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MOLDANDO A HISTÓRIA COM ORAÇÃO E JEJUM prot

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
2 
 
DEREK PRINCE 
 
 
Moldando a História 
com 
Oração e Jejum 
 
 
 
 
As ferramentas simples, mas poderosas 
que precisa para ter um impacto 
sobre o destino das nações 
 
 
 
 
 
DEREK PRINCE PORTUGAL 
 
3 
 
Moldando a História 
com 
Oração e Jejum 
 
 
 
 
As ferramentas simples, mas poderosas 
que precisa para ter um impacto 
sobre o destino das nações 
 
4 
 
Ficha técnica 
 
 
Copyricht © 2018 Derek Prince Portugal 
Tradução portuguesa: Moldando a História com Oração e Jejum 
Originalmente publicado com o título: Shaping History Through Prayer and 
Fasting © 1973, 2002 by Derek Prince Ministries–International 
 
Autor: Derek Prince 
Tradução/correção: Conceicão Cabral 
Redação: Christina van Hamersveld 
Desenho da capa: Derek Prince Portugal 
Publicado pelo: Derek Prince Portugal 
 
ISBN: 978-989-8501-35-6 
 
Endereço para contacto: 
 
Derek Prince Portugal 
Caminho Novo Lote X 
9700-360 Feteira AGH 
 
Tel.: (+351) 295 663738 
Telm.: (+351) 927992157 
 
E-mail: derekprinceportugal@gmail.com 
 
Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt 
 
A versão bíblica usada neste livro é: Almeida Corrigida Revisada Fiel, sempre 
que não seja mencionada informação contrária. 
 
 
 
mailto:derekprinceportugal@gmail.com
http://www.derekprinceportugal.blogspot.pt/
5 
 
ÍNDICE 
 
Prefácio...............................................................................................................6 
Uma Proclamação Presidencial Para Um Dia Nacional de Jejum e Oração......8 
Introdução..........................................................................................................10 
1. O Sal da Terra...........................................................................................12 
2. Um Reino de Sacerdotes..........................................................................20 
3. Orando Pelo Nosso Governo....................................................................27 
4. Os Governantes São Agentes de Deus....................................................33 
5. Vendo a História Moldada Pela Oração....................................................40 
6. O Jejum Intensifica a Oração....................................................................53 
7. O Jejum Traz Libertação e Vitória.............................................................61 
8. O Jejum Prepara Para a Chuva Serôdia de Deus….................................69 
9. Orientações Práticas Para o Jejum...........................................................77 
10. Colocando Um Fundamento Através do Jejum.........................................85 
11. Os Jejuns Proclamados na História Americana........................................92 
12. A Culminação: A Igreja Gloriosa...............................................................99 
Sobre o Autor...................................................................................................107 
Sobre Derek Prince Portugal………………………………………………………108 
Outros livros por Derek Prince em português……………………………………109 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Prefácio de 
Moldando a História com Oração e Jejum 
 
Eu era um jovem, na casa dos vinte anos, quando me converti. Em 1984, um 
rapaz da nossa igreja, deu-me um livro de Derek Prince, Moldando a História 
com Oração e Jejum. Eu andava verdadeiramente buscando a Deus, e estava 
começando a explorar, o que era essa coisa do jejum. E quando esse livro 
apareceu, acendeu um fogo no meu coração. De vez em quando, nós lemos um 
livro, que simplesmente explode no nosso coração, e tudo no nosso DNA se 
encaixa no DNA daquele livro. Para mim, esse livro foi: Moldando a História com 
Oração e Jejum. 
Este livro mexeu comigo, em dois níveis diferentes. Primeiro, o ensinamento 
ajudou-me a ter uma melhor perceção dos elementos práticos do jejum. Mas 
ainda mais importante, as partes deste livro, nas quais Derek Prince conta as 
suas próprias histórias, de como o jejum e a oração mudaram a história, puseram 
um fogo no meu coração. Este é o anseio do meu próprio coração: Eu quero ver 
a igreja liderar o desfile da história. 
Depois de ler Moldando a História com Oração e Jejum, eu comecei a jejuar (com 
outros na nossa igreja), e vi um impacto imediato em termos de pessoas sendo 
salvas e libertas. Então, Deus abriu a porta para a cidade de Pasadena. 
Acabamos por ter, vários anos depois, um derramamento do Espírito Santo que 
durou três anos – que eu creio, estava diretamente relacionado ao jejum – onde 
dezenas de milhares de pessoas, entraram pelas nossas portas, e foram 
poderosamente tocadas pelo poder de Deus. Em 1994, através de um encontro 
com um grupo de crianças Tailândesas, o Espírito Santo foi derramado de novo, 
e um movimento soberano de oração, com jovens, começou ao redor da nação. 
Então, em 1996 tive um sonho, no qual o Senhor me dirigiu na entrega de uma 
mensagem do livro de Joel à nação: Chame os jovens da América para o jejum 
e oração. 
Continuamos a ter ajuntamentos em 1997, 1998, e 1999 que cresceu até 4.500 
jovens reunidos, durante três a cinco dias de jejum e oração. Ultimamente, o 
“The Call” (o Chamado), surgiu de uma visão profética que recebemos do 
“Promise Keepers”(“Daqueles que cumprem as suas Promessas”): os corações 
dos pais voltando para os filhos. Começamos a proclamar que os jovens iriam 
para Washington, D.C., para jejuar e orar como algo equivalente às reuniões do 
“Promise Keepers”, e que seria um sinal, que a nação se se estava voltando para 
Deus. E o livro: Moldando a História com Oração e Jejum, estava por trás de 
tudo. Durante todo esse processo, esse foi o meu livro didático. 
7 
 
Em 1999, encontrei-me com Derek na Flórida. O meu principal alvo era 
simplesmente agradecer-lhe, e honrar um pai que tinha abençoado o filho, e 
apenas dizer-lhe que eu estava tão grato pela revelação que ele nos tinha dado 
através do seu ensino. Oramos juntos e choramos juntos. Para mim foi um 
momento histórico, e eu estava muito grato. 
Vivemos numa cultura que é tão resistente a Deus, e ao Seu Espírito, que eu 
creio que a geração de hoje precisa das armas do jejum e oração, para 
simplesmente sobreviver. No capitulo 6, Derek fala sobre como o jejum humilha 
a nossa alma – a parte em nós que exige que seja do nosso jeito – e dá forças 
ao homem espiritual. Eu preciso disto! Tenho visto isto funcionando na minha 
própria vida. 
Porque eu creio que Derek é um dos melhores mestres da igreja, eu quero 
colocar o livro: Moldando a História com Oração Jejum, nas mãos de cada 
verdadeiro jovem c ristão. É um livro para o fim dos tempos. Os jovens precisam 
entender que o jejum é uma maneira ordenada por Deus, de tomar posse dos 
tesouros do c éu. 
Enquanto lê este livro, aproveite essas verdades, e coloque-as em prática no seu 
caminhar com Deus. E permita que os relatos de como o jejum e a oração 
afetaram os destinos das nações, o inspire a fazer o mesmo. 
 Lou Engle 
 The Call 
 Pasadena, Califórnia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Pelo Presidente dos 
Estados Unidos da América: 
 
A Proclamação 
 
Para um Dia de Humilhação Nacional 
Jejum e Oração 
 
Considerando que o Senado dos Estados Unidos, devotamente reconhece a 
Suprema Autoridade e Justo Governo do Deus Todo-Poderoso, em todos osafazeres do homem e das nações, tem, por resolução, sido requerido ao 
Presidente para designar e separar um dia, para oração e humilhação 
Nacional. 
E, considerando que é o dever das nações, assim como do homem, 
reconhecer a sua dependência do superior poder de Deus, de confessar os 
seus pecados e transgressões, em humilde contrição, contudo com 
assegurada confiança, que o genuíno arrependimento, conduzirá a 
misericórdia e perdão; e reconhecer a sublime verdade, anunciada nas 
Sagradas Escrituras e provada por toda a história, que somente são 
abençoadas as nações, cujo Deus é o Senhor. 
E, pelo facto de sabermos que, pela Sua divina lei, nações, assim como 
indivíduos. estão sujeitos a passar neste mundo por castigos e correções, 
será que não tememos justamente, que a terrível calamidade da guerra 
civil, que agora devasta a terra, possa ser um castigo imposto sobre nós, 
pelo nosso pecado de presunção, para o necessário objetivo da nossa 
reforma nacional, como povo no seu todo? Nós temos sido os recipientes 
das melhores bênçãos dos Céus. Nós temos sido preservados, todos esses 
anos, em paz e prosperidade. Temos crescido em número, riqueza, e poder 
como nenhuma outra nação. Mas temos esquecido de Deus. Temos 
esquecido a graciosa mão, que nos preservou em paz, e nos multiplicou, 
enriqueceu e fortaleceu; e nós temos em vão imaginado, no engano dos 
nossos corações, que todas essas bênçãos foram produzidas por alguma 
sabedoria e virtude superior, nossa. Intoxicados pelo permanente sucesso, 
tornamo-nos auto-suficiente demais para sentirmos a necessidade da 
9 
 
graça redentora e preservadora, orgulhosos demais para orarmos ao 
Deus que nos fez! É conveniente então, que nós, nos humilhemos diante do 
Poder ofendido, confessemos os nossos pecados nacionais, e oremos por 
clemência e perdão. 
Portanto, agora, em conformidade com o pedido, e plena concordância 
nas posições do Senado, faço, a minha proclamação; designo e separo a 
quinta-feira, dia 30 de abril de 1863, como um dia de humilhação nacional, 
jejum e oração. Eu, por este meio, peço que todo o Povo se abstenha, neste 
dia, das suas atividades seculares, e se reúna nos seus vários lugares 
públicos de adoração e nas suas respetivas casas, guardando esse dia 
santo ao Senhor, e consagrado ao humilde desempenho das tarefas 
religiosas apropriadas a esta solene ocasião. 
Que tudo isso seja feito, com sinceridade e em verdade, para então 
descansarmos humildemente na esperança autorizada pelos 
ensinamentos Divinos, que o clamor unido da Nação, será ouvido no alto, 
e respondido com bênçãos, sobretudo o perdão dos nossos pecados 
nacionais, e a restauração do nosso dividido e sofrido país, à sua anterior 
condição de unidade e paz. 
Em testemunha disto, eu coloquei minha mão, e fiz com que o selo dos 
Estados Unidos fosse afixado. 
Feito na cidade de Washington, no dia treze de Março do ano de mil 
oitocentos e sessenta e três, e nos oitenta e sete anos da Independência dos 
Estados Unidos. 
 
Pelo Presidente: Abraham Lincoln 
 
William H. Seward , Secretário de Estado 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Introdução 
A PROCLAMAÇÃO 
 
Esta proclamação está preservada na Biblioteca do Congresso como Anexo 
nº.19 no volume 12 dos Estados Unidos em geral. Foi iniciada por uma resolução 
do Senado dos Estados Unidos, e foi oficialmente declarada pelo presidente 
Lincoln em 30 de março de 1863. 
A sua mensagem contém dois temas relacionados, que apelam à nossa 
consideração cuidadosa. 
Primeiro, a proclamação reconhece as bênçãos únicas desfrutadas pelos 
Estados Unidos, mas sugere que essas mesmas bênçãos trouxeram uma atitude 
de orgulho e auto-suficiência, que são as causas de uma grave crise nacional. 
Algumas das frases usadas poderiam aplicar-se com igual força à condição da 
nação, hoje: “Nós crescemos em número, riqueza e poder como nenhuma outra 
nação jamais cresceu... Nós imaginámos presumidamente, na falsidade dos 
nossos corações, que todas essas bênçãos foram produzidas por alguma 
sabedoria superior e virtude própria... Tornámo-nos demasiadamente auto-
suficientes... orgulhosos demais para orar ao Deus que nos criou!” 
Em segundo lugar, a proclamação reconhece inequivocamente “o poder 
supremo de Deus” nos assuntos de homens e nações. Isso indica que por trás 
das forças políticas, económicas e militares da história, existem divinas leis 
espirituais em ação; e que, reconhecendo e submetendo-se a essas leis, uma 
nação pode mudar o seu destino, evitando a ameaça de desastre e recuperando 
a verdadeira paz e prosperidade. Em particular, a proclamação estabelece uma 
maneira específica e prática pela qual uma nação pode invocar em seu próprio 
nome “o poder supremo de Deus” - isto é, na união em oração e jejum. 
O autor desta proclamação, Abraham Lincoln, é geralmente considerado, tanto 
por Americanos como pelo mundo em geral, como um dos mais astutos e 
esclarecidos presidentes americanos. Ele era um homem de fé sincera e 
convicções profundas, mas nunca procurou ser membro de nenhuma das 
denominações cristãs da sua época. Em nenhum sentido ele poderia ser 
considerado desequilibrado ou extremo nas suas visões religiosas. Além disso, 
essa proclamação não era meramente o produto das convicções privadas de 
Lincoln. Foi solicitada por uma resolução de todo o Senado dos Estados Unidos. 
Como devemos avaliar as convicções profundas e unânimes dos homens deste 
calibre? Devemos descartá-los como irrelevantes ou desatualizados? Fazer isso 
seria meramente a marca do preconceito irracional. 
11 
 
Pelo contrário, devemos a nós mesmos dar uma consideração honesta e 
cuidadosa a esta proclamação e as questões que ela levanta. Existe um Poder 
divino que se sobreponha aos destinos das nações? Esse poder pode 
efetivamente ser invocado pela oração e pelo jejum? 
É ao exame dessas questões que este livro é dedicado. Uma resposta será 
oferecida a partir de quatro fontes principais: primeiro, o ensino das Escrituras; 
segundo, eventos da história mundial durante ou após a Segunda Guerra 
Mundial; terceiro, os anais da história americana; quarto, registos da experiência 
pessoal no reino da oração e do jejum. 
 
Derek Prince 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Capítulo 1 
O Sal da Terra 
“ Vocês são o sal da terra ” 
(Mateus 5:13) 
 
 
Jesus está falando com os Seus discípulos – com todos nós, isso é, todos 
aqueles que reconhecem a autoridade do Seu ensino. Ele compara a nossa 
função na terra com a do sal. O seu significado torna-se claro quando 
consideramos duas utilidades familiares do sal em relação à comida. 
 
O Sal dá Sabor 
Em primeiro lugar, o sal dá sabor. Uma comida que não está apetitosa torna-se 
saborosa e aceitável quando temperada com sal. Em Jó 6:6, isso é colocado na 
forma de uma pergunta retórica: “Ou comer-se-á sem sal o que é insípido?” É a 
presença do sal que faz a diferença, fazendo-nos saborear a comida que de 
outro modo rejeitaríamos comer. Como cristãos, a nossa função é dar sabor à 
terra. Quem desfruta desse sabor é Deus. A nossa presença torna a terra 
aceitável para Deus. A nossa presença valida a terra para receber a misericórdia 
de Deus. Sem nós, não haveria nada para tornar a terra aceitável para Deus. 
Mas porque estamos aqui, Deus continua a lidar com a terra com graça e 
misericórdia ao invés de ira e julgamento. É a nossa presença que faz a 
diferença. 
Este princípio é claramente ilustrado no relato da intercessão de Abraão em favor 
de Sodoma, como registado em Gênesis 18:16-33. O Senhor tinha dito a Abraão 
que Ele estava a caminho de Sodoma para ver se a maldade da cidade tinha 
chegado ao ponto em que o julgamento não poderia ser evitado. Abraão então 
caminhou com oSenhor no caminho para Sodoma e argumentou com Ele sobre 
os princípios do Seu julgamento. 
Primeiro, Abraão estabeleceu um princípio que é a base para tudo que vem em 
seguida: nunca é a vontade de Deus que o julgamento devido ao ímpio venha 
sobre o justo. “Destruirás também o justo com o ímpio?” (v. 23) perguntou 
Abraão. “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o 
justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (v. 
25) 
O Senhor deixou claro na conversa subsequente que Ele aceitou o princípio 
fixado por Abraão. Quão importante é que todos os crentes entendam isso! Se 
nós tornamo-nos justos pela fé em Cristo, e se nós estamos vivendo de tal 
maneira que verdadeiramente expressa a nossa fé, então nunca é da vontade 
de Deus que sejamos incluídos nos julgamentos que Ele traz sobre o ímpio. 
13 
 
Infelizmente, os cristãos muitas vezes não entendem isso porque falham em 
distinguir entre duas situações que externamente podem parecer similares, mas 
que na realidade são completamente diferentes em natureza e causa. De um 
lado, existe a perseguição pela causa da justiça. De outro lado, existe o 
julgamento de Deus sobre o ímpio. A diferença entre essas duas situações é 
apresentada pelas seguintes declarações contrastantes: a perseguição vem do 
ímpio sobre o justo; mas o julgamento vem de Deus, que é justo, sobre o ímpio. 
Desta maneira, a perseguição por causa da justiça e o julgamento pela 
impiedade são opostos entre si, nas suas origens, nos seus propósitos e 
resultados. 
A Bíblia alerta-nos que os cristãos devem esperar sofrer perseguição. No 
Sermão da Montanha, Jesus disse aos Seus discípulos: “Bem-aventurados os 
que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, 
disserem todo o mal contra vós por minha causa.” (Mateus 5:10-11). Paulo 
escreve da mesma maneira a Timóteo: “E também todos os que piamente 
querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (2 Timóteo 3:12). 
Portanto os cristãos devem estar preparados para sofrer perseguição por sua fé 
e sua maneira de viver, e até considerar isso como um privilégio. 
Entretanto, da mesma maneira, os cristãos nunca devem ser incluídos nos 
julgamentos de Deus sobre o ímpio. Esse princípio é declarado muitas vezes nas 
Escrituras. Em 1Coríntios 11:32, Paulo escreveu aos seus companheiros 
crentes, e ele disse: “Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo 
Senhor, para não sermos condenados com o mundo.”. Isso demonstra que existe 
uma diferença entre o lidar de Deus com os crentes e o Seu lidar com o mundo. 
Como crentes, nós podemos esperar que experimentaremos a correção de 
Deus. Se submetermos a correção e indireitarmos a nossa vida, então não 
estaremos sujeitos aos julgamentos que vem sobre os incrédulos, ou o mundo 
em geral. O principal propósito da disciplina de Deus sobre nós, os crentes, é 
para preservar-nos de passar pelos Seus julgamentos sobre os incrédulos. 
Em Salmos 91:7-8, o salmista dá essa promessa ao crente: “Mil cairão ao teu 
lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente com os teus olhos 
contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.”. Aqui, mais uma vez se 
verifica o mesmo princípio. Qualquer julgamento que vem como “a recompensa 
do ímpio” (o que o ímpio justamente merece) nunca deve cair sobre o justo. Não 
importa se Deus atinge o ímpio de todos os lados, o justo no meio de tudo isso 
não será prejudicado. 
Em Êxodo, nos capítulos 7 a 12, é registado que Deus trouxe dez julgamentos 
de uma severidade crescente sobre os Egípcios, porque eles recusaram ouvir 
os Seus profetas Moisés e Arão. Ao longo de todo este tempo, o povo de Deus 
habitou no meio do Egito, mas nenhum dos dez julgamentos os tocou. Em Êxodo 
11:7, a razão é declarada claramente: “Mas entre todos os filhos de Israel nem 
mesmo um cão moverá a sua língua, desde os homens até aos animais, para 
que saibais que o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas.” O 
julgamento não veio sobre Israel porque o Senhor “fez diferença” entre o Seu 
14 
 
próprio povo e o povo do Egito. Até mesmo os cães do Egito tinham que 
reconhecer a diferença! E a diferença é válida até aos nossos dias. 
Continuando a sua conversa com o Senhor em relação a Sodoma, Abraão tenta 
determinar a menor quantidade de pessoas justas necessárias para preservar 
toda a cidade, do julgamento. Ele começou com cinquenta. Então com uma 
combinação notável de reverência e perseverança, ele chega à marca de dez. O 
Senhor finalmente garante a Abraão que se ele achasse somente dez pessoas 
justas em Sodoma, Ele preservaria toda a cidade por causa daqueles dez. 
Qual era a população de Sodoma? Seria difícil chegar a uma estimativa exata. 
Entretanto, existem estimativas disponíveis para algumas outras cidades da 
antiga Palestina, o que dá um padrão de comparação. Nos dias de Abraão, as 
muralhas de Jericó incluíam uma área de mais ou menos dois ou três hectares. 
Isso proveria um espaço para habitação de no mínimo cinco mil pessoas ou no 
máximo dez mil. Mas Jericó não era uma grande cidade pelos padrões daqueles 
dias. A maior cidade daquele período era Hazor, a qual cobria mais ou menos 
70 hectares e tinha uma população estimada entre quarenta e cinquenta mil. 
Mais tarde, no período de Josué, ficamos sabendo que a população total de Ai 
era de doze mil pessoas (Josué 8:25). O registo da Bíblia aparenta indicar que 
Sodoma era uma cidade mais importante, em seus dias, do que Ai. 
Levando em consideração essas outras cidades, poderíamos dizer que a 
população de Sodoma nos dias de Abraão era provavelmente de não menos do 
que dez mil. Deus assegura Abraão que dez pessoas justas poderiam através 
de sua presença preservar uma cidade de pelo menos dez mil. Isso dá uma 
proporção de um para mil. A mesma proporção de “um para mil” é dada em Jó 
33:23 e em Eclesiastes 7:28, e em ambas estas passagens sugerem que o “um” 
é a pessoa de extraordinária justiça, enquanto os demais ficam aquém dos 
padrões de Deus. 
É fácil estender essa proporção indefinidamente. A presença de dez pessoas 
justas pode preservar uma comunidade de dez mil. A presença de cem pessoas 
justas pode preservar uma comunidade de cem mil. A presença de mil pessoas 
justas pode preservar uma comunidade de um milhão. Quantas pessoas justas 
são necessárias para preservar uma nação tão grande como os Estados Unidos, 
com uma população estimada em aproximadamente 250.000.000? Por volta de 
250.000 pessoas. (*uma nota de Derek Prince Portugal: neste caso para 
preservar Portugal com uma poulação de mais ou menos 10,2 milhões são 
necessárias 10.200 pessoas justas e para o Brasil com 209,3 milhões, 209.300) 
Essas estimativas são emocionantes. Será que as Escrituras nos fornecem base 
para acreditar que, por exemplo, 250.000 pessoas verdadeiramente justas, 
espalhadas como grãos de sal através dos Estados Unidos, seriam suficientes 
para preservar toda a nação do julgamento de Deus e de garantir a continuação 
da Sua graça e misericórdia? Seria tolice reivindicar que tais estimativas estão 
corretas. Contudo, a Bíblia definitivamente estabelece o princípio geral de que a 
presença de crentes justos é o fator decisivo no lidar de Deus com a 
comunidade. 
15 
 
Para ilustrar esse princípio, Jesus usa a metáfora do “sal”. Em 2 Coríntios 5:20, 
Paulo usa uma metáfora diferente para transmitir a mesma verdade: “Portanto 
somos embaixadores de Cristo”. Quem são os embaixadores? São pessoas 
enviadas numa competência oficial pelo governo de uma nação para representar 
esse governo no território dessa outra nação. A sua autoridade não é medida 
através das suas habilidades pessoais, mas é proporcional à autoridade do 
governo que eles representam. 
Em Filipenses 3:20, Paulo especifica o governo que, como cristãos, nós 
representamos. Ele diz, “a nossa cidadania, porém, está nos céus”(NVI).Portanto a nossa posição na terra é a de embaixadores representando o governo 
do céu. 
A nossa posição na terra é 
a de embaixadores representando o governo do céu. 
Não temos autoridade de agirmos por nós próprios, mas se obedecermos 
cuidadosamente às direções do nosso governo, todo o poder e autoridade do 
céu estão sustentando cada palavra que falarmos e cada ação que fizermos. 
Antes de um governo declarar guerra contra um outro, usa-se como última 
advertência a retirada dos seus embaixadores. Enquanto somos deixados na 
terra como embaixadores dos céus, a nossa presença garante a continuação da 
paciência e da misericórdia de Deus em relação à terra. Mas quando os 
embaixadores dos céus forem finalmente retirados, então não haverá nada mais 
para impedir o completo derramamento da ira e do julgamento divino sobre a 
terra. 
Isso leva-nos ao segundo efeito da presença dos cristãos como “o sal da terra”. 
 
O Sal Impede a Corrupção 
Uma segunda função do sal em relação à comida é a de impedir o processo da 
corrupção. Nos dias antes da refrigeração artificial, velejadores que levavam 
carnes em longas viagens usavam o sal como meio de preservação. O processo 
de corrupção já estava trabalhando antes que a carne fosse salgada. Salgá-la 
não anulava a corrupção, mas mantinha-a sob controle pela duração da viagem, 
para que os velejadores pudessem continuar a comer a carne durante muito 
tempo antes que se tornasse não comestível. 
A nossa presença na terra como discípulo de Cristo funciona como o sal na 
carne. O processo da corrupção do pecado já está ativo. Isso manifesta-se em 
cada área da atividade humana – moral, religiosa, social, política. Nós não 
podemos cancelar a corrupção que já está presente, mas podemos mantê-la sob 
controle tempo suficiente para os propósitos de Deus de graça e misericórdia 
serem cumpridos completamente. Então, quando a nossa influência deixar de 
ser sentida, a corrupção atingirá o seu clímax, e o resultado será de degradação 
total. 
16 
 
Essa ilustração do poder do sal de restringir a corrupção explica o ensinamento 
de Paulo em 2 Tessalonicenses 2:3-12. Paulo adverte que a impiedade humana 
chegará ao seu clímax na pessoa de um governante mundial fortalecido 
sobrenaturalmente e dirigido pelo próprio satanás. Paulo chama esse 
governante de “o homem do pecado” (mais literalmente, “o homem sem lei ”), e 
“o filho da perdição” (v.3). Em 1 João 2:18 ele é chamado “anticristo”, e em 
Apocalipse 13:4 ele é chamado “a besta”. Esse governante vai reivindicar na 
verdade ser Deus, e exigirá a adoração universal. 
O aparecimento desse governante satânico é inevitável. Paulo diz com certeza: 
“E, então será revelado o iníquo, o sem lei ... (2 Tessalonicenses 2:8), Paulo 
também declara no mesmo versículo que o próprio e verdadeiro Cristo será 
aquele que empregará o julgamento final sobre esse falso Cristo – “… a quem o 
Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua 
vinda;”. 
Infelizmente, alguns pregadores têm usado esse ensinamento sobre o anticristo 
para levar os cristãos a uma atitude de passividade e fatalismo. “O anticristo 
está vindo”, disseram eles. “As coisas estão ficando piores. Não há nada que 
possamos fazer”. Como resultado, os cristãos demasiadas vezes têm ficado de 
braços cruzados, num piedoso espanto, observando satanás destruir 
incontrolavelmente tudo ao seu redor. 
Essa atitude de passividade e fatalismo é tão trágica quanto anti-bíblica. É 
verdade que o anticristo deve eventualmente aparecer. Mas está longe de ser 
verdade que não exista nada a ser feito contra ele durante esse tempo. Até ao 
presente momento existe uma força em operação no mundo que desafia, resiste 
e impede o espírito do anticristo. A operação dessa força é descrita por Paulo 
em 2 Tessalonicenses 2:6-7. Livremente traduzido no Inglês moderno, esses 
versículos podem ser lidos assim: “E agora vocês sabem o que o está detendo, 
para que ele seja revelado no seu devido tempo. Porque o poder secreto da 
iniquidade já está em ação: apenas aquele que agora o detém continuará a fazer 
assim até que lhe seja retirado ou levado do nosso meio”. (paráfrase do autor). 
Esse poder de refrear, que no presente impede a aparição final e completa do 
anticristo, é a presença pessoal do Espírito Santo dentro da igreja. Isso torna-se 
claro enquanto seguimos o desdobrar da revelação das Escrituras em relação à 
Pessoa e à obra do Espírito Santo. Bem no início da Bíblia, em Gênesis 1:2, diz 
que: “e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Dali em diante por 
todo o Antigo Testamento, nós encontramos frequentes referências da atividade 
do Espírito Santo na terra. Entretanto, no término do Seu ministério terreno, 
Jesus prometeu aos discípulos que o Espírito Santo viria em breve a eles de uma 
nova maneira, diferente de tudo que já tinha acontecido na terra até aquele 
momento. 
Em João 14:16-17, Jesus dá essa promessa: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará 
outro Consolador, para que fique convosco para sempre; 
O Espírito de verdade (um título do Espírito Santo) ... porque habita convosco, e 
estará em vós.”. Nós podemos parafrasear essa promessa de Jesus assim: “Eu 
tenho estado com vocês em presença pessoal por três anos e meio, e agora 
17 
 
estou quase a deixar-vos. Depois de Eu ter partido, outra Pessoa virá ocupar o 
meu lugar. Essa Pessoa é o Espírito Santo. Quando Ele vier, Ele ficará com 
vocês para sempre”. 
Em João 16:12-13, Jesus retorna a esse tema pela terceira vez: “Ainda tenho 
muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. 
Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a 
verdade…”. No texto original Grego, o pronome “ele” está no sexo masculino, 
mas o substantivo “Espírito” é neutro. Esse conflito gramatical de sexos mostra 
a dupla natureza do Espírito Santo – tanto pessoal como impessoal. Isso 
concorda com a linguagem usada por Paulo em 2 Tessalonicenses, capítulo 2, 
em relação ao poder que detém a aparição do anticristo. No versículo 6 Paulo 
diz: “O que o está detendo” (NVI), e no versículo 7 ele diz: “Aquele que agora o 
detém” (NVI). Essa similaridade de expressão confirma a identificação, desse 
poder de deter, com o Espírito Santo. 
A troca de pessoas prometida por Jesus foi realizada em dois estágios: primeiro, 
a ascensão de Jesus aos céus; então, dez dias depois, a descida do Espírito 
Santo no dia de Pentecoste. Neste ponto da história, o Espírito Santo desceu 
como uma Pessoa do céu e tomou a Sua residência na terra. Agora Ele é o 
Representante pessoal da Divindade residente na terra. O Seu local presente de 
habitação é o corpo dos crentes verdadeiros, chamados coletivamente “a igreja”. 
A esse corpo de crentes, Paulo diz em 1 Coríntios 3:16: “Não sabeis vós que 
sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 
O grande ministério do Espírito Santo dentro da igreja é preparar um corpo 
completado para Cristo. 
O grande ministério do Espírito Santo dentro da igreja é 
preparar um corpo completado para Cristo. 
Depois de completo, esse corpo será apresentado a Cristo, como uma noiva é 
apresentada ao noivo. Tão logo o ministério do Espírito Santo dentro da igreja 
tiver terminado, Ele será novamente retirado da terra, levando com Ele o corpo 
completado de Cristo. Deste modo nós podemos descrever a declaração de 
Paulo em 2 Tessalonicenses 2:7 como segue: “Ele (o Espírito Santo) que agora 
o detém (o anticristo) irá continuar a fazê-lo até que ele seja retirado”. 
A oposição entre o Espírito Santo e o espírito do anticristo também é descrito em 
1 João 4:3-4: “E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne 
não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de 
vir, e eis que já agora está no mundo. Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes 
vencido; porque maioré o que está em vós do que o que está no mundo.”. 
O espírito do anticristo está no mundo, trabalhando tendo como objetivo o 
aparecimento do próprio anticristo. Nos discípulos de Cristo está o Espírito 
Santo, detendo o aparecimento do anticristo. Portanto os discípulos que são 
habitados pelo Espírito Santo agem como uma barreira, detendo o clímax da 
iniquidade e o aparecimento final do anticristo. Apenas quando o Espírito Santo, 
junto com o corpo completado dos discípulos de Cristo, for retirado da terra, as 
18 
 
forças da iniquidade irão poder realizar sem impedimento o término dos seus 
propósitos no anticristo. Enquanto isso, é tanto um privilégio como uma 
responsabilidade dos discípulos de Cristo, pelo poder do Espírito Santo, 
“superar” as forças do anticristo e detê-las. 
 
As Consequências do Fracasso 
Como o sal da terra, então, nós que somos discípulos de Cristo temos duas 
responsabilidades principais. Primeiro, através da nossa presença nós 
recomendamos a terra à contínua graça e misericórdia de Deus. Segundo, pelo 
poder do Espírito Santo que está dentro de nós, nós detemos as forças da 
corrupção até o tempo designado por Deus. 
Cumprindo com essas responsabilidades, a igreja levanta-se como uma barreira 
à realização da ambição suprema de satanás, a qual é ganhar domínio de toda 
a terra. Isso explica porque Paulo diz em 2 Tessalonicenses 2:3 “…porque não 
será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do 
pecado… (anticristo)”. A palavra apostasia literalmente significa um abandono 
da fé. Enquanto a igreja permanecer firme e não descomprometer a sua fé, ela 
tem o poder para deter a manifestação final do anticristo. 
Enquanto a igreja permanecer firme e não descomprometer a sua fé, 
ela tem o poder para deter a manifestação final do anticristo. 
O próprio satanás entende perfeitamente isso, e por isso o seu principal objetivo 
é enfraquecer a fé e a justiça da igreja. Quando ele alcançar isso, a barreira dos 
seus propósitos será removida, e o caminho estará aberto para ele ganhar tanto 
o controle espiritual como o político de toda a terra. 
Imagine que satanás tivesse sucesso, porque nós, como cristãos, falhamos em 
cumprir nossas responsabilidades. O que aconteceria? O próprio Jesus nos dá 
a resposta. Nós nos tornamos “sal insípido”. Ele nos adverte do destino que virá 
para tal sal insípido: “…Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser 
pisado pelos homens.”. (Mateus 5:13). 
“Para nada mais presta”! Isso certamente é uma severa condenação. E o que se 
seguirá? Nós seremos “lançados fora” ou rejeitados por Deus. Então seremos 
“pisados pelos homens”. O homem torna-se o instrumento do julgamento de 
Deus sobre uma igreja insípida e apóstata. Se, dentro da igreja, falharmos em 
deter as forças da impiedade, o nosso julgamento será entregue nas mãos 
dessas mesmas forças. 
As alternativas que nos confrontam estão claramente apresentadas por Paulo 
em Romanos 12:21: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o 
bem.”. Só existem duas escolhas: ou vencer ou ser vencido. Não existe meio 
termo, não há uma terceira opção para nós. Nós podemos usar o bem que Deus 
tem colocado a nossa disposição para vencer o mal que nos confronta. Mas se 
falharmos em fazer isso, então esse próprio mal irá por sua vez derrotar-nos. 
19 
 
Essa mensagem aplica-se com especial urgência àqueles que vivem em terras 
onde ainda desfrutamos de liberdade de proclamar e praticar a nossa fé cristã. 
Hoje em dia, em muitas terras, os cristãos perderam essa liberdade. Ao mesmo 
tempo milhões multiplicam-se, nessas terras, que tem sido doutrinados 
sistematicamente a odiar e desprezar o cristianismo e tudo o que ele defende. 
Portanto para pessoas doutrinadas desta forma, não poderia haver maior prazer 
do que esmagar debaixo dos seus pés, esses cristãos que ainda não estão 
debaixo de seu domínio. 
Se nós prestarmos atenção à advertência de Jesus, e cumprirmos as nossas 
funções como o sal da terra, teremos poder de prevenir isso. Mas se nós 
negligenciarmos as nossas responsabilidades e sofrermos o julgamento que se 
seguirá, o reflexo mais amargo de tudo isso será: nunca precisava ter 
acontecido! 
 
 
20 
 
Capítulo 2 
Um Reino de Sacerdotes 
 
Deus tem-nos revestido – o Seu povo crente, na terra – com autoridade, através 
da qual nós podemos determinar os destinos de nações e governos. Ele espera 
que usemos a nossa autoridade tanto para a Sua glória, como para o nosso 
próprio bem. Se falharmos em fazer assim, teremos de prestar contas pelas 
consequências. Assim é a mensagem das Escrituras, desvendada tanto por 
preceito como por padrão. É confirmada pelas experiências pessoais de muitos 
crentes e está escrita nas páginas da história de nações inteiras. Em capítulos 
mais adiante, examinaremos momentos específicos disto, retirados de recentes 
eventos da história mundial e também dos anais da história Americana. Mas 
primeiro, neste capítulo, estudaremos a base bíblica para essa autoridade. 
 
A Palavra de Deus na Boca do Homem 
Um importante exemplo é provido pela carreira do profeta Jeremias. Nos 
primeiros dez versículos do primeiro capítulo de Jeremias, Deus declara que Ele 
separou Jeremias “… às nações te dei por profeta.” (1:5). Jeremias em resposta, 
protesta a sua inabilidade para cumprir essa função, dizendo: “… Eis que não 
sei falar; porque ainda sou um menino.”. Entretanto, Deus reafirma Seu 
chamado em termos mais forte e conclui dizendo: “Olha, ponho-te neste dia 
sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para 
destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares.” (v. 10). 
Que posição exaltada para um homem jovem, a de ser posto “sobre as nações 
e sobre os reinos”. Isso é autoridade num plano mais elevado do que as forças 
normais que moldam a política secular. A julgar pelas aparências externas, a 
carreira subsequente de Jeremias deu pouca indicação de tal autoridade. Pelo 
contrário, a sua mensagem foi rejeitada quase universalmente, e ele próprio foi 
sujeito continuamente a injustiça e perseguição. Por vários meses sofreu na 
prisão, e por várias vezes esteve a ponto de morrer, ou por execução ou fome. 
No entanto, o curso da história tem confirmado a autoridade de Jeremias e a sua 
mensagem. As suas mensagens proféticas revelaram os destinos de Israel e de 
quase todas as nações ao redor do Médio Oriente, assim como as nações em 
outras áreas da terra. Dois mil e quinhentos anos se passaram. À luz da história, 
agora é possível fazer uma avaliação objetiva. Ao longo de todos os séculos, o 
destino de cada uma dessas nações tem seguido precisamente o curso predito 
por Jeremias. Quanto mais de perto comparamos as suas histórias 
subsequentes com as profecias de Jeremias, mais descobrimos que 
corresponderam exatamente. Portanto, Jeremias recebeu verdadeiramente 
“autoridade sobre as nações e sobre os reinos”, e pelas profecias que ele proferiu 
tornou-se o árbitro efetivo dos seus destinos. 
21 
 
Qual foi a base dessa tremenda autoridade? A resposta é achada em Jeremias 
1:9: “E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: 
Eis que ponho as minhas palavras na tua boca;”. A autoridade encontra-se nas 
próprias palavras de Deus, transferida a Jeremias. Porque as palavras que 
Jeremias proferiu não foram as suas próprias, mas aquelas que Deus lhe deu, 
elas foram tão eficientes na boca de Jeremias quanto teriam sido na boca do 
próprio Deus. Em todos os assuntos da terra a última palavra é de Deus. 
Em todos os assuntos da terra a última palavra é de Deus. 
Às vezes, entretanto, Deus faz essa palavra ser proclamada através dos lábios 
de um crente na terra. Tal palavra pode ser falada publicamente em profecia, ou 
na exposição autoritária da Escritura. Mais frequentemente, talvez, ela é falada 
no quarto da oração, em petição ou intercessão. 
É importante observar que Jeremias estavanum relacionamento duplo com o 
governo secular dos seus dias. No plano natural, como cidadão de Judá, ele era 
sujeito ao governo da sua nação, representado pelo rei e pelos príncipes. Em 
nenhum sentido ele pregou ou praticou subversão ou anarquia política. 
Tampouco ele jamais buscou escapar ou resistir decretos feitos pelo governo 
concernente a ele, mesmo que eles às vezes fossem arbitrários e injustos. No 
entanto, no plano espiritual no qual Deus o elevou através do seu ministério 
profético, Jeremias exerceu autoridade sobre os próprios governantes a quem 
ele era sujeito no plano natural. 
 
Compartilhando o Trono com Cristo 
A carreira de Jeremias ilustra um princípio, o qual é revelado mais 
completamente no Novo Testamento: cada Cristão tem dupla cidadania. Pelo 
nascimento natural ele é cidadão de uma nação terrena, e ele é sujeito a todas 
as ordenanças e exigências do governo soberano da sua nação. Mas pelo 
renascimento espiritual, através da fé em Cristo, ele também é um cidadão do 
reino celestial de Deus. Essa é a base da declaração de Paulo, já referida no 
nosso capítulo anterior: “a nossa cidadania, porém, está nos céus” (Filipenses 
3:20 NVI). 
Como cidadão dos céus, o cristão é sujeito às leis do reino celestial, mas ele 
também é autorizado a compartilhar na sua autoridade. Esse é o reino do qual 
David fala em Salmos 103:19: “O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, 
e o seu reino domina sobre tudo.”. O reino de Deus é supremo sobre todos os 
outros reinos e sobre todas as outras forças em operação na terra. É o propósito 
de Deus compartilhar a autoridade do Seu reino com o Seu povo crente. Em 
Lucas 12:32 Jesus garante aos Seus discípulos: “Não tenham medo, pequeno 
rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino”(NVI). O conforto dessa 
garantia não depende da força ou dimensão do rebanho, porque ele é um 
“pequeno rebanho” – um grupo de “ovelhas entre lobos” (Mateus 10:16). A 
certeza que o Reino pertence a nós é baseada no agrado do Pai, “… o plano 
22 
 
daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade” (Efésios 
1:11)(NVI). 
Como cristãos, a nossa posição no Reino de Deus é determinada pelo nosso 
relacionamento com Cristo. Paulo explica isso em Efésios 2:4-6: “Todavia, Deus, 
que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida 
com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça 
vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar 
nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. (NVI) 
A graça de Deus identifica-nos com Cristo em três fases sucessivas. Primeiro, 
“deu-nos vida” ou “nos vivificou”. Nós compartilhamos a vida de Cristo. Segundo, 
“nos ressuscitou”, como Cristo foi ressuscitado, do túmulo. Nós compartilhamos 
a ressurreição de Cristo. Terceiro, “nos fez assentar”, no trono, no Reino 
celestial. Nós compartilhamos a autoridade real de Cristo no trono. Nada disso é 
no futuro. Tudo está declarado na forma gramatical do passado, como um fato 
já conquistado. Cada uma dessas três fases se tornou possível, não pelos 
nossos próprios méritos ou esforços, mas somente por aceitar em fé a nossa 
união com Cristo. 
Em Efésios 1:20-21, Paulo descreve a posição de suprema autoridade a qual 
Cristo foi exaltado pelo Pai: “…, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o 
assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais, muito acima de todo governo e 
autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar” (NVI). A 
autoridade de Cristo à direita de Deus, não necessariamente despreza as outras 
formas de autoridade ou governo, mas assume proeminência sobre elas. A 
mesma verdade é expressa pelo título dado duas vezes a Cristo no livro do 
Apocalipse: “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 17:14; 19:16). 
Cristo é o Governante supremo sobre todos os governantes e o Governador 
sobre todos os governos. Essa é a posição no trono que Ele compartilha com o 
Seu povo crente. 
Como podemos então compreender, a magnitude do que nos é disponibilizado? 
A resposta é dada na oração de Paulo nos seguintes versículos de Efésios 
capítulo 1: 
“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu 
conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação;Tendo iluminados os olhos 
do vosso entendimento, para que saibais … qual a sobreexcelente grandeza do 
seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, 
Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua 
direita nos céus,”. Efésios 1:17-20 
Essa revelação não pode vir através do raciocínio natural ou pelo conhecimento 
sensorial. Ela somente vem pelo Espírito Santo. Ele é aquele que faz “que os 
olhos do coração sejam iluminados” e mostra-nos duas verdades entrelaçadas: 
primeiro, que a autoridade de Cristo é agora suprema sobre o universo; segundo, 
que o mesmo poder que exaltou a Cristo a essa posição de autoridade agora 
opera também “em nós, os que cremos”. 
23 
 
Em 1 Coríntios, capítulo 2, Paulo aprofunda mais essas verdades, as quais são 
reveladas aos cristãos somente pelo Espírito Santo. Ele diz: “Mas falamos a 
sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos 
para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, 
se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” (versículos 7-8). 
Esse “a sabedoria de Deus, oculta em mistério” revela Cristo como “Senhor da 
glória”. É “para a nossa glória”, pois isso nos mostra que na nossa união com 
Ele, é que compartilhamos a Sua glória. 
Paulo continua: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o 
ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem,são as que Deus 
preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito,…” 
(versículos 9-10). Paulo novamente enfatiza que esse tipo de conhecimento não 
é transferido através dos sentidos, nem brota dos recursos internos da razão e 
imaginação do homem, a não ser que eles sejam iluminados pelo Espírito Santo. 
No versículo 12, Paulo resume assim: “Mas nós não recebemos o espírito do 
mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o 
que nos é dado gratuitamente por Deus.”. Então uma das bênçãos que nos foi 
dada é a nossa posição em Cristo à mão direita de Deus. Paulo aqui contrasta 
duas fontes de conhecimento. “O espírito do mundo” mostra-nos as coisas desse 
mundo. Através disso, entendemos a nossa cidadania terrena, com todos os 
seus direitos e responsabilidades. Mas “o Espírito que provém de Deus” revela-
nos o Reino de Cristo e o nosso lugar nele. Através disto, entendemos os nossos 
direitos e responsabilidades, como cidadãos dos céus. 
Se, às vezes, a nossa posição em Cristo no trono aparenta ser distante ou irreal, 
a razão é simples: nós não recebemos a revelação que o Espírito Santo, através 
das Escrituras, disponibiliza. Sem essa revelação nós não podemos nem 
entender nem desfrutar os benefícios da nossa cidadania celestial. Ao invés de 
reinar como reis, encontramo-nos ainda trabalhando pesado como escravos. 
 
De Escravos para Reis 
Desde o início, era propósito de Deus compartilhar com o homem o Seu domínio 
sobre a terra. Em Gênesis 1:26, o propósito inicial da criação do homem é 
declarado: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a 
nossa semelhança; e domine (a raça humana) … sobre toda a terra”. Por causa 
da desobediência, Adão e os seus descendentes perderam o direito da sua 
posição de domínio. Ao invés de reinar em obediência como reis, eles foram 
subjugados como escravos do pecado e de satanás. 
No entanto, o domínio que a raça humana perdeu, através de Adão é restaurado 
ao crente, em Cristo. “Porque, se pela ofensa de um só (isto é, a transgressão 
de Adão), a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da 
graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.“ (Romanos 
5:17). As consequências da desobediência de Adãoe da obediência de Cristo 
estão ambas já manifestas nesta presente vida. A morte reina agora sobre os 
24 
 
descrentes. Assim como os crentes agora reinam em vida com Cristo. Através 
da nossa união com Cristo, nós já fomos levantados para compartilhar o trono 
com Ele, e ali estamos agora reinando com Ele. 
O propósito de Deus na redenção do homem, reflete o Seu propósito original na 
criação do homem. A graça redentora de Deus, levanta o homem da sua posição 
de escravatura e o restaura a sua posição de domínio. No Antigo Testamento, 
isso é demonstrado na libertação de Israel da escravidão do Egito. Em Êxodo 
19:6, Deus declara a Israel o propósito pelo qual Ele os tinha redimido: “vocês 
serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.”(NVI) “Um reino de 
sacerdotes” fala do domínio restaurado – realeza em vez de escravidão. Deus 
ofereceu a Israel um duplo privilégio: ministrar como sacerdotes e reinar como 
reis. 
Deus ofereceu a Israel um duplo privilégio: 
ministrar como sacerdotes e reinar como reis. 
Como veremos nos próximos capítulos deste livro, alguns dos grandes santos 
de Israel, como Daniel, entraram nessa alta vocação. Entretanto, na sua maioria, 
a nação falhou em aceitar as graciosas promessas de Deus. 
No Novo Testamento, para aqueles redimidos pela fé em Cristo, Deus renova o 
chamado que Ele deu originalmente a Israel. Em 1 Pedro 2:5, os cristãos são 
chamados “sacerdócio santo”. Como sacerdotes do Novo Testamento, o seu 
ministério é de “oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de 
Jesus Cristo”.(NVI) Os “sacrifícios espirituais” oferecidos pelos cristãos são as 
várias formas de oração – particularmente adoração e intercessão. Então, em 1 
Pedro 2:9, os cristãos são também chamados “sacerdócio real”. A frase 
“sacerdócio real” corresponde exatamente a “um reino de sacerdotes” de Êxodo 
19:6. 
No livro do Apocalipse a mesma frase é aplicada novamente duas vezes àqueles 
redimidos pela fé em Jesus Cristo. Em Apocalipse 1:5-6 lemos: “Àquele (Cristo) 
que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis 
e sacerdotes para Deus e seu Pai…”. E novamente em Apocalipse 5:9-10: “com 
o teu sangue nos compraste para Deus 
... E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes…”. O propósito de Deus de 
fazer o Seu povo remido “um reino de sacerdotes” é declarado no total quatro 
vezes nas Escrituras – uma vez no Antigo Testamento e três vezes no Novo 
Testamento. Em todos os três instantes no Novo Testamento, o propósito de 
Deus é apresentado, não como algo ainda para acontecer no futuro, mas como 
um facto já consumado para nós como cristãos, através da nossa posição em 
Cristo. 
 
Nós Governamos pela Oração 
Em Salmos 110:1-4, David pinta um quadro de Cristo reinando como Rei e 
Sacerdote junto com o Seu povo crente. Cada detalhe dessa cena é significante 
25 
 
e merece nossa atenção cuidadosa. A linguagem e as imagens inspiradas que 
David usa, devem ser interpretadas em referência com outras passagens 
relacionadas nas Escrituras. 
No primeiro versículo, temos a revelação de Cristo como Rei, entronizado a mão 
direita do Pai: “O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita até que 
eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés”(NVI). Nenhum outro 
versículo do Antigo Testamento é citado mais vezes no Novo Testamento do que 
esse. Em três evangelhos, Jesus cita as palavras de David e aplica-as a Si 
próprio (Mateus 22:44; Marcos 12:36; Lucas 20:42-43). Elas são aplicadas a 
Jesus por Pedro. do mesmo modo. em seu sermão no dia de Pentecoste (Atos 
2:34-35). A verdade do Reinado de Cristo é apresentada semelhantemente por 
David nos Salmos 2:6, onde o Pai declara: “Eu mesmo estabeleci o meu rei em 
Sião, no meu santo monte”. (NVI) 
No versículo 4, do Salmo 110, o quadro de David é completado pela revelação 
de Cristo como Sacerdote: “O Senhor jurou e não se arrependerá: tu és 
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.(NVI) Todo o 
ensinamento da Epístola aos Hebreus concernente ao Sumo Sacerdócio de 
Cristo é baseado nesse versículo de Salmos 110. O escritor aos Hebreus 
enfatiza que em Melquisedeque, havia a união das duas funções do reinado e 
do sacerdócio. Melquisedeque foi “sacerdote do Deus Altíssimo”. Além disso, ele 
era, pelo próprio significado do seu nome, “rei de justiça, e depois também rei de 
Salém, que é rei de paz;” (Hebreus 7:1-2). 
Assim é o duplo ministério que agora Cristo executa à mão direita do Pai. Como 
Rei, Ele governa. Como Sacerdote, Ele intercede: “Vivendo sempre para 
interceder por eles” (Hebreus 7:25). 
Salmo 110, versículo 2, descreve a maneira como a autoridade real de Cristo é 
exercida: “O Senhor enviará o cetro da tua fortaleza (do teu poder) desde Sião, 
dizendo: Domina no meio dos teus inimigos.” Essa é a situação hoje no mundo. 
Os inimigos de Cristo não foram definitivamente subjugados, mas ainda estão 
ativamente trabalhando, opondo-se ao Seu governo e ao Seu Reino. No entanto, 
Cristo foi exaltado e recebeu autoridade sobre todos eles. Dessa maneira Ele 
governa agora “no meio dos Seus inimigos”. 
David fala sobre “o cetro do teu poder” (Salmos 110:2)(NVI). É através disso que 
Cristo governa. O “cetro” nas Escrituras é a marca da autoridade de um 
governante. Quando Moisés estendeu a sua vara, as pragas de Deus vieram 
sobre o Egito e mais tarde as águas do Mar Vermelho se abriram diante de Israel 
(Êxodo capítulos 7-14). Como sumo sacerdote e cabeça sobre a tribo de Levi, 
Arão tinha uma vara que tinha o seu nome inscrito. (Veja Números 17:3) O 
mesmo se aplica a Cristo. A Sua autoridade torna-se eficaz pelo uso do Seu 
nome. 
Na cena pintada por David, o cetro não é estendido pela própria mão de Cristo, 
mas é estendida “desde Sião”. Em todas as Escrituras, Sião denota o lugar da 
assembleia do povo de Deus. Falando para cristãos, o escritor aos Hebreus diz: 
“Mas chegaste ao monte Sião... à universal assembléia e igreja dos 
26 
 
primogênitos, que estão inscritos nos céus...” (Hebreus 12:22-23). Por direito da 
nossa cidadania celestial, tomamos o nosso lugar nesta assembleia que está 
reunida em Sião. 
É aqui que nós participamos do duplo ministério de Cristo. Como reis, nós 
governamos com Ele. Como sacerdotes, nós compartilhamos o Seu ministério 
de oração e intercessão. Nós nunca devemos separar essas duas funções uma 
da outra. Se formos reinar como reis, devemos servir como sacerdotes. O 
exercício do nosso ministério sacerdotal é a chave para o exercício da nossa 
autoridade real. 
Se formos reinar como reis, devemos servir como sacerdotes. 
O exercício do nosso ministério sacerdotal é a chave para 
o exercício da nossa autoridade real. 
É através da oração e intercessão, que administramos a autoridade que é nossa 
em nome de Jesus. 
Este quadro de David, maravilhosamente ilustra o ministério de oração da igreja! 
No mundo, as forças do mal estão crescendo de todos os lados, rejeitando a 
autoridade de Cristo, e opondo-se ao trabalho do Seu reino. Mas “no meio”, os 
cristãos ajuntam-se em ordem divina como reis e sacerdotes. A partir da sua 
assembleia a vara da autoridade de Cristo, exercida em Seu nome, é “estendida” 
através das suas orações. Em toda direção que a vara for estendida, as forças 
do mal são forçadas a render-se, e Cristo por Sua vez é exaltado, e o Seu 
reino avança. 
Todos os cristãos olham para o futuro, para o dia quando os inimigos de Cristo 
serão subjugados finalmente e completamente, e Ele será manifesto 
abertamente, e reconhecido universalmente como Rei. A Bíblia promete que 
esse dia irá chegar. Mas nós não podemos permitir que a glória prometida para 
o futuro, nos cegue para a realidade da posição presente de Cristo à mão direita 
de Deus. Cristo até mesmo agora governa “no meio de Seus inimigos”, e nós 
governamos com Ele. É nossa responsabilidade exercitarautoridade que é 
nossa através do Seu nome, e diante de todas as forças do mal, demonstrar que 
Cristo já é o “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Capítulo 3 
Orando pelo Nosso Governo 
 
Cristo é o “Senhor dos senhores, e o Rei dos reis” (Apocalipse 17:14). Ele é o 
Governante dos governantes e o Governador sobre os governadores da terra. A 
Sua autoridade sobre todos os governos da terra está disponível em Seu nome 
para a igreja - a assembleia do Seu povo crente. Como Moisés estendia a sua 
vara da parte de Deus sobre o Egito, assim a igreja através das suas orações 
estende a autoridade de Cristo sobre as nações e os seus governantes. 
 
Um Bom Governo é da Vontade de Deus 
Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo o instrui na correta administração e 
ordem da igreja local, a qual ele chama de casa de Deus. (veja 1 Timóteo 3:14-
15) Paulo também dá orientações para o ministério de oração da igreja: 
“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações (súplicas), 
orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e 
por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e 
sossegada, em toda a piedade e honestidade;”. (1 Timóteo 2:1-4) 
“Antes de tudo”, Paulo pede por “súplicas, orações, intercessões e ações de 
graças”. Se fôssemos escolher um termo para cobrir todas as quatro atividades, 
seria oração. A primeira obrigação dos cristãos que estão juntos em comunhão 
é a oração. Também é a sua atividade primária dirigida para o exterior. 
No segundo versículo, Paulo diz que a oração deve ser oferecida “por todos os 
homens”. Isso está de acordo com a profecia de Isaías 56:7, onde Deus diz: “… 
a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. Deus está 
preocupado com “todos os homens” e “todos os povos”. Ele espera que o Seu 
povo compartilhe as Suas preocupações. Compare isso com a estreita, egoísta 
oração de muitos cristãos professos! Alguém ofereceu a seguinte paródia da 
oração comum dos membros da igreja: “Deus me abençoe, minha esposa, meu 
filho João e sua esposa. Nós quatro. Ninguém mais. Amém!” 
Depois de “todos os homens”, o primeiro tópico específico para orar é “reis e por 
todos que exercem autoridade”(NVI). Em países como os Estados Unidos, que 
não têm monarquia, a palavra “reis” não se aplica. De qualquer jeito, quer exista 
uma monarquia quer não, a frase, “por todos que exercem autoridade”, indica 
todos que são responsáveis por governar uma nação. Isso pode ser resumido 
na única palavra: governo. 
28 
 
Dessa maneira, o primeiro tópico específico de oração ordenado por Deus para 
o Seu povo junto em comunhão é o governo. Por uma extensa experiência estou 
convencido que a grande maioria de cristãos professos nunca dá qualquer 
consideração séria a esse tópico nas suas orações. Eles não só não oram “antes 
de tudo” pelo governo, eles de todo raramente oram por ele! Eles oram 
regularmente por grupos como os doentes, os presos, pregadores, missionários, 
evangelistas, os descrentes – qualquer coisa, e todos, menos o grupo que Deus 
coloca primeiro – o governo. Não é exagero dizer que muitos que reivindicam 
serem cristãos comprometidos, nunca oram seriamente pelo governo da sua 
nação pelo menos uma vez por semana! 
Quando oramos pelo governo, que petição específica somos exortados a fazer? 
No segundo versículo, Paulo responde: “para que tenhamos uma vida quieta e 
sossegada, em toda a piedade e honestidade;”. Será que o tipo de governo ao 
que estamos sujeitos afeta a maneira que vivemos? Claro que sim. Portanto, se 
desejamos uma boa maneira de viver, tanto a lógica como o interesse próprio, 
indica que devemos orar pelo nosso governo. 
Esse entendimento veio a mim de uma nova maneira quando eu me inscrevi 
para ter a cidadania dos Estados Unidos. Como todos os que se inscrevem, 
exigiram que eu estudasse em linhas gerais os princípios básicos e os propósitos 
da Constituição Americana. Enquanto meditava nisso, perguntei a mim próprio: 
“Qual foi o verdadeiro objetivo daqueles que originalmente elaboraram a 
Constituição?” Eu concluí que o seu objetivo poderia ser resumido com completa 
precisão nas palavras de Paulo: “para que tenhamos uma vida tranquila e 
pacífica, com toda a piedade e dignidade”.(NVI) Os autores da Constituição 
tinham como objetivo, um estado no qual cada cidadão fosse livre para tentar 
alcançar os seus próprios e legítimos interesses sem interferência de outros 
cidadãos ou do governo, mas com a proteção do governo e dos seus 
funcionários. Julgando pela linguagem que eles na maioria – se não todos – 
daqueles que esboçaram a Constituição, usavam, eles viam que esse estado 
somente era algo possível debaixo da proteção e do favor soberano do Deus 
Todo-Poderoso. Os cidadãos cristãos dos Estados Unidos deveriam para 
sempre ser gratos, que o alvará básico da sua nação concorda tão exatamente 
com os propósitos e princípios de um governo ordenado pelas Escrituras. 
Continuando em 1 Timóteo 2, Paulo diz no versículo 3: “Isso é bom e agradável 
perante Deus, nosso Salvador” (NVI). O pronome “isso” se refere ao tópico do 
versículo 2, o qual nós resumimos como “bom governo”. Se nós substituirmos o 
pronome isso pela frase o qual ele se refere, chegamos à seguinte declaração: 
“um bom governo é bom e agradável perante Deus”. Ainda mais simples, “Um 
bom governo é a vontade de Deus.” 
Aqui está uma declaração com as consequências mais abrangentes. Cremos 
verdadeiramente nisso? Julgando pelas palavras e ações de muitos cristãos, 
29 
 
eles têm pouca ou nenhuma expectativa de um bom governo. Eles estão mais 
ou menos conformados ao facto de que o governo será ineficiente, 
desperdicioso, arbitrário, corrupto, injusto. Da minha parte eu tenho estudado 
muito e cuidadosamente essa pergunta à luz da lógica e das Escrituras, e 
cheguei a uma profunda convicção em relação à vontade de Deus nessa área: 
É a vontade de Deus, um bom governo. 
 
Porque Deus Deseja um Bom Governo? 
Avançando para o versículo 4, descobrimos que Paulo declara a razão porque 
um bom governo é a vontade de Deus: Deus deseja “que todos os homens sejam 
salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”.(NVI) Deus deseja tão 
intensamente a salvação de todos os homens que Ele fez o possível pelo 
supremo sacrifício da história, a morte expiatória de Jesus Cristo na cruz. Através 
da fé na expiação de Cristo, a salvação tornou-se disponível a todos os homens. 
Entretanto, para o homem “ser salvo”, ele primeiro precisa “chegar ao 
conhecimento da verdade” em relação à expiação de Cristo. Isso só é possível 
se o Evangelho for pregado para ele. 
Paulo apresenta esse assunto muito claramente em Romanos 10:13-14: “Porque 
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de 
quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?” A não ser que o 
Evangelho seja pregado para ele, o homem não pode beneficiar da salvação 
comprada para ele pela expiação de Cristo. 
Nós podemos resumir a lógica disto de uma forma muito simples, Deus deseja 
que “todos os homens sejam salvos”. Para isso é necessário que eles “cheguem 
ao conhecimento da verdade”. “Conhecimento da verdade” vem somente através 
da pregação do Evangelho. Portanto, Deus deseja que o Evangelho seja 
pregado a todos os homens. 
Resta somente que tracemos a conexão entre um bom governo e a pregação do 
Evangelho. Podemos fazer isso fazendo uma simples pergunta: Que tipo de 
governo torna mais fácil pregar o Evangelho? Um bom governo? Ou um mau 
governo? Para obter uma resposta a essa pergunta, podemos rapidamente 
contrastar os efeitos de um governo bom e de um mau, no que diz respeito a 
pregação do Evangelho. 
De um lado, um bom governo mantém a lei e a ordem, mantém a comunicação 
aberta, preserva a liberdade civil, protege a liberdade de expressão eliberdade 
de reunião. (É digno de citar, que quase todos esses pontos são especificamente 
cobertos pela Constituição dos Estados Unidos). Em poucas palavras, um bom 
30 
 
governo, sem envolver-se em controvérsia religiosa, provê um clima no qual o 
Evangelho pode ser pregado efetivamente. 
Por outro lado, um mau governo permite o quebrar da lei e da ordem, permite 
condições inseguras de viagem e comunicações pobres, e impõe restrições 
injustas e arbitrárias. Em todos esses sentidos, mesmo em níveis diferentes, um 
mau governo dificulta a pregação eficaz da verdade. Na pior hipótese, um mau 
governo ou restringe ou elimina totalmente, o direito universal de todos os 
homens de crer e de expressar a sua fé em adoração e proclamação públicas. 
Em menor ou maior grau, vemos essas condições hoje em países debaixo de 
um governo comunista. 
Portanto, a nossa conclusão é que um bom governo facilita a pregação do 
Evangelho, enquanto um mau governo a dificulta. Por essa razão, um bom 
governo é a vontade de Deus. 
Estamos agora em condições de apresentar o ensinamento de 1 Timóteo 2:1-4 
numa série de passos lógicos e simples: 
1. O primeiro ministério e atividade dirigido para o exterior, dos crentes que 
se juntam em comunhão regularmente, é orar. 
2. O primeiro tópico específico de oração é o governo. 
3. Devemos orar por um bom governo. 
4. Deus deseja que todos os homens ouçam a pregação da verdade do 
Evangelho. 
5. Um bom governo facilita a pregação do Evangelho, enquanto um mau 
governo a dificulta. 
6. Portanto, um bom governo é a vontade de Deus. 
 
Orando com o Conhecimento da Vontade de Deus 
A última frase do resumo acima tem as consequências mais abrangentes para 
as nossas orações. Em toda oração eficiente a questão decisiva é o 
conhecimento da vontade de Deus. 
Em toda oração eficiente a questão decisiva é 
o conhecimento da vontade de Deus. 
Se soubermos que o que estamos orando está de acordo com a vontade de 
Deus, então teremos fé para reivindicar. Mas se não estivermos seguros da 
vontade de Deus, as nossas orações serão vacilantes e ineficientes. Em Tiago 
1:6-7, Tiago adverte-nos que tais orações com dúvidas não receberão resposta: 
“…porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, 
e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do 
Senhor alguma coisa.”. 
31 
 
Por outro lado, João descreve a confiança que vem pela certeza da vontade de 
Deus: “Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos 
alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos 
que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele 
pedimos” (1João 5:14-15)(NVI). 
O ensinamento de João nessa passagem gira em torno do conhecimento da 
vontade de Deus. Desde que saibamos que estamos orando em pleno acordo 
com a vontade de Deus, nós podemos saber “que temos” o que pedimos. O uso 
da forma presente “que temos” não necessariamente indica uma manifestação 
imediata daquilo pelo qual oramos, mas indica sim uma certeza imediata que 
aquilo já foi concedido a nós por Deus. Portanto a quantidade de tempo que leva 
para a sua completa manifestação não consegue afetar a confiança inicial. 
Isso está de acordo com o ensinamento de Marcos 11:24: “Portanto, eu lhes 
digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim 
lhes sucederá”.(NVI) Receber vem no exato momento da oração. Depois disso, 
a verdadeira manifestação daquilo que recebemos segue no tempo apropriado. 
Com essa explicação preliminar, agora é possível aplicar a 1 João 5:14-15 o 
mesmo tipo de análise lógica que já aplicamos a 1 Timóteo 2:1-4. O ensinamento 
de João nesses versículos pode ser resumido assim: 
1. Se soubermos que estamos orando por qualquer coisa de acordo com a 
vontade de Deus, sabemos que Ele nos ouve. 
2. Se soubermos que Deus nos ouve, sabemos que temos aquilo pelo qual 
oramos. (Isso não, necessariamente, indica realização imediata). 
Para compreender completamente o que podemos conquistar orando pelo nosso 
governo, precisamos associar o ensinamento de João com o de Paulo. O 
resultado é o seguinte: 
1. Se orarmos por qualquer coisa sabendo que está de acordo com a 
vontade de Deus, temos a certeza que isso nos é concedido. 
2. Um bom governo está de acordo com a vontade de Deus. 
3. Se soubermos disso e orarmos por um bom governo, temos a certeza que 
um bom governo nos é concedido. 
Porque, então, a maioria dos cristãos não tem a garantia de um bom governo? 
Só pode haver duas razões: ou eles não oram nunca por um bom governo; ou 
eles oram por um bom governo, mas sem o conhecimento que é da vontade de 
Deus. 
Essas conclusões tiradas das Escrituras têm sido confirmadas por minhas 
observações pessoais. A grande maioria dos cristãos nunca ora seriamente por 
um bom governo. Dos poucos que oram por um bom governo, dificilmente 
alguém o faz com a convicção bíblica que verdadeiramente é da vontade de 
32 
 
Deus. Qualquer uma dessas observações aplicada a qualquer situação, levará 
à mesma conclusão: Deus tornou possível aos cristãos, por suas orações, 
garantir um bom governo. Cristãos que falham em exercitar essa autoridade 
dada por Deus, são gravemente culpados – tanto a Deus como aos seus países. 
Tendo crescido na Grã-Bretanha, eu fico constantemente chocado pela maneira 
como os americanos normalmente falam sobre os seus ministros 
governamentais. Eu não conheço nenhuma nação europeia – tanto fora como 
dentro da Cortina de Ferro – onde as pessoas se permitam falar sobre os seus 
governantes com o desrespeito ou cinismo que regularmente se escuta na 
América. A ironia disso, é que numa democracia eletiva, aqueles que 
continuamente criticam os seus governantes estão, na verdade, criticando eles 
mesmos, uma vez que está dentro do seu poder pelo processo da eleição mudar 
esses governantes e substituí-los por outros. Isso aplica-se com força duplicada 
aos cristãos em tais democracias, que além do mecanismo político normal, 
também têm disponível para eles o poder na oração dado por Deus, através do 
qual podem causar as mudanças, as quais acreditam ser desejáveis, ou no 
pessoal, ou na política do governo. 
A verdade é que Deus não responsabiliza os cristãos de criticar o seu governo, 
mas os responsabiliza em orar por ele. Enquanto eles falham em orar, os cristãos 
não têm direito de criticar. Na verdade, a maioria dos líderes e administradores 
políticos são mais fiéis em executar as suas funções seculares do que os cristãos 
em executar as suas funções espirituais. Além disso, se os cristãos seriamente 
começassem a interceder, logo teriam menos a criticar. 
Eu estou persuadido de que a raiz do problema com a maioria dos cristãos não 
é falta de vontade, mas falta de conhecimento. Que este facto seja primeiro 
claramente estabelecido: um bom governo é a vontade de Deus. Isso proverá 
tanto a fé como o incentivo, que os cristãos precisam para orarem eficientemente 
por seu governo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Capítulo 4 
Os Governantes são Agentes de Deus 
 
Na política, assim como em muitos outros campos de atividades, o homem luta 
continuamente por promoção. Entretanto, poucos fazem essa pergunta: De onde 
vem a promoção? Qual é o poder que exalta o homem a posições de autoridade, 
ou o remove de tais posições? 
 
A Promoção Vem de Deus 
Em Salmos 75, a Bíblia expressa essa pergunta: 
“Disse eu aos loucos: Não enlouqueçais, e aos ímpios: Não levanteis a fronte; 
Não levanteis a vossa fronte altiva, nem faleis com cerviz dura. 
Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação. 
Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta.”. (Salmos 75:4-7) 
O salmista começa advertindo os homens contra a sua própria autoconfiança e 
arrogância. “levanteis a fronte” sugere o desejo por engrandecimentopessoal. 
“faleis com cerviz dura” sugere auto-afirmação arrogante. Esses não são os 
caminhos para a promoção. De facto, a promoção não vem do nível terreno. 
Podemos interpretar as três direções oriente, ocidente, e o deserto como 
representando as várias fontes para as quais o homem tem a tendência olhar 
para o engrandecimento político, tais como a saúde, educação, posição social, 
relações influentes e poder militar. O termo usado aqui para a busca da sua 
própria exaltação através de fontes como essas é, “enlouqueçais”. A promoção 
vem de Deus. É Ele que tanto exalta o homem, como o humilha. 
O registo dos quarenta e um homens que ocuparam até agora o cargo de 
Presidente dos Estados Unidos é uma notável confirmação de que a fonte do 
poder político está fora do homem que o exercita. Isso é bem ilustrado por uma 
passagem dos escritos do falecido Presidente John F. Kennedy: 
“Essa compreensão da natureza do governar, confirma a lição 
da nossa história de que não existe programa de treinamento 
vocacional para a presidência; nenhuma área específica de 
conhecimento que seja peculiarmente relevante. Tampouco 
existem qualidades de grande liderança tirada de qualquer 
seção particular do país ou seção da sociedade. Nove dos 
nossos Presidentes, dentre eles alguns dos mais brilhantes 
no cargo, não frequentaram a faculdade, enquanto que Thomas 
34 
 
Jefferson foi um dos maiores estudiosos da época, e Woodrow 
Wilson, foi presidente da Universidade de Princeton. Nós 
tivemos Presidentes que foram advogados, soldados, e 
professores. Um foi engenheiro e um outro jornalista. Eles 
vieram das famílias mais prósperas e ilustres da nação, e 
de berços pobres e anónimos. Alguns, aparentemente foram 
dotados com grandes habilidades e excelentes qualidades, mas 
entretanto, foram incapazes de enfrentar as exigências do 
cargo, enquanto outros se levantaram numa grandeza, muito 
além de qualquer expectativa” (1962, Parade Publications, 
Inc. 733 Third Ave. New York, NY). 
Se voltarmos aos registos dos Reis de Israel, não encontramos nenhum que 
tenha alcançado um crescimento mais espetacular do que David. Começou a 
vida como um pobre pastorzinho, e terminou os seus dias em vitória e honra 
como governante de um império poderoso. Diferente de muitos outros homens 
que alcançaram grandeza política, David reconheceu a fonte do seu sucesso. 
Numa oração a Deus pronunciada perto do fim da sua vida, ele atribuiu a sua 
grandeza somente a Deus: 
“E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão 
há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.” (1 
Crônicas 29:12). Sábio e feliz é o governante que reconhece a verdadeira fonte 
do seu poder! 
Daniel é outro grande personagem da Bíblia que descobriu a verdadeira fonte do 
poder político. Desafiado pelo Rei Nabucodonosor para revelar tanto o sonho do 
Rei como a sua interpretação, ele e os seus companheiros buscaram a Deus em 
oração fervorosa, e receberam a resposta por revelação direta (Daniel 2:17-19). 
Em resposta, Daniel ofereceu a sua oração de gratidão e reconhecimento: 
“Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a 
sabedoria e a força;E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e 
estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.” 
(Daniel 2:20-21). 
No quarto capítulo de Daniel, o profeta é chamado novamente para interpretar 
um sonho do Rei Nabucodonosor. Em relação a esse sonho Daniel diz ao Rei: 
“Esta sentença é por decreto dos vigias, e esta ordem por mandado dos santos, 
a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino 
dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde (simples) dos homens 
constitui sobre ele.”. (Daniel 4:17) 
Deus quer que o homem reconheça que Ele é o governante supremo sobre todos 
os assuntos humanos, e que governantes terrenos são levantados por Seu 
35 
 
decreto. Não apenas isso, mas às vezes Deus verdadeiramente levanta como 
governante “o mais simples dos homens”. 
 
Como Deus Usa os Governantes Humanos 
Por que Deus deveria levantar “homens simples” como governantes? A resposta 
é dada através do caso de Nabucodonosor. Deus usa governantes humanos 
como instrumentos de julgamento sobre o Seu próprio povo. A nação Judaica 
tinha ofendido persistentemente a Deus com apostasia religiosa e injustiça 
social. Depois de muitas advertências, Deus colocou sobre eles o Rei 
Nabucodonosor, que era cruel e idólatra. Numa série de julgamentos que 
aumentaram progressivamente em severidade, Nabucodonosor primeiro afastou 
muitos dos Judeus em cativeiro para a Babilônia e impôs impostos à nação. No 
fim, ele destruiu a cidade de Jerusalém, junto com o templo, e desarraigou toda 
a nação de sua própria terra. Dessa maneira, Nabucodonosor mesmo na sua 
baixeza, foi o instrumento de Deus para trazer julgamento sobre a nação 
Judaica, que estava desviada e rebelde. 
No entanto, Nabucodonosor é também um exemplo notável, de como a graça e 
o poder de Deus pode mudar um instrumento de julgamento num instrumento de 
misericórdia. Quando Daniel e seus companheiros buscaram a Deus em oração 
fervorosa, Deus mudou o coração de Nabucodonosor. Devido a sabedoria 
especial dada por Deus a Daniel, Nabucodonosor o elevou e aos seus 
companheiros a posições de alto poder. Os três companheiros de Daniel 
tornaram-se governantes da província da Babilônia, enquanto o próprio Daniel 
tornou-se o primeiro ministro de todo o império Babilônico, com poder inferior, 
somente ao do próprio Nabucodonosor. Essa mudança dramática, tanto na 
atitude pessoal de Nabucodonosor como na posição dos Judeus, aconteceu em 
consequência das orações de Daniel e dos seus companheiros. 
A carreira de Daniel, como a de David, são por si só um exemplo da habilidade 
de Deus em elevar um homem de bases simples, para uma posição de grande 
poder político. Na sua juventude, Daniel tinha sido originalmente levado para a 
Babilônia como uma espécie de refém político. Contudo, foi elevado dentro de 
um curto período à posição de primeiro ministro. Mesmo depois da queda do 
império Babilônico, ainda encontramos Daniel ocupando uma posição de 
influência e autoridade no império Medo-Persa que sucedeu sob a autoridade 
de Dario e Ciro. 
Recebemos um vislumbre da vida de oração de Daniel, em Daniel capítulo 6. A 
história indica que a sua prática de oração regular era bem conhecida na corte 
de Dario. Motivados por ciúmes, os rivais de Daniel aproveitaram-se disso como 
uma maneira para incriminá-lo. Eles persuadiram Dario que assinasse um 
decreto através do qual, pelos próximos trinta dias, a oração não era para ser 
36 
 
feita a nenhuma pessoa senão a Dario. A pena por desobedecer esse decreto, 
era a morte sendo o infrator lançado dentro da cova dos leões. 
A resposta de Daniel é registada no versículo 10: “Quando Daniel soube que o 
decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, 
onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três 
vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus”. (NVI) 
Que padrão Daniel estabelece para todos que o seguirão no ministério da 
intercessão! Que modelo de dedicação e persistência! Seu rosto estava 
apontado em direção a Jerusalém. Três vezes, todos os dias ele orava pela 
restauração da cidade e pelo retorno de Israel do exílio a sua própria terra. A sua 
intercessão contínua em favor do seu povo era um compromisso pessoal tão 
solene e tão urgente, que nem mesmo a ameaça de morte poderia detê-lo. 
O resultado da intercessão de Daniel é registado em 2 Crônicas 36:22-23 
“No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a 
palavra do Senhor anunciada por Jeremias, o Senhor tocou o coração de Ciro, 
rei da Pérsia, para que fizesse uma proclamação em todo o território de seu

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