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DIREITO ADMINISTRATIVO – - Supremacia do interesse público sobre o privado: fundamenta a existência de prerrogativas e privilégios (decorrem da necessidade de satisfação dos interesses coletivos) - Indisponibilidade do interesse público: fundamenta as restrições impostas à administração (servem para proteger os direitos individuais frente ao Estado - Princípios expressos na CF: LIMPE (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência) - Diversos outros princípios implícitos na CF, como o princípio da segurança jurídica, da indisponibilidade do interesse público, da razoabilidade e da motivação - Aplicação: a toda a Administração Pública, direta e indireta (abrange os atos das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas), em todos os níveis da federação (U/E/DF/M) - Observância obrigatória - Não são absolutos (certo grau de relativização) - Aplicação imediata (sem necessidade de lei para regulamentar a aplicação dos princípios administrativos) - Quando em um ato faltar um princípio, gera anulação, independente dos outros princípios estarem presentes - NÃO há hierarquia entre os princípios - CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: dois princípios formam a base do regime jurídico administrativo: princípio da supremacia e princípio da indisponibilidade do interesse público MARIA SÍLVIA DI PIETRO: dois princípios formam a base do regime jurídico administrativo: princípio da supremacia do interesse público e princípio da legalidade LEGALIDADE - O agente público só faz o que a lei autoriza. O cidadão pode fazer tudo o que a lei não proíbe - Princípio plurivalente (não é monovalente) - pertence a vários ramos do direito - São EXCEÇÕES ao princípio da legalidade: • Medida Provisória (não é lei, mas é um ato que tem força de lei, só pode ser adotada em casos de relevância e urgência) • Estado de Defesa (presidente tem autonomia plena para decretar, para resolver problemas internos) • Estado de Sítio (presidente tem autonomia limitada, dependendo do Congresso Nacional para sua decretação, usado para resolver problemas de ordem externa) No Estado de Defesa e Estado de Sítio podem ser editados decretos pelo Presidente criando obrigações para o administrador - Princípio decorrente da legalidade - Determinados assuntos devem ser tratados por lei em sentido formal/estrito (lei feita pelo Legislativo) – não basta um simples decreto nem nenhum ato que esteja abaixo da lei - É a evolução do princípio da legalidade - Vai além da lei em sentido – não é somente agir de acordo com a lei, mas agir de acordo com todo o ordenamento jurídico, com todo o conjunto de normas gerais, princípios da administração pública e tratados internacionais IMPESSOALIDADE - Imparcialidade - Atos motivados por pessoalidade e interesse particular possuem desvio de finalidade e geram ilegalidade - Vedação à promoção pessoal com a publicidade governamental - Atos que atendem a impessoalidade: concurso público, licitação DIREITO ADMINISTRATIVO MORALIDADE - Ética, boa-fé, honestidade - Um ato que é legal porém imoral é ILEGÍTIMO e gera sua anulação - A moral comum e a moral administrativa são diferentes – é a própria administração pública que define o que é moral ou imoral em seu âmbito, havendo leis definindo padrões comportamentais, como o Código de Ética (padrões de moralidade e conduta de servidores federais) - Ações para combater a falta de moralidade/combate ao ato que viole a moralidade - AÇÃO POPULAR: fundamento no art. 5º, LXXIII da CF; quem possui legitimidade para propor é o cidadão; visa anular o ato - AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: fundamento no art. 37, parág. 4º da CF; quem possui legitimidade para propor é o MP ou a pessoa jurídica lesada; visa responsabilizar o agente PUBLICIDADE - Com a publicação/divulgação dos atos, eles podem passar a produzir seus efeitos – a publicação é condição de eficácia - É necessária a publicação dos atos quando for um ato administrativo de efeito externo ou quando a lei exigir - Condutas que demonstrem transparência da administração pública – por exemplo portal da transparência, propagandas na TV mostrando o que a administração tem feito, divulgação de atos da Voz do Brasil OBS: A divulgação de atos na Voz do Brasil é uma forma de publicidade, mas não é suficiente para atender/esgotar a publicidade Art.5º, XXXIII CF: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; - É possível restringir a publicidade nos casos de sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; atos que violem intimidade ou privacidade - Lei de Acesso à Informação (LAI) regulamenta as situações em que é possível restringir a publicidade EFICIÊNCIA - Atos prestados/executados com presteza/perfeição/rendimento/melhor custo- benefício (economicidade) - Até 1998, a eficiência era um princípio implícito. Foi a Emenda Constitucional 19/1998 que acrescentou o princípio da eficiência expressamente à CF/88. Portanto, o princípio da eficiência não foi previsto expressamente pelo poder constituinte originário, e sim pelo poder constituinte derivado - A Emenda Constitucional 45/2004 trouxe aplicabilidade do princípio da eficiência ao processo judicial e administrativo (art. 5º, VXXVIII CF) – duração razoável do processo/celeridade na tramitação OBSERVAÇÃO: SUMULA 13 STF Súmula vinculante n.13 STF: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” - A SV 13 do STF está relacionada com os princípios da MORALIDADE, IMPESSOALIDADE, EFICIÊNCIA. O nepotismo viola a CF. Não viola apenas um princípio. - Função de confiança = função gratificada - Parentesco de primeiro grau não se desfaz (sogra/sogro) DIREITO ADMINISTRATIVO - Não pode ser parente nem da autoridade nomeante nem de servidor que estiver em cargo em comissão/direção/chefia/assessoramento - VEDAÇÃO ao cargo de comissão e à função de confiança/gratificada - A SV compreende também o nepotismo cruzado (“ajuste mediante designações recíprocas”) – por exemplo autoridade A nomeia filho da autoridade B e autoridade B nomeia filho da autoridade A - ENTENDIMENTOS DO STF: • Em regra, a SV não se aplica para cargos ou agentes políticos (por exemplo, secretário de estado, secretário municipal). Entretanto, a caracterização do nepotismo não está afastada em todo e qualquer caso de nomeação para cargo político, sendo necessário examinar cada situação. • Ademais, o STF tem impedido a nomeação de parentes para cargos políticos em casos inequívocos de falta de razoabilidade, caso a pessoa nomeada não tenha qualificação para o cargo ou quando não possua idoneidade moral. Por isso, por exemplo, em regra, um governador pode nomear seu pai para secretário de saúde, seu cônjuge para secretário de esportes, desde que eles sejam qualificados e possuam idoneidade moral • Conselheiro do Tribunal de Contas é cargo técnico, e não político, portanto, aplica-se a SV (governador não pode nomear conselheiro do Tribunal de Contas do estado)
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