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CAPÍTULO 5 ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS BIOGÁS Descrição do Conteúdo Conteúdo básico de um Plano de Ação a Emergência: » Como agir em caso de emergências ambientais; » Comunicação de emergências; » Isolamento do local; » Evacuação Carga Horária 30 minutos Capacitação em Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS) na Operação de Estações de Tratamento de Esgoto com Aproveitamento Energético de Biogás Modalidade de Ensino à Distância SUMÁRIO 5.1 INTRODUÇÃO 5.2 PLANO DE AÇÃO A EMERGÊNCIA (PAE) 5.3 REFERÊNCIAS 4 4 11 Este material foi elaborado com base no Roteiro para elaboração de Plano de Ação de Emergência – PAE do Ministério do Meio Ambiente – MMA, no documento “Práticas de Segurança para Sistemas de Digestão Anaeróbia em Fazendas” (Safety Practices for On-Farm Anaerobic Digestion Systems) da AgSTAR Biogas Recovery in the Agriculture Sector Share, EPA - US Envi- ronmental Protection Agency e em outros documentos relevantes citados ao longo do capítulo. 5.2.1 Objetivo O Plano de Ação a Emergências – PAE tem como objetivo fixar as condi- ções exigíveis para o pronto atendimento em situações de emergência que possam ocorrer em determinada atividade, gerando impactos sobre o meio ambiente, saúde, segurança e bem estar de seus funcionários, colaboradores e população vizinha ao empreendimento. 5.2.2 Conteúdo de um Plano de Ação a Emergências – PAE Segundo a EPA (2011), um dos principais objetivos de um PAE é desenvol- ver protocolos (procedimentos) de resposta a determinadas emergências de modo que, se ocorrer um acidente, as pessoas envolvidas irão realizar as ações apropriadas e na sequencia correta. Como recomendação geral da EPA (2011), para plantas de Digestão Anaeróbia, cada situação deve ser dividida nos seguintes componentes: 1. Avaliar a extensão dos danos na seguinte ordem: a. Saúde humana; b. Impacto ao meio ambiente; c. Integridade das instalações (integridade mecânica). 2. Corrigir o problema imediatamente, se possível; 3. Entrar em contato com as agências e pessoal apropriado para resolver o problema. O conteúdo de um PAE deve ser bem organizado em uma pasta ou arquivo ele- trônico e distribuído a todos os colaboradores para que eles estejam informa- dos sobre as ações de emergências (protocolos de emergência) apropriadas. Recomenda-se que de posse do PAE, a organização promova uma visita às instalações para que os operadores possam se familiarizar com o local. Além disso, o empreendimento deve manter uma cópia do PAE em local 5 ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS 5.1 Introdução 5.2 Plano de Ação a Emergências (PAE) Neste tópico é apresentado o conteúdo básico de um Plano de Ação a Emer- gência – PAE e seus principais componentes. CAPACITAÇÃO EM QSMS NA OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE BIOGÁS (MODALIDADE EAD) 5 acessível ou entregar um resumo com as principais ações, para os visitantes do empreendimento. 5.2.2.1 Informações sobre a localização Muitas vezes o empreendimento não é claramente visível a partir de uma estrada principal, especialmente se localizado no ambiente agrícola. Por- tanto, traçar rotas (ou itinerários) detalhados a partir da estrada principal mais próxima, cruzamento ou cidade para a localização da planta deve ser incluído no PAE. 5.2.2.2 Contatos de emergência » Administrador do empreendimento; » Operadores; » Equipes de atendimento a emergência (brigada de emergência) ou de atendimento não emergencial: • Corpo de bombeiros; • Controle de intoxicação; • Hospital; • Polícia e/ou órgão ambiental (em caso de emergência ambiental); » Concessionária de gás e/ou energia; » Serviços, quando aplicável: • Elétrico; • Mecânico; • Escavação. » Departamento de saúde e segurança do estado e/ou município, quando existir. O contato apropriado deve ser identificado imediatamente após a ocorrên- cia. A lista com os contatos deve estar disponível para rápida visualização em diversos locais da instalação. É importante que a lista de contatos seja atualizada periodicamente. 5.2.2.3 Mapa do site O PAE deve possuir um mapa detalhado da instalação e as áreas devem es- tar identificadas. As estruturas mais relevantes devem conter etiquetas ou placas de identificação, como por exemplo, os tanques de aeração, os bio- digestores, a unidade de tratamento do gás, o gasômetro, etc., bem como, deve ser de fácil localização os equipamentos de emergência específicos para cada uma das áreas de risco. Devem ser identificados de forma clara os locais de interrupção do fornecimento de efluente, lodo e biogás, tais como válvulas e painel de controle. 5.2.2.4 Requisitos de legais de saúde e segurança O PAE deve incluir os regulamentos federais, estaduais e municipais de saú- de e segurança, bem como, diretrizes e certificações, tais como: trabalho em altura, em espaço confinado, etc. Os colaboradores devem estar capacitados a executar suas funções, assim como, no atendimento de emergências. O em- preendimento deve manter o registro das capacitações de seus colaboradores. CAPACITAÇÃO EM QSMS NA OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE BIOGÁS (MODALIDADE EAD) 6 5.2.2.5 Manuais dos fornecedores de equipamentos O PAE deve incluir os manuais dos equipamentos de modo que, em caso de falha mecânica, os operadores possam identificar rapidamente o fornecedor específico de cada equipamento e/ou o prestador de serviço de manutenção. 5.2.2.6 Estrutura do PAE Para o MMA, a elaboração de um plano de ação a emergências deve seguir o seguinte roteiro: Introdução » Apresentar breve histórico de acidentes com substâncias químicas ou que apresentam características capazes de gerar algum tipo de contaminação (por exemplo: emissão de sulfeto de hidrogênio para atmosfera), das atividades de atendimento a emergências e da disponibilidade de infraestrutura. Objetivos » Estabelecer procedimentos técnicos administrativos a serem adotados em situações emergenciais na região; » Promover medidas básicas para restringir os danos a uma área previamente dimensionada, a fim de evitar que os impactos ultrapassem os limites de segurança preestabelecidos; » Indicar as ações que visam evitar impactos e as que podem contribuir para agravá-los; » Ser um instrumento prático, de respostas rápidas e eficazes em situações de emergência; » Definir, de forma clara e objetiva, as atribuições e responsabilidades dos envolvidos. Definições » Explicação sobre os principais termos técnicos utilizados; » Caracterização da área; » Descrição dos segmentos e instalações existentes e dos adensamentos populacionais do entorno, aspectos de uso e ocupação a áreas ambientais vulneráveis. Pressupostos básicos » Considerações, justificativas e razões da necessidade. Área de abrangência do plano » Local e área – regional, municipal, estadual ou federal. Hipóteses acidentais » Descrição das atividades que podem resultar em acidentes; » Descrição das áreas onde podem ocorrer acidentes ou desenvolver-se a atividade emergencial; » Exemplos de acidentes e consequências esperadas em cada hipótese acidental considerada, com os impactos em áreas vulneráveis na região. CAPACITAÇÃO EM QSMS NA OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE BIOGÁS (MODALIDADE EAD) 7 Estrutura organizacional » Organograma com apresentação esquemática da estrutura organizacional do plano, coordenação, grupos de trabalho e equipes; » Atribuições e responsabilidades da coordenação, grupos de trabalho e equipes, com a descrição das atividades e obrigações dos envolvidos. Acionamento » Fluxograma de acionamento do PAE com a sequência das etapas de acionamento e o nível hierárquico dos envolvidos. Procedimentos emergenciais » Avaliação e identificação do problema, porte da ocorrência e procedimentos iniciais para controlar a situação; » Procedimentos de controle: a) ações de combate a emergênciase medidas para minimizar suas consequências e impactos – porte, tipo de ocorrência, jurisdição e atribuições dos participantes; b) isolamento; c) paralisação de atividades; d) evacuação de pessoas; e) combate a incêndios; f) controle de vazamentos; g) reparos de emergência; h) resgate; i) tratamento de intoxicados; » Ações pós-emergenciais (de rescaldo) para restabelecer as condições normais das áreas afetadas pelas consequências do acidente. Recursos humanos e materiais » Planejamento e compatibilização com o porte das ocorrências previstas e dimensionamento para subsidiar as necessidades técnicas e operacionais estabelecidas nos procedimentos de controle. Treinamento » Capacitação dos participantes do plano, mediante treinamento individual ou coletivo para manter e operacionalizar as rotinas de trabalho; » Simulação em campo, para habilitar as equipes nos procedimentos e nas ações de combate a episódios acidentais, bem como ambientar todos os colaboradores e envolvidos com os procedimentos de emergência. Atualização, avaliação e manutenção » O plano deve dispor de: a) sistema de revisão, manutenção e atualização permanente, de acordo com a experiência adquirida tanto nos atendimentos realizados como em treinamentos específicos, e de medidores de desempenho, que permitam avaliar a eficiência e a eficácia das metas e objetivos previstos; b) sistema de atualização de informações; c) registro de atendimentos; d) reavaliação periódica dos procedimentos; e) reposição e renovação dos recursos humanos e materiais. CAPACITAÇÃO EM QSMS NA OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE BIOGÁS (MODALIDADE EAD) 8 Divulgação » Distribuição de informações sobre o plano aos visitantes e colaboradores, aos segmentos públicos e privados, com interesse ou vínculo no desenvolvimento das atividades. Integração com outros planos » O plano deve prever trabalhos integrados com outros planos, que envolvam instituições públicas e privadas e/ou de auxílio mútuo existentes em uma determinada localidade. Anexos » Formulário de registro de ocorrências, relatórios e formulários de atendimento telefônico; » Listagem de acionamento dos órgãos e listagem de telefones de emergência; » Protocolo e instruções de trabalho, procedimentos, requisitos de competência, Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ); » Relação dos recursos humanos e materiais; » Relação de equipes técnicas, empresas, órgãos públicos, recursos materiais disponíveis (máquinas, equipamentos de proteção individual, de monitoramento ambiental, de combate e contenção de vazamentos etc.) entre outros; » Referências bibliográficas: legislação municipal, estadual e federal, tabelas, leis específicas, proibições regionais, licenças obrigatórias, normas técnicas, entre outras. 5.2.3 Como agir em caso de emergência 5.2.3.1 Aviso sonoro Em se constituindo uma situação de emergência na estação de tratamen- to de esgoto ou na planta de biogás deverá ser acionado um sinal sonoro (alarme/sirene). O aviso sonoro pode ser por regime de toques, por exemplo: » 3 toques de sirene consecutivos: permaneça no seu setor de trabalho, pois a emergência não implica em evacuação do local; » 1 toque longo de sirene: evacue as instalações e dirija-se ao ponto seguro mais próximo » 2 toques de sirene consecutivo: Fim da emergência, retorne as suas atividades. É importante ressaltar que em uma estação de tratamento de esgoto com uso energético do biogás as emergências podem ser as mais variáveis pos- síveis, sendo assim, recomenda-se que haja um aviso sonoro para cada tipo de incidente (ou grupos de incidentes). Por exemplo, se há um vazamento de biogás a rota de fuga deve ser a favor do vento para evitar uma possível inalação de gases tóxicos. O mesmo se aplica para o caso de incêndio. CAPACITAÇÃO EM QSMS NA OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE BIOGÁS (MODALIDADE EAD) 9 5.2.3.2 Rotas de fuga e saídas Os colaboradores e visitantes devem conhecer as saídas das instalações e as rotas de fuga para que, em caso de emergência, facilmente possam se dirigir até o ponto de encontro previamente estabelecido. Os visitantes nunca devem transitar por uma estação de tratamento de esgoto ou planta de biogás desacompanhados. 5.2.3.3 Organização da fuga/evacuação Em caso de necessidade de evacuação da instalação, as pessoas devem sair imediatamente e, em não havendo risco, devem alertar os demais ocupan- tes do local. Preferencialmente, as pessoas devem sair em fila indiana, em passo apressado, porém sem correr pelos caminhos seguros previamente demarcados. 5.2.3.4 Ponto de encontro Os pontos de encontro devem estar localizados em locais seguros, onde as pessoas possam se reunir sem a interferência de qualquer tipo de incidente. Conforme relatado no item 2.3.1, o ponto de encontro, no caso de vazamen- to de biogás, não poderá ser atingido pelo mesmo. Sendo assim, deve se levar em consideração a direção predominante do vento no local e instituir, por exemplo, pontos de encontro a montante do gasômetro. 5.2.3.5 Telefones de emergência Os ocupantes da instalação, sejam colaboradores ou visitantes, devem co- nhecer o número e ter fácil acesso ao ramal de emergência, pois em caso de incidente deverão entrar em contato imediatamente, informando a razão da emergência. O ramal de emergência deve ser dedicado exclusivamente para isso e nunca pode ser desligado ou permanecer ocupado, exceto quando esteja ocorrendo uma situação de emergência. É recomendado que, nos pontos críticos existam outras formas de contato e não somente via ramal de emer- gência (Exemplo: rádio transmissor, comunicador, walk talk). 5.2.3.6 Isolamento do local O isolamento do local deve ser realizado por profissional habilitado (capa- citado) e só poderá ser executado se não apresentar risco de permanência (para quem está realizando o isolamento), visando manter todas as pessoas estranhas à situação fora da área isolada, com isso, fora do risco. O isolamento deve ser feito com equipamento de sinalização adequado (fitas, cones, cavaletes) à situação e deve estar previsto no PAE. Recomen- da-se que o isolamento do local seja executado por um membro da brigada de emergência ou pelo corpo de bombeiros, quando acionado. CAPACITAÇÃO EM QSMS NA OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE BIOGÁS (MODALIDADE EAD) 10 5.2.4 Brigada de emergência Recomenda-se que a brigada de emergência seja composta por duas equipes cujas responsabilidades são listadas a seguir: Equipe de Emergência » Participar dos treinamentos necessários ao combate a situações de emergência e primeiros socorros; » Conhecer as saídas de emergência; » Combater princípios de incêndio; » Orientar quanto aos procedimentos de proteção e prevenção da poluição ambiental em caso de derramamento de produtos químicos, transbordamento de tanques e vazamento de gases tóxicos; » Classificar e dar destino final adequado aos resíduos gerados durante os acidentes; » Conhecer e utilizar EPI e EPC adequado aos riscos envolvidos; » Conhecer os locais dos alarmes e o princípio de acionamento do sistema; » Orientar a saída das pessoas em caso de evacuação das instalações; » Isolar áreas atingidas; » Substituir os integrantes da Equipe de Primeiros Socorros, quando necessário. Equipe de Primeiros Socorros » Participar dos treinamentos necessários ao combate a situações de emergência e primeiros socorros; » Conhecer as saídas de emergência; » Conhecer e utilizar EPI e EPC adequados aos riscos envolvidos; » Conhecer os locais dos alarmes e o princípio de acionamento do sistema; » Socorrer e prestar os primeiros socorros às vítimas de acidentes; » Conhecer os locais onde se encontram as fichas de Emergência Química; » Colaborar nas atividades de evacuação dos prédios, auxiliando a equipe de emergência;» Transportar vítimas de acidentes até locais de atendimento pré-determinados; » Auxiliar na colocação de vítimas de acidentes em ambulâncias quando da necessidade das mesmas; » No caso de atendimento externo, pelo menos um componente da equipe deve acompanhar a vítima repassando todas as informações pertinentes à ocorrência; » Substituir os integrantes da Equipe de Emergência, quando necessário. Recomenda-se que a Brigada de Emergência seja formada por colaborado- res pertencentes ao quadro de funcionários da empresa. CAPACITAÇÃO EM QSMS NA OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE BIOGÁS (MODALIDADE EAD) 11 AGSTAR Biogas Recovery in the Agriculture Sector Share, EPA - US Environmental Protection Agency: Safety Practices for On-Farm Anaerobic Digestion Systems. Disponível em: https://www.epa.gov/sites/production/files/2014-12/documents/ safety_practices.pdf Ministério do Meio Ambiente – MMA: Roteiro para elaboração de Plano de Ação de Emergência – PAE. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_p2r2_1 /_arquivos/roteiro_pae.pdf 5.3 Referências Por meio da:
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