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Camila Honorio de Mello (21101630) DIR 5118 - Antropologia Jurídica Professor: Dr. Fernando Kinoshita Síntese Pessoal: LEWIS, Clive Staples. The Abolition of Man [A Abolição do Homem]. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017 1. Capítulo 1 - Homens sem peito Aborda a confusão na linguagem que acontece em um livro destinado a educação de crianças. Essa confusão advém da concepção distorcida de valores feita pelos autores do livro infantil, pois segundo Lewis, há uma tentativa de exposição de emoções pessoais. O autor aponta diferenças entre o que chama de antiga educação e nova educação, esta tenta impor uma visão pronta enquanto aquela busca suscitar nos educandos suas próprias visões de mundo. O título do capítulo faz alusão ao ditado que “a cabeça manda no estômago através do peito”, sendo a cabeça a razão e o estômago, sentimentos estruturados e o peito com elo de ligação. 2. Capítulo 2 - O caminho Apresenta os caminhos que o homem pode escolher e seguir, além de apontar o resultado dessas escolhas. Neste capítulo, o autor explica a busca do homem e diz que o homem não está conquistando a natureza, mas sim conquistando o próprio homem e utiliza a natureza como ferramenta para isso. Todos os avanços e novas tecnologias que o homem inventa apresentam esse poder de conquista. Como exemplo cita-se o avião, tal ferramenta não está conquistando a natureza, mas sim o próprio homem pois este é, ao mesmo tempo, sujeito e objeto de tal ferramenta. Lembrando que tais ferramentas podem ser boas ou más - trazer conforto ou mais poder - e isso depende do sujeito e dos fins para o qual ele as utiliza. A balança de poder, não é igualmente distribuída, pois uma grande quantidade de poder pertence a poucos homens que têm uma dominação perante um grande contingente de outros homens. O avanço no desenvolvimento de ferramentas que garante poder retroalimenta esse desequilíbrio. Tal situação chega a um ápice no qual a separação de quem detém o poder - e quem não o detém - por uma seleção da coletividade transformando o homem detentor do poder em um artefato que é completamente dominado pela natureza, ou seja, tudo que há no homem dominador se reduz a sua própria natureza, ou seja, há uma compreensão detalhada analiticamente dominada de ferramentas e estas são usada exclusivamente para a própria conveniência do homem dominante. Esse degrau é a abolição do Homem. 3. Capítulo 3 - A abolição do Homem O autor apresenta neste capítulo a completa fusão do homem com sua natureza - a abolição do homem - porém não há uma dominação completa da natureza pelo homem. As ferramentas que surgem do avanço no desenvolvimento do poder não pertencem a todos os homens, apenas aos poucos que podem pagar, têm acesso ou domínio desses itens. Esse quadro mostra que não acontece uma dominação completa da natureza, mas sim uma dominação dos homens, que têm acesso aos elementos controladores, sobre os próprios homens. Os elementos controladores usados para a dominação do grupo de homens, que não tem poder sobre nada, nada mais é que a natureza convertida em meio de acesso para esse controle. O autor apresenta exemplos com itens simples como o avião e também em situações mais complexas, exemplificando que mesmo em um Estado de governo baseado no favorecimento da maioria (aqui o termo maioria remete-se ao grupo de homens que não detém o controle sobre as ferramentas de dominação) se aproveitará das ferramentas que tem em seu domínio para o exercício do poder sobre essa maioria, logo esse estado de dominação é constante 4. Conclusão O livro trata de um ensaio filosófico, que apesar das poucas páginas é extremamente denso. Lewis faz uma abordagem usando uma linguagem bastante acessível, porém expõe uma crítica ferrenha a situações educacionais da contemporaneidade, expondo de forma linear a construção do homem e tudo que tange essa construção. Como o homem detentor de ferramentas específicas exerce de forma constante uma dominação perante a maioria. O autor exemplifica ferramentas de dominação e aponta que em um grau avançado de desenvolvimento esses avanços são êxitos de somente alguns homens, enquanto o resto sofre a dominação. Ele chega ao ponto de associar o uso de anticoncepcional (ferramenta de dominação) a eugenia, como uma forma de conflito que mostraria o controle entre gerações. Toda a construção do livro é alinhado ao conceito de TAO, que é, para ele, tudo que for real, verdadeiro e coletivo. O TAO é tudo que for correto e o TAO contempla tudo e dá uma valoração as coisas e ações. Há uma ligação entre o grupo que detém o poder e que consegue se desprender do TAO, este grupo tem uma maior consciência sobre a própria natureza e assim garante uma dominação, pois não tem valores bons nem ruins, tem apenas seus próprios arbítrios e impulsos individuais. Logo o homem que impõe suas vontades e dominação - a natureza e ao grupo de homens dominados - se distancia do TAO, logo se distancia de tudo, inclusive da natureza a qual tenta dominar.
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