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Microscopia eletrônica, células procarióticas e eucarióticas, diferenças entre as células e biomembranas PROFESSOR: EMERSON FRANCISCO MENDES GUIMARÃES DISCIPLINA: BIOLOGIA A microscopia eletrônica O primeiro microscópio eletrônico foi construído no início da década de 1930, mas seu emprego no estudo das células começou mais tarde, na década de 1950. Nesse meio-tempo, os citologistas desenvolveram diversas técnicas de fixação, de coloração e de corte apropriadas para o microscópio eletrônico. A microscopia eletrônica revolucionou a Citologia porque possibilitou estudos bastante detalhados da estrutura interna das células. Para se ter ideia, enquanto microscópios fotônicos fornecem aumentos máximos de 1.500 vezes, microscópios eletrônicos operam com aumentos entre 5 mil e 100 mil vezes ou mais. A microscopia eletrônica Além disso, o fato de os microscópios eletrônicos utilizarem feixes de elétrons, em vez de luz, possibilita obter baixos limites de resolução, bem menores que os dos microscópios fotônicos; enquanto nestes últimos o limite de resolução é de 0,25 µm, nos microscópios eletrônicos o limite é de 0,001 µm (1 nm). Fazendo os cálculos, concluímos que o limite de resolução do microscópio eletrônico é cerca de 250 vezes menor que o do microscópio fotônico; seu poder de resolução, portanto, é 250 vezes maior. Em relação ao olho nu, o poder de resolução do microscópio eletrônico é cerca de 100 mil vezes maior (100 µm ÷ 0,001µm = 100.000). A microscopia eletrônica A microscopia eletrônica A visão que temos da arquitetura celular foi basicamente elaborada a partir de estudos em microscópios eletrônicos de transmissão. Nesses aparelhos se observa o material biológico cortado em finíssimas fatias entre 30 nm a 60 nm de espessura, o que equivale a cortar uma célula em aproximadamente 200 fatias. A microscopia eletrônica produz imagens em branco e preto e bidimensionais (2-D). Assim, para imaginar como são as células e as organelas em três dimensões (3-D), os citologistas tiveram (e ainda têm) de realizar um minucioso trabalho de reconstrução da tridimensionalidade celular a partir de cortes sequenciais em diferentes planos. A microscopia eletrônica O pensamento e a imaginação, aliados às técnicas microscópicas e bioquímicas de investigação, são as principais ferramentas utilizadas nos estudos das células. Eles nos permitem “viajar” ao mundo microscópico e compor os modelos tridimensionais e funcionais da célula viva. Para construir os modelos de células os cientistas reúnem diversas evidências, imaginando cenários que não podem ser visualizados diretamente, mas que podem ser testados e validados por meio de experimentos. Células procarióticas e eucarióticas O microscópio eletrônico revelou a existência de dois tipos básicos de célula: procarióticas, típicas de bactérias e de arqueas, e eucarióticas, presentes em todos os demais seres vivos (protozoários, fungos, algas, plantas e animais). Organismos constituídos por células procarióticas são chamados procariontes e os que apresentam células eucarióticas, eucariontes. Células procarióticas e eucarióticas Células procarióticas (do grego protos, primitivo, e karyon, núcleo) são mais simples que as eucarióticas; seu citoplasma não tem estruturas membranosas nem núcleo; o “cromossomo” bacteriano concentra-se em uma região da célula chamada nucleoide. Células eucarióticas (do grego eu, verdadeiro, e karyon, núcleo) têm o citoplasma repleto de canais, bolsas e outras estruturas membranosas, sendo uma delas o núcleo, no qual se localizam os cromossomos. Células procarióticas e eucarióticas Diferenças entre as células Existem diferenças entre as células dos diversos organismos e também entre células de um mesmo organismo. As maiores diferenças são encontradas entre as bactérias, que apresentam célula procariótica, destituída de núcleo e de organelas membranosas, e os demais seres vivos que têm células eucarióticas. A presença de plastos no citoplasma das células vegetais as diferencia das células animais. As células vegetais também são dotadas de uma parede celular, ausente nas células animais. Apesar das diferenças, uma análise dos aspectos celulares essenciais mostra que todas as células eucarióticas compartilham a mesma estrutura básica e funcionam de modo muito parecido. Diferenças entre as células Características das membranas biológicas (biomembranas) Em função do comportamento das células em diversas situações - inchar, murchar, estourar, os primeiros citologistas logo perceberam que elas eram delimitadas por algum tipo de película muito fina, invisível até nos mais poderosos microscópios fotônicos modernos; essa película hipotética foi denominada membrana plasmática. Com o progresso da microscopia eletrônica, a membrana plasmática foi finalmente visualizada. Nos cortes transversais observados ao microscópio eletrônico, ela aparece como duas linhas escuras entremeadas por uma região Central mais Clara, e sua espessura situa-se em torno de 5 nm. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA https://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_Golgi https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ Características das membranas biológicas (biomembranas) A microscopia eletrônica e as análises bioquímicas revelaram também que o citoplasma de uma célula eucariótica é repleto de membranas, com espessura e composição química semelhantes às da membrana plasmática. Esse sistema membranoso citoplasmático forma um labirinto de tubos e bolsas, cercado por um fluido aquoso no qual há túbulos e filamentos proteicos finíssimos, além de partículas de diversos formatos e tamanhos. Estrutura molecular das biomembranas Análises bioquímicas de membranas celulares mostraram que seus principais componentes são fosfolipídios. As biomembranas das células animais apresentam ainda colesterol, um tipo de lipídio ausente em células vegetais. As moléculas de fosfolipídios apresentam uma “cabeça” eletricamente carregada, representada pelo grupo fosfato, e duas “caudas” apolares, representadas pelo glicerídio. As cabeças eletricamente carregadas dos fosfolipídios tendem a atrair moléculas de água (que também têm cargas), sendo, por isso, denominadas hidrofílicas (do grego hydro, água, e phylos, amigo). As caudas, sem carga elétrica, tendem a repelir moléculas de água, sendo, por isso, denominadas hidrofóbicas (do grego hydro, água, e phobos, medo, aversão). Estrutura molecular das biomembranas Em 1972, os pesquisadores estadunidenses Jonathan Singer (1924-) e Garth Nicolson (1943- ), com base na constituição química e no comportamento das biomembranas, elaboraram um modelo molecular para explicar sua estrutura altamente dinâmica. Estrutura molecular das biomembranas No modelo de Singer e Nicolson, as biomembranas seriam constituídas por uma camada dupla de moléculas de fosfolipídios bem compactadas. As cabeças dos fosfolipídios, eletricamente carregadas, estariam voltadas para as faces externas da membrana, em contato com a água sempre presente nas soluções internas e externas à célula. Com isso, “esconderiam” as caudas sem carga elétrica da água circundante, voltando-as para o interior da dupla camada molecular da membrana. Segundo o modelo, é essa estrutura em dupla camada que confere às membranas biológicas sua grande estabilidade e dinamismo. Embora se desloquem continuamente no plano da membrana, as moléculas de fosfolipídios nunca perdem o contato umas com as outras. Estrutura molecular das biomembranas O modelo de Singer e Nicolson também supõe a presença de moléculas globulares de proteínas, incrustadas na bicamada de fosfolipídios, como se fossem peças de um mosaico. Algumas dessas proteínas encontram-se em posição superficial na dupla camada lipídica, enquanto outras a atravessam de lado a lado. A movimentação das proteínas na estruturada biomembrana explica diversas funções importantes e levou Singer e Nicolson a denominar sua proposta como modelo do mosaico fluido. Estrutura molecular das biomembranas Estrutura molecular das biomembranas Já foram identificadas dezenas de tipos de proteína nas membranas celulares. Algumas delas, voltadas para o exterior estão ligadas a moléculas de glicídios, que formam uma espécie de malha filamentosa em torno da célula, denominada glicocálix. Outras formam poros, que permitem a passagem de moléculas de água e íons. Outras, ainda, capturam substâncias fora ou dentro da célula, transportando-as através da membrana e soltando-as do lado oposto. Além disso, determinadas proteínas presentes na membrana plasmática atuam no reconhecimento de fatores físicos e químicos do meio, estimulando a reação celular. Referências Amabis, José Mariano. Biologia moderna : Amabis & Martho. - 1. ed. – São Paulo: Moderna, 2016.
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