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Direito Empresarial – 2º Bimestre Propriedade Industrial - Sistema criado para garantir a propriedade ou exclusividade resultante da atividade intelectual nos campos industrial, científico, literário e artístico - São bens integrantes da propriedade industrial: a invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca. O direito de exploração com exclusividade dos dois primeiros se materializa no ato de concessão da respectiva patente (documentado pela “carta-patente”); em relação aos dois últimos, concede-se o registro (documentado pelo “certificado”). A concessão da patente ou do registro compete a uma autarquia federal denominada Instituto Nacional da Propriedade Industrial — INPI. Tipos Proteção – Propriedade Intelectual: Direito Autoral – Lei 9.610/1998. Direito de Propriedade Industrial – Lei 9.279/1996 (LPI) Patente: > Invenção > Modelo de Utilidade Marca Desenho Industrial Indicações Geográficas: > Indicação de Procedência > Denominação de Origem Concorrência Desleal Outros tipos de Proteção: Software – Lei 9.609/1998. + Derivada do Direito Autoral Proteção de Cultivares – Lei 9.456/1997. Proteção à Topografia de Circuitos Integrados (Mask Works) – Lei 11.484/2007 Patente - Título de Propriedade Temporária sobre uma Invenção (PI) ou Modelo de Utilidade (MU), outorgados pelo Estado aos inventores ou empresas, que passam a possuir direitos exclusivos sobre a criação. - Criação de produtos e processos de fabricação ou; - Aperfeiçoamento de produtos e processos já existentes. - Ter a patente de um produto significa ter o direito de impedir terceiros de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar sem o seu consentimento, (I) o produto objeto de patente ou (II) processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado. O titular da patente poderá conceder licença de sua patente a terceiros, mediante remuneração ou não - Tendo inventando um produto ou processo, pode pedir a patente no INPI - O inventor — ou o criador de modelo de utilidade —, se pretender patentear sua invenção, deve estar atento ao fato de que todos passarão a ter conhecimento das inovações que realizou, em seus detalhes. Providência essencial do procedimento administrativo de concessão da patente é a publicação do pedido, bem como o irrestrito acesso dos interessados ao relatório descritivo, reivindicações, resumo e desenhos correspondentes (LPI, art. 30). A publicação, pelo órgão oficial do INPI (a Revista da Propriedade Industrial), ocorrerá no prazo máximo de 18 meses, a contar do depósito do pedido ou da data da solicitação de prioridade mais antiga. Essa providência, que somente não existe na hipótese de invenção de interesse à defesa nacional (LPI, art. 75), é indispensável para que os demais titulares de patente possam eventualmente se opor a pretensões lesivas aos seus direitos, e os inventores em geral possam reorientar suas pesquisas. Tipos de Patentes: Patente de Invenção: descreve tecnologia - Invenção ≠ Descoberta - Materialização de uma ideia - Solução técnica de uso industrial - Produz um efeito técnico novo em uma determinada área tecnológica - A alteração será considerada invenção quando for independente; e modelo de utilidade quando acessória de uma invenção - Em razão da dificuldade em definir invenção, o legislador prefere se valer de um critério de exclusão, apresentando uma lista de manifestações do intelecto humano que não se consideram abrangidas no conceito (LPI, art. 10) Patente de Modelo de Utilidade: descreve objeto - Forma ou estrutura ou sua combinação que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação - Aplicação na área de mecânica - Os recursos agregados às invenções, para, de um modo não evidente a um técnico no assunto, ampliar as possibilidades de sua utilização, são modelos de utilidade - Para se caracterizar como modelo de utilidade, o aperfeiçoamento deve revelar a atividade inventiva do seu criador. Deve representar um avanço tecnológico, que os técnicos da área reputem engenhoso. Se o aperfeiçoamento é destituído dessa característica, sua natureza jurídica é a de mera “adição de invenção” + Havendo dúvidas acerca do correto enquadramento de uma criação industrial — se invenção ou modelo de utilidade —, e não existindo critério técnico de ampla aceitação capaz de eliminá-las, deve-se considerar o objeto uma invenção. Como a lei preceitua o conceito de modelo de utilidade, mas não o de invenção, a criação industrial que não se puder enquadrar com certeza no primeiro (ou em outra categoria do direito industrial), deve-se considerar enquadrado no segundo. Requisitos: Novidade (para a PI e MU): - Uma invenção atende ao requisito da novidade se é desconhecida dos cientistas ou pesquisadores especializados. Se os experts não são capazes, pelos conhecimentos que possuem, de descrever um objeto, o primeiro a fazê-lo será considerado o seu inventor Critério absoluto: > Não pode estar no estado da técnica. > Perde quando o objeto se tornar acessível ao público: • Em qualquer parte do mundo • Por qualquer forma de divulgação - escrita, oral ou uso • Antes do depósito do pedido de patente + Período de Graça: período de 12 meses anterior ao depósito do pedido de uma patente, no qual o titular da patente pode divulgá-la sem ter problemas com a incidência do art. 12, LPI, ou seja, sua divulgação antes da data do depósito não configurará “estado da técnica” quando do julgamento do pedido + O INPI pode exigir declaração do inventor relativo à divulgação, acompanhada de provas ou não, indicando a forma, local e data de ocorrência da divulgação + Não são todos os países que concedem essa exceção Atividade Inventiva (PI): Art. 13, LPI. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica - Para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia o objeto de proteção - Aquele com mediana experiência e conhecimento - Para ser patenteável, a invenção, além de não compreendida no estado da técnica (novidade), não pode derivar de forma simples dos conhecimentos nele reunidos. É necessário que a invenção resulte de um verdadeiro engenho, de um ato de criação intelectual especialmente arguto Ato Inventivo (MU) Art. 14, LPI. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica Aplicação Industrial (PI e MU): Art. 15, LPI. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria - Objeto for passível ou capaz de ser fabricado ou utilizado em qualquer tipo/gênero de indústria - Inclusive nas indústrias agrícolas e extrativas e nas de produtos manufaturados ou naturais Regras Gerais: Art. 10, LPI. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; II - concepções puramente abstratas; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; V - programas de computador em si; VI - apresentação de informações; VII - regras de jogo; VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais. Art. 18, LPI. Não são patenteáveis: I - o que for contrário à moral, aos bons costumese à segurança, à ordem e à saúde públicas; II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais. - Prazo de vigência da Patente: > Patente de Invenção: 20 anos a partir da data de depósito e pelo menos 10 anos de vigência após a concessão > Patente de Modelo de Utilidade: 15 anos a partir da data de depósito, pelo menos 7 anos de vigência após a concessão + Após o transcurso desse período a patente cai em domínio público, estando apta para ser usada por toda a sociedade, incentivando o inventor a prosseguir na pesquisa de aperfeiçoamentos, bem como estimular seus concorrentes Benefícios: - Monopólio - Durante o prazo de vigência da patente, o titular tem o direito de excluir terceiros, sem sua prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, comercialização, importação, uso, venda, etc. (INPI) - Amortização do capital investido - Tempo para aprimoramento da invenção visando à inovação - Maior poder de negociação - Marketing empresarial Contrapartida: - Obrigatoriedade de revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente à sociedade Depósito no Brasil - Site do INPI: www.inpi.gov.br - Antes de pedir a patente é necessário verificar/buscar se ninguém desenvolveu algo parecido com a invenção ou modelo de utilidade. O INPI só poderá conceder a patente se não houver produto ou processo semelhante - Se após realizar buscar for verificado que a invenção ou modelo de utilidade são diferentes do que já existe, inicia-se o pedido + O pedido de patente é composto pelos seguintes documentos: > Relatório descritivo > Quadro reivindicatório > Resumo > Desenhos > Listagem de sequências (para pedidos da área biotecnológica) - Tendo os documentos para o depósito, o próximo passo será o pagamento de taxas + Para o pagamento de taxas é necessário: > Fazer cadastro no e-INPI > Emitir e pagar a Guia de Recolhimento da União (GRU) > Preencher o formulário online no sistema e-Patentes - O pedido passará por diferentes etapas que podem ser resumidas assim: Depósito do pedido > Exame Formal > Publicação do Pedido > Exame Técnico > Decisão + Em cada uma dessas etapas, novos documentos podem ser exigidos, por isso é importante a Revista da Propriedade Industrial para acompanhar o andamento do pedido e não perder prazos - Extinção da patente (art. 78, LPI): > Pela expiração do prazo de vigência; > Pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; > Pela caducidade; > Pela falta de pagamento da retribuição anual, nos prazos previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e > Pela inobservância do disposto no art. 217. Negociação - Contrato de cessão: Envolve a transferência da titularidade, devendo respeitar o disposto no art. 58 e 59 da LPI + A remuneração e prazo são estabelecidos no contrato - Contrato de licença: > Voluntária > Compulsória: é a exploração efetiva, por terceiros, do objeto de patente regularmente concedida pelo INPI http://www.inpi.gov.br/ - O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente, entre outras razões elencadas no art. 68 da LPI, devido a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto - A licença compulsória somente será requerida depois de decorrido 3 anos da concessão da patente + O requerente deve ter interesse legítimo, capacidade técnica e econômica para realizar a exploração efetiva do objeto - A licença compulsória pode ser apresentada de duas formas: > Licenças de interesse privado: podem ser apresentadas por abuso de direito ou poder econômico > Licenças de interesse público: têm como finalidade atender situações de emergência nacional ou de interesse público, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade. Poderá ser concedida de ofício licença compulsória para exploração da patente, temporária e não exclusiva, sem prejuízos dos direitos do respectivo titular Depósito no Exterior - A patente é válida apenas nos países onde foi requerida e concedida sua proteção. Cada país é soberano para conceder ou não a patente, independentemente da decisão em outros países sobre pedidos de patentes, depositados nos mesmos, ou seja, patentes correspondentes – art. 4º da Convenção da União de Paris (CUP) - O depósito de pedido no INPI protegerá seu invento apenas no Brasil. Em outras palavras, concorrentes e outros países poderão produzir, colar à venda, vender, importar e exportar essa tecnologia. Via de regra, é necessário efetuar um depósito de pedido de patente em cada país onde se quer proteção e atentar a legislação desse país - Existe um tratado que visa facilitar o depósito de pedidos em mais de um país: o Acordo em Matérias de Patentes/ Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT). Ou seja, a depender da forma como se deposita, o processo de patente pode ser nacional ou internacional - O PCT trata de um depósito internacional, sendo que, após determinado período, será entrar na fase nacional em cada país no qual se deseja a proteção e atender a legislação local. Em outras palavras, existe um depósito internacional, mas não existe uma patente mundial + Prioridade unionista (art. 16, LPI): Se alguém tem uma patente depositada em um país e decide estendê- la a um outro, estando dentro do período de 12 meses assegurado por lei, é possível requerer o pedido na fase nacional em outro país pedindo que corra junto a data do primeiro pedido. Ex.: 1º registro no Brasil em 17/06/2019 e requer a patente nos EUA em 16/06/2020 com a prioridade unionista do Brasil > o pedido nos EUA terá como data inicial a mesma no Brasil + Observar o art. 17, LPI – Prioridade interna Marcas - Marca é um sinal distintivo cujas funções principais são identificar a origem e distinguir produtos ou serviços de outros idênticos, semelhantes ou afins de origem diversa - De acordo com a legislação brasileira, são passíveis de registro como marca todos os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais (Art. 122, Lei da Propriedade Intelectual) + Sinais sonoros, olfativos, gustativos e táteis não são aceitos – limites técnico-burocráticos. Ex.: plim plim da Rede Globo + Os signos não visuais são tutelados pela disciplina jurídica da concorrência, na medida em que sua usurpação sirva de meio fraudulento para desviar clientela - Características Básicas: > Requerida por pessoa Física ou Jurídica que exerça atividade compatível com o produto ou serviço vinculado à marca > Não enganosa > Não incidente em nenhuma proibição legal (Art. 124 da LPI) Natureza das Marcas: - Quanto à sua natureza, as marcas são classificadas da seguinte maneira: Marca de Produto: - Utilizada para distinguir o produto de outros idênticos, semelhantes ou afins, de origem diversa - Apple, OMO, JBL Marca de Serviço: - Utilizada para distinguir o serviço de outros idênticos, semelhantes u afins, de origem diversa - GOL, Itáu, Unicuritiba + Art. 123, LPI Marca de Certificação: Art. 123, II, LPI: “aquela usada para atestar a conformidade de um produtoou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada” - Atesta a conformidade de produto ou serviço a normas ou especificações técnicas Marca Coletiva: Art. 123, III, LPI: “aquela usada para identificar produtos ou serviços providos de membros de uma determinada entidade” + As marcas coletivas e de certificação são de identificação indireta. Possuem o traço comum de transmitirem ao consumidor a informação de que o produto ou serviço possui uma qualidade destacada, especial, acima da média; seja porque o empresário que os fornece participa de uma conceituada associação empresarial (a marca coletiva), seja porque foram atendidos determinados padrões de qualidade (a marca de certificação) - A diferença entre a marca coletiva e a de certificação diz respeito à natureza do titular do registro. No caso da coletiva, o titular será sempre uma associação empresarial, ou seja, uma entidade, sindical ou não, que congrega os empresários de determinado produto, ou de certa região, ou adeptos de uma específica ideologia (por exemplo, os empresários cristãos, os ecológicos etc.). No caso da marca de certificação, o titular não é uma associação empresarial, mas um agente econômico (normalmente, um empresário) cuja atividade é a de avaliar e controlar a produção ou circulação de bens ou serviços, desenvolvidas por outros agentes. O titular da marca de certificação, aliás, não pode ter direto interesse comercial ou industrial em relação ao produto ou serviço cuja conformidade ele atesta (LPI, art. 128, § 3º). Se o empresário pretende identificar seus produtos com uma marca coletiva ou de certificação, ele deverá consultar o respectivo regulamento de uso, registrado no INPI, para verificar se atende às condições nele estipuladas. Requerentes: Art. 128, LPI. Podem requerer registro de marca as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou de direito privado. § 1º. As pessoas de direito privado só podem requerer registro de marca relativo à atividade que exerçam efetiva e licitamente, de modo direto ou através de empresas que controlem direta ou indiretamente, declarando, no próprio requerimento, esta condição, sob as penas da lei. § 2º. O registro de marca coletiva só poderá ser requerido por pessoa jurídica representativa de coletividade, a qual poderá exercer atividade distinta da de seus membros. § 3º. O registro da marca de certificação só poderá ser requerido por pessoa sem interesse comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado Apresentação das Marcas: Nominativa: - É constituída por uma ou mais palavras no sentido amplo do alfabeto romano, compreendendo, também, os neologismos e as combinações de letras e/ou algarismos romanos e/ou arábicos - Compostas exclusivamente por palavras, que não apresentam uma particular forma de letras (por exemplo, Revista Direito de Empresa) Figurativa: - É constituída por desenho, imagem, figura ou qualquer forma estilizada de letra e número, isoladamente, bem como dos ideogramas de línguas tais como o japonês, chinês, hebraico, etc - Consistentes de desenhos ou logotipos (por exemplo, a famosa gravatinha da Chevrolet) Mista: - É constituída pela combinação de elementos nominativos e elementos figurativos ou de elementos nominativos, cuja grafia se apresente de forma estilizada - Palavras escritas com letras revestidas de uma particular forma, ou inseridas em logotipos (por exemplo, Coca-cola) Tridimensional: - É constituída pela forma plástica (entende-se por forma plástica, a configuração ou a conformação física) de produto ou de embalagem, cuja forma tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja dissociada de qualquer efeito técnico - Para determinados produtos, a forma serve como fator de distinção. Pense na caneta Bic ou na garrafa da Coca-cola. Eles apresentam formas eventualmente protegidas como desenho industrial, mas por sua distintividade também comportam proteção como marcas. A marca é tridimensional sempre que a forma do produto for um signo, ou, como diz a lei, um sinal distintivo (LPI, art. 122) Princípios Especialidade: - A proteção assegurada à marca recai sobre produtos ou serviços correspondentes à atividade do requerente, visando distingui-los de outros idênticos ou similares, de origem diversa - O registro vale para a classificação de produto ou serviço declarado no pedido de registro - Tem o objetivo de impedir a confusão entre os consumidores acerca dos produtos ou serviços disponíveis no mercado - Apresenta-se como exceção ao princípio da especialidade a proteção conferida às marcas consideradas de alto renome, protegidas em todos os segmentos mercadológicos, nos termos do art. 125 da LPI: "À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade" + Reconhecido o alto renome da marca, o INPI fará a anotação correspondente em seus cadastros e toda reprodução ou imitação da marca, suscetível de causar confusão ou prejuízo para sua reputação, será proibida Territorialidade: - O artigo 129 da LPI consagra o princípio da proteção territorial quando prescreve: “a propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as disposições desta lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional (...)” - A proteção conferida pelo Estado não ultrapassa os limites territoriais do país e, somente nesse espaço físico, é reconhecido o direito de exclusividade de uso da marca registrada - Apresenta-se como exceção ao princípio da territorialidade a proteção conferida à marca notoriamente conhecida, nos termos do art. 6 Bis da Convenção da União de Paris (CUP) - O Brasil compromete-se, na qualidade de signatário da Convenção, a recusar ou invalidar registro de sinal que constitua usurpação de marca regularmente protegida, via depósito ou registro, em outro país também membro da Convenção, quando esta for notoriamente conhecida no país, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil (art. 126 da LPI) Atributividade: - O uso exclusivo é adquirido pelo registro (art. 129, LPI) - Constitui-se exceção à regra o usuário de boa-fé que comprovar a utilização anterior, há pelo menos 6 meses, de marca idêntica ou semelhante para o mesmo fim, capaz de causar confusão ou associação indevida, nos termos do § 1º do Art. 129 da LPI Vigência da Marca: - Art. 133, LPI: 10 anos da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos. - Prioridade unionista: prevista na CUP e no art. 127 da LPI, permite que a data de prioridade do pedido no Brasil passe a ser a mesma do pedido/registro estrangeiro, desde que atendidas condições legais. + Requerimento em até 6 meses da data do primeiro depósito em país signatário da CUP. - Extinção ou perda dos direitos (art. 142, LPI): > Expiração do prazo de vigência; > Renúncia (total ou parcial); > Caducidade, quando (art. 143, LPI): > O uso da marca não tiver iniciado após 5 anos da concessão do registro; > O uso da marca tiver sido interrompido por mais de 5 anos consecutivos. > Falta de procurador qualificado e domiciliado no País. Distintividade (INPI) Sinais não distintivos: Enquadram-se neste grau os sinais formados por termos, expressões ou imagens que identificam o próprio produto ou serviço ou que são utilizados, no mercado, para descrever suas características. Também são considerados sinais não distintivos aqueles que, pela sua própria constituição, não são capazes de serem percebidos como marca pelo público-alvo Sinais sugestivos/evocativos: Sinais formados por elementos nominativos ou figurativos que sugerem ou aludem a características dos produtos ou serviços sem, entretanto, os descreverem diretamente. Embora guardem alguma proximidade conceitual com elementosdescritivos, não possuem relação imediata com os bens ou serviços que visam assinalar, sendo, portanto, passíveis de registro Sinais arbitrários: sinal cujo significado não possui relação conceitual com os produtos ou serviços que visam assinalar Fantasiosos: sinais formados sem qualquer significado intrínseco, ou seja, não retirados do vernáculo. Proibições – Art. 124 I - Brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação II - Letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva III - Expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimento dignos de respeito e veneração VI -Sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de prestação do serviço, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva VII - Sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda XX - Dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se revestirem de suficiente forma distintiva XIX - Reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia Desenho Industrial - Forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial (art. 95 da LPI) - O desenho industrial (design) é a alteração da forma dos objetos – design - A sua característica de fundo — que, inclusive, o diferencia dos bens industriais patenteáveis — é a futilidade. Quer dizer, a alteração que o desenho industrial introduz nos objetos não amplia a sua utilidade, apenas o reveste de um aspecto diferente Requisitos Aspecto ornamental: descartados os aspectos técnicos e funcionais. Novidade: Art. 96. O desenho industrial é considerado novo quando não compreendido no estado da técnica. § 1º. O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido, no Brasil ou no exterior, por uso ou qualquer outro meio, ressalvado o disposto no § 3º deste artigo e no art. 99. § 3º Não será considerado como incluído no estado da técnica o desenho industrial cuja divulgação tenha ocorrido durante os 180 (cento e oitenta) dias que precederem a data do depósito ou a da prioridade reivindicada, se promovida nas situações previstas nos incisos I a III do art. 12 - Um desenho industrial é novo quando não compreendido no estado da técnica. Os designers, evidentemente, conhecem os principais trabalhos realizados no campo do desenho industrial, bem como estão atentos às inovações apresentadas por seus colegas; dedicam-se, inclusive, a estudar peças clássicas, de modo a aprenderem com as soluções encontradas por seus autores. O conjunto de conhecimentos resultante das observações e estudos compõe o estado da técnica, legalmente definido como tudo que foi divulgado, por qualquer meio, até a data do depósito do pedido de registro Originalidade: Art. 97. O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores Parágrafo único. O resultado visual original poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos - A originalidade, por sua vez, é a apresentação de uma configuração visual distintiva, em relação aos objetos anteriores (LPI, art. 97). Algumas alterações no desenho registrado por outra pessoa podem significar novidade (já que não se encontram no estado da técnica); mas se não trouxerem para o objeto uma característica peculiar, que o faça perfeitamente distinguível dos seus pares, o registro não poderá ser concedido, em razão da falta de originalidade Fabricação industrial: Art. 98. Não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter puramente artístico Vigência Prazo de proteção (Art. 108) - 10 anos contados da data do depósito, prorrogáveis por mais 3 períodos sucessivos de 5 anos, até atingir o prazo máximo de 25 anos contados da data do depósito. - Alternativa para o tempo - marca Extinção: Art. 119. O registro extingue-se: I - pela expiração do prazo de vigência; II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; III - pela falta de pagamento da retribuição prevista nos arts. 108 e 120; ou IV - pela inobservância do disposto no art. 217 Desenho Industrial não Registrável - Contrário à moral e bons costumes, que ofenda honra ou imagem de pessoas, que atente contra a liberdade de consciência, crença, culto religioso, ideias e sentimentos dignos de veneração e respeito - Forma necessária comum ou vulgar do objeto, essencialmente determinada por considerações técnicas ou funcionais Registro do Desenho Industrial Art. 106. Depositado o pedido de registro de desenho industrial e observado o disposto nos arts. 100, 101 e 104, será automaticamente publicado e simultaneamente concedido o registro, expedindo-se o respectivo certificado. § 1º. A requerimento do depositante, por ocasião do depósito, poderá ser mantido em sigilo o pedido, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data do depósito, após o que será processado. Art. 111. O titular do desenho industrial poderá requerer o exame do objeto do registro, a qualquer tempo da vigência, quanto aos aspectos de novidade e de originalidade. Parágrafo único. O INPI emitirá parecer de mérito, que, se concluir pela ausência de pelo menos um dos requisitos definidos nos arts. 95 a 98, servirá de fundamento para instauração de ofício de processo de nulidade do registro. Dos crimes Contra os Desenhos Industriais Art. 187. Fabricar, sem autorização do titular, produto que incorpore desenho industrial registrado, ou imitação substancial que possa induzir em erro ou confusão. Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. Art. 188. Comete crime contra registro de desenho industrial quem: I - exporta, vende, expõe ou oferece à venda, tem em estoque, oculta ou recebe, para utilização com fins econômicos, objeto que incorpore ilicitamente desenho industrial registrado, ou imitação substancial que possa induzir em erro ou confusão; ou II - importa produto que incorpore desenho industrial registrado no País, ou imitação substancial que possa induzir em erro ou confusão, para os fins previstos no inciso anterior, e que não tenha sido colocado no mercado externo diretamente pelo titular ou com seu consentimento. Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa
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