Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Suporte de Vida Avançado em Pediatria PALS QUARTA EDIÇÃO Guia de estudo PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Conteúdo Capítulo 1 Avaliação do paciente e trabalho em equipe 1 Evidência de Avaliação ......................................................2 Plano de Aprendizagem ....................................................2 Termos chave ...................................................................2 Introdução .........................................................................3 Parte I: Avaliação do Paciente ...........................................3 Impressão Geral .................................................................3 Avaliação primária .............................................................5 Avaliação Secundária .......................................................15 Avaliação Terciária ...........................................................20 Reavaliação ......................................................................21 Parte II: Equipes e Trabalho em Equipe ...........................21 Equipes de Resposta Rápida ............................................21 Equipe de Reanimação ....................................................22 Fases da ressuscitação .....................................................22 Juntando Tudo .................................................................25 Capítulo 2 Emergências Respiratórias 29 Evidência de Avaliação ....................................................30 Plano de Aprendizagem ..................................................30 Termos chave .................................................................30 Introdução ......................................................................30 Considerações anatômicas e fisiológicas ........................30 Cabeça ............................................................................30 Nariz e faringe ................................................................30 Laringe e traqueia ...........................................................31 Peito e Pulmões ..............................................................32 Compromisso respiratório ..............................................32 Desconforto respiratório ................................................32 Insuficiência Respiratória ...............................................32 Parada Respiratória ........................................................34 Obstrução das vias aéreas superiores ............................34 Garupa ............................................................................35 Epiglotite .........................................................................36 Aspiração de corpo estranho ..........................................38 Anafilaxia .........................................................................39 Obstrução das vias aéreas inferiores ...............................42 Asma ................................................................................42 Bronquiolite .....................................................................44 Doença do tecido pulmonar .............................................46 Displasia broncopulmonar ...............................................46 Fibrose Cística ...................................................................46 Pneumonia ........................................................................47 Edema Pulmonar ..............................................................47 Distúrbios do controle ventilatório ...................................48 Pressão intracraniana aumentada ....................................48 Doença Neuromuscular .....................................................48 Intoxicação aguda ou overdose de drogas ........................48 Cuidados de Emergência ...................................................50 Juntando Tudo ...................................................................51 Capítulo 3 Procedimentos para gerenciar respiratórios Emergências ......................................................................54 Evidência de Avaliação ......................................................56 Tarefas de Desempenho ...................................................56 Critérios-chave ..................................................................56 Plano de Aprendizagem ....................................................56 Introdução .........................................................................56 Abrindo a via aérea ...........................................................56 Inclinação da cabeça - Elevação do queixo .......................56 Impulso da mandíbula .......................................................57 Sucção ...............................................................................57 Seringa Bulbo ....................................................................57 Cateter de sucção suave ...................................................58 Cateter de sucção rígido ...................................................58 Adjuntos das vias aéreas ...................................................58 Via aérea orofaríngea ........................................................59 Via aérea nasofaríngea ......................................................59 Sistemas de entrega de oxigênio .......................................61 Cânula Nasal ......................................................................61 Máscara Facial Simples ......................................................61 PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Máscara sem respirador ..........................................................62 Fornecimento de oxigênio por sopro ......................................63 Ventilação com máscara de bolsa ...........................................63 Técnica .....................................................................................64 Solução de problemas ..............................................................65 Vias aéreas avançadas .............................................................66 Confirmando a colocação adequada do tubo ..........................67 DOPE ........................................................................................68 Nebulizador .............................................................................69 Inalador de dose medida .........................................................69 Juntando Tudo .........................................................................71 Capítulo 4 Choque 85 Evidência de avaliação .............................................................86 Tarefas de Desempenho ..........................................................86 Critérios principais ...................................................................86 Plano de Aprendizagem ...........................................................86 Termos chave ..........................................................................86 Introdução ...............................................................................87 Considerações anatômicas e fisiológicas .................................87 Vasculatura ..............................................................................87 Pressão Arterial ........................................................................88 Débito Cardíaco ........................................................................88 Volume de sangue circulante ...................................................88 Reservas fisiológicas .................................................................88 Choque .....................................................................................89 Gravidadede choque ...............................................................89 Tipos de choque .......................................................................90 Fita de ressuscitação baseada em comprimento ...................100 Acesso vascular .......................................................................100 Acesso venoso periférico .........................................................100 Infusão intraóssea ....................................................................100 Juntando Tudo .........................................................................104 Capítulo 5 Bradicardias 118 Evidência de Avaliação .............................................................119 Tarefas de Desempenho ..........................................................119 Critérios principais ...................................................................119 Plano de Aprendizagem ...........................................................119 Termos chave ..........................................................................119 Introdução ................................................................................119 Bradicardias .............................................................................121 Bradicardia Sinusal ...........................................................121 Blocos atrioventriculares ..................................................121 Atendimento de Emergência ............................................123 Juntando Tudo ..................................................................126 Capítulo 6 Taquicardias 130 Evidência de Avaliação .......................................................131 Tarefas de Desempenho .....................................................131 Critérios Chave ....................................................................131 Plano de Aprendizagem ......................................................131 Termos chave ......................................................................131 Introdução ...........................................................................131 Taquicardia Sinusal ..............................................................132 Atendimento de Emergência ...............................................132 Taquicardia supraventricular (SVT) ......................................132 Resultados da avaliação .......................................................134 Atendimento de Emergência ...............................................134 Taquicardia Ventricular ........................................................138 Resultados da avaliação .......................................................138 Atendimento de Emergência ................................................139 Manobras vagais ...................................................................139 Terapia elétrica .....................................................................139 Desfibrilação .........................................................................139 Cardioversão sincronizada ....................................................140 Juntando Tudo .......................................................................142 Capítulo 7 Parada Cardíaca 146 Evidência de Avaliação ...........................................................147 Tarefas de Desempenho ........................................................147 Critérios Chave .......................................................................147 Plano de Aprendizagem .........................................................147 Termos chave .........................................................................147 Introdução ..............................................................................147 Epidemiologia da parada cardíaca ..........................................148 Fases da parada cardíaca ........................................................148 Ritmos de parada cardíaca ......................................................149 Taquicardia Ventricular ...........................................................149 Fibrilação Ventricular ..............................................................149 Assistolia .................................................................................149 Atividade Elétrica Sem Pulsação .............................................149 Desfibrilação ............................................................................151 Desfibrilação Manual ...............................................................151 PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Considerações Especiais .....................................................154 Cuidados pós-ressuscitação ................................................156 Oxigenação ..........................................................................156 Ventilação ............................................................................156 Suporte Cardiovascular ........................................................156 Gerenciamento de temperatura ..........................................156 Rescisão de esforços ............................................................156 Juntando Tudo .....................................................................157 Capítulo 8 Pós-teste 163 Juntando Tudo ......................................................................163 Glossário ...............................................................................171 Índice ....................................................................................173 PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Reconhecimento dos Revisores PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Avaliação do Paciente e Trabalho em Equipe Objetivos de aprendizado Depois de concluir este capítulo, você deve ser capaz de fazer o seguinte: 1. Distinguir entre os componentes de uma avaliação pediátrica e descrever técnicas para uma avaliação bem-sucedida de bebês e crianças. 2. Resuma os componentes do triângulo de avaliação pediátrica e as razões para formar uma impressão geral do paciente. 3. Diferencie entre dificuldade respiratória e insuficiência respiratória. 4. Resuma o propósito e os componentes da avaliação primária. 5. Identifique os sinais vitais relacionados à faixa etária normal. 6. Discuta os benefícios da oximetria de pulso e capnometria ou capnografia durante a avaliação do paciente. 7. Identifique as principais classificações de ritmos cardíacos pediátricos. 8. Diferencie os pulsos centrais dos periféricos. 9. Resuma o objetivo e os componentes da avaliação secundária. 10. Discuta o uso da sigla SAMPLE ao obter o histórico do paciente. 11. Descreva a avaliação terciária. 12. Resuma o propósito e os componentes da reavaliação. 13. Discuta o propósito e a configuração típica de uma equipe de resposta rápida. 14. Reconheça a importância do trabalho em equipe durante um esforço de ressuscitação. 15. Atribua tarefas essenciais aos membros da equipe enquanto trabalha como o líder de uma equipe de ressuscitação. 16. Discuta as fases de um esforço típico de ressuscitação. CAPÍTULO 1 PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Depois de concluir este capítulo, e com prática supervisionada durante um curso de PALS, você terá habilidades no seguinte: • Garantir a segurança do local e o uso de equipamentos de proteção individual. • Atribuição de funções aos membros da equipe ou atuação como membro da equipe em uma situação de paciente simulada. • Dirigir ou realizar uma avaliação inicial do paciente. • Obtenção de sinais vitais, estabelecimento de acesso vascular, instalação de oxímetro de pulso, monitor de pressão arterial e cardíaco e administração de O2 suplementar, se indicado. • Implementar um plano de tratamentocom base na história do paciente e apresentação clínica. • Reconhecer quando é melhor consultar um especialista. • Rever o seu desempenho como líder ou membro da equipe durante um relatório pós-evento. EVIDÊNCIA DE AVALIAÇÃO Plano de Aprendizagem Leia este capítulo antes de seu curso PALS. Complete o questionário do capítulo e analise as respostas fornecidas. TERMOS CHAVE Apnéia A interrupção da respiração por mais de 20 segundos com ou sem cianose, diminuição do tônus muscular ou bradicardia Bradipneia Uma taxa de respiração mais lenta do que o normal para a idade do paciente. Capnógrafo Um dispositivo que fornece uma leitura numérica e uma forma de onda das concentrações de dióxido de carbono nos gases exalados Capnografia O processo de analisar e registrar continuamente as concentrações de dióxido de carbono no ar expirado Capnômetro Um dispositivo que mede a concentração de dióxido de carbono na abertura das vias aéreas no final da expiração Capnometria Uma leitura numérica das concentrações de CO2 exalado sem uma forma de onda contínua Estalidos Sons respiratórios anormais produzidos quando o ar passa através das vias respiratórias contendo fluido ou umidade (anteriormente chamados de estertores) PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Moleira Espaços membranosos formados onde os ossos cranianos se cruzam Grunhindo Um som curto e grave ouvido quando o paciente exala contra uma glote parcialmente fechada; é um mecanismo compensatório para ajudar a manter a permeabilidade dos alvéolos e prolongar o período de troca gasosa Gorgolejante Um som borbulhante que ocorre quando sangue ou secreções estão presentes nas vias aéreas superiores Balançando a cabeça Um indicador de aumento do trabalho respiratório em bebês; a cabeça cai para frente com a expiração e sobe com a expansão do tórax na inspiração Volume minuto A quantidade de ar que entra e sai dos pulmões em um minuto, determinada pela multiplicação do volume corrente pela taxa ventilatória Dilatação nasal Alargamento das narinas na inalação; uma tentativa de aumentar o tamanho das passagens nasais para que o ar entre durante a inalação Triângulo de avaliação pediátrica (PAT) Uma abordagem rápida e sistemática para formar uma impressão geral da criança doente ou ferida que se concentra em três áreas principais: (1) aparência, (2) respiração e (3) circulação na pele Petéquias Descolorações púrpura-avermelhadas não brancas na pele com menos de 0,5 cm de diâmetro PQRST Um acrônimo usado ao avaliar pacientes com dor: fatores precipitantes ou provocadores, qualidade da dor, região e radiação da dor, gravidade e tempo de início da dor Avaliação primária Uma avaliação prática que é realizada para encontrar e tratar rapidamente condições de risco de vida avaliando os sistemas nervoso, respiratório e circulatório; também chamado de pesquisa primária, avaliação inicial ou avaliação ABCDE Oximetria de pulso Um método não invasivo de monitorar a porcentagem de hemoglobina que está saturada de oxigênio púrpura Descolorações não-púrpura vermelho-púrpura maiores que 0,5 cm de diâmetro; grandes púrpuras são chamadas de equimoses Dificuldade respiratória Condição clínica caracterizada por aumento do trabalho respiratório e uma taxa de respiração fora da faixa normal para a idade do paciente PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Parada respiratória Condição clínica em que há oxigenação, ventilação ou ambas inadequadas para atender às demandas metabólicas dos tecidos corporais Retrações Afundamento dos tecidos moles acima do esterno ou clavícula, ou entre ou abaixo das costelas durante a inalação SAMPLE Sigla usado para obter o histórico do paciente; Sinais e sintomas (conforme se relacionam com a queixa principal), alergias, medicamentos, histórico médico anterior, última ingestão oral e eventos relacionados à doença ou lesão Respiração de gangorra Um padrão de respiração ineficaz no qual os músculos abdominais se movem para fora durante a inspiração, enquanto o tórax se move para dentro; um sinal de insuficiência respiratória iminente Posição de respiração Posição em que o paciente se senta ereto e inclina-se para frente com o queixo ligeiramente levantado, alinhando assim os eixos da boca, faringe e traqueia para abrir as vias aéreas e aumentar o fluxo de ar Ronco Sons barulhentos e graves, geralmente causados por obstrução parcial das vias aéreas superiores pela língua Estridor Um som agudo ouvido na inalação que está associado à inflamação ou inchaço das vias aéreas superiores, frequentemente descrito como um som agudo de “latido de foca”; causada por doenças como crupe, epiglotite, presença de um corpo estranho ou lesão por inalação Taquipnéia Uma taxa de respiração que é mais rápida do que o normal para a idade do paciente TICLS Um acrônimo desenvolvido pela American Academy of Pediatrics que é usado para lembrar as áreas a serem avaliadas relacionadas à aparência geral de uma criança; Tom, Interatividade, Consolabilidade, Olhar, Fala ou chorar Volume corrente O volume de ar movido para dentro ou para fora dos pulmões durante uma respiração normal Posição do tripé Posição em que o paciente tenta manter as vias respiratórias abertas sentando-se ereto e inclinando-se para a frente, apoiado nos braços, com o pescoço ligeiramente estendido, o queixo projetado e a boca aberta Assobio Som de alta ou baixa frequência produzido quando o ar passa pelas vias aéreas que foram estreitadas devido a inchaço, espasmo, inflamação, secreções ou a presença de um corpo estranho PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria INTRODUÇÃO A avaliação de uma criança doente ou ferida requer uma abordagem sistemática, conhecimento do crescimento e desenvolvimento normal e conhecimento das diferenças anatômicas e fisiológicas entre crianças e adultos. As abordagens para obter informações históricas e exames físicos variam de acordo com a idade e a apresentação da criança. Independentemente do ambiente de saúde em que você trabalha, o atendimento ao paciente é realizado por uma equipe de profissionais. Uma equipe foi definida como “dois ou mais indivíduos que realizam alguma tarefa relacionada ao trabalho, interagem uns com os outros dinamicamente, têm um passado compartilhado e um futuro compartilhado previsível e compartilham um destino comum” (Weinstock & Halamek, 2008). Este capítulo discute a importância da avaliação do paciente e do trabalho em equipe na prestação de cuidado seguro e eficaz ao paciente. PARTE I: AVALIAÇÃO DO PACIENTE A avaliação do paciente é uma das habilidades mais importantes que você desempenha como profissional de saúde. Uma abordagem organizada para a avaliação do paciente o ajudará a diferenciar entre os pacientes que requerem atendimento de emergência imediato e aqueles que não precisam e ajudará a garantir que nenhum achado ou problema significativo seja esquecido. Certifique-se de que o local seja seguro antes de abordar o paciente e sempre use equipamentos de proteção individual adequados. Impressão geral • Como a abordagem de uma criança doente ou ferida pode aumentar sua agitação, é importante formar uma impressão geral (também chamada de primeira impressão ou impressão inicial) antes de abordar ou tocar o paciente. Faça uma pausa a uma curta distância da criança e, usando seus sentidos de visão e audição, use o triângulo de avaliação pediátrica (PAT) para formar uma impressão geral. O PAT reflete uma abordagem rápida e sistemática para a avaliação da criança doente ou ferida (American Academy of Pediatrics, 2014) • O PAT se concentra em três áreas principais: (1) aparência, (2) trabalho de respiração e (3) circulação para a pele. A avaliação dessas áreas corresponde à avaliação dos sistemas nervoso, respiratórioe circulatório. Um achado anormal em qualquer área do PAT indica que a criança está “doente” e requer intervenção imediata (Horeczko, Enriquez, McGrath, Gausche-Hill, & Lewis, 2013). Lembre-se de que a condição do seu paciente pode mudar a qualquer momento. Um paciente que inicialmente parece "não estar doente" pode deteriorar-se rapidamente e parecer "doente". Reavalie com frequência. • O PAT é amplamente utilizado por profissionais de saúde na prática clínica para distinguir entre a criança "doente" e "não doente" e foi incorporado na maioria dos cursos de suporte de vida pediátrico nos Estados Unidos (Dieckmann, Brownstein, & Gausche-Hill, 2010 ) Na prática clínica, a impressão geral costuma ser feita enquanto o clínico simultaneamente começa a obter a história e a queixa principal (Mace & Mayer, 2008). O uso do PAT foi considerado confiável na identificação de pacientes pediátricos de alta acuidade e sua categoria de fisiopatologia (Horeczko et al., 2013). Aparência • A avaliação da aparência da criança inclui suas observações do estado mental da criança, tônus muscular e posição corporal (Figura 1-1). A aparência é um reflexo da adequação da oxigenação, ventilação, perfusão cerebral e função do sistema nervoso central (American Academy of Pediatrics, 2014). O acrónimo TICLS, pronunciado cócegas, foi desenvolvido pela American Academy of Pediatrics e é usado para lembrar as áreas a serem avaliadas, pois estão relacionadas à aparência geral da criança (Tabela 1-1). Ao formar uma impressão geral, a American Academy of Pediatrics considera a identificação da aparência anormal de uma criança mais eficaz na detecção de anormalidades comportamentais sutis do que o uso da escala de Alerta, Verbal, Dor PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria e Não-Resposta (AVPU) ou da Escala de Coma de Glasgow pediátrica ( GCS) (American Academy of Pediatrics, 2014). • Ao avaliar a aparência de uma criança, permita que ela permaneça nos braços do cuidador. Ao observar a criança, tenha em mente que a idade da criança e as características de desenvolvimento influenciam o que é considerado "normal" para sua faixa etária. • Um exemplo de criança com aparência normal é uma criança pequena que responde ao seu cuidador, atenta ao seu ambiente, prontamente consolada quando segurada por ele, e que tem bom tônus muscular e choro forte. Tabela 1-1 Avaliação da aparência usando o acrónimo TICLS • Exemplos de achados anormais que justificam exploração adicional incluem agitação, irritabilidade acentuada, contato visual deficiente, interatividade diminuída, babando (além da infância), tônus muscular rígido ou mole, choro inconsolável, um olhar vago ou vidrado, um choro fraco ou agudo, fala abafada ou rouca. Se a criança apresentar achados anormais em relação à aparência, prossiga imediatamente para a avaliação primária. Respiração • O segundo componente do PAT é a avaliação do trabalho respiratório (ou seja, esforço ventilatório), que reflete a adequação da oxigenação e ventilação do paciente (American Academy of Pediatrics, 2014). • As áreas de avaliação incluem a posição corporal da criança, movimento visível do tórax e abdômen, frequência ventilatória, esforço ventilatório e sons audíveis das vias aéreas. A respiração normal é tranquila, com subida e descida iguais do tórax, sem esforço muscular respiratório excessivo e com frequência ventilatória dentro da faixa normal. • O desconforto respiratório é caracterizado por um aumento do trabalho respiratório e uma taxa de respiração fora da faixa normal para a idade do paciente. A dificuldade respiratória pode resultar de um problema na árvore traqueobrônquica, nos pulmões, na pleura ou na parede torácica. • A insuficiência respiratória é uma condição clínica em que há oxigenação, ventilação ou ambas inadequadas para atender às demandas metabólicas dos tecidos corporais. Considerações de avaliação de características Tom A criança está se movendo vigorosamente ou está mole e apática? Interatividade A criança está alerta e atenta ao que está ao seu redor? A criança responde ao seu nome (se tiver mais de 6 a 8 meses)? A criança reconhece seus pais ou cuidador? A criança se distrai facilmente com uma pessoa, som ou brinquedo, ou não se interessa pelo ambiente? Consolabilidade A criança pode ser confortada prontamente pelo cuidador ou profissional de saúde ou a criança fica inconsolável? Olhar Os olhos da criança fixam o olhar em seu rosto ou há um olhar vago? Fala ou choro A fala da criança é espontânea e apropriada para a idade? O choro dele ou dela é forte ou agudo? Sua fala ou choro são fracos, abafados ou roucos? PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria • Comece sua avaliação respiratória ouvindo sons respiratórios anormais que podem ser ouvidos sem um estetoscópio e que podem indicar comprometimento respiratório, como respiração ofegante, grunhido, gorgolejo, ronco, estridor ou respiração ofegante. Em seguida, observe o movimento do tórax e do abdômen para confirmar se a criança está respirando e observe o trabalho respiratório. Diz-se que um paciente que está trabalhando muito ou com dificuldade para respirar apresenta dificuldade para respirar. A criança pode ser incapaz de falar frases completas sem fazer uma pausa para respirar. Os sinais associados ao aumento do trabalho respiratório, que geralmente são melhor observados com a camisa do paciente removida, podem incluir a presença de retrações supraesternais, claviculares, intercostais, subcostais ou subesternais e uso de músculos acessórios (ou seja, músculos do pescoço, tórax e abdômen que se torna ativo durante a respiração difícil) (Figura 1-2). Balançar a cabeça é um indicador de aumento do trabalho respiratório em bebês. A cabeça cai para a frente na expiração e sobe quando o bebê inspira e seu peito se expande. • Como as passagens nasais de uma criança são muito pequenas, curtas e estreitas, essas áreas são facilmente obstruídas com muco ou objetos estranhos. • O alargamento nasal, que é o alargamento das narinas enquanto o paciente inspira, é a tentativa do corpo de aumentar o tamanho das passagens nasais para que o ar entre durante a inalação. O alargamento nasal pode ser intermitente ou contínuo (Wilson, 2011). • A respiração gangorra, um padrão respiratório ineficaz no qual os músculos abdominais se movem para fora durante a inspiração enquanto o tórax se move para dentro, é um sinal de insuficiência respiratória iminente (Santillanes, 2014). • Observar a posição da criança pode fornecer pistas importantes em relação ao nível de angústia do paciente e ao trabalho respiratório. Por exemplo, uma criança pode assumir uma posição de cheirar para diminuir seu trabalho respiratório. Nessa posição, a criança senta-se ereta e inclina- se para frente com o queixo levemente levantado, alinhando os eixos da boca, faringe e traqueia para abrir as vias aéreas e aumentar o fluxo de ar. Quando uma criança assume uma posição de tripé, ela tenta manter as vias respiratórias abertas sentando-se ereta e inclinando-se para a frente, apoiada nos braços (ou com os braços apoiados nos joelhos, uma cadeira ou uma cama), com o pescoço ligeiramente estendido, o queixo projetado e a boca aberta. Se a criança apresentar resultados anormais em relação à respiração, prossiga imediatamente para a avaliação primária. Circulação O componente final do PAT é a avaliação da circulação para a pele, que é um reflexo da adequação do débito cardíaco e da perfusão de órgãos vitais (ou seja, perfusão central) (American Academy of Pediatrics, 2014). A cor da pele da criança deve parecer normal para seu grupo étnico. As possíveis causas de pele ruborizada (ou seja, vermelha) incluem febre, exposição ao calor e a presençade uma toxina. A presença de pele pálida, cianótica ou mosqueada sugere oxigenação inadequada, má perfusão PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria ou ambos (Figura 1-3). Se a criança apresentar resultados anormais em relação à cor da pele, prossiga imediatamente para a avaliação primária. Categoria de fisiopatologia Os achados do PAT podem ser usados para determinar a gravidade da condição da criança, a categoria geral do problema fisiológico e a urgência com que as intervenções devem ser realizadas (American Academy of Pediatrics, 2014) (Tabela 1-2). Avaliação Primária A próxima fase da avaliação do paciente é a avaliação primária, que é uma avaliação rápida, sistemática e prática. O objetivo de uma avaliação primária, também chamada de pesquisa primária, avaliação inicial ou avaliação ABCDE, é encontrar e tratar rapidamente condições potencialmente fatais avaliando os sistemas nervoso, respiratório e circulatório. A avaliação primária consiste nos seguintes componentes: vias aéreas, respiração, circulação, deficiência e exposição (para exame). Tabela 1-2 Categorização dos Achados do Triângulo de Avaliação Pediátrica Capacidade de resposta Embora a avaliação da capacidade de resposta não seja tecnicamente a primeira etapa da avaliação primária, vale a pena estabelecer o nível de resposta da criança usando o mnemônico AVPU antes de continuar sua avaliação. A = Alerta; o paciente está acordado e ciente de sua presença. V = O paciente responde a um estímulo verbal; a criança abre os olhos em resposta à sua voz; o paciente responde apropriadamente a um comando simples. P = O paciente responde a um estímulo doloroso; o paciente não percebe sua presença e não responde à sua voz alta; o paciente responde apenas quando você aplica alguma forma de estímulo irritante. U = Sem resposta, o paciente não responde a nenhum estímulo. Ao formar uma impressão geral da aparência de seu paciente, você aprendeu informações importantes sobre seu estado mental. É importante considerar essas descobertas ao determinar suas próximas etapas. Se sua impressão geral revelou que a criança estava alerta ou responsiva a estímulos verbais, não é necessário reavaliar a responsividade neste ponto - avance para a avaliação das vias aéreas do paciente. Anormalidade Fisiológica Aparência Trabalho de Respiração Circulação para a pele Insuficiência cardiopulmonar Anormal Anormal Anormal Choque compensado Normal Normal Anormal Choque hipotensivo Anormal Normal ou anormal Anormal Disfunção cerebral primária ou problema sistêmico Anormal Normal Normal Desconforto respiratório Normal Anormal Normal Insuficiência respiratória Anormal Anormal Normal ou anormal PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria No entanto, se sua impressão geral revelou que a criança não respondia, você deve determinar rapidamente se a criança está em parada cardíaca. Essa distinção é importante porque as diretrizes atuais de ressuscitação cardiopulmonar estabeleceram que as prioridades de cuidado para o paciente com parada cardíaca são a circulação, as vias aéreas e a respiração (ou seja, uma abordagem C-A-B), em vez de uma abordagem ABCDE. Os fundamentos para a abordagem C-A-B incluem encurtar o tempo para o início das compressões torácicas e reduzir o tempo sem fluxo sanguíneo (Atkins et al., 2015). Se a criança não responder, verifique rapidamente se ela está respirando. Se houver respiração normal, continue a avaliação primária. Se a criança não estiver respirando (ou apenas ofegando), peça ajuda e verifique o pulso. Se houver pulso, abra as vias aéreas e comece a respiração artificial. Se não houver pulso ou se você não tiver certeza se há pulso, comece as compressões torácicas. A sequência de avaliação descrita a seguir assume que o paciente responde ou que há pulso se ele não responder. Via aérea Avalie a capacidade do paciente de manter uma via aérea aberta (ou seja, livre de detritos e obstrução). Uma criança que está alerta e falando claramente ou chorando sem dificuldade tem uma via aérea aberta. Se a via aérea estiver aberta, avance para a avaliação da respiração do paciente. Sons associados à respiração ruidosa, como gorgolejo, ronco ou estridor, sugerem uma obstrução parcial das vias aéreas e requerem investigação adicional. Gorgolejar é um som de borbulhamento que ocorre quando sangue ou secreções estão presentes nas vias aéreas e é uma indicação para sucção imediata. Os sons de ronco são barulhentos e graves e geralmente são causados por obstrução parcial das vias aéreas superiores pela língua. O ronco geralmente pode ser corrigido usando medidas simples, como estimular o paciente a acordar, reposicionar o paciente ou abrir as vias aéreas usando uma inclinação da cabeça - levantamento do queixo ou manobra de impulso da mandíbula. A inserção de uma via aérea oral ou nasal pode ser necessária para mantê-la aberta (ver Capítulo 2). Estridor é um som áspero e agudo que geralmente é uma indicação de inflamação ou inchaço das vias aéreas superiores. O estridor pode ser inspiratório ou expiratório (Wilson, 2011). As possíveis causas de estridor incluem a presença de corpo estranho, lesão por inalação e distúrbios como crupe, epiglotite ou traqueíte. Geralmente, a presença de estridor justifica a administração de oxigênio suplementar e intervenções adicionais que dependem da causa do estridor. Intervenções das vias aéreas Uma criança em descompensação pode necessitar de intervenções simples, como posicionamento da cabeça, sucção ou a inserção de um adjunto para as vias aéreas (ver Capítulo 2) para manter as vias aéreas abertas (Quadro 1-1). Quando as intervenções básicas são ineficazes, medidas mais avançadas para manter uma via aérea aberta podem ser necessárias, como a inserção de uma via aérea avançada (por exemplo, tubo endotraqueal, máscara laríngea), laringoscopia direta para remover um corpo estranho, aplicação de pressão positiva contínua nas vias aéreas ( CPAP) ou cricotireotomia. Quadro 1-1 Possíveis intervenções nas vias aéreas Permitindo que o paciente assuma uma posição de conforto para manter a desobstrução das vias aéreas Posicionamento da cabeça Sucção Usando uma manobra manual das vias aéreas (por exemplo, inclinação da cabeça - elevação do queixo, impulso da mandíbula) para abrir as vias aéreas Inserindo um adjunto das vias aéreas (por exemplo, via aérea oral, via aérea nasal) Inserindo uma via aérea avançada (por exemplo, tubo endotraqueal, máscara laríngea) Aplicação de pressão positiva contínua nas vias aéreas Remoção de corpo estranho com laringoscopia direta Realizando uma cricotireotomia PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria • Se a criança responde, mas não consegue falar, chorar, tossir com força ou fazer qualquer outro som, suas vias aéreas estão completamente obstruídas. Elimine a obstrução realizando compressões abdominais subdiafragmáticas (se o paciente tiver 1 ano ou mais) ou tapas nas costas e compressões torácicas (se o paciente tiver menos de 1 ano). • Se a criança não responder e não houver suspeita de trauma, abra as vias aéreas da criança usando a inclinação da cabeça - elevação do queixo ou manobra de compressão da mandíbula. Ambas as manobras levantam a língua da parte de trás da garganta. Se o paciente não responder e houver suspeita de trauma na coluna cervical, abra as vias aéreas da criança usando o impulso da mandíbula sem manobra de extensão dopescoço para evitar lesão cervical adicional (ver Capítulo 2). • Se houver suspeita de trauma, mas você não for capaz de abrir as vias aéreas (ou mantê-las abertas) usando o impulso da mandíbula sem manobra de extensão do pescoço, é aceitável usar uma inclinação da cabeça - elevação do queixo ou impulso da mandíbula com manobra de extensão do pescoço devido à abertura da via aérea é uma prioridade (Kleinman et al., 2015). Se houver sangue, vômito ou outro fluido nas vias aéreas da criança, limpe-os com a sucção. Depois de garantir que as vias aéreas do paciente estão abertas, avance para a avaliação de sua respiração. Respiração Ao avaliar a respiração, determine a taxa de respiração da criança, avalie seu esforço ventilatório, ouça os sons respiratórios, avalie sua oxigenação usando oximetria de pulso e avalie a eficácia da ventilação usando capnografia (Quadro 1-2). Se o paciente estiver respirando, determine se a respiração é adequada ou inadequada. Se a respiração for adequada, prossiga para a avaliação da circulação. Taxa Ventilatória Determine a taxa de respiração da criança contando o número de vezes que o tórax do paciente sobe em 30 segundos. Dobre esse número para determinar as respirações por minuto. O paciente com dificuldade respiratória frequentemente apresenta frequência ventilatória fora dos limites normais para sua idade (Tabela 1-3). Ao contar a taxa, observe a parede torácica da criança e observe o ritmo da respiração (por exemplo, regular, irregular, periódica). A frequência ventilatória é frequentemente irregular em recém-nascidos e bebês muito jovens (Duderstadt, 2014). A inspiração prolongada sugere um problema das vias aéreas superiores (por exemplo, garupa, corpo estranho). A expiração prolongada sugere um problema das vias aéreas inferiores (por exemplo, asma, pneumonia, corpo estranho). Taquipneia Taquipneia é uma taxa de respiração mais rápida do que o normal para a idade do paciente. A taquipneia pode ser uma resposta compensatória secundária à excitação, ansiedade, febre e dor (entre outras causas), ou pode estar associada a distúrbios como acidose metabólica, sepse, exposição a uma toxina ou lesão cerebral. Conforme a fadiga começa e a hipóxia piora, a criança progride para insuficiência respiratória com desaceleração e possível interrupção da frequência ventilatória. Bradipneia A bradipnéia é uma taxa de respiração mais lenta do que o normal para a idade do paciente. É um sinal sinistro em um bebê ou criança com doença aguda e pode ser causado por fadiga dos músculos respiratórios, hipotermia, distúrbios metabólicos, lesão cerebral, infecção do sistema nervoso central, Quadro 1-2 Avaliação da respiração Avalie a taxa de respiração Avalie o esforço ventilatório Sons de respiração ausculta Meça a saturação de oxigênio com um oxímetro de pulso Medir o dióxido de carbono exalado usando capnografia PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria hipoperfusão ou opioides ou medicamentos sedativos, entre outras causas. O paciente com bradipneia também pode ter episódios de apneia e pode necessitar de oxigênio suplementar e assistência ventilatória (National Association of Emergency Medical Technicians, 2011). Apneia Apneia é a interrupção da respiração por mais de 20 segundos, ou menos de 20 segundos se estiver associada a cianose, palidez, diminuição do tônus muscular ou bradicardia (Merves, 2012). Existem três tipos principais de apneia: (1) apneia central, (2) apneia obstrutiva e (3) apneia mista. Na apneia central, há uma ausência de movimento da parede torácica e fluxo de ar que está relacionada à falha do sistema nervoso central em transmitir sinais aos músculos respiratórios. Na apneia obstrutiva, o esforço inspiratório está presente, mas o fluxo de ar está ausente devido a uma obstrução anatômica nas vias aéreas superiores, geralmente no nível da faringe. A apneia obstrutiva pode ser acompanhada por ronco e respiração ofegante. As possíveis causas da apneia obstrutiva incluem diminuição do tônus muscular, aumento das amígdalas e adenoides e doenças congênitas, como a síndrome de Pierre Robin (Betz & Snowden, 2008). Na apneia mista, há componentes da apneia central e obstrutiva. Esforço Ventilatório • Avalie o movimento do tórax, avaliando a profundidade e a simetria do movimento a cada respiração. O volume corrente é o volume de ar movido para dentro ou para fora dos pulmões durante uma respiração normal. O volume corrente pode ser avaliado indiretamente pela observação da ascensão e queda do tórax e abdômen do paciente. • O volume minuto é a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões em um minuto e é determinado pela multiplicação do volume corrente pela frequência ventilatória. Portanto, uma mudança no volume corrente ou na frequência ventilatória afetará o volume minuto. Uma frequência ventilatória muito lenta diminuirá o volume minuto porque o volume corrente não pode ser aumentado para compensar; uma frequência ventilatória muito rápida resultará em uma diminuição acentuada do volume corrente e, subsequentemente, do volume minuto (Dieckmann, 2012). • As ventilações em bebês e crianças menores de 6 ou 7 anos são principalmente abdominais (diafragmáticas) porque os músculos intercostais da parede torácica não estão bem desenvolvidos e se cansam facilmente com o trabalho respiratório. A ventilação eficaz pode ser prejudicada quando o movimento diafragmático está comprometido (por exemplo, distensão gástrica ou abdominal) porque a parede torácica não pode compensar. À medida que a criança cresce, os músculos do peito se fortalecem e a expansão torácica se torna mais notável. A transição da respiração abdominal (diafragmática) para a respiração intercostal começa entre os 2 e 4 anos de idade e se completa entre os 7 e 8 anos de idade. Frequência ventilatória de idade (respirações / min) Bebé (do nascimento até 1 ano) 30 a 60 Criança pequena (1 a 3 anos) 24 a 40 Pré-escolar (4 a 5 anos) 22 a 34 Criança em idade escolar (6 a 12 anos) 18 a 30 Adolescente (13 a 18 anos) 12 a 16 PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Procure por sinais de aumento do esforço respiratório, que podem incluir o seguinte (Figura 1-4): Inquietação, aparência ansiosa, concentração na respiração • Inclinar-se para frente para inspirar • Alargamento nasal • Balançar a cabeça • Uso de músculos acessórios da respiração • Retrações • respiração gangorra Sons de respiração Os sinais audíveis de dificuldade respiratória incluem estridor, gorgolejo, grunhido, respiração ofegante e crepitação. Estridor e gorgolejo foram discutidos. • O grunhido é um som curto e grave ouvido quando o paciente exala contra uma glote parcialmente fechada. É um mecanismo compensatório para ajudar a manter a potência dos alvéolos e prolongar o período de troca gasosa. • Sibilos são sons agudos ou graves produzidos à medida que o ar passa pelas vias aéreas que se estreitaram devido a inchaço, espasmo, inflamação, secreções ou presença de corpo estranho. Se a movimentação do ar for inadequada, o chiado pode não ser ouvido. • Crepitação, anteriormente chamados de estertores, são sons de crepitação produzidos quando o ar passa pelas vias respiratórias contendo fluido ou umidade. Como o tórax da criança é pequeno e a parede torácica fina, os sons da respiração são facilmente transmitidos de um lado do peito para o outro. Como resultado, os sons respiratórios podem ser ouvidos apesar da presença de pneumotórax, hemotórax ou atelectasia. Para minimizar a possibilidade de transmissão do som de um lado do tórax para o outro, ausculte ao longo da linha axilar média (sob cada axila) e na linha hemiclavicular sob cada clavícula. Alterne de um lado para o outro e compare suas descobertas. O tórax anterior e posterior também devemser auscultados para sons respiratórios (Figura 1-5). PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Saturação de oxigênio • A oximetria de pulso é um método não invasivo de monitorar a porcentagem de hemoglobina (Hb) que está saturada com oxigênio (SpO2) usando comprimentos de onda de luz selecionados. A monitoração contínua da saturação de oxigênio por meio da oximetria de pulso é considerada o padrão de atendimento em qualquer circunstância em que a detecção de hipoxemia seja importante. Um oxímetro de pulso é um complemento, e não um substituto para a avaliação vigilante do paciente. É essencial correlacionar os resultados da avaliação com as leituras do oxímetro de pulso para determinar as intervenções de tratamento apropriadas para o seu paciente. • Um oxímetro de pulso consiste em um sensor que é colocado sobre um tecido fino com fluxo sanguíneo razoavelmente bom (como um dedo da mão, dedo do pé ou lóbulo da orelha) (Figura 1-6). O sensor é conectado a um monitor que exibe a porcentagem de Hb saturada com oxigênio e fornece um sinal audível para cada batimento cardíaco, uma frequência cardíaca calculada e, em alguns modelos, uma exibição gráfica do fluxo sanguíneo que passa pelo sensor. Certifique- se de que a fiação usada para conectar um sensor e oxímetro seja compatível. Um calor considerável pode ser gerado na ponta de um sensor quando uma fiação incompatível é usada, causando queimaduras de segundo e terceiro graus sob o sensor (Wilson, 2011). • Para garantir uma medição precisa ao usar um oxímetro de pulso, verifique se a taxa de pulso de acordo com o oxímetro é consistente com a obtida por palpação. Os sensores não devem ser colocados nas extremidades usadas para monitorar a pressão arterial porque o fluxo sanguíneo pulsátil pode ser afetado, distorcendo as leituras de SpO2 (Wilson, 2011). Verifique frequentemente a pele sob o sensor porque podem ocorrer lesões no tecido quando os sensores são fixados com muita força. A frequência com que o local do sensor deve ser alterado deve estar de acordo com as orientações do fabricante. • Como o fluxo sanguíneo pulsante é necessário para que um oxímetro de pulso funcione, ele pode fornecer resultados imprecisos em uma criança com perfusão periférica pobre (por exemplo, choque, parada cardíaca). A oximetria de pulso também pode ser imprecisa em crianças com hipoxemia crônica (por exemplo, doença cardíaca congênita cianótica, hipertensão pulmonar), anemia significativa, carboxiemoglobinemia ou metemoglobinemia. Medição de dióxido de carbono • Um capnômetro é um dispositivo que mede a concentração de dióxido de carbono na abertura das vias aéreas no final da expiração. Com a capnometria, uma leitura numérica das concentrações de CO2 exalado é fornecida sem uma forma de onda contínua. • Um capnógrafo é um dispositivo que fornece uma leitura numérica e uma forma de onda das concentrações de dióxido de carbono nos gases exalados. Capnografia, o processo de analisar e registrar continuamente as concentrações de dióxido de carbono no ar expirado, é uma ferramenta de avaliação usada em pacientes intubados e não intubados para avaliar a eficácia da ventilação. • Como a capnometria e a capnografia refletem a eliminação de CO2 dos pulmões durante a respiração, o uso desses dispositivos pode alertar o médico sobre comprometimento respiratório, como apnéia, obstrução das vias aéreas, hipoventilação, hiperventilação e padrões respiratórios anormais. PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Tabela 1-4 Frequências cardíacas normais por idade em repouso Intervenções respiratórias Durante a avaliação da respiração, avalie a frequência ventilatória e o esforço ventilatório da criança, ausculte os sons respiratórios, avalie a saturação de oxigênio da criança e avalie a eficácia da ventilação. Se a respiração da criança for inadequada, as intervenções necessárias podem incluir administração de oxigênio suplementar, ventilação assistida com um dispositivo de máscara de bolsa e inserção de uma via aérea avançada (Quadro 1-3). Para garantir ventilação minuto adequada, o uso de um capnômetro ou capnógrafo é recomendado quando a ventilação assistida é necessária (Dieckmann, 2012). Circulação Ao avaliar a circulação, você avaliará a frequência e o ritmo cardíaco do paciente, a qualidade do pulso, a cor e a temperatura da pele, o tempo de recarga capilar e a pressão arterial (Quadro 1-4). Frequência Cardíaca e Regularidade • Determine se a frequência cardíaca do paciente está dentro dos limites normais para a idade da criança (Tabela 1-4) e se o ritmo é regular ou irregular. A frequência cardíaca pode ser determinada contando a frequência por 30 segundos e, em seguida, dobrando o número para calcular a frequência por minuto, auscultando o coração ou visualizando a frequência cardíaca do paciente no monitor de um eletrocardiograma (ECG) ou oxímetro de pulso. • A frequência cardíaca é influenciada pela idade da criança e nível de atividade. Uma taxa muito lenta ou rápida pode indicar ou pode ser a causa do comprometimento cardiovascular. Os termos arritmia e disritmia são usados alternadamente para se referir a um ritmo cardíaco anormal. No paciente pediátrico, as arritmias são divididas em quatro grandes categorias com base na frequência cardíaca: (1) normal para a idade, (2) mais lento do que o normal para a idade (bradicardia), (3) mais rápido do que o normal para a idade (taquicardia) ou ( 4) ausente (parada cardíaca). Em crianças, as disritmias são tratadas apenas se comprometerem o débito cardíaco ou se apresentarem potencial de deterioração para um ritmo letal. Por exemplo, febre, dor e medo são causas comuns de um aumento temporário da frequência cardíaca. A frequência cardíaca normalmente retorna ao normal conforme a causa subjacente é tratada. Em contraste, a fibrilação ventricular é um ritmo letal que requer tratamento imediato com compressões torácicas e desfibrilação. Idade da frequência cardíaca (batimentos / min) Bebê (do nascimento até 1 ano) 100 a 160 Criança pequena (1 a 3 anos) 95 a 150 Pré-escolar (4 a 5 anos) 80 a 140 Criança em idade escolar (6 a 12 anos) 70 a 120 Adolescente (13 a 18 anos) 60 a 100 PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Qualidade de pulso • A qualidade do pulso, que reflete a adequação da perfusão periférica, refere-se à força dos batimentos cardíacos sentida ao tomar um pulso. A qualidade do pulso é avaliada sentindo os pulsos centrais e periféricos e comparando suas intensidades. Também é importante comparar as diferenças entre as extremidades superiores e inferiores. Os pulsos dos membros inferiores ausentes ou fracos quando comparados aos superiores sugerem coarctação da aorta (Duderstadt, 2014). • Um pulso central é aquele encontrado próximo ao tronco do corpo. Os locais centrais do pulso que geralmente são facilmente acessíveis incluem a artéria braquial (em bebês), a artéria carótida (em crianças mais velhas), a artéria femoral e a artéria axilar. Determinar a presença e a força de um pulso femoral pode ser um desafio em crianças com sobrepeso e obesas devido à necessidade de palpar através do tecido adiposo (Duderstadt, 2014). • Os locais de pulso periférico incluem as artérias radial, artéria pediosa e tibial posterior (Figura 1-7). Avalie um pulso periférico enquanto mantém uma mão no local central do pulso para comparar suas intensidades. Por exemplo, sinta o pulso femoral (central) e dorsal do pé (periférico). • Um pulso forte é facilmente sentido e não é facilmente obliterado pela pressão. Um pulso limitado não é obliterado pela pressão. Um pulso fraco é difícil de sentir e um pulso com fio é fraco e rápido. Um pulso fraco, em cordaou ausente é uma indicação para ressuscitação com fluidos, compressões torácicas ou ambas (Lee & Marcdante, 2011). Vários sistemas são usados para classificar a força ou intensidade do pulso periférico de um paciente. Um sistema usa uma escala de 0 a 4, onde um pulso ausente é 0, um pulso palpável, mas fraco é 1+, um pulso normal é 2+, um pulso mais forte do que o normal (completo) é 3+ e um pulso limitado é 4 +. Outro sistema usa uma escala de 0 a 3 em que um pulso ausente é 0, um pulso diminuído ou mais fraco do que o esperado é 1+, um pulso rápido (normal) é 2+ e um pulso limitado é 3+. Use a escala adotada por sua organização. Tabela 1-3 Possíveis intervenções respiratórias Administração de oxigênio suplementar Auxiliar de ventilação Inserindo uma via aérea avançada Intervenções adicionais conforme necessário Tabela 1-4 Avaliação de Circulação Avalie a frequência cardíaca e o ritmo Avalie a qualidade do pulso (por exemplo, pulsos centrais e periféricos) Avalie a cor e a temperatura da pele Determine o tempo de recarga capilar Meça a pressão arterial PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria • A presença de pulsos centrais e periféricos fortes sugere que a criança tem pressão arterial adequada. Um pulso central fraco pode indicar choque hipotensivo. Um pulso periférico difícil de encontrar, fraco ou irregular sugere perfusão periférica pobre e pode ser um sinal de choque ou hemorragia. Se nenhum pulso central estiver presente, as compressões torácicas devem ser iniciadas usando taxas e técnicas (por exemplo, profundidade de compressão, colocação do dedo ou mão) de acordo com as diretrizes de ressuscitação atuais. Cor e temperatura da pele • A cor da pele é avaliada de forma mais confiável na esclera, conjuntiva, leito ungueal, língua, mucosa oral, palmas das mãos e plantas dos pés (Figura 1-8). As possíveis causas de pele ruborizada (vermelha) incluem febre, infecção, exposição a substâncias tóxicas, exposição a altas temperaturas ambientes e emergências relacionadas ao calor. • A palidez pode ser o resultado de insuficiência respiratória, anemia, choque ou doença crônica. Extremidades frias e pálidas estão associadas à diminuição do débito cardíaco, conforme observado no choque e na hipotermia. Em crianças com pele escura, palidez pode ser observada como pele acinzentada. A palidez em indivíduos de pele morena pode aparecer como uma cor amarela. • A coloração azul (cianose) das unhas, palmas das mãos e plantas dos pés sugere hipoxemia ou perfusão inadequada. Na pele escura, a cianose pode ser observada como lábios, gengivas ou língua acinzentados. As possíveis causas de cianose periférica, que é uma descoloração azulada das mãos e dos pés, incluem ansiedade, resfriado, choque, doença vascular periférica e insuficiência cardíaca. A cianose central, que é uma descoloração azulada do tronco ou das membranas mucosas dos olhos, nariz e boca, reflete uma diminuição acentuada na capacidade de transporte de oxigênio do sangue. As possíveis causas da cianose central são mostradas no Quadro 1-5. A presença de cianose central é uma indicação para administração de oxigênio suplementar e suporte ventilatório (American Heart Association, 2011). • Manchado é uma descoloração irregular ou irregular da pele que geralmente é uma mistura de azul e branco. A presença de manchas sugere diminuição do débito cardíaco, isquemia ou hipóxia, mas pode ser normal em um bebê exposto a um ambiente frio. A pele mosqueada é geralmente observada em pacientes em choque, com hipotermia ou em parada cardíaca. • A icterícia é uma cor amarela observada na pele, na esclera dos olhos e nas membranas mucosas da boca. É causada por níveis elevados de bilirrubina no sangue resultantes de um aumento da degradação da hemoglobina. • A pele é normalmente quente e seca com bom turgor. Use as superfícies dorsais das mãos e dos dedos para avaliar a temperatura da pele. À medida que o débito cardíaco diminui, o frio começa nas mãos e nos pés e sobe em direção ao tronco. PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Turgor da pele se refere à elasticidade da pele. Para avaliar o turgor da pele, segure a pele da parte superior do braço ou abdômen entre o polegar e o dedo indicador. Estique a pele e solte rapidamente. Observe a velocidade com que a pele retorna ao seu contorno original depois de liberada. A pele deve retomar imediatamente sua forma, sem ondulação ou rugas. Um bom turgor da pele indica hidratação adequada. O turgor cutâneo diminuído está presente quando a pele é liberada e permanece comprimida (tensa) antes de retornar lentamente à sua forma normal (Figura 1-9). A diminuição do turgor cutâneo é um sinal de desidratação, desnutrição ou ambos e também pode ser observada em pacientes com doenças crônicas e distúrbios musculares (Engel, 2006c). Tempo de recarga capilar • O reenchimento capilar, também chamado de teste de branqueamento, é avaliado aplicando-se pressão ao tecido até que ele embranquece e, em seguida, liberando rapidamente a pressão e observando o tempo que leva para o tecido retornar à sua cor original. Os locais que podem ser usados para avaliar o enchimento capilar incluem leito ungueal, antebraço, testa, tórax, abdome, rótula e parte carnuda da palma. • Se a temperatura ambiente for quente, a cor deve retornar em 2 a 3 segundos. Diz-se que um tempo de recarga capilar de 3 a 5 segundos está atrasado. Isso pode indicar má perfusão ou exposição a baixas temperaturas. Um tempo de recarga capilar de mais de 5 segundos é considerado marcadamente atrasado e sugere choque. • Se o enchimento capilar for avaliado inicialmente na mão ou nos dedos e for retardado, verifique- o novamente em um local mais central, como o tórax. Tabela 1-5 Causas possíveis de cianose central Síndrome respiratória aguda Grave Asma Bronquiolite Doença cardíaca cianótica (por exemplo, tetralogia de Fallot, transposição dos grandes vasos, síndrome do coração hipoplásico) Overdose de drogas Insuficiência cardíaca Alta altitude Pneumonia Parada respiratória Traumatismo crâniano PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Pressão arterial • A pressão arterial de uma criança varia com a idade (Tabela 1-5). Pode ser afetado pela emoção, o grau de atividade da criança, a presença de dor e medicamentos. Em crianças menores de 3 anos, um pulso central forte é considerado um sinal aceitável de pressão arterial adequada. • Ao medir a pressão arterial, use um manguito que circunde completamente a extremidade e certifique-se de que a largura do manguito seja dois terços do comprimento do osso longo usado (como o braço ou a coxa). O uso de um manguito muito grande resultará em uma leitura falsamente baixa; o uso de uma braçadeira muito pequena resultará em uma leitura falsamente alta. • A pressão de pulso, que é a diferença entre a pressão arterial sistólica e diastólica, fornece informações importantes sobre o volume sistólico de um paciente. Uma pressão de pulso reduzida é um indicador de comprometimento circulatório. Tabela 1-5 Limite inferior da pressão arterial sistólica normal por idade Intervenções de Circulação • Durante a avaliação da circulação, avalie a frequência e o ritmo cardíaco do paciente, a qualidade do pulso, a cor e a temperatura da pele, o tempo de enchimento capilar e a pressão arterial. Se não houver pulso central, comece as compressões torácicas e auxilie na respiração com um dispositivo bolsa-máscara (Quadro 1-6). Aplique um monitor cardíaco e identifique o ritmo. As próximas etapas serão determinadas pelo ritmo do monitor cardíaco. Por exemplo, se o ritmo for assistolia ou se houver atividade elétrica sem pulso, o acesso vascular (por exemplo,intravenoso, intraósseo) deve ser estabelecido e medicamentos devem ser administrados. Se o ritmo for taquicardia ventricular sem pulso ou fibrilação ventricular, a desfibrilação deve ser realizada seguida de acesso vascular e medicamentos. • Se a criança tiver pulso, mas houver sinais de choque (por exemplo, taquicardia, pulsos periféricos fracos, palidez ou mosqueado, recarga capilar retardada), peça ajuda adicional, posicione a criança de costas, a menos que a respiração esteja comprometida, administre suplementos oxigênio, estabeleça o acesso vascular e administre fluidos para estabilizar a perfusão, se indicado (ver Capítulo 3). Incapacidade • A avaliação do estado mental é um dos componentes mais importantes do exame físico e deve ser reavaliada com frequência (Wing & James, 2013). O estado mental alterado pode ser evidenciado por irritabilidade, gemidos ou um choro fraco ou agudo, e pode variar de confusão leve a falta de resposta. Exemplos de causas de estado mental alterado no paciente pediátrico incluem hipóxia, infecção (por exemplo, meningite, encefalite), choque, convulsões, hipoglicemia, anormalidades eletrolíticas, envenenamento ou uma doença ou lesão prévia (por Limite inferior de idade da pressão arterial sistólica normal Recém-nascido a termo (0 a 28 dias) Mais de 60 mm Hg ou pulso central forte Bebês (1 a 12 meses) Mais de 70 mm Hg ou pulso central forte Criança de 1 a 10 anos Mais de 70 + (2 × a idade em anos) Criança de 10 anos ou mais Mais de 90 mm Hg PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria exemplo, lesão cerebral). O cuidador do paciente, se disponível, deve ser questionado se a capacidade de resposta, humor, hábitos alimentares e de sono da criança e nível de atividade são consistentes ou diferentes de seu comportamento normal (Figura 1-10). Isso é particularmente importante se a criança for pré- verbal (Wing & James, 2013). • O nível de responsividade de um bebê é amplamente baseado na avaliação de seu estado de alerta, choro, nível de atividade, resposta ao ambiente e reconhecimento dos pais ou cuidadores (Hazinski, 2013). A avaliação da orientação (ou seja, para pessoa, lugar, tempo e evento) e a capacidade de seguir comandos podem ser avaliadas se a criança for suficientemente madura para compreender e responder a perguntas (Hazinski, 2013). Mudanças significativas no estado mental de uma criança devem levar ao gerenciamento precoce das vias aéreas (Bakes & Sharieff, 2013). • Além de avaliar a aparência durante a formação de uma impressão geral e o uso da escala AVPU no início da avaliação primária, a Escala de Coma de Glasgow Pediátrica (GCS) é frequentemente usada durante esta fase da avaliação do paciente para estabelecer uma linha de base e para comparação com uma série posterior observações. A escala AVPU avalia qual estímulo é necessário para obter uma resposta; o GCS avalia quais respostas resultam do estímulo dado (Shade, Collins, Wertz, Jones, & Rothenberg, 2007). A GCS Pediátrica não foi bem validada como instrumento preditivo em crianças (Dieckmann, 2012). Três categorias são avaliadas com o GCS: (1) abertura dos olhos, (2) resposta verbal e (3) resposta motora (ver Tabela 1-6). A pontuação do GCS é a soma das pontuações nessas categorias; a pontuação mais baixa possível é 3 e a pontuação mais alta possível é 15. Considere a necessidade de manejo agressivo das vias aéreas quando a GCS for 8 ou menos. A resposta motora é o componente mais importante da GCS se o paciente não responde, está intubado ou pré-verbal (American Heart Association, 2011). As respostas verbais e motoras devem ser avaliadas em relação à idade da criança (Wing & James, 2013). Em um paciente responsivo, avalie a função motora e a capacidade de seguir comandos, pedindo à criança para esticar a língua, mexer os dedos dos pés ou levantar dois dedos (Hazinski, 2013). Se for necessário aplicar um estímulo doloroso e avaliar a resposta do paciente, aplique o estímulo sobre o tronco para evitar confusão com os reflexos espinhais. Como o componente verbal do GCS pode ser afetado pelo medo ou desconforto da criança, ele deve ser reavaliado depois que a criança se acalmou e (se aplicável) a medicação para a dor foi administrada (Wing & James, 2013). • Avalie o tamanho da pupila, simetria e reatividade à luz. Normalmente, as pupilas são iguais e redondas, e ambas as pupilas se contraem rapidamente quando uma luz brilha em um dos olhos e se dilatam na escuridão. Quando há suspeita de exposição tóxica, as pupilas dilatadas ou contraídas podem ajudar na determinação da substância envolvida. Por exemplo, narcóticos e exposição a inseticidas organofosforados normalmente produzem pupilas pequenas. A exposição a anti-histamínicos, anfetaminas e alucinógenos geralmente produz pupilas grandes. Tabela 1-6 Possíveis intervenções de circulação Posicionando o paciente Administração de oxigênio suplementar Auxiliar de ventilação Estabelecendo acesso vascular Substituindo fluidos Realizando compressões torácicas Realizando desfibrilação PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria • As alterações pupilares também podem ser observadas com outras condições, como trauma no olho ou aumento da pressão intracraniana. A dilatação unilateral da pupila em uma criança com história de trauma pode ser um sinal de herniação cerebral. Alterações pupilares causadas pela compressão do nervo oculomotor durante a hérnia cerebral são geralmente observadas no mesmo lado da lesão. Inicialmente, a pupila do mesmo lado da lesão (ou seja, a pupila ipsilateral) reage à luz, mas lentamente. Conforme a hérnia continua, a pupila ipsilateral permanece dilatada. A dilatação bilateral da pupila pode ocorrer à medida que a pressão intracraniana aumenta e as duas metades do cérebro são afetadas. Anisocoria, uma condição caracterizada por pupilas desiguais em tamanho, é um achado normal em alguns pacientes. Tabela 1-6 Escala de Coma de Glasgow • Avalie o tamanho da pupila, simetria e reatividade à luz. Normalmente, as pupilas são iguais e redondas, e ambas as pupilas se contraem rapidamente quando uma luz brilha em um dos olhos e se dilatam na escuridão. Quando há suspeita de exposição tóxica, as pupilas dilatadas ou contraídas podem ajudar na determinação da substância envolvida. Por exemplo, narcóticos e exposição a inseticidas organofosforados normalmente produzem pupilas pequenas. A exposição a anti-histamínicos, anfetaminas e alucinógenos geralmente produz pupilas grandes. • As alterações pupilares também podem ser observadas com outras condições, como trauma no olho ou aumento da pressão intracraniana. A dilatação unilateral da pupila em uma criança com história de trauma pode ser um sinal de herniação cerebral. Alterações pupilares causadas pela compressão do nervo oculomotor durante a hérnia cerebral são geralmente observadas no mesmo lado da lesão. Inicialmente, a pupila do mesmo lado da lesão (ou seja, a pupila ipsilateral) reage à luz, mas lentamente. Conforme a hérnia continua, a pupila ipsilateral permanece dilatada. A dilatação bilateral da pupila pode ocorrer à medida que a pressão intracraniana Escala de Coma de Glasgow Adulto / Criança Pontuação Infantil Abertura dos olhos espontânea 4 espontânea Para comando verbal 3 para fala Para a dor 2 para a dor Sem resposta 1 Sem resposta Melhor Resposta VerbalOrientado 5 Murmurar, balbucia Desorientado 4 gritos, mas consolável Palavras inadequadas 3 gritos de dor Sons incompreensíveis 2 gemidos de dor Sem resposta 1 Sem resposta Melhor resposta motora Segue comandos 6 Movimento espontâneo Localiza a dor 5 Recua ao toque Retrai para a dor 4 Retrai para a dor Flexão anormal 3 Flexão anormal Extensão anormal 2 Extensão anormal Sem resposta 1 Sem resposta PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria aumenta e as duas metades do cérebro são afetadas. Anisocoria, uma condição caracterizada por pupilas desiguais em tamanho, é um achado normal em alguns pacientes. Intervenções de incapacidade • Independentemente da causa do estado mental alterado do paciente, as prioridades de atendimento permanecem as mesmas. Se houver suspeita de lesão da coluna cervical (por exame físico, história ou mecanismo de lesão), estabilize manualmente a cabeça e o pescoço em uma posição neutra e alinhada ou mantenha a estabilização da coluna se já tiver sido concluída. Use acessórios de posicionamento ou das vias aéreas conforme necessário para manter a permeabilidade das vias aéreas. Sucção conforme necessário. Evite o uso de uma via aérea oral, a menos que o paciente não responda; o uso em uma criança semi-responsiva pode causar vômitos se um reflexo de vômito estiver presente. A inserção de uma via aérea avançada pode ser necessária se a via aérea não puder ser mantida pelo posicionamento ou se houver previsão de ventilação assistida prolongada. • Os pacientes com um estado mental alterado podem respirar superficialmente, mesmo quando a cor da pele e a frequência ventilatória parecem normais. Observação cuidadosa é necessária para garantir ventilação adequada. • Auxiliar a respiração com um dispositivo bolsa-máscara conforme necessário. A inserção de uma via aérea avançada pode ser necessária para garantir uma via aérea aberta e ventilação adequada. • A oximetria de pulso e o monitoramento cardíaco contínuo devem ser realizados rotineiramente para qualquer bebê ou criança que exiba um estado mental alterado. • A capnografia ou capnometria deve ser medida, se possível. • Conecte um monitor cardíaco, estabeleça o acesso vascular e determine o nível de glicose sérica. Exposição • Despir o paciente para exames adicionais, tendo o cuidado de preservar o calor corporal. Manter a temperatura adequada é particularmente importante no paciente pediátrico porque as crianças têm uma grande proporção entre a superfície corporal e o peso, proporcionando uma área maior para perda de calor. Respeite a modéstia da criança, mantendo-a coberta, se possível. Substitua imediatamente as roupas após examinar cada área do corpo. • Com o corpo do paciente exposto, procure hemorragia externa visível e outros sinais de trauma (por exemplo, deformidade, contusões, abrasões, lacerações, perfurações, queimaduras). Controle o sangramento maior, se houver, aplicando pressão direta sobre o local do sangramento. Observe a presença de petéquias, púrpura, varicela, sarampo ou outras erupções cutâneas. Avaliação Secundária • A próxima fase da avaliação do paciente é a avaliação secundária. O objetivo de uma avaliação secundária, também chamada de pesquisa secundária, é obter uma história focalizada e realizar um exame da cabeça aos pés para identificar quaisquer problemas que não foram identificados durante a avaliação primária. História Focada • A história geralmente é obtida ao mesmo tempo que o exame físico e durante as intervenções terapêuticas. Ao realizar o exame físico, faça perguntas ao paciente, à família ou aos espectadores sobre o histórico do paciente. Quando possível, use perguntas abertas, como "Como posso ajudá-lo hoje?" Isso permite ao paciente, cuidador ou família a oportunidade de contar sua história com suas próprias palavras. • Vários mnemônicos foram sugeridos em relação à obtenção da história do paciente. SAMPLE significa sinais e sintomas (conforme se relacionam com a queixa principal), Alergias, PALS: Guia de Estudo de Suporte de Vida Avançado em Pediatria Medicamentos, História médica anterior, última ingestão oral e Eventos relacionados à doença ou lesão. • A Emergency Nurses Association (ENA) recomenda o uso do mnemônico CIAMPEDS, que significa Queixa principal, Imunizações ou isolamento (exposição a doenças transmissíveis), Alergias, Medicamentos, Histórico médico anterior, Eventos relacionados à doença ou lesão, Dieta ou fraldas (intestino história da bexiga) e Sintomas associados à doença ou lesão. • OLDCART é um mnemônico que significa Início dos sintomas, Localização do problema, Duração dos sintomas, Características dos sintomas, Fatores agravantes, Fatores de alívio e Tratamento antes da chegada (Mace & Mayer, 2008). • PQRST é um acrônimo frequentemente usado na avaliação de pacientes com dor: Fatores precipitantes ou provocadores, Qualidade da dor, Região e radiação da dor, Gravidade e Tempo de início da dor. É importante ter em mente que, quando uma criança sofre de dor por causa de uma doença ou lesão, seus cuidadores experimentam ansiedade e estresse emocional quase iguais (Sharieff, 2013). Exame físico • O exame físico geralmente ocorre em uma sequência da cabeça aos pés para garantir que nenhuma área seja negligenciada. No entanto, a sequência pode precisar ser alterada para acomodar o temperamento da criança, as necessidades de desenvolvimento ou a gravidade da doença ou lesão da criança. Quando as circunstâncias permitem, muito do exame físico de bebês e crianças pequenas é realizado no colo do cuidador da criança ou com o cuidador por perto para diminuir o medo e a ansiedade do estranho (Figura 1-11) (Duderstadt, 2014). Tente ganhar a confiança da criança ao continuar sendo calmo, amigável e reconfortante. Considerações adicionais ao realizar um exame físico são mostradas na Tabela 1-7. • Um exame físico detalhado é apresentado aqui para ver se está completo. Um exame físico focado pode ser mais apropriado, com base na apresentação do paciente, queixa principal, seus achados de avaliação primária e a gravidade da doença ou lesão da criança. • Durante o exame, compare um lado do corpo com o outro. Por exemplo, se uma doença ou lesão envolve um lado do corpo, use o lado não afetado como achado normal para comparação. Pele • Examine a pele em busca de contusões, escoriações, lacerações, perfurações, queimaduras, cicatrizes e a presença de petéquias, púrpura ou erupção cutânea (Figura 1-12). Palpe o edema pressionando o polegar nas áreas que parecem inchadas (Engel, 2006c). • Hematomas acidentais em crianças tendem a ter configuração inespecífica e geralmente são distribuídos em proeminências ósseas, como couro cabeludo, testa, queixo, canelas e joelhos. Hematomas nas orelhas, pescoço ou tronco de uma criança ou hematomas nas orelhas, pescoço,
Compartilhar