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Defesa de estágio curricular para curso de técnico em agropecuária

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA - CAMPUS FREDERICO WESTPHALEN
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
RAÍSSA FACCO
Frederico Westphalen
2021
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA - CAMPUS FREDERICO WESTPHALEN
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
Trabalho apresentado como requisito para obtenção do título de Técnico em Agropecuária, do curso Técnico em Agropecuária Subsequente do Instituto Federal Farroupilha - Campus Frederico Westphalen.
Orientador: Joabel Tonellotto dos Santos
Frederico Westphalen
2021
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FARROUPILHA - CAMPUS FREDERICO WESTPHALEN
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
O Orientador, Professor Joabel Tonellotto dos Santos e a Estagiária, Raíssa Facco abaixo assinados, cientificam-se do teor do Relatório de atividades de Estágio, do Curso Técnico em Agropecuária Subsequente.
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO
Elaborado por Raíssa Facco como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Agropecuária.
	
___________________________
Joabel Tonellotto dos Santos (Orientador)
___________________________
Raíssa Facco (Estagiária)
Frederico Westphalen
2021
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1 Estagiário
1.1 Nome: Raíssa Facco 
1.2 Curso: Técnico em Agropecuária Subsequente 
1.3 Turma: 12 
1.4 Endereço: Linha São Dimas – Interior 
 1.5 Município e Estado: Cristal do Sul - Rio Grande do Sul
 1.6 CEP: 98368-000 
 1.7 Telefone: (55) 996331794
 1.8 E-mail: raissafacco25@hotmail.com
2 Empresa
2.1 Nome: Laticínio Stefanello LTDA
2.2 Endereço: Rua Humberto Possamai, nº 103 Distrito Industrial
2.3 Município e Estado: Rodeio Bonito - Rio Grande do Sul 
2.4 CEP: 98360-000 
2.5 Fone: (55) 3798-1587
2.6 E-mail: adm@laticiniostefanello.com.br
3 Estágio
3.1 Área de realização: Produção animal 
3.2 Coordenação do curso: Douglas Renato Muller 
3.3 Professor Orientador no Instituto Federal Farroupilha – Campus Frederico Westphalen: Joabel Tonellotto dos Santos
3.4 Supervisor de Estágio na empresa: Med. Vet. Guilherme Denis Franchini 
3.5 Carga horária total: 180 horas 
3.6 Data de início e término: 17/02/2020 a 05 /02/2021.
Sumário
1 INTRODUÇÃO	6
2 RELATO	7
2.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO	7
2.2 ATIVIDADES RELACIONADAS NO PLANO DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO	8
2.3 ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO	9
Atividades relacionadas com a bovinocultura de leite	9
2.4 Análises de qualidade de leite	10
2.4.1 Normativas 76 e 77	11
Armazenamento do leite	11
Transporte	12
Amostras de leite retirada pelo transportador	13
Amostras mensais para análise de qualidade de leite	14
Materiais necessários para a retirada da amostra	16
Métodos utilizados para retirada da amostra de leite	17
2. 5 Principais influenciadores de qualidade do leite	19
2.5.2 Teores de gordura e proteinas do leite	20
2.5.3 Contagem bacteriana total – CBT	21
2.6 Pagamento (remuneração) por qualidade de leite	24
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS	31
REFERÊNCIAS	32
1 INTRODUÇÃO
 Meu nome é Raíssa Facco. Moro na cidade de Cristal do Sul-RS e estou cursando o curso Técnico em Agropecuária Subsequente, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – IF Farroupilha Campus Frederico Westphalen. 
 O presente texto é o relato de minhas atividades, realizadas durante o estágio curricular supervisionado obrigatório na empresa Laticínios Stefanello, de Rodeio Bonito – RS. Esta empresa oferece aos produtores assistência técnica especializada para obtenção de leite com qualidade, para que a empresa produza e comercialize derivados lácteos com a garantia de alta qualidade. 
Escolhi o local por conhecer o trabalho realizado e por estar localizada próxima a cidade onde moro. Fui orientada pelo professor Joabel Tonellotto dos Santos e coorientada pela professora Mariane Martins Rapôso.
O objetivo geral deste estágio é sintetizar e contextualizar os conhecimentos teóricos e práticos aprendidos ao longo do curso Técnico em Agropecuária Subsequente, articulando-os com a experiência do estágio curricular supervisionado obrigatório, com vistas a criar as condições para a inserção no mundo do trabalho.
Já os objetivos específicos do meu estágio foram: (1) Auxiliar nas atividades propostas, visando a obtenção de bons índices produtivos e de qualidade do produto; (2) Acompanhar procedimentos para a retirada de amostras de leite das propriedades cadastradas na empresa Laticínios Stefanello, para realização de análises com o objetivo de buscar qualidade no produto; (3) Observar o trabalho desenvolvido na empresa referente às normativas 76 e 77, determinadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); (4) Realizar visitas de acompanhamento técnico nas propriedades cadastradas do Laticínio Stefanello; (5) Acompanhar assistência técnica na decorrência de problemas na propriedade; e (6) Observar manejos realizados nas propriedades para a obtenção da qualidade do leite. 
2 RELATO
2.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO 
O local que escolhi para realizar o meu estágio foi a empresa Laticínio Stefanello, fundada no ano de 2000 no município de Rodeio Bonito – RS. A empresa tem se destacado no ramo alimentício no processamento de leite, produzindo diferentes tipos de queijos e derivados. 
De acordo com o site oficial, a empresa conta com um processamento mensal de mais de 2 milhões de litros de leite, produzindo diferentes tipos de queijos que dão origem a uma vasta linha de produtos, com qualidade garantida. A distribuição destes produtos ocorre em todo o estado do Rio Grande do Sul, através da matriz em Rodeio Bonito e do centro de distribuição em Caxias do Sul.
A empresa possui agropecuária que disponibiliza assistência técnica de profissionais prestando serviços necessários para aproximadamente 500 produtores rurais integrados, junto aos quais faz o acompanhamento de toda a produção da matéria prima, o leite, tendo assim a certeza de sua origem, qualidade e integridade (figura 1).
A fábrica possui um laboratório para análises de leite, produtos de fabricação e produtos acabados. 
O setor da empresa na qual realizei as atividades propostas foi na agropecuária juntamente com o Médico Veterinário na assistência técnica e coletas de amostras de leite. 
Figura 1 - Indústria Laticínios Stefanello. Endereço: Rua Humberto Possamai, 103 - Distrito Industrial, Rodeio Bonito - RS, 98360-000
Fonte - Site da empresa (https://www.laticiniostefanello.com.br/imprensa/fotos)
2.2 ATIVIDADES RELACIONADAS NO PLANO DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO
No Plano de Atividades de Estágio, em diálogo com o orientador e o supervisor, foram planejadas as atividades listadas: 
1.	Auxiliar nas atividades propostas, visando a obtenção de bons índices produtivos e de qualidade do produto; 
2.	Acompanhar procedimentos para a retirada de amostras de leite das propriedades cadastradas na empresa Laticínios Stefanello, para realização de análises com o objetivo de buscar qualidade no produto; 
3.	Observar o trabalho desenvolvido na empresa referente às normativas 76 e 77, determinadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
4.	Realizar visitas de acompanhamento técnico nas propriedades cadastradas do Laticínio Stefanello; 
5.	Acompanhar assistência técnica na decorrência de problemas na propriedade;
6.	Observar manejos realizados nas propriedades para a obtenção da qualidade do leite.
2.3 ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO
Atividades relacionadas com a bovinocultura de leite
	Durante a realização do meu estágio, tive a oportunidade de acompanhar diversas visitas em propriedades cadastradas no LaticínioStefanello, em relação com a bacia leiteira e qualidade de leite.
A seguir, o quadro 1 apresenta as atividades realizadas durante a execução do estágio.
Quadro 1- Atividades realizadas durante a execução do estágio. 
	 ATIVIDADES REALIZADAS
	NÚMERO DE VEZES
	QUANTIDADE DE HORAS
	
	Acompanhamento na retirada de amostra de leite, para testes laboratoriais.
	Foram aprox. 350 amostras coletadas em 20 dias
	36 horas em 20 dias
	Acompanhamento de atendimentos na agropecúaria.
	Realizei 17 acompanhamentos em 28 dias
	40 horas em 28 dias
	Acompanhamento de visitas em propriedades com índice de CBT altos.
	Foram 9 propriedades acompanhadas em 20 dias
	40 horas em 20 dias
	Acompanhamento de visitas de casos clínicos de mastite.
	Foram 7 casos clínicos em 28 dias
	32 horas em 28 dias
	Acompanhamento em reuniões de planejamento semanal.
	Acompanhei 6 reuniões, nas segundas-feiras, no período de 28 dias
	24 horas em 28 dias
	Acompanhamento de pesagem com a fita com a fita métrica de vacas leiteiras.
	Realizei o acompanhamento em 2 propriedades, totalizando 23 animais.
	8 horas em 28 dias
	TOTAL
	 391 atividades
	180 horas
A partir das atividades presentes no estágio selecionei alguns temas para o desenvolvimento do relatório. As atividades escolhidas foram o acompanhamento nas visitas para retirada de análises de qualidade de leite, no qual acompanhei aproximadamente 350 amostras, em 20 dias e a partir disso irei citar alguns influenciadores para a qualidade do leite de acordo com as visitas realizadas. 
2.4 Análises de qualidade de leite
Durante a realização das atividades no meu estágio, acompanhei a retirada de amostras de leite para análises laboratoriais nas propriedades cadastradas do latícinio Stefanello. As amostras são enviadas para o laboratório SARLE – Serviços de Análises de Rebanhos Leiteiros, onde são comprovadas estarem ou não nos padrões exigidos pelas Normativas Brasileiras. 
As análises de leite são de grande importância, tanto para o produtor que terá conhecimento avançado do produto produzido na sua propriedade e é onde se consegue identificar problemas e falhas que acontecem na produção, indicando o que fazer, aonde e como corrigir pois é de extrema necessidade que os parâmetros sejam atingidos por se tratar de um ramo alimentício. Posteriormente, a empresa comercializará produtos com garantia de qualidade, chegando ao consumidor com excelência. 
A qualidade do leite é definida basicamente pela presença dos teores de proteína, gordura, lactose, sais minerais e vitaminas no leite, em determinados parâmetros que determinam a qualidade do produto. Ela pode ser influenciada por diversos fatores como alimentação, raça e principalmente o manejo de rotina.
 	O laticínio possui um coletor especializado, que realiza a coleta com cuidado e compromisso, para assegurar que não ocasione alterações nos resultados. 
Através dos acompanhamentos e visitas executadas pude constatar que seguindo os procedimentos adequados, para obtenção higiênica na ordenha, manejos corretos com os animais, controle de qualidade na indústria e com fiscalização, a qualidade do leite será excelente. 
2.4.1 Normativas 76 e 77
A IN 76 trata das características e da qualidade do produto na indústria. Na IN 77, são definidos critérios para obtenção de leite de qualidade e seguro ao consumidor e que englobam desde a organização da propriedade, suas instalações e equipamentos, até a formação e capacitação dos responsáveis pelas tarefas cotidianas, o controle sistemático de mastites, da brucelose e da tuberculose.
De acordo com as exigências das Normativas, se o produtor atingir problemas na qualidade do leite, numa média trimestral, e não houver a regulamentação, é exigida, por lei, que seja feito o descadastramento da propriedade pela empresa. 
Armazenamento do leite
A IN 77 permite dois tipos de sistemas: os resfriadores de expansão direta e/ou os resfriadores a placas. As condições de armazenamento são temperatura máxima de 4ºC . Todas as propriedades que tive a oportunidade de acompanhar possuiam refrigerador próprio de leite de expansão. 
Os sistemas de refrigeração devem ser dimensionados de modo a atingir 4°C em até 3h (figura 2). Em uma coleta de amostras foi registrada a ocorrência de problemas no refrigerador de uma propriedade, na cidade de Pinhal, onde o mesmo estava com temperaturas descontroladas extremamente baixas, ocorrendo o congelamento do leite, podendo assim ter alteração nos resultados do produto. Foi orientado o conserto urgente. 
Figura 2 – Temperatura do leite dentro do armazenamento equivalente a 3,4º C. 
O leite estava completando 1 dia no reservatório. 
Fonte – Elaboração própria
A normativa também estabelece que o leite deve ser coado antes de ser conduzido ao resfriador. Em acompanhamentos de retirada de amostras de leite percebi que algumas das propriedades não possuiam coador, ou já estava em condições de troca. Em uma propriedade específica, que me chamou atenção, o produtor utilizava um pedaço de pano com tecido fino para realizar esse procedimento. De acordo com o coletador, o proprietário já estava orientado sobre os problemas que poderia ter.
Transporte 
A refrigeração do leite no transporte da propriedade até o estabelecimento deverá ocorrer até a temperatura máxima de 7º C. 
Apenas para casos excepcionais, a temperatura no recebimento poderá ser de no máximo 9ºC. Essa condição permite maior flexibilização em casos de desastres naturais, obstrução de estradas ou qualquer outra situação que fuja do cotidiano. Também continua permitida a entrega de leite sem refrigeração desde que seja feita em até 2h após a ordenha.
A empresa Laticínios Stefanello possui caminhões exclusivos para a coleta de leite e conta com motoristas capacitados para realizar as análises prévias de qualidade para que não ocorra a coleta de produto impróprio. Eles ainda arrecadam uma amostra de referência de cada uma das propriedades para que a empresa possa realizar testes e rastreio em caso de ocorrência de desvios de qualidade de leite. 
Amostras de leite retirada pelo transportador
As análises diárias da recepção do leite cru refrigerado são as seguintes: 
- Análise do alizarol - tem o objetivo de estimar a acidez do leite que será analisado. A legislação determina que a concentração mínima alcoólica utilizada deve ser de, no mínimo, 72% para que o leite seja captado pelo caminhão de coleta. 
- Análise de neutralizantes de acidez:
Os principais químicos que adicionados ao leite atuam como inibidores de crescimento microbiano são a água oxigenada, antibiótico, formol, cloro e hipoclorito. Para químicos que atuam como neutralizantes de acidez são o bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio e soda. 
O médico veterinário relatou que já houve constatação de adição de água e soda no leite, quando as normativas não eram tão rígidas. E pensando nos problemas com resíduos de antibiótico no leite, depois de alguns produtores não respeitarem a carência necessária do produto, que como consequência tiveram que pagar toda a carga de leite afetada, gerando prejuízo e frustação, a empresa, com uma preocupação também com a saúde humana, desenvolveu uma forma de acabar/ diminuir problemas. Por exemplo: se o animal foi vacinado com um medicamento que possui 3 dias de carência, a empresa aconselha a deixar uma amostra de leite daquele animal identificado em um lugar visível, para o freteiro levar até o laboratório para análise se certificando que o antibiótico não apresenta mais carência. Em alguns latícinios esse teste precisa ser pago pelo produtor e tem limites de testes por mês. Como forma de garantia de sua realização, no latícinios Stefanello, as análises não tem limite e nem custo. 
- Análises de reconstituintes de densidade ou do índice crioscópico: 
Detecta a ocorrência de fraudes por adição de reconstituintes ao leite, sendo encontrada muitas vezes a presença de água, cloretos, sacarose e amido em leite pasteurizado. 
Amostras mensais para análise de qualidadede leite 
Na empresa Laticínios Stefanello, técnicos e médicos veterinários da empresa auxiliam os produtores de leite, monitorando as propriedades cadastradas onde prestam total apoio para capacitá-los em busca de um produto de qualidade e bem estar animal.
	Além das análises diárias, a IN 77 define quais análises devem ser feitas mensalmente pela Rede Brasileira de Laboratórios de Qualidade do Leite (RBQL).
-Contagem bacteriana deve ser no máximo de 300 mil unidades por ml; 
-Max 500 mil células somáticas por ml de leite cru refrigerado; 
O leite cru refrigerado deve atender aos seguintes parâmetros físico-químicos:
I - teor mínimo de gordura de 3,0g/100g (três gramas por cem gramas);
II - teor mínimo de proteína total de 2,9g/100g (dois inteiros e nove décimos de gramas por cem gramas);
III - teor mínimo de lactose anidra de 4,3g/100g (quatro inteiros e três décimos de gramas por cem gramas);
IV - teor mínimo de sólidos não gordurosos de 8,4g/100g (oito inteiros e quatro décimos de gramas por cem gramas);
V - teor mínimo de sólidos totais de 11,4g/100g (onze inteiros e quatro décimos de gramas por cem gramas);
O leite utilizado pela empresa é oriundo de propriedades cadastradas, analisado individualmente em atendimentos às legislações em vigor. Para incentivo, os produtores recebem bonificações por metas atingidas.
As análises que estão fora das normativas são destacadas (figura 3) e acompanhadas rigorosamente, para que o produtor se regularize conforme as exigências dadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. São utilizadas médias de três meses para regularização de resultados, caso contrário a propriedade é descadastrada do laticínio. 
Figura 3- Resultado de análise de uma propriedade cadastrada. 
Destaque de resultado fora do padrão. O valor mínimo exigido nas normativas 76, 77 é de que o valor referêncial de gordura é 3,0 e a análise realizada do produto atingiu 2,8, já o valor máximo de CCS é de 500 mil células somáticas por ml de leite cru refrigerado e a amostra atingiu 886 mil células, o que ocasionou em uma queda na e qualidade de leite. 
Fonte - Elaboração própria.
De acordo com os acompanhamentos de visitas, observei que os produtores de leite têm dificuldade de manter uma rotina de manejo. Em uma propriedade, no interior do município de Novo Tiradentes, como exemplo, de acordo com as vistorias das notas houve uma detecção de CBT (contagem bacteriana total) alto, e por esse motivo realizamos uma visita para diagnosticar o que estava afetando na qualidade do leite. Foi detectado falta de produtos de limpeza dos equipamentos de ordenha, a falta do procedimento pós dipping e a utilização de toalha para secagem dos tetos. O produtor relatou que esquentava a água em temperatura de fervura e realizava a lavagem dos equipamentos com detergente . Algumas mangueiras estavam em condições de troca e havia poças de água suja na sala de ordenha nas figuras 4 e 5 a seguir, pode se observar alguns manejos incorretos usados. 
 
Figura 4- É possível visualizar um manejo incorreto no tarro, equipamento usado para armazenar o leite durante a ordenha, deve estar de “cabeça para baixo”, ou seja, inverso e ainda de forma suspensa para total saída de líquidos. 
Fonte- Elaboração Própria 
Figura 5- Teteiras penduradas de forma incorreta, impossibilitando a secagem e a saída total de líquidos retidos e poça de água suja na sala de ordenha, o que desenvolvia um local favorável as bactérias.
Fonte- Elaboração Própria 
A partir disso, pode se perceber o descuido e problemas no manejo, mesmo oferecendo ao produtor o conhecimento dos procedimentos corretos e orientações necessárias para a obtenção de bons resultados. 
Materiais necessários para a retirada da amostra 
· Frascos padronizados
Os frascos utilizados para a contagem de células somáticas e componentes são transparentes com a tampa vermelha e possuem no seu interior estabilizantes. Já para a contagem bacteriana são usados frascos transparentes, com a tampa azul. O frasco vem embalado por um plástico e só deve ser aberto ao retirar a amostra (figura 6).
Figura 6 - Frascos usados para a retirada de amostras de CCS - tampa vermelha e para CBT - tampa azul
Fonte - www.clinicadoleite.com.br
· Estabilizantes
Os estabilizantes são compostos químicos, tais como o citrato de sódio e o monofosfato de sódio, usados antes da ultrapasteurização do leite, para que as características originais do produto sejam mantidas. Os estabilizantes não são tóxicos e não devem ser manipulados.
· Materiais para a coleta 
Para a coleta de amostras pode ser utilizado coletor específico ou tipo concha, fabricados em inox, devidamente higienizados. Os materiais devem ser armazenados em locais adequados e, antes da sua utilização, devem ser limpos com álcool 70. Deve ser usado luvas descártaveis (figura 7).
Figura 7 – Limpeza realizada com álcool 70 do coletor 
utilizado para coleta da amostra do leite.
Fonte – Elaboração própria
Métodos utilizados para retirada da amostra de leite
Métodos utilizados antes da coleta
- Observar se há anormalidade no leite. Em caso de alterações não realizar a coleta e registrar a ocorrência. 
- O leite deve ser agitado para que ocorra a homogenização suficiente dos componentes, evitando erros de leitura. Há uma tendência natural de acúmulo dos glóbulos de gordura na superfície do tanque que podem alterar resultados. Por isso, deve ser ligado o sistema de agitação (figura 8).
- Verificar a temperatura do leite e registrar no formulário. 
Figura 8– Leite armazenado no resfriador em processo de agitação.
Fonte – Elaboração própria
		
Métodos utilizados para coleta 
- Após homogeinizar o leite, coletar amostra, transferindo primeiramente para os frascos CBT (figura 9) e, em seguida, o frasco CCS (figura 10), colocando a quantidade de leite suficiente para atingir a linha identificada no frasco.
6
Figura 9 – Coleta de amostra de leite para análise de CBT.
Fonte – Elaboração própria
Figura 10 – coleta de amostra de leite para análise de CCS.
Fonte – Elaboração própria
- Realizar a homogeneização da amostra, invertendo os frascos várias vezes, até a dissolução completa dos estabilizantes. 
- Anotar o código da propriedade cadastrada para identificação das amostras. 
- No caso, se existem mais que um armazenamento, deve ser transferidos quantidades de leite proporcionais de cada recipiente, procedendo a homogeneização. 
Métodos utilizados pós coleta
- Imediantamente após a coleta, as amostras de leite devem ser colocadas em uma caixar de isopor ou isotérmica contendo gelo suficiente para manter a caixar interna em, no máximo, 7 graus (figura 11).
- O período entre a coleta e a chegada das amostras no laboratório não deve exceder 96 horas e os laboratórios não devem receber amostras para análise com temperatura acima de 10ºC. As amostras não devem ser congeladas para que não haja alteração dos resultados das análises. 
Figura 11 - Caixa térmica com gelo para amostras de leite.
Fonte – Elaboração própria 
- Identificar os frascos das amostras com as etiquetas (figura 12).
Figura 12 - Etiquetação de amostras.
Fonte – Elaboração própria
- Em seguida é resfriado e encaminhado para o laboratório SARLE - Serviços de Análises de Rebanhos Leiteiros, no qual o latícinio está cadastrado. O laboratório possui um sistema de planilhas, onde todo mês é mandado as amostras. Toda a questão de descadastramentos de propriedades, já vem informado via SARLE. 
2. 5 Principais influenciadores de qualidade do leite 
2.5.1 Teor de CCS no leite 
As células somáticas do leite (CCS) compreendem o conjunto de células do sangue como linfócitos, neutrófilos e macrófagos, além de células epiteliais de descamação da própria glândula mamária. A IN 62 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento considera níveis satisfatórios de CCS aqueles abaixo de 500 mil cels/Ml. 
A CCS é influenciada por diversos fatores como época do ano, raça, estágio de lactação, número de lactações, estresse causadopor deficiências de manejo, problemas nutricionais, condições climáticas, mas especialmente pela presença de infecção intramamária. Ela é considerada a doença que mais onera a produção de leite.
Tendo como um dos principais parâmetros para qualidade de leite, a CCS deve ser controlada o mais breve possível. Além das perdas na produção de leite, a elevação da CCS contribui de forma negativa também com o aumento dos custos com tratamentos, durante a lactação, apresentando maior risco de contaminação do leite com resíduos, descarte de leite, alteração na composição do leite (diminuição da gordura, caseína e lactose no leite) e perda da bonificação no pagamento do leite pelo laticínio.
2.5.2 Teores de gordura e proteinas do leite 
De acordo com a legislação nacional com a IN 62 o teor de gordura a ser atingido deve ser no mínimo de 3,0g/100g (três gramas por cem gramas) para o leite ser passível de comercialização.
A gordura é o componente do leite de maior variabilidade, sendo influenciada pela genética dos animais, fatores ambientais e pelo manejo nutricional. Os valores normais para a gordura do leite variam de 3,7% (Holandesa) a 4,9% (Jersey). 
A nutrição é a principal ferramenta pela qual os produtores podem alterar a composição do leite, respondendo por até 50% da variação de seus teores de gordura e proteína. Deve se adotar uma mistura de volumosos (silagem, feno, capim verde picado) com concentrados (energéticos e protéicos), minerais e vitaminas. A quantidade de volumoso fornecido na dieta se refere basicamente na produçaõ média de leite produzido. O concentrado para vacas em lactação deve apresentar 18 a 22% de proteína bruta (PB) e acima de 70% de nutrientes digestíveis totais (NDT), na base de 1 kg para cada 2,5 kg de leite produzidos (figura 13). 
		
Figura 13 - Vacas na sala de alimentação. A propriedade utiliza a silagem na alimentação é fornecida de acordo com a produção média leiteira das vacas. A ração concentrada é utilizada com com 20% de proteina, juntamente com sal Mineral. A oferta de uma dieta balanceada mantém os índices de qualidade do leite.
Fonte- Elaboração Própria
Já em relação à proteína, o mínimo que o produtor deve atingir foi estabelecido teor mínimo total de 2,9g/100g (dois inteiros e nove décimos de gramas por cem gramas). A composição da proteína no leite pode ser afetada pelo estágio da lactação e pode diminuir quanto maior for o número de lactações da vaca. As raças das vacas também é um fator que influencia na proteína do leite variando de 3,1% (Holandesa) a 3,8% (Jersey).
2.5.3 Contagem bacteriana total – CBT
A contagem bacteriana total do leite cru (CBT) é o teste empregado para avaliação da qualidade microbiológica do leite. É um dos principais indicadores de qualidade do leite abordados nas IN 76 e IN 77com teor máximo de 300 mil unidades por ml. O resultado fornece indicação dos cuidados de higiene empregados na obtenção e no manuseio do leite na propriedade.
 Altas contagens indicam falhas na limpeza dos equipamentos, na higiene da ordenha ou problemas na refrigeração do leite e a qualidade da água utilizada durante estes processos. 
 Manejos que devem ser adotados para dimuniur o teor de CBT, de acordo com as recomendações vistas em visitas. 
- Sanitização do equipamento de ordenha: Antes de iniciar cada ordenha, deve-se circular no equipamento de ordenha com solução clorada ou água com temperatura em torno 75 ºC. Utilizar a mesma solução para a sanitização do tanque de expansão.
- Limpeza com detergente alcalino clorado: Deve ser realizada após cada ordenha para remoção dos compostos orgânicos do leite (gordura, proteína, lactose, etc).
 - Limpeza com detergente ácido: Deve ser realizada pelo menos 2 dias na semana, a recomendação ideal é de utilizar o acído alternando um dia sim e outro não , para remoção dos compostos inorgânicos do leite. 
A água utilizada com esses produto deve ser de boa qualidade e com temperatura de 75ºC. Se estiver fria ou fervida, o produto não terá a mesma eficácia. Para a limpeza do tanque de expansão, pode ser usado o detergente alcalino clorado ou detergente espumante neutro. 	
Em uma das visitas de coleta, me chamou atenção em uma pequena propriedade com 9 vacas em lactação, localizada em Saltinho - Rodeio Bonito, o produtor, um senhor de 61 anos, relatou que seu ebulidor de água, havia queimado e não poderia deixar de realizar o procedimento de forma correta, então utilizou um fogão a lenha para esquentar a água. Nesse local foi vísivel perceber que as instalações antigas e simples, não determinam qualidade de leite na questão do CBT, a propriedade não disponibilizava de sala de ordenha em concreto, o lugar onde o leite era tirado era de chão batido, e conforme o supervisor relatou são raros os casos de CBT no local (figura 14). 
Figura 14- instalação para manejo de ordenha, localizada em Saltinho - Rodeio Bonito
Fonte- Elaboração própria
 
- Limpeza de tubulações e demais partes do equipamento de ordenha:
 Os equipamentos devem ser desmontados pelo menos uma vez na semana, para identificar necessidade de limpeza, inclusive as tubulações de leite e vácuo (figura 15).
 
Figura 15 - Manejo incorreto na limpeza das tubulações sendo uma das causas do aumento da CBT.
Fonte- Elaboração própria
- Manutenção do equipamento de ordenha: Trocar conjunto de mangueiras de leite a cada 6 meses, mangueiras curtas e longas do vácuo anualmente e realizar a troca das teteiras a cada 6 meses (figura 16).
Figura 16 – Teteira com péssimas condições de uso, proporcionando meios para a propagação de bactérias no leite.
Fonte - Elaboração própria
- Verificar se a temperatura do leite armazenado no tanque está atingindo 4°C em no máximo 3 horas após o término da ordenha. 
- Manter a sala de ordenha limpa, sem poças de água suja, deixa-lá organizada sem equipamentos desnecessários e sujos, impedir a entrada de animais como cachorros, gatos, galinhas e ratos. Os manejos e cuidados devem ser rigorosos. 
De acordo com o que observei durante as visitas nas propriedades. Os produtores têm uma grande dificuldade de manter uma rotina correta. O profissional faz as recomendações necessárias, e o produtor começa a se regularizar, mas com o passar dos dias perde-se a rotina, ou quando ocorrem alguns empecilhos, como quando acaba os produtos (o que é bastante recorrente), o produtor continua os manejos sem o uso do mesmo. Isso causa uma oscilação nos índices de CBT. 
2.6 Pagamento (remuneração) por qualidade de leite 
 A melhor forma utilizada para sensibilizar o produtor se baseia em relação a remuneração financeira. O preço diferenciado fortifica a produção de leite e índices de qualidade. 
De acordo com o Médico Veterinário Guilherme, através de vistorias nas notas dos produtores, relatou que os antigos sistemas eram direcionados à quantidade de leite, nos quais alguns produtores eram remunerados pela quantidade atingida, visando incentivo de investimento na produção leiteira. Porém, as propriedades produziam um leite com valores bem mais reduzidos de CCS e CBT, o que ocasionava em qualidade inferior aos parâmetros que precisavam ser atingidos. Com a modificação das normativas, em decorrer do tempo, a qualidade do leite foi valorizada e os produtores recebem pagamento pelo seu desempenho na propriedade. O Laticínio Stefanello trabalha com programa de pagamento da seguinte forma. 
- Preço base - Preço de referência da empresa a ser pago ao produtor a partir de um volume mínimo, e a partir de parâmetros médios dos indicadores de qualidade. Preço mínimo a ser oferecido para a compra do leite;
- Remuneração por volume - Preço variável, a partir do preço base, de acordo com a estratificação no aumento do volume ofertado pelo produtor. Varia de produtor para produtor. 
- Remuneração/ penalização por percentual de gordura - Considera-se valor mínimo de referência 3,0 %;
- Remuneração/ penalização por percentual de proteína - Considera-se valor mínimo de referência 2,9 %;
-Remuneração/ penalização por contagem de células somáticas- Considera-se valor máximo de 500 mil cls./ mL;
- Remuneração/ penalização por contagem de bacteriana total - Considerara-se valor máximo de referência 300 mil unidades por ML. 
Observa-se que a adoção do sistema de bonificação por qualidade de leite oferece melhores resultados para o produtor e o laticínio. A empresa trabalha com os valores exigidos por lei, porém estão elaborando um projeto no qual irá estabelecer parâmetros de índices melhores, pagando um valor maior pela qualidade. 
2.7 Principal problema dos produtores – Mastite
 
Após os acompanhamentos de visitas em vistorias e assistências pode-se observar que um dos principais problemas que os produtores que acarretam nas propriedades é a mastite. 
A mastite é um processo inflamatório da glândula mamária das vacas que além da redução da produção de leite, gera gastos com medicamentos, descarte de leite dos animais durante o período de carência do medicamento utilizado, pode atingir perdas de quartos mamários, secagem prematura dos animais, redução da vida útil no rebanho produtivo e em casos mais severos, até mesmo a perda por morte.
Um dos problemas mais comuns observados nas visitas realizadas durante assistências das propriedades foi em decorrência da mastite provocar a alteração na CCS (contagem de células somáticas), interferindo na qualidade do leite e indicando problemas na saúde da glândula mamária das vacas leiteiras. 
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a mastite nos rebanhos brasileiros deve ser rigorosamente controlada, pois essa doença reduz a concentração dos componentes do leite, reduzindo o rendimento industrial, a validade dos produtos lácteos, além de afetar o produto oferecido ao consumidor. Ou seja, a mastite causa prejuízo para todos, desde o produtor rural até o consumidor.
A mastite pode se manifestar em duas formas: mastite clínica e mastite subclínica. A principal diferença entre elas é a manifestação de sinais visíveis na mastite clínica, enquanto a mastite subclínica se caracteriza como uma doença mais silenciosa.
A mastite clínica pode ser classificada em três tipos: leve, moderada e aguda. A mastite leve ocorre em qualquer fase da lactação. Apresenta apenas alteração no leite, tais como grumos (figuras 17 e 18), leite aguado ou com traços de sangue. Não há alteração sistêmica. É causada tanto por bactérias contagiosas (gram-positivas), cuja a transmissão acontece durante a ordenha, quando o leite contaminado de uma vaca contamina os equipamentos, mãos e utensílios e passa para os animais sadios, quanto por bactérias ambientais (gram-positivas e negativas) na qual está associado as bactérias do ambiente da vaca onde há a presença de matéria orgânica, fezes e barro que entram em contato e contaminam os tetos. 
 
 
Figuras 17 e 18 – Formação de grumos em decorrência da mastite.
Fonte – Elaboração própria
Por sua vez, na mastite moderada não há alterações sistêmicas. Além das alterações no leite, a mama apresenta alterações como inchaço, vermelhidão (figura 17), edema e enrijecimento do quarto afetado. Ocorre em qualquer fase da lactação. Tem como causa as mesmas da mastite clínica leve.
Figura 19– Inchaço e vermelhidão no ubere em decorrência da mastite.
Fonte: Elaboração própria
Já na mastite aguda, além das alterações no leite e na mama, observa-se febre e outros sinais de distúrbio sistêmico como depressão acentuada, pulsação fraca, olhos fundos, desidratação decorrente da não alimentação do animal, fraqueza e anorexia, podendo até levar o animal à morte. Ocorre geralmente no período pós-parto até o pico de lactação. Tem como principal causa bactérias ambientais. 
No ambiente estão presentes grande parte dos microrganismos que podem causar a mastite. É indicado a higienização correta de todos os lugares em que as vacas circulam tais qual a sala de ordenha e sala de alimentação. Deve ser cuidado a presença de barro e fezes em excesso pois elas ficam deitadas ao longo do dia (figura 20).
Figura 20 - A falta de sombra adequada leva o animal a procurar lugares frescos, geralmente com barro, em períodos de chuvas, com alta umidade sendo lugares propícios para contaminação por mastite.
Fonte - Elaboração própria
Outro fator importante para a prevenção é a higienização da sala de ordenha, dos equipamentos e principalmente a higienização dos tetos. Para maior cuidado deve-se usar a aplicação do pós-dipping, e garantir que o animal permaneça no mínimo por 1 hora em pé, impedindo que os tetos entrem em contato com alguma superfície contaminada e garantindo tempo suficiente para o fechamento completo de cada esfíncter (figuras 21 e 22). Deve ser cuidado se os tetos estão com lesões.
Figura 21 - Esfíncter no úbere.
Fonte: http://professor.pucgoias.edu.br/
Figura 22 - Aplicação do pós-dipping nos tetos. Fonte: https://www.fundacaoroge.org.br/ 
Existe ainda a mastite subclínica. A melhor forma de detectá-la é através da CCS (contagem de células somáticas), utilizada para avaliação individual ou do rebanho com amostras de leite do tanque. 
A CCS são células cuja função é de defesa da glândula mamária. O ponto de corte hoje utilizado para CCS, é de 500.000 células/mL de leite, sendo que vacas que apresentam CCS superiores a esse valor podem estar com mastite subclínica. Não apresenta sinais clínicos no leite e só pode ser identificada por testes como o CMT (California Mastistis Test).
O CMT (Califórnia Mastitis Teste) (figura 23) necessita de uma raquete contendo quatro cavidades, uma pra cada teto, e o reagente do CMT. Mistura-se o leite com o reagente, homogeneíza-se e faz-se a leitura após 10 segundos. De acordo com a quantidade de células somáticas do leite, forma-se um gel, de espessura variada. 
 Se a quantidade de células somáticas é baixa, não forma gel, o resultado é negativo. De acordo com a espessura do gel, o resultado é dado em escores, que variam de traços grau 1 (leve formação de “gel”), grau 2 (reação efeito “gelatina”), e grau 3 (reação fortemente positiva efeito “cola”) (figura 24). 
Os produtores estão optando por possuir o CMT e a raquete em suas propriedades, pois se trata de um teste rápido e fácil de se obter, não dependendo de assistência profissional. 
Figura 23: CMT – reagente para a detecção de mastite subclínica.
Fonte: Elaboração própria
Figura 24: Teste realizado com o resultado negativo. Variação de cor devido ao PH do leite, caso o leite está alcalino tende a ficar um roxo mais escuro, já se o leite está acido tende a ficar mais fraco, como aconteceu nos 3 repartimentos.
Fonte: Elaboração própria.
A mastite pode ocorrer também em sua forma crônica. Vacas com mastite crônica são aquelas em que os casos de mastite não se resolvem. Quando uma vaca apresenta caso de mastite com baixa chance de cura com tratamento, longa duração, ou quando um quarto mamário apresenta recorrência de mastite clínica (figuras 25 e 26) e quando uma infecção inicia-se em uma lactação e persiste até a lactação seguinte. 
 
Figuras 25 e 26 - Um quarto do úbere apresenta mastite crônica. Causou a perca da parte afetada, e a propagação de mastite para outro teto, mesmo após uso de medicamentos. 
 A vaca foi descartada da produção leiteira.
Fonte – Elaboração própria
As vacas com mastite crônica (vacas com infecção persistente da glândula mamária por mais de dois meses) funcionam como verdadeiros reservatórios de agentes causadores de mastite e, desta maneira, podem transmitir estes agentes para animais sadios.
Entre os prejuízos causados ao rebanho e ao produtor por vacas com mastite crônica, aponta-se a baixa taxa de cura desses animais e o alto custo financeiro para a redução dos casos de mastite crônica, uma vez que o tratamento tem baixa taxa de cura e que da secagem permanente do quarto resulta desvalorização do animal. 
Portanto, deve ser fundamental o cuidado com aparecimento de mastite, pois caso ocorram episódios de vacas com mastite crônica, o mais viável a se fazer é o descarte, além de ser uma das medidas essenciais para controlede mastite no rebanho. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente relatório teve seus objetivos específicos totalmente relacionados para a produção leiteira, visando a qualidade do leite das propriedades cadastradas do laticínio em que o estágio foi desenvolvido. 
 Os objetivos específicos foram auxiliar nas atividades propostas, visando a obtenção de bons índices produtivos e de qualidade do produto; acompanhar procedimentos para a retirada de amostras de leite das propriedades cadastradas na empresa Laticínios Stefanello, para realização de análises com o objetivo de buscar qualidade no produto; observar o trabalho desenvolvido na empresa referente às normativas 76 e 77, determinadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); realizar visitas de acompanhamento técnico nas propriedades cadastradas do Laticínio Stefanello; acompanhar assistência técnica na decorrência de problemas na propriedade; e observar manejos realizados nas propriedades para a obtenção da qualidade do leite. 
O estágio de modo geral agregou muito ao conhecimento da área, possibilitou ter uma noção dos reais problemas encontrados pela indústria em relação à qualidade do leite, e que são necessárias medidas voltadas ao manejo da produção, cuidados com alimentação e ambiente, limpeza e higiene do rebanho e dos procedimentos de ordenha, conservação e transporte do leite. Portanto, para desenvolver um bom trabalho, é necessário que os profissionais da área sejam de extrema competência na prestação da assistência técnica e que os produtores se empenhem para melhorar as práticas adotadas na bacia leiteira. 
Os objetivos foram alcançados, mesmo havendo alguns imprevistos referentes ao tempo, no qual não pude desenvolver algumas atividades que gostaria. Mas estou satisfeita por desenvolver práticas para lidar e se adequar à realidade do mundo do trabalho do técnico em Agropecuária.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 76, de 26 de novembro de 2018. Dispõe sobre Regulamentos Técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A. Diário Oficial da União, p.9. Imprensa Nacional: Brasília, 2018. Disponivel em: 
https://www.in.gov.br/materia//asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750137/do1-2018-11-30-instrucao-normativa-n-76-de-26-de-novembro-de-2018-52749894IN%2076 acesso em 23/03/2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 77, de 26 de novembro de 2018. Dispõe sobre os critérios e procedimentos para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru em estabelecimentos registrados no serviço de inspeção oficial. Diário Oficial da União, p.10. Imprensa Nacional: Brasília, 2018. Disponivel em: 
https://www.in.gov.br/materia//asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52750137/do1-2018-11-30-instrucao-normativa-n-76-de-26-de-novembro-de-2018-52749894IN%2076 Acesso em 23/03/2021.
BRITO, M.A et al. Células Somáticas. In: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Disponível em https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_179_21720039246.html#:~:text=As%20c%C3%A9lulas%20som%C3%A1ticas%20do%20leite,de%20c%C3%A9lulas%20brancas%20do%20sangue.&text=No%20leite%20de%20vacas%20sadias,menor%20que%2050.000%20por%20mL. Acesso em 11/05/2021.
BRITO, M.A.V.P. e BRITO, J.R.F. Qualidade do Leite. In: MADALENA, F.E.; MATOS, L.L. e HOLANDA JÚNIOR, E.V. (edit.). Produção de leite e sociedade: uma análise crítica da cadeia do leite no Brasil. Belo Horizonte : FEPMVZ, 2001. Ps. 61-74. Disponível em http://www.fernandomadalena.com/site_arquivos/903.pdf. Acesso em 13/04/2021.
FUNDAÇÃO ROGE. Pré-dipping e pós-dipping: grandes aliados da qualidade do leite. Disponível em:
 https://www.fundacaoroge.org.br/agroroge/blog/pre-dipping-e-pos-dipping 
Acesso em 23/03/2021.
KOZERSKI, N.D. et al. Aspectos que influenciam a qualidade do leite. In: ANAIS DA X MOSTRA CIENTÍFICA FAMEZ. Campo Grande: UFMS, 2017. Ps. 220-227. Disponível em https://famez.ufms.br/files/2015/09/ASPECTOS-QUE-INFLUENCIAM-A-QUALIDADE-DO-LEITE.pdf Acesso em 11/05/2021.
Laticínios Stefanello. Disponível em: 
 https://www.laticiniostefanello.com.br/ Acesso em: 01/02/2021.

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