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AMANDA FARIA 16/09/2021 – 4º PERÍODO Anafilaxia VISÃO GERAL A anafilaxia é uma resposta vigorosa, que envolve mais sistemas além dos envolvidos na hipersensibilidade do tipo 1. Quando há um comprometimento sistêmico circulatório, ocorre o choque anafilático. Esse crescente da resposta imunológica ele é mediado por imunoglobulinas, como a IgE. Porém, ele pode ser mediado por outros mecanismos. A hipersensibilidade é um processo aumentado, ou seja, há o aumento de uma resposta. Ela é diferente da hiper-reatividade, que é quando uma pessoa é hiper-reativa a uma determinada molécula e isso gera uma resposta de hipersensibilidade. CLASSIFICAÇÃO DAS HIPERSENSIBILIDADES As hipersensibilidades podem ser classificadas de acordo com Coombs e Gell. Elas podem ser divididas em: 1. Tipo I: respostas de hipersensibilidade imediata, presença de mediadores; 2. Tipo II: reações de hipersensibilidade mediada por anticorpos ou por sistema complemento; 3. Tipo III: doenças do complexo imune; 4. Tipo IV: reações mediadas por células e são ditas como reações tardias. TESTES DE ALERGIA Ao se pensar na diferença entre uma resposta alérgica e uma resposta alérgica crônica, existem alguns testes alérgicos que podem ser feitos. Tais testes podem ser cutâneo, em que se inocula o antígeno para o qual se pesquisa um determinado anticorpo, sendo assim, caso a pessoa seja alérgica, ocorrerá uma reação de hipersensibilidade, a qual é evidenciada pela formação de um halo vermelho exatamente no local onde teve a inoculação desses antígenos. Essa reação ocorre de forma rápida, sendo esse teste lido no mesmo dia, diferente do teste de PPD, o qual a resposta leva dias para se formar, sendo essa análise da feita dias depois (lido até 72h). HIPERSENSIBILIDADE TIPO I A hipersensibilidade do tipo I pode ser caracterizada por apresentar uma resposta imediata, que ocorre em poucos minutos. A hipersensibilidade do tipo 1 ocorre quando um indivíduo tem uma hiper-reatividade a um determinado fungo ou substância e o organismo desse individuo tem a capacidade de reconhecer isso de uma forma mais intensa, havendo uma resposta maior. Exemplos de reação de hipersensibilidade do tipo I: 1. Rinite alérgica; 2. Asma alérgica; 3. Eczema atópico; 4. Anafilaxia sistêmica; 5. Algumas alergias a fármacos. REAÇÕES Há a presença de uma célula, que pode ser um mastócito, basófilo ou eosinófilo, que são caracterizados por terem grânulos com mediadores químicos em seu citoplasma, como histamina, heparina, ATP, insulinas etc. Quando ocorre o estímulo para a liberação desse grânulo, gera a resposta exacerbada. As células mais comumente envolvidas nesse processo é o basófilo. O mastócito já se encontra nos tecidos, porém o basófilo e o eosinófilo, que se encontram no sangue, precisam migrar para os tecidos. O mastócito apresenta receptores para IgE, que são receptores para a porção Fc da cadeia épisilon. A IgE é produzida pelo linfócito B, se diferencia em plasmócito, que é secretado e uma vez essa proteína secretada ela funciona com anticorpo e se liga na superfície celular e quando ocorre a ligação do alérgeno, são necessárias duas IgEs para ligar uma molécula do antígeno, fazendo a hipersensibilidade nessa célula. É a partir dessa ligação do IgE com o antígeno, que ocorre a liberação dos mediadores iniciais. A IgE possui duas cadeias leves (kappa ou lambda) e duas cadeias pesadas (épsilon). A cadeia épsilon tem formato de Y e em sua calda, que é a porção Fc, existem duas cadeias do tipo épsilon. HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO II A hipersensibilidade do tipo II é mediada por anticorpos ou pelo sistema complemento. Nesse caso, não é um receptor para imunoglobulina na superfície da célula, como visto na hipersensibilidade do tipo I, o que ocorre é que ela se encontra ligada a essa AMANDA FARIA 16/09/2021 – 4º PERÍODO superfície da célula. A imunoglobulina envolvida é a IgG. Exemplos de reação de hipersensibilidade do tipo II: 1. Algumas alergias a fármacos, como penicilinas. REAÇÕES – IMUNOGLOBULINAS A principal diferença entre a forma de apresentação da imunoglobulina na hipersensibilidade do tipo I e do tipo II, é que no tipo I, quem tem o receptor é a célula que suporta essa ligação da imunoglobulina e em algum momento ela pode ser ativada, em função dessa ligação. Já no tipo II, quem tem o receptor é a célula NK. Essa IgG presente na célula NK se liga a proteínas de outras células, formando o complexo célula- anticorpo. Esse reconhecimento pela NK, que provoca a apoptose da célula por conta da ativação de grânulos líticos. A imunoglobulina se liga a proteínas presentes na superfície da célula-alvo, o que gera uma atividade citotóxica, estimulando as células NK, principalmente, ou linfócito TCD8, o que ocorre mais raramente. Esse tipo de hipersensibilidade pode ser visto ao se realizar uma transfusão sanguínea, uma vez que se um indivíduo possui tipo sanguíneo A e recebe tipo sanguíneo B, por exemplo, esses anticorpos que ele naturalmente possui contra o tipo sanguíneo B, atacam essas novas células. REAÇÕES – SISTEMA COMPLEMENTO Outra possibilidade da formação de um estímulo que causa a hipersensibilidade nesse caso é através de proteínas do complemento, que se ligam na superfície celular. Ao ter a ativação de proteínas do complemento, há um auxílio para que essa célula seja facilmente eliminada, causando a opsonização. Nesse caso, também há a ativação das imunoglobulinas, junto com a ativação do sistema complemento. Isso faz com que células líticas sejam ativadas. HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO III Esse tipo de hipersensibilidade do tipo III ocorre devido a formação de um imunocomplexo. Um anticorpo se liga a um antígeno, essa junção se liga a determinados tecidos, podendo ocorrer uma ativação de reação anti- inflamatória, devido ao reconhecimento desse complexo nos tecidos em que se encontram esse imunocomplexo. Exemplos de reação de hipersensibilidade do tipo III: 1. Doença do Soro; 2. Reação de Arthus. REAÇÕES As imunoglobulinas IgG se ligam a um determinado antígeno (uma proteína do nosso corpo, superfície celular, microrganismos). Essa imunoglobulina ligada ao antígeno permanece na circulação e em algum momento ela é reconhecida em algum tecido ou reconhecida por alguma célula capaz de fazer fagocitose, fazendo a lesão daquele tecido. O que faz a gravidade não é a formação do imunocomplexo e, sim, o reconhecimento desse imunocomplexo. Ao tentar eliminar esses imunocomplexos, pode ocorrer uma lesão no tecido, como um vaso sanguíneo, causando uma vasculite, por exemplo. Isso ocorre nas doenças autoimunes, como vasculite, glomerunefrite. Em caso de doença auto-imune, há um aumento da atividade imunológica e esse aumento das imunoglobulinas, principalmente a IgG, permitem o reconhecimento desses imunocomplexos, causando um aumento de macrófagos e monócitos nesses locais. Há um agravamento dessa doença autoimune de forma sistêmica. HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV A hipersensibilidade do tipo IV é mediada por uma resposta celular, por isso é dita como uma resposta tardia. Essa hipersensibilidade é a vista na resposta do teste de PPD, uma vez que depende da ativação de linfócitos T para promover uma resposta ao estímulo gerado. Em processos crônicos, a principal hipersensibilidade associada é a do tipo IV, como, por exemplo, na bronquite, que além de poder estar associada ao tipo 1, mas ocorre também a do tipo IV, uma vez que além da resposta alérgica, há uma reação celular, aoter um aumento do infiltrado de linfócitos nesses tecidos. Exemplos de reação de hipersensibilidade do tipo I: 1. Células TH1: dermatite alérgica de contato e reação de tuberculina; AMANDA FARIA 16/09/2021 – 4º PERÍODO 2. Células TH2: asma crônica, rinite alérgica crônica; 3. CTL: rejeição de enxerto, dermatite atópica de contato à hera venosa. REAÇÕES Esses antígenos se ligam na superfície celular, o que promove um recrutamento de mais células, havendo uma ativação da resposta linfocitária, o que leva dias para que chegue a esse local mais linfócitos efetores. Isso ocorre uma vez que quando se produzi linfócitos na medula óssea, eles saem imaturos dessa medula e migram para o timo, onde passam pelo processo de amadurecimento. Nesse processo de amadurecimento tímico, há a formação do TCR, que é o receptor de célula T, normalmente é mais comum se ter cadeias do tipo alfa e beta, podendo ter outros tipos de cadeia como a delta. Por depender de uma ativação celular, essa resposta é mais tardia. Quando esse linfócito está estimulado, ele sai do timo TH0 e passa a ser um linfócito estimulado/efetor, ele participa desse processo alérgico, sendo esse o motivo dessa resposta ser mais tardia. A resposta ligada ao TH1 – que é o linfócito que possui uma resposta celular (pró-inflamatória), com o recrutamento de macrófagos, aumentando a quantidade de citocinas inflamatórias. Ele produz a IL- 2 e o TNF-α. Já na hipersensibilidade tipo IV ligada ao TH2 – que é um linfócito relacionado com uma resposta humoral – apresenta o aumento de IL-4, IL-5 e IL-13, as quais secretam imunoglobulinas e citocinas com caráter inflamatório, porém de resposta humoral. Já na hipersensibilidade do tipo IV mediada pelo linfócito T CD8, há uma associação do antígeno na superfície celular, havendo um reconhecimento e ativação da citotoxicidade. TIPO I Ela é caracterizada pela produção de anticorpos IgE contra proteínas estranhas, comumente presentes no ambiente. Elas podem ser identificadas pelas reações papuloeritematose em testes cutâneos e se desenvolverem rapidamente, sendo chamadas de alergias ou atopias. Na anafilaxia, muito mais que um comprometimento de um tecido cutâneo ou edema, é necessário ter o envolvimento de outros tecidos, como reação no trato digestório ou pulmonar. ANAFILAXIA A anafilaxia é uma reação alérgica séria, grave, que tem início rápido e pode causar a morte, uma vez que esse indivíduo pode ir a choque anafilático, com uma vasodilatação sistêmica. A utilização de substâncias vasoativas atua fazendo uma vasoconstricção. LIBERAÇÃO DE MEDIADORES A liberação de mediadores por mastócitos precisa do processo de ativação mediado por IgE, sendo necessária duas IgE para se ligar a um alérgeno, o que desencadeia a liberação dos mediadores. Além disso, existem alguns desencadeadores diretos (opioides, contraste e vancorricina), que são substâncias que também promovem a liberação de mediadores pré-formados. Os mediadores pré-formados são: histamina, heparina e triptase. Sendo que na sequência pode se formar mediadores lipídicos, os quais são oriundos do metabolismo do ácido aracdonico, são eles: leucotrienos, prostaglandinas e tromboxanos. Após a imunoglobulina se ligar ao alérgeno, há uma fosforilação intracelular que causa a ativação de mediadores intracelular, aumentando também o Ca2+ intracelular, pois esse cálcio é importante para a exocitose de vesículas. SINAIS DA ANAFILAXIA A partir da liberação dos mediadores, algumas respostas são causadas, tais como a vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e broncoconstricção. VASODILATAÇÃO Com a vasodilatação, ocorre uma redução a resistência vascular periférica, o que causa uma redução na distribuição do sangue, ou seja, diminuição da perfusão dos tecidos, o que pode causar uma hipóxia. Além disso, essa redução da RVP causa também uma hipotensão, o que pode culminar no choque anafilático. A hipotensão não é um fator essencial para ter o choque, mas isso pode estar associado. Já a AMANDA FARIA 16/09/2021 – 4º PERÍODO diminuição da perfusão de oxigênio é um fator que desencadeia o choque. A hipotensão pode causar taquicardia, uma vez que há uma tentativa de compensar essa diminuição na pressão arterial. AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR Outro processo decorrente da liberação maciça de mediadores é o aumento da permeabilidade vascular, a qual gera um aumento do extravasamento de líquido de dentro do vaso para os tecidos (extravascular). BRONCOCONSTRICÇÃO A broncoconstricção que ocorre em virtude da liberação dos mediadores é caracterizada por também diminuir a oxigenação. EFEITOS CUTÂNEOS Na pele, é evidenciado alguns sinais como a urticária, angioedema, pruridos. EFEITOS DIGESTÓRIOS Os efeitos digestórios estão relacionados com a presença de diarreia, vômito, refluxo e náuseas. ENVOLVIMENTO MUSCULO- ESQUELÉTICO, NEUROLÓGICO, RESPIRATÓRIO E SISTÊMICO É essencial entender que para o diagnóstico de anafilaxia, é necessário o envolvimento de pelo menos dois sistemas. Os mais comuns são eventos cutâneos e eventos digestórios. PROCESSO ALÉRGICO As respostas variam de acordo com o alérgeno. Sabe- se que as alergias alimentares são as mais comuns. As alergias alimentares se caracterizam pela ingestão do alérgeno por via oral. Contudo há outras formas de contato, como contato com veneno de insetos (abelhas, vespas, maribondos). Nesse caso, esse alérgeno é percebido pelos VAMPs (moléculas de padrão molecular associado a venenos). Além desses, há a reação a fármacos e a asma.
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