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Desenho da Casa, Árvore e Pessoa (HTP) Administração - Para a administração do teste, o psicólogo entrega ao sujeito três folhas de papel em branco, lápis e borracha, solicitando-lhe que desenhe uma casa, uma árvore e uma pessoa - Hammer (1991) propõe que se dê uma folha de cada vez, horizontalmente na frente do sujeito, para o desenho da casa, e verticalmente, para o desenho da árvore e da pessoa - Burns e Kaufman, em 1970, propõe uma única folha de papel para que o sujeito nela faça os três desenhos importante para interrelacionar os desenhos - A fase gráfica é seguida por uma fase verbal, pode-se utilizar uma abordagem mais aberta, sugerindo ao sujeito que fale sobre a casa, a árvore e a pessoa que desenhou, que conte uma história usando os três elementos, ou, ainda, pode ser usado um procedimento mais estruturado - Topper e Boring (1969) propuseram a utilização de sete folhas de papel: uma, com linhas incompletas, para o sujeito completar o desenho, e as demais para que desenhe uma casa, uma árvore, uma pessoa (completa), uma pessoa do sexo oposto (completa), ele mesmo (completo) e qualquer outra coisa que queira - Hammer (1991) faz a complementação dos desenhos acromáticos com uma fase cromática são fornecidas mais três folhas em branco, borracha e lápis de cor - Morris (1976) salienta também a importância das observações durante a testagem: registrar as reações do sujeito às instruções, anotar o tempo de reação e os comportamentos verbais e não-verbais Interpretação - Para analisar os desenhos da casa, árvore e pessoa, é essencial “considerar as áreas mais amplas da personalidade investigadas por esses três conceitos - A casa envolve a percepção de família, seja numa ótica atual, passada ou, ainda, num futuro idealizado, mas também aspectos do ego que tem tal percepção, que podem representar um autorretrato mãe - A árvore e a pessoa permitem investigar o que se costuma chamar de auto-imagem e autoconceito - Aspectos projetados na árvore associam-se com conteúdos mais profundos da personalidade pai - A pessoa, revelaria a expressão da visão de si mesmo mais próxima da consciência e de sua relação com o ambiente - Os desenhos cromáticos atingem camadas mais profundas da personalidade, em razão do impacto emocional da cor, de sua associação com aspectos infantis - Hammer (1991) acha que os três desenhos proporcionam simultaneamente informações em diferentes níveis de personalidade Impressão geral: - Pressupondo-se que a casa, a árvore e a pessoa especificamente desenhadas tenham sido selecionadas por terem uma significação simbólica para o sujeito, algo de muito pessoal se comunica pela impressão geral transmitida pelos conteúdos projetados Interpretação de aspectos projetivos e expressivos globais: - Van Kolck (1975) e Campos (1977) recomendam o exame de uma série de itens, como a posição, o tamanho, as características do traçado, as correções, os retoques, o sombreado, as borraduras, a simetria, a estereotipia etc. - Segundo Groth-Marnat, a Posição e o tamanho são muito importantes - A figura humana que se destaca pelo tamanho, a questão deve ser analisada com cuidado, porque pode se relacionar com egocentrismo, exibicionismo, com uma necessidade de chamar a atenção ou, ainda, de compensação por sentimentos de inadequação ou insegurança - Posição, tamanho e outros detalhes que esclareçam conexões afetivas assumem significação mais específica, a partir do embasamento teórico Interpretação do desenho da casa - Na interpretação do desenho da casa, são considerados seus elementos essenciais (telhado, paredes, porta, janelas) e acessórios (chaminé, perspectiva, linha de solo etc.). - Quanto mais lógica e estruturada é a representação da casa, tanto mais adequadas podem ser consideradas as condições de funcionamento do ego. Ao contrário, quanto mais aparecerem indícios bizarros e ilógicos, mais probabilidade há da presença de problemas psicopatológicos. - A forma de representação das paredes associa-se com a força do ego - O tamanho do telhado relaciona-se com a medida em que a fantasia distorce ou invade o funcionamento mental - Portas e janelas representam canais de comunicação ou vias de acesso ao mundo externo. Portanto, a sua ausência significa inacessibilidade, isolamento - A presença ou não de chaminé pode ser explicada por motivos socioculturais. Mas, apesar disso, é frequentemente representada, por se prestar como um símbolo de “calor psicológico” - A linha de solo dá indícios sobre o contato com a realidade, principalmente no que se refere à qualidade e à firmeza do traço Interpretação do desenho da árvore - Representa o crescimento, pode revelar sentimentos do sujeito em várias fases de seu desenvolvimento, simbolizado pela progressão da raiz até a copa - Tronco: sentimentos de poder e a força do ego, a estrutura dos galhos forneceria indícios sobre como o sujeito percebe sua capacidade de encontrar satisfação no ambiente - A copa representa a organização da personalidade e a maneira desta interagir com o ambiente - Os galhos, sugerem sentimentos que podem ser bastante diversificados, caso sejam abundantes, diminutos, voltados pra dentro, quebradiços, mortos ou ausentes - A organização total teria a ver com seus sentimentos sobre o próprio equilíbrio emocional - A impressão geral do desenho é, em grande parte, determinada pela colocação no papel e pelo tipo de árvore - A árvore bem centrada relaciona-se com equilíbrio e bom relacionamento com ambos os sexos - Para a esquerda já não sugere equilíbrio emocional e se associa com forte influência materna - Parte superior da folha, indica fuga na fantasia, mas, na parte inferior, inibição da fantasia e sentimentos depressivos - A presença de frutos, em desenhos de adultos, associa-se com sentimentos de satisfação e criatividade - Em desenhos infantis, maçãs pendentes sugerem necessidades de dependência, mas, quando se apresentam caídas no chão, sentimento de rejeição Interpretação do desenho da pessoa - Pode conter elementos do autorretrato ou de um self ideal, embora possa resultar da percepção de outras pessoas significativas - Há representação das características pessoais, físicas ou psicológicas, como são na realidade, como são percebidas, sentidas, imaginadas ou projetadas - É preciso considerar outros itens do desenho, como a cabeça, os detalhes associados com a comunicação e interação com o ambiente e com a atitude do sujeito frente aos seus impulsos - Qualquer ênfase ou elaboração específica de alguma parte do corpo pode ter uma conotação real ou simbólica Considerações especiais na interpretação do HTP - A omissão de partes essenciais na representação da casa ou da árvore pode-se associar com deterioração intelectual - É importante que o psicólogo esteja familiarizado com os efeitos do nível intelectual sobre a representação das figuras, para que não chegue a fazer interpretações indevidas Indicadores diagnósticos Traços psicóticos: - Em pacientes com funcionamento em nível psicótico, são freqüentes as produções bizarras, com distorções importantes, que resultam no aparecimento de figuras ilógicas e irrealísticas. - Pacientes esquizofrênicos apresentam o HTP mais comprometido - No desenho da casa: · Ausência de partes essenciais · Representação ilógica, pela presença de transparências · Representação sincrética, em que o telhado substitui a casa total, refletindo a exacerbação da fantasia · Problemas de perspectiva · Paredes com a extremidade fendida - No desenho da árvore: · Tronco fendido · Copa com tamanho mínimo - No desenho da pessoa: · Ausência de partes essenciais · Representação ilógica, com transparências · Ambivalência no perfil, com corpo e cabeça em direções opostas · Omissão da roupa ou ênfase nos órgãos sexuais · Superacentuação de olhos ou de orelhas (hipervigilância paranoide) · Perfil típico esquizofrênico: “sem cabelo, um rosto parecido com máscara e um físico magro, rígido, desvirilizado” Disfunção cerebral: - Muitas rasuras e piora no desempenho a cada nova tentativa de representar o conceito, com queixasdos pacientes de não se sentirem capazes de realizar a tarefa - As figuras são simples, concretas - A qualidade da linha está comprometida - Dificuldades de simetria sugerem falta de equilíbrio - A fadiga leva à piora do desempenho nos últimos desenhos, principalmente quando é usada a fase cromática - Há problemas de organização Traços depressivos e traços hipomaníacos: - Traços depressivos: · Casa simples, vazia, pobre, com portas abertas; · Árvore desprotegida, tênue, desvitalizada, podendo apresentar nódulos, sombreamentos, ramos frágeis e copa pequena · Figura humana frágil, mas organizada - Os desenhos apresentam tamanho pequeno, sem sugestão de movimento, com traçado débil, trêmulo, cortado, inibido - Habitualmente, são desenhos soltos “no ar” - Traços hipomaníacos: · Casa desenhada em perspectiva, com tamanho grande; ênfase nas portas e presença de flores · Árvore com grande dimensão, em expansão, ultrapassando os limites da folha; copa esférica; ramos para fora e para o alto · Figura humana de tamanho grande, com os braços para fora e para o alto; fisionomia com expressão de triunfo, imaturidade, infantilidade - Os desenhos são localizados no canto da folha, voltados para o “alto”
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