Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIP INTERATIVA – UNIVERSIDADE PAULISTA PROJETO DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR-PIM IV TECNOLOGIA EM GESTÃO FINACEIRA CARINE SOARES RIBEIRO- RA: 0576056 SUPERMERCADO DOIS IRMÃOS BAGÉ/RS 2021 UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP EAD CARINE SOARES RIBEIRO- RA: 0576056 SUPERMERCADO DOIS IRMÃOS Projeto Integrado Multidisciplinar PIM IV BAGÉ/RS 2021 Projeto Integrado Multidisciplinar IV apresentado à Universidade Paulista – UNIP, como parte da avaliação para obtenção do título de Gestor Financeiro. Orientador: Profª RESUMO Este trabalho foi realizado em uma empresa no ramo do varejo na cidade de Bagé, onde fora analisada sua área financeira, contábil, de Recursos Humanos com o objetivo de descrever os principais aspectos do orçamento empresarial, assim como a influência do mercado de capitais na empresa em estudo. Além disso, descrever o estilo de liderança predominante na gestão dos negócios. A metodologia empregada será uma pesquisa com abordagem qualitativa através do método do estudo de caso. A coleta de dados dessa pesquisa foi feita através de um roteiro de entrevista não estruturada e aplicado ao gerente e proprietário da empresa em estudo e a análise realizada e exposta por meio de textos explicativos. Os resultados apresentados constataram uma situação econômico-financeira muito positiva, porém, as práticas com estilo de liderança autocrática impede a implantação de ferramentas administrativas, da comunicação eficaz, de um criatividade e satisfatório. Palavras-Chave: Varejo, Orçamento Empresarial, Mercado de Capitais, Liderança. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 2. ORÇAMENTO EMPRESARIAL............................................................................... 3. MERCADO DE CAPITAIS....................................................................................... 4. DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS.................................................... 5. CONCLUSÃO.......................................................................................................... 7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 04 06 09 11 14 16 4 1. INTRODUÇAO Este projeto tem por objetivo descrever os principais aspectos das políticas de orçamento empresarial, assim como a influência do mercado de capitais naquela empresa e o estilo de liderança predominante na gestão dos negócios na empresa Supermercado Dois Irmãos. A disciplina de Orçamento Empresarial consiste na disciplina mais relevante no PIM IV. Por isso, fundamentos e conceitos serão aplicados à realidade desta empresa, contrapondo com a prática organizacional acerca do Mercado de Capitais e da Dinâmica das Relações Interpessoais. As decisões que as organizações precisam tomar são sempre objetivo de muito cuidado por parte dos administradores/proprietários, e planeja-las em termos de vendas, dados contábeis e conta a receber é desafio diário para equilibrar as finanças. Dentro disso, a influência que o mercado de capital possui exerce sobre os negócios faz com que o empreendedor acompanhe constantemente como o mercado está se comportando e as oportunidades e ameaças. Em outra perspectiva, a gestão da parte mais humana da empresa trás consigo também muitas estratégias, investimentos e análises na forma como as equipes serão administradas, as relações empregadas entre superiores e subordinadas e o estilo de liderança vem de encontro com o supracitado, pois evidencia a forma de comunicação utilizada e o grau de motivação e satisfação da equipe que são o aporte mais importante para que o negócio se mantenha competitivo. Com essas perspectivas é que o trabalho questiona, como é a gestão dos negócios em termos de políticas organizacionais para o orçamento empresarial no Supermercado Dois Irmãos e como pode ser descrito o estilo de liderança predominante na gestão daquela empresa e papel desempenhado pelo mercado de capitais na gestão financeira da organização? O mercado Dois Irmãos foi de propriedade dos irmãos Silvio e Inácio Vaz nas décadas de 80 a 90, sendo repassado para o Sr. Antônio Vaz, filho de Inácio no ano de 2008 que assumiu a empresa e manteve o mesmo nome fantasia. 5 Quando teve suas atividades iniciadas à empresa, Antônio contava com um espaço pequeno alugado com apenas três funcionários. Hoje está em estabelecimento próprio ao arredores do antigo espaço locado, com uma equipe de 17 colaboradores, atuando com uma grande variedade de produtos, com parcerias com bancos, casa de gás, montagens de sacolões para empresas e ofertas que realiza a partir da negociação que faz com os fornecedores. Não possui gerente administrativo, apenas assistente que coordenam as atividades quando o proprietário precisa se ausentar e realizam serviços contábeis, de documentação, notas fiscais e cuidam dos procedimentos relativos aos caixas e quaisquer outros problemas que por ventura ocorrer na empresa e necessitar de recursos financeiros e tecnológicos, possui, serviço terceirizado de escritório para realizar procedimentos contábeis e de RH, recolhimento de impostos e outros anuais dentro dos tramites legais. Seu público-alvo são donas de casa e aposentados, trabalhando sempre com as empresas em parceria com sacolões de produtos de gênero alimentício e de higiene. A metodologia do trabalho será desenvolvida através de uma pesquisa que se caracteriza com sendo qualitativa, de caráter descritivo, por meio de um estudo de caso. O estudo de caso conta com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta e série sistêmica de entrevistas (YIN, 2001). Kerllinger (1979), defende que a pesquisa descritiva busca conhecer e interpretar a realidade, sendo assim, o pesquisador através dela é capaz de desvendar e interpretar fenômenos. 6 2. ORÇAMENTO EMPRESARIAL O orçamento é um instrumento de planejamento e controle onde as empresas buscam planejar com antecedência as ações a serem executados e os recursos a serem empregados, para a partir daí controlar o que foi planejado com o que está sendo executado. Segundo Frezatti (2006, p.44) o Orçamento Empresarial, é: O plano financeiro para implementar a estratégia da empresa para determinado exercício. É mais do que uma simples estimativa, pois deve estar baseado no compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcançadas. Contém as prioridades e a direção da entidade para um período e proporciona condições do desempenho da entidade, suas áreas internas e seus gestores. Dentre os objetivos do orçamento destaca-se o planejamento, que permite programar as atividades de longo prazo da empresa e como destaca Catelli (2001): Uma das principais finalidades do orçamento consiste na coordenação dos esforços que os diversos setores e gestores da empresa deverão desenvolver para que os objetivos da empresa sejam totalmente atingidos. Uma das justificativas para a existência do orçamento é o fato de que as atividades empresariais precisam ser coordenadas de modo que sejam conciliados seus resultados ao interesse maior da empresa. (CATELLI, 2001, p.250) Por isso, o orçamento é uma forma de obrigar os gestores a quantificarem e datarem as atividades pelas quais são responsáveis, enfatizando sempre as finanças da empresa. a elaboração orçamentária visa estabelecer os recursos financeiros e tornarvisível, sob essa perspectiva, a consecução dos objetivos organizacionais. A questão financeira deve ser levada em conta para avaliar as alternativas de investimentos, bem como para contribuir para a manutenção da vida a longo prazo da organização (TAVARES, 2010, p. 81). Diante disso, constata-se que o orçamento empresarial definirá a melhor relação entre os resultados e despesas da organização, com o intuito de atender às metas e objetivos estipulados. As decisões financeiras devem ser tomadas com base em informações geradas por um sistema de informações contábeis e financeiras adequadamente estruturadas. Um dos instrumentos mais importantes utilizados em tomadas de decisões financeiras é o orçamento empresarial, que é representado pelo orçamento geral que, por sua vez, é composto pelos orçamentos específicos (HOJI, 2001, p. 358). 7 A fim de se elaborar o Orçamento Empresarial e assim executar um planejamento orçamentário, Padoveze (2007, p. 513), afirma que os passos para essa execução são: 1º. Estabelecer a missão e os objetivos corporativos. 2º. Estruturar as assunções ambientais; a partir desta, determinar o fator limitante, normalmente vendas (é possível que determinados empreendimentos o fator limitante seja a produção, tipo jazidas minerais etc.). 3º. Elaborar o orçamento a partir da função restritiva do fator limitante. 4º. Elaborar os outros orçamentos (Vendas, Despesas Administrativas e de Vendas, Compra de Produtos e Caixa), coordenando-os com o fator limitante e os objetivos corporativos. 5º. Sintetizar os orçamentos para produzir o orçamento mestre. 6º. Rever o orçamento mestre a luz dos objetivos corporativos. 7º. Aceitar o orçamento mestre, ou se este não está de acordo com os objetivos corporativos, voltar ao passo 2 e repetir o processo até o orçamento ficar aceitável. 8º. Monitorar os resultados reais contra os resultados orçados e reportar variações. Figura 1: Esquema Geral do Plano Orçamentário Fonte: Padoveze (2007, p. 520) 8 Ainda conforme o autor, o sistema orçamentário é composto por três grandes seguimentos: “o orçamento operacional, o orçamento de investimentos e financiamentos e a projeção dos demonstrativos contábeis”, conforme apresentado sua estrutura a seguir (PADOVEZE, 2007). Um dos orçamentos mais importantes para a elaboração do orçamento geral é o orçamento de vendas, pois através dessas projeções a empresa terá uma base das receitas e despesas que serão geradas e também proporcionando suporte para que a empresa possa atender demanda de produção de determinado período. O autor Padoveze (2005, 521), ressalta que: O orçamento de vendas é considerado o ponto de partida do processo de elaboração do sistema orçamentário. Este posicionamento se deve pelo fato da maioria das empresas trabalhar com o seu planejamento operacional decorrente da percepção da demanda de seus produtos para o período estabelecido, tornando desta forma o volume de vendas um fator determinante para a realização das demais peças orçamentárias. Para Sanvicente e Santos (2009), além de atender as vendas orçadas e os estoques preestabelecidos, o orçamento de produção deve ter como objetivo final minimizar os custos de fabricação, tentando reduzi-los ao máximo por meio de novas técnicas de fabricação. O Mercado Dois irmãos, é administrado financeiramente pelo proprietário Sr. Antônio Vaz, que apesar de terceirizar suas atividades contábeis e de RH para escritório terceirizado, acompanha de perto todo os processos financeiros como organização de documentos, notas emitidas e recebidas, fluxo de caixa diário com relatórios de acompanhamento através de programa básico de gerenciamento utilizado pela empresa. Controlar é, essencialmente, acompanhar a execução de atividades da maneira mais rápida possível, e comparar o desempenho efetivo com o planejado, isto é, o que tenha sido originalmente planejado. Evidentemente, a função de controle não se esgota no acompanhamento puro e simples, como também envolve a geração de informações para a tomada de decisões de avaliação e eventual correção do desempenho alcançado, proporcionalmente ao seu afastamento em relação ao tido como desejável ou satisfatório (SANVICENTE E SANTOS, 1983, p. 22). Nas observações foi possível observar que todo o mês é realizado um orçamento de despesas e compras para mês seguinte, que incluem folha de pagamento, materiais de limpeza e escritório e, principalmente, compras, 9 sendo ele o responsável pela pesquisa, elaboração e projeção dos valores anteriores e posteriores para desenvolvê-lo sem envolvimento de qualquer colaborador. Levando em consideração estes aspectos a empresa não realiza fluxo de caixa projetado e real. O tipo de orçamento praticado pela empresa é o orçamento corrigido, que segundo o autor Padoveze (2005, p.195) explica como sendo aquele em que ocorre o ajuste do orçamento original, de forma automática, sempre que houver alteração de preços em função da inflação. Pode-se dizer que o orçamento requer uma discussão dos objetivos que a empresa possui, mas também do que o cenário econômico apresenta, e neste sentido o Sr. Antônio mostra-se conhecedor das variáveis macroeconômicas, fundamentalmente, que influenciam seu ramo de atividade. Desta forma, realiza com eficiência as negociações com os fornecedores, buscando sempre analisar orçamento e logica entre pedidos e descontos obtidos e também controle rigoroso sobre as contas a receber. 3. MERCADO DE CAPITAIS O Mercado de Capitais é uma importante fonte de aplicação de recursos financeiros, sendo também, fundamental para o desenvolvimento das empresas, e consequentemente de todo o país, uma vez que promove o financiamento das companhias, fornecendo capital para fazer frente aos seus investimentos De acordo com Marsh (2001), ele é uma das formas mais práticas de ganhar dinheiro nos dias de hoje, pois diferentemente dos investimentos clássicos como poupança e renda fixa, o mercado de capitais pode oferecer uma maior maximização aos ganhos de investimentos. As empresas, que ofertam e negociam suas ações no Mercado de Capitais, devem estar constantemente preocupadas com a transparência, fornecer informações ao mercado e divulgar os fatos relevantes. A economia mundial se desenvolve em um ambiente financeiro cada vez mais complexo e influente e por isso, faz-se necessário que todos os agentes econômicos (famílias, empresas e governos) identifiquem as melhores práticas 10 e oportunidades de investimentos disponíveis a fim de equilibrar suas posições de risco nas mais diversas decisões financeiras. O investidor, quando utiliza os valores por ele poupados e os aplica no Mercado de Capitais, está adquirindo produtos e serviços no mercado e como fora descrito pelo proprietário da empresa há investimentos no mercado imobiliário, a partir de letras de crédito. Sua família era proprietária dos diversos prédio, inclusive entre os maiores e mais valiosos, na cidade e foi a partir disso que Sr. Antônio optou pelo investimento no mercado imobiliário. Assaf Neto (2012) afirma que economias desenvolvidas apresentam um sistema de intermediação financeira capaz de atender as necessidades de seus agentes econômicos, desempenhando sua função de direcionar recursos de unidades com carência de capital para investimento. Conforme a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as decisões dos agentes econômicos (famílias, empresas e governo), embora sendo agentes autônomos, estão interligadas e impactam uns aos outros (CVM, 2014). De um lado tem-se as famílias que oferecem os insumos necessários para a produção das empresas em troca dos rendimentos (que formam a renda dessas famílias) e com essa renda, adquirem os produtos e serviços ofertados pelas empresas. De outro, o governo, por sua vez, recolhe impostos e taxas dessasfamílias e empresas e devolve para a sociedade em forma de projetos sociais ou serviços básicos não ofertados pelas empresas. Os recursos da economia são movimentados no mercado, em sua maior parte, por intermediários financeiros, que trabalham de forma especializada e voltados para entrosar [...] expectativas e interesses de agentes econômicos com capacidade de poupança com os tomadores de recursos. Essa intermediação se processa pela colocação de títulos e valores econômicos no mercado por meio de instituições, como bancos, caixas econômicas, fundos de pensão, entre outras” (ASSAF NETO, 2012, p. 8). Desta forma, essas atividades de intermediação financeira contribuem para a conciliação dos interesses dos agentes econômicos, através do equilíbrio de prazos, valores e risco: • prazo: a intermediação satisfaz, pela interação entre poupadores e tomadores de recursos, as necessidades de fundos dos participantes do mercado em seus devidos prazos, permitindo uma maior oferta de crédito; • valor: a intermediação financeira no mercado contribui para conciliar os diferentes montantes de capital investidos por aplicadores e demandados por tomadores, promovendo uma alocação mais eficiente de recursos; • risco: os riscos são diluídos na atividade de 11 intermediação financeira pela diversificação das carteiras, oferecendo aos agentes operações de mercado com risco menor. (SANTOS,1999, p. 22) Além dos investimentos imobiliários já herdados da família, Sr. Antônio investe em ações no mercado imobiliário e com isso assegura um capital extra a empresa para troca de maquinários, mobiliários, equipamentos sempre que necessário e manter exclusividade com fornecedores de algumas marcas na cidade. Apesar de ser um homem de negócios o mercado, é um dos estabelecimentos comerciais que possui e o único no qual se ocupa integralmente, possuindo uma pequena franquia de farmácia e um posto de gasolina, sendo esses negócios administrados por seus filhos. 4. DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS A liderança é um aspecto da administração, que pode ser capaz de harmonizar as necessidades dos indivíduos com relação às exigências da organização. Constitui-se num processo abrangente que ocorre praticamente em todos os segmentos da sociedade: na família, na escola, na organização e em todas as integrações sociais. Segundo Chiavenato (2004, p. 137), é "uma influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana, para consecução de um ou mais objetivos". Para Maximiano (2011), o "estilo de liderança é a forma como o líder se posta diante dos integrantes da equipe, seja em diálogos grupais ou pessoa a pessoa. Esse estilo pode ser autocrático, democrático ou ainda liberal, dependendo da forma na qual o líder centraliza ou compartilhar sua autoridade com seus subordinados". Na teoria de Robbins (2011, p. 56), o autor reforçar que: O líder está presente nos processos rotineiros e que sempre que clientes ou colaboradores precisam de suas orientações ou seus conhecimentos o mesmo sempre procura resolver da melhor maneira possível para ajudá-los e que possam compreender a captar melhor as formas de solução dos problemas acontecidos na organização. A personalidade e o carisma são elementos cruciais para a liderança, isso implica dizer, que as pessoas que atuam a frente devem conter esses 12 traços de modo, a saber, controlar, motivar e orientar os colaboradores para que haja um clima propício no ambiente de trabalho. De acordo com a Teoria Comportamental, Bonome (2008, p. 23) conceitua liderança como: Autocrática: "Supervisão cerrada com a chefia determinando o que deve fazer, escolhendo os membros, elogiando ou criticando, não se envolvendo pessoalmente com os indivíduos. Os indivíduos mostraram-se frustrados, tensos e consequentemente agressivos." Democrática: "O líder porta-se de modo impessoal – orienta e decide em grupo, as tarefas são previamente decididas e comunicadas para que o grupo possa escolher e dividir o trabalho por si mesmo. Por sua vez o líder elogia o grupo num todo não o indivíduo por si só. A facilidade de comunicação, franqueza, amizade e responsabilidade predominavam."(p.24). Há ainda o estilo de liderança liberal, onde o grupo segue à vontade no trabalho, o líder da plena liberdade, não participa do trabalho do grupo, não há crítica, nem mesmo elogio ou orientação ao grupo. (BONOME, 2008). Dessa forma, Diniz (2005) explica que a liderança informal é a capacidade de inspirar, motivar e movimentar pessoas a atingir e superar metas, ultrapassando aquilo que aparentava ser seu limite. Por outro lado, a liderança formal (chefia) cumpre suas funções de coordenação de pessoas e gestão de negócios. A liderança de fato ocorre quando o líder consegue equilibrar esses dois lados em sua atuação no grupo. O segredo para manter a equipe sempre envolvida e motivada é a informação. Informadas, elas se sentem responsáveis, valorizadas e incentivadas a trabalhar pelo sucesso do plano. A liderança da empresa apesar de autocrática, influencia pelo bom exemplo de justiça e comportamento ético para com os clientes, que é uma ênfase muito grande do proprietário, embora comportamento ético para com os clientes internos, que incluem as boas práticas de gestão, não ocorram de maneira adequada. A figura do líder tem importância significativa dentro do ambiente organizacional. O líder é a que tem capacidade de influenciar um grupo para juntos alcançarem metas e objetivos. A confiança nos líderes é uma questão cada vez mais importante nas organizações e a maioria das relações dentro 13 das empresas tem sua raiz na confiança baseada no conhecimento que se apoia muito mais na informação que na intimidação. Para Robbins (2011): Os líderes autênticos sabem quem são no que acreditam e o que valorizam e agem conforme seus valores e suas crenças de forma aberta e honesta. Seus liderados os consideram pessoas éticas. A principal qualidade produzida por uma liderança autêntica é, a confiança. Os líderes autênticos compartilham informações, encorajam a comunicação aberta e são fies aos seis ideais. Resultado: as pessoas passam a ter fé neles (ROBBINS, 2011, p. 377). A partir desses conceitos se pode afirmar que o proprietário em estudo não tem uma liderança autêntica, fazendo muito mais o papel de chefe que é de extrair o resultado dos seus colaboradores de forma autoritária impondo suas decisões, não permitindo a participação dos colaboradores nas tomadas de decisões da empresa, tendo um estilo autocrático. Não consegue dar feedback aos liderados, pois acredita que suas ordens devem ser cumpridas, o que deixa os colaboradores trabalhando muitas vezes de maneira insatisfeita por não terem valorizados seu trabalho e sua opinião. É ele quem define tudo e acredita que deve ter a última palavra, não dá espaço ao papel criativo que deveria ser instigado entre a equipe para o processo de novas ideias e soluções. A atenção principal é voltada para as tarefas e não para as relações humanas como diz um ditado popular “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. 14 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A empresa apesar pequena, possui um grande fluxo de clientes e um faturamento considerável, o que implica em processos e ferramentas que estejam ao alcance do atendimento das perspectivas dos clientes, em termos de tecnologia, de sistema para efetuar rapidamente os procedimentos, de criatividade e inovação. Tudo isso, ainda é muito precário na empresa, que estrategicamente está estabelecido em local, onde pouco da concorrência o consegue acompanhar em termos de marcas e variedade de produtos. Por conta disso, torna-se praticamente um monopólio no bairro onde é sua praça, já que disponibiliza serviços como compra de gás,recarga de celular e possui posto conveniado de banco o que facilita pagamento de boletos, todos esses diferenciais surgem como principal fator para escolha dos clientes. Sugere-se que o proprietário poderia estar participando de alguns cursos/treinamento mesmo que online, voltados a área administrativa/RH para ampliar seus conhecimentos e assim desenvolver de maneira formal os procedimentos ligados a esta área tão importante e decisiva para a empresa, bem como analisar a contratação de um gerente ou assistente administrativo que possa descentralizar as decisões. As informações levantadas sobre orçamento empresarial demonstram que esse está alinhando com diversas atividades e que essas são desenvolvidas, controladas e acompanhadas com eficácia pelo proprietário, embora muitos procedimentos administrativos feitos pelo escritório contratado poderiam ser feitas por um colaborador contratado para essa finalidade e que estaria na empresa para realizar tal serviço, inclusive assuntos que envolvem investimentos pelo fato de o proprietário manter ações no mercado imobiliário. Esse inclusive, foi um dos aspectos que gerou certa estranheza, pois obtendo as informações e dados coletas, foi possível perceber que seus investimentos não são voltados especificamente para seu negócio no varejo e que seria possível, através destes, a abertura de filiais, criando uma rede de supermercados, com a mesma gama de variedades e exclusividade em marcas que já possui no supermercado hoje. 15 Conclui-se que a pesquisa trouxe amplo entendimento acerca dos conhecimentos financeiros de planejamento e todos os aspectos que o envolve e de que as relações interpessoais na empresa ditam muito do clima organizacional que interfere na satisfação e consequentemente no atendimento e produtividade que resultam na fidelidade ou não dos clientes, que são a razão de existir dos negócios. Além disso, gerou uma visão holística e sistêmica dos processos organizacionais que foram vistos, obtendo as opiniões e visão crítica supracitada, que fortalecem o olhar apurado sobre a aplicabilidade de investimentos e decisões necessários, fator importante para o gestor financeiro. 16 REFERENCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. BONOME, J. B. V. Introdução à Administração. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008. CATELLI, Armando (Coord.). Controladoria: uma abordagem de gestão econômicaGECON. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. CVM - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. O Mercado de valores mobiliários brasileiro. 3ª ed. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários. 2014. Disponível em: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/portaldoinvestidor/ export/sites/portaldoinvestidor/publicacao/Livro/LivroTOP-CVM.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021. DINIZ, A. O Líder do Futuro. São Paulo: ABTD, 2005. FREZATTI, F. Orçamento Empresarial: Planejamento e controle gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2001. KERLINGER, Fred. Metodologia da pesquisa em ciências sociais. São Paulo: EPV-EDUSP, 1979. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. 2. Ed. São Paulo: 2011. MARSH, P. Eficiência de Mercado: um Espelho para as Informações. In: Domina ndo Finanças. São Paulo: Makron Books, 2001. PADOVEZE, Clóvis Luís. Planejamento Orçamentário. 1ª Ed. São Paulo: Editora Thomson, 2005. PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ROBBINS, E. P. Fundamentals of Management: São Paulo: Saraiva, 2011. SANTOS, José Evaristo dos. Mercado financeiro brasileiro: instituições e instrumentos. São Paulo: Atlas, 1999. 17 SANVICENTE, Antônio Zoratto; SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na administração de empresas: Planejamento e Controle. São Paulo: Atlas, 1983. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão estratégica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2010. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução Daniel Grassi, 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Compartilhar