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Princípios Administrativos - Introdução

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Princípios Administrativos - Introdução 
Introdução 
OS SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
Chamados assim por Alexandre Mazza, são os princípios centrais dos quais derivam todos os 
demais princípios e normas do Direito Administrativo, são eles: 
• Supremacia do Interesse Público; 
• Indisponibilidade do Interesse Público. 
O papel jurídico dos princípios 
O Direito Administrativo brasileiro não é codificado. Por isso, as funções sistematizadora e unificadora de leis, em 
outros ramos desempenhadas por códigos, no Direito Administrativo cabem aos princípios. 
A Importância dos Princípios 
Os princípios devem ser encarados como normas gerais coercitivas que orientam a atuação do 
indivíduo, definindo valores a serem observados nas condutas por ele praticadas; dão sentido 
lógico e harmonioso às demais normas que regulamentam o Direito Administrativo, 
possibilitando sua melhor organização 
Assim, os princípios constitucionais do âmbito administrativo buscam dar credibilidade aos atos 
administrativos praticados pelo gestor público, através do cumprimento da lei, obedecendo à 
publicidade e moralidade, sempre buscando a eficiência do bom serviço público, e praticando-o 
sempre de modo impessoal, buscando tão somente prestar o serviço público em prol dos 
administrados. 
Princípios são regras gerais que a doutrina identifica como condensadoras dos valores 
fundamentais de um sistema. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, violar um princípio 
“[...] muito mais grave do que violar uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não 
apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais 
grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, 
porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais” 
Função dos Princípios 
• Função Hermenêutica 
• Função Integrativa 
Os princípios de Direito Administrativo definem a organização e a forma de atuar do ente 
estatal, estabelecendo o sentido geral de sua atuação? 
 
 
 
 
 
Princípios Explícitos 
São aqueles expressamente mencionados no texto da norma constitucional. 
CRFB/88 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência 
 
Mas CUIDADO: o rol de princípios constitucionais do Direito Administrativo não se esgota no art. 
37, caput. Especialmente em provas do Cespe, tem sido exigido o conhecimento de outros 
princípios administrativos expressos na CF/88. São eles: 1) participação (art. 37, § 3º , da CF); 2) 
celeridade processual (art. 5º , LXXVIII, da CF); 3) devido processo legal formal e material (art. 5º 
, LIV, da CF); 4) contraditório (art. 5º , LV, da CF); 5) ampla defesa (art. 5º , LV, da CF). 
Sigamos para os mais importantes e mais comuns: 
Legalidade 
O princípio da legalidade é o mais importante princípio específico do Direito Administrativo. Por 
este princípio, a Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei. 
Assim, o princípio da legalidade representa a subordinação da Administração Pública à vontade 
popular. 
O princípio da legalidade encontra fundamento em três dispositivos diferentes na Constituição 
Federal de 1988: 
 1) Art. 37, caput; 
 2) Art. 5º , II: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude 
de lei” . 
 3) Art. 84, IV: “Compete privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer 
publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução” 
Legalidade Privada Vs. Legalidade Pública 
 
 
 
 
Impessoalidade 
O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse 
público, impedindo discriminações (perseguições) e privilégios (favoritismo) indevidamente 
dispensados a particulares no exercício da função administrativa. Ao agir visando a finalidade 
pública prevista na lei, a Administração Pública necessariamente imprime impessoalidade e 
objetividade na atuação, evitando tomar decisões baseadas em preferência pessoal ou 
sentimento de perseguição 
Ainda sobre o Princípio da Impessoalidade.... 
Note que a impessoalidade é caminho de mão dupla. De um lado, o administrado deve receber 
tratamento sem discriminações ou preferências; de outro, o agente público não pode imprimir 
pessoalidade associando sua imagem pessoal a uma realização governamental. A presença de 
nomes, símbolos ou imagens de agentes ou autoridades nas propagandas governamentais 
compromete a noção de res publica e a impessoalidade da gestão da coisa pública. Pela mesma 
razão, ofende a impessoalidade: a) batizar logradouro público com nome de parente para 
eternizar o famoso sobrenome do político; b) imprimir logomarcas (pequenas imagens que 
simbolizam políticos ou denominações partidárias, como vassouras, vasos, bonequinhos 
etc.) em equipamentos públicos ou uniformes escolares; c) manter a data de inauguração 
ao lado da obra. 
Moralidade 
Este princípio evita que a atuação administrativa distancie-se da moral, que deve imperar com 
intensidade e vigor no âmbito da Administração Pública. Moralidade administrativa não se trata de 
um exame de oportunidade e conveniência, mas uma análise de legitimidade, ou seja, um ato 
praticado em desacordo com a moral é nulo e não meramente inoportuno ou inconveniente. 
Moralidade Honestidade, boa fé e não corrupção 
Instrumentos para defesa da moralidade 
A legislação brasileira prevê diversos instrumentos de proteção da moralidade administrativa. 
Merecem destaque os seguintes: 
 a) Ação Popular: a ser proposta por qualquer cidadão contra ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural (art. 5º , LVIII, da CF e Lei n. 4.717/65). 
 b) Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa; 
 c) Controle externo exercido pelos Tribunais de Contas; 
d) Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). 
e) Lei de Improbidade Administrativa. 
Publicidade 
O princípio da publicidade pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos 
administrativos (art. 2º, parágrafo único, V, da Lei n. 9.784/99). Tal princípio encarta-se num 
contexto geral de livre acesso dos indivíduos a informações de seu interesse e de transparência 
na atuação administrativa. 
 
Exceções à publicidade 
O próprio texto constitucional definiu três exceções ao princípio da publicidade, autorizando o 
sigilo nos casos de risco para: 
 a) a segurança do Estado (art. 5º , XXXIII, da CF). Exemplo: informações militares; 
 b) a segurança da sociedade (art. 5º , XXXIII, da CF). Exemplo: sigilo das informações sobre o 
interior de usina nuclear para evitar atentados terroristas; 
 c) a intimidade dos envolvidos (art. 5º , X, da CF). Exemplo: processos administrativos 
disciplinares. 
Eficiência 
Acrescentado no art. 37, caput, da Constituição Federal pela Emenda n. 19/98, o princípio da 
eficiência foi um dos pilares da Reforma Administrativa que procurou implementar o modelo de 
administração pública gerencial voltada para um controle de resultados na atuação estatal. 
Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento 
funcional são valores encarecidos pelo princípio da eficiência.

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