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Apostila_Prospeccao_Petroleo

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Universidade Federal da Bahia 
Departamento de Geologia e Geofísica Aplicada 
 
 
 
PROSPECÇÃO 
 
DE 
 
PETRÓLEO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.: Luciano Magnavita 
 
 
 
 
2001 
i 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
Beaumont, E. A. & Foster, N. H., 1999: Exploring for Oil and 
Gas Traps. AAPG Treatise of Petroleum Geology, Handbook 
of Petroleum Geology, 1150 p. 
 
Hunt, J. M., 1996: Petroleum Geochemistry and Geology. 2a 
Edição, Freeman, São Francisco. 
 
North, F. K., 1985: Petroleum Geology. 1a Edição, Unwin 
Hyman, Boston, 631 p. 
 
Selley, R. C., 1998: Elements of Petroleum Geology. 2a 
Edição, Academic press, Londres, 470 p. 
 
 
 
ii 
SUMÁRIO 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA...................................................................................................................... i 
SUMÁRIO .............................................................................................................................................................. ii 
PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO ........................................................................................................................... 1 
QUEM É O EXPLORACIONISTA DE PETRÓLEO? ...................................................................................... 2 
CARACTERÍSTICAS COMUNS A EXPLORACIONISTAS (OILFINDERS)............................................ 2 
DUAS MANEIRAS PARA TORNAR-SE UM EXPLORACIONISTA........................................................ 2 
TREINAMENTO ACADÊMICO NECESSÁRIO ......................................................................................... 3 
IMPACTO DA TECNOLOGIA ..................................................................................................................... 3 
EQUIPES ........................................................................................................................................................ 4 
CRIATIVIDADE............................................................................................................................................ 4 
TREINAMENTO VISUAL ............................................................................................................................ 5 
O PENSAMENTO CRIATIVO...................................................................................................................... 5 
MELHORANDO O PROCESSO DE PENSAMENTO CRIATIVO ............................................................. 8 
VISUALIZAÇÃO........................................................................................................................................... 8 
PESQUISA COM EXPLORACIONISTAS BEM-SUCEDIDOS .................................................................. 9 
SISTEMAS PETROLÍFEROS.......................................................................................................................... 15 
ELEMENTOS E PROCESSOS ESSENCIAIS DE SISTEMAS PETROLÍFEROS..................................... 15 
INVESTIGAÇÃO DO SISTEMA PETROLÍFERO..................................................................................... 16 
DENOMINAÇÃO ........................................................................................................................................ 16 
GRAU DE CERTEZA DO SISTEMA PETROLÍFERO.............................................................................. 17 
EXTENSÃO TEMPORAL, ESTRATIGRÁFICA E GEOGRÁFICA ......................................................... 19 
BACIA, PROVÍNCIA, PLAY, PROSPECTO................................................................................................... 23 
EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DO CONCEITO...................................................................................... 26 
SISTEMAS VERTICALMENTE DRENADOS .......................................................................................... 27 
SISTEMAS LATERALMENTE DRENADOS............................................................................................ 28 
POR QUE FAZER O TRABALHO DE CAMPO ........................................................................................ 30 
VANTAGENS DO TRABALHO DE CAMPO ........................................................................................... 30 
ELEMENTOS CRÍTICOS............................................................................................................................ 31 
AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS CRÍTICOS .......................................................................................... 32 
CHECKLIST DOS ELEMENTOS CRÍTICOS............................................................................................. 32 
QUE ELEMENTO É O MENOS ENTENDIDO E POR QUE?................................................................... 34 
OBJEÇÕES AO TRABALHO DE CAMPO ................................................................................................ 38 
PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO DE CAMPO................................................................................. 40 
GEOQUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ..................................................... 54 
BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA GEOQUÍMICA AO PROGRAMA DE EXPLORAÇÃO ..................... 56 
PREMISSAS BÁSICAS ............................................................................................................................... 56 
TIPOS DE EXSUDAÇÕES.......................................................................................................................... 57 
LIMITAÇÕES E INCERTEZAS.................................................................................................................. 58 
ATIVIDADE DA EXSUDAÇÃO ................................................................................................................ 59 
ZONAS DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO ........................................................................................................ 64 
MAGNETOMETRIA ....................................................................................................................................... 76 
USO DA MAGNETOMETRIA NA PROSPECÇÃO .................................................................................. 76 
GRAVIMETRIA X MAGNETOMETRIA................................................................................................... 77 
MAPAS DE INTENSIDADE TOTAL E RESIDUAIS............................................................................... 78 
VARIAÇÕES NO CAMPO MAGNÉTICO LOCAL................................................................................... 79 
MUDANÇAS DE ELEVAÇÃO DEVIDO A UMA FALHA....................................................................... 79 
MUDANÇAS LITOLÓGICAS DEVIDO A UMA FALHA........................................................................ 79 
INTERPRETAÇÃO DE MAPAS RESIDUAIS ........................................................................................... 81 
APLICANDO MAGNETOMETRIA NA PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO............................................... 83 
GRAVIMETRIA............................................................................................................................................... 84 
APLICAÇÃO DE GRAVIMETRIA NA PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO................................................ 84 
USO DA GRAVIMETRIA........................................................................................................................... 84 
VANTAGENS DA GRAVIMETRIA........................................................................................................... 85 
DESVANTAGENS DA GRAVIMETRIA ................................................................................................... 85 
TEORIA........................................................................................................................................................ 85 
GRAVIMETRIA X MAGNETOMETRIA................................................................................................... 86 
AQUISIÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO....................................................................................................... 87 
TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO ROTINEIRAS................................................................................. 88 
iii 
TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO PARA INTERPRETAÇÃO ............................................................ 89 
PROCEDIMENTO PARA INTERPRETAÇÃO GRAVIMÉTRICA........................................................... 90 
INTERPRETAÇÃO ESTRUTURAL ........................................................................................................... 91 
VARIAÇÃO DE DENSIDADE DAS ROCHAS.......................................................................................... 91 
MODELOS DE ANOMALIAS GRAVIMÉTRICAS................................................................................... 92 
EFEITO DA DENSIDADE .......................................................................................................................... 93 
EFEITO DA PROFUNDIDADE .................................................................................................................. 94 
EFEITO DO TAMANHO............................................................................................................................. 95 
EXEMPLO DE CASOS................................................................................................................................ 95 
EXEMPLOS DO RECÔNCAVO ................................................................................................................. 97 
A SÍSMICA NA PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO.......................................................................................... 99 
FASES DE UM PROJETO SÍSMICO.......................................................................................................... 99 
TEMAS RECORRENTES.......................................................................................................................... 100 
SÍSMICA 3-D: O CUBO DE DADOS ....................................................................................................... 104 
CRONOLOGIA .......................................................................................................................................... 104 
MAPAS ESTRUTURAIS SÍSMICOS CONSTRUÍDOS A PARTIR DE LEVANTAMENTOS 2D E 3D111 
COMPONENTES DE UM LEVANTAMENTO 3-D ................................................................................ 114 
VISUALIZAÇÃO DE DADOS 3-D........................................................................................................... 115 
INTERPRETAÇÃO ESTRUTURAL ......................................................................................................... 120 
PREPARAÇÃO DO DADO SÍSMICO...................................................................................................... 121 
CRIANDO UM MAPA ESTRUTURAL INTEGRADO............................................................................ 126 
SISMOESTRATIGRAFIA ............................................................................................................................. 136 
OUTRAS FEIÇÕES SÍSMICAS ASSOCIADAS À GÁS.......................................................................... 145 
RESERVAS DE PETRÓLEO1 ....................................................................................................................... 147 
STATUS DE RESERVA ............................................................................................................................ 147 
CÁLCULO DAS RESERVAS DE PETRÓLEO........................................................................................ 149 
FAVORABILIDADE DOS PROSPECTOS................................................................................................... 152 
CHANCE DE SUCESSO ........................................................................................................................... 154 
FATOR DE CHANCE (FC) ....................................................................................................................... 156 
ECONOMIA DE EXPLORAÇÃO ................................................................................................................. 157 
ANÁLISE ECONÔMICA .......................................................................................................................... 158 
CONCEITO DE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) .......................................................................... 158 
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS EXPLORATÓRIOS....................... 160 
POSTMORTEM .............................................................................................................................................. 162 
NOÇÃO DE PORTFÓLIO ............................................................................................................................. 163 
 
 
 
1 
PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO 
 
Aurélio: Método e/ou técnica empregada para localizar e 
calcular o valor econômico de jazidas de petróleo. 
 
Ou, em outras palavras, a busca por acumulações de 
hidrocarbonetos economicamente viáveis. 
 
Para que isso ocorra são necessárias certas características de 
personalidade e o domínio de determinadas técnicas, desde o 
reconhecimento preliminar de uma bacia sedimentar através 
de métodos geofísicos, até a escolha, priorização e 
quantificação de um prospecto exploratório com base em 
métodos estatísticos. 
 
 
 
2 
QUEM É O EXPLORACIONISTA DE PETRÓLEO? 
 
CARACTERÍSTICAS COMUNS A 
EXPLORACIONISTAS (OILFINDERS) 
 
1. Pensam positivamente. 
 
2. São auto-motivados e têm iniciativa. 
 
3. São persistentes. 
 
4. Possuem imaginação vívida controlada por fatos. 
 
5. Possuem criatividade desenvolvida através do pensamento 
visual. 
 
 
DUAS MANEIRAS PARA TORNAR-SE UM 
EXPLORACIONISTA 
 
1. Familiarizar-se com os métodos e técnicas de outros 
exploracionistas 
 
2. Desenvolver a habilidade de visualização. 
 
 
3 
TREINAMENTO ACADÊMICO NECESSÁRIO 
 
1. Geologia estrutural, estratigrafia, sedimentologia, 
geomorfologia, paleontologia, sensoriamento remoto, 
mineralogia, petrologia, vulcanismo, geologia econômica, 
geofísica e geoquímica. 
 
2. Um curso em engenharia de petróleo também é útil. 
 
3. Curso de campo rigoroso é essencial, uma vez que o 
profissional deve aprender a observar e registrar a 
informação acuradamente no campo, pensar em três e 
quatro dimensões, e desenvolver um sentimento do tamanho 
das feições geológicas. 
 
 
IMPACTO DA TECNOLOGIA 
 
Apesar de toda a tecnologia hoje disponível, apenas uma 
pequena percentagem de pessoas na busca de óleo, gás e 
minerais encontram-nos em quantidades comerciais. 
 
 
4 
EQUIPES 
 
1. Para superar a imensa quantidade de know-how tecnológico 
necessário para uma exploração bem sucedida, as 
companhias formam grupos multi-disciplinares. 
 
2. Entretanto, a faísca de criatividade de um ou mais membros 
da equipe para corretamente interpretar a geologia é o 
elemento essencial para o sucesso. 
 
 
CRIATIVIDADE 
 
1. Dado que todos os geólogos e geofísicos sejam igualmente 
treinados, o que difere o exploracionista bem sucedido dos 
outros na multidão? 
R.: Criatividade, a qual é melhorada através do pensamento 
visual. 
 
2. Criatividade neste caso pode ser concebida como a 
habilidade para ver o mesmo dado, que todos os outros 
tiveram acesso, de uma forma diferente. Envolve olhar os 
dados de muitas perspectivas diferentes, ainda que sempre 
honrando os fatos. 
 
 
5 
TREINAMENTO VISUAL 
 
1. Geologia é uma ciência visual. Para fazer observações 
perspicazes e criar conceitos mais imaginativos, a habilidade 
visual do geólogo deve ser inteiramente desenvolvida. 
 
2. Uma forma de desenvolver esta habilidade é através do 
desenho, de fazer diagramas, e registrar na caderneta de 
campo as feições geológicas. 
 
3. Com o advento da máquina fotográfica, isto tem sido cada 
vez mais deixado de lado e perde-se uma das mais poderosasarmas do aprendizado: o pensar visualmente e o observar 
criticamente, pois ao desenhar o profissional se depara com as 
dificuldades de interpretar um afloramento. 
 
 
O PENSAMENTO CRIATIVO 
 
ESTÁGIO DESCRIÇÃO 
Primeira Percepção Notar algo que parece errado 
ou que está faltando 
Saturação Saturando o cérebro com 
informação 
Incubação Colocar o problema de lado 
por um tempo 
Iluminação Tornando-se ciente de uma 
solução para o problema 
Verificação Testando a solução 
Aplicação Aplicando a solução 
6 
1. PRIMEIRA PERCEPÇÃO 
 
O exploracionista torna-se ciente do potencial da área, seja 
pela presença de bons indícios e reservatórios, ou pela 
presença de uma acumulação análoga próxima, ou porque tem 
o conhecimento de uma nova técnica que pode mudar o valor 
econômico de um determinado play. 
 
2. SATURAÇÃO 
 
Envolve um completo estudo de toda a informação relativa ao 
problema, como poços de controle, geologia de superfície e 
subsuperfície e dados sísmicos. Uma vez que a mente 
encontra-se totalmente saturada, então é tempo para o 
processo de incubação, que implica na atuação do 
subconsciente e na análise dos dados. 
 
3. INCUBAÇÃO 
 
Um dos principais bloqueios à criatividade ocorre ao fim do 
estágio de saturação. Nós condicionamo-nos a acreditar que, 
uma vez os dados reunidos e estudados, seríamos capazes de 
colocá-los em algum tipo de fórmula e vir com uma resposta 
rápida. Esta não é a seqüência do processo criativo. A 
informação deve ser processada no subconsciente para que 
uma resposta seja encontrada. Depois da saturação, o melhor é 
relaxar e permitir ao subconsciente trabalhar no problema. 
 
7 
4. ILUMINAÇÃO 
 
Em geral quando você está no meio da noite, ou caminhando, 
ou olhando pela janela, a solução de uma questão vem num 
flash. De repente, toma-se consciência da resposta ao 
problema desenvolvido no subconsciente. 
 
5. VERIFICAÇÃO 
 
A resposta ao problema pode ou não ser correta. Assim, deve-
se testar rigorosamente a idéia. Isto inclui todos os dados de 
subsuperfície e de superfície. Caso se mantenha correta, deve-
se mover para o último estágio. 
 
6. APLICAÇÃO 
 
Deve-se encontrar os meios financeiros para se testar a idéia 
(prospecto) através da perfuração de um poço ou, pelo menos, 
conduzir algum trabalho de campo ou atirar nova sísmica. Esta 
é uma fase de convencimento a quem possui os recursos para 
tal. 
8 
MELHORANDO O PROCESSO DE PENSAMENTO 
CRIATIVO 
 
Três condições promovem o pensamento criativo: 
 
1. MOTIVAÇÃO: porque pensamento criativo significa 
trabalho árduo; 
 
2. INFORMAÇÃO: porque novos conceitos exploratórios são 
criados a partir de informações que sejam corretas e 
prontamente disponíveis; 
 
3. FLEXIBILIDADE: porque quando nossos conceitos estão 
errados, nós devemos ser suficientemente flexíveis para 
mudá-los. 
 
 
VISUALIZAÇÃO 
 
Através do desenho e de outros exercícios visuais, podemos 
trazer para o consciente o nosso lado direito do cérebro, assim 
aumentando grandemente nossa habilidade criativa. Desenhar 
força-nos a extrair do objeto desenhado somente os elementos 
importantes do mesmo. 
 
 
9 
PESQUISA COM EXPLORACIONISTAS BEM-
SUCEDIDOS 
 
1. Que conselho você daria para alguém que deseje tornar-se 
um exploracionista? 
R.: Tenha uma boa formação, trabalhe com um mentor bem-
sucedido, estude histórias de casos de campos de óleo e gás e 
use toda a informação disponível. 
 
2. Qual seu período mais produtivo? 
R.: Não foram bem-sucedidos até que tivessem cinco ou mais 
anos de experiência. 
 
3. Qual o fator motivador mais importante? 
R.: A excitação da busca. Dinheiro é bom, mas não é o 
verdadeiro agente motivador. 
 
4. Alguém ensinou você a achar óleo? 
R.: Apesar da importância de um mentor, a maioria disse que 
aprendeu por si mesmo. 
 
5. Você gosta de desenhar? 
R.: 86% disseram que sim. 
 
6. De onde você consegue suas melhores idéias para novos 
plays? 
R.: Desenvolver e aplicar análogos a partir de um forte 
conhecimento de histórias de casos é valioso. 
 
7. Como você supera o bloqueio do exploracionista? 
R.: Coloco o problema de lado por um tempo, permitindo 
incubação. 
 
10 
8. Você funciona melhor sozinho ou em equipe? 
R.: Gostam de um escritório onde possam estar sozinhos mas, 
quando precisam testar uma idéia, que haja alguém para 
ajudar. 
 
 
APLICAÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO NA 
PROSPECÇÃO 
 
Passo Ação Exemplo (s) 
1 Coloque o problema • Onde estão as 
acumulações econômicas 
de HC 
2 Colete dados • Afloramentos, sísmica, 
métodos potenciais e 
perfis de poços 
3 Formule uma hipótese • Correlacione poços com 
a sísmica; contorne 
mapas estruturais e de 
espessura,etc. 
4 Faça predições • Recomende compra de 
áreas 
• Recomende perfuração 
de um poço pioneiro 
5 Teste predições 
observando fenômenos
• Detalhe sismicamente um 
prospecto 
• Perfure um pioneiro 
6 Aceite, modifique ou 
rejeite a hipótese 
• Perfure um outro 
pioneiro 
• Outro poço para testar 
uma hipótese modificada 
• Devolva a área 
 
11 
MEDINDO E AVALIANDO PREDIÇÕES CIENTÍFICAS 
 
1. Um ponto importante em prospecção é a comparação entre 
a previsão esperada por um determinado poço e aquela 
constatada. 
 
2. Uma forma de medir o grau de confiança em nossas 
previsões é, onde seja possível, mapas devem ser 
construídos em dois estágios: 
 
Estágio 1: Uma interpretação preliminar que 
deliberadamente exclui uma porção aleatória da informação 
disponível. 
 
Estágio 2: Um mapa revisado incorporando toda a 
informação para comparar e testar a interpretação. 
 
Estágio 3: Se o previsto versus o constatado não coincide, 
reveja a hipótese de contorno original e ajuste-a para 
coincidir com os dados. 
12 
EXPLORAÇÃO ANÁLOGA 
 
 
1. Cada armadilha é única devido à complexa combinação 
de variáveis geológicas que a define. Entretanto, existem 
feições geológicas que são elementos críticos da 
acumulação tanto dentro como fora da bacia. 
 
2. Algumas pessoas trabalhando em exploração não têm a 
imagem mental do que estão procurando. Assim, como 
alguém pode reconhecer alguma coisa que não sabe com 
o que se parece? Assim, além de entender o habitat do 
petróleo, deve-se ter em mente imagens de campos 
análogos. 
 
3. Visualizar uma acumulação é a chave para explorar 
qualquer tipo de trapa. O exploracionista deve ter sempre 
uma imagem mental diante dele para assim maximizar as 
chances de sucesso. 
 
4. Manter-se sempre focalizado no que se está buscando (os 
elementos críticos derivados dos análogos) ajuda a definir 
métodos exploratórios, localização de poços e direção de 
penetração. 
 
5. Apesar de acumulações de óleo e gás pertenceram a duas 
amplas categorias, isto é, trapas estruturais e 
estratigráficas, existem centenas de variações desses tipos 
de armadilhas. Assim, o exploracionista deve estudar 
cuidadosamente as várias maneiras como os 
hidrocarbonetos podem se acumular. Assim, é 
recomendável o estudo de atlas e compilações de campos 
de petróleo. 
13 
 
6. Normalmente, três a cinco fatores críticos devem estar 
presentes para que um determinado tipo de armadilha 
ocorra. Quando estudamos campos análogos locais dentro 
de uma bacia ou região, ou talvez numa situação similar 
em outra parte do mundo, podemos desenvolver os 
elementos críticos de um determinado tipo de play, o qual 
pode tornar-se numa descoberta. 
 
 
APLICAÇÃO DE ELEMENTOS CRÍTICOS 
 
EXEMPLO 1: 
 
Turbiditos terciários da Bacia de Campos 
 
1. Alto da seção rifte abaixo do prospecto 
 
2. Janela de sal que permita a migração de óleo do gerador 
rifte para o reservatório pós-rifte. 
 
3. Falha conectando o gerador e o reservatório. 
 
4. Anomalia de amplitude associada ao refletor referente aos 
reservatórios. 
 
14 
SALSAL
RESERVATÓRIOS
GERADOR
V
V V
 
 
EXEMPLO 2: 
 
1. Fm. Sergi, pré-rifte da Bacia do Recôncavo 
 
2. Bloco falhado 
 
3. Alto estrutural 
 
4. Camadas carreadoras ou contato lateral com o gerador. 
 
 
 
 
 
 
15 
SISTEMAS PETROLÍFEROS 
 
Um SistemaPetrolífero engloba um pod de uma rocha 
geradora e todas as acumulações de óleo e gás geneticamente 
relacionadas. 
 
Sistema: descreve todos os elementos e processos 
interdependentes que formam a unidade funcional que cria 
acumulações de hidrocarbonetos. 
 
Petrolífero: descreve compostos que incluem (1) altas 
concentrações de hidrocarboneto gasoso encontrado não 
apenas em reservatórios convencionais, mas também em 
hidratos, reservatórios fechados, folhelho fraturado e carvão, 
(2) condensado, (3) óleo e (4) betume. 
 
 
ELEMENTOS E PROCESSOS ESSENCIAIS DE 
SISTEMAS PETROLÍFEROS 
 
ELEMENTOS: 
 
♦ Rocha Geradora 
♦ Rocha Reservatório 
♦ Rocha Selante 
♦ Rocha Sobreposta 
 
PROCESSOS: 
 
♦ Formação da Armadilha 
♦ Geração-Migração-Acumulação de Hidrocarbonetos 
 
 
16 
INVESTIGAÇÃO DO SISTEMA PETROLÍFERO 
 
♦ Correlação óleo-óleo 
♦ Correlação óleo-rocha geradora 
♦ História de soterramento (geohistória) 
♦ Mapa do sistema petrolífero 
♦ Seção geológica do sistema petrolífero 
♦ Carta de eventos 
♦ Tabela com acumulações de hidrocarbonetos 
♦ Determinação da eficiência geração-acumulação 
 
 
DENOMINAÇÃO 
 
É dada pela designação da: 
 
1. Rocha geradora 
2. Rocha reservatório que contém o maior volume de HC in-
place 
3. Símbolo que expressa o grau de certeza na presença do 
Sistema Petrolífero 
 
EXEMPLO: 
 
 Nome do reservatório 
 
 CANDEIAS-SERGI(!) 
 
 Nome da rocha geradora Grau de certeza 
17 
GRAU DE CERTEZA DO SISTEMA PETROLÍFERO 
 
 
Indicado por (!) quando conhecido, (.) quando hipotético e (?) 
quando especulativo. 
 
 
Grau e Certeza Critérios Símbolo 
Conhecido Correlação 
petróleo-rocha 
geradora 
 
(!) 
Hipotético Ausência de 
correlação HC-
rocha geradora, 
mas evidência 
geoquímica 
 
 
(.) 
Especulativo Evidência 
geológica ou 
geofísica 
 
(?) 
 
18 
 
Passo Tarefa 
1 Encontre alguma indicação da presença de um 
sistema petrolífero 
2 Determine o tamanho do sistema petrolífero seguindo 
os seguintes passos: 
Passo Tarefa 
A Agrupe ocorrências de petróleo 
geneticamente relacionadas através de 
características geoquímicas e ocorrências 
estratigráficas 
B Identifique a rocha geradora usando 
correlações petróleo-rocha geradora 
C Localiza a área do depocentro gerador 
responsável pelas ocorrências de petróleo 
 
D Faça uma tabela das acumulações para 
determinar a quantidade de hidrocarbonetos 
no sistema petrolífero e qual o reservatório 
que contém a maior volume de petróleo 
3 Nomeie o sistema petrolífero 
 
 
 
19 
EXTENSÃO TEMPORAL, ESTRATIGRÁFICA E 
GEOGRÁFICA 
 
ASPECTOS TEMPORAIS: um sistema petrolífero tem três 
aspectos temporais importantes: 
 
IDADE: tempo requerido para o processo geração-
migração-acumulação de hidrocarbonetos. 
 
MOMENTO CRÍTICO: época que melhor demonstra a 
geração-migração-acumulação de hidrocarbonetos. 
 
TEMPO DE PRESERVAÇÃO: começa imediatamente 
após o término do processo geração-migração-acumulação e 
se estende até o presente. Durante esta época, remigração, 
degradação física ou biológica da acumulação pode ocorrer. 
 
 
20 
ASPECTOS ESPACIAIS: cada sistema petrolífero pode ser 
definido espacialmente pelas suas extensões geográfica e 
estratigráfica. 
 
EXTENSÃO GEOGRÁFICA: ela é determinada pelo 
momento crítico. É definida como uma linha que circunscreve 
o depocentro gerador e todas a exsudações de óleo e gás, 
indícios e acumulações originadas da geradora. 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
22 
EXTENSÃO ESTRATIGRÁFICA: compreende as unidades 
litológicas que compõem os elementos essenciais dentro da 
extensão geográfica do sistema petrolífero, desde a base do 
gerador ou do mais profunda acumulação na área, até o topo 
da rocha sobreposta. 
 
 
 
 
 
CARTA DE EVENTOS: mostra a relação temporal dos 
elementos essenciais e processos de um sistema petrolífero. 
Também mostra o tempo de preservação e o momento crítico 
para o sistema. 
 
 
 
23 
BACIA, PROVÍNCIA, PLAY, PROSPECTO 
 
 
PROVÍNCIA PETROLÍFERA: área onde o petróleo ocorre 
em quantidades comerciais. 
 
BACIA SEDIMENTAR: depressão preenchida por rochas 
sedimentares. A depressão é limitada na base pelo 
embasamento, que pode ser ígneo, metamórfico ou 
sedimentar. O preenchimento sedimentar inclui a matéria 
rochosa, matéria orgânica e a água depositadas na depressão. 
No momento em que o petróleo é gerado, então um sistema 
petrolífero é formado. 
 
SISTEMA PETROLÍFERO: inclui o depocentro gerador, os 
caminhos de migração do petróleo e as ocorrências de petróleo 
descobertas geneticamente relacionadas. Assim, o sistema 
petrolífero inclui somente as ocorrências de petróleo 
descobertas. 
 
PLAY: Consiste em um ou mais prospectos geneticamente 
relacionados que definem uma ou mais acumulações 
comerciais de petróleo ainda não descoberto. 
 
PROSPECTO: : armadilha potencial que deve ser avaliada por 
um poço para que seja determinado se a mesma contém 
quantidades comerciais de petróleo. 
24 
 
Item a ser 
comparado 
Bacia 
Sedimentar
Sistema 
petrolífero
Play Prospecto 
Investigação Rochas 
sedimentar
es 
Petróleo Trapas Trapa 
Análise 
Econômica 
Nenhuma Nenhuma Essencial Essencial 
Tempo 
geológico 
Época de 
deposição 
Momento 
crítico 
Presente Presente 
Existência Absoluta Absoluta Condicional Condicional
Custo Muito 
baixo 
Baixo Alto Muito alto 
Análise Bacia Sistema Play Prospecto 
Modelagem Bacia Sistema Play Prospecto 
 
 
RELAÇÃO ENTRE SISTEMA PETROLÍFERO E PLAY 
 
Num play, as acumulações de petróleo são comerciais e ainda 
não foram descobertas; num sistema petrolífero, as 
ocorrências de petróleo já foram descobertas. 
 
Quando um play baseia-se num sistema petrolífero em 
particular, ele é chamado play complementar. 
 
Num play, três variáveis são usualmente avaliadas: potencial 
petrolífero (fluidos), trapa (rochas sedimentares) e 
sincronismo (tempo). 
 
POTENCIAL PETROLÍFERO (“Petroleum Charge”): é o 
volume e as características do óleo e do gás disponíveis para o 
trapa, caso este exista. 
25 
 
TRAPA: inclui o reservatório, a selo e a geometria na 
interface reservatório-selo. 
 
SINCRONISMO: refere-se ao fato do trapa ter se formado 
antes do petróleo entrar no reservatório. 
 
O risco exploratório pode ser estimado pela multiplicação das 
três variáveis acima. 
 
Um play localizado dentro ou fora da extensão geográfica do 
sistema tem o seguinte nível de riscos: 
 
1. Menor risco; acumulações envolvem a trapa. 
2. Algum risco; acumulações localizadas em três lados da 
trapa. 
3. Arriscado; acumulações localizadas em apenas um lado da 
trapa. 
4. Maior risco: acumulações distantes do prospecto. 
 
 
 
26 
EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DO CONCEITO 
 
 
 
 
 
27 
APLICAÇÕES EM ESCALA REGIONAL 
 
 
Sistemas petrolíferos podem ser em sistemas verticalmente e 
lateralmente drenados. 
 
SISTEMAS VERTICALMENTE DRENADOS 
 
São geralmente encontrados em riftes, deltas, áreas 
transcorrentes e compressionais onde a migração é controlada 
por falhas e fraturas. 
 
Possuem as seguintes características; 
♦ Acumulações ocorrem acima ou próxima ao depocentro 
gerador. 
♦ Migração lateral ocorre a curta distância. 
♦ Acumulações múltiplas, empilhadas, possuem óleos 
geneticamente relacionados. 
♦ Exsudações superficiais são comuns em sistemas 
“supercharged”. 
♦ As maiores acumulações raramente são encontradas no 
início da história de perfuração. 
 
 
 
28 
SISTEMAS LATERALMENTE DRENADOS 
 
Mais usualmente encontradas em bacias cratônicas e de ante-
país, em províncias com baixa a moderada deformação 
estrutural. 
 
Possuem um selo lateralmente contínuo sobreposto a um 
reservatório lateralmente contínuo. 
 
Possuem as seguintes características; 
♦ Acumulações de óleo geralmente ocorrem em estratos 
termicamente imaturos localizados longe do depocentro 
gerador. 
♦ Acumulações contendo óleo migrado a longas distâncias em 
média respondem por 50% do óleo trapeado. 
♦ Um único reservatório de mesma idade quea rocha 
geradora contém a maior parte do petróleo trapeado. 
♦ Em sistemas “supercharged”, grandes depósitos de óleo 
pesado geralmente ocorre em estratos termicamente 
imaturos próximo à margem erodida (limite geográfico) do 
sistema petrolífero. 
♦ As maiores acumulações são encontradas no início da 
história de perfuração. 
 
 
 
29 
GEOLOGIA DE SUPERFÍCIE: IMPORTÂNCIA DO 
TRABALHO DE CAMPO 
 
Numa campanha de prospecção, o trabalho de campo deve ser 
usado para a estimativa do risco de um play exploratório. 
 
O resultado dele não necessariamente diminui o risco 
exploratório, mas pode melhorar a definição do risco. 
 
Bom planejamento e logística são requeridos para o sucesso de 
qualquer trabalho de campo. 
 
As seguintes tarefas estão associadas com o trabalho de 
campo: 
 
♦ coleta de amostras para análise; 
♦ descrição e medição de pacotes sedimentares; 
♦ mapeamento de feições de superfície; 
♦ interpretação do significado das relações observadas. 
 
O trabalho de campo pode ser de dois tipos: direto e indireto. 
 
Trabalho de campo direto: é aquele que é conduzido na 
bacia que está sendo explorada, onde as formações aflorantes 
estão presentes em subsuperfície 
 
Trabalho de campo indireto: é conduzido em outra bacia, 
que não aquela sob exploração. Ele aplica-se onde a geologia 
de superfície de uma bacia bem estudada é usada como 
análoga da geologia de subsuperfície de uma outra bacia (p. 
ex., bacias marítimas). 
 
30 
POR QUE FAZER O TRABALHO DE CAMPO 
 
1. As técnicas analíticas evoluem. 
 
2. Muito óleo já foi descoberto apenas com geologia de 
superfície. Obviamente, os objetivos do trabalho devem ser 
mais variados e especializados, uma vez que as estruturas 
anticlinais mais óbvias já foram descobertas na maioria das 
bacias. 
 
3. Velhos mapas não satisfazem as necessidades atuais, como 
o mapeamento de determinadas mudanças de fácies ou 
discordâncias sutis que hoje guiam a prospecção 
exploratória. 
 
4. Integração com outros dados para o entendimento do 
sistema petrolífero. 
 
VANTAGENS DO TRABALHO DE CAMPO 
 
• Barato: comparado com outras técnicas. 
 
• Vantagem competitiva: o trabalho de campo pode propor 
recomendações de como prosseguir com a exploração ou 
gerenciar o risco técnico. 
 
• Dados em primeira mão: os mapas existentes podem não 
ser válidos, pois nunca é clara a distinção entre observação 
direta e interpretação. 
• Integração de dados: o trabalho de campo pode ser 
integrado porque cruza diferente disciplinas. Ex.: folhelhos 
podem ser analisados para determinação da idade, conteúdo 
geoquímico ou velocidade acústica. 
31 
 
• Aumenta a confiança: o trabalho de campo impulsiona a 
confiança do exploracionista. Além disso, exibir amostras 
representativas de uma rocha geradora ou de um 
reservatório numa apresentação e sempre gera interesse. 
 
• Ferramenta de marketing: uma excursão de campo através 
de afloramentos críticos é útil para incutir interesse em 
gerentes, parceiros e investidores. 
 
• Novas idéias: o trabalho de campo ajuda o exploracionista a 
gerar novas idéias. Ele provê um ambiente de discussão e 
permite a aplicação de novos conceitos. As rochas não 
mudam; o que muda é o modo como as vemos e 
interpretamos. 
 
ELEMENTOS CRÍTICOS 
 
Sete elementos são críticos para que uma acumulação de 
hidrocarbonetos ocorra em subsuperfície: 
 
1. Rocha reservatório 
2. Rocha geradora 
3. Selo 
4. História térmica 
5. Migração e trapeamento de hidrocarbonetos 
6. História geológica da bacia 
7. Estilo e história estrutural 
 
 
 
32 
AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS CRÍTICOS 
 
1. Que combinação desses elementos críticos ocorreu para 
formar os campos descobertos? 
 
2. Quais são as principais causas para os poços secos na 
mesma bacia? 
 
3. Há um elemento comum responsável pelos poços secos? 
 
 
CHECKLIST DOS ELEMENTOS CRÍTICOS 
 
 
 
33 
 
34 
QUE ELEMENTO É O MENOS ENTENDIDO E POR 
QUE? 
 
Para isso, são necessários os seguintes passos: 
 
1. Exame dos trabalhos anteriores 
 
Este é o primeiro passo, realizado através da análise das 
recomendações, relatórios, mapas, seções sísmicas, seções 
geológicas, trabalhos de campo, etc. Coteje os resultados num 
sumário para cada elemento crítico 
 
2. Determinação do estágio exploratório da bacia 
 
Determine se a bacia é fronteira, emergente ou madura com 
respeito à prospecção de petróleo. 
 
Bacias consideradas novas fronteiras tendem a beneficiar-se 
mais do trabalho de campo, pois os elementos críticos não são 
bem entendidos e não foram ainda provados através de uma 
descoberta de hidrocarbonetos. Entretanto, bacias emergentes 
e maduras podem também beneficiar-se do trabalho de campo. 
35 
 
 
 
36 
3. Confecção de uma coluna estratigráfica 
 
Confeccione uma coluna estratigráfica mostrando o que é 
conhecido sobre cada um dos sete elementos. Uma coluna 
estratigráfica desse tipo pode mostrar o seguinte: 
 
• Arranjo vertical e espessura relativa das formações 
• Formações que afloram 
• Significado exploratório de cada formação 
• Sumário sucinto do que é conhecido em subsuperfície 
• Inter-relação entre a superfície e a subsuperfície. 
 
 
37 
ESTIMANDO O RISCO 
 
Risco: é uma exposição a um resultado indesejável ou a uma 
chance de perda. Em exploração é a exposição à ocorrência de 
um poço seco após uma campanha exploratória. 
 
Determinação do risco: determine o risco associado com 
cada elemento crítico. Por exemplo, para reservatório pode ser 
espessura ou preservação da porosidade; para rocha geradora, 
pode ser riqueza orgânica ou maturidade. 
 
Hierarquize o risco do maior p/ o menor: 
 
1. Porosidade do reservatório 
2. Maturidade da rocha geradora 
3. Espessura do reservatório 
 
Os elementos críticos de maior risco (risco-chave) são aqueles 
com os quais se deve ter as maiores preocupações. 
 
Reduzindo o risco: que informação é necessária para reduzir-
se ou estimar-se melhor os maiores riscos. Por exemplo, que 
dado de campo você escolheria para a estimativa da 
porosidade do reservatório? Assim, planejar um método que 
contemple as dúvidas sobre cada risco-chave é o passo mais 
importante em qualquer projeto de campo. Isto feito, os 
objetivos do trabalho de campo aparecem naturalmente. 
 
 
 
38 
APÓS TUDO ISTO, AINDA É NECESSÁRIO O 
TRABALHO DE CAMPO? 
 
O trabalho de campo poderá preencher lacunas na estimativa 
do risco dos elementos críticos, como porosidade do 
reservatório, conteúdo orgânico da geradora, capacidade 
selante da armadilha, etc. Além disso, dados de campo são a 
base para interpretações geológicas da escala regional para a 
microscópica. 
 
 
OBJEÇÕES AO TRABALHO DE CAMPO 
 
Nem todos os geólogos aceitam a importância do trabalho de 
campo. Assim, a contínua relevância do trabalho de campo 
não é universalmente reconhecida 
 
FRASES DERROTISTAS 
 
1. Toda geologia de superfície já foi feita. Não há nada de 
novo a fazer. 
• Isto é um engano, pois no campo a tendência é ver somente 
o que fomos treinados para ver. Assim, novas técnicas e 
conceitos levam a novas idéias que não foram antes 
aplicadas. 
 
2. Os dados de campo e os mapas de superfície existentes são 
suficientemente bons. 
• Como podemos dizer que os mapas são bons o bastante se 
não foram testados? 
 
3. Outras atividades têm uma maior prioridade do que o 
trabalho de campo. 
39 
• Isto pode ser verdadeiro. Entretanto, prioridades baseadas 
em falta de informação são extremamente perigosas. 
 
4. Não há afloramentos em minha área. 
• Isto pode ser verdadeiro, tal como em bacias marítimas. 
Tente usar análogos – modernos, antigos ou ambos – como 
ferramentas preditivas e guias para a interpretação 
 
5. O resultado final de um trabalho de campo é incerto. 
• Incerteza é o caso com a maioria das coisas na vida. Se 
pensarmos assim, nunca nada será feito. 
 
6. Nenhum dos geólogos trabalhando no projeto tem 
experiência de campo. 
• Uma grande oportunidade de treinamento está à espera dos 
inexperientes. No projetodevem estar mesclados veteranos 
e noviços, pois de outro modo o número daqueles com 
experiência de campo continuará a declinar. 
 
7. O método é de muito baixa tecnologia e ultrapassado para 
ser significativo hoje. 
• Geólogos de escritório baseiam-se perigosamente em dados 
de segunda e terceira mão. Eles colocam esses dados num 
computador e esperam que os resultados façam sentido. 
Dados de campo são de primeira mão e assim podem ter sua 
qualidade assegurada. 
 
8. O trabalho de campo custa muito dinheiro. 
• Quanto custaria não ter a informação necessária? 
9. O trabalho de campo é apenas mais uma diversão 
• Sim, alguns geólogos retornam do trabalho de campo 
falando mais do bom tempo que tiveram do que dos dados 
que coletaram, dando a impressão de que tiveram somente 
40 
diversão. A verdade é que, nem todo trabalho de campo é 
fácil. É necessário boa forma física, tolerar condições 
adversas, apreciar desafios e, mais importante, incorporar os 
resultados ao esforço exploratório geral. 
 
 
PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO DE CAMPO 
 
 
 
41 
QUANDO IR PARA O CAMPO 
 
A época da realização do trabalho de campo é de fundamental 
importância no projeto. Assim, deve-se conduzir a campanha 
no momento em que os resultados terão maior impacto no 
projeto. 
 
O melhor momento é durante a época de aquisição sísmica. 
Ao tempo em que as linhas são atiradas, processadas e estejam 
prontas para serem interpretadas, os dados de campo estarão 
compilados e prontos para serem incorporados à interpretação. 
Além disso, o acampamento da equipe sísmica pode ser usado 
pela equipe de geologia de superfície. 
 
 
O QUE DEVE SER LEVADO EM CONTA 
 
 
Antes de ir para o campo, (1) determine a escala do trabalho, 
(2) examine mapas geológicos e imagens de sensoriamento 
remoto, e (3) avalie a qualidade dos afloramentos. 
 
1. Determine a escala do trabalho: uma tarefa importante é 
despender o tempo de campo de acordo com a escala e os 
objetivos do projeto (da tectônica até a microscópica). Se o 
objetivo principal for interpretar o estilo estrutural, então 
fotografias aéreas serão importantes. 
 
2. Examine os mapas geológicos: levante as seguintes 
questões 
 
• Está satisfeito e confiante nos mapas? 
• O mapeamento faz sentido? Se não, por que não faz? 
42 
• Há afloramentos acessíveis das formações que ocorrem em 
subsuperfície? 
• Quão abundantes são as exposições na área de estudo? 
• Como foi estudada a área e com que objetivos em mente? 
 
3. Adquira imagens de sensoriamento remoto: fotografias 
aéreas, imagens de Landsat, SPOT e Radar são úteis em 
avaliar a geologia de superfície. Imagens de sensoriamento 
remoto podem ser úteis numa análise preliminar da área de 
campo, tendo as seguintes virtudes: 
 
• Dá uma “visão de pássaro” na área de estudo. 
• Ajuda a avaliar os mapas geológicos existentes. 
• Influencia o planejamento do itinerário de campo. 
• Mostra padrões de afloramentos. 
• Mostra as drenagens em relação aos padrões de 
afloramento. 
• Exibe o papel que a vegetação exerce no programa. 
• Dá uma visão dos lineamentos, falhas e fraturas. 
• Revela anomalias a serem investigadas. 
 
4. Avalie a qualidade dos afloramentos: a qualidade dos 
afloramentos vai ser altamente influenciada pelo clima. 
Devido à pouca vegetação, áreas desérticas tendem a ter 
afloramentos de boa qualidade, ocorrendo o inverso em 
áreas tropicais. Se você não tem idéia da localização dos 
melhores afloramentos, consulte especialistas. Saiba antes 
de ir e economize dinheiro e esforço. 
43 
 
44 
REVISANDO TRABALHOS ANTERIORES 
 
Seja crítico ao usar trabalhos anteriores: pergunte a si 
mesmo: 
1. Quais foram os objetivos dos projetos de campo 
anteriores? Foram eles atingidos? Há alguma coisa que foi 
feita ou que não foi feita e que você deveria fazer? 
 
2. Os trabalhos anteriores visavam a busca de 
hidrocarbonetos? Caso positivo, pode você utilizar os 
dados? Caso negativo, são os dados ainda úteis? 
 
3. Os trabalhos anteriores provêem alguma das respostas que 
você necessita ou levantam mais questões? 
 
Conheça as seções tipo da área de estudo: reveja as seções 
tipo disponíveis na literatura e faça as seguintes perguntas: 
 
1.Onde as formações foram descritas pela primeira vez na 
área de estudo? 
 
2. Quem primeiro as descreveu? 
 
Faça um reconhecimento nas linhas sísmicas: faça um 
reconhecimento ao longo das linhas sísmicas e documente os 
afloramentos de acordo com os pontos de tiro. 
 
Considere um sobrevôo: um sobrevôo num pequeno avião é 
um modo excelente de se ter uma idéia do terreno, tamanho da 
área, rotas de acesso, etc. Fotografias tomadas no vôo são uma 
ótima maneira de ilustrar idéias sobre a área, especialmente 
feições de grande escala que não podem ser fotografadas do 
terreno. 
45 
 
 
RECOMENDAÇÕES ÚTEIS 
 
Estratégia de amostragem: planeje tanto quanto possível 
 
1. Que equipamentos (martelos, pás, etc.) são necessários 
para a amostragem? 
2. Que amostras necessitam ser coletadas e com que 
propósito? 
3. Quem irá coletar as amostras e como elas serão 
selecionadas? 
4. O intemperismo das amostras é um fator limitador? 
5. Conjuntos múltiplos de amostras serão coletados para 
análises? Se positivo, quantos? 
6. Como as amostras devem ser transportadas (sacos de 
plástico, de pano, caixas, etc.)? Alguma precaução especial 
deverá ser tomada para evitar contaminação ou 
desagregação da amostra? 
 
Procure anomalias: procure anomalias como exsudações, 
fontes termais, anomalias topográficas. As questões colocadas 
são: 
 
1. Por que elas ocorrem onde estão? 
2. O que elas esclarecem sobre a geologia da área? 
3. Elas levantam questões a serem respondidas? 
46 
PLANEJAMENTO DO TRABALHO DE CAMPO 
 
Trabalhos de campo não são conduzidos da mesma maneira 
em duas áreas diferentes. O que é comum é a necessidade de 
planejamento para um trabalho de campo exeqüível. 
 
1. Quanto vai custar o trabalho? O orçamento deve prever o 
seguinte: 
 
• Aquisição de dados 
• Compra de equipamentos 
• Salário dos participantes 
• Transporte para o campo para pessoal e equipamento 
• Transporte no campo para pessoal e equipamento 
• Reparo de veículos e/ou equipamentos 
• Comida, água, etc. 
• Pernoite da equipe no campo 
• Seguro de acidente 
• Comunicação entre o campo e o escritório 
• Análises especiais dos dados e/ou amostras coletadas 
• Preparação e distribuição do relatório final 
 
 
PLANEJAMENTO DO ITINERÁRIO 
 
• Conheça os objetivos exploratórios e planeje em função 
deles. 
• Marque pontos no mapa com as localidades a serem 
estudadas, e estabeleça aproximadamente quanto tempo irá 
despender em cada uma. 
• Aceite que o planejamento de campo nem sempre pode ser 
específico. Às vezes o melhor a ser feito é dizer 
47 
“Precisamos despender um dia nesta área para ver o que 
existe por lá”. 
• Hospede-se tão próximo aos afloramentos quanto possível. 
• Conheça rotas de acesso aos afloramentos e estradas, e 
saiba quanto demora de viajar do ponto A para o ponto B. 
• Conheça a topografia, drenagem e vegetação da área. 
• Estimule contribuições ao estabelecimento do itinerário dos 
outros membros da equipe. 
• Deixe espaço para o mau tempo e o inesperado. 
 
 
QUEM LEVAR PARA O CAMPO? 
 
1. Determine o grau de especialidade necessário para o 
projeto. Por exemplo, o trabalho pode requerer um 
carbonatólogo, um estruturalista ou um geoquímico. 
 
2. Caso não conheça um especialista, identifique-os através 
da literatura, sociedades geológicas locais, autoridades 
mineiras e universidades. 
 
3. Um geólogo de campo local pode ser extremamente útil 
pelo conhecimento da localização dos afloramentos e por 
permitir uma troca de idéias com quem já conhece a área. 
48 
QUANDO IR PARA O CAMPO? 
 
1. Conduza o trabalho de campo na época em que ele mais vai 
contribuir para o projeto. 
 
2. Determine a melhor época do ano de acordo com as 
condições climáticas. 
 
3. Decida se o trabalho será feito de uma só vez ou emetapas, 
como por exemplo: 
I. Fase de reconhecimento inicial para determinar acessos e 
questões logísticas. 
II.Fase de coleta de dados em que o trabalho é conduzido 
em detalhe. 
III. Fase final para verificar a qualidade do trabalho, 
coletar amostras adicionais e fechar “janelas” 
existentes. 
 
4. Determine a duração do trabalho, que pode ser de dias a 
semanas, a depender do número de pessoas, tamanho da 
área e número de afloramentos a serem estudados. 
 
5. Faça um cronograma e acompanhe-o durante o trabalho 
(Microsoft Project é um bom para isto). Ao retornar, avalie 
quão efetivo foi o uso do tempo no campo. 
 
 
O QUE LEVAR PARA O CAMPO? 
 
1. Determine como a equipe irá para o campo e o que 
precisarão levar através de um cheklist. 
2. Como a equipe irá se mover no campo? 
• Será em carros comuns? Jeeps? Helicópteros? Barcos? 
49 
• Quantas pessoas constituem o grupo e que equipamentos 
irão carregar? 
• Há combustível e serviços disponíveis para os veículos? 
• A equipe estará sempre junta ou será necessário que se 
separem durante o trabalho? Do ponto de vista de 
segurança, ninguém deve trabalhar sozinho no campo. 
 
 
EQUIPAMENTO 
 
 
50 
DADOS E REFERÊNCIAS 
 
Lista de dados e referências a serem levadas para o campo. 
 
 Material de referência e discussão 
 Seções geológicas selecionadas 
 Linhas sísmicas selecionadas 
 Mapas selecionados 
 Colunas estratigráficas 
 Fotografias aéreas e imagens de sensoriamento remoto 
 Mapas topográficos 
 Guias de campo preexistentes. 
 
 
ESTEJA PREPARADO 
 
1. Aprenda o básico sobre a área, incluindo costumes, língua e 
comida, se diferentes da sua própria. 
 
2. Obtenha as permissões necessárias de proprietários e 
autoridades, se possível por escrito. 
 
3. Identifique acidente potenciais no campo. Carregue um 
estojo de primeiros socorros e soro anti-ofídico. Também 
verifique as condições médicas dos membros da equipe, tais 
como alergias a comida, remédios ou insetos. 
 
4. Mantenha-se em contato com o escritório, principalmente se 
estiver trabalhando numa área isolada. 
51 
COLETA DE DADOS 
 
1. A coleta de dados é fundamental no campo. Tenha um 
sistema de coleta e o registro dele. 
 
2. Escreva a cada dia suas principais idéias e observações. Isto 
irá facilitar na preparação do relatório final. 
 
Amostras: mantenha uma lista ou planilha de todas as 
amostras coletadas. Um laptop é ótimo para isto, mas uma 
caderneta de campo também vai bem. Informações úteis são: 
1. Número do ponto onde a amostra foi coletada. 
2. Análise planejada para a amostra. 
3. Número de amostras duplicadas, se houver. 
4. Coordenadas do ponto de coleta da amostra. 
 
Rótulos da amostras: determine um sistema de rótulo para os 
sacos de amostragem. Um sistema efetivo deve incluir a data, 
número do ponto e número da amostra, marcados com tinta 
indelével. 
 
Exemplo: 23/4-5-22G: amostra coletada dia 23 de abril no 
ponto 5, vigésima segunda amostra para análise geoquímica. 
 
Tamanho: saiba o tamanho das amostras a serem coletadas de 
acordo com os tipos de análises a serem realizadas. 
52 
RETORNO DO CAMPO 
 
• Reveja o itinerário percorrido 
• Sumarie os dados coletados 
• Comece a análise das amostras 
• Formule as recomendações preliminares 
• Estime quando as análises e as recomendações estarão 
completas. 
 
Os resultados do trabalho de campo podem influenciar o curso 
da exploração de três maneiras: 
 
1. Melhorar ou refinar a interpretação de subsuperfície 
 
2. Indicar se mais dados deveriam ser coletados ou nova 
tecnologia aplicada 
 
3. Guiar o planejamento da operação 
 
Devemos lembrar que após um trabalho de campo pode-se 
recomendar (1) nenhuma ação, (2) aquisição de mais dados ou 
(3) perfuração de poços. 
53 
EVITANDO PROBLEMAS 
 
Campanhas de campo fracassam pelas seguintes razões: 
 
• Mau tempo 
• Coleta pobre de dados 
• Estratégia de amostragem pobre 
• Mau planejamento 
• Objetivos não realistas 
• Resultados confusos ou pobremente documentados 
 
Alguns dos fatores acima estão sob o controle de quem planeja 
a campanha. Assim: 
 
1. Conheça as limitações da equipe de campo. 
 
2. Gerencie o tempo efetivamente, seja realístico e planeje. 
 
3. Quando no afloramento, aproveite ao máximo o momento. 
 
4. Saiba exatamente que informação você quer de cada 
afloramento antes de chegar no ponto. 
 
5. Documente suas observações da maneira mais completa e 
clara possível. 
 
 
 
 
54 
GEOQUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA EXPLORAÇÃO 
DE PETRÓLEO 
 
 
Exsudações de óleo e gás têm sido notadas por milhares de 
anos e levaram à descoberta de muitas áreas produtoras de 
petróleo. 
 
A prospecção geoquímica de superfície para petróleo consiste 
na busca de ocorrências de hidrocarbonetos e seus produtos de 
alteração quimicamente identificáveis, os quais servem como 
indicativos da localização de acumulações ainda não 
descobertas de óleo e gás. 
 
Todos os métodos de prospecção geoquímica de superfície 
assumem que os hidrocarbonetos gerados e acumulados em 
profundidade vazam em quantidades variáveis, detectáveis em 
superfície. 
 
As técnicas de prospecção geoquímica podem ser diretas ou 
indiretas. Técnicas diretas analisam pequenas quantidades de 
hidrocarbonetos que ocorrem no espaço poroso no solo, ou 
que são adsorvidas na porção de granulometria fina do solo, 
ou que são incorporadas aos cimentos do solo. Técnicas 
indiretas detectam mudanças induzidas pelas exsudações no 
solo, sedimentos e vegetação. 
 
Em relação à verificação de anomalias geoquímicas, há agora 
um consenso nos seguintes pontos: 
 
1. Todas as bacias exibem algum tipo de indicação de 
hidrocarbonetos próximo ou na superfície. 
 
55 
2. As acumulações de petróleo são dinâmicas e seus selos são 
imperfeitos. 
 
3. Exsudações de hidrocarboneto podem ser ativas ou 
passivas, e são visíveis (macro-exsudações) ou somente 
detectáveis analiticamente (micro-exsudações). 
 
4. Hidrocarbonetos movem-se verticalmente, através de 
milhares de metros de estratos, por falhas ou fraturas em 
tempo relativamente curto (semanas a anos). 
 
5. O processo de migração é principalmente vertical mas 
pode também ocorrer lateralmente a grandes distâncias. 
 
6. As relações entre as anomalias de superfície e de 
subsuperfície variam de simples a muito complexas. 
 
A presença de uma anomalia geoquímica na superfície não 
garante uma descoberta comercial de petróleo, mas estabelece 
a presença de hidrocarbonetos na área de interesse. 
 
A exsudação representa o fim do caminho da migração e 
assim as estruturas ao longo desse caminho devem ser 
consideradas mais prospectivas do que aquelas não-associadas 
com tais anomalias. 
 
 
56 
BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA GEOQUÍMICA AO 
PROGRAMA DE EXPLORAÇÃO 
 
 
1. Permite detecção direta de hidrocarbonetos ou induzida em 
solos, sedimentos ou no fundo do mar. 
 
2. Documentar a presença de um sistema petrolífero efetivo. 
 
3. Possibilita a hierarquização de bacias, plays ou prospectos 
antes da obtenção de licenças de exploração ou condução de 
aquisições sísmicas detalhadas. 
 
4. Gera leads geoquímicos para avaliação geofísica e 
geológica posterior. 
 
5. Avalia áreas onde levantamentos geofísicos são 
impraticáveis ou ineficientes devido a fatores geológicos ou 
ambientais. 
 
6. Tem pouco ou nenhum impacto ambiental (a maioria dos 
métodos). 
 
 
PREMISSAS BÁSICAS 
 
1. Hidrocarbonetos são gerados e acumulados em 
profundidade e vazam para a superfície em quantidades 
variáveis mas detectáveis. Além disso, é conhecida a 
relação estreita entre exsudações e fraturas e falhas. 
 
2. A anomalia na superfície pode ser confiavelmente 
relacionada com uma acumulação de petróleo em 
57 
profundidade, sendo isto mais verdadeiro em áreas onde a 
geologia é relativamente simples. 
 
3. A anomalia geoquímica ou microbiológica representa o 
final do caminho de migração, um caminho que pode ser 
de curta distância na vertical ou de longa distância na 
migração lateral.TIPOS DE EXSUDAÇÕES 
 
 
58 
LIMITAÇÕES E INCERTEZAS 
 
As limitações podem ser em decorrência da geologia da área 
ou do próprio método geoquímico escolhido. 
 
 
1. LIMITAÇÕES GEOLÓGICAS 
 
a) A expressão geoquímica da exsudação é complexa e 
variada. 
 
b) Não há uma correlação direta entre a anomalia de superfície 
e a acumulação em subsuperfície. 
 
c) A integração bem-sucedida dos dados de geoquímica de 
superfície com a geologia de subsuperfície torna-se 
progressivamente mais difícil cada vez que a geologia 
torna-se mais complexa. 
 
d) Reservatórios que são significativamente subpressurizados 
ou que contêm óleo pesado podem não ser detectados pelo 
método. 
 
 
2. LIMITAÇÕES INERENTES AO MÉTODO 
 
a) Nenhum método isolado funciona em todo lugar; há 
muitos métodos para serem escolhidos. 
 
b) Uma anomalia de superfície não pode ser relacionada a um 
reservatório ou a uma profundidade específica. 
 
59 
c) Subamostragem e/ou uso de técnicas de amostragem 
impróprias causam ambigüidade que levam a erros de 
interpretação. 
 
d) A presença de uma anomalia geoquímica na superfície não 
garante uma descoberta comercial de quantidades 
significativas de petróleo. 
 
 
ATIVIDADE DA EXSUDAÇÃO 
 
Atividade da exsudação refere-se à taxa de exsudação de 
hidrocarbonetos. Dois termos extremos são diferenciados na 
atividade de exsudação: ativa e passiva. 
 
EXSUDAÇÃO ATIVA 
 
Refere-se a áreas onde hidrocarbonetos exsudam em grandes 
concentrações em sedimentos rasos e solos, e na coluna 
d’água nas bacias marítimas. São facilmente detectáveis pelas 
técnicas de amostragem existentes. 
 
Ocorrem em bacias que estão presentemente gerando 
hidrocarbonetos e/ou que contêm excelentes caminhos de 
migração. 
 
 
60 
EXSUDAÇÃO PASSIVA 
 
Refere-se a áreas onde não está ocorrendo uma exsudação 
ativa. As exsudações usualmente contêm hidrocarbonetos de 
baixo peso molecular e hidrocarbonetos voláteis de alto peso 
molecular em concentrações acima do background. 
 
Exsudações em níveis anômalos podem ser detectadas apenas 
próximo a pontos de maior vazamento ou abaixo da zona de 
distúrbio máximo. 
 
 
ZONA DE DISTÚRBIO MÁXIMO 
 
Consiste numa zona que ocorre próximo à superfície, a 
profundidades e espessura variáveis, na qual processos 
sedimentares e biológicos alteram ou destroem 
hidrocarbonetos voláteis. 
 
Concentrações anômalas de hidrocarbonetos podem não ser 
detectadas se as amostras não são coletadas a profundidades 
abaixo da zona de distúrbio máximo. 
 
Amostragens mais profundas podem ser requeridas em zonas 
de exsudação passiva. 
61 
 
 
 
MICRO-EXSUDAÇÕES x MACRO-EXSUDAÇÕES 
 
Há um contínuo de concentrações de exsudações desde os 
menores níveis detectáveis até exsudações visíveis. 
 
 
MACRO-EXSUDAÇÕES 
 
Referem-se a exsudações de óleo e gás visíveis. Ocorrem em 
áreas muito localizadas que contêm grandes concentrações de 
hidrocarbonetos leves e, se houver, hidrocarbonetos de alto 
peso molecular. 
Localizam-se em terminações de falhas, fraturas e 
discordâncias e camadas carreadoras aflorantes. 
 
 
62 
MICRO-EXSUDAÇÕES 
 
São definidas como altas concentrações de voláteis ou semi-
voláteis detectáveis analiticamente em solos, sedimentos ou na 
água. Essas exsudações invisíveis são reconhecidas pela 
presença anômala de um dos seguintes: 
 
1. Hidrocarbonetos leves (principalmente C1- C5). 
 
2. Hidrocarbonetos voláteis ou semi-voláteis de alto peso 
molecular (tal como HC de 2-4 anéis aromáticos). 
 
3. Micróbios oxidantes de hidrocarbonetos. 
 
4. Produtos de alteração induzidos por hidrocarbonetos. 
 
A maioria dos métodos geoquímicos de superfície foram 
desenvolvidos para a detecção de micro-exsudações. 
 
 
EVIDÊNCIAS DE MICRO-EXSUDAÇÕES 
 
Comprovações da existência de micro-exsudações são as 
seguintes: 
 
1. Aumento da concentração de HC leves e micróbios 
oxidantes de hidrocarbonetos em solos e sedimentos acima 
de reservatórios de petróleo. 
 
2. Aumento da razão de hidrocarbonetos leves no gás do solo 
acima de reservatórios de óleo e gás. 
 
63 
3. Mudanças laterais abruptas nas concentrações e razões 
acima citadas ao longo das bordas das projeções desses 
reservatórios na superfície. 
 
4. Similaridades das razões isotópicas de carbono para o 
metano e outros HC leves nos gases do solo e naqueles 
encontrados nos reservatórios subjacentes. 
 
5. Desaparecimento e reaparecimento de anomalias de gás e 
microbiana em resposta à depleção e repressurização do 
reservatório. 
 
A taxa de migração na formação de micro-exsudações varia de 
menos de 1 metro por dia a dezenas de metros por dia. 
 
 
EVIDÊNCIAS GEOQUÍMICAS DE EXSUDAÇÕES 
 
♦ Concentrações anômalas de HC em sedimentos, solos, água 
e mesmo na atmosfera. 
 
♦ Anomalias microbiológicas. 
 
♦ Anomalias de gases inertes como hélio e radônio. 
 
♦ Mudanças mineralógicas como a formação de calcita, 
pirita, urânio, enxofre, sulfetos e certos óxidos de ferro 
magnéticos. 
 
♦ Alterações de minerais de argila 
 
♦ Anomalias radioativas 
 
64 
♦ Anomalias geotérmicas e hidrológicas 
 
♦ Anomalias geobotânicas 
 
♦ Propriedades acústicas, elétricas e magnéticas alteradas dos 
solos e sedimentos 
 
 
ZONAS DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO 
 
 
Bactérias e outros micróbios têm um profundo papel na 
oxidação de hidrocarbonetos que migram até a superfície. 
 
A atividade microbiológica, juntamente com a migração de 
longo-termo de HC, levam ao desenvolvimento de zonas de 
oxidação-redução que favorecem mudanças químicas e 
mineralógicas induzidas por hidrocarbonetos. 
 
Essa complexidade de manifestações levou a um grande 
número de técnicas de prospecção geoquímica, p. exemplo: 
 
1. detecção de hidrocarbonetos diretamente em amostras da 
superfície ou do fundo do mar; 
 
2. detecção de atividade microbiana relacionada a 
exsudações; 
 
3. detecção de efeitos secundários de alterações induzidas 
por hidrocarbonetos. 
 
 
65 
 
66 
MÉTODOS DE DETECÇÃO DE HIDROCARBONETOS 
 
 
MÉTODOS GEOQUÍMICOS DIRETOS 
 
São métodos projetados para a detecção de HC nos solos, em 
sedimentos próximos à superfície, em sedimentos do fundo do 
mar e nas águas. 
 
Detecção de Hidrocarbonetos Leves (metano a pentano): 
um dos primeiros, mais pesquisados e testados métodos de 
geoquímica de superfície. Os hidrocarbonetos leves podem ser 
detectados como: 
 
• gás livre nos poros efetivos; 
• gás intersticial aprisionado no espaço poroso entre grãos; 
• gás adsorvido em partículas sedimentares ou aprisionados 
dentro de cimentos carbonáticos; 
• gás dissolvido na água ou presente na atmosfera. 
 
Detecção de Hidrocarbonetos Pesados: são compostos 
aromáticos, hidrocarbonetos na faixa gasolina, e óleos normais 
ou biodegradados, detectados principalmente ao longo do 
caminho de falhas ou fraturas. 
 
67 
 
 
 
MÉTODOS GEOQUÍMICOS INDIRETOS 
 
São todos baseados na premissa de que alterações de 
sedimentos e do solo são induzidas por exsudações. Incluem 
os seguintes métodos de detecção: 
 
1. Microbiano 
2. Hélio 
3. Radiométrico 
4. Iodo 
5. Alteração do solo 
6. Elementos-traço 
7. Elétrico 
8. Magnético 
9. Biogeoquímico 
10. Geobotânico 
 
68 
DETECÇÃO INDIRETA DE HIDROCARBONETOS 
 
 
Alguns métodos indiretos são melhor entendidos e confiáveis 
do que outros, como por exemplo: 
 
1. Métodos microbianos (“Geomicrobiologia”) detectam a 
presença de micróbios oxidantes de hidrocarbonetos nos 
solos e sedimentos. Esses micróbios não são esperados 
em quantidades significativas se não houver uma fonte 
de hidrocarbonetos presente, como uma exsudação. 
 
2. Hélio: não se encontra associado apenas com o petróleo, 
mas é um constituinte comum em acumulações de 
petróleo. Devido à sua mobilidade, inércia química e 
natureza abiogênica constitui-se num marco geoquímico 
indireto. 
 
Os outros métodos indiretos são menos entendidos e nem 
sempre associados apenas com exsudações de petróleo. 
 
 
OBJETIVOS DO LEVANTAMENTO GEOQUÍMICO 
 
Os principais objetivos de um levantamentogeoquímico são: 
 
1. estabelecer a presença, distribuição e composição dos 
hidrocarbonetos na área de interesse; 
 
2. determinar o alimentador de hidrocarbonetos provável 
para leads e prospectos específicos. 
69 
LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO 
 
Tem como objetivo a comprovação da presença de 
hidrocarbonetos termogênicos, ou seja, a existência de um 
sistema petrolífero efetivo. Além disso, a composição das 
exsudações indica se uma bacia ou play é mais adequado para 
a prospecção de óleo ou de gás. 
 
As exsudações também podem ser correlacionadas com algum 
óleo ou gás conhecido e assim identificar o sistema petrolífero 
específico presente. 
 
Um outro ganho é assegurar que uma futura aquisição sísmica 
cubra áreas com anomalias geoquímicas identificadas. 
 
 
AVALIAÇÃO DE LEADS E PROSPECTOS 
 
Se o objetivo do levantamento é avaliar leads e prospectos 
específicos, as anomalias podem servir para a hierarquização 
dos prospectos com base nas associações desses prospectos 
com as anomalias. 
 
 
AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE 
DESENVOLVIMENTO 
 
Levantamentos detalhados podem ajudar na escolha de poços 
dentro de um campo de petróleo nas bordas do mesmo, 
delinear os limites de campos subdesenvolvidos e identificar 
compartimentos não-drenados ou bypassed. 
70 
SELEÇÃO DO MÉTODO DE LEVANTAMENTO 
 
Vai depender das questões que precisam ser respondidas: 
 
1. Qual é o objetivo do levantamento – demonstrar a presença 
de um sistema petrolífero numa área de fronteira, 
hierarquizar prospectos e leads ou determinar o tipo de 
petróleo (óleo ou gás) a ser encontrado? 
 
2. Que outros dados são disponíveis na área do levantamento 
(imagens de satélite, aeromagnetometria, gravimetria, 
sísmica, etc.)? 
 
3. Que outros métodos geoquímicos foram previamente 
utilizados com sucesso na área de interesse ou numa área 
geologicamente análoga? 
 
4. Que limitações são impostas na área do levantamento 
(terra ou mar, água rasa ou profunda, floresta ou deserto, 
bacia remota ou madura, limites de orçamento ou de 
pessoal)? 
 
Métodos diretos são preferíveis a métodos indiretos pois 
podem identificar a natureza e maturidade da rocha geradora. 
Entretanto, sempre que possível use mais de um método 
geoquímico, por exemplo combine um direto e um indireto. 
71 
LEVANTAMENTOS EM BACIAS MARÍTIMAS 
 
 
Meio a ser 
amostrado 
Objeto a ser 
analisado Métodos 
Atmosfera Hidrocarbonetos Radar ou laser 
Água 
superficial Manchas de óleo
Sensores remotos ou 
amostragem direta 
Água Hidrocarbonetos dissolvidos 
Farejador marinho, análise 
da água 
Macro ou micro-
exsudações 
Sísmica de alta resolução, 
sonar, amostragem direta 
Fundo do mar Alterações 
induzidas por 
hidrocarbonetos 
Contrates topográficos, 
acústicos ou de 
temperatura: amostragem 
para indicadores 
microbianos ou 
geoquímicos 
 
 
 
72 
LEVANTAMENTOS EM BACIAS TERRESTRES 
 
Meio a ser 
amostrado 
Objeto a ser 
analisado Métodos 
Macro-
exsudações de 
óleo e gás, 
manchas, 
impregnações 
Mapeamento geológico, 
registro histórico, 
sensoriamento remoto 
amostragem direta 
Micro-exsudações Amostragem do solo e do sedimento Superfície do terreno 
Alteração 
induzida por 
hidrocarbonetos 
Amostragem do solo e do 
sedimento para indicadores 
microbianos e 
geoquímicos; 
aeromagnetismo; métodos 
elétricos e radiométricos 
Hidrocarbonetos 
leves 
Câmaras ou coletores 
especiais Ar do solo Não-
hidrocarbonetos 
Câmaras ou coletores 
especiais 
Hidrocarbonetos 
leves, aromáticos
Desagregação da amostra 
ou extração ácida para 
cromatografia; 
fluorescência ultra-violeta 
Solo/ 
Sedimento Não-
hidrocarbonetos 
ou anomalias 
diagenéticas 
Micróbios oxidantes de 
HC, sais no solo 
(carbonatos, iodatos, 
sulfatos, etc.); minerais de 
argila, metais traço; 
susceptibilidade magnética; 
radiometria 
73 
PROJETANDO UM LEVANTAMENTO 
 
A tabela abaixo pode ser utilizada como um guia para 
organização do projeto: 
 
Passo Ação 
1 Pesquise o (s) método (s); investigue as contratadas
2 Use mais de um método quando possível 
3 Guie-se pela experiência passada na bacia 
4 Baseie o programa de amostragem no tamanho do 
alvo e na geologia 
5 Realize um levantamento para calibração num 
campo análogo 
6 Integre com os dados geológicos e geofísicos 
 
 
LOCALIZAÇÃO DAS AMOSTRAS 
 
1. Em áreas de fronteira, comece com a busca e a análise de 
exsudações visíveis de óleo e gás. 
 
2. Dados geoquímicos adicionais podem ser necessários ao 
longo de linhas sísmicas ou ao longo de seções regionais 
localizadas sobre feições geológicas relevantes. 
 
3. A depender dos objetivos do levantamento, o espaçamento 
das amostras pode variar de 500 – 1.000 m ao extremo de 
50 – 100 m. 
 
74 
ALGUMAS DICAS PARA INTERPRETAÇÃO 
 
Exsudações de hidrocarbonetos podem representar o 
vazamento a partir de uma acumulação ou a partir de uma 
camada carreadora ou outro caminho de migração. 
 
1. Anomalias e Migração Vertical: se a bacia é 
caracterizada predominantemente por migração vertical 
então uma anomalia em superfície pode ser correlacionada 
com a presença de um trapa com hidrocarbonetos em 
subsuperfície. 
 
2. Anomalias e Migração Lateral: se a bacia é 
caracterizada por migração predominantemente lateral, 
então a interpretação é mais difícil uma vez que a as 
anomalias podem não estar localizadas diretamente acima 
da acumulação. Nesse caso é necessária uma boa 
integração com os dados geológicos e geofísicos. 
 
3. Composição dos Hidrocarbonetos da Macro-
Exsudação: o petróleo visível na maioria de exsudações 
de óleo e gás geralmente estão alterados por 
biodegradação e perda de voláteis. Apesar disso, a análise 
química e isotópica da de tais exsudações permite inferir-
se a natureza da rocha geradora (p. exemplo, se marinha 
ou lacustre), grau de maturação e correlação com rochas 
geradoras conhecidas e óleos existentes na bacia. 
 
4. Composição dos Hidrocarbonetos da Micro-
Exsudação: nesse caso, a obtenção de informação 
analítica é mais difícil pois geralmente somente 
hidrocarbonetos leves estão presentes (metano a pentano). 
Algumas vezes a fração gasolina e aromáticos também 
75 
estão presentes. A composição do petróleo pode ser 
inferida pelas razões hidrocarboneto/gás do solo, 
composição isotópica dos gases do solo, fluorescência 
característica de extratos do solo ou de sedimentos, e 
análise cromatográfica do extrato. 
 
 
 
 
 
 
76 
MAGNETOMETRIA 
 
USO DA MAGNETOMETRIA NA PROSPECÇÃO 
 
1. A magnetometria é capaz de delinear blocos de 
embasamento falhado através do uso e interpretação de mapas 
residuais e perfis magnéticos. 
 
2. Distúrbios magnéticos causados por rochas são efeitos 
localizados no campo magnético normal da terra. 
 
3. A magnetita não é o único mineral magnético, mas é a 
causa dominante de anomalias. 
 
4. O conteúdo de magnetita de rochas do embasamento pode 
ser duas ordens de magnitude (100 vezes) maior do que o 
conteúdo de rochas sedimentares. Assim, variações no campo 
magnético resultam principalmente da presença de rochas do 
embasamento sob a seção sedimentar. 
 
5. O campo magnético terrestre é medido em nanoTeslas (nT; 
anteriormente conhecido como “gamas”). 
 
EFEITO DA LATITUDE: um mesmo objeto tem diferentes 
assinaturas a diferentes latitudes devido à inclinação 
magnética – o ângulo no qual o vetor do campo magnético 
está orientado em relação à superfície da terra. 
 
 
77 
 
 
 
GRAVIMETRIA X MAGNETOMETRIA 
 
Característica Gravimetria Magnetometria 
Cauda da 
anomalia 
Variações de 
densidades horizontais 
Variações no 
conteúdo de 
magnetita 
Uso 
preferencial 
Definir feições 
geológicas de grande 
escala, forma de 
estruturas e determinar 
rejeito de falhas do 
embasamento 
Definir blocos de 
embasamento, 
localizar corpos 
intrusivos e 
profundidade geral do 
embasamento 
 
78 
MAPAS DE INTENSIDADE TOTAL E RESIDUAIS 
 
Variações ou susceptibilidades magnéticas podem ser 
analisadas pelo uso tanto de mapasde intensidade total, como 
de mapas residuais. 
 
MAPAS DE INTENSIDADE TOTAL: usados na definição 
de grandes feições geológicas, tais como a forma da bacia ou a 
presença de rochas anômalas profundas no embasamento. 
 
MAPAS RESIDUAIS: revelam feições geológicas mais 
detalhadas, em particular a geometria e configuração de blocos 
de embasamento individualmente. 
 
INTENSIDADE TOTAL: medida do magnetômetro depois 
que um modelo do campo magnético normal da terra é 
removido. 
 
ANOMALIA RESIDUAL: é aquela que permanece depois 
que a tendência magnética regional é removida da intensidade 
total. 
 
 
79 
VARIAÇÕES NO CAMPO MAGNÉTICO LOCAL 
 
São devidas a: 
 
1. mudanças litológicas nas rochas do embasamento com 
as correspondentes diferenças no conteúdo de 
magnetita; 
2. mudanças na elevação do topo do embasamento onde o 
mesmo tem susceptibilidade magnética (k) uniforme. 
 
Entretanto, mudanças litológicas tendem a sobrepujar a 
resposta magnética devido a mudanças de elevação do 
embasamento em decorrência de falhas. 
 
 
MUDANÇAS DE ELEVAÇÃO DEVIDO A UMA FALHA 
 
A presença de uma falha é uma interpretação comum de um 
aumento ou diminuição magnética. Nestes casos, um alto 
magnético aparece no bloco alto da falha. 
 
 
MUDANÇAS LITOLÓGICAS DEVIDO A UMA FALHA 
 
80 
Na figura abaixo tem-se uma falha separando blocos de 
embasamento de diferentes litologias e susceptibilidades. 
 
Se as susceptibilidades magnéticas médias (k1 e k2) dos blocos 
de embasamento são desconhecidas, então não se pode 
determinar a direção do mergulho da falha uma vez que a 
resposta magnética sobrepuja em muito aquela devido a 
mudanças de elevação do embasamento. 
 
O resultado é que muitas falhas (entre 40-50%) mostram um 
baixo magnético no bloco alto. 
 
 
 
ELEVAÇÕES DO EMBASAMENTO 
 
Se o embasamento tem susceptibilidade uniforme, a resposta 
da anomalia magnética é óbvia. 
81 
 
INTERPRETAÇÃO DE MAPAS RESIDUAIS 
 
Uma dificuldade em interpretar mapas residuais é assumir que 
altos e baixos do embasamento são causados por mudanças de 
elevação em rochas do embasamento na bacia sedimentar. Ao 
contrário, a maioria das anomalias magnéticas são causadas 
por mudanças litológicas e suas respectivas mudanças em 
susceptibilidade. 
 
Estimativa da Profundidade do Embasamento: em geral 
dentro de um grau de certeza de ± 15% em condições 
favoráveis. 
 
Interpretando o Rejeito da Falha: falhas de alto ângulo que 
cortam o embasamento geralmente mostram mudanças de 
amplitude anômalas das anomalias magnéticas, tantos dos 
altos como dos baixos. 
 
Na figura abaixo, uma série de quatro anomalias magnéticas 
(dois altos e dois baixos) de direção NE-SW localizados na 
porção oeste do mapa, abruptamente perde amplitude ao longo 
de uma linha ortogonal de direção NW-SE (A-A’). As 
anomalias mais fortes localizadas a oeste da linha A-A’ 
indicam que a fonte magnética (embasamento) está mais rasa 
desse lado, desse modo determinando esse bloco como um 
alto em relação ao bloco adjacente. 
Mais a leste, as quatro anomalias desaparecem ao longo de 
uma linha de direção NW-SE (B-B’), novamente sugerindo a 
presença de uma falha com bloco baixo para NE. 
 
 
82 
 
 
 
83 
APLICANDO MAGNETOMETRIA NA PROSPECÇÃO 
DE PETRÓLEO 
 
A magnetometria pode ser uma ferramenta extremamente útil 
na prospecção de petróleo. Seu uso apropriado depende do 
seguinte: 
 
• integração com a sísmica, subsuperfície e outros dados; 
• desenvolvimento de um padrão de falhas no embasamento a 
partir do dado magnético. 
 
A magnetometria pode ser aplicada de várias maneiras: 
 
• no auxílio da interpretação sísmica 2D e 3D; 
• estabelecimento de novos programas 2D e 3D; 
• ajuda em programas baseados primariamente em dados de 
subsuperfície (poços); 
• estimativa da profundidade do embasamento em amplas 
áreas. 
 
Desse modo, a magnetometria pode ser uma primeira 
aproximação para a definição de blocos falhados no 
embasamento, que depois poderão ser confirmados com a 
gravimetria e a sísmica, que são métodos mais dispendiosos. 
 
 
 
 
84 
GRAVIMETRIA 
 
APLICAÇÃO DE GRAVIMETRIA NA PROSPECÇÃO 
DE PETRÓLEO 
 
As medidas gravimétricas são afetadas pelas mudanças na 
densidade das rochas. 
 
Métodos gravimétricos de superfície ajudam na interpretação 
estrutural de subsuperfície e são particularmente bons e 
baratos em estudos de reconhecimento em áreas onde a 
sísmica é demasiadamente cara ou de pobre qualidade. 
 
Os métodos gravimétricos ajudam na identificação do 
tamanho, forma e profundidade de massas anômalas. 
Efetivamente, a gravimetria identifica contrastes laterais de 
densidade em subsuperfície, sendo particularmente boa em 
diferenciar estruturas geológicas horizontalmente. 
 
O método gravimétrico não é tão bom quanto o método 
magnetométrico na determinação de profundidade, pois as 
distribuições de densidade tendem a ser difusas em 
subsuperfície. 
 
 
USO DA GRAVIMETRIA 
 
• Determinação da forma de massas de sal; 
• localização de estruturas sob empurrões ou vulcânicas; 
• determinação de grandes falhas e sentido de movimento das 
mesmas; 
• localização de recifes; 
• localização de intrusivas; 
85 
• definição da configuração geral da bacia; 
• mapeamento de grandes feições tectônicas. 
 
O método gravimétrico também pode ser aplicado em poços 
de petróleo, medindo diretamente densidades distantes do 
poço e através do revestimento. 
 
 
VANTAGENS DA GRAVIMETRIA 
 
• Ferramenta rápida e barata para avaliar grandes áreas; 
• método não-destrutivo, mede um campo existente através 
de medidas passivas; 
• pode ser facilmente integrado com outros dados. 
 
 
DESVANTAGENS DA GRAVIMETRIA 
 
• necessita de suporte geológico e geofísico para ser 
interpretado; 
• não produz diretamente uma seção geológica sem input de 
dados geológicos; 
• anomalias superpostas pode confundir a interpretação; 
• a resolução piora com a profundidade. 
 
 
TEORIA 
 
Os efeitos da gravidade causados por feições geológicas em 
subsuperfície se superimpõem ao campo gravitacional total da 
terra. Esses efeitos são chamados anomalias, que são 
tipicamente menos do que 100 ppm do campo total. 
 
86 
Várias correções são feitas para remover-se o campo da terra 
da medida total para que se possa imagear essas anomalias. 
 
Em exploração de petróleo, a gravidade é medida em miligals 
(mGal). Tipicamente, anomalias exploratórias são geralmente 
< 25 mGal, sendo que os gravímetros são capazes de medir 
diferenças < 0,5 mGal. 
 
 
GRAVIMETRIA X MAGNETOMETRIA 
 
A figura abaixo compara o campo gravitacional (esquerda) e o 
campo magnético (direita) da terra. O campo gravitacional 
sempre aponta para baixo; assim, suas medidas podem ser 
escalares. Em contraste, o campo magnético pode apontar para 
qualquer direção; portanto a informação vetorial é essencial na 
interpretação magnética. 
 
 
 
87 
AQUISIÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO 
 
Dados gravimétricos podem ser coletados em terra, no mar, no 
ar e por satélites. Em terra, no mar e no ar a maioria dos 
sensores consiste de uma massa colocada na ponta de uma 
mola. Em terra, o instrumento é horizontalizado e a massa é 
posicionada no ponto nulo para leitura da tensão na mola. 
 
Em medidas dinâmicas no mar e no ar, a posição da massa e 
da tensão na mola são registradas continuamente. O 
instrumento está colocado numa plataforma estabilizada para 
manter a posição vertical, e a posição da palataforma é medida 
continuamente. As medidas resultantes não são tão precisas 
quanto aquelas tomadas em terra. 
 
Levantamentos gravimétricos por satélite são derivados das 
medidas altimétricas da superfície do mar tomadas pelo radar. 
O mar se conforma com o campo gravitaciopnal da terra: a 
primeira derivada da altura da superfície do mar é a gravidade 
no nível do mar. Assim, satélites só podem fazer medidas 
gravimétricas sobre a água, i.e., no mar ou em grandes 
superfícies de lagos. 
 
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TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO ROTINEIRAS 
 
 
Correção Definição Parâmetro (s)

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