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1 2 DEREK PRINCE Moldando a História com Oração e Jejum As ferramentas simples, mas poderosas que precisa para ter um impacto sobre o destino das nações DEREK PRINCE PORTUGAL 3 Moldando a História com Oração e Jejum As ferramentas simples, mas poderosas que precisa para ter um impacto sobre o destino das nações 4 Ficha técnica Copyricht © 2018 Derek Prince Portugal Tradução portuguesa: Moldando a História com Oração e Jejum Originalmente publicado com o título: Shaping History Through Prayer and Fasting © 1973, 2002 by Derek Prince Ministries–International Autor: Derek Prince Tradução/correção: Conceicão Cabral Redação: Christina van Hamersveld Desenho da capa: Derek Prince Portugal Publicado pelo: Derek Prince Portugal ISBN: 978-989-8501-35-6 Endereço para contacto: Derek Prince Portugal Caminho Novo Lote X 9700-360 Feteira AGH Tel.: (+351) 295 663738 Telm.: (+351) 927992157 E-mail: derekprinceportugal@gmail.com Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt A versão bíblica usada neste livro é: Almeida Corrigida Revisada Fiel, sempre que não seja mencionada informação contrária. mailto:derekprinceportugal@gmail.com http://www.derekprinceportugal.blogspot.pt/ 5 ÍNDICE Prefácio...............................................................................................................6 Uma Proclamação Presidencial Para Um Dia Nacional de Jejum e Oração......8 Introdução..........................................................................................................10 1. O Sal da Terra...........................................................................................12 2. Um Reino de Sacerdotes..........................................................................20 3. Orando Pelo Nosso Governo....................................................................27 4. Os Governantes São Agentes de Deus....................................................33 5. Vendo a História Moldada Pela Oração....................................................40 6. O Jejum Intensifica a Oração....................................................................53 7. O Jejum Traz Libertação e Vitória.............................................................61 8. O Jejum Prepara Para a Chuva Serôdia de Deus….................................69 9. Orientações Práticas Para o Jejum...........................................................77 10. Colocando Um Fundamento Através do Jejum.........................................85 11. Os Jejuns Proclamados na História Americana........................................92 12. A Culminação: A Igreja Gloriosa...............................................................99 Sobre o Autor...................................................................................................107 Sobre Derek Prince Portugal………………………………………………………108 Outros livros por Derek Prince em português……………………………………109 6 Prefácio de Moldando a História com Oração e Jejum Eu era um jovem, na casa dos vinte anos, quando me converti. Em 1984, um rapaz da nossa igreja, deu-me um livro de Derek Prince, Moldando a História com Oração e Jejum. Eu andava verdadeiramente buscando a Deus, e estava começando a explorar, o que era essa coisa do jejum. E quando esse livro apareceu, acendeu um fogo no meu coração. De vez em quando, nós lemos um livro, que simplesmente explode no nosso coração, e tudo no nosso DNA se encaixa no DNA daquele livro. Para mim, esse livro foi: Moldando a História com Oração e Jejum. Este livro mexeu comigo, em dois níveis diferentes. Primeiro, o ensinamento ajudou-me a ter uma melhor perceção dos elementos práticos do jejum. Mas ainda mais importante, as partes deste livro, nas quais Derek Prince conta as suas próprias histórias, de como o jejum e a oração mudaram a história, puseram um fogo no meu coração. Este é o anseio do meu próprio coração: Eu quero ver a igreja liderar o desfile da história. Depois de ler Moldando a História com Oração e Jejum, eu comecei a jejuar (com outros na nossa igreja), e vi um impacto imediato em termos de pessoas sendo salvas e libertas. Então, Deus abriu a porta para a cidade de Pasadena. Acabamos por ter, vários anos depois, um derramamento do Espírito Santo que durou três anos – que eu creio, estava diretamente relacionado ao jejum – onde dezenas de milhares de pessoas, entraram pelas nossas portas, e foram poderosamente tocadas pelo poder de Deus. Em 1994, através de um encontro com um grupo de crianças Tailândesas, o Espírito Santo foi derramado de novo, e um movimento soberano de oração, com jovens, começou ao redor da nação. Então, em 1996 tive um sonho, no qual o Senhor me dirigiu na entrega de uma mensagem do livro de Joel à nação: Chame os jovens da América para o jejum e oração. Continuamos a ter ajuntamentos em 1997, 1998, e 1999 que cresceu até 4.500 jovens reunidos, durante três a cinco dias de jejum e oração. Ultimamente, o “The Call” (o Chamado), surgiu de uma visão profética que recebemos do “Promise Keepers”(“Daqueles que cumprem as suas Promessas”): os corações dos pais voltando para os filhos. Começamos a proclamar que os jovens iriam para Washington, D.C., para jejuar e orar como algo equivalente às reuniões do “Promise Keepers”, e que seria um sinal, que a nação se se estava voltando para Deus. E o livro: Moldando a História com Oração e Jejum, estava por trás de tudo. Durante todo esse processo, esse foi o meu livro didático. 7 Em 1999, encontrei-me com Derek na Flórida. O meu principal alvo era simplesmente agradecer-lhe, e honrar um pai que tinha abençoado o filho, e apenas dizer-lhe que eu estava tão grato pela revelação que ele nos tinha dado através do seu ensino. Oramos juntos e choramos juntos. Para mim foi um momento histórico, e eu estava muito grato. Vivemos numa cultura que é tão resistente a Deus, e ao Seu Espírito, que eu creio que a geração de hoje precisa das armas do jejum e oração, para simplesmente sobreviver. No capitulo 6, Derek fala sobre como o jejum humilha a nossa alma – a parte em nós que exige que seja do nosso jeito – e dá forças ao homem espiritual. Eu preciso disto! Tenho visto isto funcionando na minha própria vida. Porque eu creio que Derek é um dos melhores mestres da igreja, eu quero colocar o livro: Moldando a História com Oração Jejum, nas mãos de cada verdadeiro jovem c ristão. É um livro para o fim dos tempos. Os jovens precisam entender que o jejum é uma maneira ordenada por Deus, de tomar posse dos tesouros do c éu. Enquanto lê este livro, aproveite essas verdades, e coloque-as em prática no seu caminhar com Deus. E permita que os relatos de como o jejum e a oração afetaram os destinos das nações, o inspire a fazer o mesmo. Lou Engle The Call Pasadena, Califórnia 8 Pelo Presidente dos Estados Unidos da América: A Proclamação Para um Dia de Humilhação Nacional Jejum e Oração Considerando que o Senado dos Estados Unidos, devotamente reconhece a Suprema Autoridade e Justo Governo do Deus Todo-Poderoso, em todos osafazeres do homem e das nações, tem, por resolução, sido requerido ao Presidente para designar e separar um dia, para oração e humilhação Nacional. E, considerando que é o dever das nações, assim como do homem, reconhecer a sua dependência do superior poder de Deus, de confessar os seus pecados e transgressões, em humilde contrição, contudo com assegurada confiança, que o genuíno arrependimento, conduzirá a misericórdia e perdão; e reconhecer a sublime verdade, anunciada nas Sagradas Escrituras e provada por toda a história, que somente são abençoadas as nações, cujo Deus é o Senhor. E, pelo facto de sabermos que, pela Sua divina lei, nações, assim como indivíduos. estão sujeitos a passar neste mundo por castigos e correções, será que não tememos justamente, que a terrível calamidade da guerra civil, que agora devasta a terra, possa ser um castigo imposto sobre nós, pelo nosso pecado de presunção, para o necessário objetivo da nossa reforma nacional, como povo no seu todo? Nós temos sido os recipientes das melhores bênçãos dos Céus. Nós temos sido preservados, todos esses anos, em paz e prosperidade. Temos crescido em número, riqueza, e poder como nenhuma outra nação. Mas temos esquecido de Deus. Temos esquecido a graciosa mão, que nos preservou em paz, e nos multiplicou, enriqueceu e fortaleceu; e nós temos em vão imaginado, no engano dos nossos corações, que todas essas bênçãos foram produzidas por alguma sabedoria e virtude superior, nossa. Intoxicados pelo permanente sucesso, tornamo-nos auto-suficiente demais para sentirmos a necessidade da 9 graça redentora e preservadora, orgulhosos demais para orarmos ao Deus que nos fez! É conveniente então, que nós, nos humilhemos diante do Poder ofendido, confessemos os nossos pecados nacionais, e oremos por clemência e perdão. Portanto, agora, em conformidade com o pedido, e plena concordância nas posições do Senado, faço, a minha proclamação; designo e separo a quinta-feira, dia 30 de abril de 1863, como um dia de humilhação nacional, jejum e oração. Eu, por este meio, peço que todo o Povo se abstenha, neste dia, das suas atividades seculares, e se reúna nos seus vários lugares públicos de adoração e nas suas respetivas casas, guardando esse dia santo ao Senhor, e consagrado ao humilde desempenho das tarefas religiosas apropriadas a esta solene ocasião. Que tudo isso seja feito, com sinceridade e em verdade, para então descansarmos humildemente na esperança autorizada pelos ensinamentos Divinos, que o clamor unido da Nação, será ouvido no alto, e respondido com bênçãos, sobretudo o perdão dos nossos pecados nacionais, e a restauração do nosso dividido e sofrido país, à sua anterior condição de unidade e paz. Em testemunha disto, eu coloquei minha mão, e fiz com que o selo dos Estados Unidos fosse afixado. Feito na cidade de Washington, no dia treze de Março do ano de mil oitocentos e sessenta e três, e nos oitenta e sete anos da Independência dos Estados Unidos. Pelo Presidente: Abraham Lincoln William H. Seward , Secretário de Estado 10 Introdução A PROCLAMAÇÃO Esta proclamação está preservada na Biblioteca do Congresso como Anexo nº.19 no volume 12 dos Estados Unidos em geral. Foi iniciada por uma resolução do Senado dos Estados Unidos, e foi oficialmente declarada pelo presidente Lincoln em 30 de março de 1863. A sua mensagem contém dois temas relacionados, que apelam à nossa consideração cuidadosa. Primeiro, a proclamação reconhece as bênçãos únicas desfrutadas pelos Estados Unidos, mas sugere que essas mesmas bênçãos trouxeram uma atitude de orgulho e auto-suficiência, que são as causas de uma grave crise nacional. Algumas das frases usadas poderiam aplicar-se com igual força à condição da nação, hoje: “Nós crescemos em número, riqueza e poder como nenhuma outra nação jamais cresceu... Nós imaginámos presumidamente, na falsidade dos nossos corações, que todas essas bênçãos foram produzidas por alguma sabedoria superior e virtude própria... Tornámo-nos demasiadamente auto- suficientes... orgulhosos demais para orar ao Deus que nos criou!” Em segundo lugar, a proclamação reconhece inequivocamente “o poder supremo de Deus” nos assuntos de homens e nações. Isso indica que por trás das forças políticas, económicas e militares da história, existem divinas leis espirituais em ação; e que, reconhecendo e submetendo-se a essas leis, uma nação pode mudar o seu destino, evitando a ameaça de desastre e recuperando a verdadeira paz e prosperidade. Em particular, a proclamação estabelece uma maneira específica e prática pela qual uma nação pode invocar em seu próprio nome “o poder supremo de Deus” - isto é, na união em oração e jejum. O autor desta proclamação, Abraham Lincoln, é geralmente considerado, tanto por Americanos como pelo mundo em geral, como um dos mais astutos e esclarecidos presidentes americanos. Ele era um homem de fé sincera e convicções profundas, mas nunca procurou ser membro de nenhuma das denominações cristãs da sua época. Em nenhum sentido ele poderia ser considerado desequilibrado ou extremo nas suas visões religiosas. Além disso, essa proclamação não era meramente o produto das convicções privadas de Lincoln. Foi solicitada por uma resolução de todo o Senado dos Estados Unidos. Como devemos avaliar as convicções profundas e unânimes dos homens deste calibre? Devemos descartá-los como irrelevantes ou desatualizados? Fazer isso seria meramente a marca do preconceito irracional. 11 Pelo contrário, devemos a nós mesmos dar uma consideração honesta e cuidadosa a esta proclamação e as questões que ela levanta. Existe um Poder divino que se sobreponha aos destinos das nações? Esse poder pode efetivamente ser invocado pela oração e pelo jejum? É ao exame dessas questões que este livro é dedicado. Uma resposta será oferecida a partir de quatro fontes principais: primeiro, o ensino das Escrituras; segundo, eventos da história mundial durante ou após a Segunda Guerra Mundial; terceiro, os anais da história americana; quarto, registos da experiência pessoal no reino da oração e do jejum. Derek Prince 12 Capítulo 1 O Sal da Terra “ Vocês são o sal da terra ” (Mateus 5:13) Jesus está falando com os Seus discípulos – com todos nós, isso é, todos aqueles que reconhecem a autoridade do Seu ensino. Ele compara a nossa função na terra com a do sal. O seu significado torna-se claro quando consideramos duas utilidades familiares do sal em relação à comida. O Sal dá Sabor Em primeiro lugar, o sal dá sabor. Uma comida que não está apetitosa torna-se saborosa e aceitável quando temperada com sal. Em Jó 6:6, isso é colocado na forma de uma pergunta retórica: “Ou comer-se-á sem sal o que é insípido?” É a presença do sal que faz a diferença, fazendo-nos saborear a comida que de outro modo rejeitaríamos comer. Como cristãos, a nossa função é dar sabor à terra. Quem desfruta desse sabor é Deus. A nossa presença torna a terra aceitável para Deus. A nossa presença valida a terra para receber a misericórdia de Deus. Sem nós, não haveria nada para tornar a terra aceitável para Deus. Mas porque estamos aqui, Deus continua a lidar com a terra com graça e misericórdia ao invés de ira e julgamento. É a nossa presença que faz a diferença. Este princípio é claramente ilustrado no relato da intercessão de Abraão em favor de Sodoma, como registado em Gênesis 18:16-33. O Senhor tinha dito a Abraão que Ele estava a caminho de Sodoma para ver se a maldade da cidade tinha chegado ao ponto em que o julgamento não poderia ser evitado. Abraão então caminhou com oSenhor no caminho para Sodoma e argumentou com Ele sobre os princípios do Seu julgamento. Primeiro, Abraão estabeleceu um princípio que é a base para tudo que vem em seguida: nunca é a vontade de Deus que o julgamento devido ao ímpio venha sobre o justo. “Destruirás também o justo com o ímpio?” (v. 23) perguntou Abraão. “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (v. 25) O Senhor deixou claro na conversa subsequente que Ele aceitou o princípio fixado por Abraão. Quão importante é que todos os crentes entendam isso! Se nós tornamo-nos justos pela fé em Cristo, e se nós estamos vivendo de tal maneira que verdadeiramente expressa a nossa fé, então nunca é da vontade de Deus que sejamos incluídos nos julgamentos que Ele traz sobre o ímpio. 13 Infelizmente, os cristãos muitas vezes não entendem isso porque falham em distinguir entre duas situações que externamente podem parecer similares, mas que na realidade são completamente diferentes em natureza e causa. De um lado, existe a perseguição pela causa da justiça. De outro lado, existe o julgamento de Deus sobre o ímpio. A diferença entre essas duas situações é apresentada pelas seguintes declarações contrastantes: a perseguição vem do ímpio sobre o justo; mas o julgamento vem de Deus, que é justo, sobre o ímpio. Desta maneira, a perseguição por causa da justiça e o julgamento pela impiedade são opostos entre si, nas suas origens, nos seus propósitos e resultados. A Bíblia alerta-nos que os cristãos devem esperar sofrer perseguição. No Sermão da Montanha, Jesus disse aos Seus discípulos: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.” (Mateus 5:10-11). Paulo escreve da mesma maneira a Timóteo: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (2 Timóteo 3:12). Portanto os cristãos devem estar preparados para sofrer perseguição por sua fé e sua maneira de viver, e até considerar isso como um privilégio. Entretanto, da mesma maneira, os cristãos nunca devem ser incluídos nos julgamentos de Deus sobre o ímpio. Esse princípio é declarado muitas vezes nas Escrituras. Em 1Coríntios 11:32, Paulo escreveu aos seus companheiros crentes, e ele disse: “Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.”. Isso demonstra que existe uma diferença entre o lidar de Deus com os crentes e o Seu lidar com o mundo. Como crentes, nós podemos esperar que experimentaremos a correção de Deus. Se submetermos a correção e indireitarmos a nossa vida, então não estaremos sujeitos aos julgamentos que vem sobre os incrédulos, ou o mundo em geral. O principal propósito da disciplina de Deus sobre nós, os crentes, é para preservar-nos de passar pelos Seus julgamentos sobre os incrédulos. Em Salmos 91:7-8, o salmista dá essa promessa ao crente: “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.”. Aqui, mais uma vez se verifica o mesmo princípio. Qualquer julgamento que vem como “a recompensa do ímpio” (o que o ímpio justamente merece) nunca deve cair sobre o justo. Não importa se Deus atinge o ímpio de todos os lados, o justo no meio de tudo isso não será prejudicado. Em Êxodo, nos capítulos 7 a 12, é registado que Deus trouxe dez julgamentos de uma severidade crescente sobre os Egípcios, porque eles recusaram ouvir os Seus profetas Moisés e Arão. Ao longo de todo este tempo, o povo de Deus habitou no meio do Egito, mas nenhum dos dez julgamentos os tocou. Em Êxodo 11:7, a razão é declarada claramente: “Mas entre todos os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, desde os homens até aos animais, para que saibais que o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas.” O julgamento não veio sobre Israel porque o Senhor “fez diferença” entre o Seu 14 próprio povo e o povo do Egito. Até mesmo os cães do Egito tinham que reconhecer a diferença! E a diferença é válida até aos nossos dias. Continuando a sua conversa com o Senhor em relação a Sodoma, Abraão tenta determinar a menor quantidade de pessoas justas necessárias para preservar toda a cidade, do julgamento. Ele começou com cinquenta. Então com uma combinação notável de reverência e perseverança, ele chega à marca de dez. O Senhor finalmente garante a Abraão que se ele achasse somente dez pessoas justas em Sodoma, Ele preservaria toda a cidade por causa daqueles dez. Qual era a população de Sodoma? Seria difícil chegar a uma estimativa exata. Entretanto, existem estimativas disponíveis para algumas outras cidades da antiga Palestina, o que dá um padrão de comparação. Nos dias de Abraão, as muralhas de Jericó incluíam uma área de mais ou menos dois ou três hectares. Isso proveria um espaço para habitação de no mínimo cinco mil pessoas ou no máximo dez mil. Mas Jericó não era uma grande cidade pelos padrões daqueles dias. A maior cidade daquele período era Hazor, a qual cobria mais ou menos 70 hectares e tinha uma população estimada entre quarenta e cinquenta mil. Mais tarde, no período de Josué, ficamos sabendo que a população total de Ai era de doze mil pessoas (Josué 8:25). O registo da Bíblia aparenta indicar que Sodoma era uma cidade mais importante, em seus dias, do que Ai. Levando em consideração essas outras cidades, poderíamos dizer que a população de Sodoma nos dias de Abraão era provavelmente de não menos do que dez mil. Deus assegura Abraão que dez pessoas justas poderiam através de sua presença preservar uma cidade de pelo menos dez mil. Isso dá uma proporção de um para mil. A mesma proporção de “um para mil” é dada em Jó 33:23 e em Eclesiastes 7:28, e em ambas estas passagens sugerem que o “um” é a pessoa de extraordinária justiça, enquanto os demais ficam aquém dos padrões de Deus. É fácil estender essa proporção indefinidamente. A presença de dez pessoas justas pode preservar uma comunidade de dez mil. A presença de cem pessoas justas pode preservar uma comunidade de cem mil. A presença de mil pessoas justas pode preservar uma comunidade de um milhão. Quantas pessoas justas são necessárias para preservar uma nação tão grande como os Estados Unidos, com uma população estimada em aproximadamente 250.000.000? Por volta de 250.000 pessoas. (*uma nota de Derek Prince Portugal: neste caso para preservar Portugal com uma poulação de mais ou menos 10,2 milhões são necessárias 10.200 pessoas justas e para o Brasil com 209,3 milhões, 209.300) Essas estimativas são emocionantes. Será que as Escrituras nos fornecem base para acreditar que, por exemplo, 250.000 pessoas verdadeiramente justas, espalhadas como grãos de sal através dos Estados Unidos, seriam suficientes para preservar toda a nação do julgamento de Deus e de garantir a continuação da Sua graça e misericórdia? Seria tolice reivindicar que tais estimativas estão corretas. Contudo, a Bíblia definitivamente estabelece o princípio geral de que a presença de crentes justos é o fator decisivo no lidar de Deus com a comunidade. 15 Para ilustrar esse princípio, Jesus usa a metáfora do “sal”. Em 2 Coríntios 5:20, Paulo usa uma metáfora diferente para transmitir a mesma verdade: “Portanto somos embaixadores de Cristo”. Quem são os embaixadores? São pessoas enviadas numa competência oficial pelo governo de uma nação para representar esse governo no território dessa outra nação. A sua autoridade não é medida através das suas habilidades pessoais, mas é proporcional à autoridade do governo que eles representam. Em Filipenses 3:20, Paulo especifica o governo que, como cristãos, nós representamos. Ele diz, “a nossa cidadania, porém, está nos céus”(NVI).Portanto a nossa posição na terra é a de embaixadores representando o governo do céu. A nossa posição na terra é a de embaixadores representando o governo do céu. Não temos autoridade de agirmos por nós próprios, mas se obedecermos cuidadosamente às direções do nosso governo, todo o poder e autoridade do céu estão sustentando cada palavra que falarmos e cada ação que fizermos. Antes de um governo declarar guerra contra um outro, usa-se como última advertência a retirada dos seus embaixadores. Enquanto somos deixados na terra como embaixadores dos céus, a nossa presença garante a continuação da paciência e da misericórdia de Deus em relação à terra. Mas quando os embaixadores dos céus forem finalmente retirados, então não haverá nada mais para impedir o completo derramamento da ira e do julgamento divino sobre a terra. Isso leva-nos ao segundo efeito da presença dos cristãos como “o sal da terra”. O Sal Impede a Corrupção Uma segunda função do sal em relação à comida é a de impedir o processo da corrupção. Nos dias antes da refrigeração artificial, velejadores que levavam carnes em longas viagens usavam o sal como meio de preservação. O processo de corrupção já estava trabalhando antes que a carne fosse salgada. Salgá-la não anulava a corrupção, mas mantinha-a sob controle pela duração da viagem, para que os velejadores pudessem continuar a comer a carne durante muito tempo antes que se tornasse não comestível. A nossa presença na terra como discípulo de Cristo funciona como o sal na carne. O processo da corrupção do pecado já está ativo. Isso manifesta-se em cada área da atividade humana – moral, religiosa, social, política. Nós não podemos cancelar a corrupção que já está presente, mas podemos mantê-la sob controle tempo suficiente para os propósitos de Deus de graça e misericórdia serem cumpridos completamente. Então, quando a nossa influência deixar de ser sentida, a corrupção atingirá o seu clímax, e o resultado será de degradação total. 16 Essa ilustração do poder do sal de restringir a corrupção explica o ensinamento de Paulo em 2 Tessalonicenses 2:3-12. Paulo adverte que a impiedade humana chegará ao seu clímax na pessoa de um governante mundial fortalecido sobrenaturalmente e dirigido pelo próprio satanás. Paulo chama esse governante de “o homem do pecado” (mais literalmente, “o homem sem lei ”), e “o filho da perdição” (v.3). Em 1 João 2:18 ele é chamado “anticristo”, e em Apocalipse 13:4 ele é chamado “a besta”. Esse governante vai reivindicar na verdade ser Deus, e exigirá a adoração universal. O aparecimento desse governante satânico é inevitável. Paulo diz com certeza: “E, então será revelado o iníquo, o sem lei ... (2 Tessalonicenses 2:8), Paulo também declara no mesmo versículo que o próprio e verdadeiro Cristo será aquele que empregará o julgamento final sobre esse falso Cristo – “… a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;”. Infelizmente, alguns pregadores têm usado esse ensinamento sobre o anticristo para levar os cristãos a uma atitude de passividade e fatalismo. “O anticristo está vindo”, disseram eles. “As coisas estão ficando piores. Não há nada que possamos fazer”. Como resultado, os cristãos demasiadas vezes têm ficado de braços cruzados, num piedoso espanto, observando satanás destruir incontrolavelmente tudo ao seu redor. Essa atitude de passividade e fatalismo é tão trágica quanto anti-bíblica. É verdade que o anticristo deve eventualmente aparecer. Mas está longe de ser verdade que não exista nada a ser feito contra ele durante esse tempo. Até ao presente momento existe uma força em operação no mundo que desafia, resiste e impede o espírito do anticristo. A operação dessa força é descrita por Paulo em 2 Tessalonicenses 2:6-7. Livremente traduzido no Inglês moderno, esses versículos podem ser lidos assim: “E agora vocês sabem o que o está detendo, para que ele seja revelado no seu devido tempo. Porque o poder secreto da iniquidade já está em ação: apenas aquele que agora o detém continuará a fazer assim até que lhe seja retirado ou levado do nosso meio”. (paráfrase do autor). Esse poder de refrear, que no presente impede a aparição final e completa do anticristo, é a presença pessoal do Espírito Santo dentro da igreja. Isso torna-se claro enquanto seguimos o desdobrar da revelação das Escrituras em relação à Pessoa e à obra do Espírito Santo. Bem no início da Bíblia, em Gênesis 1:2, diz que: “e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Dali em diante por todo o Antigo Testamento, nós encontramos frequentes referências da atividade do Espírito Santo na terra. Entretanto, no término do Seu ministério terreno, Jesus prometeu aos discípulos que o Espírito Santo viria em breve a eles de uma nova maneira, diferente de tudo que já tinha acontecido na terra até aquele momento. Em João 14:16-17, Jesus dá essa promessa: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade (um título do Espírito Santo) ... porque habita convosco, e estará em vós.”. Nós podemos parafrasear essa promessa de Jesus assim: “Eu tenho estado com vocês em presença pessoal por três anos e meio, e agora 17 estou quase a deixar-vos. Depois de Eu ter partido, outra Pessoa virá ocupar o meu lugar. Essa Pessoa é o Espírito Santo. Quando Ele vier, Ele ficará com vocês para sempre”. Em João 16:12-13, Jesus retorna a esse tema pela terceira vez: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade…”. No texto original Grego, o pronome “ele” está no sexo masculino, mas o substantivo “Espírito” é neutro. Esse conflito gramatical de sexos mostra a dupla natureza do Espírito Santo – tanto pessoal como impessoal. Isso concorda com a linguagem usada por Paulo em 2 Tessalonicenses, capítulo 2, em relação ao poder que detém a aparição do anticristo. No versículo 6 Paulo diz: “O que o está detendo” (NVI), e no versículo 7 ele diz: “Aquele que agora o detém” (NVI). Essa similaridade de expressão confirma a identificação, desse poder de deter, com o Espírito Santo. A troca de pessoas prometida por Jesus foi realizada em dois estágios: primeiro, a ascensão de Jesus aos céus; então, dez dias depois, a descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste. Neste ponto da história, o Espírito Santo desceu como uma Pessoa do céu e tomou a Sua residência na terra. Agora Ele é o Representante pessoal da Divindade residente na terra. O Seu local presente de habitação é o corpo dos crentes verdadeiros, chamados coletivamente “a igreja”. A esse corpo de crentes, Paulo diz em 1 Coríntios 3:16: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” O grande ministério do Espírito Santo dentro da igreja é preparar um corpo completado para Cristo. O grande ministério do Espírito Santo dentro da igreja é preparar um corpo completado para Cristo. Depois de completo, esse corpo será apresentado a Cristo, como uma noiva é apresentada ao noivo. Tão logo o ministério do Espírito Santo dentro da igreja tiver terminado, Ele será novamente retirado da terra, levando com Ele o corpo completado de Cristo. Deste modo nós podemos descrever a declaração de Paulo em 2 Tessalonicenses 2:7 como segue: “Ele (o Espírito Santo) que agora o detém (o anticristo) irá continuar a fazê-lo até que ele seja retirado”. A oposição entre o Espírito Santo e o espírito do anticristo também é descrito em 1 João 4:3-4: “E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo. Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maioré o que está em vós do que o que está no mundo.”. O espírito do anticristo está no mundo, trabalhando tendo como objetivo o aparecimento do próprio anticristo. Nos discípulos de Cristo está o Espírito Santo, detendo o aparecimento do anticristo. Portanto os discípulos que são habitados pelo Espírito Santo agem como uma barreira, detendo o clímax da iniquidade e o aparecimento final do anticristo. Apenas quando o Espírito Santo, junto com o corpo completado dos discípulos de Cristo, for retirado da terra, as 18 forças da iniquidade irão poder realizar sem impedimento o término dos seus propósitos no anticristo. Enquanto isso, é tanto um privilégio como uma responsabilidade dos discípulos de Cristo, pelo poder do Espírito Santo, “superar” as forças do anticristo e detê-las. As Consequências do Fracasso Como o sal da terra, então, nós que somos discípulos de Cristo temos duas responsabilidades principais. Primeiro, através da nossa presença nós recomendamos a terra à contínua graça e misericórdia de Deus. Segundo, pelo poder do Espírito Santo que está dentro de nós, nós detemos as forças da corrupção até o tempo designado por Deus. Cumprindo com essas responsabilidades, a igreja levanta-se como uma barreira à realização da ambição suprema de satanás, a qual é ganhar domínio de toda a terra. Isso explica porque Paulo diz em 2 Tessalonicenses 2:3 “…porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado… (anticristo)”. A palavra apostasia literalmente significa um abandono da fé. Enquanto a igreja permanecer firme e não descomprometer a sua fé, ela tem o poder para deter a manifestação final do anticristo. Enquanto a igreja permanecer firme e não descomprometer a sua fé, ela tem o poder para deter a manifestação final do anticristo. O próprio satanás entende perfeitamente isso, e por isso o seu principal objetivo é enfraquecer a fé e a justiça da igreja. Quando ele alcançar isso, a barreira dos seus propósitos será removida, e o caminho estará aberto para ele ganhar tanto o controle espiritual como o político de toda a terra. Imagine que satanás tivesse sucesso, porque nós, como cristãos, falhamos em cumprir nossas responsabilidades. O que aconteceria? O próprio Jesus nos dá a resposta. Nós nos tornamos “sal insípido”. Ele nos adverte do destino que virá para tal sal insípido: “…Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.”. (Mateus 5:13). “Para nada mais presta”! Isso certamente é uma severa condenação. E o que se seguirá? Nós seremos “lançados fora” ou rejeitados por Deus. Então seremos “pisados pelos homens”. O homem torna-se o instrumento do julgamento de Deus sobre uma igreja insípida e apóstata. Se, dentro da igreja, falharmos em deter as forças da impiedade, o nosso julgamento será entregue nas mãos dessas mesmas forças. As alternativas que nos confrontam estão claramente apresentadas por Paulo em Romanos 12:21: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.”. Só existem duas escolhas: ou vencer ou ser vencido. Não existe meio termo, não há uma terceira opção para nós. Nós podemos usar o bem que Deus tem colocado a nossa disposição para vencer o mal que nos confronta. Mas se falharmos em fazer isso, então esse próprio mal irá por sua vez derrotar-nos. 19 Essa mensagem aplica-se com especial urgência àqueles que vivem em terras onde ainda desfrutamos de liberdade de proclamar e praticar a nossa fé cristã. Hoje em dia, em muitas terras, os cristãos perderam essa liberdade. Ao mesmo tempo milhões multiplicam-se, nessas terras, que tem sido doutrinados sistematicamente a odiar e desprezar o cristianismo e tudo o que ele defende. Portanto para pessoas doutrinadas desta forma, não poderia haver maior prazer do que esmagar debaixo dos seus pés, esses cristãos que ainda não estão debaixo de seu domínio. Se nós prestarmos atenção à advertência de Jesus, e cumprirmos as nossas funções como o sal da terra, teremos poder de prevenir isso. Mas se nós negligenciarmos as nossas responsabilidades e sofrermos o julgamento que se seguirá, o reflexo mais amargo de tudo isso será: nunca precisava ter acontecido! 20 Capítulo 2 Um Reino de Sacerdotes Deus tem-nos revestido – o Seu povo crente, na terra – com autoridade, através da qual nós podemos determinar os destinos de nações e governos. Ele espera que usemos a nossa autoridade tanto para a Sua glória, como para o nosso próprio bem. Se falharmos em fazer assim, teremos de prestar contas pelas consequências. Assim é a mensagem das Escrituras, desvendada tanto por preceito como por padrão. É confirmada pelas experiências pessoais de muitos crentes e está escrita nas páginas da história de nações inteiras. Em capítulos mais adiante, examinaremos momentos específicos disto, retirados de recentes eventos da história mundial e também dos anais da história Americana. Mas primeiro, neste capítulo, estudaremos a base bíblica para essa autoridade. A Palavra de Deus na Boca do Homem Um importante exemplo é provido pela carreira do profeta Jeremias. Nos primeiros dez versículos do primeiro capítulo de Jeremias, Deus declara que Ele separou Jeremias “… às nações te dei por profeta.” (1:5). Jeremias em resposta, protesta a sua inabilidade para cumprir essa função, dizendo: “… Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino.”. Entretanto, Deus reafirma Seu chamado em termos mais forte e conclui dizendo: “Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares.” (v. 10). Que posição exaltada para um homem jovem, a de ser posto “sobre as nações e sobre os reinos”. Isso é autoridade num plano mais elevado do que as forças normais que moldam a política secular. A julgar pelas aparências externas, a carreira subsequente de Jeremias deu pouca indicação de tal autoridade. Pelo contrário, a sua mensagem foi rejeitada quase universalmente, e ele próprio foi sujeito continuamente a injustiça e perseguição. Por vários meses sofreu na prisão, e por várias vezes esteve a ponto de morrer, ou por execução ou fome. No entanto, o curso da história tem confirmado a autoridade de Jeremias e a sua mensagem. As suas mensagens proféticas revelaram os destinos de Israel e de quase todas as nações ao redor do Médio Oriente, assim como as nações em outras áreas da terra. Dois mil e quinhentos anos se passaram. À luz da história, agora é possível fazer uma avaliação objetiva. Ao longo de todos os séculos, o destino de cada uma dessas nações tem seguido precisamente o curso predito por Jeremias. Quanto mais de perto comparamos as suas histórias subsequentes com as profecias de Jeremias, mais descobrimos que corresponderam exatamente. Portanto, Jeremias recebeu verdadeiramente “autoridade sobre as nações e sobre os reinos”, e pelas profecias que ele proferiu tornou-se o árbitro efetivo dos seus destinos. 21 Qual foi a base dessa tremenda autoridade? A resposta é achada em Jeremias 1:9: “E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca;”. A autoridade encontra-se nas próprias palavras de Deus, transferida a Jeremias. Porque as palavras que Jeremias proferiu não foram as suas próprias, mas aquelas que Deus lhe deu, elas foram tão eficientes na boca de Jeremias quanto teriam sido na boca do próprio Deus. Em todos os assuntos da terra a última palavra é de Deus. Em todos os assuntos da terra a última palavra é de Deus. Às vezes, entretanto, Deus faz essa palavra ser proclamada através dos lábios de um crente na terra. Tal palavra pode ser falada publicamente em profecia, ou na exposição autoritária da Escritura. Mais frequentemente, talvez, ela é falada no quarto da oração, em petição ou intercessão. É importante observar que Jeremias estavanum relacionamento duplo com o governo secular dos seus dias. No plano natural, como cidadão de Judá, ele era sujeito ao governo da sua nação, representado pelo rei e pelos príncipes. Em nenhum sentido ele pregou ou praticou subversão ou anarquia política. Tampouco ele jamais buscou escapar ou resistir decretos feitos pelo governo concernente a ele, mesmo que eles às vezes fossem arbitrários e injustos. No entanto, no plano espiritual no qual Deus o elevou através do seu ministério profético, Jeremias exerceu autoridade sobre os próprios governantes a quem ele era sujeito no plano natural. Compartilhando o Trono com Cristo A carreira de Jeremias ilustra um princípio, o qual é revelado mais completamente no Novo Testamento: cada Cristão tem dupla cidadania. Pelo nascimento natural ele é cidadão de uma nação terrena, e ele é sujeito a todas as ordenanças e exigências do governo soberano da sua nação. Mas pelo renascimento espiritual, através da fé em Cristo, ele também é um cidadão do reino celestial de Deus. Essa é a base da declaração de Paulo, já referida no nosso capítulo anterior: “a nossa cidadania, porém, está nos céus” (Filipenses 3:20 NVI). Como cidadão dos céus, o cristão é sujeito às leis do reino celestial, mas ele também é autorizado a compartilhar na sua autoridade. Esse é o reino do qual David fala em Salmos 103:19: “O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.”. O reino de Deus é supremo sobre todos os outros reinos e sobre todas as outras forças em operação na terra. É o propósito de Deus compartilhar a autoridade do Seu reino com o Seu povo crente. Em Lucas 12:32 Jesus garante aos Seus discípulos: “Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino”(NVI). O conforto dessa garantia não depende da força ou dimensão do rebanho, porque ele é um “pequeno rebanho” – um grupo de “ovelhas entre lobos” (Mateus 10:16). A certeza que o Reino pertence a nós é baseada no agrado do Pai, “… o plano 22 daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade” (Efésios 1:11)(NVI). Como cristãos, a nossa posição no Reino de Deus é determinada pelo nosso relacionamento com Cristo. Paulo explica isso em Efésios 2:4-6: “Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. (NVI) A graça de Deus identifica-nos com Cristo em três fases sucessivas. Primeiro, “deu-nos vida” ou “nos vivificou”. Nós compartilhamos a vida de Cristo. Segundo, “nos ressuscitou”, como Cristo foi ressuscitado, do túmulo. Nós compartilhamos a ressurreição de Cristo. Terceiro, “nos fez assentar”, no trono, no Reino celestial. Nós compartilhamos a autoridade real de Cristo no trono. Nada disso é no futuro. Tudo está declarado na forma gramatical do passado, como um fato já conquistado. Cada uma dessas três fases se tornou possível, não pelos nossos próprios méritos ou esforços, mas somente por aceitar em fé a nossa união com Cristo. Em Efésios 1:20-21, Paulo descreve a posição de suprema autoridade a qual Cristo foi exaltado pelo Pai: “…, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais, muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar” (NVI). A autoridade de Cristo à direita de Deus, não necessariamente despreza as outras formas de autoridade ou governo, mas assume proeminência sobre elas. A mesma verdade é expressa pelo título dado duas vezes a Cristo no livro do Apocalipse: “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 17:14; 19:16). Cristo é o Governante supremo sobre todos os governantes e o Governador sobre todos os governos. Essa é a posição no trono que Ele compartilha com o Seu povo crente. Como podemos então compreender, a magnitude do que nos é disponibilizado? A resposta é dada na oração de Paulo nos seguintes versículos de Efésios capítulo 1: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação;Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais … qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus,”. Efésios 1:17-20 Essa revelação não pode vir através do raciocínio natural ou pelo conhecimento sensorial. Ela somente vem pelo Espírito Santo. Ele é aquele que faz “que os olhos do coração sejam iluminados” e mostra-nos duas verdades entrelaçadas: primeiro, que a autoridade de Cristo é agora suprema sobre o universo; segundo, que o mesmo poder que exaltou a Cristo a essa posição de autoridade agora opera também “em nós, os que cremos”. 23 Em 1 Coríntios, capítulo 2, Paulo aprofunda mais essas verdades, as quais são reveladas aos cristãos somente pelo Espírito Santo. Ele diz: “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” (versículos 7-8). Esse “a sabedoria de Deus, oculta em mistério” revela Cristo como “Senhor da glória”. É “para a nossa glória”, pois isso nos mostra que na nossa união com Ele, é que compartilhamos a Sua glória. Paulo continua: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem,são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito,…” (versículos 9-10). Paulo novamente enfatiza que esse tipo de conhecimento não é transferido através dos sentidos, nem brota dos recursos internos da razão e imaginação do homem, a não ser que eles sejam iluminados pelo Espírito Santo. No versículo 12, Paulo resume assim: “Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.”. Então uma das bênçãos que nos foi dada é a nossa posição em Cristo à mão direita de Deus. Paulo aqui contrasta duas fontes de conhecimento. “O espírito do mundo” mostra-nos as coisas desse mundo. Através disso, entendemos a nossa cidadania terrena, com todos os seus direitos e responsabilidades. Mas “o Espírito que provém de Deus” revela- nos o Reino de Cristo e o nosso lugar nele. Através disto, entendemos os nossos direitos e responsabilidades, como cidadãos dos céus. Se, às vezes, a nossa posição em Cristo no trono aparenta ser distante ou irreal, a razão é simples: nós não recebemos a revelação que o Espírito Santo, através das Escrituras, disponibiliza. Sem essa revelação nós não podemos nem entender nem desfrutar os benefícios da nossa cidadania celestial. Ao invés de reinar como reis, encontramo-nos ainda trabalhando pesado como escravos. De Escravos para Reis Desde o início, era propósito de Deus compartilhar com o homem o Seu domínio sobre a terra. Em Gênesis 1:26, o propósito inicial da criação do homem é declarado: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine (a raça humana) … sobre toda a terra”. Por causa da desobediência, Adão e os seus descendentes perderam o direito da sua posição de domínio. Ao invés de reinar em obediência como reis, eles foram subjugados como escravos do pecado e de satanás. No entanto, o domínio que a raça humana perdeu, através de Adão é restaurado ao crente, em Cristo. “Porque, se pela ofensa de um só (isto é, a transgressão de Adão), a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.“ (Romanos 5:17). As consequências da desobediência de Adãoe da obediência de Cristo estão ambas já manifestas nesta presente vida. A morte reina agora sobre os 24 descrentes. Assim como os crentes agora reinam em vida com Cristo. Através da nossa união com Cristo, nós já fomos levantados para compartilhar o trono com Ele, e ali estamos agora reinando com Ele. O propósito de Deus na redenção do homem, reflete o Seu propósito original na criação do homem. A graça redentora de Deus, levanta o homem da sua posição de escravatura e o restaura a sua posição de domínio. No Antigo Testamento, isso é demonstrado na libertação de Israel da escravidão do Egito. Em Êxodo 19:6, Deus declara a Israel o propósito pelo qual Ele os tinha redimido: “vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.”(NVI) “Um reino de sacerdotes” fala do domínio restaurado – realeza em vez de escravidão. Deus ofereceu a Israel um duplo privilégio: ministrar como sacerdotes e reinar como reis. Deus ofereceu a Israel um duplo privilégio: ministrar como sacerdotes e reinar como reis. Como veremos nos próximos capítulos deste livro, alguns dos grandes santos de Israel, como Daniel, entraram nessa alta vocação. Entretanto, na sua maioria, a nação falhou em aceitar as graciosas promessas de Deus. No Novo Testamento, para aqueles redimidos pela fé em Cristo, Deus renova o chamado que Ele deu originalmente a Israel. Em 1 Pedro 2:5, os cristãos são chamados “sacerdócio santo”. Como sacerdotes do Novo Testamento, o seu ministério é de “oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo”.(NVI) Os “sacrifícios espirituais” oferecidos pelos cristãos são as várias formas de oração – particularmente adoração e intercessão. Então, em 1 Pedro 2:9, os cristãos são também chamados “sacerdócio real”. A frase “sacerdócio real” corresponde exatamente a “um reino de sacerdotes” de Êxodo 19:6. No livro do Apocalipse a mesma frase é aplicada novamente duas vezes àqueles redimidos pela fé em Jesus Cristo. Em Apocalipse 1:5-6 lemos: “Àquele (Cristo) que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai…”. E novamente em Apocalipse 5:9-10: “com o teu sangue nos compraste para Deus ... E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes…”. O propósito de Deus de fazer o Seu povo remido “um reino de sacerdotes” é declarado no total quatro vezes nas Escrituras – uma vez no Antigo Testamento e três vezes no Novo Testamento. Em todos os três instantes no Novo Testamento, o propósito de Deus é apresentado, não como algo ainda para acontecer no futuro, mas como um facto já consumado para nós como cristãos, através da nossa posição em Cristo. Nós Governamos pela Oração Em Salmos 110:1-4, David pinta um quadro de Cristo reinando como Rei e Sacerdote junto com o Seu povo crente. Cada detalhe dessa cena é significante 25 e merece nossa atenção cuidadosa. A linguagem e as imagens inspiradas que David usa, devem ser interpretadas em referência com outras passagens relacionadas nas Escrituras. No primeiro versículo, temos a revelação de Cristo como Rei, entronizado a mão direita do Pai: “O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés”(NVI). Nenhum outro versículo do Antigo Testamento é citado mais vezes no Novo Testamento do que esse. Em três evangelhos, Jesus cita as palavras de David e aplica-as a Si próprio (Mateus 22:44; Marcos 12:36; Lucas 20:42-43). Elas são aplicadas a Jesus por Pedro. do mesmo modo. em seu sermão no dia de Pentecoste (Atos 2:34-35). A verdade do Reinado de Cristo é apresentada semelhantemente por David nos Salmos 2:6, onde o Pai declara: “Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte”. (NVI) No versículo 4, do Salmo 110, o quadro de David é completado pela revelação de Cristo como Sacerdote: “O Senhor jurou e não se arrependerá: tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.(NVI) Todo o ensinamento da Epístola aos Hebreus concernente ao Sumo Sacerdócio de Cristo é baseado nesse versículo de Salmos 110. O escritor aos Hebreus enfatiza que em Melquisedeque, havia a união das duas funções do reinado e do sacerdócio. Melquisedeque foi “sacerdote do Deus Altíssimo”. Além disso, ele era, pelo próprio significado do seu nome, “rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;” (Hebreus 7:1-2). Assim é o duplo ministério que agora Cristo executa à mão direita do Pai. Como Rei, Ele governa. Como Sacerdote, Ele intercede: “Vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Salmo 110, versículo 2, descreve a maneira como a autoridade real de Cristo é exercida: “O Senhor enviará o cetro da tua fortaleza (do teu poder) desde Sião, dizendo: Domina no meio dos teus inimigos.” Essa é a situação hoje no mundo. Os inimigos de Cristo não foram definitivamente subjugados, mas ainda estão ativamente trabalhando, opondo-se ao Seu governo e ao Seu Reino. No entanto, Cristo foi exaltado e recebeu autoridade sobre todos eles. Dessa maneira Ele governa agora “no meio dos Seus inimigos”. David fala sobre “o cetro do teu poder” (Salmos 110:2)(NVI). É através disso que Cristo governa. O “cetro” nas Escrituras é a marca da autoridade de um governante. Quando Moisés estendeu a sua vara, as pragas de Deus vieram sobre o Egito e mais tarde as águas do Mar Vermelho se abriram diante de Israel (Êxodo capítulos 7-14). Como sumo sacerdote e cabeça sobre a tribo de Levi, Arão tinha uma vara que tinha o seu nome inscrito. (Veja Números 17:3) O mesmo se aplica a Cristo. A Sua autoridade torna-se eficaz pelo uso do Seu nome. Na cena pintada por David, o cetro não é estendido pela própria mão de Cristo, mas é estendida “desde Sião”. Em todas as Escrituras, Sião denota o lugar da assembleia do povo de Deus. Falando para cristãos, o escritor aos Hebreus diz: “Mas chegaste ao monte Sião... à universal assembléia e igreja dos 26 primogênitos, que estão inscritos nos céus...” (Hebreus 12:22-23). Por direito da nossa cidadania celestial, tomamos o nosso lugar nesta assembleia que está reunida em Sião. É aqui que nós participamos do duplo ministério de Cristo. Como reis, nós governamos com Ele. Como sacerdotes, nós compartilhamos o Seu ministério de oração e intercessão. Nós nunca devemos separar essas duas funções uma da outra. Se formos reinar como reis, devemos servir como sacerdotes. O exercício do nosso ministério sacerdotal é a chave para o exercício da nossa autoridade real. Se formos reinar como reis, devemos servir como sacerdotes. O exercício do nosso ministério sacerdotal é a chave para o exercício da nossa autoridade real. É através da oração e intercessão, que administramos a autoridade que é nossa em nome de Jesus. Este quadro de David, maravilhosamente ilustra o ministério de oração da igreja! No mundo, as forças do mal estão crescendo de todos os lados, rejeitando a autoridade de Cristo, e opondo-se ao trabalho do Seu reino. Mas “no meio”, os cristãos ajuntam-se em ordem divina como reis e sacerdotes. A partir da sua assembleia a vara da autoridade de Cristo, exercida em Seu nome, é “estendida” através das suas orações. Em toda direção que a vara for estendida, as forças do mal são forçadas a render-se, e Cristo por Sua vez é exaltado, e o Seu reino avança. Todos os cristãos olham para o futuro, para o dia quando os inimigos de Cristo serão subjugados finalmente e completamente, e Ele será manifesto abertamente, e reconhecido universalmente como Rei. A Bíblia promete que esse dia irá chegar. Mas nós não podemos permitir que a glória prometida para o futuro, nos cegue para a realidade da posição presente de Cristo à mão direita de Deus. Cristo até mesmo agora governa “no meio de Seus inimigos”, e nós governamos com Ele. É nossa responsabilidade exercitarautoridade que é nossa através do Seu nome, e diante de todas as forças do mal, demonstrar que Cristo já é o “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. 27 Capítulo 3 Orando pelo Nosso Governo Cristo é o “Senhor dos senhores, e o Rei dos reis” (Apocalipse 17:14). Ele é o Governante dos governantes e o Governador sobre os governadores da terra. A Sua autoridade sobre todos os governos da terra está disponível em Seu nome para a igreja - a assembleia do Seu povo crente. Como Moisés estendia a sua vara da parte de Deus sobre o Egito, assim a igreja através das suas orações estende a autoridade de Cristo sobre as nações e os seus governantes. Um Bom Governo é da Vontade de Deus Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo o instrui na correta administração e ordem da igreja local, a qual ele chama de casa de Deus. (veja 1 Timóteo 3:14- 15) Paulo também dá orientações para o ministério de oração da igreja: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações (súplicas), orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;”. (1 Timóteo 2:1-4) “Antes de tudo”, Paulo pede por “súplicas, orações, intercessões e ações de graças”. Se fôssemos escolher um termo para cobrir todas as quatro atividades, seria oração. A primeira obrigação dos cristãos que estão juntos em comunhão é a oração. Também é a sua atividade primária dirigida para o exterior. No segundo versículo, Paulo diz que a oração deve ser oferecida “por todos os homens”. Isso está de acordo com a profecia de Isaías 56:7, onde Deus diz: “… a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. Deus está preocupado com “todos os homens” e “todos os povos”. Ele espera que o Seu povo compartilhe as Suas preocupações. Compare isso com a estreita, egoísta oração de muitos cristãos professos! Alguém ofereceu a seguinte paródia da oração comum dos membros da igreja: “Deus me abençoe, minha esposa, meu filho João e sua esposa. Nós quatro. Ninguém mais. Amém!” Depois de “todos os homens”, o primeiro tópico específico para orar é “reis e por todos que exercem autoridade”(NVI). Em países como os Estados Unidos, que não têm monarquia, a palavra “reis” não se aplica. De qualquer jeito, quer exista uma monarquia quer não, a frase, “por todos que exercem autoridade”, indica todos que são responsáveis por governar uma nação. Isso pode ser resumido na única palavra: governo. 28 Dessa maneira, o primeiro tópico específico de oração ordenado por Deus para o Seu povo junto em comunhão é o governo. Por uma extensa experiência estou convencido que a grande maioria de cristãos professos nunca dá qualquer consideração séria a esse tópico nas suas orações. Eles não só não oram “antes de tudo” pelo governo, eles de todo raramente oram por ele! Eles oram regularmente por grupos como os doentes, os presos, pregadores, missionários, evangelistas, os descrentes – qualquer coisa, e todos, menos o grupo que Deus coloca primeiro – o governo. Não é exagero dizer que muitos que reivindicam serem cristãos comprometidos, nunca oram seriamente pelo governo da sua nação pelo menos uma vez por semana! Quando oramos pelo governo, que petição específica somos exortados a fazer? No segundo versículo, Paulo responde: “para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;”. Será que o tipo de governo ao que estamos sujeitos afeta a maneira que vivemos? Claro que sim. Portanto, se desejamos uma boa maneira de viver, tanto a lógica como o interesse próprio, indica que devemos orar pelo nosso governo. Esse entendimento veio a mim de uma nova maneira quando eu me inscrevi para ter a cidadania dos Estados Unidos. Como todos os que se inscrevem, exigiram que eu estudasse em linhas gerais os princípios básicos e os propósitos da Constituição Americana. Enquanto meditava nisso, perguntei a mim próprio: “Qual foi o verdadeiro objetivo daqueles que originalmente elaboraram a Constituição?” Eu concluí que o seu objetivo poderia ser resumido com completa precisão nas palavras de Paulo: “para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade”.(NVI) Os autores da Constituição tinham como objetivo, um estado no qual cada cidadão fosse livre para tentar alcançar os seus próprios e legítimos interesses sem interferência de outros cidadãos ou do governo, mas com a proteção do governo e dos seus funcionários. Julgando pela linguagem que eles na maioria – se não todos – daqueles que esboçaram a Constituição, usavam, eles viam que esse estado somente era algo possível debaixo da proteção e do favor soberano do Deus Todo-Poderoso. Os cidadãos cristãos dos Estados Unidos deveriam para sempre ser gratos, que o alvará básico da sua nação concorda tão exatamente com os propósitos e princípios de um governo ordenado pelas Escrituras. Continuando em 1 Timóteo 2, Paulo diz no versículo 3: “Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador” (NVI). O pronome “isso” se refere ao tópico do versículo 2, o qual nós resumimos como “bom governo”. Se nós substituirmos o pronome isso pela frase o qual ele se refere, chegamos à seguinte declaração: “um bom governo é bom e agradável perante Deus”. Ainda mais simples, “Um bom governo é a vontade de Deus.” Aqui está uma declaração com as consequências mais abrangentes. Cremos verdadeiramente nisso? Julgando pelas palavras e ações de muitos cristãos, 29 eles têm pouca ou nenhuma expectativa de um bom governo. Eles estão mais ou menos conformados ao facto de que o governo será ineficiente, desperdicioso, arbitrário, corrupto, injusto. Da minha parte eu tenho estudado muito e cuidadosamente essa pergunta à luz da lógica e das Escrituras, e cheguei a uma profunda convicção em relação à vontade de Deus nessa área: É a vontade de Deus, um bom governo. Porque Deus Deseja um Bom Governo? Avançando para o versículo 4, descobrimos que Paulo declara a razão porque um bom governo é a vontade de Deus: Deus deseja “que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”.(NVI) Deus deseja tão intensamente a salvação de todos os homens que Ele fez o possível pelo supremo sacrifício da história, a morte expiatória de Jesus Cristo na cruz. Através da fé na expiação de Cristo, a salvação tornou-se disponível a todos os homens. Entretanto, para o homem “ser salvo”, ele primeiro precisa “chegar ao conhecimento da verdade” em relação à expiação de Cristo. Isso só é possível se o Evangelho for pregado para ele. Paulo apresenta esse assunto muito claramente em Romanos 10:13-14: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?” A não ser que o Evangelho seja pregado para ele, o homem não pode beneficiar da salvação comprada para ele pela expiação de Cristo. Nós podemos resumir a lógica disto de uma forma muito simples, Deus deseja que “todos os homens sejam salvos”. Para isso é necessário que eles “cheguem ao conhecimento da verdade”. “Conhecimento da verdade” vem somente através da pregação do Evangelho. Portanto, Deus deseja que o Evangelho seja pregado a todos os homens. Resta somente que tracemos a conexão entre um bom governo e a pregação do Evangelho. Podemos fazer isso fazendo uma simples pergunta: Que tipo de governo torna mais fácil pregar o Evangelho? Um bom governo? Ou um mau governo? Para obter uma resposta a essa pergunta, podemos rapidamente contrastar os efeitos de um governo bom e de um mau, no que diz respeito a pregação do Evangelho. De um lado, um bom governo mantém a lei e a ordem, mantém a comunicação aberta, preserva a liberdade civil, protege a liberdade de expressão eliberdade de reunião. (É digno de citar, que quase todos esses pontos são especificamente cobertos pela Constituição dos Estados Unidos). Em poucas palavras, um bom 30 governo, sem envolver-se em controvérsia religiosa, provê um clima no qual o Evangelho pode ser pregado efetivamente. Por outro lado, um mau governo permite o quebrar da lei e da ordem, permite condições inseguras de viagem e comunicações pobres, e impõe restrições injustas e arbitrárias. Em todos esses sentidos, mesmo em níveis diferentes, um mau governo dificulta a pregação eficaz da verdade. Na pior hipótese, um mau governo ou restringe ou elimina totalmente, o direito universal de todos os homens de crer e de expressar a sua fé em adoração e proclamação públicas. Em menor ou maior grau, vemos essas condições hoje em países debaixo de um governo comunista. Portanto, a nossa conclusão é que um bom governo facilita a pregação do Evangelho, enquanto um mau governo a dificulta. Por essa razão, um bom governo é a vontade de Deus. Estamos agora em condições de apresentar o ensinamento de 1 Timóteo 2:1-4 numa série de passos lógicos e simples: 1. O primeiro ministério e atividade dirigido para o exterior, dos crentes que se juntam em comunhão regularmente, é orar. 2. O primeiro tópico específico de oração é o governo. 3. Devemos orar por um bom governo. 4. Deus deseja que todos os homens ouçam a pregação da verdade do Evangelho. 5. Um bom governo facilita a pregação do Evangelho, enquanto um mau governo a dificulta. 6. Portanto, um bom governo é a vontade de Deus. Orando com o Conhecimento da Vontade de Deus A última frase do resumo acima tem as consequências mais abrangentes para as nossas orações. Em toda oração eficiente a questão decisiva é o conhecimento da vontade de Deus. Em toda oração eficiente a questão decisiva é o conhecimento da vontade de Deus. Se soubermos que o que estamos orando está de acordo com a vontade de Deus, então teremos fé para reivindicar. Mas se não estivermos seguros da vontade de Deus, as nossas orações serão vacilantes e ineficientes. Em Tiago 1:6-7, Tiago adverte-nos que tais orações com dúvidas não receberão resposta: “…porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.”. 31 Por outro lado, João descreve a confiança que vem pela certeza da vontade de Deus: “Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos” (1João 5:14-15)(NVI). O ensinamento de João nessa passagem gira em torno do conhecimento da vontade de Deus. Desde que saibamos que estamos orando em pleno acordo com a vontade de Deus, nós podemos saber “que temos” o que pedimos. O uso da forma presente “que temos” não necessariamente indica uma manifestação imediata daquilo pelo qual oramos, mas indica sim uma certeza imediata que aquilo já foi concedido a nós por Deus. Portanto a quantidade de tempo que leva para a sua completa manifestação não consegue afetar a confiança inicial. Isso está de acordo com o ensinamento de Marcos 11:24: “Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”.(NVI) Receber vem no exato momento da oração. Depois disso, a verdadeira manifestação daquilo que recebemos segue no tempo apropriado. Com essa explicação preliminar, agora é possível aplicar a 1 João 5:14-15 o mesmo tipo de análise lógica que já aplicamos a 1 Timóteo 2:1-4. O ensinamento de João nesses versículos pode ser resumido assim: 1. Se soubermos que estamos orando por qualquer coisa de acordo com a vontade de Deus, sabemos que Ele nos ouve. 2. Se soubermos que Deus nos ouve, sabemos que temos aquilo pelo qual oramos. (Isso não, necessariamente, indica realização imediata). Para compreender completamente o que podemos conquistar orando pelo nosso governo, precisamos associar o ensinamento de João com o de Paulo. O resultado é o seguinte: 1. Se orarmos por qualquer coisa sabendo que está de acordo com a vontade de Deus, temos a certeza que isso nos é concedido. 2. Um bom governo está de acordo com a vontade de Deus. 3. Se soubermos disso e orarmos por um bom governo, temos a certeza que um bom governo nos é concedido. Porque, então, a maioria dos cristãos não tem a garantia de um bom governo? Só pode haver duas razões: ou eles não oram nunca por um bom governo; ou eles oram por um bom governo, mas sem o conhecimento que é da vontade de Deus. Essas conclusões tiradas das Escrituras têm sido confirmadas por minhas observações pessoais. A grande maioria dos cristãos nunca ora seriamente por um bom governo. Dos poucos que oram por um bom governo, dificilmente alguém o faz com a convicção bíblica que verdadeiramente é da vontade de 32 Deus. Qualquer uma dessas observações aplicada a qualquer situação, levará à mesma conclusão: Deus tornou possível aos cristãos, por suas orações, garantir um bom governo. Cristãos que falham em exercitar essa autoridade dada por Deus, são gravemente culpados – tanto a Deus como aos seus países. Tendo crescido na Grã-Bretanha, eu fico constantemente chocado pela maneira como os americanos normalmente falam sobre os seus ministros governamentais. Eu não conheço nenhuma nação europeia – tanto fora como dentro da Cortina de Ferro – onde as pessoas se permitam falar sobre os seus governantes com o desrespeito ou cinismo que regularmente se escuta na América. A ironia disso, é que numa democracia eletiva, aqueles que continuamente criticam os seus governantes estão, na verdade, criticando eles mesmos, uma vez que está dentro do seu poder pelo processo da eleição mudar esses governantes e substituí-los por outros. Isso aplica-se com força duplicada aos cristãos em tais democracias, que além do mecanismo político normal, também têm disponível para eles o poder na oração dado por Deus, através do qual podem causar as mudanças, as quais acreditam ser desejáveis, ou no pessoal, ou na política do governo. A verdade é que Deus não responsabiliza os cristãos de criticar o seu governo, mas os responsabiliza em orar por ele. Enquanto eles falham em orar, os cristãos não têm direito de criticar. Na verdade, a maioria dos líderes e administradores políticos são mais fiéis em executar as suas funções seculares do que os cristãos em executar as suas funções espirituais. Além disso, se os cristãos seriamente começassem a interceder, logo teriam menos a criticar. Eu estou persuadido de que a raiz do problema com a maioria dos cristãos não é falta de vontade, mas falta de conhecimento. Que este facto seja primeiro claramente estabelecido: um bom governo é a vontade de Deus. Isso proverá tanto a fé como o incentivo, que os cristãos precisam para orarem eficientemente por seu governo. 33 Capítulo 4 Os Governantes são Agentes de Deus Na política, assim como em muitos outros campos de atividades, o homem luta continuamente por promoção. Entretanto, poucos fazem essa pergunta: De onde vem a promoção? Qual é o poder que exalta o homem a posições de autoridade, ou o remove de tais posições? A Promoção Vem de Deus Em Salmos 75, a Bíblia expressa essa pergunta: “Disse eu aos loucos: Não enlouqueçais, e aos ímpios: Não levanteis a fronte; Não levanteis a vossa fronte altiva, nem faleis com cerviz dura. Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação. Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta.”. (Salmos 75:4-7) O salmista começa advertindo os homens contra a sua própria autoconfiança e arrogância. “levanteis a fronte” sugere o desejo por engrandecimentopessoal. “faleis com cerviz dura” sugere auto-afirmação arrogante. Esses não são os caminhos para a promoção. De facto, a promoção não vem do nível terreno. Podemos interpretar as três direções oriente, ocidente, e o deserto como representando as várias fontes para as quais o homem tem a tendência olhar para o engrandecimento político, tais como a saúde, educação, posição social, relações influentes e poder militar. O termo usado aqui para a busca da sua própria exaltação através de fontes como essas é, “enlouqueçais”. A promoção vem de Deus. É Ele que tanto exalta o homem, como o humilha. O registo dos quarenta e um homens que ocuparam até agora o cargo de Presidente dos Estados Unidos é uma notável confirmação de que a fonte do poder político está fora do homem que o exercita. Isso é bem ilustrado por uma passagem dos escritos do falecido Presidente John F. Kennedy: “Essa compreensão da natureza do governar, confirma a lição da nossa história de que não existe programa de treinamento vocacional para a presidência; nenhuma área específica de conhecimento que seja peculiarmente relevante. Tampouco existem qualidades de grande liderança tirada de qualquer seção particular do país ou seção da sociedade. Nove dos nossos Presidentes, dentre eles alguns dos mais brilhantes no cargo, não frequentaram a faculdade, enquanto que Thomas 34 Jefferson foi um dos maiores estudiosos da época, e Woodrow Wilson, foi presidente da Universidade de Princeton. Nós tivemos Presidentes que foram advogados, soldados, e professores. Um foi engenheiro e um outro jornalista. Eles vieram das famílias mais prósperas e ilustres da nação, e de berços pobres e anónimos. Alguns, aparentemente foram dotados com grandes habilidades e excelentes qualidades, mas entretanto, foram incapazes de enfrentar as exigências do cargo, enquanto outros se levantaram numa grandeza, muito além de qualquer expectativa” (1962, Parade Publications, Inc. 733 Third Ave. New York, NY). Se voltarmos aos registos dos Reis de Israel, não encontramos nenhum que tenha alcançado um crescimento mais espetacular do que David. Começou a vida como um pobre pastorzinho, e terminou os seus dias em vitória e honra como governante de um império poderoso. Diferente de muitos outros homens que alcançaram grandeza política, David reconheceu a fonte do seu sucesso. Numa oração a Deus pronunciada perto do fim da sua vida, ele atribuiu a sua grandeza somente a Deus: “E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.” (1 Crônicas 29:12). Sábio e feliz é o governante que reconhece a verdadeira fonte do seu poder! Daniel é outro grande personagem da Bíblia que descobriu a verdadeira fonte do poder político. Desafiado pelo Rei Nabucodonosor para revelar tanto o sonho do Rei como a sua interpretação, ele e os seus companheiros buscaram a Deus em oração fervorosa, e receberam a resposta por revelação direta (Daniel 2:17-19). Em resposta, Daniel ofereceu a sua oração de gratidão e reconhecimento: “Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força;E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.” (Daniel 2:20-21). No quarto capítulo de Daniel, o profeta é chamado novamente para interpretar um sonho do Rei Nabucodonosor. Em relação a esse sonho Daniel diz ao Rei: “Esta sentença é por decreto dos vigias, e esta ordem por mandado dos santos, a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde (simples) dos homens constitui sobre ele.”. (Daniel 4:17) Deus quer que o homem reconheça que Ele é o governante supremo sobre todos os assuntos humanos, e que governantes terrenos são levantados por Seu 35 decreto. Não apenas isso, mas às vezes Deus verdadeiramente levanta como governante “o mais simples dos homens”. Como Deus Usa os Governantes Humanos Por que Deus deveria levantar “homens simples” como governantes? A resposta é dada através do caso de Nabucodonosor. Deus usa governantes humanos como instrumentos de julgamento sobre o Seu próprio povo. A nação Judaica tinha ofendido persistentemente a Deus com apostasia religiosa e injustiça social. Depois de muitas advertências, Deus colocou sobre eles o Rei Nabucodonosor, que era cruel e idólatra. Numa série de julgamentos que aumentaram progressivamente em severidade, Nabucodonosor primeiro afastou muitos dos Judeus em cativeiro para a Babilônia e impôs impostos à nação. No fim, ele destruiu a cidade de Jerusalém, junto com o templo, e desarraigou toda a nação de sua própria terra. Dessa maneira, Nabucodonosor mesmo na sua baixeza, foi o instrumento de Deus para trazer julgamento sobre a nação Judaica, que estava desviada e rebelde. No entanto, Nabucodonosor é também um exemplo notável, de como a graça e o poder de Deus pode mudar um instrumento de julgamento num instrumento de misericórdia. Quando Daniel e seus companheiros buscaram a Deus em oração fervorosa, Deus mudou o coração de Nabucodonosor. Devido a sabedoria especial dada por Deus a Daniel, Nabucodonosor o elevou e aos seus companheiros a posições de alto poder. Os três companheiros de Daniel tornaram-se governantes da província da Babilônia, enquanto o próprio Daniel tornou-se o primeiro ministro de todo o império Babilônico, com poder inferior, somente ao do próprio Nabucodonosor. Essa mudança dramática, tanto na atitude pessoal de Nabucodonosor como na posição dos Judeus, aconteceu em consequência das orações de Daniel e dos seus companheiros. A carreira de Daniel, como a de David, são por si só um exemplo da habilidade de Deus em elevar um homem de bases simples, para uma posição de grande poder político. Na sua juventude, Daniel tinha sido originalmente levado para a Babilônia como uma espécie de refém político. Contudo, foi elevado dentro de um curto período à posição de primeiro ministro. Mesmo depois da queda do império Babilônico, ainda encontramos Daniel ocupando uma posição de influência e autoridade no império Medo-Persa que sucedeu sob a autoridade de Dario e Ciro. Recebemos um vislumbre da vida de oração de Daniel, em Daniel capítulo 6. A história indica que a sua prática de oração regular era bem conhecida na corte de Dario. Motivados por ciúmes, os rivais de Daniel aproveitaram-se disso como uma maneira para incriminá-lo. Eles persuadiram Dario que assinasse um decreto através do qual, pelos próximos trinta dias, a oração não era para ser 36 feita a nenhuma pessoa senão a Dario. A pena por desobedecer esse decreto, era a morte sendo o infrator lançado dentro da cova dos leões. A resposta de Daniel é registada no versículo 10: “Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus”. (NVI) Que padrão Daniel estabelece para todos que o seguirão no ministério da intercessão! Que modelo de dedicação e persistência! Seu rosto estava apontado em direção a Jerusalém. Três vezes, todos os dias ele orava pela restauração da cidade e pelo retorno de Israel do exílio a sua própria terra. A sua intercessão contínua em favor do seu povo era um compromisso pessoal tão solene e tão urgente, que nem mesmo a ameaça de morte poderia detê-lo. O resultado da intercessão de Daniel é registado em 2 Crônicas 36:22-23 “No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor anunciada por Jeremias, o Senhor tocou o coração de Ciro, rei da Pérsia, para que fizesse uma proclamação em todo o território de seu
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