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RESUMO DA UNIDADE Esta unidade analisará os fundamentos e a gestão em qualidade, segurança, meio ambiente e saúde. Especificamente, são enfocadas: a) a conceituação do sistema de gestão e sua evolução histórica; b) a regulamentação do sistema de gestão em qualidade, segurança, meio ambiente e saúde; c) a gestão do sistema de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde. Trata-se de um referencial teórico sobre a temática dentro de legislações na área e artigos recentes, bem como materiais bibliográficos de referência que tratam do sistema de gestão em qualidade, segurança meio ambiente e saúde. Justifica-se esse material devido à sua relevância para as áreas de trabalho industrial e empresarial, às quais normalmente os sistemas de gestão são aplicados. Os resultados revelam que a aplicação das normas de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde colaboram para a melhoria dos processos de trabalho, tanto na parte técnica, quanto humana e legal. Palavras-chave: Auditoria. Gestão Empresarial. Gestão Industrial. SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 SUMÁRIO .................................................................................................................................2 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 CAPÍTULO 1 - CONCEITUAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO ...................................4 1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE QSMS. SISTEMA DE GESTÃO E DOCUMENTAÇÃO DE QSMS...........................................................................................4 1.2 Conceitos e interdisciplinaridade ............................................................................9 1.3 INSTALAÇÕES, EMPREENDIMENTOS E ATIVIDADES ............................... 12 CAPÍTULO 2 - REGULAMENTAÇÃO ........................................................................... 18 2.1 SISTEMA DE GESTÃO DE QSMS: ISO 14001, ISO 9001 E ISO 45001..... 18 2.1.1 Auditorias de Certificação e Auditorias Internas ............................................... 28 CAPÍTULO 3 - GESTÃO DO SISTEMA DE QSMS ..................................................... 34 3.1 TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE GESTÃO: GESTÃO POR RESULTADOS ...................................................................................................................... 34 3.2 CONCEITO DE INDICADORES PROATIVOS E REATIVOS DE QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE .......................................... 39 3.3 PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS INTEGRADOS DA QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE........ 44 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 48 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO QSMS é uma sigla que significa “qualidade, segurança, meio ambiente e saúde”. Trata-se de um sistema de gestão integrado com quatro fatores diferentes. Nesse material, discutiremos alguns de cada um desses quesitos. A qualidade é referente não somente aos produtos e serviços que a empresa e/ou a indústria presta, mas também ao processo de produção e execução da gestão. A questão da segurança trata de todos os segmentos envolvidos no processo de produção e distribuição, envolvendo especialmente a segurança no local de trabalho. Sobre o meio ambiente, este material focaliza o monitoramento dos impactos ambientais nas empresas e indústrias visando equacioná-los, ou pelo menos, diminuí-los, de modo a garantir que a atividade realizada não cause danos à natureza. E sobre a saúde, é colocado em pauta para o estudo sobre a qualidade de vida do trabalhador, incluindo o uso dos equipamentos, a ergonomia e a exposição do trabalhador aos possíveis riscos que venham a danificar a sua saúde física e/ou mental. Este material foi desenvolvido de modo a oferecer uma base pedagógica ideal para que haja um aprendizado real referente à legislação e prática do Sistema de Gestão de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde. A relevância desse estudo dá-se pelo fato de que o não cumprimento da legislação concernente à saúde, segurança e cuidado ambiental pode acarretar pesadas multas para a organização, bem como em processos morosos quando trata de danos à saúde do trabalhador. Ante tais considerações, é possível perceber que a empresa que busca desenvolver levando em consideração a qualidade, a saúde dos seus colaboradores, a proteção e o compromisso com o meio ambiente e a segurança no local de trabalho tende a ter mais sucesso do que as que não levam em consideração esses aspectos. Por isso, é preciso que as empresas estejam a par das legislações vigentes e suas aplicações. CAPÍTULO 1 - CONCEITUAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO 1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE QSMS. SISTEMA DE GESTÃO E DOCUMENTAÇÃO DE QSMS O sistema integrado de gestão é composto pelo Sistema de Gestão da Qualidade, pelo Sistema de Gestão Ambiental e pelo Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, conforme mostra a Figura 1. Figura 1 – Sistema Integrado de Gestão Fonte: Tribunal Superior do Trabalho, 2020. Com o avanço da tecnologia, houve uma melhoria significativa nas empresas para atender o mercado, que tem se tornado cada vez mais seletivo na escolha das suas opções de compra. A busca pela excelência na Gestão em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), passou a ser uma meta estratégica para as empresas que pretendem garantir participação em um mercado cada vez mais competitivo e regido por uma sociedade a cada dia mais exigente. A implementação de ações que visam a melhoria do rendimento humano tem sido considerada fundamental para o desempenho das organizações que buscam a excelência, como forma de obtenção da sustentabilidade dos negócios [ . . . ] . Entender e melhorar a interação do conjunto homem– equipamento– sistema organizacional, denominado “fatores humanos”, e a busca de sua incorporação aos processos, passou então a ser o desaf io da indústria neste novo milênio. Entende-se que esta incorporação não deve ser realizada de forma isolada, mas sim de forma estruturada e sistêmica via Sistema de Gestão de SMS (THEOBALD; LIMA, 2007, p. 50). Desse modo, é possível afirmar que a Gestão em Segurança, Meio Ambiente e Saúde teve origem diante das demandas cada vez mais exigentes do mercado, o que incluiu também a busca pela qualidade nos processos industriais. Através dessas compreensões, percebe-se que o sistema integrado de gestão tende a tornar-se cada vez mais elaborado, haja vista que, com a concorrência acirrada das empresas, as que não se adaptarem a esse tipo de gestão correm o risco de não avançarem no que concerne aos nichos de mercado. FIQUE ATENTO O Sistema Integrado de Gestão evoluiu não apenas devido a uma questão de avanço nas empresas, mas também devido ao fator humano, ou seja, para atender às demandas do mercado. Para saber mais sobre esse assunto, leia o seguinte artigo: THEOBALD, Roberto; LIMA, Gilson Brito Alves. A excelência em gestão de SMS: uma abordagem orientada para os fatores humanos, Sistemas e Gestão, v. 2, n. 1, p. 75-88, janeiro a abril de 2007. Outro fator que fez propício o surgimento do Sistema de Gestão da Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS) foi a globalização, que serviu para ampliar as conexões da comunicação, economia e tecnologia em todo o mundo. Desse modo, a globalização veio trazer grandes ganhos no que concerne à qualidade e excelência. A globalização uniu as fronteiras com o auxílio da tecnologia e do avanço da comunicação, o que serviu para ampliar os melhoramentos na área laboral, conforme mostra a Figura 2. Referente ao sistema de QSMS, é imprescindívelque o gestor que atua nessa área conheça as normas de gestão e suas respectivas documentações, em especial sobre as principais ISO relacionadas ao meio ambiente (ISO 14001), saúde, segurança (ISO 45001 e OHSAS 18001) e qualidade (ISO 9001). Figura 2 – Sistema Integrado de Gestão Fonte: Autora, 2020. A ISO (International Organization for Standartization) é uma organização que foi criada em 1946, em Genebra, na Suíça, e tem por objetivo desenvolver uma normatização que seja usada em todos os países do mundo. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) (TEMPLUM, 2020). Na gestão de QSMS, a norma que serviu de base para as demais é a ISO 9001, na versão 2015, pois trata de uma forma integrada da qualidade. A questão do meio ambiente e saúde, com suas respectivas normas, veio integrar a questão da qualidade, aprimorando cada vez mais o bem-estar e a produtividade laboral, avançando não apenas na qualidade dos materiais e serviços, mas também na proteção do colaborador e do meio ambiente. Já a gestão ambiental empresarial está pautada na ISO 14001, versão 2015, que mostra como deve se dar a implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) nas empresas e organizações, desde o seu advento até o monitoramento, sendo de grande relevância, haja vista serem as indústrias grandes produtoras de degradação ambiental, sendo necessário que haja um controle e monitoramento da s suas atividades. Já a OHSAS 18001, que faz parte da família OHSAS, é a norma mais conhecida na área de segurança do trabalho. A OHAS (Occupational Health and COMUNICAÇÃO TECNOLOGIA GLOBALIZAÇÃO GESTÃO EM QSMA Safety Assesment Services), que traduzida para o português significa Serviços de Avaliação de Segurança e Saúde Ocupacional, é uma série de normas que compõe a família OHSAS 18000, que foi elaborada pela BSI (British Standards Institution) (AMBIENTE SST, 2016). É preciso que o gestor de QSMS ainda conheça de forma pontual a legislação de segurança e saúde relativa ao ambiente laboral. Vale salientar que esta legislação é muito ampla, cabendo ao gestor conhecer as mais pertinentes à área de saúde e segurança no trabalho. É ainda muito importante que haja um conhecimento, nessa área de gestão de QSMS, o conhecimento do PDCA (Plan, Do,Check, Action), o qual é traduzido para o português como Planejar, Fazer, Checar e Agir. As normas ISO e OHSAS têm por base de funcionamento este ciclo. De acordo com Marshall Junior et al (2008), o PDCA é um método gerencial que promove a melhoria contínua e espelha, em quatro passos integrados, o fundamento da melhoria contínua para o meio do planejamento, execução, verificação e ação corretiva. A Figura 3 mostra como funciona o ciclo PDCA, que acontece de forma contínua: Figura 3 – Ciclo PDCA Fonte: Depositphotos, 2020a IMPORTANTE O ciclo PDCA é muito utilizado em processos que envolvem gestão e administração, visando à melhoria contínua nas empresas e organizações, sendo aferida a qualidade e observância da legislação pertinente por meio de indicadores. O PDCA é dividido em quatro etapas: Plan (Planejar): trata de uma experiência e hipótese referentes aos resultados, onde são estabelecidas metas para controle dos processos, diante dos objetivos propostos pela organização. Esta fase é de grande relevância, pois são repassados os dados e as informações que darão suporte às fases seguintes (ANDRADE, 2003). Do (Fazer): essa fase corresponde à implementação do plano, quando são coletados os dados necessários. Check (Checar): aqui são estudados e analisados os resultados, sendo esta etapa baseada nos resultados de ações anteriores (PRASHAR, 2017). Act (Agir): nesta fase são observadas as padronizações das ações propostas e aferidos os indicadores de qualidade, bem como propostas as melhorias para o processo e propostas as correções das falhas detectadas. SAIBA MAIS: Vídeo sobre o assunto: Videoaula Ciclo PDCA (Resultar Gestão, 2016). Acesse o link: RESULTAR GESTÃO. Vídeo Aula Ciclo PDCA. 2016. (4m16s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2MLmqQaLAFk. Acesso em: 21 de setembro de 2020. Artigo: WERKEMA. M. C. C. Métodos PDCA e DMAIC e suas ferramentas analíticas. Rio de Janeiro: Elsevier. 2013. Observação: sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância do ciclo PDCA nos processos administrativos e industriais. Observa-se que a gestão de QSMA, com o passar dos anos, requer uma melhoria contínua dos processos, baseadas as documentações e legislações vigentes, trazendo avanços para empresas e indústrias. https://www.youtube.com/watch?v=2MLmqQaLAFk 1.2 CONCEITOS E INTERDISCIPLINARIDADE Na atualidade existe uma tendência de unir os saberes e a ciência na promoção da interdisciplinaridade, não sendo diferente na gestão de QSMS, haja vista esta contar com uma integração de conhecimentos na área de saúde, qualidade, meio ambiente e segurança. Segundo Bayeh (2017, p. 1): A imagem de uma organização perante os seus clientes e colaboradores é essencial para o sucesso corporativo. Com isso, viu-se a necessidade da criação de sistemas de gestão de Segurança do Trabalho, de Saúde Ocupacional e de Meio Ambiente, dando início ao que se conhece como Sistema de Gestão QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde). Um bom Sistema de QSMS, quando bem implantado, pode trazer inúmeras melhorias à empresa como redução de custos, melhorias operacionais, aumento de produtividade, entre outras coisas. Neste contexto, um bom entendimento sobre o tema faz com que se ref lita sobre as vantagens, metodologia e principalmente os resultados obtidos com a implantação de um Sistema de Gestão QSMS. Desse modo, vê-se que o Sistema de Gestão QSMS traz uma proposta interdisciplinar, colaborando para a melhoria da economia da empresa, da qualidade dos serviços e produtos destinados aos clientes, e ainda, para a proteção ambiental nos processos e resguardo da saúde dos trabalhadores. O Sistema de Gestão Integrada de QSMS corresponde a um conjunto de normas estabelecidas depois da efetivação de um mapeamento dos processos empresariais, dos impactos ao meio ambiente e análise dos riscos a que o trabalhador está sujeito na rotina laboral. Depois dessa avaliação são propostas políticas, metas e objetivos para uma proposição de uma gestão que ocorra de forma integrada visando reduzir os custos e ampliar a qualidade de vida dos colaboradores mediante a legislação proposta, evitando também as multas e autuações governamentais no que concerne à saúde do trabalhador e ao meio ambiente (ARM LOGÍSTICA, 2017). Trazendo a questão da gestão de QSMS para a interdisciplinaridade, pode-se afirmar que este pressuposto tem gerado nessa área uma integração da ciência e tecnologia para promoção da melhoria ocupacional e empresarial. Pensar na interdisciplinaridade é refletir sobre o conhecimento que é produzido, as formas de sua aplicação e os meios de enxergar a realidade. Na obra Discurso do Método, de René Descartes, que trata da questão disciplinar, a ideia do autor é mostrar que o mundo é um todo coeso, com várias partes separadas que interagem. Assim, disciplina pode ser caracterizada dessa forma: a fragmentação do conhecimento em várias partes que interagem. No entan to, cada uma das partes é independente da outra (DESCARTES, 2001). IMPORTANTE A interdisciplinaridade é hoje tida como de grande relevância nas escolas e academias, haja vista que o ensino e a aprendizagem não devem ser realizados de forma engessada e separada, mas os saberes devem “conversar” entre si na construção do conhecimento. Então, o conhecimento proposto por Descartes é conhecido como método cartesiano, que divide os saberes em partes separadas. Isto é, os saberes não são estudados de forma conjunta. Esseé o caso das disciplinas isoladas. A Figura 4 evidencia as características da disciplinaridade. Figura 4 – Disciplinaridade Fonte: Autora, 2020. É preciso colocar aqui que o conhecimento disciplinar não corresponde mais às demandas impostas pelo ensino/aprendizagem, haja vista que existe uma complexidade no saber na sociedade. Por isso, a função da interdisciplinaridade é reconectar essas partes separadas, entendendo que o todo é mais que as partes isoladas, possuindo múltiplas relações, e é na região dos limites, onde cada disciplina se encontra, que pode existir a interdisciplinaridade. Desse modo, a ideia da interdisciplinaridade é integrar esses conhecimentos a partir do que lhes é comum. Eles não apenas atuam em parceria uns com os ou tros, mas exploram zonas de convergência. Fazenda apud Suero (1986, p. 18,19) colocou o seguinte conceito sobre interdisciplinaridade: A palavra interdisciplinaridade evoca a "disciplina" como um sistema constituído ou por constituir, e a interdisciplinaridade sugere um conjunto de relações entre disciplinas abertas sempre a novas relações que se vai descobrindo. Interdisciplinar é toda interação existente dentre duas ou mais disciplinas no âmbito do conhecimento, dos métodos e da aprendizagem delas. Interdisciplinaridade é o conjunto das interações existentes e possíveis entre as disciplinas nos âmbitos indicados. A Figura 5 evidencia os pressupostos da interdisciplinaridade: Figura 5 – Interdisciplinaridade Fonte: Rios, Sousa, Caputo, 2019. Um dos objetivos da interdisciplinaridade é chegar a um consenso pontual sobre as variedades de temáticas propostas pela ciência. Isso não quer dizer que é chegar a uma verdade absoluta; mas, sim, a um diálogo. Nesse âmbito, a comunicação pode servir de elo para o compartilhamento dos saberes a serem construídos, haja vista que é preciso dialogar sobre os conhecimentos pertinentes a cada área, para que seja feita a integração destes e para que haja o confronto da aproximação dos saberes. No caso da gestão em QSMS, a interdisciplinaridade é requisitada nos processos, especialmente porque tratam de saberes diferenciados, como a saúde, meio ambiente, qualidade e segurança. A saúde ocupacional é hoje tratada de forma holística, é preciso observar o ambiente no local de trabalho para que possam ser buscadas soluções para os possíveis problemas de saúde causados pela rotina de trabalho. Nesse âmbito já entra em cena a segurança, pois, em ambientes onde há falhas nessa área, o colaborador pode sofrer danos à saúde. O meio ambiente também entra nesse contexto, haja vista que quando há desequilíbrios ambientais no local de trabalho, o colaborador é também atingido. A poluição e a degradação ambientais, causadas especialmente pelas indústrias, podem provocar danos tanto à natureza, quanto diretamente à saúde do trabalhador. Assim, seguindo uma tendência mundial, a interdisciplinaridade é presente de forma pontual na Gestão em QSMS, trazendo para esse âmbito novas formas de pensar, de agir e de revolucionar os processos administrativos e industriais por meio da união de saberes. FIQUE LIGADO A interdisciplinaridade é comum a todas as ciências na atualidade. A academia procura uma integração de saberes em todas as áreas visando trazer à tona um delineado mais abrangente de todos os assuntos estudados. 1.3 INSTALAÇÕES, EMPREENDIMENTOS E ATIVIDADES Na atualidade, as alterações no contexto social, político, econômico, ambiental e tecnológico mostram que as empresas desejam avançar na adoção de novas práticas e estratégias organizacionais, segundo Benite (2004). Tal fato tem ocorrido devido à exacerbada concorrência vigente no mundo empresarial. As empresas que não se adaptarem a essa realidade podem ficar fadadas a serem excluídas no mercado. E um dos caminhos encontrados para a melhoria das empresas como um todo é a implementação de Sistemas de Gestão, pois na sua utilização existe uma série de pontos positivos e vantagens competitivas, unindo a responsabilidade, ética e lucro. Segundo Baye (2017, p. 12): “Um bom Sistema de QSMS, quando bem implantado, pode trazer inúmeras melhorias à empresa como redução de custos, melhorias operacionais, aumento de produtividade, entre outras coisas”. Os usuários dos serviços ou consumidores dos produtos fornecidos pelas empresas, hoje, possuem uma visão mais crítica no que concerne à escolha das empresas. Ao passo que as organizações que descuidam da saúde do trabalhador e do meio ambiente podem ser descartadas do mercado. Além disso, o consumidor é hoje extremamente exigente com os produtos e serviços. É muito fácil desistir de uma compra ou devolver um produto; assim, a questão da qualidade é de grande importância para as empresas. A Gestão em QSMS requer uma união dos saberes na área de saúde, meio ambiente, segurança e qualidade. Desse modo, é preciso que engenheiros de segurança do trabalho, engenheiros de meio ambiente, médicos e outros profissionais estejam integrando seus conhecimentos na aplicação da gestão de QSMS. ATENÇÃO A maior parte dos empreendimentos exige, hoje, a integração no setor da segurança, saúde, qualidade e meio ambiente. A gestão integrada possibilita que, de forma holística, haja uma maior resolução dos problemas encontrados nessas áreas; bem como o avanço no que concerne ao atingimento das metas propostas pela gestão em QSMS. Ao se comprometer com a gestão de QSMS, é preciso que a empresa não apenas esteja interessada em estar em conformidade com a legislação de saúde, qualidade, meio ambiente e segurança, mas também, em realmente implementar os pressupostos exigidos na prática, que podem ser aferidos através das auditorias internas e externas. Almeida et al (2006) afirmou que a implementação de um sistema de gestão em QSMS necessita propor uma avaliação em saúde, meio ambiente, qualidade e saúde em todas as suas atividades dentro do empreendimento, avaliando os pontos de convergência entre as atividades efetivadas e as normas e leis da gestão, tendo por base o ciclo PDCA. O mesmo autor colocou os seguintes passos para implementação da gestão de QSMS: a) Passo 1: estabelecimento da política que trate da qualidade, segurança e saúde ocupacional, meio ambiente e responsabilidade social corporativa. b) Passo 2: mapeamento dos processos de construção e descrição dos processos de produção, bem como a identificação dos possíveis riscos e perigos, e avaliação do entorno e distribuição dos espaços. Nessa fase: “É essencial identificar os aspectos e impactos ambientais das atividades da instituição. É fundamental avaliar os riscos de segurança e saúde do trabalhador. É crucial entender as expectativas dos clientes e partes interessadas” (QSMS PRO, 2018, p. 1). c) Passo 3: atendimento dos requisitos das exigências colocadas pelas legislações pertinentes; e avaliação dos objetivos colocados pela política estabelecida. d) Passo 4: realização de treinamentos para sensibilização em relação à definição das competências dos colaboradores, para que estes possam se familiarizar com os sistemas e as diretrizes, especialmente no que concerne aos riscos e seu gerenciamento. Essa fase é de grande relevância, pois é preciso contar com a colaboração dos trabalhadores desde o “chão da fábrica” até a alta gestão para que o sistema possa funcionar de forma efetiva. Para efetivar essa contribuição, o papel do gestor é muito importante na motivação dos funcionários. e) Passo 5: implantação do sistema de gestão em QSMS. Nessa fase, os registros e documentações necessitam passar por um gerenciamento de modo a descrever o sistema, mostrando em detalhes as ações a serem realizadas, seus responsáveis e quais tipos de registros devem ser gerados e mantidos. Essa fase é muito importante, pois é a fonte de todasas informações do sistema de gestão em QSMS. f) Passo 6: aqui deve ser realizada a auditoria com o objetivo de analisar o andamento do sistema na organização e examinar as atividades que têm sido efetivadas; bem como o registro e a identificação das áreas que necessitam de ajustes, evitando, desse modo, riscos desnecessários. É preciso também averiguar se os objetivos e as metas estão sendo alcançados de acordo com a política estabelecida e em cumprimento da legislação vigente. g) Passo 7: sendo detectadas as falhas, é preciso aplicar nessa última fase as ações de prevenção e correção, visando a melhoria contínua do processo e a resolução de problemas. São verificados para essa análise os registros e relatórios de desempenho, bem como seu monitoramento. A Figura 6 mostra as palavras-chave desse processo de implementação do Sistema de Gestão de QSMS: Figura 6 - Implementação do Sistema de QSMS Fonte: Autora, 2020, baseado em QSMS PRO, 2018. Almeida et al (2006) ainda divide essas fases em quatro tipologias: Planejamento (Passos 1, 2 e 3), Execução (Passos 4 e 5), Verificação (Passo 6) e Ação (Passo 7). No caso, observa-se que a implementação do sistema de QSMS acontece mediante o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act). FIQUE LIGADO A integração dos profissionais na gestão de QSMS é de grande importância para a sustentabilidade corporativa, haja vista a competitividade nas empresas e organizações, que exige cada vez mais avanços na área interdisciplinar no desenvolvimento das profissões. É importante que os Sistemas de Gestão fundamentados na ISO 9001:2015, ISO 14001:2015 e OHSAS 18001:2007 estejam integrados. Diante disso, é necessário observar os requisitos comuns que vão cooperar com a integração dos sistemas. Neste caso, torna-se menos dificultoso gerenciar o Sistema de QSMS do que trabalhar com os sistemas de gestão de forma isolada. É bom colocar aqui que os sistemas supracitados, ainda que funcionem de forma separada, acontecem de acordo com o ciclo PDCA, isto é, são contínuos, dando espaço para correção das inconformidades para uma melhoria no processo. Sobre isso, Bayeh (2017, p. 46) afirmou que: Para o desenvolvimento de um sistema de gestão integrado é preciso que haja uma interação entre as normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001. Como as certif icações, conforme descrito no capítulo 4, são realizadas por norma, ou seja, há uma certif icação para a NBR ISO 9001, uma para a NBR ISO 14001 e outra para a OHSAS 18001, os Organismos de Certif icação realizam as avaliações em auditorias combinadas. Para racionalizar o processo de auditoria são avaliados em conjunto para as três normas os requisitos comuns. Da mesma forma, por ocasião da implantação, em decorrência da existência de um modelo de conformidade integrado, as empresas identif icam os requisitos comuns nas três normas e desenvolvem diretrizes e práticas também comuns, nascendo assim o sistema de gestão integrado de QSMS. Após a seleção dos requisitos a serem integrados, a metodologia adotada segue os moldes convencionais utilizados para o desenvolvimento e implantação de sistemas de gestão independentes. São colocados requisitos gerais para integração das normas, de acordo com a tabela 1: Tabela 1 - Comparação dos requisitos gerais NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001 4.3 - Determinando o Escopo do sistema de gestão da qualidade 4.4 - Sistema de gestão da qualidade e seus processos 4.3 - Determinando o escopo do sistema de gestão ambiental 4.4 - Sistema de gestão ambiental 4.1 - Requisitos Gerais 4.3 - A organização deve determinar os limites e a aplicabilidade do sistema de gestão da qualidade para estabelecer seu escopo; 4.4 - Estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente o SGQ. 4.3 - A organização deve determinar os limites e a aplicabilidade do sistema de gestão ambiental para estabelecer seu escopo; 4.4 - Estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente o SGA. - Estabelecer e manter um SGSST; - Conformidade com os requisitos descritos. Fonte: Bayeh, 2017. A integração desses sistemas pode ser efetivada com o estabelecimento da documentação e implementação dos procedimentos próprios a cada norma, determinando a forma como o sistema atenderá a tais requisitos. Com a integração do sistema de gestão, é possível citar os seguintes benefícios para empresas e/ou organizações: melhoramento na qualidade de produtos e/ou serviços; menor tempo investido nas rotinas da organização; diminuição dos custos operacionais; transparência nos processos; retirada de processos inadequados; melhorias perante o mercado; ampliação na segurança; identificação e diminuição dos riscos; redução no número de acidentes; diminuição de custos relativos ao meio ambiente; melhoramento da empresa perante a sociedade (QSMS PRO, 2018). INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS CHAIB, E. B. D. Proposta para Implementação de Sistema de Gestão Integrada de Meio Ambiente, Saúde, Segurança do Trabalho em Empresas de Pequeno e Médio Porte: Um Estudo de Caso da Indústria Metal-Mecânica. Tese de Mestrado em Administração. Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2005. MORAES, G. Elementos do sistema de gestão de SMSQRS: Sistema de Gestão Integrada. 2ed. Rio de Janeiro: GVC, 2010. RIQUENA, Renata M.P.T.; ARAÚJO, Carlos Magno de A. The challenge: implement a management system integrated into QSMS in a work of ducts in th e Amazon; O desafio: implementar um sistema de gestão integrada em QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde) em uma obra de dutos no Amazonas. 2008. Disponível em: Acesso em: 22 de setembro de 2020. CAPÍTULO 2 - REGULAMENTAÇÃO 2.1 SISTEMA DE GESTÃO DE QSMS: ISO 14001, ISO 9001 E ISO 45001 O mundo organizacional caminha hoje para uma aproximação entre as profissões visando a integração dos saberes, o que foi possível para dar uma amplitude holística aos processos administrativos e industriais. A globalização envolveu enormes benefícios para a humanidade, desde melhorias na saúde até a difusão da cultura e o crescimento econômico. Neste último aspecto, a globalização é, em grande parte, responsável pelo crescimento econômico de países inteiros (JONHSON, 2002). O fato é que o avanço da ciência e tecnologia tem crescido junto com as formas de gestão empresarial. Fato esse comum em todo o mundo, sendo fruto também da globalização. Hoje, as organizações que não se adaptarem às exigências impostas por essas alterações que a globalização impôs ao mercado terminarão por ser excluídas do mundo empresarial. Com a implementação das legislações vigentes no Brasil na área de saúde e meio ambiente, as empresas em não conformidade com as leis que buscam resguardar o meio ambiente e a saúde do trabalhador podem ser penalizadas, caso constatadas as não observâncias. A sociedade tem se adaptado também às mudanças impostas pela globalização, tornando-se cada vez mais exigente com a qualidade dos produtos e serviços, preferindo transacionar com empresas e organizações que investem em responsabilidade social, nas questões ambientais e sociais. FIQUE ATENTO A integração dos profissionais na gestão em QSMS é de grande relevância para que a gestão ocorra de forma exitosa. Tal fato exige do profissional uma maior abertura para lidar com outros saberes, além das suas especialidades. Para saber mais sobre esse assunto, acesse ao vídeo sobre a 1ª Semana de Gestão em QSMS-RS (SST ONLINE, 2020) através do link: https://www.youtube.com/watch?v=U3565vC1j8k. Acesso em: 14 de outubro de 2020. A Figura 7 mostra as palavras-chave do contexto da Gestão em QSMS na atualidade: Figura 7 – A Gestão em QSMS na atualidade Fonte: Autora, 2020. A não observância das legislações em relação ao meio ambiente e à saúdedo trabalhador pode causar sérios danos não apenas à empresa, mas à sociedade como um todo. Além disso, as empresas que não cooperam com o cuidado ambiental ficam maculadas perante os olhos da sociedade. Um dos acidentes ambientais mais comentados na atualidade foi o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em 25 de janeiro de 2019, advento que foi tido como o maior acidente de trabalho no país, e o segundo maior desastre industrial no presente século, levando à morte 259 indivíduos, sendo que 11 ainda são tidos como desaparecidos. Os danos ao meio ambiente, e em especial aos seres humanos, foram muito severos, conforme mostra a Figura 8: Figura 8 – A Gestão em QSMS na atualidade Fonte: Douglas Magno, 2020. A barragem de rejeito era controlada pela Vale S.A., sendo classificada de “baixo risco” e “alto potencial de danos”. Atualmente, a empresa foi multada em R$ 350 milhões devido ao desastre ambiental. O valor será destinado às causas ambientais: Do valor total, R$ 150 milhões serão destinados especif icamente a sete Parques Nacionais no estado de Minas Gerais "possibilitando, com isso, o fortalecimento das unidades de conservação e o incremento da atividade ecoturística". Os outros R$ 100 milhões serão investidos no saneamento básico, resíduos sólidos e áreas urbanas no estado. Os Parques Nacionais que serão contemplados são o Parque Nacional da Serra da Canastra, Parque Nacional da Serra do Caparaó, Parque Nacional da Serra do Cipó, Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, Parque Nacional das Sempre-Vivas, Parque Nacional da Serra do Gandarela e o Parque Nacional Grande Sertão Veredas (SBT, 2020). Observa-se, desse modo, que a prevenção de acidentes ambientais é sobremodo relevante para a gestão de QSMS, uma vez que os cuidados tomados nessa área podem resguardar o meio ambiente e, principalmente, vidas humanas. IMPORTANTE A falta de comprometimento com a segurança do meio ambiente e do trabalhador pode trazer sérios danos, como acidentes ambientais de larga escala, como o rompimento da Barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. Por isso, tais áreas são de grande relevância para a gestão em QSMS. Cabe aqui mencionar também a importância dos saberes na gestão em QSMS em relação à saúde, segurança, meio ambiente, qualidade e responsabilidade social. Esses elementos juntos vão fortalecer o sistema de gestão como um todo, ampliando a atuação de cada elemento. SAIBA MAIS: Vídeo sobre o assunto: Mineração e acidentes ambientais - Opinião Minas (Opinião Minas, 2020) Artigo: MADEIRO, Carlos. Mortes, danos ambientais e sequelas marcam tragédias com barragens no país. Maceió/AL, 06 de nov. 2015. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/06/mortes- danosambientais-e-sequelas-marcam-tragedias-com-barragens-no-pais.htm. Acesso em 10 de outubro de 2017. Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=Bgljz2sZXG4 e http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/06/mortes- danosambientais-e-sequelas-marcam-tragedias-com-barragens-no-pais.htm. Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação. Diante da importância da integração da área de meio ambiente, saúde, qualidade e segurança, nesse material serão tratadas as ISO indispensáveis para que essa união aconteça, dando origem a um sistema único – a gestão em QSMS. A primeira norma a ser tratada é a ISO 14001, que regula o Sistema de Gestão Ambiental garantindo a redução da poluição gerada pelas instituições através da melhoria contínua dos processos visando o melhoramento do desempenho ambiental, o controle de insumos e a redução de matéria-prima, http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/06/mortes-danosambientais-e-sequelas-marcam-tragedias-com-barragens-no-pais.htm http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/06/mortes-danosambientais-e-sequelas-marcam-tragedias-com-barragens-no-pais.htm contribuindo para o equilíbrio ambiental e melhoria da qualidade de vida (CONCENTINO, 2016). A ISO 14001 é uma norma que visa implementar um Sistema de Gestão Ambiental nas empresas e/ou organizações com foco nos ganhos econômicos através da redução de recursos e custos, levando em consideração a cadeia de valor, ciclo de vida e outras questões que promovam o bem-estar e a qualidade ambiental. A ISO 14001 foi lançada em 1996. Em 2004 houve o lançamento da segunda versão. Em 2012/2013 houve respostas a um inquérito sobre a ISO 14001 realizado durante este período, que levou a alterações necessárias na vigente norma. E em setembro de 2015 foi lançada a terceira versão da ISO 14001:2015, dando início ao período de transição, que foi finalizado em 2018. A ISO 14001 é tida como uma das normas ambientais mais bem elaboradas do mundo. Atualmente, cerca de 300.000 instituições no mundo são certificadas pela norma ISO 14001, evidenciando a sua proeminência na área ambiental. Essa última alteração que a ISO 14001 teve trouxe as seguintes mudanças: a) uso da estrutura do Anexo SL, promovendo o alinhamento com demais sistemas de gestão, o que propicia a sua integração no sistema de gestão em QSMS; b) requisição de um compromisso da alta gestão e inclusão de compromisso com a “proteção ambiental” na política ambiental; c) utilização do ciclo de vida1 para identificar os aspectos e impactos ambientais; d) relevância da comunicação interna e externa como base da transmissão de informações e treinamentos da ISO 14001; e) foco na otimização do desempenho ambiental no que concerne à gestão dos aspectos ambientais. Os principais benefícios da ISO 14001 podem ser citados como: a) conformidade com a legislação ambiental; 1“O ciclo de vida permite entender elementos do modelo de gestão e estratégias por elas adotadas. Baseado na visão das ciências biológicas, leva em conta que as organizações progridem numa sequência de estágios nos quais se pretende distinguir características que essas empresas possam ter ao longo de suas vidas. Dessa maneira, estudos sobre ciclo de vida permitem aos gestores o entendimento das organizações e suas características durante sua trajetória” (FREZATTI et al, 2017, p. 605). b) entrelaçamento da liderança e colaboradores com os objetivos propostos pela organização no que concerne à questão ambiental; c) impulsionamento do envolvimento dos stakeholders2 devido à confiabilidade na reputação da empresa; d) melhoria na redução dos custos; e) otimização no desempenho ambiental da organização. Desse modo, a ISO 14001 apresenta os segu intes pontos de relevância, de acordo com a Figura 9. Figura 9 – Pontos Estratégicos do SGA Fonte: Autora, 2020. Segundo a Previnsa (2018, p.1): Se uma empresa quer obter o certif icado ISO 14000, ela precisa estar comprometida com toda a legislação ambiental prevista no país. Uma vez que conquista a certif icação, a organização atesta sua preocupação com a natureza e demonstra responsabilidade ambiental em padrão mundial. Não basta apenas estar de acordo com as leis regionais. Trata-se de uma reorganização da corporação levando em conta padrões que determinam a melhoria contínua de processos pelo treinamento dos colaboradores. 2 O termo stakeholder é referente a indivíduos ou grupos que possuem algum envolvimento com a empresa ou organização (FREEMAN, 1984), tais como colaboradores, sociedade, comunidade de entorno fornecedores, dentre outros. Para dar início à transição para a ISO 14001 na versão 2015, pode-se seguir os seguintes passos: a) devem ser avaliados os processos de gestão ambiental já existentes na empresa e/ou organização; b) um plano de implementação deve ser criado para a implementação da nova versão da ISO; c) os stakeholders devem estar envolvidosno processo de transição; d) o Sistema de Gestão Ambiental deve ser atualizado para adaptar-se à nova versão da norma; e) deve ser providenciado o contato com o órgão que deverá certificar a norma. Outra norma de grande importância para a gestão em QSMA é a Norma ISO 9001, na versão 2015, que normatiza o Sistema de Gestão da Qualidade. Nessa certificação da qualidade são colocados alguns requisitos, tais como: foco no cliente, haja vista a exigência do mercado consumidor; liderança, onde a parte da direção necessita estar engajada na implantação, manutenção e delegação da norma; engajamento nas pessoas, pois é preciso envolver os colaboradores para mantê-las hábeis nas suas atribuições; foco no ciclo PDCA, já que a norma ISO 9001 funciona de acordo com esse sistema; a decisão baseada em evidências, pois é preciso que se utilizem indicadores de desempenho; melhoria contínua, para atuar com o avanço da qualidade. Desse modo, é possível colocar as palavras-chave da ISO 9001, de acordo com a Figura 10: Figura 10 – Pontos Estratégicos do Sistema de Gestão da Qualidade Fonte: Autora, 2020. A norma 9001, como as demais estudadas nesse tópico, não é obrigatória, mas as empresas aderem a ela por questões comerciais. A primeira versão da norma ISO 9001 nasceu em 1987, e era indicada para procedimentos, sendo muito direcionada para testes de qualidade. Houve uma revisão dessa norma em 1994, quando a ação preventiva foi implementada, porém, com foco em procedimentos, e nítida fragilidade para gestão de resultados. Em 2000, houve mais uma revisão da supracitada norma. Desta vez, a ênfase aconteceu no ciclo PDCA, e melhoria contínua. Já em 2008, houve a terceira revisão na norma. Nesse momento, tentou-se retirar um pouco da burocracia desse material, tornando-o a norma mais genérica para produtos e serviços. Nos últimos anos, a economia mundial tem se caracterizado por importantes mudanças que têm efeitos tanto a nível macroeconômico, quanto da organização. Esses efeitos incluem o aumento de riscos conhecidos anteriores, e o aumento de novos riscos devido a novas tecnologias, avanços na pesquisa científica e mudanças nas percepções sociais ou públicas (DARABONT et al, 2017). Em muitos casos, as empresas não estão preparadas para lidar com riscos novos e emergentes, e esta questão representa um grande desafio para o empregador e a gestão da organização. Nesse contexto, a nova norma ISO 45001 “Gestão de saúde e segurança ocupacional sistemas - Requisitos com orientação para uso” pode ser um importan te instrumento para o empregador lidar com riscos novos e emergentes. O estudo dos riscos é de grande importância na aplicação da Norma ISO 45001. Darabont et al (2017, p. 11) define os riscos da seguinte forma: De acordo com a def inição, um risco é novo se: o risco era anteriormente desconhecido e é causado por novos processos, novas tecnologias, novos tipos de locais de trabalho ou mudanças sociais ou organizacionais, ou uma questão de longa data é recentemente considerada um risco devido a mudanças nas percepções sociais ou públicas; ou novos conhecimentos científ icos permitem que um problema antigo seja identif icado como um risco. Além disso, o risco aumenta se: o número de perigos que levam ao risco está crescendo; ou a probabilidade de exposição ao perigo que leva ao risco está aumentando , ou o efeito do perigo na saúde do trabalhador está piorando (gravidade dos efeitos na saúde e / ou o número de pessoas afetadas). O padrão 45001 pode ser usado para projetar processos que permitem à organização prevenir ou reduzir os efeitos indesejáveis de novos riscos emergen tes, já que a prospecção de um risco pode ser ínfima e também gigantesca, conforme colocado na afirmação acima. Foram estudados, para implementação da Norma ISO 45001, experimentos táticos do exército que eram úteis na questão da segurança no ambiente laboral. A outra norma ISO 45001 trata da segurança do trabalho e saúde do colaborador. Essa norma é de grande importância para a vida laboral, haja vista que acidentes podem ser previsíveis e evitados, gerando mais qualidade de vida para o trabalhador da empresa, e menos afastamentos do colaborador devido a danos causados no trabalho, bem como menos multas para as empresas. Desse modo, o treinamento do trabalhador é muito importante para que sejam evitados acidentes de trabalho, implementando na empresa uma cultura de prevenção através da ISO 45001. A última versão dessa norma foi atualizada em 2018. A atenção do colaborador e seu posterior comprometimento ao desempenhar a sua função laboral é um dos pontos mais tocados no treinamento da norma ISO 4500; e outro aspecto é referente ao ambiente adequado para a função, bem como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). A consulta e a participação dos trabalhadores têm uma importância de peso na aplicação da norma ISO 45001, uma vez que a parte operacional encontra-se de modo mais acentuado em locais de riscos de acidentes. Por isso, ouvi -la faz-se necessário na aplicação da norma ISO 45001. As oportunidades são também pautadas na gestão da ISO 45001. Nesse âmbito, a questão da cultura organizacional e seus fatores humanos devem ser aplicados à questão da segurança do trabalhador. A comunicação é outro ponto de relevância na norma ISO 45001, uma vez que é preciso fazer com que a norma seja entendida de forma clara e pedagógica, para que a mesma seja treinada e colocada em prática de forma segura. A parte de mudança na questão de saúde e segurança é também importante, haja vista que as correções fazem parte da aplicação da norma, visando a melhoria contínua. Sobre a importância da ISO 45001, Darabont, Antonov e Bejanariu (2017) colocaram que a esperada publicação da nova norma ISO 45001 represen ta um passo importante na gestão da saúde e segurança ocupacional e, ao mesmo tempo, leva em consideração a evolução de outros sistemas de gestão que se aproximam, tais como qualidade e meio ambiente. Desse modo, é possível apontar como pontos de relevância na norma ISO 45001 os seguintes aspectos, conforme a Figura 11. Figura 11 – Pontos Estratégicos da ISO 45001 Fonte: Autora, 2020. A aplicação da ISO 45001 deve ser feita junto com a ISO 14001 e a ISO 9001 na gestão em QSMS, de forma a integrar todos os saberes. Para tanto, a análise crítica deve ser realizada sistematicamente na avaliação da aplicação da gestão em QSMS, procurando uma menor burocracia nos processos, e mais prática nas ações. 2.1.1 Auditorias de Certificação e Auditorias Internas As auditorias de certificação e auditorias internas ocorrem em todos os processos em que estejam sendo implementadas a ISO 9001, a ISO 14001 e a ISO 45001. Esses procedimentos dão respaldo às empresas e organizações que buscam as certificações, de modo a comprovar os procedimentos. IMPORTANTE Caso a empresa certificada não venha a seguir à risca as recomendações preconizadas pelo sistema de gestão em QSMS, ela corre o risco de perder as ISO 9001, 14001 e 45001 e, por isso, é muito importante que sejam efetivas as auditorias internas para avaliar a situação em que a empresa/organização encontra-se mediante as instruções colocadas como regras para cada segmento da norma. É muito comum que sejam encontradas as seguintes inadequações durante as auditorias internas: interpretação errônea das normas, que pode gerar a sua não aplicação; falta de entendimento na aplicação das normas, mostrando falh a na comunicação; despreparo no atendimento das emergências; falta de engajamento dos trabalhadores; desleixo com a documentação; descumprimento das legislações pertinentes; e falha na criação de instruções operacionais. (PREVINSA, 2018). É preciso, nessescasos, que sejam efetivadas medidas corretivas das ações que não estejam em conformidade. Para promover tais mudanças, é necessário que se realizem as seguintes ações: treinamento dos colaboradores no que concerne à aplicação das normas; correção das não conformidades; alinhamento da documentação necessária para comprovação do cumprimento da legislação pertinente; criação de indicadores para monitoramento e rastreamento das irregularidades; investimento em auditoria interna antes da auditoria externa; alinhamento dos indicadores junto às metas estratégicas da instituição; determinação da correção das não conformidades; promover a responsabilização de todos os colaboradores (PREVINSA, 2018). Para dar início à auditoria interna, inicialmente, deve ser feita uma pré- auditoria, onde será definido o objetivo que se almeja alcançar. Nesta fase é definido também o escopo entre o cliente e o auditor-líder, que consiste na delimitação geográfica; nos limites organizacionais e no período determinado; bem como deve ser feita a seleção da unidade a ser auditada. Fazem parte do planejamento da pré-auditoria: a) Definição do objetivo: neste ponto são definidos os objetivos que se almeja alcançar com a auditoria. b) Definição do escopo: a definição do escopo é feita entre o cliente e o auditor-líder e consiste na delimitação geográfica e nos limites organizacionais; c) Seleção da unidade: na seleção da unidade é escolhida a unidade em que a auditoria deve atuar. Finda a pré-auditoria, é colocada em prática a auditoria interna em si, esta permite que sejam verificados os requisitos legais das auditorias, a documentação e os processos, que é formada por três etapas (HAMAR, 2019): Preparação: nessa fase é realizada uma reunião de abertura e a visita de reconhecimento do local. Execução: durante a execução da auditoria são feitas as verificações de controles internos; a revisão do plano de auditoria; a coleta de evidências; a verificação de documentação; a observação e avaliação das práticas; entrevistas com pessoal da unidade; registro das evidências de conformidades, não conformidades e das observações e reunião da equipe de auditores. Relatório: um relatório com os resultados colhidos é apresentado em uma reunião com o objetivo de mostrar o que foi avaliado e são colocadas possíveis melhorias para as áreas que ainda não estão funcionando corretamente. Realização de análise crítica pela direção: a direção deve estar a par dos resultados da implementação do sistema de gestão, e deve dispor recursos necessários para que haja êxito nos processos. Implementação das ações corretivas: tudo o que não estiver em conformidade com as propostas do sistema de gestão deve ser submetido à correção visando à melhoria dos processos e alcance das metas elencadas. Assim, pode-se resumir os passos da auditoria interna de acordo com a Figura 12. Figura 12 – Passos da auditoria interna Fonte: Autora, 2020. Após a auditoria interna, é realizada a auditoria de certificação, que é um processo pelo qual pode-se avaliar a conformidade de certo sistema de gestão em relação às normas. Após a implementação do sistema de gestão, a empresa deve contratar um órgão certificador independente que deve realizar a auditoria. E após, estando a empresa apta, emitir o certificado. Uma auditoria de certificação tem início pelo seu escopo, ou seja, a limitação geográfica das unidades que serão auditadas pela entidade certificadora e o auditor. Isso limita a empresa ou organização dentro do espaço de realização da auditoria. FIQUE LIGADO A auditoria interna pode ser considerada uma preparação para a auditoria de certificação, haja vista que nessa ocasião faz-se um rastreamento da documentação requerida e das não conformidades com a política da empresa, bem como faz-se os ajustes necessários. No momento da auditoria de certificação, o auditor precisa verificar, basicamente, os tipos de evidências para suportar qualquer tipo de não conformidade que possa ser encontrada. Existe para tanto um check list, pelo qual o auditor verificará o que está ou não conforme a norma que está sendo certificada. FIQUE ATENTO Os certificados de ISO 14001, ISO 9001 e ISO 45001 são muito importantes para a empresa e demonstram que a organização tem respaldo nas áreas de cada norma. No caso da gestão em QSMS, que integra a questão de meio ambiente, saúde, qualidade e meio ambiente, a certificação mostra-se praticamente completa. Sendo encontradas não conformidades na auditoria de certificação, o auditor vai apontá-las e dar a chance para empresa corrigir as falhas operacionais. Existem três tipos básicos de evidências que o auditor pode encontrar: evidências documentais, como documentos faltando algumas partes; evidências visuais, como danos aos equipamentos; e evidências por entrevista, quando os colaboradores declaram as falhas. ATENÇÃO Após o apontamento das não conformidades na auditoria de certificação são apontadas as ações corretivas, correção e análise da causa. Na gestão em QSMS, as auditorias são necessárias para que haja os ajustes necessários nos sistemas de gestão ambiental, qualidade, saúde e segurança de forma integrada. FIQUE LIGADO As auditorias internas e externas não são compulsórias, mas a empresa procura executá-las para melhorar a sua qualidade de serviço e/ou produtos. Mostra-se aqui a relevância das auditorias internas e externas, sendo que a primeira é uma preparação para a segunda, que é quando a empresa, estando apta, será certificada com as respectivas normas ISO. Vale salientar que essas auditorias acontecem periodicamente, e caso as empresas não estejam em conformidade com as normas, podem perder a certificação. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS BERTOLINO, Marco Túlio; COUTO, Marcello. Handbook do auditor e do auditado em sistemas de gestão: Técnicas & Comportamento. 1º EDIÇÃO – NITERÓI, RJ: Produção Independente com apoio SGI 68, 2020. BERTOLINO, Marco Túlio; COUTO, Marcello. Sistemas de Gestão Integrados: ISO 9001 + ISO 14001 + ISO 45001, com foco em resultados. 2º EDIÇÃO – NITERÓI, RJ: Produção Independente com apoio SGI 68, 2020. CAPÍTULO 3 - GESTÃO DO SISTEMA DE QSMS 3.1 TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE GESTÃO: GESTÃO POR RESULTADOS As empresas e organizações necessitam estar alinhadas nos dias de hoje em conformidade com os padrões impostos pela sociedade no que concerne à qualidade. A gestão por resultados surgiu como uma ferramenta capaz de cooperar com a otimização dos processos da empresa. Esse tipo de gestão nasceu durante a reforma gerencial no Brasil, que teve início em 1995, e visou transformar a administração pública de um serviço burocrático para um serviço público profissional. Posteriormente, a segunda reforma gerencial, no último quartel do século XX, objetivou tornar os serviços do Estado mais eficazes e eficientes, ressaltando a importância da qualidade (BRESSER-PEREIRA, 2009). Alencar (2017, p. 1) tratou da gestão por resultados da seguinte forma: A gestão de resultados se mostra como método direcionador para diminuição de gaps e atingimento de novos patamares. A gestão de resultados permite a análise e verif icação dos objetivos que estão sendo atingidos e se ações estão sendo geradas, bem como o envolvimento da equipe assim como a correta def inição de indicadores, esse conjunto de fatores é a chave do sucesso de uma boa gestão de resultados. Observa-se que a gestão por resultados mostra a empresa de forma holística, isto é, são observados os objetivos, e se estes estão sendo colocados em prática na área operacional, gerencial e na alta administração. Para isso, são usados indicadores que possam dar um parâmetro das conformidades.FIQUE ATENTO Indicadores são usados para mostrar em que patamar a empresa se encontra no que concerne aos objetivos firmados na política da empresa. Esses são indispensáveis ao monitoramento. Para saber mais sobre esse assunto, acesse: ALENCAR, André. A importância da gestão por resultados. 2017. Disponível em: https://www.gomesdematos.com.br/a- importancia-da-gestao-de-resultados/. Acesso em: 01 de outubro de 2020. https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao-de-resultados/ https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao-de-resultados/ O primeiro autor a tratar da gestão por resultados foi Peter Drucker, um dos mais renomados estudiosos da administração, que trouxe o conceito de Management by Objectives (Gestão por Objetivos) no seu livro The Practice of Management (1954). Basicamente a gestão por resultados requer a definição dos objetivos organizacionais e o esforço de todos os segmentos da empresa para alcançá-los (LUDOSPRO, 2020). Para que sejam gerados resultados positivos para empresa, é necessário colocar em prática algumas ações, tais como: a) investir pelo menos 30% do tempo laboral no treinamento e na qualificação dos funcionários; b) os indivíduos devem ser responsabilizados pelos resultados, em especial, se não cumprirem suas metas; c) sair da zona de conforto, ou seja, mostrar as oportunidades de otimização no trabalho; d) atuar de modo a desenvolver a melhoria contínua, pois todos podem melhorar; e) usar de clareza para demonstrar as comunicações de forma compreensível; f) motivar os funcionários de forma que eles se sintam felizes ao desempenhar a sua função; g) é preciso recompensar os funcionários que estão se esforçando, e para isso, a prática do feedback é muito importante; h) demitir os funcionários que não trazem resultados. Pode-se, desse modo, colocar as seguintes características da gestão por resultados, de acordo com a Figura 13: Figura 13 – Característica da gestão por resultado Fonte: Autora, 2020. Diante disso, a gestão por resultados mostra-se uma ferramenta que pode melhorar tanto a performance da empresa, quanto dos colaboradores, que são uma peça-chave do processo, trazendo benefícios no que compreende a questão da qualidade, que hoje é primordial devido à pressão da sociedade, que almeja consumir produtos e serviços com qualidade cada vez mais superior. Para que a gestão por resultados seja realizada de forma exitosa, é preciso desburocratizar os processos, tentando executá-los de forma mais simplificada possível, para que, desse modo, todos os colaboradores possam seguir seus pressupostos sem maiores dificuldades. A atitude do gestor é muito importante nessa questão, pois é ele quem estará à frente dos processos, incentivando os colaboradores, visando motivá-los a colocar em prática os objetivos empresariais. É preciso, assim, considerar que a gestão por resultados visa focalizar nos esforços da empresa para melhoria do desempenho. Nesse caso, são definidas metas específicas que serão de responsabilização de toda organização. Por isso, se os objetivos organizacionais forem alcançados, o sucesso é de todos; mas se isso não acontecer, o todo é responsabilizado pelo resultado ineficiente (LUDOSPRO, 2020). As ferramentas que podem ser usadas essencialmente para execução dos processos é a aplicação do ciclo PDCA, que é contínuo e visa a melhoria contínua através da correção das inconformidades. A sigla PDCA corresponde a Plan, Do, Check e Act, que em português significa: Planejar, Fazer, Checar, Agir. Então, tudo parte do planejamento colocado na Política da empresa; o fazer seria a questão de executar o que foi pontuado nos objetivos; o checar tem como foco verificar o que está em conforme com a política da empresa e o que não está; e finalmente, o agir é correção do que não está em conformidade com os objetivos empresariais e as legislações e normas pertinentes. IMPORTANTE Um dos gargalos da gestão por resultados é a alta hierarquização dos processos, que leva, muitas vezes, a uma compartimentação nas atribuições da empresa, levando ao fracionamento e, consequentemente, à realização das ações e tarefas de modo separado, e não uniforme, fazendo com que os funcionários atuem de modo a obter benefícios pessoais, e não o progresso da empresa como um todo. Nas últimas décadas, a gestão por resultados foi muito utilizada em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos, na Inglaterra e na Nova Zelândia. Um dos pontos mais utilizados na gestão por resultados é o uso de indicadores, que foram largamente usados da gestão pública para aferir os avanços e retrocessos. A gestão por processos, nesses casos, foi também usada para premiar ou punir os colaboradores, a depender de seus resultados (CENTRO LATINOAMERICANO DE ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO, 2000). A gestão por resultados possui as tomadas de decisão muito firmadas nos dados. Para tanto, o uso de indicadores é muito relevante. Estes devem ser utilizados para cada processo da empresa. Os indicadores mostrarão se os processos estão sendo exitosos. Os indicadores de processo, negócio e melhoria podem ser usados na gestão por resultados de modo a alavancar os processos da empresa, a área das finanças e a questão da melhoria da qualidade dos produtos e/ou serviços. É preciso, então, que para cada decisão, sejam aferidos os indicadores propostos. SAIBA MAIS: Vídeo sobre o assunto: As vantagens da gestão por processos (HSM, 2011) Obra: ALENCAR, André. A importância da gestão por resultados. 2017. Disponível em: https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao-de-resultados/. Acesso em: 01 de outubro 2020. Acesse os links: HSM. As vantagens da gestão por processos. (8min33s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=r8nePjrO_fg. Acesso em: 01 de outubro de 2020. e ALENCAR, André. A importância da gestão por resultados. 2017. Disponível em: https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao- de-resultados/. Acesso em: 01 de outubro de 2020. Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação. O contrato de gestão também é uma das ferramentas muito usadas da gestão por resultado, sendo considerado uma previsão constitucional, haja vista que se encontra dentro da estrutura da administração pública (BRASIL, 1988). “Contratos de gestão são importantes instrumentos de contratualização com o poder público utilizados com o fim de se alcançar a eficiência administrativa, tanto com entidades da Administração indireta, como com organizações sociais” (DE ALMEIDA, 2014, p. 1). Assim, é um contrato celebrado para ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeiras dos órgãos e entidades da administração direta e indireta e organizações sociais mediante contrato. O contrato por gestão propõe metas de desempenho para avaliação da qualidade dos serviços, visando melhorar continuamente os processos e procedimentos utilizados. Os indicadores são usados nesse momento para averiguar se os níveis que os objetivos propostos pela alta direção têm sido alcançados. Observa-se, então, finalizando esse tópico, que a gestão por resultados vem trazer uma nova forma de administrar, visando a qualidade como um dos principais pontos a serem alcançados e a melhoria contínua, fazendo com que as empresas e organizações estejam cada vez mais competitivas, de modo a adentrar no mercado de forma mais contundente. https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao-de-resultados/ https://www.youtube.com/watch?v=r8nePjrO_fg https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao-de-resultados/ https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao-de-resultados/ 3.2 CONCEITO DE INDICADORES PROATIVOS E REATIVOS DE QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTEE SAÚDE Quando é visada a qualidade nos serviços ou produtos, o uso de indicadores é essencial para que seja aferido se os objetivos organizacionais têm sido alcançados, se a empresa tem lucrado, ou ainda, para direcionar as estratégias que visam otimizar os processos. Segundo Dias (2020, p. 3): Os indicadores de desempenho organizacional são dados medidos de acordo com a necessidade e a singularidade das corporações. Seu objet ivo é mensurar se ela está sendo rentável, se há qualidade na gestão ou se é preciso rever suas estratégias para conquistar os resultados almejados. Existem indicadores predefinidos, que são colocados como base. Porém, é preciso que os gestores estejam avaliando o uso deles, isto é, se estão se acordo com as estratégias adotadas pela empresa. O auxílio de um profissional da gestão financeira é de suma importância na avaliação dos indicadores no que concerne à comparação dos dados e resultados nos negócios da empresa ou organização. Pode-se, assim, colocar que os indicadores servem também como balizadores na tomada de decisão pela alta direção. Os indicadores podem ser divididos em indicadores de esforços (BRASIL, 2009): a) indicadores de excelência: esse tipo de indicador remete à qualidade nos processos, atividades e projetos, visando uma melhor execução, com o menor uso de recursos; b) indicadores de economicidade: afere o custo de insumos e recursos alocados para o desenvolvimento da atividade. Dentre os conceitos concomitantes ao uso de indicadores, estão três de grande relevância, que são indicadores de resultado: a) eficiência: o foco principal é o atingimento da meta. b) eficácia: o foco principal está no processo. E, para tanto, os recursos devem ser alocados da melhor forma possível, levando a um propício custo- benefício. d) efetividade: remete ao impacto da atividade. É possível representar esses conceitos da seguinte forma, de acordo com a Figura 14: Figura 14 – Conceitos de Eficiência, Eficácia e Efetividade Fonte: TEC CONCURSOS, 2014. IMPORTANTE O uso de indicadores é primordial na gestão em QSMS, haja vista que estes são os balizadores do processo em busca da qualidade e prevenção de acidentes. O aferimento dos indicadores dá-se na fase de controle do ciclo PDCA. Além da questão da qualidade, os indicadores na gestão em QSMS podem ser divididos em proativos e reativos. No caso dos indicadores reativos, é aquele em que a empresa ou organização, pautado nele, tomará alguma decisão após determinado fato. São medidas empregadas após a ocorrência de um possível dano. Já os indicadores proativos são as reuniões para prevenir danos e acidentes nos locais de trabalho. Ou seja, tudo o que é realizado para proteger o trabalhador, a sociedade, o meio ambiente e a empresa de danos e intercorrências danosas. Então, pode-se dizer que o indicador reativo é usado para sanar alguma situação dificultosa; e o indicador proativo serve para prevenir os agravos. Cardoso (2017) colocou que os indicadores reativos evidenciam informações relativas a fatos já ocorridos e que não têm como ser controlados, portanto, são aferições de consequências e perdas reais já ocorridas. São características desses indicadores: a) simplicidade na coleta; b) clareza na interpretação; c) elo com o desempenho de segurança; d) facilidade de paridade e; e) contribuição para reconhecer tendências. Em alguns países é compulsória a coleta dos indicadores reativos. No Brasil, a NR-4 traz essa obrigatoriedade. A abordagem reativa é a base da maioria dos procedimentos e regras utilizados na melhoria da segurança do trabalhador. O ser humano costuma aprender por meio das experiências, sendo possível aprender muito através dos acidentes ocorridos (RASMUSSEN et al, 1994). E em relação aos indicadores proativos, estes mostram informações sobre possíveis fatos que ocorreram e têm a possibilidade de serem con trolados. O objetivo do uso desses indicadores é evitar perdas e danos para a empresa ou a organização. As medidas proativas possuem o foco na avaliação no monitoramento dos indicadores no sentido de produzir resultados adequados na gestão em QSMS, aferindo a relevância da empresa na questão da saúde ocupacional, segurança, qualidade e meio ambiente. Portanto, a aferição dos indicadores proativos deve ocorrer, de forma preferencial, em tempo real ou o mais perto dessa realidade, haja vista que eles medem apenas o desempenho passado da saúde, qualidade e meio ambiente. Assim, é possível que o indicador proativo avalie o sistema anteriormente às falhas, tendo a possibilidade de evitar que elas ocorram. Em particular, a medição de indicadores proativos deve ser efetivada, preferencialmente, em tempo real, ou o mais próximo possível disso, sendo fundamental esse ponto, visto que os indicadores reativos somente medem o desempenho passado da segurança e saúde Desse modo, podem ser exemplos de indicadores proativos e reativos, segundo a Figura 15: Figura 15 – Exemplos de indicadores reativos e proativos na gestão em QSMS Fonte: Autora, 2020. Pode-se, então, colocar que os indicadores reativos são adequados para a organização produzir dados estatísticos e realizar ações futuras para diminuir os danos. No entanto, é preciso ter cautela no repasse dessas informações aos colaboradores. Por exemplo, o placar de acidentes, muito usado nas empresas, que mostra a quantidade de dias sem acidente pode constranger aos funcionários, como evidencia a Figura 16, levando-os a omitir informações relevantes na questão da segurança. Figura 16 – Placar de Acidentes Fonte: ENCALARTALE, 2020. O fato é que as empresas que atuam com responsabilidade na área da segurança ocupacional, saúde e meio ambiente têm mais indicadores proativos do que os reativos, já que é mais relevante prevenir os danos do que remediá-los. Os indicadores proativos cooperam para que a equipe de QSMS se mobilize para alcançar as metas e objetivos propostos para que os acidentes e danos não ocorram. Enquanto os indicadores reativos podem promover o descaso, haja vista que somente remetem ao reparo ou diminuição das consequências dos acidentes. É necessário, pois, implementar uma cultura de prevenção da empresa ou organização, a fim de que os funcionários possam trabalhar mais no sentido de prevenir os danos, do que remediá-los. FIQUE LIGADO Indicadores reativos são usados para sanar situações de danos na empresa; e os indicadores proativos são utilizados para prevenir que esses acidentes e danos ocorram. 3.3 PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS INTEGRADOS DA QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE Planejar, implementar e gerir o sistema integrado de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde requer investimento de tempo e recursos humanos e materiais. Deve-se ter em mente que o sistema de gestão em QSMS traz retornos para empresas e organizações e, por isso, deve haver um criterioso planejamento a fim de se obter as vantagens com o uso desse tipo de gestão. Na fase de planejamento é preciso que sejam desenvolvidos planos e procedimentos relativos à questão da qualidade, do meio ambiente, da segurança e da saúde ocupacional, bem como a aquisição dos materiais e recursos operacionais para execução dos serviços. Fazem parte dessa etapa de planejamento (BAYEH, 2017): a) análise crítica, verificação e validação da implementação da gestão em QSMA; b) definição dos responsáveis para o desenvolvimento dos processos de gestão em QSMA; c) gerenciamento das interfaces em todos os grupos envolvidos, procurando incluir todos os colaboradores. d) criação da política a ser utilizada; e) verificação das legislações pertinentes; f) estabelecimento dos objetivos e metas a serem alcançados. Dessemodo, pode-se colocar esses passos no seguinte esquema de planejamento, de acordo com a Figura 17: Figura 17 – Fases do Planejamento Fonte: Autora, 2020. Segundo Almeida et al (2006), um modelo de implementação de um sistema de gestão em QSMS deve sugerir uma avaliação na totalidade dos campos de atuação da empresa, comparando os tópicos comuns em atividades efetivadas e as normas e legislações relativas dos respectivos sistemas de gestão, dando prosseguimento do ciclo PDCA, visando, desse modo, a melhora contínua do processo. Para o estabelecimento da gestão em QSMA, são propostos os seguintes passos: a) firmamento da política proposta pela alta direção que contemple as questões de saúde organizacional, meio ambiente, qualidade e segurança; b) mapeamento dos processos de construção, com a descrição e identificação dos riscos; c) atendimento aos requisitos e legislações pertinentes; d) observação se os objetivos estão sendo efetivados de acordo com a política proposta. e) realização de treinamentos visando a capacitação técnica e sensibilização dos colaboradores; f) implementação do sistema de gestão em QSMA, incluindo os registros e documentações pertinentes; g) execução de auditoria para averiguar o andamento do sistema em QSMA; h) identificação das inconformidades e fatores de risco; i) aplicação de ações corretivas e preventivas. É importante ressaltar aqui que as correções das falhas são de grande relevância na busca da qualidade nos produtos e/ou serviços, visando uma melhoria contínua. O rastreamento das falhas e inconformidades é realizado através dos depoimentos dos funcionários, análise da documentação, registro e legislação pertinente às normas aplicadas. Pode-se, então, resumir o processo de implementação da gestão em QSMA de acordo com a Figura 18: Figura 18 – Processos de implementação da gestão em QSMA Fonte: Autora, 2020. ATENÇÃO É importante lembrar aqui que a implementação do sistema de gestão em QSMA ocorre de acordo com as fases do ciclo PDCA. Quando as devidas correções são realizadas no processo, o ciclo tem início novamente. A gestão do sistema em QSMA ocorre de forma continuada, haja vista que, como o processo dá-se em ciclos, é preciso que sejam periodicamente avaliados e as falhas corrigidas. Para tanto, é possível construir um Plano de Sistema de Gestão seguindo os seguintes passos: a) implementação do sistema de gestão; b) análise da documentação; c) estabelecimento dos objetivos e metas: d) distribuição das tarefas aos colaboradores; e) escolha de um representante da direção; f) efetivação da análise crítica do processo; g) proposição da gestão de recursos; h) treinamento dos colaboradores; g) aquisição de suprimentos; h) realização de auditoria interna; i) controle das não conformidades; j) ações corretivas e preventivas; k) comunicação interna e externa; l) monitoramento e aferição dos indicadores; m) auditoria externa e certificação. FIQUE LIGADO A implementação de um sistema integrado de gestão traz muitas vantagens para a empresa ou organização, diminuindo a burocracia, e otimizando os processos, que redundam em ganhos econômicos e sociais. O planejamento, a integração e a gestão em QSMS devem ser realizados de modo que sejam envolvidos todos os colaboradores e stakeholders ligados à empresa ou organização, de modo que haja ganhos para todos os envolvidos trazendo reconhecimento à empresa, ganhos para o consumidor ou usuário e comunidade, e satisfação e segurança dos colaboradores. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS THEOBALD, Roberto; LIMA, Gilson Brito Alves. A excelência em gestão de SMS: uma abordagem orientada para os fatores humanos, Sistemas e Gestão, v. 2, n. 1, p. 75-88, janeiro a abril de 2007. WERKEMA. M. C. C. Métodos PDCA e DMAIC e suas ferramentas analíticas. Rio de Janeiro: Elsevier. 2013. REFERÊNCIAS ALENCAR, André. A importância da gestão por resultados. 2017. Disponível em: https://www.gomesdematos.com.br/a-importancia-da-gestao-de-resultados/. Acesso em: 01 de outubro de 2020. 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Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de construção do Complexo Olímpico de Deodoro / Vinícius Leonardo Ribeiro Bayeh. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017. XV, 143 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Jorge dos Santos. Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2017. BENITE, Anderson Glauco. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho para Empresas Construtoras. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. BERTOLINO, Marco Túlio; COUTO, Marcello. Handbook do auditor e do auditado em sistemas de gestão: Técnicas & Comportamento. 1º EDIÇÃO – NITERÓI, RJ: Produção Independente com apoio SGI 68, 2020. BERTOLINO, Marco Túlio; COUTO, Marcello. Sistemas de Gestão Integrados: ISO 9001 + ISO 14001 + ISO 45001, com foco em resultados. 2º EDIÇÃO – NITERÓI, RJ: Produção Independente com apoio SGI 68, 2020. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 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