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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO CURSO IFRS (NOTAS) AUTOR(A): CARLA PONTES ● Alfabetização é entendida como a aprendizagem de um sistema de representação da cadeia sonora da fala pela forma gráfica da escrita – o sistema alfabético – e das normas que regem seu emprego. ● Código é um sistema que substitui os signos de um outro sistema já existente. ● Sistema alfabético é um sistema de grafemas que representam sons da fala, os fonemas, portanto, um sistema de representação. É esse sistema de representação que se materializa no sistema alfabético, que é um sistema notacional: ao compreender o que a escrita representa (a cadeia sonora da fala, não seu conteúdo semântico), é preciso também aprender a notação – os grafemas – com que, arbitrária e convencionalmente, são representados os sons mínimos da fala – os fonemas. ● A alfabetização deve integrar-se com o desenvolvimento das habilidades de uso do sistema alfabético – com o letramento; embora os dois processos tenham especificidades quanto a seus objetos de conhecimento e aos processos linguísticos e cognitivos de apropriação desses objetos, dissociá-los teria como consequência levar a criança a uma concepção distorcida e parcial da natureza e das funções da língua escrita em nossa cultura. ● Letramento é o desenvolvimento das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas diversas situações pessoais, sociais e escolares em que precisamos ou queremos ler ou escrever diferentes gêneros e tipos de textos, em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para diferentes funções. ● A aprendizagem inicial da língua escrita envolve dois processos: o processo de aprender a ler e a escrever, que chamamos alfabetização e, o processo de desenvolver as habilidades de uso da leitura e da escrita no contexto social e cultural em que as pessoas vivem, que chamamos de letramento. TIPOS DE CONHECIMENTO ● Conhecimentos linguísticos - Na alfabetização, a linguística pode ser entendida como apropriação do sistema alfabético-ortográfico e das convenções da língua escrita. ● Conhecimentos sociolinguísticos – entender que as crianças falam de formas diferentes, fazem uso de diferentes dialetos e que a escrita é diferente da fala. Falar um dialeto diferente do dialeto padrão não significa falar errado. Cada região do país e de cada estado apresentará uma forma – ou diversas formas – de falar, cada grupo seguindo as especificidades de sua variedade linguística. As variedades linguísticas não devem servir para excluir estudantes, mas devem ser utilizadas para refletir sobre as diferentes formas de falar e representar os sons, que escritos serão sempre iguais, para que sejam compreendidos nas diversas partes de um mesmo estado ou país. ● Conhecimentos fonológicos – ouvir o som das palavras e representá-lo, entender que o sistema fonológico trata-se do conjunto de fonemas de determinada língua e que, os fonemas mudam os significados das palavras, do que é dito. Por exemplo: gato e gado. Na escrita, apenas uma letra muda. Mas se considerarmos só a fala, apenas um som (fonema) muda /t/ e /d/ e, mudando o som o significado das palavras é diferente. ● Conhecimentos psicológicos – entender como a criança aprende. É preciso saber como a criança aprende, para ensinar melhor. ● A linguística é uma ciência que estuda a linguagem, a evolução dos idiomas, a gramática. Em seu campo de estudo, faz relação entre diferentes línguas, para compará-las, analisá-las. A linguística aprofunda suas pesquisas na sonoridade e na estrutura das palavras e sentenças, analisando o significado dos termos e expressões, assim como os usos desses termos e expressões por diferentes grupos sociais. A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA PODE SER: ● Histórica: está relacionada à maneira como a língua evolui ao longo do tempo; ● ● Regional: que ocorre quando a mesma língua é falada de formas diferentes, dependendo da localidade; ● Social: variação marcada por diferentes grupos sociais que têm uma forma de expressão própria; ● Situacional: a capacidade que têm um mesmo indivíduo de empregar as diferentes formas da língua em situações comunicativas diversas, procurando adequar o vocabulário em cada situação. ● Fonologia é a área da Linguística que estuda a gramática dos sons, isto é, o sistema de sons da língua. À fonologia cabe descrever os fonemas, as regras de combinação dos sons para formar unidades maiores, tais como a sílaba e as regras de atribuição do acento prosódico. ● Consciência fonológica. Tal consciência é um conjunto de habilidades variadas. Variam quanto à operação mental que o aprendiz realiza: pronunciar um a um os segmentos que compõem a palavra, contar, identificar ou produzir “partes sonoras” parecidas, adicionar ou subtrair segmentos sonoros. Variam quanto ao tamanho do segmento sonoro, que pode ser uma rima (mato/gato), uma sílaba (cavalo, casaco) ou um fonema (sapo, c). E variam, ainda, quanto à posição (início, meio, final) em que aparecem nas palavras. PONTOS IMPORTANTES DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM CRIANÇAS SÃO, POR EXEMPLO: ● Capacidade de desmembrar uma frase em palavras; ● Capacidade de reconhecer rimas (identificar palavras que terminam com o mesmo som); ● Capacidade de reconhecer aliterações (identificar palavras que iniciam com o mesmo fonema ou com a mesma sílaba); ● Reconhecimento de sílabas (separar as palavras em sílabas, que pode ocorrer em canções, jogos ou mesmo na escrita). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ● BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2013. ● FERREIRO, Emilia; TEBEROSKI, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução: Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso. Porto Alegre: Artmed, 1999. ● FERREIRO, Emilia; TEBEROSKI, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução: Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso. Porto Alegre: Artmed, 1999. ● FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva; VAL, Maria da Graça Costa; BREGUNCI, Maria das Graças de Castro (orgs). Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2014 ● SOARES, Magda. Alfabetização: A questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2018.
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