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Espaços Confinados Segurança nas Atividades em Espaços Confinados Norma Regulamentadora NR33 Sergio Rivaldo Engenheiro Químico e de Segurança do Trabalho Atenção: As normas devem ser consultadas em suas fontes periodicamente, pois elas são atualizadas, melhoradas e modificadas, por tanto não devemos confiar na boa e velha norma que está em nossas gavetas há muito tempo. 1 INTRODUÇÃO Esta apostila foi preparada com o objetivo de fornecer aos trabalhadores envolvidos nas atividades de entrada em espaços confinados, uma fonte de referência onde eles possam buscar informações necessárias ao bom andamento do seu trabalho. A entrada e o trabalho em espaços confinados é uma das atividades mais perigosas que podemos executar em nossa atividade profissional, e para tanto requer rigoroso treinamento, equipamentos especiais, além de técnicas e habilidades necessárias para realizá-la de maneira segura. O PROBLEMA DOS ESPAÇOS CONFINADOS Acidentes em espaços confinados não acontecem frequentemente, mas quando acontecem, eles são normalmente fatais. E o que é mais grave, é que estes acidentes envolvem fatalidades múltiplas! Como um acidente que acontece raramente, pode envolver tantas vidas em um único evento? Relatórios de acidentes analisados por instituições de saúde e segurança mostraram que o fator que frequentemente transforma um único incidente em espaço confinado em uma catástrofe com múltiplas vítimas fatais, é a tentativa de salvamento mal sucedida. Estes esforços de salvamento normalmente são feitos por empregados bem intencionados, mas sem o devido treinamento, que sem conhecer os riscos que envolvem a entrada em espaços confinados, entram no espaço, agindo muitas vezes pela emoção, e pelo ímpeto de salvar a pessoa, ao invés de agir racionalmente avaliando os riscos do local. Um exemplo típico de trabalho em espaço confinado é o do trabalhador que entra em um espaço como um tanque de armazenamento de produtos químicos para fazer uma limpeza ou inspeção. De repente, ele é envolvido por uma atmosfera com deficiência de oxigênio, ou uma atmosfera com algum contaminante tóxico e perde os sentidos. O segundo trabalhador, vendo o companheiro inconsciente no fundo do tanque, entra para salvá-lo, ele também é envolvido pela atmosfera contaminada, um terceiro, um quarto, e até mesmo um quinto trabalhador, todos vão sendo envolvidos, vítimas de tentativas de salvamento mal sucedidas. Como vimos acima, esta apostila tem como seu principal objetivo orientar trabalhadores e demais profissionais envolvidos em atividades de entrada em espaços confinados, indicando suas classificações, riscos potenciais mais comuns, equipamentos adequados, técnicas seguras e até planejamento de atendimento a emergências envolvendo tais ambientes. Sabemos que é praticamente impossível em um trabalho curto como este colocar todos os detalhes envolvidos, e esperamos que esta apostila seja, pelo menos, um primeiro passo para diminuir a exposição de trabalhadores a situações potencialmente perigosas. COMO RECONHENCER UM ESPAÇO CONFINADO É extremamente importante reconhecer um espaço confinado! A falha ao não reconhecer um espaço confinado pode acarretar em sérios danos a saúde e até mesmo a morte do trabalhador; como vemos no caso de estudo abaixo: CASO DE ESTUDO Nº 1 – Três trabalhadores perderam a vida ao realizar a limpeza de um tanque sem fechamento superior em uma planta de galvanoplastia, devido à reação inesperada do agente de limpeza ácido que estavam utilizando com resíduos de sais de cianeto que impregnavam o tanque. A falta de ventilação favorável não foi observada, criando assim um ambiente fatal no interior do tanque. No caso de estudo acima, baseado, infelizmente, em um acidente real, fica claro que o não reconhecimento dos riscos envolvidos, colocou os trabalhadores em uma situação fatal. Espero que, com os conhecimentos aqui colocados, seja possível ao trabalhador reconhecer os riscos e planejar sua atividade com segurança adequada aos riscos presentes. Uma vez que os acidentes em espaços confinados, quando ocorrem, muitas vezes apresentam múltiplas vítimas, as atividades em espaços confinados passaram a ter grande interesse por parte das autoridades de vários países com o intuito de prevenir e/ou reduzir tais acidentes. Vários países lançaram programas específicos para capacitar trabalhadores, além de regulamentações que quando devidamente aplicadas diminuem muito a possibilidade de acidentes envolvendo os espaços confinados. 2 REGULAMENTAÇÕES SOBRE ESPAÇOS CONFINADOS Normas e Padrões de segurança em atividades envolvendo espaços confinados foram elaborados em diversos países, sendo que nos países mais industrializados tais normas e padrões foram adotados antes que no Brasil. Entre as normas de outros países que devemos observar com mais cuidado estão as normas americanas da OSHA e da NIOSH, pois parte da Norma Regulamentadora NR33 – foi baseada em tais normas. 2.1 Normas no Brasil (sobre espaços confinados) A primeira norma no Brasil, sobre o assunto espaços confinados, foi elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) com o número NBR 14.606 – Postos de Serviços – Entrada em espaços confinados de 30.1.2000. Após foi lançada e Norma NBR 14.787 – Espaços confinados – Prevenção de acidentes, procedimento e medidas de proteção de 30.12.2001; que foi cancelada em 28.03.2017 sendo substituída pela NBR 16.577 - Espaços confinados – Prevenção de acidentes, procedimento e medidas de proteção. É muito importante observar que as normas criadas pela ABNT são normas não mandatórias, ou seja, não possuem força de lei, mas sim são recomendações e suas aplicações são voluntárias. No dia 22 de dezembro de 2006, o Ministério do Trabalho e Emprego, promulgou através da portaria nº 202, a Norma Regulamentadora NR33 – segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados, que recebeu uma atualização em 29 de agosto de 2012. Diferentemente das Normas da ABNT (NBR’S) a Norma Regulamentadora NR tem força de lei e sua aplicação é compulsória a todas as empresas. O não cumprimento das diretrizes da NR33 implicam em multas, embargos e interdições. NOTA IMPORTANTE: apesar das normas brasileiras reconhecidas pela sigla NBR não serem obrigatórias, as mesmas, por serem citadas textualmente na Norma NR33, passam a ter caráter obrigatório pela Lei! Além das Normas Brasileiras NBR e da Norma Regulamentadora NR 33, outras normas do Ministério do Trabalho e Emprego, também deverão ser observadas, em complementação às atividades em espaços confinados, conforme os riscos encontrados, equipamentos de proteção individual necessários, e outros meios para controle dos riscos e execução das atividades a serem executadas. No Anexo A desta apostila temos uma breve descrição das Normas Regulamentadoras. 2.2 Definição de espaço confinado pelas Normas no Brasil Segundo a Norma Regulamentadora NR-33 Segurança e Saúde nos trabalhos em espaços confinados (do Ministério do Trabalho e Emprego MTE), espaço confinado é: “Qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio”. Segundo a Norma Brasileira NBR 14.787 – Espaço Confinado – Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção da Associação Brasileira de Normas Técnicas, espaço confinado é: “Qualquer área não projetada para ocupação contínua, a qual tem meios limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou se desenvolver”. Como podemos observar as das definições são muito parecidas; no entanto, quando comparamos tais definições com as normas americanas (que foram utilizadascomo base de estudo para criação da norma brasileira) temos algumas diferenças como poderemos ver mais abaixo. 2.3 Definição de espaço confinado pelas Normas nos EUA Nos Estados Unidos da América, as definições de espaços confinados são dadas por cada estado, além de padrões e normas de cunho nacional. Entre algumas das definições de espaços confinados podemos citar: No Estado da Califórnia (E.U.A.), espaço confinado é definido pela existência simultânea das seguintes condições: (A) ventilação insuficiente para remover contaminantes perigosos do ar e/ou atmosferas com deficiência de oxigênio, que já existam ou possam vir a se desenvolver; (B) meios de entrada e saída restritos, de difícil acesso para remoção de uma pessoa, devido ao tamanho e/ou local da abertura. No estado do Kentucky (E.U.A.), são considerados espaços confinados os que possuem as seguintes características: (1) possuam meios limitados de entrada ou saída; (2) ventilação inexistente ou insuficiente, para a remoção de contaminantes tóxicos, permitindo a formação de atmosferas tóxicas, com deficiência de oxigênio, ou formem misturas inflamáveis / explosivas. No estado do Michigan (E.U.A.) os espaços confinados, são espaços não planejados para ocupação humana contínua, que por causa de seu layout possui: (A) qualidade de ar inaceitável; (b) risco de engolfamento por partículas sólidas ou líquidas soltas. No Estado da Virgínia (E.U.A.) define-se como: um espaço limitado que não é indicado para ocupação de empregados de maneira contínua, possui meios limitados de entrada e saída e o qual também está sujeito ao acúmulo atual ou potencial de atmosfera perigosa como definido nesta subseção ou um potencial para engolfamento como definido nesta subseção; onde temos: Atmosferas Perigosas Definidas: Presença de gases e vapores inflamáveis em concentrações acima de 10% do limite inferior de explosividade. Concentração de oxigênio menor de 19,5% em volume ou maior que 23% em volume. Concentração de contaminantes que excede os limites permitidos segundo lista da Subseção Z do capítulo 29 CFR 1910 da OSHA. Condições que podem resultar em efeitos severos agudos e/ou imediatos na saúde. Engolfamento – definido como: Envolvimento e captura efetiva de uma pessoa por material finamente dividido sólido e ou líquido. As definições importantes para este estudo, no entanto, são as definições da OSHA e da NIOSH, conforme colocado abaixo: OSHA Segundo Norma 29 CFR 1910.146 – Normas para Saúde e Segurança na Indústria, em geral da OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH – OSHA (órgão oficial de Saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos) – temos: Espaço confinado é um local que possui as seguintes características: 1. Grande o bastante para caber uma pessoa dentro; 2. Tem meios de acesso restritos, entrada / saída; 3. Não foi projetado para ocupação contínua. NOTA: A OSHA divide ainda, os espaços confinados em duas categorias, espaços que necessitam de permissão de entrada, e espaços que não precisam de permissão de entrada. NIOSH Segundo o NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH – NIOSH a definição de espaço confinado é: um espaço que em seu desenho apresenta saídas e entradas restritas; possui ventilação natural desfavorável que pode conter ou produzir contaminantes perigosos no ar; e que não é indicado para ocupação humana contínua. A definição do NIOSH também reconhece que vários graus de risco podem existir sob diferentes condições, criando assim as classes indicadas abaixo: Espaço confinado CLASSE A: espaço confinado que apresenta uma situação que é imediatamente perigosa à vida e saúde (IPVS). Estas situações incluem, e não estão limitadas a: deficiência de oxigênio, presença e/ou acúmulo de substâncias criando atmosferas explosivas e/ou inflamáveis, bem como acúmulo de substâncias tóxicas em concentrações acima dos limites de tolerância. NOTA: Para atividades nestes espaços confinados é requerida a presença de equipe de resgate especializada e devidamente equipada no local. Espaço confinado CLASSE B: espaço confinado que possui o potencial de causar danos ou doenças à saúde, se medidas de proteção não forem utilizadas, mas não são considerados imediatamente perigosos à vida e saúde. NOTA: Para atividades nestes espaços confinados não requer a presença de equipe de resgate de prontidão no local, no entanto é altamente recomendado que seja preparado um esquema para eventuais ações mitigadoras, otimizando assim o tempo de resposta em situações emergenciais. Espaço confinado CLASSE C: espaço confinado que o potencial de risco é muito pequeno que não necessita adoção de medidas especiais para o procedimento de trabalho. 2.4 Exemplos de espaços confinados Tanques em geral Silos em geral Fossas Covas Redes de esgoto Redes de águas pluviais Reatores químicos Vasos de pressão Caldeiras Fornos Vagões tanques Porões de navios e embarcações Chaminés Asas de aeronaves Caminhões tanques Containers (IBC) Trituradores Moinhos Misturadores Caixas d’água Torres de fracionamento Filtros Galerias subterrâneas Poços Essa é apenas uma pequena lista de alguns tipos de espaços confinados encontrados na maioria dos parques industriais, e em outros locais de trabalho, outros tipos podem ser encontrados e muitas vezes passarem sem que os responsáveis ou executantes de trabalho percebam sua existência. 2.5 Razões para Entrada em Espaços Confinados O que justifica entrar em um espaço confinado? Embora expondo o trabalhador a riscos, as entradas em espaços confinados são muitas vezes inevitáveis. Eis aqui, algumas tarefas que são executadas no interior desses locais. Razões típicas para entrar em um espaço confinado: Limpeza e remoção de lodos e dejetos; Inspeção de equipamentos e condições internas; Manutenção de tubulações e aplicações de revestimentos; Instalação de revestimentos térmicos, cobertura e testes de redes de esgotos, petróleo, vapor e canos d’água; Consertos, incluindo ajustes e manutenção de equipamentos mecânicos (pintura, reparos, soldagem); Leitura de manômetros e outros indicadores; Instalação, conserto e inspeção de rede elétrica, cabos ópticos e telefônicos; Resgate de trabalhadores que estão feridos ou não, dentro dos espaços confinados. 2.6 Gestão de Segurança para Entrada em Espaços Confinados As normas do ministério do trabalho e da associação brasileira de normas técnicas abrangem os seguintes tópicos relacionados a espaços confinados: IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS: O método pelos quais os riscos apresentados no espaço confinado, devem ser identificados e avaliados antes de qualquer procedimento de entrada; CONTROLE DOS RISCOS: Práticas, procedimentos e métodos necessários para eliminar ou pelo menos controlar os riscos anteriormente identificados no interior dos espaços confinados; PERMISSÕES DE ENTRADA: Sistema de documentos, com valor legal, necessário para o preparo de uma entrada segura e regulamentar, com condições de editar, implementar e cancelar (se necessário) a entrada e o documento de permissão de entrada, assim como assegurar o fechamento do espaço confinado e o retorno seguro do trabalhor, após o serviço ter sido executado. EQUIPAMENTOS ESPECIAIS: Alguns equipamentos especiais (específicos) são necessários para uma entrada e saída segura. Para o uso correto destes equipamentos são necessários treinamentos prévios. DESIGNAÇÃO CORRETA DO TRABALHADOR: A designação, responsabilidade e deveres desses trabalhadores são fundamentais para a segurança individual e coletiva. Papeis como os de Vigia, trabalhador autorizado e supervisor de entrada devem ser bem esclarecidos, assim como quais serão suas atribuições. TESTE E MONITORAMENTO: Os testes e os monitoramentos da atmosfera e de qualquer outro risco, anteriormente à entrada, devem ser executados a fim de atestar as condições de segurança do local, umavez iniciado, não dever mais ser interrompido até a conclusão dos trabalhos. EMPREITEIRAS: Os métodos para a coordenação das atividades junto aos empreiteiros devem ser de conhecimento de ambas as partes (contratante e contratada), a fim de fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores; além de acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores provendo os meios e condições para que eles possam atuar em conformidade com as normas regulamentadoras. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA: Deverão ser criados e implantados procedimentos para situações de emergência em espaços confinados, além de capacitação através de treinamento e aquisição de equipamentos para equipe de resgate de espaços confinados própria da empresa, equipes contratadas, ou ainda a utilização de serviços públicos de resgate. Deverão ser realizados exercícios anuais de resgate em espaços confinados. TREINAMENTO: O treinamento é requerido pela legislação, para os trabalhadores (todos os que executam trabalho no interior de espaços confinados), vigias (trabalhadores que monitoram e acompanham os trabalhos realizados no interior os espaços confinados) e supervisores de espaços confinados (pessoas encarregadas de fazer a permissão segura para a entrada dos trabalhadores no interior dos espaços confinados). PROGRAMA DE REVISÃO: Anualmente deverão ser feitas revisões nos procedimentos de entrada em espaços confinados, a fim de verificar se os mesmos atendem às necessidades de segurança para cada tipo de espaço especificado. Estas revisões deverão ser feitas pelos supervisores, membros da CIPA e do SESMT de cada empresa. 3 PROGRAMA de GESTÃO e SEGURANÇA e SAÚDE nos TRABALHOS em ESPAÇOS CONFINADOS e PERMISSÃO de ENTRADA e TRABALHO (PET) 3.1 Programa de Entrada O trabalhador que for designado a entrar e executar qualquer ação no interior do espaço confinado poderá ser exposto a inúmeros riscos, desde a deficiência de oxigênio, atmosferas tóxicas, riscos elétricos, hidráulicos, químicos, até fatores psicológicos, que podem trazem sérios riscos não só para o trabalhador, mas também à equipe envolvida; portanto, é essencial para os trabalhadores seguirem o Programa de Gestão de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. O Programa de Gestão de Segurança de Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados deve incluir, mas não se limitar a seguinte lista de tópicos: Identificação de todos os espaços confinados da planta/local de trabalho; Instalação de um aviso de perigo em todas as entradas de espaços confinados; Análise preliminar de risco de cada espaço confinado; Análise de segurança aplicada a cada tarefa a ser executada; Procedimento de entrada em espaços confinados, contendo pelo menos: - Plano inicial de trabalho; - Indicar os trabalhadores envolvidos no trabalho; - Forma de comunicação; - Procedimento de resgate definido - Procedimento de trabalho específico dentro do espaço confinado. Avaliação para determinar se a entrada é realmente necessária, ou se o trabalho poderia ser realizado de fora do espaço confinado. Emissão de Permissão de Entrada e Trabalho em espaços confinados (também conhecida como PET), que é uma autorização com força de aprovação, por escrito, que determina o local exato de entrada, o propósito da entrada, o tipo de trabalho a ser executado, e certificará que o local foi avaliado e testado por uma pessoa qualificada, e que todas as medidas de proteção necessárias foram tomadas para assegurar a segurança dos trabalhadores. Testar e monitorar a qualidade do ar nos espaços confinados para assegurar-se que: - O nível da concentração de oxigênio seja de pelo menos 19,5% em volume; - O nível de gases, vapores ou poeiras inflamáveis não alcancem o limite inferior de explosividade LIE; - As concentrações de substâncias de risco estejam dentro dos limites de tolerância permitidos pela legislação. Preparação para entrada no espaço confinado: - Isolamento através de dispositivos de bloqueio de energias perigosas e correta etiquetagem; - Processo de lavagem; - Purga e ventilação e/ou exaustão, devidamente controlada; - Aplicação de equipamentos especiais e/ou ferramentas. Equipamentos de proteção individual para serem usados durante a entrada nos espaços confinados: - Capacete; - Protetor auricular (se realmente necessário); - Luvas; - Botas; - Roupas protetoras; - Respiradores adequados aos riscos presentes; - Cintos de segurança; - Cabos guia; Equipamentos especiais; - Equipamentos de movimentação vertical; - Lanterna (classificada ou intrinsecamente segura de acordo com o risco presente); - Sistema de comunicação (classificado ou intrinsecamente seguro de acordo com o risco presente); Treinamento dos trabalhadores, vigias e supervisores, conforme a legislação e riscos específicos de seus espaços confinados; Treinamento dos trabalhadores para atuarem (se necessário) no atendimento emergencial. 3.2 Permissão de Entrada e Trabalho A permissão de entrada e trabalho (PET) é um documento que garante que todas as precauções específicas, tais como isolamentos e bloqueios, testes atmosféricos, ventilação, lavagem, entre outros, foram tomadas e, sobretudo, devidamente checadas e testadas. Uma pessoa devidamente qualificada deve completar a PET antes de cada procedimento de entrada. O emprego da permissão de entrada é obrigatório, pois o mesmo oferece um método sistemático, tomando por base os modelos da NR-33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados) e NBR 16.577 (Espaço Confinado - Prevenção de Acidentes). Após a Permissão de Entrada e Trabalho ter sido completada, a mesma deve ser utilizada para que todos os envolvidos na operação sejam corretamente informados dos riscos aos quais eles estarão expostos durante a atividade a ser desenvolvida, e principalmente, quais as conseqüências desses riscos caso os trabalhadores não estiverem devidamente protegidos de tais riscos, ou se os mesmos riscos não puderem ser eliminados. Equipes de resgate podem e devem utilizar permissão de entrada e trabalho em espaços confinados para obter informações vitais para o atendimento a possíveis emergências, tais como isolamento de componentes elétricos e hidráulicos, últimas informações sobre as condições atmosféricas, além da natureza do trabalho que esta sendo desenvolvido, e por fim, a quantidade de pessoas envolvidas neste trabalho. Os propósitos de uma permissão de entrada incluem: 1. Servir como método para planejamento de segurança do trabalho; 2. Como um CHECK-LIST para verificação dos procedimentos e equipamentos especiais que devem ser aplicados; 3. Como um registro de todas as ações tomadas, servindo para o programa de revisão, e até para uma investigação de responsabilidades em caso de acidente fatal ou não; 4. Para atuar como um memorial em caso de acidentes. As permissões de entrada e trabalho poderão variar em função dos tipos de risco e complexidade dos espaços confinados de uma determinada empresa, mas no geral eles devem conter no mínimo, as seguintes informações, conforme o modelo da NR-33: Identificação do espaço confinado; O propósito da entrada; A data da entrada; A duração da entrada; Identificação dos trabalhadores autorizados; Identificação do vigia; Descrição dos riscos no espaço confinado; Medidas tomadas para isolar o espaço confinado e controlar os riscos identificados; As condições aceitáveis para a entrada naquele momento; Resultados de testes atmosféricos iniciais e periódicos, incluindo no nome do responsável pela avaliação e os horários em que foram verificadas as concentrações; Procedimento de comunicação utilizado; Equipamentos especiais necessários; Serviços de emergência e resgate que podem ser solicitados; Outros documentos necessários para o trabalho,tais como permissão de trabalho a quente; Qualquer outra informação que for considerada relevante; A assinatura do supervisor de entrada e de todos os envolvidos na operação, a fim de termos como atribuir responsabilidades em caso de apuração de fatos acidentais. PERMISSÃO DE ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS Nº XXXX-YY Solicitante do serviço: Empresa: Ramal: Data: Descrição da atividade: Esp. Confinado No: Nível: Localização: Prédio: Área: Declaro estar ciente dos perigos e riscos existentes na atividade, bem como das ações de eliminação, mitigação e controle que deverão ser seguidas por todos os envolvidos na atividade ou serviço. Trabalhador(es) autorizado(s): Assinatura(s): Data: Hora: / / Vigia(s): Assinatura(s): Data: Hora: / Preparação da atividade / serviço Treinamento dos envolvidos esta valido? N/A( ) S( ) N( ) Exame médico dos func.(s) estão validos? N/A( ) S( ) N( ) Ferramentas e equip.(s) inspecionadas? N/A( ) S( ) N( ) Extintor, máscara autônoma checados? N/A( ) S( ) N( ) É PROIBIDO UTIILIZAR OXIGÊNIO PURO PARA VENTILAR ESPAÇO CONFINADO ANÁLISE DE PERIGOS E RISCOS Presença de Ruído? N/A( ) S ( ) N ( ) Equip. de medição inspecionado ? S( ) N( ) Presença de Gases/Vapores Inflamáveis? N/A( ) S ( ) N ( ) 1ª - Avaliação Quantitativa Presença de Gases/Vapores Tóxicos? N/A( ) S ( ) N ( ) Oxigênio O2 R______% Presença ou ausência de Oxigênio? N/A( ) S ( ) N ( ) Explosividade R______% Presença de Agentes Biológicos? N/A( ) S ( ) N ( ) Toxicidade - CO R____ ppm Movimentação de Partes móveis? N/A( ) S ( ) N ( ) Toxicidade - H2S R____ ppm Queda com diferença ou não de nível? N/A( ) S ( ) N ( ) Outro: Batida contra objetos ou estrutura? N/A( ) S ( ) N ( ) 2ª - Avaliação Quantitativa Contato com eletricidade? N/A( ) S ( ) N ( ) Oxigênio – O2 R______% Contato com partes aquecidas ou ext. frias? N/A( ) S ( ) N ( ) Explosividade R______% Presença súbita de líquidos ou fluidos? N/A( ) S ( ) N ( ) Toxicidade - CO R____ ppm Iluminação adequada? N/A( ) S ( ) N ( ) Toxicidade - H2S R____ ppm Exigência de postura inadequada? N/A( ) S ( ) N ( ) Outro: AÇÕES PARA ELIMINAÇÃO, MITIGAÇÃO E/OU CONTROLE DOS PERIGOS E RISCOS Necessário realizar sinalização adicional ou isolamento da área? N/A( ) S( ) N( ) Realizar ventilação local exaustora ou diluidora? N/A( ) S( ) N( ) Realizar bloqueio e etiquetagem da entrada de fluxo? N/A( ) S( ) N( ) Realizar lavagem e/ou purga do sistema, equipamento e/ou tubulação? N/A( ) S( ) N( ) Realizar bloqueio e etiquetagem do sistema elétrico? N/A( ) S( ) N( ) Manter iluminação adicional no local, ou utilizar lanterna? N/A( ) S( ) N( ) Realizar bloqueio e etiquetagem do sistema de ar comprimido? N/A( ) S( ) N( ) Manter procedimento de comunicação (rádio, visual, telefone)? N/A( ) S( ) N( ) Realizar bloqueio e etiquetagem do sistema de vapor? N/A( ) S( ) N( ) Emitir outro tipo de Autorização para Trabalho Especial (quente, altura)? N/A( ) S( ) N( ) E.P.I´s necessários para a execução da tarefa – inspecionar previamente S( ) N( ) Roupa especial ?_______________ S( ) N( ) Capacete de segurança ?___ S( ) N( ) Óculos de segurança ? S( ) N( ) Protetor facial ? S( ) N( ) Protetor auricular ? _______ S( ) N( ) Respirador ? ________________ S( ) N( ) Luva de proteção tipo ?______ S( ) N( ) Calçado de segurança ? ____ S( ) N( ) Cinto de segurança ? S( ) N( ) Outras ações / recomendações: Liberação para realização da atividade / serviço Supervisor de entrada: Visto: EHS: Visto: Resp. Área Civil: Visto: Resp. Área Mecânica: Visto: Resp. Área Elétrica: Visto: Outra área envolvida: Visto: Validade da PTE: até as ___h___ ( ) 24horas Revalidação até ___/___/___ visto _____ visto____ visto_____ Manter cópia desta Permissão de Trabalho junto ao acesso do Espaço Confinado. Em caso de Emergência Ligue XXXX Diante de alterações das condições ambientais ou presença de perigos ou riscos não avaliados, interromper o serviço. MODELO DE PROCEDIMENTO DE ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS Filtro de Areia FA001 – Estação de tratamento de água Página 1 de 3 1 – Localização Equipamento localizado na parte posterior da planta industrial – ao lado externo da estação de tratamento de água. O equipamento é destinado a filtrar água bruta, através de princípio mecânico de filtração por leito estratificado de rochas com diferentes granulometrias. 2 – Descrição do equipamento Tanque de formato cilíndrico, construído em chapas de aço carbono, com altura interna de 1200 mm e largura interna de 1700 mm, totalizando 2,73 m3 de volume interno. Data de construção 10/03/1977. Construtor: ATAG Pressão de trabalho: 4,25 kgf/cm2 3 – Entradas – Acessos O vaso apresenta uma entrada lateral com diâmetro aproximado de 440 milímetros e uma entrada superior com diâmetros aproximados de 400 mm. O vaso apresenta ainda outra entrada inferior com diâmetro aproximado de 360 milímetros, no entanto esta é dotada de um defletor interno que impede sua utilização como meio de acesso. Vista do equipamento 4 – Diagrama Interno do Equipamento (Simplificado) Vista interna do filtro de areia, de baixo para cima, onde podemos ver defletor de alimentação e boca de acesso superior sem tampa. 5 – Manutenção O equipamento deve passar por um processo de limpeza interna e troca de seu elemento filtrante a cada período de 24 meses (?), onde são realizadas as seguintes atividades: Parada do filtro Drenagem completa Abertura das entradas lateral e superior Remoção do material filtrante e resíduos acumulados Limpeza interna e eventual aplicação de camada de proteção (quando for o caso) Colocação de novo leito estratificado filtrante Fechamento das aberturas lateral e superior Pré-lavagem interna Entrada em operação Amostra de leito usado retirado. Filtro de Areia FA001 – Estação de tratamento de água Página 2 de 3 6 – Riscos: Riscos Atmosféricos: Deficiência de oxigênio, por absorção de material orgânico acumulado (digestão aeróbica) e por oxidação da estrutura de aço carbono. Presença de metano por digestão anaeróbica de material orgânico acumulado no leito estratificado. Contato com substância infecto-contagiosa (fungos e algas) que podem proliferar no interior do leito estratificado. Riscos Físicos: Risco de quedas no interior do vaso devido ao fato do piso não ser nivelado. Risco de engolfamento parcial por material instável, pois o leito estratificado pode não se tornar estável devido a operações de lavagem e contra-lagavem contínuas. Risco de queda do vigia, caso este realize sua função a partir da boca superior. Vista do equipamento com aberturas e área isolada 7 – Procedimentos para Entrada e Emergência I – Isolar a área ao redor do filtro de areia. II – Parar a operação do filtro de areia. III – Realizar a drenagem completa do filtro. IV – Realizar o devido travamento de todas as válvulas de operação do filtro, de acordo com diagrama estabelecido no item 8 deste procedimento. V – Realizar a abertura das tampas superior e lateral VI – Realizar a medição da concentração de oxigênio e de gases e vapores inflamáveis, certificando-se que a concentração do Limite Inferior de Explosividade esteja abaixo de 5% LIE e que a concentração de oxigênio esteja acima de 19,5% em volume. VII – Caso as concentrações estejam fora dos padrões aceitáveis, realizar a ventilação do vaso com auxílio de exaustor e duto por período de 5 minutos, realizando novamente a medição da concentração de oxigênio e de gases e vapores inflamáveis, conforme estabelecido no item VI deste procedimento.VIII – Antes de permitir a entrada do trabalhador autorizado, posicionar ao lado do filtro de areia os equipamentos de resgate, conforme indicado no item 09 este procedimento. IX – Certificar que o trabalhador autorizado e o vigia estejam utilizando os equipamentos de proteção pessoal conforme indicado no item 10 deste procedimento. X – Realizar reunião prévia com os trabalhadores envolvidos, indicando todos os aspectos do procedimento de entrada, incluindo riscos e atribuições de cada membro da equipe. Certificar que o trabalhador autorizado e o vigia estejam com treinamento apropriado com validade para execução do serviço. XI – O vigia deve-se posicionar para atividade e apenas após este posicionamento o trabalhador autorizado poderá entrar no filtro de areia e iniciar a atividade. XII – O vigia deve permanecer em sua posição durante todo o período em que o trabalhador autorizado estiver no interior do filtro de areia, e caso observe alguma anormalidade o mesmo deve ordenar o abandono do filtro. XIII – Caso o trabalhador sinta algum desconforto tal como: sonolência, tontura, dor de cabeça, dor muscular, enjôos, o mesmo deve se retirar do filtro de areia imediatamente. XIV – Caso o trabalhador autorizado que estiver dentro do filtro perder os sentidos o vigia deve, imediatamente, acionar plano de emergência e resgate, acionando o guincho do tripé, caso o trabalhador tenha realizado a entrada pelo acesso superior. XV – O vigia não pode adentrar no filtro de areia sob nenhuma hipótese. XVI – Caso ocorra alguma interrupção da atividade no interior do filtro, os procedimentos VI em diante deverão ser realizados novamente, quantas vezes ocorrerem ás interrupções. XVII – Ao término das atividades, o vigia deverá se certificar que não há ninguém no interior do filtro antes de ordenar o fechamento do mesmo. XVIII – Em uma eventual emergência a equipe de resgate poderá adentrar ao filtro somente estando equipada com equipamentos citados no item 09. E equipe de emergência deverá realizar o eventual resgate utilizando técnicas adequadas de imobilização e movimentação de vítimas, conforme treinamento teórico e prático de capacitação. XIX – Ao retirar o trabalhador autorizado a equipe de resgate deve verificar os sinais vitais, sendo que na falta dos mesmos deverá iniciar manobras de RCP e acionar o ambulatório para procedimentos de emergência. * o tempo de purga do filtro de areia deve ser calculado pela equação: T = 7,5 . (vol. Int/vazão) – o tempo para este modelo foi calculado considerando exaustor com vazão de 400 m3/h. Filtro de Areia FA001 – Estação de tratamento de água Página 3 de 3 8 – Travamento e identificação de válvulas: Todas as válvulas deverão ser devidamente travadas e identificadas antes que seja permitida a entrada do trabalhador autorizado. O travamento deverá seguir o diagrama abaixo, utilizando bloqueadores de válvulas como a figura também indicada abaixo. A responsabilidade de verificação do correto travamento de todas as válvulas é do supervisor de entrada e trabalho em espaço confinado, e somente o mesmo poderá ordenar o destravamento das válvulas. As chaves utilizadas nos cadeados de travamento deverão, obrigatoriamente, ficar em posse do vigia designado ao acompanhamento do trabalho. Exemplo de travamento de válvula da bomba de alimentação do filtro de areia: Diagrama genérico das válvulas a serem bloqueadas para atividade de manutenção do filtro de areia: 9 – Equipamentos de Resgate: Os equipamentos de resgate que deverão estar disponibilizados para execução de serviços no interior do filtro de areia são: Maca envelope. Tripé com guincho mecânico (caso seja utilizada entrada pelo acesso superior) Imobilizador de coluna KED Colar cervical Conjunto de primeiros socorros Conjunto de Equipamentos de Proteção Pessoal para os Resgatistas (conforme indicado abaixo) 10 – Equipamentos de proteção pessoal: VIGIA Óculos de segurança Capacete Protetor solar (caso o tempo se apresente ensolarado) Luvas de raspa e/ou tricotada com pigmentos para casos de acionamento do guincho TRABALHADOR AUTORIZADO Cinto de segurança com desenho classe III (tipo paraquedista - para casos de acesso vertical) Capacete (preferencial sem abas e com carneira ajustável) Respirador facial com operação de linha de ar de pressão positiva e cilindro de escape Botas de segurança (preferencialmente de PVC com bico e palmilha de aço) Macacão em TNT descartável Luvas de proteção em látex e/ou borracha nitrílica RESGATISTAS Cinto de segurança com desenho classe III (tipo paraquedista - para casos de acesso vertical) Capacete (preferencial sem abas e com carneira ajustável) Respirador facial com operação de linha de ar de pressão positiva e cilindro de escape Botas de segurança (preferencialmente de PVC com bico e palmilha de aço) Macacão em TNT descartável Luvas de proteção em látex e/ou borracha nitrílica 3.3 DEVERES E RESPONSABILIDADES Supervisores, vigias e trabalhadores devem todos ser designados e rigorosamente treinados para realizar atividades específicas antes, durante e depois de entrar em um espaço confinado. Abaixo obrigações de cada função relacionada á prevenção de acidentes de espaços confinados Supervisor de entrada: são responsáveis pela coordenação da operação de entrada, são responsáveis também pela entrada em si, as durações deste trabalho, o andamento das operações e, sobretudo da segurança dos envolvidos. Esses supervisores devem: Conhecer os riscos e as conseqüências de exposição a esse risco; Verificar a permissão de entrada e trabalho, e certificar-se que todos os testes necessários foram concluídos, registrados e dentro das condições aceitáveis de segurança; Certificar-se que o serviço de resgate está disponível, notificado e comunicação testa entre o local de trabalho e a base de emergência; Remover os indivíduos não autorizados que entrarem ou tentarem entrar durante a operação Não abandonar o seu posto jamais; Concluir o trabalho, quitar a permissão de entrada quando a operação for concluída; Assegurar-se que o local foi deixado em segurança, toda a equipe checada e todos os equipamentos e ferramentas foram retiradas do local; Em caso de transferência de turno, assegurar-se que as condições aceitáveis estão sendo passadas em condições de ser dada continuidade ao trabalho, cabe ao novo supervisor avaliar a qualidade da passagem do serviço. Trabalhador autorizado: Esses são os empregados que entram no espaço confinado para realizar o trabalho. Eles podem ser funcionários da própria empresa ou de empresas terceirizadas que atuam dentro da empresa que possui os espaços confinados, neste caso esses terceiros são chamados de empreiteiras. Sendo assim, funcionários treinados e aptos a trabalharem em espaços confinados, devem se seguir o seguinte: Conhecer os riscos específicos que estarão se expondo e suas respectivas conseqüências; Usar os equipamentos de proteção necessários para o trabalho; Comunicar-se com o vigia para que este possa monitorar as atividades, seu grau de consciência, ou possam ser alertados em caso de uma emergência e precisarem abandonar o local; Alertar o vigia quando reconhecer qualquer situação de risco, sinal de perigo, ou qualquer outra irregularidade com o trabalho, condições do local, seja ela atmosférica ou não, e até mesmo condições sobre si, sua capacitação física para continuidade deste trabalho; Sair do espaço confinado tão rápido for possível quando ordenado pelo vigia ou supervisor, que o farão sempre que se deparar com uma condição de risco ao grupo, especialmente para o trabalhador. Vigia: Sua função maior é monitorar as condições de trabalho do companheiro, sendo que o vigia não poderá desenvolver nenhum tipo de atividade durante o tempo que for vigia, principalmente aqueles que possam interferir com as responsabilidades a ele atribuídas.Pelo menos um vigia deve estar o tempo todo de plantão do lado de fora do espaço confinado, durante o tempo que durar o trabalho e sua respectiva entrada e saída segura. Eles devem ser os “anjos da guarda” de cada trabalhador. Suas responsabilidades são: Conhecer os riscos que estarão se expondo e suas conseqüências; Ficar muito atento a qualquer sintoma dos riscos em cada pessoa que estiver envolvida na operação; Permanecer sempre FORA do espaço confinado, até ser substituído por outro atendente; Comunicar-se com os envolvidos, saber de suas posições no interior do espaço confinado; Manter uma contagem exata dos trabalhadores autorizados a entrar no local, e utilizar todos os meios possíveis para identificar, quem e onde está cada trabalhador envolvido naquela operação; Monitorar atividades dentro e fora do local de trabalho, e saber determinar se está seguro manter os funcionários dentro do espaço confinado; Dar a ordem de abandono do local, quando e se for necessário; Registrar todas as ações tomadas; Acionar o socorro quando necessário; Fornecer todas as informações possíveis às equipes de atendimento a esta emergência; Pode e deve participar do resgate sempre do lado de fora, a menos que a equipe que chegar no local dispensar sua ajudar, ou for claro que não está psicologicamente em condições de permanecer no local. 4 RISCOS EM ESPAÇOS CONFINADOS Existem pelo menos quatro categorias importantes de riscos que podem ser encontrados dentro, fora e ao redor dos espaços confinados, sendo: Riscos Atmosféricos Riscos Físicos Riscos Biológicos Riscos de saúde, psicológicos e de instrução. Uma categoria bastante lembrada, e não abordada nesta apostila, é a dos riscos ergonômicos, no entanto, como as próprias características dos espaços confinados é apresentar entradas e saídas restritas, a presença de condições ergonômicas inadequadas é constante e muitas vezes impossível de ser eliminada. Os riscos atmosféricos são relacionados ao ar que respiramos no interior do espaço confinado e podem incluir deficiência de oxigênio, excesso de oxigênio, atmosferas inflamáveis e atmosferas tóxicas. Os riscos físicos são condições físicas que tem o potencial fator de causar stress ou prejudicar o corpo humano, mas não incluem os riscos atmosféricos. Alguns riscos físicos podem de alguma maneira ser percebidos pelo senso humano, por exemplo: nós podemos ver uma máquina sem proteção, ver um grande desnível (altura) ou sentir os efeitos de uma máquina muito quente (onde independentemente da nossa vontade, podemos sentir a temperatura elevada de longe). Outros riscos podem incluir energia elétrica, que em muitas vezes é imperceptível até o momento em que ocorre o contato físico. Existe também o risco físico fora do espaço confinado, que certamente poderia também atingir um trabalhador dentro do espaço confinado, e que deve da mesma forma ser controlado ou eliminado. Os riscos biológicos ocorrem quando um trabalhador pode ter contato (durante a atividade no interior do espaço confinado) com vírus, fungos, bactérias, protozoários, material orgânico acumulado, animais peçonhentos e animais transmissores de doenças. Assim como alguns riscos físicos e atmosféricos, nem sempre o risco biológico é visível a olho nu; sendo então, muito importante reconhecer a presença de tais riscos. A presença de riscos num espaço confinado apresenta um aumento significativo de perigo, pois devido aos meios limitados de acesso, a eventual proximidade de outros equipamentos que também podem apresentar riscos, é possível ocorrer atrasos ou até mesmo a impossibilidade de que eventuais vítimas receberem o tratamento médico de urgência adequado. Principais exemplos de riscos: Riscos Atmosféricos Deficiência de oxigênio Excesso de oxigênio Gases e vapores inflamáveis Poeiras inflamáveis Gases e vapores tóxicos Riscos Físicos Impactos mecânicos Quedas Calor ou Frio Ruído Radiação Eletricidade Energia acumulada Substâncias corrosivas Riscos Biológicos Vírus Fungos Bactérias Protozoários Animais peçonhentos Resíduos orgânicos Riscos de Saúde, Psicológicos e Grau de Instrução Obesidade Idade Doenças crônicas Doenças em fase aguda Claustrofobia Transtornos mentais Analfabetismo Nos próximos tópicos iremos detalhar tais riscos. 4.1 RISCOS PSICOLÓGICOS, DE SAÚDE E GRAU DE INSTRUÇÃO Esta classe de risco deve ser sempre levada em conta nas atividades envolvendo espaços confinados. PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE Quando consideramos a saúde do trabalhador que irá realizar uma atividade no interior de um espaço confinado devemos sempre considerar os seguintes pontos: IMC (índice de massa corporal) - Obesidade Idade Doenças crônicas Doenças em fase aguda OBESIDADE Não existe uma norma legal que estabeleça um limite de índice de massa corporal que permita que o trabalhador possa realizar a entrada em um espaço confinado. Uma vez que os espaços confinados apresentam muitas variações de formas e tamanhos, assim como suas entradas o que deve sempre prevalecer é o bom senso. Ninguém permitirá que um portador de obesidade mórbida, isto é, com Índice de Massa Corporal - IMC acima de 40 kg/m2 trabalhe num local de difícil acesso ou saída. Alguns profissionais estabelecem como limite o IMC de 35 kg/m2. Outros mais exigentes estabelecem como limite o IMC igual ou superior a 30 kg/m2 (obesos de acordo com a Organização Mundial da Saúde). Nos trabalhadores com IMC em torno de 30 kg/m2 deve ser considerada a influência da massa muscular, pois muitos trabalhadores atingem essa marca por conta do desenvolvimento da massa muscular e não de gordura corporal. NOTA: o cálculo do IMC é feito através da divisão da massa corporal pelo quadrado da altura do trabalhador. Por exemplo: um funcionário com 1,75 metros de altura e 75 kg de massa apresenta IMC = 24,5 kg/m2. IDADE Outro fator que também não possui um limite estabelecido por norma é a idade; sendo que neste caso também deve prevalecer o bom senso. Para alguns profissionais da área de segurança e saúde no trabalho a idade considerada como limite é 50 anos, para outros esta idade pode ser maior ou menor. Do ponto de vista prático, ainda deve ser considerado que certos tipos de inspeção e/ou trabalhos mais específicos necessitam ser realizados por profissionais mais experientes e que apresentam idades mais elevadas; portanto ao estabelecer um limite de idade pode ocorrer uma limitação e/ou até impossibilidade de que certo tipo de trabalho seja executado. DOENÇAS CRÔNICAS Alguns tipos de doenças crônicas, tais como, asma, bronquite, rinite alérgica, hipertensão, insuficiência coronariana, arritmias, entre outras, são doenças que devem ser consideradas como impeditivas para que o trabalhador entre em um espaço confinado, quando levamos em consideração o bem senso novamente. DOENÇAS EM FASE AGUDA Existem também doenças que, quando estão em fase aguda, também devem ser consideradas como impeditivas para que o trabalhador entre em espaços confinados, tais como: gripe, sinusite, dermatoses, diabetes, hipoglicemia, entre outras. Algumas destas doenças, quando estão em fase aguda, podem interferir na coordenação motora ou afetar os sentidos do trabalhador, como a diabetes que afeta a visão quando está muito elevada. PRECAUÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS Para evitar ou diminuir a possibilidade de permitir que um trabalhador que não esteja apto a entrar em um espaço confinado, seja escalado para tal função, é recomendado que o trabalhador sempre realize uma verificação prévia antes do início de qualquer atividade a ser realizada em espaços confinados. Devemos lembrar que, para atividades realizadas em ambientes insalubres, os exames médicos devem ser realizados semestralmente, conforme prescrito na NR7; no entanto, verificaçõesprévias da pressão arterial, assim como, por exemplo, se o trabalhador está com gripe, ou outro fator que possa colocá-lo em risco deve ser feito antes que cada entrada no espaço confinado seja permitida. Para algumas situações mais específicas ou de maior risco, é altamente recomendado que o trabalhador faça um exame prévio mais completo, incluindo, por exemplo, eletrocardiograma. Outro fator que também contribui para evitar que trabalhadores que realizam atividades em espaços confinados contraírem doenças é a adoção de vacinas. É recomendado que os trabalhadores (em geral) sejam vacinados contra o tétano. Para os trabalhadores que poderão ter contato com material biológico é recomendado que os mesmos sejam vacinados contra a hepatite A e por extensão contra a hepatite B, além de também ser recomendado receber no início do outono a vacina antigripal. Outras vacinas que são recomendadas de ser aplicadas dependem da realidade epidemiológica da região onde os trabalhos serão realizados; por exemplo, aqueles que necessitam trabalhar em região onde a febre amarela é endêmica devem (ou é altamente recomendado) receber a vacina contra essa doença pelo menos 10 dias antes do início de qualquer trabalho na região. RISCOS PSICOLÓGICOS Ter boa condição física não é suficiente para o trabalhador desempenhar adequadamente o trabalho no espaço confinado. O trabalhador deve estar psicologicamente preparado para o trabalho nas condições especiais que representam o espaço confinado. Devemos sempre considerar que parte da população apresenta fatores psicológicos que podem afetar seriamente a capacidade do indivíduo de realizar atividades em espaços confinados. Entre tais fatores temos: Claustrofobia (medo de locais fechados) Acrofobia (medo de altura) Ansiedade Depressão Síndrome do pânico Distúrbio bipolar Esquizofrenia É importante observar que para alguns dos fatores psicológicos colocados acima, o impedimento do trabalhador para executar atividades em espaços confinados pode ser provisório por um determinado período, como, por exemplo, a depressão, que com o devido acompanhamento médico e psicológico é possível à reversão do quadro, permitindo ao trabalhador que retorne à suas atividades. Para outros fatores, tais como, esquizofrenia, a reversão do quadro é muito difícil, portanto, quando o trabalhador é diagnosticado com tal transtorno e mesmo não deve ser escalado para atividades em espaços confinados. GRAU DE INSTRUÇÃO Um fator importante a ser considerado, e que não é referente à saúde ou as condições psicológicas, mas sim atrelado a uma condição sócio- econômica é o grau de instrução de um trabalhador. É muito importante que o trabalhador escalado para atividades em espaços confinados tenha suficiente grau de instrução que o permita compreender o treinamento ministrado para ao trabalho. Trabalhadores analfabetos ou de baixa escolaridade representam risco potencial de acidente, tanto para si como para outros trabalhadores envolvidos. Um programa de instrução complementar é muito recomendado para permitir que trabalhadores de baixo grau de instrução possam ser incluídos, e com isto diminuir as dificuldades de entendimento necessário à realização de tarefas de maior grau de risco. 4.2 RISCOS FÍSICOS Para o propósito desta apostila, os riscos físicos serão vistos como condições perigosas que podem causar danos físicos ao corpo. Exemplos de riscos físicos incluem: condutores energizados, peças móveis, temperaturas extremas, etc. Diferente dos riscos atmosféricos onde muitos são invisíveis, alguns riscos físicos podem ser detectados pelos nossos sentidos. Por exemplo, nós podemos ver componentes de máquinas sem proteção ou sentir os efeitos de temperaturas extremas. Apesar de não podermos ver eletricidade, podemos deduzir riscos potenciais de choque elétricos em cabos energizados, chaves elétricas e circuitos elétricos expostos. Apesar de ser fácil de visualizar as condições físicas, reconhecer os riscos físicos pode não ser fácil para muitas pessoas. Por exemplo, um observador casual pode considerar que uma caixa de ferramentas, espalhada perto de uma boca de visita de uma galeria na rua, ser apenas uma questão de organização, enquanto um profissional da área de segurança irá considerar como risco potencial de acidente, tal como um trabalhador escorregar ao pisar em uma das ferramentas, ou mesmo o fato de uma ferramenta cair dentro da boca de visita, podendo atingir algum trabalhador no interior da galeria. A principal idéia deste capítulo é fornecer as pessoas encarregadas de planejar a entrada em um espaço confinado uma visão geral dos tipos de riscos físicos que são comumente encontrados em tais situações. Para esta finalidade iremos focar nossa atenção aos riscos: impactos mecânicos, equipamentos elétricos, fluídos pressurizados e condições térmicas. 4.2.1 RISCOS MECÂNICOS (IMPACTOS) Os riscos mecânicos no interior de um espaço confinado podem estar presentes em equipamentos fixos e equipamentos portáteis. Equipamentos que possuem peças móveis internas são, por exemplo: tanques de mistura, reatores químicos, tanques de homogeneização, etc. Moegas e tremonhas são também equipamentos que possuem peças móveis e que são utilizados para produtos na forma sólida, como grãos, fertilizantes, carvão mineral, etc. Como mostrado nos três casos de estudo a seguir, a ativação acidental de equipamentos mecânicos pode ser fatal para os trabalhadores no interior de espaço confinado. CASO DE ESTUDO Nº 02 - Três mecânicos da equipe de manutenção estavam dentro de tanque misturador, consertando uma das lâminas da pá do misturador. O equipamento era novo, e estava funcionando há apenas três meses. A chave de acionamento do motor do agitador havia sido desligada, porém não havia sido travada e nem sinalizada. Todos os mecânicos estavam fora da visão do operador, quando ele foi até a chave de acionamento e ligou agitador. Como este não funcionou, ele foi até um segundo painel de controle e ligou outro interruptor, como ainda assim o motor do agitador não ligou, ele subiu até uma plataforma próxima do tanque e acionou um terceiro interruptor, acionando o misturador. Quando um dos mecânicos no interior do tanque ouviu o som do interruptor sendo ligado, saiu rapidamente para fora do equipamento arrastando um dos companheiros com ele, gritando para o operador parar a máquina. O terceiro mecânico não escapou a tempo, vindo a falecer devido aos ferimentos sofridos pelo misturador. CASO DE ESTUDO Nº 03 - Um trabalhador de moinho de polpa de celulose foi instruído por seu supervisor, para limpar a tela de um moinho de polpa. Ele subiu na máquina e, como era prática comum, se apoiou em suas lâminas para fazer a limpeza. Enquanto isso, o supervisor foi até uma sala de controle próxima, de uma máquina de tingimento, que estava fechada, enquanto mexia no painel de controle, inadvertidamente acionou o interruptor de controle do moinho. Percebendo o erro, imediatamente desligou a chave. Infelizmente já era muito tarde, as lâminas do moinho foram acionadas causando a morte do trabalhador. CASO DE ESTUDO Nº 04 - Uma fábrica de alumínio usava um taque giratório para separar as partículas maiores das menores dos grãos de carbono usados no processo de redução de alumínio. Neste equipamento foram soldados pratos de aço verticais e pedaços de correntes pesadas junto às paredes internas do tanque para melhorar a eficiência do processo. Um soldador foi designado para inspecionar o tanque e fixar os pratos e correntes que estivessem soltas. Ele desativou o equipamento na sala de controle, entrou no tanque e fez o trabalho designado. Quando terminou o trabalho o mesmo ele voltou à sala de controle, retirou seu cadeado de travamento. Como de costume, o equipamento foi ligado e trabalhou por meia hora, quando era feita uma nova inspeção, para ver se as soldas resistiam ao esforço. Porém, enquantoo soldador foi até a sala de controle, três supervisores entraram no britador para inspecionar o trabalho dele. Eles ainda estavam dentro quando ele ligou o equipamento. Todos os três morreram no interior do tanque. Como podemos observar os três casos acima são dramáticos, e o acionamento indevido de máquinas e equipamentos não são os únicos riscos mecânicos enfrentados pelos entrantes. Riscos mecânicos podem ser apresentados por ferramentas portáteis tais como furadeiras, britadeiras, esmirilhadeiras, etc. Uns dos riscos mais óbvios incluem peças e volantes móveis, incluindo fagulhas e partículas multi-volantes liberadas por equipamentos tais como esmirilhadeiras e moto-abrasivos. Um risco mais sutil é apresentado por mangueiras de ar comprimido e gases pressurizados utilizados em ferramentas pneumáticas. Se uma conexão deste tipo apresentar um rompimento repentino quando em uso, a força de deslocamento criada pelo ar escapando irá fazer com que a mangueira voe rapidamente ao redor podendo alcançar os trabalhadores próximos como um chicote (Veja caso de estudo abaixo). Este tipo de risco pode ser controlado utilizando um cabo de aço (ou corrente) fixado nas extremidades das conexões com grampos metálicos. CASO DE ESTUDO Nº 05 – Uma equipe de dez trabalhadores estava trocando o revestimento refratário de um alto forno. Como o material refratário apresenta uma resistência mecânica muito elevada, a equipe estava utilizando britadeiras pneumáticas de 48 kg. Subitamente uma das conexões metálicas das mangueiras de ar comprimido, com 1” de diâmetro, se rompeu, fazendo com que a mangueira de 20 metros de comprimento realiza-se um movimento como um chicote. A extremidade da mangueira, ainda com a maior parte da conexão metálica, atingiu o tórax de um dos trabalhadores, causando afundamento da caixa toráxica e danos extensos ao coração e aos pulmões. O trabalhador não resistiu aos ferimentos e faleceu a caminho do hospital. Além das peças móveis e de equipamentos portáteis, alguns espaços confinados apresentam obstruções fixas, como bandejas de cabos, suportes de tubulações, defletores, que se projetam das paredes internas do espaço confinado. Todas estas obstruções sempre apresentam pontas e arestas cortantes, que podem causar impactos, cortes e concussões. 4.2.2 RISCOS ELÉTRICOS O contato com condutores elétricos energizados pode resultar em contração muscular involuntária, queimadura, parada respiratória e parada cardíaca. As consequências de um choque elétrico são as mesmas, independentes de ocorrerem no interior ou no exterior de um espaço confinado; entretanto, as equipes de resgate e primeiros socorros que estiverem atendendo uma eletrocussão no interior de um espaço confinado poderão encontrar riscos e obstáculos que não estão presentes em situações fora do espaço confinado. Para contrastar, considere a situação onde o usuário é eletrocutado enquanto está trabalhado em uma peça metálica de grande porte em uma empresa de caldeiraria. Como a peça está em construção, as vias de acesso estarão abertas e a equipe de resgate poderá contar com várias vias de acesso e caminhos não bloqueados. Tais opções de caminhos também facilitarão aos resgatistas trazerem consigo macas e outros equipamentos utilizados em tais situações. No entanto, caso a única via de acesso para alcançar a vítima seja através de uma porta de acesso oval com 18 x 24 polegadas (460 x 600 mm), localizada a 3 metros de altura, o tratamento de emergência poderá ser perigosamente atrasado. TIPOS DE DANOS CAUSADOS POR CHOQUES ELÉTRICOS Um grande número de conseqüências adversas pode resultar do contato com condutores elétricos energizados. Entre estas consequências temos: Queimaduras causadas pelo calor gerado pela passagem da eletricidade pelos tecidos do corpo. Contrações musculares involuntárias, que podem impedir a vítima de soltar o condutor energizado até que a corrente elétrica seja interrompida. Fibrilação ventricular (batimentos cardíacos alterados) quando os nervos que controlam os músculos do coração são rompidos pela corrente elétrica; os músculos do coração tremem, mas falham ao bombear o sangue pelo corpo. Parada cardíaca, resultante da paralisia do sistema nervoso central que regula o ritmo cardíaco. Parada respiratória (inabilidade de respirar) causada pela paralisia do sistema nervoso central no cérebro que controla a respiração. Quando o oxigênio é impedido de circular pelo corpo, devido à parada cardíaca ou respiratória a morte irá ocorrer, para a grande maioria das pessoas, em um período de 4 a 6 minutos! NAUREZA DOS DANOS CAUSADOS POR CHOQUES ELÉTRICOS Os efeitos que a eletricidade causa sobre os indivíduos varia grandemente devido aos seguintes fatores: 1. Voltagem do circuito 2. Resistência do corpo da pessoa 3. O fluxo de corrente através do corpo 4. O caminho do circuito elétrico através do corpo VOLTAGEM A linha que divisória entre alta voltagem e baixa voltagem não é muito bem definida, mas geralmente é aceito pela maioria dos profissionais como 600 a 1000 Volts. A morte causa por contato com circuitos elétricos de baixa voltagem ocorrem devido a fibrilação ventricular. As fatalidades que ocorrem no contato com circuitos de alta tensão, por outro lado, são resultantes das queimaduras “termoelétricas”. Apesar de circuitos de alta voltagem não serem tão comuns em galerias e caixas de passagem, os mesmos podem estar presentes em espaços confinados. Normalmente os trabalhadores que entram em espaços confinados ficam mais expostos a circuitos elétricos de baixa voltagem (110 e 220 V), especialmente quando utilizando ferramentas elétricas. RESISTÊNCIA DO CORPO A resistência média do corpo humano medida de mão a mão com pele seca é aproximadamente 100.000 Ohms; mas a resistência diminui quando a superfície da pele se torna úmida, através do suor ou do contato com água. A resistência também diminui quando os tecidos são danificados durante a passagem ininterrupta de corrente pelo corpo. CORRENTE A quantidade de corrente que flui através do corpo depende da voltagem aplicada e da resistência do corpo. A relação entre corrente, voltagem e resistência é expressa pela Lei de OHM, conforme indicado ao lado. Utilizando a Lei de OHM e assumindo a resistência do corpo com pele seca e a voltagem em 110 Volts, a amperagem que irá fluir pelo corpo será de 0,0012 A (Amper) ou 1,2 mA (miliAmperes). Como indicado na tabela abaixo, este nível de corrente é apenas perceptível, no entanto, muitos fatores podem fazer com que a resistência do corpo diminua, e neste caso a LEI de OHM indica que uma corrente maior irá fluir quando a resistência diminuir. Quando a pele estiver levemente recoberta com suor, por exemplo, a resistência do corpo poderá ser reduzida para cerca de 10.000 Ohms. Considerando esta resistência e a mesma voltagem de 110 Volts, o resultado seria uma corrente de 0,012 (A) Amper ou 12 mA (miliamperes). Observando novamente a tabela abaixo, para este caso, o aumento de corrente pode causar conseqüências severas. Uma corrente com cerca de 10 a 20 mA (miliamperes) é frequentemente referida como corrente de “soltura” porque este é o nível em que a maioria das pessoas ainda são hábeis para soltar um condutor energizado. Acima deste nível, os músculos da mão se contraem tão violentamente que é impossível soltar o condutor. À medida que a corrente elétrica flui através do corpo, a resistência interna diminui ainda mais e as células dos tecidos são destruídas. Caso a resistência cair para 1000 Ohms, a corrente elétrica, considerando ainda a 110 Volts de voltagem, irá aumentar para 0,12 A (Amper) ou 120 mA (miliamperes). Um fluxo contínuo de corrente elétrica a 25 mA irá causar fibrilação ventricular em questão de minutos. Como referência, uma lâmpada de 25 Watts a 110 Volts apresenta uma corrente de 25 mA. Outro ponto muito importante é observar a segunda tabela abaixo, onde podemos ver que o tempopara ocorrer a fibrilação ventricular irá diminuir quanto maior for a corrente passando pelo corpo. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CORRENTE ELÉTRICA EM DIFERENTES INTENSIDADES Corrente elétrica mA Efeitos fisiológicos <1 Sem percepção 3 Choque elétrico dolorido 10 Cerca de 2,5% da população apresenta contração muscular severa que impede soltar o condutor elétrico 15 Cerca de 50% da população apresenta contração muscular severa que impede soltar o condutor elétrico 30 Dificuldades respiratórias e pode ocorrer inconsciência 50 a 100 Possível fibrilação ventricular 100 a 200 Certeza de fibrilação ventricular > 200 Queimaduras severas e contrações muscular, parada do miocárdio (ao invés de fibrilação) Adaptado de Perigos Elétricos – Manual do Curso – OSHA Training Institute 100-17 TEMPO E INTENSIDADE DE CORRENTE PARA CAUSAR FIBRILAÇÃO VENTRICULAR Intensidade da corrente (miliamperes) Tempo (em segundos) 70 a 300 5 200 a 700 1 300 a 1300 0,3 500 a 2500 0,1 1800 a 8000 0,01 CIRCUITO ATRAVÉS DO CORPO O caminho que a corrente elétrica segue através do corpo depende das partes do corpo que irão completar o circuito. O caminho é relativamente fácil de determinar uma vez que a as extremidades de contato são conhecidas. Sempre há um ponto de entrada e um ponto de saída do corpo, e o caminho entre estas duas extremidades estabelecem a rota que a corrente seguiu. É interessante observar que a corrente não adota o caminho de menor resistência neste caso e sim a menor distância a ser percorrida por dentro do corpo. Contatos acidentais com condutores elétricos energizados podem ocorrer através de caminhos diferentes, no entanto, alguns caminhos podem ser mais perigosos que outros. Por exemplo: um circuito fechado entre um dedo e o cotovelo do mesmo braço é menos preocupante que um circuito fechado através das duas mãos ou através de uma mão com um pé. A razão desta afirmação é que nos dois últimos casos a corrente elétrica irá passar através de órgãos essenciais como cérebro, coração ou rins. A figura ao lado explica a possibilidade de caminhos diferentes. EFEITOS ELÉTRICOS SECUNDÁRIOS Nem todos os casos de choques elétricos são fatais, e em alguns casos é possível ocorrer danos “não elétricos”. Por exemplo: uma corrente menor que 3 mA pode causar reações musculares involuntárias. Uma súbita reação deste tipo de contato com correntes tão baixas pode fazer com que um entrante bata a mão nas laterais de um espaço confinado com tanta violência que pode até mesmo fraturar os ossos da mão. De maneira similar, um entrante que estiver em uma escada, ao sofrer este tipo de descarga pode cair, causando danos muito sérios ou até mesmo a morte. CONTROLANDO OS RISCOS ELÉTRICOS Os riscos elétricos podem ser controlados de varias maneiras, incluindo: Instaurar um programa de inspeção de equipamentos Substituir equipamentos elétricos por equipamentos pneumáticos Utilizar apenas equipamentos duplamente isolados Utilizar apenas equipamentos devidamente aterrados ou circuitos com interruptores de falha de aterramentos INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS Talvez a maneira mais fácil de minimizar o risco elétrico é realizar inspeções nos equipamentos elétricos, incluindo seus cabos e conexões antes do uso, para assegurar que os mesmos estão em boas condições de uso. O devido isolamento das ferramentas elétricas e especialmente das extensões elétricas deve ser verificados antes de cada uso, verificando se há a presença de rachaduras, pontos não isolados ou danos ao revestimento que não oferecem segurança aos trabalhadores. As conexões devem também estar integras, ou seja, os pinos e tomadas devem estar fixos, com o isolamento em boas condições, assim como estar livre de sinais de corrosão, uma vez que contatos corroídos e acúmulo de sais provenientes de corrosão podem facilitar a formação de arcos voltaicos quando são desconectados. É importante observara que alguns códigos como o National Electrical Code e as regulamentações OSHA (ambos nos EUA) assim como muitas normas internas de empresas não permitem que fios de ferramentas elétricas e extensões não apresentem emendas. A exceção se dá para cabos elétricos de grande capacidade (Número 14 ou maiores), desde que as emendas ofereçam a mesma proteção que o isolamento original do cabo. Na tabela abaixo vemos qual é o comprimento permitido para um cabo elétrico em função de seu diâmetro e da corrente elétrica envolvida. DIÂMETRO MÍNIMO EM FUNÇÃO DA CORRENTE E DO COMPRIMENTO CORRENTE COMPRIMENTO (METROS) (AMPERES) 7,5 15 30 45 0 A 6 1,00 1,30 1,30 1,60 10 1,00 1,30 1,60 2,00 10 A 12 1,30 1,30 1,60 2,00 12 A 16 1,60 2,00 Não Recomendado Não Recomendado Fonte: POWER TOOL INSTITUTE SUBSTITUIÇÃO POR EQUIPAMENTOS PNEUMÁTICOS Em alguns casos, o risco do potencial de choque elétrico pode ser eliminado pela substituição das ferramentas elétricas por ferramentas pneumáticas. Por exemplo: esmirilhadeiras e furadeiras pneumáticas podem ser utilizadas ao invés de equipamentos similares elétricos. No entanto, se as ferramentas pneumáticas são utilizadas no interior de espaços confinados, devemos tomar cuidado e verificar se há a presença de contaminantes perigosos no ar comprimido que podem afetar rapidamente a qualidade do ar no interior do espaço confinado. O compressor de ar (assim como todos componentes da linha de ar) utilizado deverá ser devidamente inspecionado para verificar se o ponto de captação de ar do compressor não está localizado próximo a fornos, fornalhas, cabines de pintura, local de lavagem de peças e ferramentas ou outras fontes potenciais de contaminantes. Também é de extrema importância que as conexões utilizadas nas ferramentas pneumáticas nestes casos não sejam iguais a outras conexões de gases como nitrogênio, acetileno ou oxigênio, para evitar que possíveis usos indevidos de gases tóxicos ou inflamáveis sejam utilizados aumentando os riscos presentes no interior do espaço confinado. É altamente recomendado nestes casos que as linhas fixas (tubulações) e/ou provisórias (mangueiras) tenham além de conexões diferentes, cores diferentes para cada gás. NOTA: Ainda há o risco de que ao substituir uma ferramenta elétrica por uma ferramenta pneumática, teremos uma linha pressurizada, seja com ar, gases ou mesmo com água ou óleo, e tais linhas e equipamentos apresentam riscos que veremos mais à frente nesta apostila. FERRAMENTAS DUPLAMENTE ISOLADAS As ferramentas duplamente isoladas são construídas de uma maneira que quando há uma falha elétrica interna, a mesma não irá energizar a carcaça da ferramenta. As ferramentas elétricas de uso doméstico (linha mais conhecida como hobby) possuem carcaças construídas de materiais plásticos não condutivos além de chave liga e desliga também confeccionada em plástico para evitar qualquer possibilidade do usuário entrar em contato com partes metálicas. Já algumas ferramentas industriais apresentam carcaças metálicas para suportar o esforço estrutural necessário devido ao peso e maior torque de motores elétricos maiores. Para estas ferramentas o isolamento duplo é alcançado através da aplicação de uma camada de material não condutivo na parte interna da carcaça. É importante observar que as ferramentas elétricas com duplo isolamento normalmente apresentam uma marcação indicando este tipo de característica. Também deve ser observado que, ao longo dos últimos anos, devido ao surgimento de polímeros plásticos mais fortes, algumas das ferramentas industriais já estão sendo construídas com carcaças plásticas isolantes. ATERRAMENTO DE EQUIPAMENTOS As figuras abaixo mostram a importância de utilizar equipamentos devidamente aterrados. Como podemos ver na figura acima à direita, uma falha que ocorra no circuito do equipamento poderá energizar a carcaça do equipamento fazendo com que o usuário feche o circuito e a corrente elétrica passe pelo usuário. Já na figura acima do lado esquerdo temos um equipamentodevidamente aterrado. Caso ocorra uma falha no sistema, a corrente elétrica irá fluir pelo aterramento, fato este que fará com que queime um fusível ou desarme um disjuntor, impedindo assim que o usuário receba a descarga elétrica. O principal problema de ocorrer o fechamento do circuito, conforme visto na figura do lado direito, é que a corrente elétrica que passa através do usuário irá depender da Lei de Ohm, conforme visto anteriormente, onde para uma resistência de 10.000 Ohm poderá resultar em uma corrente de 12 mA através do corpo. Para uma situação como esta, uma pequena diminuição na resistência do corpo do usuário poderá representar sérios danos a saúde ou até mesmo um choque fatal. INTERRUPTOR DE FALHA DE TERRA NO CIRCUITO Um interruptor de falha de terra no circuito é essencialmente um dispositivo de corte de circuito de ação rápida que eletronicamente detecta a perda perigosa de corrente é desliga (desarma) o fluxo de eletricidade antes que se torne um perigo para os usuários. Como visto no diagrama acima o interruptor de falha de terra no circuito tem um transformador diferencial que monitora o fluxo de corrente elétrica nas duas pernas do circuito que alimentam um equipamento elétrico. Caso o circuito de sensibilidade detectar uma falta de balanço, ou seja, mais eletricidade entrando no equipamento pela linha energizada do que saindo pela linha do terra, o mesmo irá abrir uma chave de estado sólido (quebra de circuito) que interrompe o fluxo de corrente elétrica do equipamento. Este tipo de equipamento virtualmente assegura a proteção dos trabalhadores, pois os mesmos podem detectar falhas na corrente tão baixa como 0,005 A (+ 0,001 A) e o tempo de abertura é de 25 milissegundos. Deve ser notado, no entanto, que este tipo de dispositivo não fornece proteção caso o usuário toque simultaneamente a linha energizada e o terra um com cada mão. Atualmente no mercado mundial, existem diversos fornecedores deste tipo de dispositivo para as mais variadas aplicações, incluindo para operação em áreas classificadas. LÂMPADAS DE BAIXA VOLTAGEM A iluminação no interior dos espaços confinados pode ser fornecida através do uso de lâmpadas de baixa voltagem, conforme visto na foto ao lado. Este tipo de sistema utiliza um transformador isolado para reduzir a tensão de 110 Volts (por exemplo) para uma tensão de 12 Volts. É interessante observar que em algumas aplicações práticas na indústria brasileira já foram utilizadas lâmpadas de 24 Volts em corrente contínua, oferecendo boa capacidade de iluminação, com baixo risco de choques elétricos. As lâmpadas utilizadas são incandescentes e/ou fluorescentes. Outro ponto muito importante é que existem vários fornecedores que oferecem tais tipos de lâmpadas com construção apropriada para operação em áreas potencialmente inflamáveis (classificadas); onde especial atenção deve ser dada a todo o conjunto, inclusive aos cabos elétricos utilizados. Abaixo temos um diagrama de um sistema de lâmpada de baixa voltagem. 4.2.3 RISCOS APRESENTADOS POR OPERAÇÕES DE CORTE E SOLDA As operações envolvendo soldagem e corte com maçaricos de oxigênio e acetileno oferecem muitos perigos para as atividades realizadas no interior dos espaços confinados. Alguns destes perigos, tais como liberação de gases tóxicos (monóxido de carbono) e/ou de gases e vapores inflamáveis (acetileno e o oxigênio) foram previamente apresentados nos capítulos anteriores. Entretanto, os trabalhos a quente também oferecem uma variedade de riscos físicos relacionados a segurança com fogo, operação com equipamentos, práticas de trabalho, manuseio de produtos e o uso de gases comprimidos. Os métodos de controle destes riscos estão colocados abaixo. IDENTIFICAÇÃO DE SUPERFÍCIES QUENTES Após cada operação de solda, o soldador deve ter a mão uma placa ou um marcador como giz, para poder marcar o local onde a temperatura está elevada, a fim de possibilitar que outros trabalhadores envolvidos no local sejam avisados do risco presente. Queimaduras leves e até mesmo muito severas já ocorreram por falta de um simples dispositivo de aviso como uma placa como a vista ao lado. É importante observar que a placa deve ser confeccionada em material que apresente resistência no contato com superfícies aquecidas sem entrar em combustão ou apresentar deformações significativas. CILINDROS DE GASES COMPRIMIDOS Os cilindros de gases comprimidos devem estar sempre bem sinalizados sobre seu conteúdo. Os cilindros devem ser sempre mantidos longe de possíveis fontes de calor e nunca devem ser colocados em locais onde os mesmos possam se tornar parte de um circuito elétrico. As válvulas, também chamadas de fechos, devem ser sempre fechadas ao término do trabalho que está sendo realizado, assim quando os mesmos estiverem vazios e antes de serem movimentados. As capas de proteção das válvulas deverão ser sempre colocadas e apertadas manualmente, exceto quando os cilindros estiverem conectados e em uso. Deve-se evitar ao máximo que os cilindros sofram quedas ou sofram impactos um com os outros de maneira violenta. As capas de proteção de válvulas nunca devem ser utilizadas para içar os cilindros. As válvulas de cilindros de acetileno não devem ser abertas mais que uma volta e meia, sendo que três quartos de volta é a medida preferível. Os eventuais cilindros que não tiverem volantes em seus fechos devem ser dotados de chaves especiais para este tipo de finalidade; em tais situações o uso de alicates e/ou chaves ajustáveis (chave inglesa ou grifo) são proibidos. Nos eventuais casos em que os fechos dos cilindros não apresentam volantes as chaves utilizadas deverão ficar atreladas aos fechos enquanto os cilindros estiverem conectados e em uso, para permitir o rápido fechamento em situações de emergência. Caso vários cilindros estejam em uso simultâneo, cada cilindro deverá apresentar seu volante ou sua chave de fechamento. Os padrões da OSHA proíbem que as máquinas de solda, assim como os maçaricos, sejam colocadas no interior dos espaços confinados, devido ao fato que, caso apresentem uma válvula com vazamento o ambiente confinado poderia rapidamente contaminado com gases inflamáveis ou oxigênio. Os cilindros posicionados fora do espaço confinado deverão sempre estar devidamente fixados, seja num carrinho ou não (normalmente são utilizadas correntes para este tipo de fixação – veja a foto ao lado). Os carrinhos deverão sempre estar calçados para evitar possíveis deslocamentos indesejados. Uma vez que oxigênio e óleo podem reagir de maneira explosiva quando combinados sob alta pressão, os cilindros de oxigênio não devem ser manipulados com as mãos sujas de óleo ou graxa, assim como também com luvas contaminadas com tais tipos de produtos. Além dos cilindros, as mangueiras, reguladores, conexões e demais válvulas também devem ser mantidas isentas de qualquer substância oleosa. Descargas de oxigênio nunca devem ser direcionadas para superfícies ou roupas sujas de graxa e/ou óleo. TOCHAS E PINÇAS DE ELETRODOS As pinças de eletrodos e os cabos das máquinas de solda elétrica devem ser inspecionados rotineiramente a fim de verificar a presença de trincas, queimaduras e falhas no isolamento que podem expor os condutores energizados. Tochas, mangueiras, conexões e manômetros devem ser devidamente verificados e não devem apresentar danos. Tochas e pinças de eletrodos não devem ser colocadas dentro do espaço confinado, a não ser no momento de seu uso; e devem ser retirados assim que o trabalho tenha sido executado. Quando as máquinas de solda não forem utilizadas por períodos tais como almoço ou intervalo entre turnos, a mesma deverá ser devidamente desligada, retirando o cabo de conexão com a rede elétrica, assim como as pinças de eletrodos devem estar sem eletrodos. Eletrodos não utilizados devem ser colocados em local que evite danos aos mesmos, assim como possíveis contatos com pessoas. Nunca deixe a pinça de
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