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Relatorio de Hanseníase, Tuberculose e Dengue

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ANA CLÁUDIA ALVES DOS SANTOS
RELATÓRIO DE PRÁTICA
Imperatriz- MA 
2022
XX/XX/XXXX- TUBERCULOSE 
A Tuberculose é uma doença transmissível e infecciosa que afeta principalmente os pulmões podendo afetar também outros órgãos e sistemas do corpo. É uma doença causada pelos bacilos de Koch ou Mycobacterium tuberculosis, sendo transmitido de pessoa para pessoa através das vias aéreas, pela inalação de aerossóis produzidos pela fala, tosse ou espirro. O doente afetado expele pequenas gotas de saliva que contém o agente infeccioso, contaminando o outro indivíduo, essas gotículas exaladas pela outra pessoa rapidamente se tornam secas e se transformam em partículas menores contendo de um a dois bacilos que podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e alcançar os alvéolos, onde irão se multiplicar (BRASIL, 2019).
Para interromper a cadeia de transmissão da TB é fundamental a descoberta precoce dos casos bacilíferos. Pois, com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela deixa de transmitir. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas descritos mais frequentes são a tosse seca persistente ou produtiva, febre vespertina que não costuma ultrapassar os 38,5 °C, sudorese noturna e emagrecimento. 
Não raramente, a tuberculose pode manifestar-se sob diferentes apresentações clínicas, que podem estar relacionadas com o órgão acometido. Desta forma, outros sinais e sintomas, além da tosse, febre e emagrecimento, podem ocorrer e devem ser valorizados na investigação diagnóstica individualizada (BRASIL, 2019).
O diagnóstico da TB se dá através do RX de Tórax e da baciloscopia do escarro, que deve ser solicitado aos pacientes que apresentem suspeita de tuberculose, para acompanhamento e controle de cura. A baciloscopia de escarro deve ser realizada em duas amostras, uma na primeira consulta e outra na manhã seguinte de preferência ao desperta. Caso as duas amostras de diagnóstico apresentem resultado negativo a cultura e o teste de sensibilidade podem ser solicitados. Em crianças, a sensibilidade da baciloscopia é bastante diminuída pela dificuldade de obtenção de uma amostra com boa qualidade. Além da baciloscopia, o Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB), também é indicado para diagnostico tuberculose pulmonar e faríngea.
Para uma boa coleta da amostra do escarro o cliente deve ser orientado, pois uma boa amostra de escarro é a que provem da arvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, ou a que contém somente saliva. Sendo o volume ideal de 5 ml a 10 ml, coletado em potes de plástico contendo a identificação do paciente e a data da coleta. Caso o paciente tenha muita dificuldade para produzir o escarro, pode-se fazer uma nebulização para facilitar a produção do catarro. As amostras coletadas na Unidade ou no domicilio pode ser conservada até no máximo 7 dias, sob refrigeração.
Procedimento de coleta de escarro
1. Entregar o recipiente ao paciente, verificando se a tampa do pote fecha bem e se já está devidamente identificado (nome do paciente e a data da coleta no corpo do pote).
2. Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manhã, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a tosse. Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitando que ele escorra pela parede externa do pote.
3. Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nessa posição durante o transporte até a unidade de saúde.
4. Orientar o paciente a lavar as mãos após o procedimento.
5. Na impossibilidade de envio imediato da amostra para o laboratório ou unidade de saúde, ela poderá ser conservada em geladeira comum até o dia seguinte.
Além disso, o paciente deve ser orientado, de forma clara, quanto às características clínicas da TB e do tratamento ao qual será submetido. Fornecer todas as informações referentes aos medicamentos, consequências do uso irregular, eventos adversos, controle de contatos e a duração do tratamento devem ser fornecidas desde o primeiro contato com o paciente.
Já o esquema de tratamento é a base de antibióticos com duração de 6 meses, tendo como medicamentos na fase de ataque ou intensiva (2 meses): Rifampicina, isoniazida, Pirazinamina e Etambutol. Na fase de manutenção (4 meses): Rifampicina e Isoniazida. Os paciente irão tomar a medição de acordo com o peso e para que se evite o abandono do tratamento ou desista do antes dos tempo, por sentir melhora já nas primeiras semanas de terapia é feita a Tratamento diretamente supervisionado (TODO), o qual um profissional de saúde acompanha e observa a ingestão correta da medicação através da ficha de aprazamento, com o aprazamento sempre para 28 dias.
Conduta ao paciente na unidade
O paciente ao chegar à unidade será realizado a entrevista e o exame físico do paciente suspeito de TB, feita a solicitação da baciloscopia de escarro ou TRM, juntamente com o RX de Tórax e será orientado quanto a coleta da amostra para análise e encaminhado para o centro de referência. Somente quando o paciente recebe o resultado do exame de confirmatório para o caso de TB é que esse paciente será notificado pela ficha do SINAN para tuberculose. Após isso, o profissional de saúde devera fornecer todas as informações da doença para o paciente, explicar a importância da adesão ao tratamento, os efeitos colaterais, além disso o profissional deverá ofertar testes rápidos e solicitar exames laboratoriais para avaliação de glicemia, função hepática e renal. 
Além do mais, o caso índice deve ser entrevistados para identificação dos contatos, e consequentemente fazer a avaliação dos contatos. A atividade de controle de contatos deve ser considerada uma ferramenta importante para prevenir o adoecimento e diagnosticar precocemente casos de doença ativa na população. Os contatos e suas respectivas idades devem ser listados, o tipo de convívio deve ser estabelecido e formas de localização devem ser identificadas (endereço e/ou telefone); Sempre que possível realizar visita domiciliar para melhor entendimento das circunstâncias que caracterizam os contatos identificados na entrevista do caso índice.
Todos os contatos serão convidados a comparecer à unidade de saúde para serem avaliados. Essa avaliação consiste na realização de criteriosa anamnese e exame físico: Sintomáticos devem ser investigados por meio da baciloscopia e RX de tórax; assintomáticos devem ser investigados ILTB, realizar PT e RX tórax e para aqueles contatos assintomáticos que vivem com HIV devem realizar o tratamento da ILTB independentemente da prova tuberculínica (Prova tuberculínica ≥ 5mm considera-se positivo para ILTB, incluindo crianças independentemente da idade de vacinação para BCG, PT < 5mm considera-se negativo para ILTB.
Se os contatos não comparecerem à unidade de saúde, a visita domiciliar deve ser realizada. O resultado da avaliação do contato deve ser registrado em prontuário, após serem avaliados, não sendo constatada TB ou não existindo indicação de tratamento da ILTB, deverão ser orientados a retornar à unidade de saúde, em caso de aparecimento de sinais e sintomas sugestivos de tuberculose, particularmente sintomas respiratórios.
A tuberculose é um problema de saúde pública que causa grande morbidade e mortalidade no mundo, sendo umas das enfermidades mais prevalentes entre as pessoas em situação de pobreza. Portanto, os profissionais de saúde precisam ter habilidades para detectar esse agravo, a fim de tratar o mais precoce possível e evitar a cadeia de transmissão. Através dessa aula, podemos compreender as ações de controle da tuberculose, auxiliar na coleta de dados para a prevenção e tratamento da tuberculose, avaliar as condições de saúde das pessoas com potencial ou portador da afecção tuberculose pulmonar. A TB é uma doença que pode ser prevenida e curada, mas ainda há uma granderesistência por parte da sociedade e do próprio doente, desse modo, o profissional de enfermagem deve desempenhar da melhor forma um atendimento integral e individual ao cliente, respeitando a cada um de forma humanizada, visando uma melhor qualidade de assistência, esclarecendo as dúvidas e contribuindo diretamente com o tratamento.
Contudo, diante de tudo que aprendemos, ainda nos deparamos com situações em que o que deveria ser feito fica muito distante do que é realizado no dia a dia. Ainda há muita deficiência no sistema em relação a conduta tomada para com o paciente como também, a falta de comprometimento por parte dos pacientes com o tratamento, o que compromete o plano de recuperação do cliente podendo gerar agravos futuros. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. 364 p. : il, Brasília, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde : volume único [recurso eletrônico]. Secretaria de Vigilância em Saúde. – 3ª. ed. 740 p. : il.– Brasília, 2019.
BRASIL. Protocolo de vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis no Brasil. 2018.
XX/XX/XXXX- HANSENIASE 
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa. Uma doença de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou pelo bacilo de Hansen. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, mais especificadamente as células de Schwann, com capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo acarretar danos irreversíveis, caso o diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado. É uma doença que tem cura e é de evolução lenta, porém quando não tratada adequadamente, pode levar o indivíduo a uma condição crônica com danos neurológicos e sequelas. É considerado um sério problema de saúde pública devido aos transtornos tanto emocionais quanto sociais que acarreta para o doente e sua família, inclusive a exclusão social. As lesões neurais decorrentes conferem à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.
A hanseníase é transmitida por meio de contato próximo e prolongado com um doente com hanseníase que não está sendo tratado, que elimina bacilos para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis, sendo necessário um contato próximo e prolongado. Normalmente, a fonte da doença é um parente próximo que não sabe que está doente, como avós, pais, irmãos, vizinhos, etc. Por isso todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas. 
A principal via de eliminação do bacilo é pelas vias respiratórias e não por objetos utilizados pelo paciente, sendo que o período de incubação varia de 2 a 7 anos, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Dentre as pessoas que adoecem, aquelas com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados importantes fontes de transmissão da doença, devido abrigarem uma baixa carga bacilar. Já as pessoas com muitos bacilos – multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado (BRASIL,2017). Assim, quando a pessoa dá início ao tratamento quimioterápico, ela deixa de ser transmissora da doença já na primeira dose da medicação. 
O causador da hanseníase sendo um parasita intracelular bacilo álcool-ácido resistente, é altamente infectante, porém possui baixa patogenicidade, ou seja, muitos são infectados, mas poucos adoecem. Assim, a confirmação do diagnóstico é feita por meio de exame clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados na observação de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores (BRASIL, 2017).
Desse modo, os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas como:
• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com sensação de amortecimento, formigamento ou falta de suor;
• Pele com diminuição de pelos;
• Queixas de queimaduras ou bolhas;
• Sensação de formigamento (Parestesias) a pessoa se queima ou se machuca sem perceber;
• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas,
• Inchaço de mãos e pés;
• Diminuição da força das mãos e pés “cansados” perde o chinelo ao caminhar, ou deixar derrubar os objetos;
• Úlceras de pernas e pés;
• Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
• Inchaço, edema e dor nas “juntas”;
• Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.
• Respiração “pesada”, ruidosa;
• Diminuição ou ausência da sensibilidade;
• Ressecamento e sensação de areia nos olhos.
O diagnóstico clínico é realizado através do exame físico onde procede-se uma avaliação dermatoneurológica, buscando identificar sinais clínicos da doença. Mas antes disso, faz-se o exame físico e a anamnese colhendo informações sobre a sua história clínica, ou seja, presença de sinais e sintomas dermatoneurológicos característicos da doença e sua história epidemiológica, ou seja, é de suma importância para se descobrir a origem da doença e para o diagnóstico precoce de novos casos de hanseníase. Esclareça que todos os focos da doença devem ser eliminados e que o bacilo também pode estar presente em seus familiares (com ou sem sintomas), e que por isso, todos devem ser examinados e acompanhados por pelo menos 5 anos.
 Além disso, a pessoa deve ser ouvida com muita atenção e as dúvidas devem ser prontamente esclarecidas, procurando-se reforçar a relação de confiança existente entre o indivíduo e os profissionais de saúde. Todas as informações obtidas devem ser registradas cuidadosamente no prontuário, pois elas serão úteis para a conclusão do diagnóstico da doença, para o tratamento e para o acompanhamento do paciente.
Após isso, deve-se proceder o exame clínico dermatoneurológico do paciente. O qual consiste na inspeção da pele e palpação dos nervos periféricos, onde é identificado lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico), testes de sensibilidade Térmica (quente e frio – com uso de tubo de ensaio), Tátil (uso de algodão) e Doloroso (alfinete de costura com ponta fina e romba ou agulha de insulina). No caso de crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. 
O profissional de saúde deve avaliar o grau de incapacidade e função neural, esse exame deve ser realizado no início do tratamento, a cada três meses durante o tratamento se não tiver queixas ou apresentar queixas e na alta do tratamento. Para verificar a integridade da função neural recomenda-se a utilização do formulário de Avaliação Neurológica Simplificada, O exame deve ser feito na sequência crânio-podal por que isso ajuda o profissional a sistematizar uma rotina de exame e registro.
Após a avaliação do paciente na unidade, o mesmo será encaminhado para o centro de referência para uma avaliação especializada e possível confirmação do caso, para ser direcionado ao tratamento adequado. Após confirmação diagnóstica, o caso deve ser notificado, utilizando-se a ficha de Notificação/ Investigação do Sistema de Informação de Agravo de Notificação - SINAN e dá início a Multidrogaterapia única, sendo realizado com a associação de três antimicrobianos - rifampicina, dapsona e clofazimina. A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença. Para pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) a duração é de seis meses e para pacientes com hanseníase multibacilar (MB) a duração é de doze meses.
Durante o tratamento o paciente vai receber a cartela da medicação mensal, sendo assistido por profissional de saúde, fazendo a dose supervisionada, composta por 6 comprimidos (2 cp de rifampicina de 600 mg, 3 cp de clofazemina de 300 mg e 1 cp de dapsona de100 mg). As demais doses da cartela são tomadas em domicilio. Quando o paciente completa o tratamento medicamentoso com uso correto de todas as doses dentro do prazo estipulado o paciente recebe a alta por cura e será avaliado até 5 (cinco) depois da cura. Além disso o paciente deve ser orientado quanto as reações hansênicas, essas reações hansênicas são fenômenos de aumento da atividade da doença, com piora clínica que podem ocorrer de forma aguda antes, durante ou após o final do tratamento com a poliquimioterapia.
Por fim o caso índice deve ser entrevistado para a identificação dos contatos. A investigação de contatos tem por finalidade a descoberta de casos novos entre aqueles que convivem ou conviveram, de forma prolongada, com o caso novo de hanseníase diagnosticado. Além disso, visa também descobrir suas possíveis fontes de infecção no domicílio (familiar) ou fora dele (social), independentemente de qual seja a classificação operacional do doente. E sempre que possível deve se realizar visita domiciliar para acompanhar o caso do paciente e seus contatos.
Partindo disso, recomenda-se a avaliação dermatoneurológica pelo menos uma vez ao ano, por pelo menos (5) anos, de todos os contatos domiciliares e sociais que não foram identificados como casos de hanseníase na avaliação inicial, independentemente da classificação operacional do caso notificado. Após esse período esses contatos deverão ser esclarecidos quanto à possibilidade de surgimento, no futuro, de sinais e sintomas sugestivos de hanseníase. Ainda dentro da investigação dos contatos os profissionais de saúde devem atentar-se a vacinação da BCG, todo contato de hanseníase deve receber orientação de que a BCG não é uma vacina específica, mas que ela oferece alguma proteção contra a hanseníase. A conduta para avaliação da BCG consiste em: Os contatos sem cicatrizes receberão 1 doses de BCG, aqueles com uma cicatriz irão receber outra dose da BCG.
Durante as nossas praticas na UBS Vila Cafeteira, podemos observar as alterações e agravos da doença manifestada pelos pacientes de hanseníase. Contudo, ainda se percebe que o acompanhamento e avaliação dos contatos do paciente não é feito de forma efetiva e muitas das vezes não é feito a avalição dos contatos. Outro ponto, observado na vivencia da unidade é que os testes rápidos não são realizados com os pacientes, visto que, outras doenças podem estar associadas a alguns sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Ademais, o reconhecimento precoce da hanseníase e tratamento oportuno são elementos-chave para cessar a transmissão, prevenindo as incapacidades.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o Controle da hanseníase. Brasília, 2002.
Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Núcleo Telessaúde Santa Catarina. Abordagem da Hanseníase na atenção básica [recurso eletrônico]. Florianópolis : CCS/UFSC, 2018.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso eletrônico]. Brasília, 68 p. : il. 2017.
XX/XX/XXXX- DENGUE 
A dengue é uma doença transmitida por mosquito, pelo mosquito Aedes aegypti um mosquito de hábito diurno, com preferência por ambientes urbanos. Sua proliferação ocorre através da deposição de ovos em água parada, que eclodem posteriormente formando larvas. Esses ovos podem sobreviver por cerca de 1 ano ou mais fora da água, aguardando condições favoráveis para se desenvolver. É uma doença sazonal, ocorrendo com maior frequência em períodos quentes e de alta umidade, devido a proliferação do mosquito transmissor nessas condições. É um problema de saúde sendo obrigatório a notificação dos casos. 
A dengue pode ser assintomática ou sintomática. Nos casos sintomáticos, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas oligossintomáticas até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Na dengue, a primeira manifestação é a febre, todo paciente que apresenta doença febril aguda com duração de até sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos sintomas como cefaléia, dor retroorbitária, mialgias, artralgias, prostração ou exantema, associados ou não à presença de hemorragias. Além de ter estado, nos últimos 15 dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti.
O atendimento inicial ao paciente com suspeita de dengue deve ser baseado na anamnese e história clínica. Verificar pressão arterial, pulso, enchimento capilar, frequência respiratória, temperatura, pesquisar sinais de alarme ou sinais de choque, realizar prova do laço na ausência de manifestações hemorrágicas, realizar a notificação e investigação do caso. E cabe ao profissional de enfermagem coletar e registrar dados da forma mais detalhada possível no prontuário do paciente, pois esses dados serão necessários para o planejamento e a execução dos serviços de assistência de enfermagem.
A prova do laço deverá ser realizada obrigatoriamente em todos os casos suspeitos de dengue durante o exame físico. Um exame simples, mas que é muito importante para a triagem do paciente suspeito de dengue, pois é a única manifestação hemorrágica de Febre Hemorrágica da Dengue representando a fragilidade capilar. A prova do laço consiste em: Verifica a PA e calcular o valor médio dessa PA (PAS+PAD/2), obtendo o valor dessa relação, o profissional de saúde deverá insuflar o manguito até o valor médio e manter insuflado durante 5 minutos e 3 minutos em crianças, logo após, desenhar um quadro de 2,5 cm no antebraço do paciente e contar o número de petéquias formada dentro do quadro; a prova do laço será positiva se houver 20 ou mais petéquias nos adultos e nas crianças se tiver 10 ou mais petéquias.
Dando seguimento ao atendimento, o paciente deverá ser classificado em 4 grupos para manejo adequado: Grupo A, é um paciente que não apresenta sangramento espontâneo ou induzido, tem a prova do laço negativa, não apresenta sinais de alarme, sem condições especiais e sem comorbidades. É um paciente que não necessita de internação, no entanto, será solicitado exames complementares como, hemograma completo, o qual o profissional deve estar sempre atento ao aumento progressivo de hematócrito. Somado a isso, o acompanhamento desses pacientes deve ser feito em ambulatório, no entanto, é fundamental que o paciente seja orientado a fazer repouso e a se hidratar bastante, bem como ele deve ser informado para retornar ao serviço o mais rápido possível caso apareça qualquer um dos sinais de alarme. Ademais, o paciente deverá receber o cartão de acompanhamento da dengue, sendo reavaliado no 3° e 6° dia da doença. Nesse cartão deve ser registrado o atendimento clínico e os resultados dos exames. O paciente deve estar de posse do cartão em todos os retornos às unidades de atendimento.
No Grupo B, o paciente já apresenta um sangramento de pele espontâneo ou induzido, prova do laço positiva, uma condição clínica especial ou comorbidades, porém ainda não apresenta sinal de alarme. Já é um grupo que apesar de os pacientes estarem bem, eles possuem alguma condição de base que pode piorar com o quadro de dengue, como é o caso de doenças cardiovasculares, por exemplo. Dessa forma, é preferível manter o acompanhamento em leitos de observação até os resultados dos exames. Nesse grupo já é obrigatório a solicitação do hemograma completo como também exames específicos. Diante disso, será conduzido com a hidratação oral supervisionada até os resultados os exames, e a prescrição de antitérmicos, analgésicos ou antieméticos se necessário. Além disso, esses pacientes terão que ser reavaliados após 4 horas se forem sintomáticos, se houver aumento dos hematócritos o paciente segue sendo tratado com as condutas do grupo c, caso o paciente não apresente o aumento do hematócrito nem sinais de alarme, este poderá seguir com o acompanhamento domiciliar. 
Já o Grupo C e D as coisas começam a ficardiferentes, o paciente agora está em um quadro grave. Então a primeira questão que muda é que agora ele precisa ser internado e vai receber reposição volêmica imediata IV (10mL/kg de soro fisiológico ou ringer lactato na 1ª hora). São pacientes que apresentam algum sinal de alarme, podendo ter manifestações hemorrágicas presentes ou não ( Grupo C); Com algum sinal de choque, hemorragia grave, disfunção grave de órgãos, podendo também apresentar ou não hemorragia (Grupo D). 
Os pacientes do grupo C precisam ser submetidos a todos os exames (hemograma completo, dosagem de albumina sérica e transaminase, glicemia, ureia, creatinina, gasometria, eletrólitos, TPAE e ecocardiograma). Se houver melhora do quadro, readaptar a hidratação para 25mL/kg em 6h e se continuar melhorando, a próxima etapa é novamente 25mL/kg só que em 8h. Caso contrário, se o paciente não apresentar qualquer melhora à estas intervenções, classifica o paciente para o grupo D. O paciente indo para o grupo D, ele vai precisar fazer reposição volêmica IV com solução salina isotônica (20 ml/kg em até 20 minutos), pois já é o quadro clinico muito grave que precisa ser manejado na sala de emergência. Além disso, por conta da gravidade desse quadro, os pacientes devem ser reavaliados a cada 15-30min e também precisam repetir o hemograma a cada 2h para que seja acompanhado o valor do Hematócrito. Se tiver uma resposta adequada, uma melhora clínica e do hematócrito, ele volta a ser tratado como grupo C. 
Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde tenham o conhecimento suficiente da doença, a fim de intervir de maneira eficaz no tratamento e assim viabilizar a recuperação do paciente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão.
Dengue : diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. – 4. ed. – Brasília, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Classificação de Risco e Manejo do Paciente. Disponivel em:, file:///C:/Users/anacl/Downloads/dengue_classificacao_risco_manejo_paciente.pdf> Acesso em: 08 de jan. 2022.
XX/XX/XXXX- Ação Educativa. - VISITA DOMICILIAR AO PACIENTE COM HANSENÍASE. 
É um processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que tem como objetivo à apropriação temática pela população. A realização de ações de educação em saúde contribui para aumentar a AUTONOMIA das pessoas no seu CUIDADO (SILVA, COSTA, 2020). 
A ação desenvolvida no dia 15 serviu para informa a comunidade e propor a realização de testes rápidos que são de fácil execução e não necessitam de uma estrutura laboratorial. Além disso, as ações em saúde possibilitam a ampliação do acesso da população aos testes como também outros serviços de saúde. Na ocasião, foram realizados a testagem para HVC, sífilis, HIV e Hepatite B. Dos testes realizados 1 pessoas testou positivo para HIV, sendo logo após, a mesma foi orientada sobre sua condição de saúde, instruída sobre os cuidados que terá que se atentar-se, em seguida foi encaminhada para o centro de referência para ser confirmada o diagnóstico e esclarecidas as suas dúvidas.
Dando continuidade as práticas, tivemos a oportunidade de avaliar um paciente de hanseníase, que teve alta por cura. Foi realizado visita domiciliar para acompanhamento de alta por cura, na visita o paciente foi examinado, o mesmo relatou que sentia formigamento (parestesias) no membro superior direito e que seu olho direito estava tremendo muito, relatou ainda que voltou ao centro de referência para acompanhamento. O paciente foi orientado a ir ao um oftalmologista, diante da outra queixa apresentada, o mesmo relatou que devido as fortes chuvas na região perdeu os pedidos dos exames que foi passado a ele na ultima consulta e que por isso não realizou os exames. Sobre isso, o paciente foi orientado a retorna na unidade para reaver as guias dos exames. Outro ponto observado foi que os contatos do paciente não foram avaliados nenhuma vez, entretanto na última visita realizada perguntado sobre os contatos listados o paciente não residia mais com elas e que estavam residindo em outra cidade. Além disso, no momento foi feito a avaliação neurológica, tendo alteração sensitiva nos pés para o monofilamento laranja. O paciente foi devidamente esclarecido e orientado sobre tais alterações. 
REFERÊNCIAS
SILVA, Y. L. R. COSTA, J. M. Ações educativas na ESF: guia prático para profissionais. Recife, 2020. Disponível em:< https://repositorio.fps.edu.br/bitstream/4861/477/1/A%C3%A7%C3%B5es%20educativas%20na%20ESF%20guia%20pr%C3%A1tico%20para%20profissionais.pdf> . Acesso em: 08 de Jan. 2022.

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