Documentário- Maceió-AL

Prévia do material em texto

ATIVIDADE ASSÍNCRONA BASEADA NOS VÍDEOS SOBRE O AFUNDAMENTO DOS BAIRROS EM MACEIÓ-AL.
1. Qual o tema do filme? Qual a mensagem que os produtores do documentário tentaram nos falar? 
O documentário relata o drama das vítimas e o silêncio das autoridades responsáveis pelos crimes ambientais, econômicos e sociais causados pela ganância da Braskem com a extração de sal-gema, feita durante quatro décadas, sem a fiscalização das autoridades públicas, resultando em mais de 15 mil residências destruídas em 250 hectares, o equivalente há pelo menos quatro bairros de Maceió (Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto), e mais de 57 mil moradores expulsos. Desde do período de instalação que não houve fiscalizações adequadas para monitorar possíveis danos ambientais, com isso os problemas que surgiram estão relacionados diretamente ao descaso da empresa. 
Ressalta-se ainda, que o documentário foi construído com a finalidade de retratar/expressar a dor de cada pessoa afetada, dando uma visibilidade maior ao problema ambiental e as questões sociais, mostrando a realidade e buscando, de certa forma, mudanças e respostas para que amenizar os danos morais enfrentados.
Os produtores mostram que, esse caso é mais uma catástrofe anunciada provocada por empresas que, em nome do lucro, negligenciam questões ambientais e colocam em risco a vida humana, além de deixar claro a impunidade que acompanha estes casos. 
Diante de tudo que foi exposto, pode-se frisar, que muitas pessoas comparam esse crime ambiental de Maceió com uma guerra, sendo muitas vezes coagidos a se conformarem e aceitarem a realidade que foi imposta pela empresa envolvida.
O filme chama atenção para a influência da empresa na política do Estado de Maceió, caracterizando como um governo paralelo onde as decisões políticas e a escolha do governante, seja na esfera municipal ou estadual, é decidido a partir dos interesses da Braskem.
Estudos técnicos mostraram a falha geológica na área urbana, alertando para o risco de qualquer exploração mineral na área, ainda assim a Braskem se consolidou explorando o mineral salgema por mais de 40 anos causando uma verdadeira cratera no subsolo nos bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto, em Maceió/AL.
Apesar do acordo bilionário assinado pela Braskem junto ao Ministério Público Federal para a realocação dos moradores dos bairros supracitados, não houve qualquer contato com os moradores ou seus representantes para que houvesse uma mitigação mais eficaz e que assuma a responsabilidade pelos danos materiais, sociais e culturais causados pela empresa, algo que ainda não foi feito.
O que fica evidente é a omissão dos órgãos municipais, estaduais e federais no controle e monitoramento das atividades de mineração dessa empresa durante mais de 4 décadas. Desse modo, o que se evidencia é a força geopolítica dos representantes dessa empresa para que medidas mais expressivas fossem tomadas, mas que acontece com frequência nas grandes corporações, os chamados “apadrinhados políticos”.
2. Que ensinamentos sobre a relação entre os direitos individuais e coletivos você obteve com o filme? 
O documentário ensina que a proteção ambiental e a reparação dos danos ambientais é um direito e obrigação de todos, dessa forma, o meio ambiente é tido como algo intangível, no qual o particular (Braskem) não pode se apropriar, é, portanto, um bem de uso comum do povo, que deve ser protegido pelo Estado e pela sociedade para garantir a utilização dos mesmos.
Assim com os danos ambientais causados pela empresa Braskem, os valores imateriais da coletividade foram frontalmente atingidos. Embora os danos ambientais materiais tenham atingido determinada região, os danos imateriais atingiram toda a sociedade alagoana, que se viu obrigada a assistir impassível o contínuo e grave aumento de crateras em suas ruas, calçadas e casas, além dos diversos transtornos que a população do Município de Maceió, principalmente dos bairros do Pinheiro, Bebedouro e Mutange e Bom Parto, vem sofrendo, atingindo a dimensão coletiva da dignidade da pessoa humana.
Com isso, conclui-se que o individual está atrelado diretamente ao coletivo, pois quando a empresa se instala e avalia apenas os seus interesses acaba afetando o todo, na qual perpassa para toda a sociedade alagoana, transformando áreas inteiras em bairros fantasmas e sendo um problema que está longe do chegar ao fim.
3. Que ou quais associações você faria do filme com o conhecimento da geografia política.
 	A geografia politica se dedica, diretamente, ao estudo das relações que perpassam o território, ou seja, diz respeito à administração do mesmo. No documentário é possível perceber de maneira bem clara como a administração do território apresentou falhas quando a Braskem foi instalada. Não houve uma fiscalização adequada, e durante toda a fala dos moradores locais, foi possível identificar um conflito de extrema complexidade, envolvendo danos irreparáveis e uma insatisfação geral da sociedade civil alogoana.
	Esse caso da Braskem ascende uma luz na relação geopolítica e desenvolvimento no sentido de monopólio, da força que os interesses particulares do desenvolvimento conseguem modelar a política e a efetivação de atividades ilícitas sem nenhuma interferência dos órgãos de fiscalização. Nesse sentido, as grandes corporações adotam uma política de controle do Estado, funcionando como verdadeiro marionetes no sentido de ter força para decidir qual o político vencerá às eleições, sempre de acordo com os interesses da empresa (figura 01)
Figura 01: empresários utilizando políticos como marionetes para atender os interesses da empresa.
Fonte: https://isosendaczhome.files.wordpress.com
Um dos pontos que deixa claro as inúmeras falhas da admiração exemplificadas no documentário, é quando apresenta o relato que o professor José Marques não assinaria a licença para Braskem se instalar, pois enxergou desde do início que era uma área perigosa. Sabia que a empresa ia acabar degradando a área e ocasionando impactos ambientais e sociais futuros, porém deixa claro também que os governantes fizeram “vista grossa” e lideraram a instalação da Braskem.
Diante disso, é possível atrelar que a geografia política, tem o dever de analisar as relações de poder político e econômico do território, para que assim seja possível tomar as melhores medidas que assegurem práticas harmoniosas, porosas e flexíveis no espaço em que são constituídas e organizadas.