 11 abaixo. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 11 – Projeto técnico base 3D. (FONTE: Própria) ETAPA 4 Com o projeto feito já era possível a impressão 3D da asa. Os parâmetros de impressão utilizados foram os seguintes: 60% de preenchimento, modo de impressão interno e externo retilintar-esta estratégia de impressão se deu por conta de uma economia de tempo, de forma que o preenchimento garantisse a robustez da asa sem demandar muito tempo e também gasto excessivo de material, basicamente reduzindo o preenchimento em modo retilíneo (camada por camada em xadrez). Avanço de operação 100% da velocidade possível. Temperatura de 190ºC na extrusora e 60ºC na mesa, que é a temperatura ideal para o material de impressão, PLA. O tempo de impressão foi de aproximadamente 12 horas e o resultado foi satisfatório, com exceção da rugosidade, a qual previsto e já definida a necessidade de retrabalho para redução qualitativamente da mesma. ETAPA 5 Na decorrente etapa foi justificada a melhoria do acabamento com aplicação massa plástica corrida na superfície da peça, conforme imagem 12 abaixo. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 12 – Asa final com aplicação de massa corrida plástica. (FONTE: própria) Em uma espécie de ajustagem, lixou-se e pintou-se posteriormente, obtendo-se uma rugosidade máxima de 9,2 Rz, fazendo-se uma análise qualitativa desta rugosidade, conclui-se que é adequada ao experimento compreendendo que, no contexto industrial é assumido a rugosidade máxima para perfis brunidos o valor de 12 Rz, deste modo, pode-se afirmar que o acabamento superficial da peça está equiparado ao um perfil brunido, onde a rugosidade é primordial e baixa como uma camisa para cilindro pneumático por exemplo. Tendo um valor escalar de 12 um referencial satisfatório. Segue imagens abaixo dos resultados obtidos. NOTA RZ: Rugosidade média analisando 5 medições. Valor atribuído exclusivamente para analogia com outras aplicações em que qualitativamente teríamos a convicção de não comprometimento nos testes. Seguindo o processo, segue imagem 13 de asa durante a pintura e logo em seguida uma foto, imagem 14 da asa finalizada, foto essa tirada logo após os experimentos. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 13 – Asa final com aplicação de massa corrida plástica. (FONTE: própria) FIGURA 14 – Asa final com aplicação de massa corrida plástica. (FONTE: própria) Com a asa pronta, conforme projetada era possível realizar os experimentos práticos no túnel de vento, onde foi analisado diversos pontos interessantes acerca do escoamento do ar sobre o perfil, destacados e comentados na próxima etapa. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS ETAPA 6 Com a asa montada no túnel de vento foi realizado o ensaio e com a variação no ângulo de ataque foi anotado a pressão em mmca e também em Pa e a partir disto, calculado o diferencial de pressão em cada ponto de tomada, pontos estes denominados: extradorso 1, extradorso 2, intradorso 1 e intradorso 2 indicados na figura 10. Resultados obtidos na tabela 1: Tabela 1: Dados do ensaio em túnel de vento. Ângulo de ataque [°] Extradorso 1 [mmca] Extradorso 2 [mmca] dp Extradorso [mmca] dp Extradorso [Pa] Intradorso 1 [mmca] Intradorso 2 [mmca] dp Intradorso [mmca] dp Intradorso [Pa] 0 157 157 0 0 153 124 29 284 10 202 188 14 137 114 97 17 167 20 251 212 39 382 65 74 -9 -88 30 253 206 47 461 60 78 -18 -177 40 244 214 30 294 72 72 0 0 50 247 222 25 245 69 65 4 39 FONTE: Própria A partir desta tabela foi criado o gráfico 1, ilustrado logo abaixo que compara o diferencial de pressão entre os pontos 1 e 2 do extradorso e dos pontos 1 e 2 do intradorso, pressão. Gráfico 1: Diferencial de pressão extradorso-intradorso. FONTE: Própria No gráfico 1 percebe-se que o diferencial de pressão se comporta de maneira inversamente proporcional no intradorso e extradorso da asa. Deve-se ao fato de o perfil da TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS asa proporcionar a maior diferença de pressão no intradorso no ponto 0 e conforme varia o ângulo de ataque positivamente, aumenta-se também a pressão exercida em todo o extradorso da asa, fazendo com que o diferencial diminua. É importante salientar que o manômetro em U do túnel de vento é indicado para diferencialde pressões, pois ao avaliar a pressão em único ponto, quanto menor o valor indicado, maior é a pressão, visto que, a força do ar no local pressionado ira afastar o liquido expositivo da mangueira, fazendo com que o valor indicado no ponto de maior pressão seja menor. Segue imagem xx da asa finalizada. Na tabela 2 abaixo, os dados foram rearranjados para gerar um gráfico de análise do diferencial de pressão entre os pontos 1 e 2, ou seja, comparar o comportamento aerodinâmico a partir da diferença de pressão entre o ponto 1 do extradorso com o ponto 1 do intradorso e o mesmo método para o ponto 2. Tabela 2: Diferencial de pressão 1 e 2. Ângulo de ataque [°] Extradorso 1 Intradorso 1 dp 1 [mmca] dp 1 [PA] Extradorso 2 Intradorso 2 dp 2 [mmca] dp 2 [PA] 0 157 153 4 39 157 124 33 324 10 202 114 88 863 188 97 91 892 20 251 65 186 1824 212 74 138 1353 30 253 60 193 1893 206 78 128 1255 40 244 72 172 1687 214 72 142 1393 50 247 69 178 1746 222 65 157 1540 FONTE: Própria A partir desta tabela foi criado o gráfico 2, que ilustra a comparação entre os diferenciais de pressão nos pontos 1 e 2. Grafico 2: Gráfico 2: Diferencial de pressão em ambos pontos 1 e 2. FONTE: Própria TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS No gráfico 2 é perceptível que até 20° de ângulo de ataque o comportamento é proporcional entre os pontos comparados, mas a partir dos 30° o escoamento dos pontos 1 e 2 não são mais proporcionais devido ao ponto de estol, ou seja, o escoamento do ar ao longo da asa deixa de acompanhar sua geometria, isto não impacta no diferencial do intradorso- extradorso, porem ao se analisar o diferencial entre os pontos nota-se o impacto deste fenômeno. NOTA ESTOL: Perda de sustentação da asa causada após o ângulo de ataque máximo. Momento onde o ar se desprende totalmente do extradorso e ou intradorso. Na tabela 3 os dados foram novamente ajustados para gerar um gráfico de comparação entre as pressões no intradorso e extradorso. Tabela 3: Pressões individuais intradorso-extradorso. Ângulo de ataque [°] Extradorso 1 [mmca] Intradorso 1 [mmca] Extradorso 2 [mmca] Intradorso 2 [mmca] 0 157 153 157 124 10 202 114 188 97 20 251 65 212 74 30 253 60 206 78 40 244 72 214 72 50 247 69 222 65 FONTE: Própria A partir desta tabela foi gerado o gráfico 3, que ilustra o comportamento aerodinâmico no intradorso e extradorso, desta vez, tendo como referência a pressão em cada ponto. Grafico 3: Gráfico 3: Pressões na asa. FONTE: Própria TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS Antes da análise do grafico é valido lembrar novamente que devido ao sistema de medição do manometro em U, os pontos onde há maior pressão demonstram um valor menor na leitura, ou seja, onde há decaidas no grafico, há aumento na pressão e o inverso para subidas. Nota-se que conforme varia positivamente o ângulo de ataque a pressão no intradorso tem uma tendencia de aumentar e no extradorso diminuir, isto é extremamente positivo para a situação de voo, pois ao aumentar-se o ângulo de ataque simula-se uma decolagem e neste caso é benefico que haja uma maior pressão no intradorso que no extradorso, proporcionando menor resistencia aerodinamica as manobras da aeronave. Em uma breve análise comparativa com a asa já instala, obteve-se os seguintes resultados comentados logo abaixo. Tabela 4: Pressões individuais intradorso-extradorso de asa instalada. Ângulo de Ataque [°] Extradorso central [mmca] Intradorso central [mmca] 0 148 137 10 181 102 20 185 97 30 193 87 40 217 67 50 230 55 Na tabela 4, que gerou o gráfico 4 logo em seguida, é demonstrado a curva de acordo com as pressões da asa já instalada com um ponto de tomada de pressão próximo ao da asa projetada. A ideia foi demonstrar que apesar das diferenças de geometria e perfil, o ‘desenho’ característico formado pela curva apresenta uma acentuação próxima ao obtido da asa projetada, mostrando que a influência aerodinâmica do ar sobre a asa é relativamente esperada, porém com suas particularidades motivadas pelo perfil. Gráfico 4: Demonstração de curva-efeito de asa existente. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma breve consideração final sobre a definição da força de arrasto e sustentação. Durante o decorrer do trabalho, os estudos para encontrar os valores de sustentação e arrasto foram concentrados utilizando do sistema NACA Airfoil. NOTA NACA: Antiga Nasa, passou a ser Nasa em 1958, Sistema NACA: norma que caracteriza perfis de aerofólios em geral. Vide logo ilustrado em figura 15. FIGURA 15 – Logo NACA. (FONTE: https://www.nasa.gov/topics/aeronautics/features/naca_95_anniversary.html) É iniciada a consideração demonstrando a fórmula definida para força de sustentação e ou arrasto. (Utilizarei apenas o termo de sustentação no texto para demonstrar a análise). (2) Onde: Cl = coeficiente de sustentação Ρ = densidade do ar [ kg/m³] V = velocidade do escoamento [ m/s] C = corda média [m] S = Área da asa [m²] Uma das variáveis de maior importância para definição do valor é o coeficiente de sustentação, que é fornecido pelo sistema NACA, que funciona da seguinte maneira: NACA sendo uma norma que fornece informações técnicas sobre as dimensões de determinados perfis, disponibiliza o valor do coeficiente padronizando os perfis em 4 até 7 dígitos que condizem sobre a particularidade das dimensões do perfil, ilustrando curvas características do valor do coeficiente em relação ao ângulo de ataque, são várias curvas, uma para cada intervalo do valor do número de Reynolds. E faz total sentido pois o Reynolds é quem caracteriza o fluído a ser escoado sobre o perfil, então precisa-se identificar o Reynolds a fim de identificar a curva característica para que em qual determinado ângulo de ataque encontrar o coeficiente. L = V² TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS Para tal demonstração, foi utilizado dados de um website (http://airfoiltools.com) em que mantém uma base de dados ilustrativa do sistema NACA. Segue figura 16 abaixo de um perfil encontrado com as medidas próximas ao perfil da asa projetada. FIGURA 16 – Aerofólio NACA2408 . (FONTE: http://airfoiltools.com/airfoil/details?airfoil=naca2408-il) Adotando NACA2408 como a asa projetada, é disponibilizado as cores das curvas para os seguintes valores de Reynols ilustrados na figura 17 logo abaixo. FIGURA 17 – Cores das curvas em relação ao número de Reynolds . (FONTE: http://airfoiltools.com/airfoil/details?airfoil=naca2408-il) Ado Com o Reynolds identificado junto a cor da curva é seguido para análise gráfica, ilustrada na figura 18 logo abaixo. http://airfoiltools.com/airfoil/details?airfoil=naca2408-il http://airfoiltools.com/airfoil/details?airfoil=naca2408-il TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS FIGURA 18 – Curva característica Coeficiente de sustentação x ângulo de ataque . (FONTE: http://airfoiltools.com/airfoil/details?airfoil=naca2408-il) Definindo um ângulo de ataque, obtém-se o valor do coeficiente de sustentação. Dando continuidade à consideração, já com o valor do coeficiente de sustentação, de uma certa forma estimado, pois não seria exatamente o perfil de nossa asa, e sim próximo as medidas, o próximo passo seria obter a s outras variáveis como densidade do ar, velocidade de escoamento (também precisaria ser estimada) e consequentemente chegar ao valor de força de sustentação. Não seria conveniente documentar os valores obtidos como forma de resolução de problema, pois de certa maneira está sendo estimados dados de variáveis inexatas. Também não seria conveniente utilizar do sistema NACA para documentartal cálculo num artigo técnico, pois o mesmo não existe desde 1958. Não é dúvida a veracidade dos dados do sistema, pois foi utilizado como base para pesquisas aeronáuticas durante os primórdios de pesquisas relacionadas sobre o tema, porém não existe hoje, os sites que o fornece são não-oficiais, pois em 1958 não existia computador para tal publicação. O que fica é o método de estudo e análise, a rica base de dados ilustradas e convertidas digitalmente para quem busca sobre o tema. http://airfoiltools.com/airfoil/details?airfoil=naca2408-il TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS CONCLUSÕES • A Universidade São Francisco, no que diz respeito à laboratórios e equipamentos, possui potencial de exploração, tendo em vista, a possibilidade de construção de novos recursos com o uso dos equipamentos já instalados no campo. • O perfil que apresentou maior diferencial de pressão entre extradorso e intradorso, foi o projetado devido à sua geometria semelhante a de um avião militar de maior performance e seu perfil menos espesso. • Os testes foram relativamente fáceis de conduzir e com os dados obtidos foi mostrado que pode-se fazer uma serie de analises referente a um voo real. • Semelhança dimensional dos perfis do experimento com perfis reais de aeronaves (comportamento fluidodinâmico semelhante) permitiram uma experiência condizente a realidade; • Possibilidade de estudo aerodinâmico de perfis com custos reduzidos na fabricação e ensaio experimental (túnel de vento). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, John D., Fundamentals of Aerodynamics. 5ª Edição, Pennsylvannia. McGraw Hill Education, 2010. BAALS, Donald D., CORILISS, Willian R., Wind Tunnels of NASA. 1ª Edição. Washington D.C. NASA, 1981. BRAGA, Danilo de Souza. Metodologia para o Desenvolvimento e Análise Estrutural de um Aeromodelo. 2011. 178f. Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Pará-Instituto de Tecnologia, Belém. FERRO, Felipe Daniel. Instrumentação de túnel de vento para levantamento experimental de coeficientes de sustentação e arraste em perfis de asa. 2008. 56f. Curso de Engenharia Mecânica Automação e Sistemas, Universidade São Francisco, Itatiba. FOX, Robert W., Mc DONALD, Alan T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Dois S.A., 1981. HOMA, Jorge M., Aerodinâmica e Teoria de Voo-Noções Básicas. 30ª Edição. São Paulo. Editora ASA, 2011. HOUGHTON, Edward L., Aerodynamics for Engineering Students. 6ª Edição. Waltham. Elsevier, 2013. RODRIGUES, Luiz E. M. J. Fundamentos da Engenharia Aeronáutica com Aplicações ao projeto SAE-AeroDesign: Aerodinâmica e Desempenho. 1ª Edição. Salto. Edição do Autor, 2014. SHEVELL, Richard S., Fundamentals of Flyght. 2ª Edição. Englewood Cliffs. Prentice-Hall, 1989. TRABALHO DE GRADUAÇÃO – ENGENHARIAS STREETER, Victor L., VENNARD, John K., Elementos de Mecânica dos Fluídos. 5ª Edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Dois, 1978. VIEIRA, Leandro Franciscon. Avaliação experimental dos coeficientes de arraste e sustentação em perfis de asa usando túnel de vento. 2004. 24f..Curso de Engenharia Mecânica Automação e Sistemas, Universidade São Francisco, Itatiba. Características do estol nas asas das aeronaves. Revista Eletrônica AeroDesign Magazine, São Paulo, v. II, 2010 – Seção Artigos Técnicos.
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