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Direito Processual Penal 1ª fase OAB Professora Lorena Ocampos Instagram: @prof.lorenaocampos A prova objetiva da OAB terá duração de 5 horas e será aplicável na data provável de 17 de outubro de 2021, das 13h00 às 18h00, no horário oficial de Brasília/DF. 6 questões de direito processual penal (64/69) Temas mais cobrados na 1ª fase da OAB: Recursos Criminais Prisão, medidas cautelares e liberdade provisória Ação Penal Inquérito policial Competência Provas GranOAB – plataforma (cada bloco com 30 minutos) 59 blocos de processo penal 8 blocos de lei de execução penal 20 blocos do Artigo por Artigo XXXII LEP – RDD Inquérito policial – arquivamento Questão prejudicial Exceção de coisa julgada Competência Prisão XXXI Tribunal do júri Sentença - valor mínimo de indenização Prisão em flagrante Nulidade Ação penal Ação penal e recurso (rejeição da denúncia e recurso cabível) XXX Recursos criminais LEP – falta grave – remição – progressão de regime – livramento condicional Ação penal Competência Revelia Recursos criminais e prazo XXIX Prova – reconhecimento pessoal Revisão criminal Recursos criminais Incidente de falsidade Prova – interrogatório e pericia Competência XXVIII Ação penal (decadência, renuncia, queixa- crime) Recursos criminais Recursos criminais – embargos infringentes e de nulidade Competência Inquérito policial - denúncia anônima Prova – busca e apreensão XXVII LEP e recursos – agravo em execução Prisão Recursos e intimação Inquérito policial Ação penal queixa crime Medidas assecuratórias XX Prisão Incidente de insanidade mental Ação penal – renúncia, perdão perempção Procedimento - absolvição sumaria Revisão criminal XIX Recursos criminais Princípios Medida assecuratória Prova – testemunha e interrogatório Lei n. 9099 - transação penal XVIII Lei n. 9099/95 Restituição de bens Prova - interrogatório Competência Prova – interceptação telefônica XVII Inquérito policial - arquivamento Recursos criminais Competência Ação penal – ação penal privada subsidiaria da pública Recursos criminais XVI Inquérito policial Questão prejudicial Competência Prisão temporária Recursos criminais XV Tribunal do júri LEP – exame criminológico Sentença – detração tempo de prisão Recursos Criminais - art. 580 do CPP Prova - interrogatório XXVI Prisão temporária Competência Lei n. 9099 composição civil dos danos Ação controlada Inquérito policial - arquivamento Recursos Criminais – artigo 580 do CPP XXV Prisão Tribunal do júri e recurso Inquérito policial - arquivamento Ação penal – retratação da representação Assistente de acusação Prova – exame grafotécnico XXIV Ação penal renúncia, perdão perempção Recursos criminais - embargos infringentes e de nulidade Competência Ação penal - súmula 714 Prova- testemunhas Recursos criminais XXIII Ação penal Tribunal do júri Recursos criminais - rese Ação penal Medida cautelar de internação provisória Inquérito policial – direito de defesa XXII até aqui eram cinco questões de processo penal Recursos criminais Prova - exame de corpo delito Prazo de recurso Prova Exceções XXI Prova - busca e apreensão Citação Competência Exceção Tribunal do júri XIV Prova – busca e apreensão Recursos e ações autônomas de impugnação Sentença – emendatio libelli e mutatio libelli LEP – progessão de regime Ação penal – princípios XIII Ação penal - perempção Competência Ação penal na lei maria da penha Citação por edital Sentença - emendatio libelli XII – até aqui quase não tinha caso hipotético Inquérito policial Princípios – reformatio in pejus Lei n. 9099 Ação penal Nulidades XI Tribunal do júri Revisão criminal Recursos criminais Aplicação da lei processual no tempo Aplicação da lei processual penal no espaço X Princípios Inquérito policial arquivamento Ação penal Medida assecuratória Recursos criminais – rese e agravo em execução IX Lei n.9099 Prisão em flagrante Ação penal Recursos criminais Lei Maria da Penha VIII Recursos criminais Prisão Inquérito policial - características Competência Tribunal do júri VII Competência Prova – interrogatório Recursos criminais – apelação e recurso em sentido estrito Lei de drogas Nulidades VI Ação penal - ação penal privada subsidiária da pública Recursos criminais – art. 580 do CPP Competência Princípio – identidade física do juiz Recursos criminais V (2011) Inquérito policial SV 14 Competência Nulidade Prova Recursos criminais Ação penal pública Titularidade: MP (art. 129, CF) Peça: denúncia Espécies: Ação penal pública incondicionada (regra) Ação penal pública condicionada: representação da vítima requisição do ministro da justiça Ação penal de iniciativa privada Ofendido ou seu representante legal (capacidade postulatória) Poder-dever de punir continua do Estado (jurisdição necessária) Ø Ação penal privada exclusiva/propriamente dita Ø Ação penal privada personalíssima Ø Ação penal privada subsidiária da pública (ação penal acidentalmente privada ou ção penal supletiva) (PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS) Ø AÇÃO PENAL PÚBLICA: OPORTUNIDADE DISPONIBILIDADE INDIVISIBILIDADE Obrigatoriedade: Conceito: Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) § 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. Obrigatoriedade: Fiscalização: Art. 28 (já estudado) Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Ø Conceito – Art. 105, CP Ø Natureza jurídica – Art. 107, V, CP Ø Princípio da disponibilidade – após o início da ação penal até o trânsito em julgado - Art. 106, §2º, CP Ø Bilateral – Art. 106, CP E 51 E 58, CPP Ø Princípio da indivisibilidade – se estende a todos, mas para produzir efeitos depende de aceitação Ø Processual ou extraprocessual – Art. 106, CP E 56, CPP Ø Expresso ou tácito – Art. 106, CP RENÚNCIA PERDÃO Decorre do princípio da oportunidade/conveniênciaDecorre do princípio da disponibilidade É ato unilateral (não depende de aceitação do querelado) É ato bilateral (depende de aceitação do querelado) Concedida antes do início do processo Concedido após o início do processo até o trânsito em julgado Por força do princípio da indivisibilidade, a renúncia em relação a um querelado se estende aos demais. Por força do princípio da indivisibilidade, o perdão em relação a um querelado se estende aos demais. Somente produz efeitos se houver aceitação. PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA Prevista em lei específica – Lei 7960/89 Prevista no CPP Somente pode ser decretada na fase de investigação criminal Pode ser decretada em toda a persecução penal, seja na fase de investigação criminal ou na fase processual Não é possível a decretação de ofício pelo juiz Não é possível a decretação de ofício pelo juiz Legitimados: requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial Legitimados: requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente de acusação; representação da autoridade policial Possui prazo de duração: Em regra, cinco dias, podendo ser prorrogado por mais cinco dias. Crime hediondo ou equiparado: 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. Não há previsão de prazo máximo para a prisão preventiva. No entanto,a Lei Anticrime trouxe ao CPP a necessidade de que a prisão preventiva seja revisada a cada 90 dias. Cabimento: art. 1º, da Lei 7960/89, devendo ser conjugado incisos I e III ou II e III Requisitos e cabimento: arts. 312 e 313 do CPP A doutrina pátria, tradicionalmente, tem dividido a competência em quatro espécies, a saber: I) RATIONE MATERIAE: nos termos do art. 69, inciso III, do CPP, é aquela fixada em razão da natureza da infração penal praticada, como ocorre, por exemplo, no caso da competência do Tribunal do Júri para processar e julgar os crimes dolosos contra a vida; II) RATIONE FUNCIONAE OU PERSONAE (FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO): nos termos do art. 69, inciso VII, do CPP, determinadas pessoas, em razão das funções por elas desempenhadas, serão processadas e julgadas originariamente por tribunais, como ocorre, por exemplo, com o Presidente da República, que será processado e julgado, no caso de infração penal comum, pelo Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, inciso I, alínea "b", CF/88; III) RATIONE LOCI: nos termos do art. 69, inciso I e II, do CPP, a competência "ratione loci" é determinada em razão de critérios territoriais, isto é, objetiva identificar o juízo territorialmente competente (foro competente). Tem por parâmetros o local da consumação do delito (regra geral), além do domicílio ou residência do réu. IV) COMPETÊNCIA FUNCIONAL: tem por critério de fixação os atos processuais, isto é, a competência é fixada por meio da distribuição legal de funções dos julgadores ao longo de um mesmo processo ou de um segmento ou de uma fase de seu regular desenvolvimento. Competência funcional por fase do processo: a depender da fase do processo, a competência será exercida por determinado órgão jurisdicional, como ocorre, por exemplo, na divisão de competência entre o juízo do processo e o juízo das execuções, nos moldes dos arts. 65 e 66 da Lei de Execuções Penais; Competência funcional por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a competência em relação a determinadas questões específicas a serem decididas no processo, como ocorre, por exemplo, no Tribunal do Júri, no qual compete ao Conselho de Sentença o julgamento acerca da existência do fato delituoso e de sua autoria. Ao juiz-presidente compete materializar a decisão dos jurados em sentença absolutória ou condenatória, dosando a pena, além de decidir outras questões de direito surgidas no decorrer da sessão de julgamento; Competência funcional por grau de jurisdição: a competência é dividida entre órgãos jurisdicionais superiores e inferiores, havendo processos que já nascem nos Tribunais (competência originária; competência por prerrogativa de função) e outros que os alcançam por intermédio da interposição de recursos (princípio do duplo grau de jurisdição). Lugar da infração Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) Comentários ao § 4º: O estelionato, previsto no art. 171, do CP, é um crime por meio do qual o agente, utilizando um meio fraudulento, engana a vítima, fazendo com que ela entregue espontaneamente uma vantagem, causando prejuízo à vítima. Algumas vezes pode acontecer de a vantagem ilícita ocorrer em um local e o prejuízo em outro. Tais situações poderão gerar algumas dúvidas relacionadas com a competência territorial para processar e julgar esse crime. A alteração é muito bem-vinda porque anteriormente havia uma imensa insegurança jurídica diante da existência de regras distintas para situações muito parecidas, além da uma intensa oscilação jurisprudencial. 1) Estelionato praticado por meio de cheque falso (art. 171, caput, do CP) João, domiciliado no Rio de Janeiro (RJ), achou um cheque em branco. Ele foi, então, até Juiz de Fora (MG) e lá comprou inúmeras roupas de marca em uma loja da cidade. As mercadorias foram pagas com o cheque que ele encontrou, tendo João falsificado a assinatura. Do juízo da comarca de Juiz de Fora (MG), local da obtenção da vantagem indevida. Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque. Não se aplica o § 4º do art. 70 do CPP. Se você ler o § 4º verá que ele não trata da hipótese de estelionato praticado por meio de cheque falso. Logo, esse dispositivo não incide no presente caso. A regra a ser aplicada, portanto, é a do caput do art. 70: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 2) Estelionato praticado por meio de cheque sem fundo (art. 171, § 2º, VI, do CP) João, domiciliado em Brasília, foi passar o fim de semana em Goiânia e comprou diversos produtos em uma loja emitindo um cheque sabendo que em sua conta bancária não havia saldo suficiente para pagamento. Ele achava que não seria responsabilizado. A competência para julgamento será do LOCAL DO DOMICÍLIO DAVÍTIMA, ou seja, do juízo de GOIÂNIA! Isso significa que as Súmulas 244 do STJ e 521 do STF estão SUPERADAS: Súmula 244/STJ: Compete ao foro do local da RECUSA processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de FUNDOS. Súmula 521/STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de FUNDOS, é o do local onde se deu a RECUSA do pagamento pelo sacado. 3) Estelionato mediante depósito ou transferência de valores Carlos, morador de Goiânia (GO), viu um anúncio na internet que oferecia empréstimo “rápido e fácil”. Ele entrou em contato com a pessoa, que se identificou como Henrique. Carlos combinou de receber um empréstimo de R$ 70 mil, no entanto, para isso, ele precisaria depositar uma parcela de R$ 1 mil a título de “custas” para a conta bancária de Henrique, vinculada a uma agência bancária localizada em São Paulo (SP). Carlos efetuou o depósito e, então, percebeu que se tratava de uma fraude porque nunca recebeu o dinheiro do suposto empréstimo. A competência passou a ser do local do domicílio da vítima, ou seja, em nosso exemplo, do juízo de Goiânia (GO). É o que prevê o novo § 4º do art. 70: Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do (...) Código Penal, quando praticados mediante depósito (...) ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima (...) E se houver mais de uma vítima, com domicílios em locais diferentes? Utilizando novamente o terceiro exemplo acima mencionado. Suponhamos que Henrique aplicou o mesmo “golpe” do empréstimo não apenas em Carlos, mas também em Luísa (domiciliada em Curitiba/PR), em Ricardo (Rio Branco/AC), em Vitor (Fortaleza/CE) e em outras inúmeras vítimas. Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Leinº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. Esse novo § 4º do art. 70 do CPP aplica-se aos processos penais que estavam em curso quando entrou em vigor a Lei nº 14.155/2021? O juízo que estava processando o crime deverá remeter o feito para o juízo do domicílio da vítima? NÃO. Vigora aqui o princípio da “perpetuatio jurisdictionis” (perpetuação da jurisdição), previsto no art. 43 do CPC/2015 e que pode ser aplicado ao processo penal por força do art. 3º do CPP. Segundo esse princípio, uma vez iniciado o processo penal perante determinado juízo, nele deve prosseguir até seu julgamento. Assim, depois que o processo se iniciou perante um juízo, as modificações que ocorrerem serão consideradas, em regra, irrelevantes para fins de competência.
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