Buscar

Checklist_OAB1fase_Lorena_Ocampos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Processual Penal
1ª fase OAB
Professora Lorena Ocampos
Instagram: @prof.lorenaocampos
A prova objetiva da OAB terá duração de 5 horas e
será aplicável na data provável de 17 de outubro
de 2021, das 13h00 às 18h00, no horário oficial de
Brasília/DF.
6 questões de direito processual penal (64/69)
Temas mais cobrados na 1ª fase da OAB:
Recursos Criminais
Prisão, medidas cautelares e liberdade provisória
Ação Penal
Inquérito policial
Competência
Provas
GranOAB – plataforma 
(cada bloco com 30 minutos)
59 blocos de processo penal
8 blocos de lei de execução penal
20 blocos do Artigo por Artigo
XXXII
LEP – RDD
Inquérito policial – arquivamento
Questão prejudicial 
Exceção de coisa julgada
Competência 
Prisão
XXXI
Tribunal do júri
Sentença - valor mínimo de indenização
Prisão em flagrante
Nulidade
Ação penal
Ação penal e recurso (rejeição da 
denúncia e recurso cabível)
XXX
Recursos criminais
LEP – falta grave – remição –
progressão de regime – livramento 
condicional
Ação penal
Competência
Revelia 
Recursos criminais e prazo
XXIX
Prova – reconhecimento pessoal
Revisão criminal
Recursos criminais
Incidente de falsidade
Prova – interrogatório e pericia 
Competência
XXVIII
Ação penal (decadência, renuncia, queixa-
crime)
Recursos criminais
Recursos criminais – embargos 
infringentes e de nulidade
Competência
Inquérito policial - denúncia anônima 
Prova – busca e apreensão 
XXVII
LEP e recursos – agravo em
execução
Prisão 
Recursos e intimação
Inquérito policial 
Ação penal queixa crime 
Medidas assecuratórias
XX
Prisão 
Incidente de insanidade mental 
Ação penal – renúncia, perdão
perempção
Procedimento - absolvição sumaria 
Revisão criminal 
XIX
Recursos criminais 
Princípios 
Medida assecuratória 
Prova – testemunha e interrogatório 
Lei n. 9099 - transação penal 
XVIII
Lei n. 9099/95
Restituição de bens 
Prova - interrogatório
Competência 
Prova – interceptação telefônica 
XVII
Inquérito policial - arquivamento 
Recursos criminais 
Competência 
Ação penal – ação penal privada 
subsidiaria da pública
Recursos criminais 
XVI
Inquérito policial 
Questão prejudicial 
Competência 
Prisão temporária 
Recursos criminais 
XV
Tribunal do júri 
LEP – exame criminológico 
Sentença – detração tempo de prisão 
Recursos Criminais - art. 580 do CPP
Prova - interrogatório 
XXVI
Prisão temporária
Competência
Lei n. 9099 composição civil dos
danos
Ação controlada
Inquérito policial - arquivamento
Recursos Criminais – artigo 580 do
CPP
XXV
Prisão
Tribunal do júri e recurso
Inquérito policial - arquivamento
Ação penal – retratação da
representação
Assistente de acusação
Prova – exame grafotécnico
XXIV
Ação penal renúncia, perdão
perempção
Recursos criminais - embargos
infringentes e de nulidade
Competência
Ação penal - súmula 714
Prova- testemunhas
Recursos criminais
XXIII
Ação penal
Tribunal do júri
Recursos criminais - rese
Ação penal
Medida cautelar de internação
provisória
Inquérito policial – direito de defesa
XXII até aqui eram cinco questões de 
processo penal 
Recursos criminais 
Prova - exame de corpo delito 
Prazo de recurso 
Prova 
Exceções 
XXI
Prova - busca e apreensão 
Citação 
Competência 
Exceção 
Tribunal do júri 
XIV
Prova – busca e apreensão
Recursos e ações autônomas de
impugnação
Sentença – emendatio libelli e
mutatio libelli
LEP – progessão de regime
Ação penal – princípios
XIII
Ação penal - perempção
Competência
Ação penal na lei maria da penha
Citação por edital
Sentença - emendatio libelli
XII – até aqui quase não tinha caso
hipotético
Inquérito policial
Princípios – reformatio in pejus
Lei n. 9099
Ação penal
Nulidades
XI
Tribunal do júri
Revisão criminal
Recursos criminais
Aplicação da lei processual no tempo
Aplicação da lei processual penal no
espaço
X
Princípios
Inquérito policial arquivamento
Ação penal
Medida assecuratória
Recursos criminais – rese e agravo em
execução
IX
Lei n.9099
Prisão em flagrante
Ação penal
Recursos criminais
Lei Maria da Penha
VIII
Recursos criminais
Prisão
Inquérito policial - características
Competência
Tribunal do júri
VII
Competência
Prova – interrogatório
Recursos criminais – apelação e
recurso em sentido estrito
Lei de drogas
Nulidades
VI
Ação penal - ação penal privada
subsidiária da pública
Recursos criminais – art. 580 do CPP
Competência
Princípio – identidade física do juiz
Recursos criminais
V (2011)
Inquérito policial SV 14
Competência
Nulidade
Prova
Recursos criminais
Ação penal pública
Titularidade: MP (art. 129, CF)
Peça: denúncia
Espécies:
Ação penal pública incondicionada (regra)
Ação penal pública condicionada:
representação da vítima
requisição do ministro da justiça
Ação penal de iniciativa privada
Ofendido ou seu representante legal (capacidade postulatória)
Poder-dever de punir continua do Estado (jurisdição
necessária)
Ø Ação penal privada exclusiva/propriamente dita
Ø Ação penal privada personalíssima
Ø Ação penal privada subsidiária da pública (ação penal
acidentalmente privada ou ção penal supletiva)
(PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS)
Ø AÇÃO PENAL PÚBLICA:
OPORTUNIDADE
DISPONIBILIDADE
INDIVISIBILIDADE
Obrigatoriedade:
Conceito:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº
8.699, de 27.8.1993)
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.
Obrigatoriedade:
Fiscalização:
Art. 28 (já estudado)
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como
parte principal.
Ø Conceito – Art. 105, CP
Ø Natureza jurídica – Art. 107, V, CP
Ø Princípio da disponibilidade – após o início da ação penal até
o trânsito em julgado - Art. 106, §2º, CP
Ø Bilateral – Art. 106, CP E 51 E 58, CPP
Ø Princípio da indivisibilidade – se estende a todos, mas para
produzir efeitos depende de aceitação
Ø Processual ou extraprocessual – Art. 106, CP E 56, CPP
Ø Expresso ou tácito – Art. 106, CP
RENÚNCIA PERDÃO
Decorre do princípio da oportunidade/conveniênciaDecorre do princípio da disponibilidade
É ato unilateral (não depende de aceitação do
querelado)
É ato bilateral (depende de aceitação do querelado)
Concedida antes do início do processo Concedido após o início do processo até o trânsito em
julgado
Por força do princípio da indivisibilidade, a
renúncia em relação a um querelado se estende aos
demais.
Por força do princípio da indivisibilidade, o perdão em
relação a um querelado se estende aos demais. Somente
produz efeitos se houver aceitação.
PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA
Prevista em lei específica – Lei 7960/89 Prevista no CPP
Somente pode ser decretada na fase de 
investigação criminal
Pode ser decretada em toda a persecução penal, 
seja na fase de investigação criminal ou na fase 
processual
Não é possível a decretação de ofício pelo juiz Não é possível a decretação de ofício pelo juiz
Legitimados: requerimento do Ministério Público 
ou representação da autoridade policial
Legitimados: requerimento do Ministério Público, 
do querelante ou do assistente de acusação; 
representação da autoridade policial
Possui prazo de duração:
Em regra, cinco dias, podendo ser prorrogado por 
mais cinco dias.
Crime hediondo ou equiparado: 30 dias, podendo 
ser prorrogado por mais 30 dias.
Não há previsão de prazo máximo para a prisão 
preventiva. No entanto,a Lei Anticrime trouxe ao 
CPP a necessidade de que a prisão preventiva seja 
revisada a cada 90 dias.
Cabimento: art. 1º, da Lei 7960/89, devendo ser 
conjugado incisos I e III ou II e III
Requisitos e cabimento: arts. 312 e 313 do CPP
A doutrina pátria, tradicionalmente, tem dividido a competência em quatro espécies, a
saber:
I) RATIONE MATERIAE: nos termos do art. 69, inciso III, do CPP, é aquela fixada em
razão da natureza da infração penal praticada, como ocorre, por exemplo, no caso da
competência do Tribunal do Júri para processar e julgar os crimes dolosos contra a vida;
II) RATIONE FUNCIONAE OU PERSONAE (FORO POR PRERROGATIVA DE
FUNÇÃO): nos termos do art. 69, inciso VII, do CPP, determinadas pessoas, em razão das
funções por elas desempenhadas, serão processadas e julgadas originariamente por tribunais,
como ocorre, por exemplo, com o Presidente da República, que será processado e julgado,
no caso de infração penal comum, pelo Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102,
inciso I, alínea "b", CF/88;
III) RATIONE LOCI: nos termos do art. 69, inciso I e II, do CPP, a competência "ratione loci" é determinada em razão de
critérios territoriais, isto é, objetiva identificar o juízo territorialmente competente (foro competente). Tem por parâmetros o
local da consumação do delito (regra geral), além do domicílio ou residência do réu.
IV) COMPETÊNCIA FUNCIONAL: tem por critério de fixação os atos processuais, isto é, a competência é fixada por
meio da distribuição legal de funções dos julgadores ao longo de um mesmo processo ou de um segmento ou de uma fase
de seu regular desenvolvimento.
Competência funcional por fase do processo: a depender da fase do processo, a competência será exercida por
determinado órgão jurisdicional, como ocorre, por exemplo, na divisão de competência entre o juízo do processo e o juízo
das execuções, nos moldes dos arts. 65 e 66 da Lei de Execuções Penais;
Competência funcional por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a competência em relação a determinadas
questões específicas a serem decididas no processo, como ocorre, por exemplo, no Tribunal do Júri, no qual compete ao
Conselho de Sentença o julgamento acerca da existência do fato delituoso e de sua autoria. Ao juiz-presidente compete
materializar a decisão dos jurados em sentença absolutória ou condenatória, dosando a pena, além de decidir outras
questões de direito surgidas no decorrer da sessão de julgamento;
Competência funcional por grau de jurisdição: a competência é dividida entre órgãos jurisdicionais superiores e
inferiores, havendo processos que já nascem nos Tribunais (competência originária; competência por prerrogativa de
função) e outros que os alcançam por intermédio da interposição de recursos (princípio do duplo grau de jurisdição).
Lugar da infração
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será
determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar
em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter
sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos
em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência
será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência
firmar-se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
Comentários ao § 4º:
O estelionato, previsto no art. 171, do CP, é um crime por meio do qual o agente, utilizando um meio
fraudulento, engana a vítima, fazendo com que ela entregue espontaneamente uma vantagem, causando prejuízo
à vítima.
Algumas vezes pode acontecer de a vantagem ilícita ocorrer em um local e o prejuízo em outro. Tais situações
poderão gerar algumas dúvidas relacionadas com a competência territorial para processar e julgar esse crime.
A alteração é muito bem-vinda porque anteriormente havia uma imensa insegurança jurídica diante da
existência de regras distintas para situações muito parecidas, além da uma intensa oscilação jurisprudencial.
1) Estelionato praticado por meio de cheque falso (art. 171, caput, do CP)
João, domiciliado no Rio de Janeiro (RJ), achou um cheque em branco. Ele foi, então, até Juiz de Fora (MG) e
lá comprou inúmeras roupas de marca em uma loja da cidade. As mercadorias foram pagas com o cheque que
ele encontrou, tendo João falsificado a assinatura.
Do juízo da comarca de Juiz de Fora (MG), local da obtenção da vantagem indevida.
Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de
estelionato cometido mediante falsificação de cheque.
Não se aplica o § 4º do art. 70 do CPP. Se você ler o § 4º verá que ele não trata da hipótese de estelionato
praticado por meio de cheque falso. Logo, esse dispositivo não incide no presente caso.
A regra a ser aplicada, portanto, é a do caput do art. 70:
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
2) Estelionato praticado por meio de cheque sem fundo (art. 171, § 2º, VI, do CP)
João, domiciliado em Brasília, foi passar o fim de semana em Goiânia e comprou diversos produtos em uma loja emitindo
um cheque sabendo que em sua conta bancária não havia saldo suficiente para pagamento. Ele achava que não seria
responsabilizado.
A competência para julgamento será do LOCAL DO DOMICÍLIO DAVÍTIMA, ou seja, do juízo de GOIÂNIA!
Isso significa que as Súmulas 244 do STJ e 521 do STF estão SUPERADAS:
Súmula 244/STJ: Compete ao foro do local da RECUSA processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem
provisão de FUNDOS.
Súmula 521/STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão
dolosa de cheque sem provisão de FUNDOS, é o do local onde se deu a RECUSA do pagamento pelo sacado.
3) Estelionato mediante depósito ou transferência de valores
Carlos, morador de Goiânia (GO), viu um anúncio na internet que oferecia empréstimo “rápido e fácil”. Ele entrou em
contato com a pessoa, que se identificou como Henrique. Carlos combinou de receber um empréstimo de R$ 70 mil, no
entanto, para isso, ele precisaria depositar uma parcela de R$ 1 mil a título de “custas” para a conta bancária de Henrique,
vinculada a uma agência bancária localizada em São Paulo (SP). Carlos efetuou o depósito e, então, percebeu que se tratava
de uma fraude porque nunca recebeu o dinheiro do suposto empréstimo.
A competência passou a ser do local do domicílio da vítima, ou seja, em nosso exemplo, do juízo de Goiânia
(GO). É o que prevê o novo § 4º do art. 70:
Art. 70. (...)
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do (...) Código Penal, quando praticados mediante depósito (...) ou
mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima (...)
E se houver mais de uma vítima, com domicílios em locais diferentes?
Utilizando novamente o terceiro exemplo acima mencionado. Suponhamos que Henrique aplicou o mesmo “golpe” do
empréstimo não apenas em Carlos, mas também em Luísa (domiciliada em Curitiba/PR), em Ricardo (Rio Branco/AC), em
Vitor (Fortaleza/CE) e em outras inúmeras vítimas.
Art. 70. (...)
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Leinº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando
praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com
o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima,
e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Esse novo § 4º do art. 70 do CPP aplica-se aos processos penais que estavam em curso quando entrou em
vigor a Lei nº 14.155/2021? O juízo que estava processando o crime deverá remeter o feito para o juízo
do domicílio da vítima?
NÃO. Vigora aqui o princípio da “perpetuatio jurisdictionis” (perpetuação da jurisdição), previsto no art. 43 do
CPC/2015 e que pode ser aplicado ao processo penal por força do art. 3º do CPP.
Segundo esse princípio, uma vez iniciado o processo penal perante determinado juízo, nele deve prosseguir até
seu julgamento. Assim, depois que o processo se iniciou perante um juízo, as modificações que ocorrerem serão
consideradas, em regra, irrelevantes para fins de competência.

Outros materiais