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Direito Penal – Parte Geral– Revisão Turbo CEISC Lei Penal no Tempo art. 2º, CP – Abolitio Criminis: Cessam todos os efeitos penais – ainda que transitado em julgado a sentença condenatória Permanecem os efeitos extrapenais Exemplos: Execução da pena – lei mais benéfica ou abolindo o crime – juízo competente (Súmula 611, STF) = juiz da execução Crime continuado ou crime permanente – lei nova mais severa no percurso do crime – aplica-se a lei mais severa, pois entrou em vigor enquanto ainda não havia cessado a permanência (Súmula 711, STF) Lei Temporária e Lei Excepcional art. 3º, CP Temporária: início e término previsto expressamente na lei Excepcional: vigência enquanto durar a situação excepcional Autorrevogáveis Ultratividade: lei revogada continua gerando efeitos pelos crimes praticados durante sua vigência Tempo do Crime art. 4º, CP Teoria da Atividade Lugar do crime art. 6º, CP Teoria da Ubiquidade Lei penal no espaço art. 5º, CP – Teoria da Territorialidade §1º - território brasileiro por extensão: Crimes praticados abordo de embarcação ou aeronave Pública ou a serviço brasileiro = território brasileiro onde quer que se encontrem Privada ou mercante = se o fato for praticado quando estiver sob alto mar ou espaço aéreo Exemplo: Embarcação privada atracada no porto da França – é território brasileiro? NÃO Crimes omissivos Próprios – tipo penal específico (deixar de prestar assistência) Dever de agir (dever genérico) art. 135, CP Não admite tentativa Impróprios – precisa de tipificação na lei Dever de agir + dever de impedir o resultado = responde pelo resultado que deveria ser evitado art. 13, §2º, CP Admitem tentativa Exemplos: Policial Médico Pais Salva-Vidas Crime tentado art. 14, II, CP Início da execução do delito, que não foi consumado por circunstâncias alheias à vontade do sujeito Causa de diminuição da pena Não admitem tentativa Crime culposo (resultado não é desejado – involuntário) Crime preterdoloso Contravenção penal Crimes omissivos próprios Crimes unissubsistentes – crime que se consuma com único ato Crimes habituais Crimes de atentado Desistência voluntária ou arrependimento eficaz art. 15, CP Início da execução do delito, mas a não consumação é por vontade própria do sujeito Desistência: deixar de prosseguir na execução do delito – não esgota os meios executórios Consequência: responde pelos atos praticados Não admite tentativa Exemplo: Entrar no domicílio, mas não furtar nada e ir embora – responde por invasão de domicílio Arrependimento: esgotar toda potencialidade lesiva – esgota os meios executórios, porém, antes da consumação, age para impedir o resultado Consequência: responde pelos atos praticados Não admite tentativa Exemplo: Efetuar 5 disparos de arma de fogo contra outra pessoa, mas antes da consumação da morte, leva-la ao hospital – responde por lesão corporal Arrependimento posterior art. 16, CP Ocorre depois da consumação do crime praticado sem violência ou grave ameaça Reparação do dano ou restituição da coisa Acarreta a diminuição da pena de 1/3 a 2/3 Crime impossível art. 17, CP Fato atípico – impossível consumar-se o crime – não se pune nem a tentativa = sujeito não responde pelo crime Ineficácia absoluta do meio Exemplos: Arma defeituosa Arma de brinquedo Prática do crime de aborto com a utilização de substância não abortiva Impropriedade absoluta do objeto Exemplos: Disparos de arma de fogo contra pessoa que já estava morta Prática de crime de aborto contra menina que não está grávida Erro de tipo essencial art. 20, caput, CP Erro sobre elemento constitutivo do tipo, que define o crime Falsa percepção da realidade – pratica conduta típica sem saber Erro invencível/inevitável – exclusão do dolo e da culpa = fato atípico Erro vencível/evitável – exclusão do dolo = responde pela modalidade culposa Exemplos: Sujeito em uma caçada, supõe que objeto se movimentando seja um animal, mata uma pessoa – errou quanto ao elemento alguém, pois achou que era um animal Apossar-se de celular de outra pessoa por engano, achando que era seu Conhece pessoa em uma balada, onde é vedada a entrada de menor de 18 anos, e pratica atividade carnal com menor de 14 anos, desconhecendo sua real idade Erro de proibição art. 21, CP Erro sobre a ilicitude do fato Sujeito sabe o que está fazendo, porém, seu erro recai sobre a ilicitude do fato, pois supõe que a conduta é permitida, quando na verdade é proibida Inevitável – exclui a culpabilidade Evitável – causa de redução da pena Exemplo: Apropriação de coisa achada Erro sobre a pessoa art. 20, §3º, CP Pessoa pretendida – por erro na identificação, pratica-se crime contra pessoa diversa (erro sobre a identidade) = considera-se as condições/qualidades da vítima pretendida Não isenta o agente de ser punido Erro na execução art. 73, CP Pessoa pretendida – por erro no uso dos meios de execução ou acidente, atinge pessoa diversa = considera-se as condições/características da vítima pretendida Exemplo: Por erro na execução, mata um homem em vez da mulher pretendida, pelo fato de ser mulher = responde por feminicídio Não isenta o agente de ser punido Acerta pessoa pretendida e pessoa diversa – art. 73, parte final, CP – aplica-se o concurso formal de crimes (art. 70, CP) Culpabilidade Imputabilidade Potencial consciência da ilicitude Exigibilidade de conduta diversa Causas de exclusão: Inimputabilidade Exemplo: Enfermidade mental – inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito do fato e de se comportar de acordo com este entendimento – art. 26, caput, CP Qual critério para aferir a inimputabilidade por enfermidade mental = critério biopsicológico Sentença absolutória imprópria – medida de segurança – internação ou tratamento ambulatorial = tempo indeterminado (enquanto não cessar a sua periculosidade) – art. 97, §1º, CP Súmula 527, STJ. O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. É possível o juiz proferir sentença condenatória e impor ao réu medida de segurança? SIM, se falar em substituir a pena privativa de liberdade por medida de segurança – art. 98, CP = semi-imputabilidade Falta de potencial consciência da ilicitude – art. 21, CP Inexigibilidade de conduta diversa Exemplos: Coação moral irresistível – art. 22, CP – coator, por meio de uma grave ameaça, faz com que o coagido pratique um ato ilícito = exclusão da culpabilidade (coagido fica isento de pena, quem responde pelo crime é o coator) Coação física irresistível – coator, por meio de uso de força física, faz com que o coagido pratique um ato ilícito = exclusão a tipicidade Concurso de crimes Prática de dois ou mais crimes Reflete na fixação da pena definitiva Material – art. 69, CP – pluralidade de condutas e pluralidade de crimes = cúmulo material (soma das penas) Exemplo: Cometer crime de estupro e, para garantir a impunidade, comete o crime de homicídio contra a vítima. Juiz fará a dosimetria de ambas as penas, e no fim, serão somadas Formal – art. 70, CP – unidade de conduta e pluralidade de crimes Perfeito (próprio) – art. 70, 1ª parte – sem desígnios autônomos em relação ao resultado (sem intenção de cometer dois crimes) = exasperação da pena (utilização da pena mais grave ou, em duas iguais, apenas uma, aumentando de 1/6 a 1/2) Crime culposo Exemplo: Condução de veículo automotor, causando a morte de duas vítimas,sem a intenção de causa-las Imperfeito (impróprio) – art. 70, 2ª parte, CP – com desígnios autônomos em relação a todos os resultados = cúmulo material (penas somadas) Crime doloso Exemplo: Sujeito joga uma granada, que atinge duas vítimas, possuindo a intenção de atingir diversas pessoas Crime Continuado – art. 71, CP – pluralidade de condutas e pluralidade de crimes – sujeito pratica crimes da mesma espécie nas mesmas condições de tempo e local (previstos no mesmo tipo penal) = exasperação da pena (utilização de apenas uma pena, aumentando de 1/6 a 2/3) Exemplo: Prática de crime de furto em 08/02, depois outro crime de furto no dia 09/02 e outro crime de furto no dia 10/02 Concurso material benéfico – art. 70, §único, CP – concurso formal perfeito e o crime continuado são um benefício para o agente (exasperação). Porém, pode acontecer de o critério da exasperação definir pena maior que se forem somadas no critério do cúmulo material Exemplo: Agente pratica crime de homicídio contra a vítima A e acaba praticando, sem intenção o crime de lesão corporal na pessoa B, na exasperação, a pena definitiva ficaria em 7 anos. Porém, se adotar o cúmulo material, a pena definitiva ficaria em 6 anos em 3 meses. Sendo assim, o cúmulo material seria mais benéfico para o agente. Reincidência art. 63, CP Agente comete novo crime depois do trânsito em julgado da sentença condenatória de crime anterior (qualquer crime), praticado no Brasil ou no estrangeiro Condenação definitiva – não comporta mais qualquer recurso Antes do trânsito em julgado, o sujeito não é reincidente art. 7º, Lei de Contravenções Penais Agente comete nova contravenção depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, praticada no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou no Brasil, por contravenção Condenação por crime militar próprio não gera reincidência – art. 64, II, CP Embriaguez Culposa – sujeito não sai de casa com a intenção de se embriagar, mas tem consciência de que está bebendo – não exclui a imputabilidade Voluntária – sujeito sai de casa com a intenção de se embriagar – não exclui a imputabilidade Acidental – força maior (sujeito é forçado a beber) ou caso fortuito (alguém coloca uma substância alucinógena na bebida do sujeito sem seu conhecimento) – se deixar o sujeito inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito da conduta e se comportar de acordo com este entendimento = exclui a culpabilidade – art. 28, §1º, CP Embriaguez preordenada – art. 61, II, “L”, CP – agravante de pena – embraga-se preordenadamente para praticar um crime Pena restritiva de direitos em caso de violência doméstica e familiar contra mulher Súmula 536, STJ – não se aplica suspensão condicional do processo e transação penal em delitos do rito de Maria da Penha Art. 41, Lei nº 11.340/06 Súmula 588, STJ – prática de crime ou contravenção contra mulher no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos Não cabe pena restritiva de direitos nesses casos SURSIS – só cabe para pena privativa de liberdade de até 2 anos – art. 77, CP Condenado não pode ser reincidente – crime anterior em crime doloso, cometendo outro crime doloso – não se aplica à condenação à pena de multa (art. 77, §1º, CP) Exceção: é possível a aplicação dos SURSIS em pena privativa de liberdade de até 4 anos se o sujeito for maior de 70 anos (SURSIS etário) ou em razão de doença – art. 77, §2º, CP A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa – art. 80, CP Fonte: CEISC. Aula de Direito Penal para a 1ª fase OAB XXXIV Exame | Revisão Turbo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UaKupYtdPAI> CEISC. Resolução de Questões de Direito Penal | Revisão Turbo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tLSKTeGmeuI&t=8166s>
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