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IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 Presidente Prudente - SP, 24-26 de julho de 2017 p. 589-596 G. O. Jerez; V. A. S. Pereira; D. B. M. Alves ISSN 1981-6251 RELAÇÃO ENTRE ÍNDICES DE IRREGULARIDADES E DE CINTILAÇÃO IONOSFÉRICA PARA A REGIÃO BRASILEIRA GABRIEL OLIVEIRA JEREZ1 VINÍCIUS AMADEU STUANI PEREIRA1 DANIELE BARROCA MARRA ALVES2 Universidade Estadual Paulista – UNESP, Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT, Presidente Prudente – SP 1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Cartográficas 2 Departamento de Cartografia gabrielojerez@gmail.com, vi_stuani@hotmail.com & danibarroca@fct.unesp.br RESUMO - Os sinais GNSS (Global Navigation Satellite System) estão sujeitos a diversos erros, podendo estes ser relacionados ao satélite, à propagação do sinal, ao receptor ou à própria estação. A atmosfera tem grande influência na propagação dos sinais GNSS, sendo a ionosfera uma das principais fontes de degradações e erros. Para investigação dos efeitos da ionosfera existem diversos índices que podem ser considerados. Entre esses existem os de irregularidades, como o IROT e o ROTI, e os de cintilação, como o S4 e o σϕ. O presente trabalho busca investigar a relação entre o índice de irregularidades ROTI e os de cintilação de amplitude, S4, e de fase, σϕ, para estações distribuídas pelo território brasileiro, utilizando dados das constelações GPS (Global Positioning System) e GLONASS (GLObal NAvigation Satellite System). Dos três dias considerados, dois apresentaram resultados com comportamento semelhante, enquanto o segundo dia se mostrou mais irregular. Os resultados obtidos indicaram correlação principalmente entre os índices S4 e ROTI, e menor relação entre os índices obtidos para a estação mais ao sul do país. Palavras chave: GNSS, Ionosfera, Índices de Irregularidades, Índices de Cintilação. ABSTRACT - GNSS (Global Navigation Satellite System) signals can be affected by several sources of errors, as the ones related to the satellite, to the signal propagation, to the receiver or even to the station. The atmosphere have great influence in the propagation of GNSS signals, and the ionosphere is one of the main sources of degradation and errors. To enable the ionosphere effects investigation there are several indexes that can be considered. Among these the irregularity ones, as IROT and ROTI, and the scintillation ones, as S4 and σϕ . In this research it was intended to investigate the relation between the irregularity index, ROTI, e the scintillation indexes, S4 and σϕ, for stations around the Brasillian territory, using data from GPS (Global Positioning System) and GLONASS (GLObal NAvigation Satellite System) constellation. From the three days considered, two presented results more similar, the second day was the most irregular. The results obtained indicated correlation mainly between the S4 and ROTI indexes, and the smallest relation between the indexes obtained for the station from the South of the country. Key words: GNSS, Ionosphere, Irregularity Indexes, Scintillation Indexes. 1 INTRODUÇÃO Os sinais GNSS (Global Navigation Satellite System) estão sujeitos a diversos erros, sejam relacionados ao satélite (órbita, relógio, relatividade, atraso de hardware, centro de fase da antena, fase wind-up), à propagação do sinal (troposfera, ionosfera, perda de ciclos, multicaminho, rotação da Terra), ao receptor (relógio, canais, centro de fase da antena, atraso de hardware, fase wind-up) ou à própria estação (coordenadas, marés terrestres, movimento do pólo, carga oceânica, pressão atmosférica) (MONICO, 2008). Do satélite ao receptor os sinais transmitidos se propagam por diferentes regiões atmosféricas de diferentes naturezas e estados variáveis. Isso pode causar perturbações levando a variações na direção de propagação, velocidade, polarização e potência do sinal. A atmosfera tem grande influência na propagação dos sinais GNSS, sendo a ionosfera uma das principais fontes de degradações e erros (SEEBER, 2003). IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 ISSN 1981-6251G. O. Jerez; V. A. S. Pereira; D. B. M. Alves A ionosfera é responsável por diversas anomalias que podem causar diferentes tipos de influência e degradação do sinal GNSS, entre estas a cintilação. A cintilação ionosférica corresponde a flutuações da amplitude ou fase de uma onda de rádio em decorrência de sua propagação em uma região com irregularidades na densidade de elétrons. Ela pode causar o enfraquecimento do sinal recebido pelos receptores levando, em muitos casos, à perda do sinal (MENDONÇA, 2013; CONKER et al., 2003). A cintilação tem relação com a atividade geomagnética, estação do ano, ciclos solares e localização geográfica, sendo mais intensa nas regiões equatoriais, onde se situa grande parte do território brasileiro (SEEBER, 2003; MONICO, 2008). Isso faz com que o Brasil se encontre em uma região privilegiada para estudos sobre esse tema, uma vez que é fortemente afetado por esses efeitos. Para investigar o comportamento da ionosfera podem ser levados em conta diversos índices, entre estes os de irregularidades e os de cintilação ionosférica. Enquanto os primeiros se referem à classificação do comportamento da ionosfera, os de cintilação visam quantificar a intensidade da mesma. Enquanto alguns índices podem ser calculados a partir de dados coletados por receptores GNSS comuns, outros, como o S4 e o σϕ, são derivados de observações de receptores específicos (YANG e LIU, 2016). Diversos estudos investigaram a existência de alguma correlação entre índices de irregularidades e de cintilação ionosférica em diferentes abordagens, como Basu et al. (1999) e Xu et al. (2007). Yang e Liu (2016) realizaram um estudo com dados de Hong Kong (baixa latitude), encontrando correlação entre os índices de irregularidades e de cintilação, com exceção de observações provenientes de satélites com ângulos de elevação muito baixos. Resultados como esse se mostram promissores uma vez que indicam que estações GNSS podem ser utilizadas para monitoramento de ocorrência de cintilação (PEREIRA e CAMARGO, 2016b). Como dito anteriormente, o Brasil se encontra em região privilegiada para estudos relacionados à ionosfera. Além disso, conta com uma rede de estações de monitoramento de índices de cintilação, a Rede CIGALA/CALIBRA (Concept for Ionospheric Scintillation Mitigation for professional GNSS in Latin America / Countering GNSS high Accuracy applications Limitations due to Ionospheric disturbances in BRAzil). Com isso, no presente trabalho foi proposta a investigação da relação entre índices de irregularidades e de cintilação para regiões do território brasileiro. Para isso, foram considerados os comportamentos dos índices de cinco estações para três dias de outubro de 2015 e, além disso, foram calculados os coeficientes de correlação entre os índices considerados. 2 IONOSFERA A atmosfera pode ser classificada de diversas formas de acordo com a área de estudo. Para o caso da propagação de ondas eletromagnéticas a divisão se dá em duas camadas, a troposfera e a ionosfera. A troposfera corresponde à camada mais próxima da superfície, até aproximadamente 50 km de altura, e a ionosfera a camada posterior, indo até em torno de 1000 km (SEEBER, 2003) Os efeitos da ionosfera são proporcionais ao TEC (Total Electron Content – Conteúdo Total de Elétrons), ou seja, ao número de elétrons presentes na atmosfera. O TEC corresponde à quantidade de elétrons contida em uma coluna que vai do satélite ao receptor, com base circular de um metro quadrado. Esses valores variam no tempo e no espaço tendo relação com o fluxo de ionização solar, atividade geomagnética, estação do ano, ciclos de manchas solares e localização noglobo (CAMARGO, 1999). O campo geomagnético pode sofrer influência da atividade solar, como explosões e manchas solares. Esses eventos podem causar os chamados ventos solares que podem afetar as linhas de força do campo, fazendo com que as mesmas sejam comprimidas. Em decorrência disso podem ocorrer tempestades geomagnéticas que originam tempestades ionosféricas (CAMARGO, 1999). Em relação às variações temporais, estas podem ser diurnas, sazonais e em ciclos de longo período. As diurnas ocorrem devido a mudanças em regiões da ionosfera, que ocorrem devido a recombinações de elétrons e íons distribuídos em suas camadas. As mudanças sazonais se relacionam às variações na densidade de elétrons causadas pela mudança do ângulo zenital do Sol e pelo fluxo de ionização, que mudam devido às estações do ano, sendo a radiação incidente na Terra mais direta no verão, causando assim aumento da ionização. Já os ciclos de longo período correspondem aos ciclos solares, que ocorrem em intervalos de aproximadamente 11 anos, sendo associados às manchas solares. As manchas correspondem a regiões mais frias e escuras na superfície do Sol. Em volta dessas regiões existe um elevado nível de emissão de radiação ultravioleta. O aumento de manchas leva a um aumento da radiação solar e, consequentemente, mudança na densidade de elétrons da ionosfera (McNAMARA, 1991). Em relação à localização geográfica, os níveis de densidade de elétrons são mais intensos nas regiões equatoriais (onde se situa grande parte do território brasileiro), menos intensos nas latitudes médias e seguem comportamento menos previsível nas altas latitudes. Nas regiões equatoriais os efeitos da ionosfera são relacionados, entre outros, à Anomalia de Ionização Equatorial (AIE), com intensidade maior no pico local da anomalia (latitudes geomagnéticas aproximadas de ±15º) (SEEBER, 2003; MONICO, 2008). A ionosfera possui irregularidades que podem afetar o sinal GNSS, como as bolhas ionosféricas. Essas irregularidades na densidade de elétrons podem causar mudanças na fase e amplitude do sinal de rádio recebido, ocasionando muitas vezes a degradação ou até mesmo perda do sinal. A esse efeito é IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 ISSN 1981-6251G. O. Jerez; V. A. S. Pereira; D. B. M. Alves dado o nome de cintilação ionosférica (CONKER et al., 2003; MATSUOKA, 2007). A cintilação tem comportamento específico e relacionado à região, tendo relação com as variações na densidade de elétrons. De forma similar ao TEC, seus efeitos têm relação com a atividade geomagnética, estação do ano, localização no globo e ciclos solares. As regiões com maior ocorrência de cintilação são as do pico da AIE, conforme citado anteriormente, próximo às latitudes geomagnéticas de ±15º. As cintilações em altas latitudes são mais fracas que as observadas em regiões da AIE. Nessas regiões a ocorrência de cintilação está relacionada às irregularidades do plasma ionosférico. Já nas regiões de altas latitudes a ocorrência se relaciona às tempestades geomagnéticas (SKONE, 1998). As cintilações de fase acontecem devido às rápidas variações na fase do sinal ao atravessar regiões de irregularidades na ionosfera. Com isso podem acontecer perdas de ciclo e de sintonia do receptor com o satélite. Já as cintilações de amplitude ocorrem quando o índice de refração da ionosfera varia constantemente, o que faz com que o sinal seja disperso em direções diferentes a de propagação. Isso pode gerar mudanças na distância de propagação do sinal que continua sua propagação principal, podendo gerar interferência no sinal e consequente atenuação ou amplificação do sinal medido pelo receptor (CONKER et al., 2003). Para avaliar a influência da ionosfera podem ser levados em conta diversos índices, entre estes os de irregularidades e os de cintilação ionosférica. Enquanto os primeiros se referem à classificação do comportamento da ionosfera, os de cintilação buscam quantificar a intensidade da mesma. Na próxima seção são citados os principais índices e apresentados os utilizados no trabalho desenvolvido. 3 ÍNDICES IONOSFÉRICOS Entre os índices de irregularidades pode-se citar o fp, o Fp (MENDILLO et al., 2000), o IROT (WANNIGER, 1993) e o ROTI (PI et al., 1997), todos baseados na taxa de variação do valor do TEC (Rate Of TEC – ROT), ou seja, variação do TEC em duas épocas pelo intervalo de tempo entre as determinações. Pi et al. (1997) definem o índice ROTI (ROT Index), determinado a partir do desvio padrão da taxa de variação do TEC (ROT) em um intervalo de cinco minutos, que, segundo os autores, permite uma resolução temporal relativamente alta. A classificação a partir deste índice pode ser dada por: baixos níveis de irregularidade (ROTI ≤ 0,05), irregularidades moderadas (0,05 < ROTI ≤ 0,2) e fortes níveis de irregularidade (ROTI ≥ 0,2) (PEREIRA e CAMARGO, 2014). Entre os índices de cintilação pode-se citar o S4 (CONKER et al., 2003), o σϕ (WALTER et al., 2010), o Sϕ (FORTE, 2007) e o σCHAIN (MUSHINI et al., 2012), sendo que os mais utilizados são o S4, para cintilação de amplitude e o σϕ, para cintilação de fase. De maneira geral o índice S4 é o desvio padrão normalizado das observações da intensidade do sinal livre de tendências, amostradas em altas taxas em um intervalo de 60 segundos, consistindo em um indicador da magnitude das cintilações da amplitude (CONKER et al., 2003). Em relação à classificação da potência da cintilação existem diversos tipos encontrados na literatura como o de Conker et al. (2003), que dividem a classificação entre ausência de cintilação (S4 ≈ 0,0) e cintilação forte (S4 ≈ 1,0). Outro indicador de cintilação é o índice σϕ, que é o desvio padrão das observações de fase do sinal livre de tendências. As mesmas são coletadas a altas frequências para um intervalo de 60 segundos, por isso o índice também é conhecido por σ60 (ou phi60). O índice pode ainda ser calculado para intervalos de 1, 3, 10 e 30 segundos, casos em que deve ser feita uma normalização (VAN DIERENDONK et al., 1993). Diferente do S4 que é um índice adimensional, o σϕ é dado em radianos, podendo ser expresso em graus ou metros. A classificação do σϕ apresentada por Skone et al. (2005) divide as cintilações de fase para a portadora L1 em fraca (σϕ ≈ 0,05 rad) e forte (σϕ ≈ 1,0 rad). 4 METODOLOGIA Para este trabalho foram utilizados dados de cinco estações da Rede CIGALA/CALIBRA em diferentes regiões do país. As estações selecionadas foram FRTZ em Fortaleza, MAN3 em Manaus, UFBA em Salvador, PRU2 em Presidente Prudente e POAL em Porto Alegre. A escolha das estações foi realizada buscando manter a melhor distribuição possível no território nacional, dentro das possibilidades da Rede CIGALA/CALIBRA. A Figura 1 apresenta a distribuição das estações utilizadas. Figura 1 – Distribuição das estações utilizadas. Os dados utilizados foram dos dias 01 a 03 de outubro de 2015. A escolha dos dias foi realizada com IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 ISSN 1981-6251G. O. Jerez; V. A. S. Pereira; D. B. M. Alves base no maior número de estações com dados disponíveis e também considerando um período com ocorrência de maior efeito ionosférico. Para todos os casos foram utilizados dados das constelações GPS (Global Positioning System) e GLONASS (GLObal Navigation Satellite System) e máscara de elevação de 10º. Para a obtenção dos índices S4 e σ60, foram realizadas consultas no banco de dados da Rede CIAGALA/CALIBRA com o software PGAdmin (www.pgadmin.org). Foram consultados os valores médios dos índices para os satélites visíveis. Para o cálculo do índice ROTI foi utilizado o programa Ion_Index desenvolvido por Pereira e Camargo (2016a;2016b). Para as análises foram observados os comportamentos dos índices ao longo do período selecionado e, além disso, foram calculados coeficientes de correlação de Pearson entre os mesmos. Os resultados obtidos e as análises realizadas são apresentados na seção 5. 5 RESULTADOS E ANÁLISES A partir dos dados obtidos foram gerados gráficos para a análise visual do comportamento dos índices S4 (vermelho), σ60 (azul) e ROTI (verde) dos três dias para cada uma das cinco estações. As Figuras 2, 3 e 4 apresentam os resultados para os dias 01, 02 e 03 de outubro de 2015, respectivamente. A maior similaridade que pode ser vista no comportamento dos índices se encontra nos períodos de maior intensidade do comportamento ionosférico, em geral no início (até 04h TUC – Tempo Universal) e no final (a partir das 21h TUC) dos dias. Os picos ao longo dos dias registrados em períodos específicos nos três tipos de índices, em geral, não apresentaram comportamento similar. Foi possível notar maior similaridade no comportamento do índice S4 com o índice ROTI e o σ60 principalmente para os dias 01 e 03. O segundo dia apresentou comportamento mais irregular de um índice para outro. Entre as estações, UFBA e FRTZ são as que apresentam comportamento mais similar entre os índices. A estação POAL apresentou os resultados com menor semelhança de um índice para outro. Vale lembrar que a estação se encontra em região com pouca influência da ionosfera, sendo que ruídos nas observáveis podem influenciar no cálculo dos índices de cintilação. Isso pode justificar, por exemplo, os picos observados próximo às 12h – TUC para o índice S4. E, consequentemente, a falta de similaridade com o índice ROTI. Figura 2 – Comportamento dos índices S4 (vermelho), σ60 (azul) e ROTI (verde) por estação (01/10/2015). IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 ISSN 1981-6251G. O. Jerez; V. A. S. Pereira; D. B. M. Alves Figura 3 – Comportamento dos índices S4 (vermelho), σ60 (azul) e ROTI (verde) por estação (02/10/2015). Figura 4 – Comportamento dos índices S4 (vermelho), σ60 (azul) e ROTI (verde) por estação (03/10/2015). IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 ISSN 1981-6251G. O. Jerez; V. A. S. Pereira; D. B. M. Alves A partir dos dados obtidos foram gerados coeficientes de correlação entre os três índices. Vale lembrar que os valores de correlação podem ir de 0 a ± 1. As correlações entre os índices S4 e σ60 são apresentadas na cor verde, as correlações entre S4 e ROTI na cor azul e as correlações entre os índices σ60 e ROTI em vermelho. As Figuras 5, 6 e 7 apresentam os resultados para os dias 01, 02 e 03 de outubro de 2015, respectivamente. Figura 5 – Correlações entre os índices (01/10/15). O primeiro dia foi o que apresentou resultados mais regulares e, no geral, maiores coeficientes de correlação, principalmente para as estações localizadas em latitudes mais baixas. A correlação entre os índices de cintilação ficou em torno de 0,7 para as estações FRTZ, MAN3 e UFBA. A correlação entre S4 e ROTI foi inferior a 0,1 apenas para a estação POAL. A estação UFBA obteve a maior correlação chegando a 0,79. Esta estação também obteve a maior correlação entre σ60 e ROTI, sendo o coeficiente de 0,67. Figura 6 – Correlações entre os índices (02/10/15). Para o segundo dia os maiores coeficientes de correlação ocorreram entre os índices S4 e ROTI, sendo que a estação FRTZ obteve o maior valor, 0,56. A correlação entre os índices S4 e σ60 foi menor que no dia anterior, com exceção da estação POAL, que alcançou valor 0,34. A correlação entre os índices σ60 e ROTI foram negativas para todas as estações, sendo que a maior correlação ocorreu para os dados da estação FRTZ, -0,3. O terceiro dia apresentou coeficientes mais parecidos com o primeiro dia, ocorrendo apenas dois casos de correlação negativa, ambas para a estação MAN3. Os maiores valores de correlação entre os índices de cintilação foram nas estações POAL, UFBA e FRTZ, sendo esta a que obteve maior coeficiente, 0,7. A correlação entre os índices S4 e ROTI foi a que obteve maiores coeficientes em média para as estações, obtendo valor 0,69 para a estação FRTZ. Entre os índices σ60 e ROTI o menor coeficiente de correlação ocorreu na estação POAL, o maior na estação FRTZ, 0,42, e negativa para a estação MAN3. Figura 7 – Correlações entre os índices (03/10/15). 6 CONCLUSÕES Neste trabalho foi proposta a realização de testes para verificar a relação entre índices de irregularidades e de cintilação ionosférica. Para isso foram comparados dados de cinco estações distribuídas pelo território brasileiro e analisada a correção entre os índices S4, σϕ e ROTI para dados de três dias do mês de outubro de 2015. Dos três dias, dois apresentaram resultados mais regulares, sendo possível nesses casos notar maior correlação entre os índices das estações mais próximas do equador geomagnético. De modo geral, a estação que apresentou maiores coeficientes de correlação entre os índices foi a estação UFBA. Enquanto a estação POAL apresentou os menores coeficientes, possivelmente por estar localizada em região com pouca influência da ionosfera. O Brasil se encontra em uma região com variado comportamento ionosférico, portanto ferramentas para a investigação da ionosfera são de grande relevância. A determinação de índices como o ROTI pode ser realizada de forma mais simples, se comparado a outros índices. Com isso, a determinação de correlação entre os índices obtidos com dados coletados no país é de grande importância, uma vez que esses dados podem ser utilizados como indicativo de ocorrência de cintilação utilizando dados GNSS coletados por receptores comuns. Nesse sentido mais estudos devem ser realizados futuramente para verificação do comportamento dos índices abordados nesta pesquisa considerando mais dias e estações, além da possibilidade de serem considerados horários específicos de ocorrência de cintilação. IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017 II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 ISSN 1981-6251G. O. Jerez; V. A. S. Pereira; D. B. M. Alves AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à CAPES e à FAPESP (processo 2015/20522-7) pelo fomento à pesquisa e aos projetos CIGALA/CALIBRA, financiados pelo European Commission (EC) no contexto do FP7-GALILEO-2009- GSA e FP7–GALILEO–2011–GSA–1a, respectivamente, e pela FAPESP (processo 06/04008-2), pelos dados disponibilizados. REFERÊNCIAS BASU, S.; GROVES, K.; QUINN, J.; DOHERTY, P. A comparison of TEC fluctuations and scintillations at Ascension Island. Journal of Atmospheric and Solar- Terrestrial Physics. V. 61 (16): 1219-1226, 1999. CAMARGO, P. O. Modelo regional da ionosfera para uso em posicionamento com receptores GPS de uma frequência. 1999. 191f. Tese (Doutorado em Ciências Geodésicas) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba. CONKER, R. S.; EL-ARINI, M. B.; HEGARTY, C. J.; HSIAO, T. Modeling the Effects of Ionospheric Scintillation on GPS/Satellite-Based Augmentation System Availability. Radio Science. Virginia. V. 38 (1): 1-23, 2003. FORTE, B. 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