Buscar

Caderno Para Continuar em Casa_CLM1_ 2022-01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Clínica Médica 1 
 
Caderno de atividades 
 
 
 
Para Continuar em Casa 
 
2022 
 
 
 
 
 
 
Organizador: Flávio Chaimowicz 
 
Departamento de Clínica Médica 
Faculdade de Medicina 
UFMG 
 
 
 
3 
 
ÍNDICE 
 
APRESENTAÇÃO  5 
CEFALEIA  7 
DOR TORÁCICA  23 
DOR ABDOMINAL  31 
DOR LOMBAR  51 
 
 
 
5 
 
Apresentação 
Caro aluno. 
Seja bem-vindo às atividades de 2022 da CLM1. 
Talvez você não tenha entendido o nome do caderno: Para continuar em casa... 
A pandemia de Covid 19 modificou drasticamente a prática da CLM1, que era baseada 
quase inteiramente na consulta médica presencial. Com o ambulatório fechado, tivemos 
que adaptar o programa para o ensino remoto com GDs pelo zoom em horários muito 
restritos; criamos então o caderno “Para ficar em casa”, com os temas fundamentais, 
que você ainda utilizou no final do ano passado. Tudo a ver com as boas práticas de 2020 
e 2021. Logo começamos a fazer consultas simuladas no ambiente virtual, e organizamos 
esta segunda parte do material didático. Mas ainda era necessário continuar em casa. 
Esperamos que este nome do caderno esteja sendo utilizado pela última vez! 
Na medida em que o ensino presencial é restabelecido, cada turma deve organizar 
suas rotinas de atividades práticas (atendimento de pacientes) e teóricas (GDs). Este 
caderno contém quatro estudos dirigidos que completam o conteúdo programático da 
CLM1 que você iniciou em 2021. O material poderá ajudar seu professor a discutir os 
temas com a turma. A discussão poderá ser presencial (antes ou após os atendimentos), 
ou em casa..., através de reuniões pelo zoom. 
Neste momento do curso, você já percebeu o quanto é importante saber fazer 
boas perguntas durante a consulta. E já começou a trilhar os desafios do raciocínio clínico. 
- A cefaleia deste paciente pode ser uma neoplasia ou parece tensional? 
- Se ele tem dor torácica e febre, que doenças eu devo investigar? 
- Se o paciente se queixa de dor abdominal iniciada ontem, que perguntas eu 
devo fazer? E se a dor vem ocorrendo nos últimos três meses? 
- O paciente se queixou de “dor nos rins”, mas ele não tem nenhuma queixa 
urinária e a dor lombar piora quando ele se abaixa... 
A Comissão de Coordenação Didática (CCD) do Departamento de Clínica Médica 
selecionou para discussão as queixas mais prevalentes no Ambulatório Bias Fortes. Ao 
estudar cada tema, você deve sempre pensar no objetivo principal deste semestre: 
aprender a fazer a anamnese utilizando habilidades de comunicação adequadas. Como 
já disse uma professora da CLM1: estes GDs serão úteis para vocês colocarem “o 
recheio” na anamnese de vocês. 
Se o seu professor recomendar a utilização deste material, sugerimos que você 
imprima (frente e verso!!!), sem reduzir as páginas, e responda as questões por escrito. 
Bons estudos! 
 
 
 
Flávio Chaimowicz 
 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
6 
 
 
 
Cefaleia 
7 
 
 
Cefaleia 
Flávio Chaimowicz, Gustavo Penna e Paulo Henrique Diniz. 
	
Bastardos	Inglórios	
(Wikipédia1)	
Filme estadunidense de 2009, 
do gênero guerra, dirigido por 
Quentin Tarantino e estrelado 
por Brad Pitt, Christoph Waltz e 
Mélanie Laurent, filme conta a 
história de dois planos para 
assassinar os líderes políticos 
da Alemanha nazista (...) 
Na primavera de 1944, o 
Primeiro-tenente Aldo Raine 
(Brad Pitt) é incumbido da 
tarefa de reunir um time de 
oito soldados judeu-
americanos para uma missão atrás das linhas inimigas, que consiste em levar medo e terror 
aos soldados alemães. Ele diz a seus soldados que cada um deve a ele 100 escalpos nazistas. 
Eles não tomam prisioneiros e acabam por ser conhecidos como os "Bastardos". Um 
sobrevivente de um dos ataques dos Bastardos, um soldado chamado Butz, encontra com 
Adolf Hitler. Butz conta que ele e sua companhia foram atacados, e que seu sargento foi 
espancado até a morte com um taco de baseball pelo Sargento Donny Donowitz, conhecido 
pelos alemães como "O Urso Judeu". Butz revela que Raine cravou uma suástica em sua testa 
com uma faca. 
 
(Crítica	de	Erico	Borgo,	20092)	Como é habitual na cinematografia de Quentin Tarantino, 
ele mistura linguagens, épocas e escolas - que praticamente desaparecem no resultado, 
tornando-se algo só dele. (...)Tarantino, supernerd cinéfilo, apanha todas essas coisas que lhe 
são queridas, com as quais cresceu, e as transforma. Ele já fez isso antes muitas vezes, mas 
neste filme busca uma certa organização sutil separando os gêneros que emula através de 
uma organização em capítulos. 
(...) passível de discussão é a eterna "violência tarantinesca". Uns amam, outros odeiam. 
Considerando os filmes anteriores do diretor, desta vez ela até contida, deixada para poucos 
momentos de impacto. Mas isso por que não me importo em ver escalpos e tacos de baseball 
esfacelando cabeças. O cinema de Tarantino tem mesmo essa propriedade um tanto 
anestésica em alguns em relação à sangreira. (...) 
 
1http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglourious_Basterds 
2http://omelete.uol.com.br/cinema/critica-bastardos-inglorios/ 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
8 
 
Cefaleia é a queixa neurológica mais comum na prática ambulatorial. Como 
você verá no texto do Goroll, no 4o exercício do GD, menos de 1% dos pacientes 
tem cefaleia por causas graves, como uma neoplasia. Mas imagine dispensar um 
paciente destes com diagnóstico (incorreto) de enxaqueca... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este capítulo será baseado nos seguintes textos: 
Bickley LS, Bates. Propedêutica Médica, 12ª Ed. 2018. (Cap. 7: Cabeça e pescoço. Só o 
texto inicial sobre cefaleia e quadros 7.1 e 7.2 (Cefaleias e secundárias). 
Você também pode estudar o capítulo “Cefaleia” no livro “Semiologia Clínica”, de Isabela 
Benseñor, ou dentre os sintomas do sistema nervoso no Tratado de Semiologia Médica 
da Prof. Rose Lisboa, e sempre no Mario Lopez ou Celmo Celeno Porto. 
Ao final deste capítulo esperamos que você seja capaz de: 
a) Realizar uma anamnese que contemple os principais sintomas relacionados à 
cefaleia. 
b) Iniciar a investigação de pacientes com queixa de cefaleia 
 
Depois de estudar em um dos livros indicados acima, confira o texto a seguir, 
elaborado pelos professores Gustavo Penna e Paulo Henrique Diniz. 
 
Cefaleia 
9 
 
O termo cefaleia tem origem grega – kephalaía e significa, simplesmente, 
dor de cabeça. Embora popularmente esse termo seja usado para se referir em 
dores em qualquer região do crânio, corretamente restringe-se à dor craniana 
localizada na região que vai das sobrancelhas até a nuca. Dores no rosto são 
denominadas algias faciais e dores no pescoço, cervicalgias (exceções são as 
hemicranianas, algumas neuralgias e irradiações de enxaquecas). 
Dentre todas as causas de dor, a cefaleia é provavelmente a mais comum, 
superada apenas pela lombalgia dentre os motivos de procura por atendimento 
médico e absenteísmo. Isto se deve à maior susceptibilidade à dor da cabeça, que 
possui maior densidade de receptores na face e escalpo. Já o cérebro, sem 
terminações dolorosas, é insensível à dor. Além de frequente, a cefaleia pode ser 
recorrente e incapacitantes, embora seu impacto seja pouco reconhecido pela 
sociedade. O principal estudo epidemiológico que avalia incapacidade provocada 
por diversas doenças ao redor do mundo aponta a migrânea como a terceira 
principal causa de anos vividos com incapacidade! 
Há mais de 150 tipos reconhecidos de dor de cabeça, um cenário 
desafiador. Felizmente, menos de 1% dos casos são provocados por doenças 
graves, como meningite, hemorragia intracraniana e tumores. Na grande maioria 
das vezes, os pacientes têm exames físico e neurológico normais, e exames de 
imagem não são necessários. Portanto, são justamente a anamnese e a história 
clínica os fatores mais importantes para estabelecer o diagnóstico correto e 
determinaras etapas da abordagem e plano terapêutico. Ou seja, as ferramentas 
da semiologia são a chave para o diagnóstico, eminentemente clínico. 
Como é um sintoma muito frequente na nossa população, muitos de nós ou 
mesmo pessoas bem próximas já apresentaram essa queixa em algum momento. 
Tente relembrar um desses episódios ou mesmo entrevistar alguém do seu 
convívio que tenha apresentado cefaleia. Como você o classificaria: grave, que 
necessitasse de intervenção, ou sem características suspeitas de maior 
gravidade, que só necessitaria de um alivio sintomático? 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
10 
 
Pois bem, você deve estar imaginando como pode ser catastrófico não 
diagnosticar uma condição grave e liberar o paciente com diagnóstico (incorreto) 
de cefaleia tensional... Em casos graves, o primeiro contato com o médico pode 
significar uma oportunidade única do diagnóstico adequado e conduta que pode 
salvar o paciente. Portanto, apesar de uma parte considerável das cefaleias se 
deverem a condições não neurológicas, a possibilidade de doença intracraniana 
sempre deve ser considerada. 
Dentre as chamadas cefaleias primárias, 90% se devem à enxaqueca (ou 
migrânea) e à cefaleia tensional3. 
1) Desembaralhe o quadro abaixo para reforçar seus conceitos. 
Causa -> Tensional Enxaqueca Em salvas (“cluster”) 
 
Localização 
Unilateral em 60-70% 
casos, bifrontal ou 
global em 30%. 
Adolescentes: Bilateral 
em sua maioria 
 
Bilateral 
 
 Sempre unilateral, 
usualmente se inicia 
ao redor dos olhos 
ou região temporal. 
 
Características 
 
Pressão ou aperto que 
aumenta e diminui. 
A dor começa 
rapidamente, atinge 
um crescendo em 
minutos; a dor é 
profunda, contínua, 
excruciante e 
explosiva 
 Surgimento gradual, 
padrão “em 
crescendo”, pulsátil, 
intensa ou 
moderada; agravada 
por atividade física. 
 
 
Aparência do 
paciente 
O paciente permanece 
ativo 
O paciente pode 
permanecer ativo ou 
necessita de 
descanso 
 Prefere descansar 
em um local escuro 
e silencioso 
 
Duração 30 min. a 7 dias 4-72 horas 15 minutos a 3 horas 
 
Sintomas 
associados 
 Náusea, vômitos, 
fotofobia, fonofobia; 
pode ter aura 
(geralmente visual, 
mas pode envolver 
outros sentidos ou 
causar déficits 
motores e em fala) 
 Lacrimejamento 
ipsilateral, 
hiperemia ocular; 
obstrução nasal; 
rinorreia; palidez; 
sudorese; 
Síndrome de 
Horner; inquietação 
ou agitação; 
sintomas 
neurológicos focais 
raros; sensibilidade 
ao álcool 
 Nenhum 
* Tabela adaptada de https://www.uptodate.com/contents/evaluation-of-headache-in-adults 
 
 
3 Cefaleia em salvas corresponde a menos de 1% das cefaleias primárias. Em geral trata-se de 
um atendimento na urgência, sendo um diagnóstico menos comum na atenção primária. 
Cefaleia 
11 
 
Já as cefaleias secundárias envolvem acometimento de estruturas 
extracranianas (pelo, couro cabeludo, musculatura, ossos, dentes, ouvidos, 
nervos periféricos e ramos de nervos cranianos) e intracranianas (meninge, vasos 
arteriais e venosos, complexo trigeminal e nervos sensitivos cranianos e raízes 
altas). A dor pode ser causada por tração, tensão, dilatação ou inflamação dessas 
estruturas sensíveis. 
Muitos casos de cefaleia secundária (40%) decorrem de afecções não 
neurológicas, como crise hipertensiva, febre e sinusopatias, e apenas 5% a 
etiologias especificamente neurológicas (pós traumatismo cranianos, lesões 
intracranianas e doenças da medula cervical). 
2) Cite dois casos de cefaleia secundária que você já teve, ou já viu. Como eram 
os sintomas? Como foi possível chegar ao diagnóstico? 
 
Causa Sintomas Diagnóstico 
 
 
 
 
 
 
 
Outras três causas de cefaleia merecem consideração: 
Distúrbios de refração: 
Distúrbios de refração também pode provocar cefaleia, especialmente após 
longos períodos de utilização da visão (ou seja, raramente ao acordar). Esta causa 
é seja menos comum do que se imagina. 
Disfunção da articulação temporomandibular (DATM): 
Estima-se que 75% da população desenvolva durante a vida algum sinal ou 
sintoma da disfunção da articulação temporomandibular (DATM), incluindo a 
cefaleia. Entretanto, só a presença de cliques de abertura e fechamento da boca 
não definem o diagnóstico, e menos de 5% dos casos requerem tratamento 
específico. Por outro lado, sabe-se que a DATM pode agravar o quadro de 
cefaleias primárias, principalmente a migrânea. 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
12 
 
Cefaleia por abuso de medicamentos: 
Alguns pacientes com enxaqueca ou cefaleia tensional podem desenvolver 
a "cefaleia por abuso de medicamentos" se consumirem analgésicos em excesso. 
O problema é mais comum com opioides ou combinações de acetaminofeno-
aspirina-cafeína. O risco é menor com triptanos e provavelmente mais baixo com 
anti-inflamatórios. Sua prevalência na população geral é de 1% a 2%, e é maior 
em mulheres do que em homens. Devemos pensar no diagnóstico diante de 
pacientes com cefaleia crônica que utilizam medicamentos pelo menos duas a três 
vezes por semana, em média. O quadro geralmente remite com a interrupção dos 
medicamentos. 
3) Você conhece alguém que já teve cefaleia por distúrbio de refração, disfunção 
da ATM ou abuso de medicamentos? Como eram os sintomas? O diagnóstico 
demorou? Você sabe como foi o tratamento, e se deu certo? 
 
 
 
 
 
 
Na avaliação da cefaleia, temos 
dois objetivos principais: 
 
 Excluir doenças graves associadas 
e avaliar a possibilidade de causas 
secundárias de cefaleia 
 Em caso de cefaleia primária, 
determinar o tipo. 
 
 
Cefaleia 
13 
 
Para alcançar estes objetivos (excluir doenças graves e determinar o tipo 
de cefaleia, se for primária), ao colher a história clínica devemos sistematizar 
nossa avaliação. Veja os pontos importantes segundo o livro "Semiologia Clínica", 
de Isabela Benseñor: 
1. Tipo de dor: em compressão, latejante, em faixa, em peso, em pontada? 
A dor é de dentro para fora ou de fora para dentro? 
2. Localização: unilateral, bilateral, retro-ocular? Tem relação com o trajeto 
das principais artérias extracranianas? 
3. Aspectos temporais: quando a dor começa? A evolução foi lenta ou 
rápida? Quanto tempo dura? O paciente acorda com a dor ou é acordado 
durante a noite pela dor? Com que frequência a dor aparece? Mensal? 
Semanal? Diária? 
4. Intensidade da dor: leve (não atrapalha atividades rotineiras), moderada 
(atrapalha as atividades rotineiras), grave (impede as atividades rotineiras), 
muito grave ou insuportável? Peça ao paciente para classificar a 
intensidade de sua cefaleia com uma nota de 0 a 10. 
5. Fatores de melhora ou de piora: o ato de curvar-se, ficar em pé, espirrar, 
tossir piora a dor? Quais são os fatores de melhora? Que tipos de 
medicamentos costumam melhorar a dor? 
6. Meio ambiente: exposição a monóxido de carbono, fumaça de cigarro ou 
outros agentes. 
7. Sintomas neurológicos associados: intolerância à luz, sons ou 
movimentos; tonturas, fraqueza e presença de intolerância a perfumes; dor 
à palpação do couro cabeludo no trajeto das principais artérias? 
8. Evolução prévia do quadro doloroso: duração e episódios anteriores; 
como era a dor no seu início ? Caracterize o episódio inicial. 
9. Impacto funcional: como a vida do paciente é afetada pela dor 
10. História familiar 
 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
14 
 
Algumas características - que chamamos de “redflags”, ou sinais de alerta 
- indicam maior probabilidade da presença de uma causa secundária da cefaleia. 
É importante sempre tê-las em mente: 
 Dor de cabeça acompanhada de sintomas sistêmicas (incluindo febre, 
rigidez de nuca); 
 História de neoplasia; 
 Sinais neurológicos focais. 
 Déficit neurológico (incluindo redução do nível de consciência), convulsão; Início súbito e abrupto; 
 Início após os 50 anos de idade; 
 Mudança recente no padrão ou início recente de cefaleia com 
características novas; 
 Dor varia com a posição; 
 Dor precipitada por espirros, tosse ou exercício; 
 Papiledema; 
 Dor de cabeça em piora progressiva ou apresentações atípicas; 
 Gravidez ou puerpério; 
 Dor ocular ou características autonômicas (ex: sudorese, taquicardia, 
midríase); 
 Surgimento após traumatismo craniano, mesmo que leve; 
 Presença de doenças do sistema imune, como HIV; 
 Uso abusivo ou excessivo de analgésicos para dor de cabeça; 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cefaleia 
15 
 
4) Agora leia a introdução do Goroll sobre abordagem do paciente com cefaleia. 
No quadro ao lado, escreva a mensagem mais importante, como no exemplo: 
A complaint of headache raises 
numerous diagnostic possibilities. 
Fortunately, less than 1% of cases of 
headache that come to medical attention 
represent serious intracranial disease. 
 
Both physicians and patients worry about 
headaches that are persistent, severe, 
sudden in onset, or different from a 
patient’s usual headache. 
 
The primary physician’s most immediate 
task is to identify efficiently by history 
and physical examination the occasional 
patient who requires aggressive 
workup*. 
A tarefa mais imediata do clínico é 
determinar qual paciente precisa de 
avaliação mais agressiva*. 
* Avaliação mais agressiva: tomografia computadorizada do crânio, punção lombar, etc. 
5) Segundo o Bates quais são os atributos da cefaleia que devemos investigar na 
anamnese? 
 
6) Lembra-se das cefaleias primárias e secundárias? Preencha o quadro, 
assinale as causas potencialmente fatais e sublinhe as lesões expansivas. 
CEFALEIAS PRIMÁRIAS CEFALEIAS SECUNDÁRIAS 
(sem etiologia subjacente demonstrável) (provocadas por doenças) 
 
 
 
7) Que causas potencialmente fatais devemos investigar em pacientes com: 
- cefaleia intensa, de início súbito? 
- cefaleia recente, persistente, e que se agrava progressivamente? 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
16 
 
8) Leia o caso clínico abaixo. Veja (com atenção) que a anamnese inclui todos os 
dados que o Bates sugere que investiguemos em pacientes com cefaleia. Esta 
paciente apresenta um quadro típico de enxaqueca clássica. Sublinhe na 
história todos os atributos do sintoma e, no espaço à esquerda, indique quais 
são eles (veja o exemplo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sintomas 
concomitantes 
Aura Bell, estudante, 23 anos, veio se consultar 
por ter apresentado pela 8ª vez em dois anos quadro 
de cefaleia que a impede de estudar. 
A cefaleia é intensa como das outras vezes, 
unilateral, pulsátil, inicia-se em cerca de 5 minutos, atinge seu ápice em 40 
minutos, dura 4 horas e termina lentamente. Com o passar das semanas, a dor 
permanece igual. Aura percebeu, no entanto, que a dor sempre piora nos 
primeiros dias da menstruação, mas não obedece horários. Por outro lado, a dor 
não piora ao abaixar a cabeça. tossir ou espirrar. Os episódios não melhoram 
com analgésicos comuns (paracetamol, dipirona); somente com medicamentos 
mais fortes, com ergotamina (que ela usa raramente) 
Embora a dor não tenha um horário específico para começar. Aura já 
reconhece sintomas que antecedem a cefaleia (fadiga, bocejos por umas duas 
horas). Durante os episódios apresenta náuseas e vômitos e sente-se mais 
confortável ao deitar em um quarto escuro e silencioso. 
 Uma vez percebeu que estava perdendo a visão do olho esquerdo, com 
o surgimento de “luzes brancas piscando” meia-hora antes do início da dor, mas 
não há relato de outros déficits neurológicos como confusão mental, alterações 
do nível de consciência, do equilíbrio, da marcha ou paresias dos membros. 
 Ela não sofreu nenhum traumatismo craniano recente, já mediu várias 
vezes a pressão arterial (sempre normal) e não tem comportamento de risco para 
infecção por HIV. Sua mãe já lhe disse que são crises de enxaqueca, uma 
característica de sua família. Também disse que ela deveria se cuidar melhor: 
dormir nos horários corretos, alimentar-se de maneira mais regular e parar com 
as bebidas alcoólicas. Você não sabe se Aura usa contraceptivos, ou se pode 
estar grávida. Mas com a mãe ao lado, não sabe se deve perguntar... 
Cefaleia 
17 
 
9) Quando devemos considerar que um quadro de cefaleia não é tensional, e sim 
uma enxaqueca? 
 
 
10) Respondendo à pergunta acima... Veja os critérios para o diagnóstico de 
enxaqueca. Qual sintoma não foi relatado pela por Aura Bell? Faça uma 
pergunta para investigá-lo, usando a técnica da pergunta ao contrário, para 
não induzir a resposta. (Técnica da pergunta ao contrário: para saber se o paciente 
tem cefaleia ao deitar, você perguntaria: ao deitar a cefaleia melhora?) 
 
11) Se a doença de Aura Bell fosse uma neoplasia cerebral, além da informação 
que você identificou no texto, ela apresentaria déficits neurológicos e vômitos. 
Mas ela apresenta mesmo escotomas cintilantes e vômitos! Então, porque não 
estamos preocupados com uma lesão expansiva? 
 
12) Você precisa saber se Aura utiliza anticoncepcionais orais (ACO). Se por um 
lado a cefaleia é comum nos três primeiros meses de gravidez, por outro os 
ACOs podem desencadear enxaqueca. A mãe está ao lado dela, e você não 
sabe se elas conversam sobre este assunto. Como resolver este problema? 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
18 
 
14) A consulta de Aura Bell, várias perguntas foram feitas para afastar causas de 
cefaleia. Preencha o quadro indicando a pergunta e a doença (veja o exemplo). 
Informação Reduziu a possibilidade de: 
Nega traumatismo crânio-
encefálico 
Hematoma subdural 
 
 
 
 
 
 
 
 
15) No quadro 7.2 do Bates (Cefaleias secundárias), identifique as causas... 
...potencialmente fatais 
 
...associadas a febre 
 
...associadas a 
alterações dos olhos ou 
da visão 
 
 
...que acordam o 
paciente durante a noite 
 
 
...sempre muito intensas 
 
...de início abrupto (min.) 
ou rápido (horas) 
 
 
 
Cefaleia 
19 
 
16) Atividade final: agora você é especialista em cefaleias. Analise os casos 
clínicos e descubra o diagnóstico. Sublinhe no texto três “pistas” que facilitaram 
o diagnóstico ajudando a diferenciar ou afastar outras causas. (Ajuda: um dos 
casos é sobre osteoartrite cervical com compressão radicular). 
 
J.P. Cunha, 52 anos, contador, queixa cefaleia há cerca de 10 dias. Esteve gripado há 
duas semanas, melhorou em três dias, mas depois piorou novamente. A dor é 
supraocular, tipo “pressão”, contínua, mas pior ao acordar pela manhã, melhora ao 
levantar, piora novamente ao longo do dia. Recentemente vem apresentando febre 
baixa, mal estar, hiporexia, rinorreia purulenta, halitose, redução do olfato, dor facial 
sobre a região malar à direita e tosse produtiva com expectoração purulenta. 
Diagnóstico: 
G. Dias, 25 anos, estudante, foi trazida ao pronto-atendimento em coma. A família relata 
que ela se queixava de cefaleia holocraniana intensa nos últimos dois dias, associada 
à febre alta, vômitos e confusão mental. Estava tratando um quadro de rino-sinusite 
bacteriana aguda com florais. Ao exame apresenta rigidez de nuca. 
Diagnóstico: 
S. Vasconcellos, 56 anos, do lar, veio se consultar com queixa de cefaleia holocraniana 
quase diária. A dor é do tipo “aperto”, pior ao acordar, mas tem se mantido estável 
desde o início do quadro, há dois 
meses. Neste período também 
apresenta insônia, hiporexia, 
sensação de falta de energia e dor 
variável nos braços e pernas. 
Durante a consulta chorou ao 
relatar que “não tem valor” para 
ninguém, não tem esperança de 
melhorar, tem medo de ser presa e 
andou pensando até em morrer. 
Diagnóstico: 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
20 
 
A. Lamas, 64 anos, motorista de ônibus, veio se consultar trazidopela esposa. Foi ela 
quem respondeu às perguntas, pois ele estava um pouco confuso com as datas e a 
sequência dos fatos. Segundo a esposa, Lamas vinha se queixando de cefaleia 
temporal E há cerca de 2 meses, sempre pela manhã. Aos poucos ele foi se tornando 
“diferente”. Deixou de se interessar por futebol, começou a apresentar explosões de 
agressividade seguidas de choro, e perdeu a capacidade de trabalhar. A cefaleia se 
tornou holocraniana, mais intensa, durava o dia inteiro e Lamas passou a apresentar 
náuseas. Ontem sofreu uma convulsão. Ao exame apresenta midríase unilateral. 
Diagnóstico: 
B. Fischberg, 64 anos, motorista de táxi, veio se consultar trazido pela esposa. Foi ela 
quem respondeu às perguntas, pois ele estava um pouco confuso. Segundo a esposa, 
Fischberg é alcoólatra e no mês passado “bebeu até cair na rua”. Foi levado ao pronto-
atendimento com uma lesão corto-contusa na região occipital e liberado após a sutura. 
Desde então vem se queixando de cefaleia holocraniana continua, progressiva. 
Diagnóstico: 
Confira na internet o caso 281 (Imagem da Semana/Faculdade de Medicina da UFMG)
M. Valério, administrador de empresas, tem 49 anos. Veio se consultar com queixa de 
cefaleia. Relata que a dor se iniciou há cerca de dois anos e ocorre geralmente no final 
do mês (nunca nas férias), na época do balanço parcial da contabilidade da empresa 
onde trabalha. Neste período ele fica péssimo: 
cansado, estressado, sem concentração e nervoso, 
mas consegue trabalhar mesmo assim. Durante os 
episódios de cefaleia fica intolerante ao barulho e 
claridade, mas nega náuseas e vômitos. A dor é leve 
a moderada, tipo “aperto”, holocraniana, mais intensa 
na nuca e região occipital (que ficam doloridas à 
palpação), e não se agrava com esforços do tipo “subir 
escadas”. Ele teme um “câncer no cérebro”, como 
ocorreu com seu tio há cerca de duas semanas. Ao 
exame físico, a pressão arterial está normal e você 
não encontrou nenhum sinal de qualquer doença. 
Diagnóstico: 
 
Cefaleia 
21 
 
J. Dirceu, 47 anos, político, apresenta cefaleia bitemporal leve, pulsátil, esporádica, há 
6 meses. Não se agravou neste período, e não há outras queixas, sinais ou sintomas. 
Embora o paciente esteja bastante tranquilo, sua pressão arterial (medida várias vezes 
em repouso, em duas consultas) tem se mantido por volta de 190/115 mmHg. 
Diagnóstico: 
Z. Fernandes, 72 anos, pianista, queixa-se de cefaleia occipital persistente há cerca de 
2 meses. A dor é quase diária, sem horário definido, não vem piorando, mas é agravada 
pelos movimentos do pescoço. A paciente apresenta também dor cervical, limitação da 
flexão lateral e rotação do pescoço, paresia e parestesias no membro superior 
esquerdo. Já apresentou quadro semelhante no ano passado e os sintomas remitiram 
após a utilização de um colar cervical por alguns dias. 
Diagnóstico: 
J.M. Silva, 45 anos, do lar, sexo feminino, procura ambulatório geral com queixa de 
cefaleia em pontada bilateral desde os 17 anos, de intensidade fraca a moderada. No 
começo a dor era esporádica e melhorava com aspirina. Há cerca de cinco anos notou 
que as crises estavam tornando-se cada vez mais frequentes e há um ano tem dor de 
cabeça diariamente. Atualmente tenta controlar a dor com analgésicos contendo 
associações de dipirona e cafeína (chega a tomar até 8 comprimidos por dia), em média 
por 15 dias no mês, mantendo quadro de dor diária. A dor incomoda, mas geralmente 
não impede as atividades habituais da paciente, não se exacerbando com a atividade 
física. A dor nunca é acompanhada de fotofobia, fonofobia, náuseas ou vômitos. Acorda 
pela manhã já com a dor, que em geral melhora após a ingestão de café. 
Diagnóstico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fim do GD  
 
Dor torácica 
23 
 
 
Dor torácica 
 
Rosália Morais Torres e Silvana Spíndola de Miranda 
 
A dor torácica é definida como sensação de dor ou desconforto na região do 
tórax. É uma manifestação sintomática frequente e complexa, uma vez que pode 
ser decorrente de causas cardíacas ou não cardíacas e envolve múltiplos 
mecanismos fisiopatológicos, manifestando-se aguda ou cronicamente, com 
expressão clínica de difícil distinção entre suas diferentes etiologias. 
 
A dor torácica representa um desafio diagnóstico em qualquer circunstância, 
pois, embora seja uma condição benigna na maioria dos casos, pode, também, ser 
manifestação inicial, às vezes única, de doenças mais graves. A investigação deve 
ser cuidadosa, e uma boa anamnese é essencial para diagnóstico correto e conduta 
adequada (Mário Lopez,1999). 
 
 
Competência: Diagnóstico diferencial da dor torácica 
 
Está é a bibliografia utilizada para este GD: 
Mario Lopez, 4a Ed., 1999. Semiologia Médica. As Bases do Diagnóstico Clínico. 
Tratado de Semiologia. 
Rose Lisboa, 1 a Ed., 2014. Tratado de Semiologia Médica. 
Lynn S Bicley. Bates Propedêutica Médica. 12 a Ed., 2018. 
Herlon Saraiva Martins. 13a Ed., 2019. Manual de emergência – abordagem prática. 
 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
24 
 
CASO CLINICO 1 
JCC, masculino, 59 anos, comerciante, compareceu pela manhã ao ambulatório referindo dor em 
pontada na região lateral do hemitórax direito, sem irradiação, piora com a inspiração profunda e 
quando tosse, há mais ou menos uma semana. Fez uso de medicamentos para dor com melhora 
(Dipirona 500 mg). No momento da consulta, relata o mesmo tipo de dor, tosse, expectoração 
amarelada, dispneia mMRC = 2. A dor independe do movimento do tronco, nega palpitação, dor na 
região precordial, náuseas, azia, pirose, náuseas, refluxo, dor ao deglutir ou dor abdominal. Também 
relata que ao comprimir o local não sente dor. Relata também febre termometrada (37,90C), 
adinamia e anorexia. Nega emagrecimento. Intensidade da dor 4/10. 
Na revisão de sistemas não há alterações. 
Tabagista de 20 anos/maço, hipertenso em uso de Losartana 50mg por dia. 
Não há outros relatos relevantes em relação a história pessoal, social e familiar. 
Exame físico: 
Sinais vitais: 
Frequência de pulso: 75 bpm; Frequência respiratória: 28 irpm 
PA: 110/70mmHg em ambos os braços 
Peso: 65 kg ; Altura: 1,80m ; IMC: 20.1; Temperatura: 37,80 C 
Saturação de O2 ambiente de 96%.; Circunferência abdominal: 95cm 
Mucosas coradas, hidratadas, acianóticas, anictéricas. Olhos, Nariz, Ouvido e Garganta sem 
quaisquer outras alterações. Pele e unhas: sem alterações. Tireoide não palpável, sem 
linfoadenopatias. Sem edemas; jugulares sem distensão; pulsos arteriais palpáveis e simétricos. 
Sem sopros carotídeos. 
Sistema respiratório: Inspeção: Discreta tiragem supra claviculares, 
Palpação: Expansibilidade diminuída em base do hemitórax direito, FTV aumentada em base do 
hemitórax direito. 
Percussão: Submacicez em base do hemitórax direito. 
Ausculta: Crepitações teleinspiratórias em hemitórax direito e atrito pleural. 
Sistema cardiovascular: Ritmo cardíaco regular, em dois tempos. Bulhas normorítmicas e 
normofonéticas. 
Sistema Digestivo: Abdômen plano, flácido, indolor a palpação superficial e profunda, sem 
hepatoesplenomegalia. 
HD: Pneumonia com acometimento pleural. 
 
Dor torácica 
25 
 
CASO CLINICO 2 
HDE, de 48 anos, feminino, empregada doméstica, compareceu no ambulatório referindo dor em 
região retroesternal (a paciente aponta para o local da dor), constante, com irradiação para as 
costelas anteriores, há mais ou menos 3 meses, piora com o movimento (a dor compromete seu 
trabalho) e principalmente quando comprime entre o manúbrio, o corpo do esterno e nas primeiras 
articulações condrocostais. Sem edema nessa região, porém com hiperestesia. Piora com a 
inspiração profunda. Fez uso de um medicamento que não sabe o nome por alguns dias, com 
melhora e retorno da dor após terminar o medicamento. No momento da consulta, relata o mesmo 
tipo de dor. Nega tosse, expectoração, dispneia. Nega palpitação,dor na região precordial, 
náuseas, azia, pirose, náuseas, refluxo, dor ao deglutir, dor abdominal. Nega febre, adinamia, 
anorexia e emagrecimento. 
Na revisão de sistemas não há alterações. 
Não há relatos relevantes em relação a história pessoal, social e familiar. 
Exame físico: 
Sinais vitais: 
Frequência de pulso: 70 bpm. ; Frequência respiratória: 20 irpm 
PA: 120/60mmHg em ambos os braços 
Peso: 58 kg ; Altura: 1,68m; IMC: 20.5; Temperatura: 35,90 C 
Saturação de O2 ambiente de 98%.; Circunferência abdominal: 88 cm 
Mucosas coradas, hidratadas, acianóticas, anictéricas. Olhos, Nariz, Ouvido e Garganta sem 
quaisquer outras alterações. Pele e Unhas: sem alterações. Tireoide não palpável, sem 
linfoadenopatias. Sem edemas; jugulares sem distensão; pulsos arteriais palpáveis e simétricos. 
Sem sopros carotídeos. 
Dor importante quando comprime as regiões relatada acima. 
Sistema respiratório: Inspeção: Sem alterações 
Ausculta: Sons respiratórios normais 
Sistema cardiovascular: Ritmo cardíaco regular, em dois tempos. Bulhas normorítmicas e 
normofonéticas. 
Sistema Digestivo: Abdômen plano, flácido, indolor a palpação superficial e profunda, sem 
hepatoesplenomegalia. 
HD: Síndrome de Tietze (pericondrite) 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
26 
 
 Sobre cada caso clínico responda: 
1) A qualidade da dor é somática ou visceral? Explique. 
 
 
 
2) Descreva a intensidade da dor, localização, caráter (tipo) e duração. 
 
 
 
 
3) Discuta o quadro abaixo: 
Dor torácica Extensão Qualidade Comentários 
Parietal 
muscular 
Bem localizada Profunda Sensibilidade local 
Relação com a postura 
Parietal 
nervosa 
Bem localizada Superficial urente 
Superficial profunda 
Hiperestesia intensa 
Irradiação frequente 
Parietal costal Bem localizada Superficial Ventilatório dependente 
Sensibilidade local 
Pleural Bem localizada Superficial picante Ventilatório dependente 
Hiperestesia ausente/peq 
Visceral Difusa 
interiorizada 
Profunda 
Mal definida 
Retroesternal – irradiação 
Reações emocionais 
Fonte: Mario Lopez, 1999. 
 
Dor torácica 
27 
 
CASO CLINICO 3 
Um senhor de 59 anos chega à consulta no Ambulatório Bias Fortes relatando sua preocupação 
pelo fato de estar apresentando dor torácica em aperto quando pratica uma atividade física mais 
intensa, como correr, subir escadas, ou quando experimenta algum estresse emocional. Refere 
que é uma dor em aperto, localizada no precórdio. Às vezes, a dor é acompanhada de palpitações 
e um leve desconforto respiratório. Diz ainda que a dor se irradia para o braço esquerdo e 
mandíbula. Acompanhante relata que ele é diabético e hipertenso há 13 anos com fraca adesão 
às terapias medicamentosas. 
4) É importante realizar uma anamnese cuidadosa e direcionada, que 
contemple todos os sintomas referidos pelo paciente. Diante deste quadro 
clínico, quais perguntas você faria para elucidar melhor os sintomas 
descritos pelo paciente? 
 
 
 
 
5) Ao relatar a sua dor, o paciente coloca a mão no peito, com punho fechado, 
para demonstrar o tipo de dor que vem apresentando. Você valorizaria esse 
gesto? Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
É de grande importância a distinção da etiologia da dor torácica, que, 
didaticamente, pode ser organizada em: cardíacas e não cardíacas. As dores de 
origem cardíaca podem ser isquêmicas ou não-isquêmicas. As dores de origem 
não-cardíaca mais comuns podem ser gastroesofágicas ou de causas 
pulmonares, musculoesqueléticas e psicogênicas. Observe o quadro a seguir: 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
28 
 
 
Fonte: Manual de emergência – abordagem prática USP 
6) Quais elementos deste quadro permitem que você estabeleça o diagnóstico 
da dor torácica apresentada pelo paciente? 
 
7) A correta caracterização da dor inclui tipo, duração, localização, irradiação, 
fatores de melhora ou piora, sintomas associados. Quais perguntas 
adicionais você faria a este paciente durante a história da moléstia atual? 
 
8) Outro aspecto importante consiste em investigar a história médica pregressa 
do paciente. Quais elementos da história pregressa devem ser investigados 
no caso deste paciente? 
 
9) Qual o principal diagnóstico diferencial da dor torácica apresentada pelo 
paciente? Volte ao quadro 1 para se orientar melhor. 
 
Dor torácica 
29 
 
 
CASO CLINICO 4 
Mulher de 52 anos de idade, obesa, procura o ambulatório com queixa de dor 
torácica retroesternal. Chega um pouco ansiosa à consulta, porque conversou 
com a vizinha, que tem “problema cardíaco” e esta opinou que seu problema 
devia ser devido a “veias entupidas no coração”. Durante a anamnese, relatou 
que durante um episódio de dor, a vizinha a orientou a usar um dos comprimidos 
de nitroglicerina sublingual que costuma usar quando tem sintomas parecidos. 
Como paciente experimentou melhora ao usar este medicamento, considera que 
seu problema é o mesmo de sua amiga e está bastante preocupada com a 
possibilidade de ter um problema cardíaco. 
A paciente relata que a dor é retroesternal, de média intensidade, aparece 
geralmente após a alimentação e persiste por mais de uma hora. A paciente 
relata apresentar pirose que melhora com uso de antiácidos. A dor não aumenta 
quando faz exercícios físicos, correr ou subir escadas. 
Seu professor, após anamnese e exame físico da paciente, chegou à hipótese 
diagnóstica de dor de origem esofágica, provavelmente por refluxo 
gastroesofágico. 
 
10) Quais elementos da história clinica favoreceram este diagnóstico? 
 
 
11) Como você explicaria a melhora da dor com a nitroglicerina sublingual? 
 
 
12) Quais seriam as características de uma dor de origem esofágica? 
 
Fim do GD  
 
Dor abdominal 
31 
 
 
Dor abdominal 
Flávio Chaimowicz 
 
Jacob Moritz Blumberg (1873-1955), um cirurgião judeu alemão, pode ser 
lembrado por diversos motivos. Durante a I Guerra Mundial foi premiado com a Medalha 
da Cruz de Ferro por ter controlado uma epidemia de tifo em um campo de concentração, 
organizando a remoção dos piolhos de 10.000 soldados russos prisioneiros. Também foi 
ele quem inventou as luvas de borracha, precursoras das luvas de látex utilizadas nas 
cirurgias. 
Mas na medicina seu nome será lembrado para sempre por sua descrição do "Sinal 
de Blumberg" - dor intensa à descompressão súbita do "Ponto de McBurney" - indicando 
que o peritônio parietal adjacente ao apêndice está inflamado, e este está prestes a se 
romper. 
E onde fica tal ponto? Segundo o cirurgião americano Charles McBurney (1845–
1913), a 1/3 da distância entre a espinha ilíaca anterossuperior e a cicatriz umbilical (a 
localização mais comum do apêndice): 
"The seat of greatest pain, determined by the 
pressure of one finger, has been very exactly between 
an inch and a half and two inches from the anterior 
spinous process of the ilium on a straight line drawn from 
that process to the umbilicus". 
Outro cirurgião americano - Charles Dettie Aaron 
(1866-1951) - em seu artigo A sign indicative of chronic appendicitis publicado em 1913 
no Journal of the American Medical Association, descreveu que dor ou desconforto 
epigástricos provocados pela compressão contínua do Ponto de McBurney são indicativos 
de apendicite em fase precoce, restrita à luz intestinal, ainda sem irritação peritoneal. 
Mas parece que em uma antiga aldeia gaulesa, muitos séculos antes, estes sinais 
já eram conhecidos. O chefe Abracourcix estava doente, queixando dor abdominal. O 
diagnóstico de apendicite foi confirmado pelo druida Panoramix através do Sinal de 
Blumberg. Obelix, que observara com atenção o exame físico realizado pelo druida, pediu 
a ele para tentar reproduzir a manobra. Veja como a dor só ocorre na descompressão 
súbita do ponto de McBurney... 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
32 
 
Apresentação: Dor abdominal 
A Profa. Cláudia AlvesCouto colaborou com esta seção. 
Neste estudo dirigido vamos trabalhar os sinais e sintomas que devemos avaliar em 
pacientes com dor abdominal. 
Queixas de dor abdominal são bastante comuns em consultas eletivas e de urgência. 
Algumas vezes estamos diante de pacientes com dor aguda que requerem cirurgia imediata, outras 
vezes estamos diante de pacientes com queixas crônicas provocadas por problemas comuns, 
como a constipação intestinal. Por este motivo, há quem 
diga que o abdome "é uma caixinha de surpresas". 
 
Conhecendo bem as características clínicas das 
causas mais comuns e mais graves de dor abdominal, 
você obterá diagnósticos mais acurados e rápidos, 
empregando menos propedêutica complementar. Na 
grande maioria dos casos, o diagnóstico depende 
somente da anamnese e exame físico. 
 
 
Ao final da seção sobre dor abdominal, esperamos que você consiga: 
● Explicar a diferença da abordagem de casos de dor aguda e crônica. 
● Listar os mecanismos/estímulos que provocam dor, e exemplos. 
● Descrever os principais atributos semiológicos para a investigação da dor. 
● Citar sinais e sintomas associados, gerais e específicos, e sua importância. 
● Analisar o quadro clínico de pacientes com dor e propor diagnósticos. 
 
Antes de começar este estudo dirigido, abra o capítulo Dor Abdominal, de Fernando 
Marcuz Silva, do livro Semiologia Clínica, de Isabela Benseñor4. As seções do estudo dirigido 
correspondem às seções do capítulo. Recomendamos que você leia cada seção do capítulo 
antes de começar a responder as perguntas de cada seção do estudo dirigido. 
. 
 
4 Silva FM. Dor abdominal. In: Semiologia Clínica. Benseñor, IM; Atta, JA; Martins MA. Sarvier, 1ª Ed (2002). Parte IV, 
Capítulo 59. 
Dor abdominal 
33 
 
INTRODUÇÃO 
1) Porque é importante diagnosticar com rapidez doenças que provocam dor abdominal aguda? 
Exemplifique citando uma causa. 
 
 
2) Diante da um paciente com dor abdominal crônica, "rapidez" não importa tanto. Quais 
habilidades passas a ser mais importantes? Exemplifique. 
 
 
 
 
3) Identifique o erro nesta frase em destaque. A frase é repetida, sem erro, logo no final da 
introdução. Qual a importância prática deste pensamento ? 
 
 
 
A Teoria de Darwin 
Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês, desenvolveu uma teoria 
evolutiva que é a base da moderna teoria sintética: a teoria da seleção 
natural. Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio 
têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados, 
deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem 
adaptados são, portanto, selecionados para aquele ambiente. 
 Os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações em 
todos os caracteres, não sendo portanto idênticos entre si. 
 Os organismos com variações vantajosas têm maiores chances de 
deixar descendentes. Como há transmissão de caracteres de pais para filhos, estes 
apresentam essas variações vantajosas. 
 Assim, ao longo das gerações, a atuação da seleção natural sobre os indivíduos mantém 
ou melhora o grau de adaptação destes ao meio. 
Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioselecaonatural2.php 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
34 
 
ESTÍMULOS DA DOR ABDOMINAL 
4) Baseando-se na Teoria da Seleção Natural de Darwin explique porque... 
"Cortar, apertar ou rasgar não causam dor em vísceras, porém a distensão e o 
estiramento são potentes estímulos aos receptores sensitivos viscerais". 
 
 
 
5) Explique o mecanismo pelo qual estes processos provocam dor: 
Hemorragia interna do baço 
Diarreia aguda 
Apendicite aguda 
Isquemia mesentérica 
Câncer de pâncreas 
 
6) Porque os pacientes com esquistossomose e volumosa hepatomegalia e/ou esplenomegalia, 
ou com uma volumosa neoplasia da vesícula biliar podem não sentir dor? 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DA DOR ABDOMINAL 
7) Duração: Um paciente de 56 anos compareceu ao serviço de urgência com dor abdominal 
iniciada a 4 horas. O plantonista, sobrecarregado, prescreveu um analgésico potente. O 
paciente melhorou e foi liberado para casa. Continue a escrever o caso, explicando como e 
porque o paciente morreu por um infarto agudo do miocárdio no dia seguinte. 
 
 
 
8) Duração: Cite três exemplos de doenças crônicas que podem provocar crises agudas de dor 
abdominal. 
Dor abdominal 
35 
 
Você leu no capítulo de Benseñor que... 
...muitas das dores crônicas se associam a quadros de benignidade que podem 
ter, como causa fisiopatológica, distúrbios funcionais de difícil determinação, nos 
quais a utilização de exames subsidiários, às vezes custosos e/ou invasivos, 
resulta em achados inespecíficos ou pouco alterados, não contribuindo para o 
diagnóstico nem para o bem-estar do paciente. Para esses casos, seria mais 
adequado um seguimento criterioso procurando identificar situações de alarme 
(sinais ou sintomas que denotam a gravidade da doença orgânica). Na presença 
de sinais de alarme, estaria indicada uma investigação... 
 
9) Duração: Correlacione os sinais de alarme e doenças, exemplificando as situações nas quais é 
necessário aprofundar a investigação de pacientes com dor abdominal crônica. 
Constipação de início recente Neoplasia do estômago 
Esteatorreia Pancreatite crônica 
Hematoquezia Obstrução do ducto biliar na neoplasia do pâncreas 
Hematúria Doença inflamatória intestinal 
Icterícia Sangramento crônico de neoplasia colorretal 
Palidez, anemia Neoplasia colorretal distal 
Saciedade precoce Neoplasia dos rins 
 
10) Tipo: Na fase inicial da apendicite aguda, ou da colecistite aguda, a víscera oca foi distendida 
rapidamente pelo processo inflamatório. Qual será o tipo de dor? Como será o quadro clínico? 
 
 
11) Tipo: Na fase seguinte da apendicite aguda, ou da colecistite aguda, o processo inflamatório 
atinge o peritônio parietal adjacente. Qual será o tipo de dor? Como será o quadro clínico? 
 
 
12) Tipo: Explique porque os pacientes com colecistite aguda podem sentir dor referida no ombro 
direito ou região interescapular. 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
36 
 
13) Localização: Indique a localização dos seguintes processos: 
 
esofagite distal 
Gastrite erosiva 
por uso de anti-
inflamatório 
Giardíase do 
jejuno proximal 
colecistite inicial 
colecistite 
avançada 
distensão da 
cápsula do baço 
por hemorragia 
passagem de 
cálculo pelo 
ureter proximal 
passagem de 
cálculo pelo 
ureter distal 
 
 
 
espasmo de 
esôfago muito 
intenso 
úlcera péptica do 
bulbo duodenal 
apendicite inicial 
apendicite 
avançada 
hepatite aguda 
pancreatite 
crônica 
torção do 
pedículo de um 
cisto do ovário 
gravidez tubária 
colite infecciosa 
distal 
distensão da 
bexiga por 
obstrução 
prostática.
 
Dor abdominal 
37 
 
14) Localização: Henrique e Juliano compareceram ao ambulatório de urgência com queixa de dor 
no hipocôndrio direito (Henrique) e quadrante inferior direito (Juliano). Confira no quadro abaixo 
as possibilidades diagnósticas, de acordo com a localização. Sublinhe aquelas que costumam 
cursar com febre. 
 
15) Localização: Se a dupla fosse Henrique e Juliana, quais seriam as possibilidades adicionais? 
Quais delas provocam febre? 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
38 
 
16) Caráter: Descubra pelo menos duas pessoas conhecidas que já apresentaram um dos 
diagnósticos a seguir: doença do refluxo gastroesofágico, cólica renal, cólica menstrual, hepatite, 
apendicite e colecistite. Peça a eles para descreverem o caráter da dor. 
 
 
17) Intensidade: Peça também que descrevam a intensidade. 
 
 
18) Fatores de melhora e piora: Cite exemplos de fatores de melhora e piora que lhe parecem mais 
úteis para se investigar na anamnese de um paciente com dor abdominal. 
 
 
SINTOMAS E SINAIS ASSOCIADOSÀ DOR ABDOMINAL 
Os elementos mais importantes para a avaliação de pacientes com dor abdominal são os sinais e 
sintomas associados - gerais e específicos - que ocorrem na vigência da dor, ou que a precederam. 
Sinais e sintomas gerais indicam mais a gravidade do caso do que uma etiologia. 
19) Qual a importância de se investigar anorexia e perda de peso na vigência de quadros de dor 
abdominal aguda? E nos casos de dor crônica? 
 
 
 
20) Descreva três situações em que a presença de febre sugere a etiologia. 
 
Dor abdominal 
39 
 
21) Complete o quadro com mecanismos que podem provocar taquicardia e/ou hipotensão em 
pacientes com dor abdominal aguda, e causas possíveis. 
Mecanismo Causas possíveis 
 Cólica nefrética 
Hemorragia _______________ ou ______________ 
Sequestro de líquido no interior da víscera ou 
ao seu redor 
 
 
Sepse provocada por. 
________________ ou ______________ 
 
22) Porque podem ocorrer náuseas precocemente no curso de doenças como torção do pedículo 
do cisto do ovário e obstrução do colédoco ou ureter, se estas estruturas não estão diretamente 
ligadas com o estômago e intestinos? 
 
 
23) Em que momento do quadro clínico você esperaria observar vômitos em pacientes com dor 
abdominal provocada por uma úlcera péptica duodenal (sem perfuração) que provoca edema da 
mucosa e obstrução da luz? 
 
24) E no caso de uma obstrução do sigmoide provocada por uma neoplasia? 
 
 
25) Nas duas situações, quais seriam as características dos vômitos? 
 
 
26) Que magnitude de distensão abdominal você esperaria encontrar? 
 
 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
40 
 
Sinais e sintomas específicos gastrintestinais ou urinários tornam o mais específico o diagnóstico 
diferencial de pacientes com dor abdominal. 
27) Sangramento digestivo: um paciente com dor abdominal epigástrica provavelmente provocada 
por úlcera péptica duodenal mencionou que as fezes estão escuras. O que pode estar 
acontecendo? Faça perguntas objetivas sobre as características das fezes para investigar esta 
alteração. 
 
 
 
28) Sangramento digestivo: o que pensar de um paciente com anemia ferropriva que começa a 
cursar com dor abdominal? 
 
 
 
29) Constipação e diarreia: a resposta não está no livro... Porque devemos - diante de um paciente 
com dor abdominal - preocupar mais com a "parada de eliminação de gases e fezes", e nem 
tanto com a "parada de eliminação de fezes"? 
 
 
30) Constipação e diarreia: cite três doenças em que há parada da eliminação de fezes e dor 
abdominal. 
 
31) Constipação e diarreia: cite três doenças em que há diarreia aguda e dor abdominal. 
 
32) Constipação e diarreia: cite três doenças em que há diarreia crônica e dor abdominal. 
 
Dor abdominal 
41 
 
33) Geniturinários: Tente diagnosticar a causa da dor abdominal destas mulheres que apresentam 
também sintomas geniturinários. Faça uma rápida pesquisa de todos os termos que você não 
conhece: 
a. dor tipo cólica iniciada no dorso, migrou para o hipogástrio e agora acomete os grandes 
lábios, precedida por disúria (do tipo algúria), polaciúria, urgência urinária e hematúria 
macroscópica. 
 
b. mulher com vida sexual ativa apresenta corrimento vaginal, febre e dor na fossa ilíaca 
esquerda. 
 
c. mulher com vida sexual ativa e atraso menstrual apresenta episódio súbito de intensa 
dor abdominal na fossa ilíaca esquerda. 
 
d. mulher com vida sexual ativa apresenta sangramento vaginal e dor abdominal pélvica. 
 
e. mulher com vida sexual ativa apresenta dor pélvica tipo cólica sempre no mesmo 
período do ciclo menstrual. 
 
34) Sintomas extra-abdominais: Que elementos podem ajudar a definir o diagnóstico de um 
paciente com dor abdominal que vem apresentando dispneia? 
 
35) Sintomas extra-abdominais: Quando suspeitar doença coronariana (angina) em um paciente 
com dor abdominal? 
 
36) Causas extra-abdominais: Analise o quadro 59.2. Escolha uma doença que ainda não foi 
comentada e descreva quando deveríamos desconfiar de que ela é a causa da dor abdominal 
de um paciente que veio se consultar. 
 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
42 
 
DADOS DO EXAME FÍSICO 
37) O exame físico pode sugerir a origem da dor em alguns casos. Sem conferir no livro, tente 
correlacionar as células abaixo, que estão embaralhadas. 
Achado Significado Exemplo 
Febre Hipovolemia Ulcera duodenal 
Palidez Afecção hepatobiliar Apendicite 
Hipotensão Perda de sangue Coledocolitíase 
Icterícia Infecção Pancreatite 
 
ABDOME AGUDO 
38) Você está em um centro de saúde e um paciente chega com quadro de intensa dor abdominal 
iniciada há 3 horas. O que levaria você a pensar na possibilidade de um abdome agudo? Invente 
alguns sintomas, e um qualquer diagnóstico, para o seu paciente. 
 
 
 
 
 
 
DOR ABDOMINAL CRÔNICA 
39) Mencione cinco elementos que nos fariam pensar em problemas psíquicos associados a dor 
abdominal funcional em um paciente de 45 anos com sintomas há dois anos. 
 
Dor abdominal 
43 
 
CASOS CLÍNICO DO LIVRO 
40) Caso 1: Que elementos da história clínica nos fazem suspeitar muito de apendicite? Descubra 
que processo provocou a mudança do padrão de dor. 
 
 
 
41) Caso 2: Porque a palavra "irradiada" foi utilizada incorretamente? Tente explicar todos os 
achados da anamnese. 
 
 
 
42) Caso 3: Quais são as pistas da história clínica que sugerem uma doença gástrica? E o que nos 
leva a descartar uma "gastrite" ou "má digestão" como diagnostico do quadro atual? Qual seria 
o diagnóstico mais provável? 
 
 
 
 
43) Caso 4: Você sabe o que é polaciúria? Por que o paciente tem náuseas e vômitos se o problema 
não é no aparelho digestivo? Por que o paciente tem palidez e sudorese se não há perda 
sanguínea nem processo infeccioso? Que achado do exame de urina vai apoiar o diagnóstico 
de cálculo migrando através do ureter? 
 
 
 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
44 
 
44) Caso 5: Cite elementos da história que sugerem mais uma salpingite do que uma apendicite e 
acrescente elementos que você pesquisaria. Se você fosse o plantonista e pudesse escolher, 
você preferiria que estivesse acometida a trompa do lado direito ou a do lado esquerdo? 
 
 
 
 
 
 
45) Caso 6: Que elementos te chamam mais atenção neste caso de dor por hérnia encarcerada? 
 
 
 
46) Caso 7: Tente explicar cada um dos sintomas e sinais desta paciente. 
 
 
 
 
 
47) Caso 8: Que características di quadro sugerem tratar-se de uma doença funcional (origem 
psíquica associada a mal funcionamento intestinal)? 
 
Dor abdominal 
45 
 
PERGUNTAS BÔNUS 
Se tiver tempo, responda a próxima pergunta. Se tiver coragem, responda a que vem logo depois 
dela. 
48) Apresentaremos a seguir o quadro típico de doenças que causam dor abdominal. Tente 
identificar a causa da dor, dentre as listadas abaixo. 
Adenocarcinoma do estômago. Neoplasia do pâncreas 
Colecistite aguda Obstrução do intestino delgado 
Cólica biliar Pancreatite aguda 
Diverticulite Pancreatite crônica 
Isquemia mesentérica Úlcera péptica gastroduodenal 
Sublinhe no texto, com duas linhas, as CARACTERÍSTICAS DA DOR que forem muito 
sugestivas do diagnóstico. Veja o exemplo no primeiro quadro. 
Sublinhe também características da HISTÓRIA ou QUADRO CLÍNICO muito sugestivos do 
diagnóstico. Veja o exemplo no terceiro quadro. 
Paciente alcoólatra relata epigastralgia intensa, constante, refratária, que irradia para as costas. A 
dor vem ocorrendo a 2 meses, sempre desencadeada pela ingestão de alimentos. Por este motivo 
ele parou de se alimentar adequadamente e emagreceu 12 kg. Neste período ele observou que as 
fezes estão amareladas, brilhantes, e ficam flutuando no vaso sanitário. No Centro de Saúde, uma 
dosagem da glicemia realizada há 2 semanas revelou diabetes. O paciente prefere ficar todo o 
tempoassentado, inclinado para frente. 
Paciente de 45 anos queixa epigastralgia bem localizada, tipo “fome” e queimação, que o acorda 
à noite, há cerca de 2 semanas. O quadro ocorreu por 3 semanas no ano passado e cedeu 
espontaneamente. Melhora com a ingestão de alimentos e antiácidos, mas depois piora 
novamente. Associa com pirose, náusea, vômitos e eructações. 
Paciente de 73 anos apresentou ontem quadro de hiporexia que evoluiu para náuseas, vômitos e 
diarreia. Apresentava dor tipo cólica periumbilical, que cedeu. Agora iniciou quadro de febre baixa 
e irritação peritoneal na fossa ilíaca esquerda. No ano passado uma colonoscopia revelou que ela 
era portadora de doença diverticular difusa dos cólons. 
Paciente de 65 anos veio se consultar com queixa de perda de peso (há 3 meses), anorexia, 
náuseas, saciedade precoce e há 10 dias apresenta epigastralgia. Neste período a dor vem 
piorando progressivamente, não melhora com a ingestão de alimentos e antiácidos. Apresenta 
anemia ferropriva e pesquisa de sangue oculto nas fezes é positiva. 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
46 
 
Paciente alcoólatra comparece ao serviço de urgência com queixa de epigastralgia muito intensa, 
constante, iniciada há 40 minutos, associada a vômitos, distensão abdominal, febre. A dor é mal 
localizada, em uma faixa no abdome superior, se irradia para as costas. O paciente se recusa a 
deitar para ser examinado e prefere ficar todo o tempo assentado, inclinado para frente. 
Paciente do sexo feminino, de 45 anos, obesa e multípara, apresenta quadro de dor tipo aperto, 
no hipocôndrio direito, que se irradia para a escápula e ombro direito. A dor é intensa, iniciou-se 
há 3 horas, e está associada a vômitos. 
A paciente acima não compareceu ao médico e a dor cedeu. Depois de 2 semanas a dor recidivou, 
tornou-se constante e piorava com a inspiração profunda. Passou a apresenta anorexia, náuseas, 
vômitos e febre. 
Paciente de 38 anos, já submetida a duas cirurgias abdominais (colecistite perfurada e apendicite) 
vem apresentando dor abdominal tipo cólica na região superior do abdome. Ao exame, o abdome 
está muito distendido, e o peristaltismo está exacerbado ("peristaltismo de luta"). 
Paciente relata epigastralgia constante, profunda, persistente e progressiva, que piora com o 
decúbito dorsal e se irradia para as costas, que vem ocorrendo há 2 meses. Neste período vem 
apresentando anorexia, emagrecimento e depressão. Ao exame você observou icterícia. 
Paciente de 80 anos, portador de doença aterosclerótica difusa (já sofreu infarto agudo do 
miocárdio, acidente vascular cerebral isquêmico e tem doença arterial periférica), vem 
apresentando dor abdominal difusa, mal localizada, uma hora depois do desjejum, do almoço e do 
jantar. A dor dura cerca de 3 horas. 
 
Dor abdominal 
47 
 
49) Agora trabalharemos com trechos do livro Goroll. Suas tarefas: 
- Ler com atenção cada trecho, traduzindo com um dicionário as palavras que parecerem mais 
relevantes. 
- Marcar no texto os sinais e sintomas mais importantes para a identificação da causa da dor. 
Veja o exemplo, ao longo do próximo parágrafo. 
- Preencher os espaços com os diagnósticos abaixo. 
Acute bladder outflow Chronic mesenteric insufficiency 
Acute cholecystitis Hepatic/splenic/ 
Acute ureteral blockade Myocardial infarction 
Abdominal aortic dissection/aneurysm Peptic ulcer disease/ duodenal 
Appendicitis and cholecystitis Pulmonary /pneumonia 
Biliary colic 
Peritoneal irritation causes a severe continuous pain because of the rich innervation of the 
parietal peritoneum. Focal injury results in well-localized discomfort that is described as sharp, 
aching, or burning. Spread of the irritant process leads to more-generalized abdominal pain. 
Severity is related to the nature of the irritant and the speed with which the noxious exposure 
occurs. Reflex spasm of the overlying abdominal wall musculature can produce involuntary 
guarding. Rebound tenderness is prominent on physical examination. Most important, the pain 
is accentuated by pressure changes in the peritoneum; thus, palpation, coughing, or movement 
may increase the pain, leading the patient to lie still, in contrast to the restlessness of patients 
with “colicky” pain. Appendicitis and cholecystitis. 
 
 _________ ________ or rupture of __________ ________ _______produces severe acute 
abdominal pain that often radiates to the back or genitalia. Before dissection, aneurysms are 
usually silent, but physical examination may reveal an increase in aortic diameter (>3.0 cm). 
 
______ ______ _______ obstruction presents as lower abdominal distention and suprapubic 
pain. Symptoms of prostatism may precede the episode. 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
48 
 
Sudden obstruction of the cystic duct by a stone produces acute pain, sometimes referred to 
as______ ________. Unlike the cramping pain of acute intestinal obstruction, the pain of acute 
cystic duct obstruction is mostly steady, lasting more than 1 hour after sudden onset. 
_________ __________is associated with localized peritonitis in addition to obstruction. Pain 
is typically maximal in the right upper quadrant or epigastrium, radiates to the scapular region, 
and is accompanied by nausea, vomiting, and fever without jaundice; at times only mild 
epigastric discomfort is present. Murphy’s sign (inspiratory arrest in response to right upper 
quadrant palpation) may be seen, and right upper quadrant tenderness to percussion or 
pressure over the gallbladder is also a suggestive finding. Gallstones in the absence of ductal 
obstruction or gallbladder wall inflammation are often asymptomatic. 
 
Obstruction within the urinary tract can present as abdominal pain. _______ _______ 
________by a stone is extremely uncomfortable. Onset is sudden and the pain is cramping, 
beginning in the back and flank and radiating into the lower abdomen and groin. 
 
________ _________ _________ characteristically 
produces dull or aching postprandial pain (“abdominal 
angina”) localized to the epigastrium or mid abdomen when 
the increased oxygen demand of digesting a meal outpaces 
the available blood supply. Onset is usually within an hour 
of eating, peaking at the time of maximal oxygen demand; 
severity is proportional to the size and fat composition of the 
meal as well as the degree of obstruction to blood flow. 
Symptoms can persist for 2 to 3 hours. 
 
Dor abdominal 
49 
 
Although the exact mechanism of pain in _______ ______ ______ is incompletely understood, 
it is believed that acid inflaming submucosal tissue and nerves plays a major role. This 
hypothesis is supported by the observation that neutralization of acid often provides immediate 
relief. The pain pattern of __________ ulcer disease usually parallels the acid–peptic cycle. 
Unless perforation or penetration into the pancreas is present, the pain is mostly confined to 
the epigastrium. Patients use such terms as gnawing, aching, and burning to describe their 
discomfort. Radiation of pain into the back in patients with duodenal ulcer suggests perforation 
into the pancreas. 
 
Distention of the well-innervated capsule surrounding digestive organs is a potential source of 
constant, aching abdominal pain. __________capsular distention leading to right upper 
quadrant pain occurs in hepatitis, congestive heart failure, fatty infiltration (hepatic steatosis), 
and subcapsular hematoma. The pain of____________ capsular distention, as may occur 
secondary to blunt trauma (e.g., in a motor vehicle accident), localizes to the left upper 
quadrant. With subdiaphragmatic peritoneal irritation, the patient may experience pain radiating 
to the ipsilateral shoulder. With splenic trauma, a deceptive period of many hours may pass 
before peritoneal signs develop if a subcapsular hematoma temporarily retards the spilling ofblood into the peritoneum. 
 
Referred pain from a process originating in the chest is sometimes an etiology of abdominal 
complaints.___________ infarction and ___________ of the lower lobes are among the chest 
problems that may present as pain in the upper abdomen; at times, reflex muscle spasm 
accompanies the pain. Upper abdominal pain, nausea, and vomiting may be the principal 
manifestations of an acute inferior _________ ___________. However, symptoms and signs 
of cardiac or pulmonary disease accompany most intrathoracic sources of abdominal pain. 
 
 
Fim do GD  
 
Dor lombar 
51 
 
Dor lombar 
Flávio Chaimowicz 
Atlas foi o primeiro rei da mítica Atlântida. Pertencia à geração divina dos seres 
desproporcionados, violentos, monstruosos - encarnação das forças selvagens da natureza 
nascente, dos cataclismos 
iniciais, com que a terra se 
arrumava para poder 
receber, num regaço mais 
acalmado, a vida e a sua 
cúpula consciente: os 
humanos. 
Atlas, com outros titãs, 
forças do caos e da 
desordem, pretenderam 
alcançar o poder supremo, 
pelo que atacaram o Olimpo 
e combateram ferozmente 
Zeus e aliados: as energias 
do espírito, da ordem, do 
Cosmos. 
Zeus, triunfante, castigou 
seus inimigos - escravos da 
matéria e dos sentidos, 
inimigos da espiritualização 
harmonizadora - lançando-
os no Tártaro, a região mais 
profunda do Mundo Inferior, 
para que de lá nunca 
fugissem. Reservou para Atlas, porém, uma pena especial: pô-lo a sustentar, nos ombros e 
para sempre, os céus. 
 
Texto retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Atlas_(mitologia) 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
52 
 
Apresentação: Lombalgia 
 
Doenças do sistema musculoesquelético (SME) como a lombalgia (“lumbago”) e artralgias 
são cada vez mais comuns na prática ambulatorial, são importantes causas de absenteísmo e 
geram enormes custos para o sistema de saúde. As 
causas deste fenômeno são, por um lado, a epidemia 
de obesidade associada à elevada prevalência de 
inatividade física dentre adultos, e por outro lado, o 
envelhecimento da população. 
 
 
Lumbago = dor lombar 
 
Este GD será baseado no seguinte texto: 
Bickley LS, Bates Propedêutica Médica, (Cap. Sistema musculoesquelético). 
Você também pode estudar sinais e sintomas do sistema locomotor no Tratado de Semiologia 
Médica da Prof. Rose Lisboa ou então o Cap. 61 (Lombalgia) de Isabela Benseñor . 
Ao final deste GD esperamos que você seja capaz de: 
● Realizar uma anamnese que contemple os principais sintomas do SME. 
● Iniciar a investigação de pacientes com queixa de lombalgia 
 
 
 
1) Analise a introdução do Goroll sobre dor lombar. A maioria dos pacientes tem 
causas graves (metástases na coluna vertebral, infecção, fraturas) ou comuns 
(estiramento, degeneração discal, osteoartrite)? 
Back pain is the second-most-frequent complaint in primary care practice and one of the leading 
causes of disability. 
Most back pain is caused by musculoligamentous strain, degenerative disk disease, or facet arthritis 
and responds to symptomatic treatment. 
Disk disease is often responsible for recurring mild discomfort of the low back and episodes of severe 
back pain with sciatica. 
Occasionally, back pain may result from problems originating outside of the spinal axis. Serious 
underlying problems such as tumor, infection, or vertebral compression fracture must be kept in mind. 
 
Dor lombar 
53 
 
Lombalgia mecânica (lesão de músculos e/ou ligamentos) 
2) Após retirar toda a neve da estrada, 
o rapaz da figura ao lado compareceu 
ao seu consultório com queixa de dor 
lombar na linha média. Ele sofreu a 
lesão musculo-ligamentosa descrita no 
texto do Goroll. Identifique o local da 
lesão na figura abaixo. 
 
 
 
Muscle fibers or distal ligamentous 
attachments of the paravertebral muscles 
may tear, usually at the iliac crest or 
lower lumbar/upper sacral region. 
Resultant bleeding and spasm cause local 
swelling and marked tenderness at the 
site of injury. The patient typically 
presents after a specific episode of 
bending, twisting, or lifting. The onset of 
pain in the lower lumbar area is 
immediate. Pain radiates across the low 
back, often to the buttock and upper 
thigh posteriorly. Radiation of pain into 
the lower leg is rare because usually no 
injury to the nerve roots has occurred. 
 
3) Baseando-se nos textos, descreva os atributos da dor relatados pelo rapaz. 
Fatores desencadeantes: 
Cronologia (início da dor): 
Cronologia (duração): 
Irradiação: 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
54 
 
Doença discal lombar e ciática 
4) A Sra Érnia Dores Jacinto 
compareceu ao consultório 
com queixa de lombalgia. 
Sem nem examinar a 
paciente o médico disse 
que se tratava de um caso 
de ciática. 
Leia os trechos do Goroll e 
do Bates para responder às 
perguntas. 
Discogenic pain 
Injury, inflammation, weakening, and tear of the disk annulus may occur and lead 
to localized back pain (so-called discogenic pain). Pain receptors in the longitudinal 
ligaments probably mediate the recurring attacks of local back pain, which are 
nonradicular and most pronounced with prolonged sitting. 
Sciatica 
Eventually, the disk may become so weakened that it bulges circumferentially 
beyond the disk interspace. Compression and irritation of a lower lumbar or upper 
sacral nerve root may result, and the radicular symptoms of sciatica develop. Disk 
protrusion or extrusion is present in 95% of cases. It presents as sharp or burning 
pain radiating down the posterior or lateral aspect of the leg to the ankle or foot. 
The pain may be worsened by cough, Valsalva’s maneuver, or sneezing and it is 
often accompanied by paresthesias and numbness. Weakness may also develop 
in the areas supplied by the irritated nerve root. 
The clinical course may begin with a several-year history of recurring mild mid-low 
back pain related to minor back strain, with symptoms clearing spontaneously within 
a few days. Attacks typically increase in frequency and severity at intervals of several 
months to several years. Finally, an episode of persistent pain accompanied by 
sciatica develops, often triggered by a seemingly trivial stress (e.g., bending over in 
the shower to pick up the soap). 
5) O médico ainda examinará a Sra. Érnia. Mas quais teriam sido os elementos da 
anamnese que o permitiram supor o diagnóstico de compressão radicular? Para 
facilitar, realçamos alguns dados em negrito no texto. 
 
 
6) Esta crise de ciática poderia ter sido evitada com fisioterapia se o diagnóstico 
tivesse sido realizado alguns meses ou anos antes. Quais eram os sintomas 
naquela época? 
 
 
Dor lombar 
55 
 
7) Sra. Érnia informou que a dor e parestesias afetam as nádegas, a região 
posterior da coxa esquerda, a panturrilha, a região lateral do tornozelo e do pé 
e o 5o metatarso. Analise o texto e identifique qual raiz nervosa foi afetada. 
More than 95% of disk protrusions and extrusions occur at L-4 to L-5 or L-5 to S-1, 
with the L-5 and S-1 nerve roots affected, respectively. 
S-1 root irritation: pain, numbness, and paresthesias involve the buttock, 
posterior thigh, calf, lateral aspect of the ankle and foot, and lateral toes. Calf 
atrophy can occur, the ankle jerk can be diminished or absent, and plantar flexion 
weakness may be noted. 
L-5 root compression: pain radiates to the dorsum of the foot and great toe, and 
the only neurologic deficits may be extensor weakness of the great toe and 
numbness of the L-5 area on the dorsum of the foot at the base of the great toe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno de Atividades - Para Continuar em Casa - CLM1 - 2022 
56 
 
8) Que alterações posturais você é capaz de identificar na foto dela? Dentre os 
fatores de risco listados acima pelo Bates (logo antes da pergunta 3), quais você 
identificou ou pode deduzir? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Duranteo exame, o médico observou que ela apresentava escoliose para o lado 
direito, o lado não afetado (escoliose ciática), que piorava durante a flexão do 
tronco. Um sinal evidente do desvio também era o cotovelo direito mais afastado 
da linha média. A movimentação do tronco estava muito reduzida, e havia 
espasmo da musculatura paravertebral, com dolorimento sobre a coluna lombar. 
Quando ela se deitou na mesa de exame, 
ele elevou a perna esquerda, com o 
joelho estendido (teste de levantamento 
da perna estendida) e já à partir de 30o a 
manobra reproduziu a queixa de dor 
lombar e na perna. O médico sabia que, 
embora este sinal seja bastante sensível 
para identificar a ciática (presente em 
90% dos casos ou mais), ele é pouco 
específico: até 75% dos casos positivos 
têm outras causas. Então ele elevou a 
perna do lado direito, não afetado (teste de levantamento da perna estendida 
cruzada) e a manobra também reproduziu a dor lombar e da perna afetada. 
Embora este achado esteja presente somente em 40% dos casos, ele é 
bastante específico da ciática (em cada 10 testes positivos, 9 são de ciática). 
9) Leia novamente todas as perguntas e respostas deste GD e elabore no espaço 
abaixo um mini roteiro de anamnese e exame físico para avaliar pacientes com 
queixa de dor lombar. 
 
 
 
Fim do GD

Continue navegando