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BIOSSEGURANCA E ERGONOMIA - unidade 1

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Autor: Profa. Paula de Sousa e Castro 
Colaboradoras: Profa. Renata Guzzo Souza Belinelo
 Profa. Raquel Machado Cavalca Coutinho
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Biossegurança e Ergonomia
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Professora conteudista: Paula de Sousa e Castro
Professora‑adjunta da UNIP (Universidade Paulista) no curso de graduação em Enfermagem. Coordenadora 
auxiliar do curso de Enfermagem no campus Norte da UNIP. Autora de livros‑textos para a EaD da UNIP‑Interativa. 
Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (1996). Mestre em 
Ciências pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP (2011), na área de Fundamentos e Práticas de 
Gerenciamento em Enfermagem e em Saúde. Possui Aprimoramento em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina da 
Unesp‑Botucatu e especialização em Gerenciamento de Serviços de Enfermagem, Saúde da Família e Autogestão em 
Saúde. Enfermeira do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C355b Castro, Paula de Sousa e.
Biossegurança e Ergonomia. / Paula de Sousa e Castro. – São 
Paulo: Editora Sol, 2017.
164 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2‑009/17, ISSN 1517‑9230.
1. Biossegurança. 2. Ergonomia. 3. Riscos ocupacionais. I. Título.
CDU 614:331.827
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Marcilia Brito
 Lucas Ricardi
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Sumário
Biossegurança e Ergonomia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 BIOSSEGURANÇA ...............................................................................................................................................9
1.1 Definição .....................................................................................................................................................9
1.2 Lei nº 11.105/2005 ................................................................................................................................ 11
1.3 Norma Regulamentadora 32 – NR‑32 ........................................................................................ 12
1.3.1 NR‑32 e quimioterapia ......................................................................................................................... 14
1.4 Engenharia genética ........................................................................................................................... 15
1.5 Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) ........................................................................... 17
1.6 Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ...................................................... 18
2 SIMBOLOGIA EM BIOSSEGURANÇA ........................................................................................................ 21
2.1 Norma Regulamentadora 26 – NR‑26 ........................................................................................ 21
2.2 Rotulagem e simbologia de risco .................................................................................................. 28
2.2.1 Rotulagem em fracionamentos ........................................................................................................ 29
2.3 Diamante de Hommel ........................................................................................................................ 33
3 BOAS PRÁTICAS E NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA ................................................................................. 36
3.1 Segurança e saúde no trabalho ...................................................................................................... 36
3.2 Boas práticas .......................................................................................................................................... 37
3.2.1 Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 63 .......................................................................... 38
3.3 Boas práticas de laboratório ............................................................................................................ 39
3.4 Boas práticas no atendimento à saúde ....................................................................................... 43
3.5 Boas práticas na manipulação de alimentos ............................................................................ 45
3.6 Higiene ocupacional............................................................................................................................ 48
3.7 Higienização das mãos ....................................................................................................................... 49
3.8 Manual de boas práticas e procedimento operacional padrão ......................................... 55
4 RISCOS AMBIENTAIS E RISCOS OCUPACIONAIS ................................................................................. 56
4.1 Riscos mecânicos .................................................................................................................................. 58
4.2 Riscos físicos........................................................................................................................................... 61
4.3 Riscos químicos ..................................................................................................................................... 68
4.4 Riscos biológicos ................................................................................................................................... 72
4.5 Equipamento de segurança (barreiras primárias) ................................................................... 76
4.6 Projeto e construção das instalações (barreiras secundárias) ............................................ 77
4.7 Avaliações de riscos ............................................................................................................................. 77
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4.8 Riscos ergonômicos ............................................................................................................................. 78
4.9 Níveis de biossegurança .................................................................................................................... 82
4.9.1 Níveis de biossegurança laboratorial ..............................................................................................83
4.9.2 Contenção .................................................................................................................................................. 83
4.9.3 Nível de biossegurança 1 (NB‑1) ...................................................................................................... 83
4.9.4 Nível de biossegurança 2 (NB‑2) ...................................................................................................... 84
4.9.5 Nível de biossegurança 3 (NB‑3) ...................................................................................................... 85
4.9.6 Nível de biossegurança 4 (NB‑4) ...................................................................................................... 86
4.10 Mapa de riscos .................................................................................................................................... 87
4.10.1 Classificação dos riscos ...................................................................................................................... 94
Unidade II
5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA ............................................................... 99
5.1 Medidas de proteção administrativa ............................................................................................ 99
5.2 Medidas de proteção coletiva .......................................................................................................100
5.3 Equipamento de proteção individual (EPI) ..............................................................................100
5.3.1 Equipamentos de proteção à cabeça ............................................................................................104
5.3.2 Equipamentos de proteção para os membros superiores ....................................................107
5.3.3 Equipamentos de proteção para os membros inferiores ......................................................108
5.3.4 Equipamentos de proteção para o tronco ..................................................................................109
6 CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS MÉDICOS HOSPITALARES ...............................................................110
6.1 Conceitos gerais ..................................................................................................................................110
6.2 Limpeza ..................................................................................................................................................113
6.3 Desinfecção ...........................................................................................................................................115
6.3.1 Processos físicos de desinfecção ....................................................................................................115
6.3.2 Processos químicos de desinfecção ...............................................................................................116
6.4 Esterilização ..........................................................................................................................................117
6.4.1 Processos físicos de esterilização ...................................................................................................117
6.4.2 Processos químicos de esterilização .............................................................................................118
6.4.3 Monitoramento do processo de esterilização ........................................................................... 118
6.5 Classificação dos artigos médico‑hospitalares ......................................................................119
7 PGRRS ................................................................................................................................................................120
8 ERGONOMIA ....................................................................................................................................................131
8.1 Ergonomia .............................................................................................................................................131
8.2 Vigilância ocupacional .....................................................................................................................137
8.3 Risco ocupacional ..............................................................................................................................140
8.4 LER/Dort .................................................................................................................................................144
8.4.1 Ginástica laboral................................................................................................................................... 146
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Biossegurança e Ergonomia tem como objetivo oferecer subsídios para o profissional 
da área da saúde analisar sua conduta no que diz respeito às questões de segurança durante sua 
atuação profissional.
Essas questões de segurança dizem respeito ao próprio profissional, à comunidade, ao meio ambiente 
e ao seu próprio objeto de trabalho, seja ele um paciente, um animal ou um organismo geneticamente 
modificado, tanto na prática clínica e hospitalar quanto na pesquisa. Nesta disciplina, o profissional da 
área da saúde se capacitará a identificar os principais agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos 
que causam risco tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente.
Essa análise é a base de todo o conhecimento em biossegurança e é aplicável a qualquer ambiente de 
trabalho. O profissional também conhecerá a simbologia de risco e o uso de equipamentos de proteção 
individual e coletiva, a fim de se realizarem práticas laboratoriais e clínicas adequadas com relação à 
segurança da saúde humana.
Além disso, aprenderá sobre a Lei de Biossegurança, no que diz respeito à manipulação de organismos 
geneticamente modificados, e terá noções sobre infecções hospitalares e níveis de biossegurança 
laboratorial, com suas aplicações e requisitos.
A disciplina também inclui dados sobre procedimentos de descontaminação e como aplicá‑los a 
artigos médico‑hospitalares, sobre o manejo de resíduos de serviços de saúde e sobre algumas questões 
de legislação trabalhista.
INTRODUÇÃO
Toda e qualquer atividade humana nos expõe a esforços físicos e riscos de acidentes, mas, se 
considerarmos que passamos mais tempo no ambiente de trabalho que em qualquer outro, precisamos 
pensar nos efeitos que a atividade profissional nos causa à saúde.
Dependendo da atividade profissional, pela própria característica do trabalho, o trabalhador é exposto 
a produtos químicos, radiações, doenças e solicitações físicas repetitivas em níveis acima do aceitável, 
que provocam deteriorações no corpo em curto, médio e longo prazos, muitas vezes incapacitando o 
indivíduo para exercer sua profissão.
Nas ciências da saúde, os profissionais estão expostos a condições especiais, cujo estudo se 
chama Biossegurança.
A Biossegurança é uma ciência interdisciplinar cujo objetivo é proteger tanto o trabalhador 
como o objeto de trabalho dos riscos inerentes à atividade do profissional. Entenda como objeto de 
trabalho o paciente, o material de pesquisa, o alimento processado, os animais e plantas tratados 
e o meio ambiente.
Ligado de modo íntimo e necessário; inseparável
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Como objetiva a proteção de indivíduos, em alguns momentos, a Biossegurança também esbarra em 
questões relacionadas à bioética.
A Lei nº 11.105/2005, conhecida como Lei da Biossegurança, deixa essa característica muito clara. 
O estudo da Biossegurança visa, sempre, à prevenção de riscos ou, se não for possível, à contenção dos 
agentes perigosos.
Para isso, busca‑se o estudo dos mecanismos de ação desses agentes e, então, estabelecem‑se 
procedimentos segurosde ação. Antes de aprofundarmo‑nos no estudo da Biossegurança, vale a pena 
ressaltar que a maioria dos acidentes de trabalho é decorrente de imperícia, negligência e, até mesmo, 
imprudência dos operadores, portanto, a regra de ouro na prevenção de acidentes é atenção e bom senso.
Uma expressão muito citada nos meios profissionais é “boas práticas”. Dá‑se o nome de boas práticas 
aos procedimentos seguros de trabalho.
Esses procedimentos são estabelecidos com antecedência, baseando‑se em normas técnicas, na 
legislação vigente, no histórico da atividade ou, simplesmente, na prática e no bom senso.
É muito importante que o estabelecimento de regras de boas práticas seja feito com antecedência, 
pois a função principal de qualquer procedimento de segurança é evitar o acidente. Qualquer atividade 
após o acidente serve somente para reduzir prejuízos.
As atividades profissionais na área da saúde possuem riscos inerentes ao ramo, já que frequentemente 
o profissional está exposto a microrganismos patogênicos, substâncias perigosas ou animais agressivos.
Executar o trabalho seguindo rigorosamente os procedimentos estabelecidos pelas boas práticas, 
além de tornar a atividade segura, torna‑a repetitiva, reduzindo a variação nos resultados.
A expressão “boas práticas” vem geralmente associada a uma identificação do ramo de trabalho 
– boas práticas de fabricação, boas práticas de laboratório, boas práticas de preparação etc., porém o 
conceito é o mesmo, o que muda são as técnicas específicas para cada ramo.
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BIOSSEGURANÇA E ERGONOMIA
Unidade I
1 BIOSSEGURANÇA
1.1 Definição
A Biossegurança é uma disciplina nova, surgida no século XX, voltada para o controle e a minimização 
de riscos advindos da prática de diferentes ramos do conhecimento humano relacionados à saúde e ao 
meio ambiente, seja em laboratório, produção de alimentos ou, quando aplicada, a trabalhos de campo.
A biossegurança é regulada em vários países no mundo por um conjunto de leis, procedimentos ou 
diretivas específicas. No Brasil, a primeira legislação de biossegurança foi criada em 1995, enfocando 
apenas questões relacionadas com a engenharia genética, que é a tecnologia do DNA ou RNA 
recombinante, estabelecendo os requisitos para o manejo de organismos geneticamente modificados, 
para permitir o desenvolvimento sustentado da biotecnologia.
O fundamento básico da biossegurança é assegurar o avanço dos processos tecnológicos e proteger 
a saúde humana e animal e o meio ambiente. Sendo assim, as tecnologias baseadas em DNA ou 
RNA recombinantes são tratadas, pela biossegurança, sob três aspectos – o primeiro diz respeito aos 
procedimentos empregados para garantir a segurança imediata dos manipuladores; o segundo, ao 
futuro, já que é muito difícil prever os efeitos de manipulações genéticas em populações e no meio 
ambiente em longo prazo; já o terceiro é o questionamento sobre quais manipulações genéticas são 
adequadas em relação à ética. Nesse último aspecto, esbarramos em outra área do conhecimento, 
chamada bioética.
 Observação
Biossegurança é uma ciência multidisciplinar. Envolve conhecimentos 
de Física, Química, Microbiologia, Antropometria, Fisiologia, Legislação 
Trabalhista e qualquer outra disciplina que se faça necessária. 
Com relação ao aspecto relacionado ao trabalhador em sua atividade cotidiana, as normas tradicionais 
de segurança laboratorial enfatizam o uso de boas práticas de trabalho, equipamentos de contenção 
adequados, dependências bem projetadas e controles administrativos que minimizem os riscos de uma 
infecção acidental ou ferimentos em trabalhadores de laboratório, e ainda que evitem a contaminação 
do meio ambiente.
Porém, medidas de biossegurança específicas precisam ser discutidas e adotadas por laboratórios de 
pesquisa, aliadas a um amplo plano de educação baseado nas normas nacionais e internacionais quanto 
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Unidade I
ao transporte, à conservação e à manipulação de microrganismos geneticamente modificados e seus 
produtos derivados.
Embora os laboratórios clínicos e de pesquisas possam conter uma variedade de materiais biológicos, 
químicos e radioativos perigosos, até o momento existem poucos relatórios sobre o uso intencional de 
quaisquer desses materiais de forma a causar prejuízos a outros. Entretanto, há crescente preocupação 
sobre o possível uso de materiais biológicos, químicos e radioativos como agentes para o terrorismo. Em 
resposta a essas preocupações, há normas que orientam essas questões de segurança laboratorial, como 
a prevenção da entrada de pessoas não autorizadas em áreas laboratoriais e da remoção não autorizada 
de agentes biológicos perigosos, entre outras.
O conceito de biossegurança surgiu na década de 1970, na reunião de Asilomar, na Califórnia, quando 
a comunidade científica iniciou a discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade 
(COSTA; COSTA, 2002).
A partir daí, o termo “biossegurança” foi sofrendo alterações. Na década de 1970, a Organização 
Mundial da Saúde a definia como “práticas preventivas para o trabalho com agentes patogênicos para 
o homem” (WHO apud COSTA; COSTA, 2002).
O foco voltava‑se para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente ocupacional. 
Já na década de 1980, a própria OMS incorporou a essa definição os chamados riscos periféricos 
presentes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com agentes patogênicos para o homem, como 
os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos.
Nos anos 1990, verificamos que a definição de biossegurança sofreu mudanças significativas. Em 
um seminário realizado no Instituto Pasteur, em Paris, foi observada a inclusão de temas, como ética 
em pesquisa, meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em 
programas de biossegurança (COSTA; COSTA, 2002).
No Brasil, por iniciativa do então senador Marco Antônio Maciel, um Projeto de Lei de Biossegurança foi 
submetido à aprovação do Congresso Nacional em 1989. O conhecimento e o interesse por essa área, no 
entanto, só foram fortalecidos com a Convenção sobre a Diversidade Biológica, aprovada em 1992 durante 
a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, popularmente conhecida como Eco 92 ou Rio 92.
Um maior interesse por normas definidas para o manuseio e uso de organismos geneticamente 
modificados (OGM), mais conhecidos como organismos transgênicos, partiu de instituições de pesquisa 
que desenvolviam atividades de engenharia genética. Em maio de 1994, a Embrapa Recursos Genéticos 
e Biotecnologia (Cenargen), com apoio da Unido/ICGEB, organizou o primeiro workshop internacional 
sobre organismos transgênicos no Brasil. Participantes de instituições de pesquisa e empresas privadas 
do Brasil e de outros países da América Latina receberam instruções sobre aspectos de biossegurança 
de organismos transgênicos e debateram o desenvolvimento de regulamentação desse setor na região.
Foi formado um grupo de trabalho que incluía a Embrapa, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a 
Associação Brasileira de Empresas de Biotecnologia (Abrabi) para acompanhar as discussões do Projeto 
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BIOSSEGURANÇA E ERGONOMIA
de Lei de Biossegurança no Congresso Nacional, com o apoio do seu relator na Câmara dos Deputados, 
o deputado Sérgio Arouca.
O resultado desse trabalho, que também contou com o apoio de empresas privadas, culminou com 
a aprovação da Lei de Biossegurança em dezembro de 1994, a qual veio a ser a primeira lei sancionada 
pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso, a Lei nº 8.794, de 6 de janeiro de 
1995. O decreto regulamentador da lei, Decreto nº 1.974, elaborado por uma comissão interministerial 
presidida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, foi publicadoem dezembro de 1995.
A Lei de Biossegurança de 1995 regulava todos os aspectos da manipulação e uso de OGM no 
Brasil, incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte, importação, produção, 
armazenamento e comercialização.
Seu escopo limitou‑se ao uso da engenharia genética, ou uso da técnica do DNA/RNA recombinante, 
para a troca de material genético entre organismos vivos. Outras técnicas biotecnológicas, como fusão 
celular e cultura de tecidos, não foram incluídas. Porém, por não abordar assuntos polêmicos, como 
o uso terapêutico de células‑tronco embrionárias e a autorização para o uso comercial de alimentos 
transgênicos, a Lei nº 8.794/95 foi revogada e substituída pela Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005.
 Observação
A biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a 
prevenir, controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que 
possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana 
e o meio ambiente. Desta forma, a biossegurança caracteriza‑se como 
estratégica e essencial para a pesquisa e o desenvolvimento sustentável 
sendo de fundamental importância para avaliar e prevenir os possíveis 
efeitos adversos de novas tecnologias à saúde. 
1.2 Lei nº 11.105/2005
Esta lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, 
a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, 
a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGMs e seus 
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, 
a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal e a observância do princípio da precaução para a 
proteção do meio ambiente.
Ela regulamenta os incisos II, IV e V do § 1, do art. 225 da Constituição Federal. Esse artigo diz 
que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo‑se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê‑lo 
e preservá‑lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988).
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Unidade I
Para assegurar a efetividade desse direito, é incumbido ao Poder Público:
• Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades 
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético.
• Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
1.3 Norma Regulamentadora 32 – NR‑32
A Norma Regulamentadora 32, conhecida como NR‑32, é uma legislação do Ministério do Trabalho e 
Emprego, que tem como objetivo principal prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho 
nos profissionais de saúde, através da eliminação ou do controle das condições de risco presentes nos 
serviços de saúde.
Essa norma estabelece quais são as medidas necessárias para proteger a segurança e a saúde dos 
trabalhadores de saúde, em qualquer serviço de saúde, inclusive aqueles que trabalham em escolas, 
realizando pesquisas ou na atividade direta de docência. Dessa maneira, esta legislação abrange todas 
as instituições que sejam destinadas às ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, assistência 
e recuperação, além das atividades de pesquisa e ensino em saúde.
A NR‑32 recomenda a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro, além de determinar a 
adoção de medidas preventivas para cada situação de risco.
Essa regulamentação deve ser seguida dentro da instituição de saúde, não apenas pelos seus 
trabalhadores próprios, mas também por empregados de empresas terceirizadas, cooperativas e 
prestadores de serviço.
A implantação da NR‑32 deve fazer com que os funcionários e os empregadores tenham 
uma participação conjunta, em que os empregadores devem ter compromisso em aplicar todas 
as recomendações, controlar as ações, fazer uma gestão efetiva e fiscalizar que todos apliquem 
adequadamente as recomendações. Já aos funcionários cabe se conscientizar sobre a necessidade e 
importância em seguir a norma, exigir e participar de capacitações e ter uma participação ativa nas 
avaliações necessárias a respeito da segurança do ambiente de trabalho.
 Lembrete
A NR‑32 dispõe que a responsabilidade é solidária, ou seja, compartilhada 
entre a empresa e seus funcionários quanto ao seu cumprimento. 
A NR‑32 faz interações com outras normas regulamentadoras, complementando e integralizando 
diversas recomendações, em especial com:
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BIOSSEGURANÇA E ERGONOMIA
• NR‑04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT.
• NR‑05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa.
• NR‑06 – Equipamento de Proteção Individual – EPI.
• NR‑07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
• NR‑09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
• NR‑15 – Atividades e Operações Insalubres.
• NR‑16 – Atividades e Operações Perigosas.
• NR‑17 – Ergonomia.
• NR‑24 – Condições Sanitárias e de Conforto.
• NR‑26 – Sinalização de Segurança.
Além da interação com outras Normas, a NR‑32, também se relaciona com outros programas, como: 
Plano de Proteção Radiológica (PPR); Programa de Gerenciamento de Resíduos nos Serviços de Saúde 
(PGRSS); Programa Nacional de Imunização (PNI‑MS); Programa de Controle de Infecção Hospitalar, e 
com a RDC‑50 da Anvisa, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, 
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
 Saiba mais
Para complementar seus estudos, busque a leitura de todas essas 
normas, bem como de outras legislações disponíveis no site do Ministério 
do Trabalho e Emprego:
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Legislação. Brasília, 2008. 
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/legislacao/>. Acesso em: 21 
nov. 2016.
A NR‑32 regulamenta quais devem ser os cuidados após acidentes perfurocortantes, e em relação a 
esses acidentes, os profissionais mais expostos são os de enfermagem, pois:
• São a maior categoria dos serviços de saúde.
• Têm contato direto na assistência aos pacientes.
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Unidade I
• A frequência e o tipo de tarefas realizadas os colocam em maior susceptibilidade.
Para a diminuição desse tipo de acidente, a NR‑32 determina que são vedados o reencape e a 
desconexão manual das agulhas, visto o alto risco de transmissão pelos vírus da Hepatite B e C e do HIV.
A NR‑32 também determina que os trabalhadores, de qualquer categoria, com feridas ou lesões nos 
membros superiores só poderão ter suas atividades liberadas após avaliação médica obrigatória com 
emissão de documento de liberação para o trabalho.
De acordo com a norma é obrigatório ao empregador vedar:
• A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos.
• O ato de fumar.
• O uso de adornos e o manuseio de lentes de contato em local de trabalho.
• O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho.
• A guarda de alimentos e bebidas em locais não destinados para esse fim.
• O uso de calçados abertos.
O empregador ainda deve providenciar locais apropriados para o fornecimento de vestimentas limpas 
e para a deposição de usadas, e o empregado não deve deixar o local de trabalho com os equipamentos 
de proteção individual, bem como as vestimentas utilizadas nos locais de trabalho.
A responsabilidade pela higienização das vestimentas utilizadas em centros cirúrgicos, serviços de 
tratamento intensivo e quando em unidades de doenças infectocontagiosas, em que a vestimenta tenha 
contato com material orgânico, é de responsabilidade do empregador.
1.3.1 NR‑32 e quimioterapiaCom relação aos quimioterápicos, a NR‑32 determina como acidente:
• Ambiental – contaminação do ambiente devido à saída do medicamento do envase no qual esteja 
acondicionado, seja por derramamento ou por aerodispersóides sólidos ou líquidos.
• Pessoal – contaminação gerada por contato ou inalação dos medicamentos da terapia 
quimioterápica antineoplásica em qualquer das etapas do processo.
A recomendação da Anvisa pela RDC 220 é que em casos de acidentes com quimioterápicos deve‑se:
• Registrar todos os acidentes em formulário específico.
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• Remover o vestuário imediatamente quando houver contaminação.
• Lavar com água e sabão as áreas da pele atingidas.
• Lavar com água ou solução isotônica em abundância e providenciar acompanhamento médico 
quando da contaminação dos olhos ou de outras mucosas,.
• Promover a descontaminação de toda a superfície interna da cabine.
A NR‑32 determina que o empregador deve:
• Proibir fumar, comer ou beber, bem como portar adornos ou maquiar‑se.
• Afastar das atividades as trabalhadoras gestantes e nutrizes.
• Proibir que os trabalhadores expostos realizem atividades com possibilidade de exposição aos 
agentes ionizantes.
• Fornecer aos trabalhadores avental confeccionado com material impermeável, com frente resistente 
e fechado nas costas, mangas compridas e com punho justo, quando no preparo e administração.
• Fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança que minimizem a geração de aerossóis e a 
ocorrência de acidentes durante a manipulação e administração dos quimioterápicos.
1.4 Engenharia genética
No artigo das definições, a Lei nº 11.105/2005 explica diversos termos técnicos como:
• Organismo – toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive 
vírus e outras classes que venham a ser conhecidas.
• ADN e ARN – material genético que contém informações determinantes dos caracteres 
hereditários transmissíveis à descendência.
• ADN/ARN recombinante – as moléculas manipuladas fora das células vivas mediante a 
modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam multiplicar‑se em uma 
célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação; consideram‑se 
também os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural.
• Engenharia genética – atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante.
• Organismo geneticamente modificado (OGM) – organismo cujo material genético (ADN/ARN) 
tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética.
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Unidade I
Essa lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio de diversas técnicas de 
manipulação celular, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador.
Note que, para ser um OGN, o organismo deve ser resultado de técnicas utilizando ADN/ARN 
recombinante.
Essa lei também permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células‑tronco embrionárias 
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo 
procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou II – sejam embriões congelados há 3 (três) 
anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data 
da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a 
partir da data de congelamento.
§ 1. Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2. Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou 
terapia com células‑tronco embrionárias humanas deverão submeter seus 
projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em 
pesquisa.
§ 3. É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este 
artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 
4 de fevereiro de 1997.
Art. 6. Fica proibido:
I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro 
de seu acompanhamento individual;
II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ 
ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo com as normas 
previstas nesta Lei;
III – engenharia genética em célula humana;
IV – clonagem humana;
V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados 
em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e 
entidades de registro e fiscalização (BRASIL, 2005).
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1.5 Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS)
O Conselho Nacional de Biossegurança é um órgão de assessoramento do Presidente da República 
para a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança (PNB).
Compete ao CNBS:
I – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e 
entidades federais;
II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e 
oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de 
liberação para uso comercial de OGM e seus derivados;
[...]
O CNBS é composto pelos seguintes membros:
I – Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que 
o presidirá;
II – Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia;
III – Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário;
IV – Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
V – Ministro de Estado da Justiça;
VI – Ministro de Estado da Saúde;
VII – Ministro de Estado do Meio Ambiente;
VIII – Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
IX – Ministro de Estado das Relações Exteriores;
X – Ministro de Estado da Defesa;
XI – Secretário Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República 
(BRASIL, 2005).
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Unidade I
1.6 Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança é uma comissão multidisciplinar, de caráter consultivo 
e deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, 
atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados, bem como no estabelecimento de 
normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades que 
envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco 
zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.
A CTNBio é o órgão que acompanha o desenvolvimento e o progresso técnico e científico nas áreas 
de biossegurança, biotecnologia, bioética e afins, com o objetivo de aumentar sua capacitação para a 
proteção da saúde humana, dos animais e das plantas e do meio ambiente.
Art. 11. A CTNBio, composta de membros titulares e suplentes, designados 
pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, será constituída por 27 
(vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, de 
notória atuação e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com 
destacada atividade profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, 
biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente, sendo:
I – 12 (doze) especialistas de notório saber científico e técnico, em efetivo 
exercício profissional, sendo:
a) 3 (três) da área de saúde humana;
b) 3 (três) da área animal;
c) 3 (três) da área vegetal;
d) 3 (três) da área de meio ambiente;
II – um representante de cada um dos seguintes órgãos, indicados pelos 
respectivos titulares:
a) Ministério da Ciência e Tecnologia;
b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
c) Ministério da Saúde;
d) Ministério do Meio Ambiente;
e) Ministério do Desenvolvimento Agrário;
 Política Nacional de Biossegurança
Organismo geneticamente modificado
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f) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
g) Ministério da Defesa;
h) Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República;
i) Ministério das Relações Exteriores;
III – um especialista em defesa do consumidor, indicado pelo Ministro da 
Justiça;
IV – um especialista na área de saúde, indicado pelo Ministro da Saúde;
V – um especialista em meio ambiente, indicado pelo Ministro do Meio 
Ambiente;
VI – um especialista em biotecnologia, indicado pelo Ministro da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento;
VII – um especialista em agricultura familiar, indicado pelo Ministro do 
Desenvolvimento Agrário;
VIII – um especialista em saúde do trabalhador, indicado pelo Ministro do 
Trabalho e Emprego.
§ 1. Os especialistas de que trata o inciso I do caput deste artigo serão 
escolhidos a partir de lista tríplice, elaborada com a participação das 
sociedades científicas, conforme disposto em regulamento.
§ 2. Os especialistas de que tratam os incisos III a VIII do caput deste artigo 
serão escolhidos a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da 
sociedade civil, conforme disposto em regulamento.
§ 3. Cada membro efetivo terá um suplente, que participará dos trabalhos 
na ausência do titular.
§ 4. Os membros da CTNBio terão mandato de 2 (dois) anos, renovável por 
até mais 2 (dois) períodos consecutivos.
[...]
Compete à CTNBio:
I – estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM;
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Unidade I
II – estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos 
relacionados a OGM e seus derivados;
III – estabelecer, no âmbito de suas competências, critérios de avaliação e 
monitoramento de risco de OGM e seus derivados;
IV – proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a 
atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados;
V – estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas 
de Biossegurança – CIBio, no âmbito de cada instituição que se dedique ao 
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção 
industrial que envolvam OGM ou seus derivados;
VI – estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de 
funcionamento de laboratório, instituição ou empresa que desenvolverá 
atividades relacionadas a OGM e seus derivados;
VII – relacionar‑se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM 
e seus derivados, em âmbito nacional e internacional;
VIII – autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com OGM 
ou derivado de OGM, nos termos da legislação em vigor;
IX – autorizar a importação de OGM e seus derivados para atividade de pesquisa;
X – prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na 
formulação da PNB de OGM e seus derivados;
XI – emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança – CQB para o 
desenvolvimento de atividades com OGM e seus derivados em laboratório, 
instituição ou empresa e enviar cópia do processo aos órgãos de registro e 
fiscalização referidos no art. 16 desta Lei;
XII – emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a biossegurança de OGM e 
seus derivados no âmbito das atividades de pesquisa e de uso comercial de 
OGM e seus derivados, inclusive a classificação quanto ao grau de risco e 
nível de biossegurança exigido, bem como medidas de segurança exigidas e 
restrições ao uso;
XIII – definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos, e 
os respectivos procedimentos e medidas de segurança quanto ao seu uso, 
conforme as normas estabelecidas na regulamentação desta Lei, bem como 
quanto aos seus derivados;
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XIV – classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios 
estabelecidos no regulamento desta Lei;
XV – acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico‑científico na 
biossegurança de OGM e seus derivados;
XVI – emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as matérias de sua 
competência;
XVII – apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de prevenção 
e investigação de acidentes e de enfermidades, verificados no curso dos 
projetos e das atividades com técnicas de ADN/ARN recombinante;
XVIII – apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de registro e fiscalização, 
referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de suas atividades relacionadas a 
OGM e seus derivados;
XX – identificar atividades e produtos decorrentes do uso de OGM e seus 
derivados potencialmente causadores de degradação do meio ambiente ou 
que possam causar riscos à saúde humana;
XXI – reavaliar suas decisões técnicas por solicitação de seus membros 
ou por recurso dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, 
fundamentado em fatos ou conhecimentos científicos novos, que sejam 
relevantes quanto à biossegurança do OGM ou derivado, na forma desta 
Lei e seu regulamento;
XXII – propor a realização de pesquisas e estudos científicos no campo da 
biossegurança de OGM e seus derivados (BRASIL, 2005).
2 SIMBOLOGIA EM BIOSSEGURANÇA
2.1 Norma Regulamentadora 26 – NR‑26
As Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e saúde do trabalho, são de observância 
obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, 
bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho 
acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
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Unidade I
A Norma Regulamentadora 26 determina:
26.1 Cor na segurança do trabalho.
26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou 
locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
26.1.2 As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os 
equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações 
empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, 
devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais.
26.1.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de 
prevenção de acidentes.
26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não 
ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador (BRASIL, 2011b).
As cores utilizadas e padronizadas são:
• Vermelho.
• Amarelo.
• Branco.
• Preto.
• Azul.
• Verde.
• Lilás.
• Cinza.
• Alumínio.
• Marrom.
• Púrpura.
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O quadro a seguir faz um resumo de qual é a indicação de cada cor e suas características:
Quadro 1 
Cor Cor Indicação
Vermelho Distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio.
Amarelo
Deve ser usado em canalizações para identificar gases não liquefeitos.
Também utilizado para indicar “cuidado” em partes baixas de escadas, 
parapeitos, pisos e faixas de pisos de entradas de elevadores, por exemplo.
Branco
Usado para sinalizar a direção ou a circulação em determinada área. 
Sinalizar locais onde estão coletores de resíduos e bebedouros, além de 
áreas determinadas para armazenagem.
Preto Indicar canalizações de gases inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (óleo lubrificante, asfalto e óleo combustível).
Azul
Cuidado! – limitado o seu emprego a avisos contra o uso e 
movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora do 
serviço.
Verde Segurança – deverá ser empregado para identificar macas, localização de EPI, dispositivo de segurança e mangueiras de oxigênio.
Lilás Utilizar em canalizações que contenham álcalis.Cinza
Tonalidade clara – canalizações em vácuo.
Tonalidade escura – identificar eletrodutos.
Alumínio Canalização de gases liquefeitos, inflamáveis e de baixa viscosidade – óleo diesel, gasolina e querosene, por exemplo.
Marrom A critério da empresa para qualquer fluído não identificável por outras cores.
Laranja
Canalização contendo ácidos.
Dispositivos de corte, borda de serras e prensas.
Púrpura Para indicar perigo conveniente das radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
A seguir apresentamos alguns símbolos que devem ser padronizados e de fácil visualização, de 
maneira a prevenir acidentes e minimizar riscos e danos.
Sinais de perigo
É importante que os sinais de perigo sejam padronizados:
• Em formato triangular.
• Com um pictograma negro sobre fundo amarelo, com margem negra.
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Unidade I
Figura 1 – Perigo de eletrocussão Figura 2 – Perigo – queda com desnível
Figura 3 – Perigo – carga suspensa Figura 4 – Perigo – vários
Figura 5 – Perigo – veículos de movimentação de cargas Figura 6 – Perigo – substâncias tóxicas 
cancerígenas, mutagênicas
Figura 7 – Substâncias radioativas Figura 8 – Perigo – raios laser
Figura 9 – Perigo – radiações não ionizantes Figura 10 – Perigo – substâncias comburentes
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Figura 11 – Perigo – forte campo eletromagnético Figura 12 – Perigo – tropeçamento
Figura 13 – Perigo – baixas temperaturas
Os sinais de proibição devem possuir as seguintes características:
• Forma circular.
• Pictograma negro sobre o fundo branco.
• Margem e faixa na diagonal, sempre descendente da esquerda para a direita, ao longo do 
pictograma, a 45º e na cor vermelha.
Figura 14 – Proibido fumar Figura 15 – Proibida a entrada de pessoas não autorizadas
Figura 16 – Proibido fazer lume e fumar Figura 17 – Água não potável
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Unidade I
Figura 18 – Proibida a passagem de pedestre Figura 19 – Não tocar
Os sinais de obrigação devem possuir as seguintes características:
• Forma circular.
• Pictograma branco sobre fundo azul.
Figura 20 – Proteção obrigatória para os olhos Figura 21 – Proteção obrigatória para a cabeça
Figura 22 – Proteção obrigatória nos ouvidos Figura 23 – Proteção obrigatória nas mãos
Para os sinais de padronização de salvamento e de orientação, a sinalização deve ser:
• De forma quadrada ou retangular.
• Cor de fundo – cor de segurança – verde.
• Cor do símbolo – cor de contraste – fotoluminescente.
• Margem opcional – fotoluminescente.
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BIOSSEGURANÇA E ERGONOMIA
Figura 24 – Primeiros socorros Figura 25 – Primeiros socorros
Figura 26 – Ducha de segurança Figura 27 – Indicação de direção para uma saída de emergência
Para a sinalização de equipamentos, a padronização é:
• Forma quadrada ou retangular.
• Cor de fundo – segurança – vermelha.
• Cor de símbolo – cor de contraste – fotoluminescente.
• Margem opcional – fotoluminescente.
Figura 28 – Telefone Figura 29 – Extintor
Figura 30 – Seta indicativa de localização de equipamentos 
de combate a incêndio ou alarme
Figura 31 – Abrigo de mangueira e hidrante
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2.2 Rotulagem e simbologia de risco
Quando um laboratório adquire um produto químico no Brasil, o recipiente desse produto deve 
possuir um rótulo contendo informações de acordo com o especificado na norma NBR 14725.
Essas informações devem ser breves, precisas, redigidas em terminologia simples e de fácil 
compreensão. Essas informações são necessárias para que se evitem riscos resultantes de uso, 
manipulação e armazenagem inadequadas do produto.
Para que quaisquer tipos de riscos e danos advindos da manipulação de diversos produtos sejam 
minimizados, é importante que o rótulo do produto sempre contenha:
• Nome técnico do produto.
• Palavra de advertência – segundo o grau de risco.
• Perigo.
• Cuidado.
• Atenção.
• Indicação de risco.
• Medidas preventivas.
• Mantenha afastado do calor.
Primeiros socorros
• Informações para médicos e outros profissionais de saúde.
• Instruções especiais em caso de fogo, derrame ou vazamento.
A rotulagem sempre deve ser instituída como garantia de que com o uso de símbolos e textos de 
avisos adequados as precauções de segurança serão aplicadas corretamente.
A NR‑32 determina que deve ser mantida a rotulagem original do fabricante nas embalagens dos 
produtos químicos utilizados em serviços de saúde.
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2.2.1 Rotulagem em fracionamentos
Quando um laboratório compra um produto químico, dificilmente o faz em pequenas quantidades.
Normalmente, esses produtos vêm em frascos de grande porte, o que torna impraticável o seu uso 
em bancadas de trabalho. Nesse caso, o trabalhador precisará fracionar o material e acondicioná‑lo em 
um novo frasco.
Da mesma forma, quando é necessário fazer uma mistura, uma solução ou qualquer outro tipo 
de preparação, também pode ser preciso o acondicionamento dos produtos em frascos específicos 
para uso posterior.
Esses frascos podem se tornar um grande perigo, pois, com o acúmulo de vários frascos, o trabalhador 
poderá não identificar mais seus conteúdos.
Cada laboratório possui, especificado nas suas rotinas de trabalho, algum procedimento de rotulagem 
de fracionamentos, porém algumas informações são fundamentais. Todos esses frascos devem conter 
um rótulo com as seguintes informações:
• Nome do produto.
• Quem o preparou.
• Data de preparo.
• Data de validade.
 Observação
Ao se reutilizar um frasco, é necessário que se remova completamente 
a etiqueta inicial antes de colocar uma etiqueta nova. Caso seja encontrado 
um frasco sem rótulo de identificação, não se deve tentar adivinhar o que 
há em seu interior; se não houver possibilidade de identificação, o produto 
deve ser descartado. 
É perigoso reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar qualquer outro diferente, ou 
mesmo colocar outra etiqueta sobre a original. Isso pode causar acidentes.
De acordo com a NR‑32, todo recipiente que contenha produto químico que tenha sido manipulado 
ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição 
química, concentração, data do envasamento e sua validade, além do nome do responsável pela 
manipulação ou fracionamento.
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Unidade I
A NR‑32 ainda veda o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos.
A seguir vamos encontrar os principais símbolos que devem ser padronizados nas embalagens 
e rotulagens.
Símbolo de risco biológico
Todo material contaminado deve ser coletado em separado do lixo comum. Esse material deve ser 
recolhido em sacos plásticos brancos com o símbolo de risco biológico. Esse símbolo é internacional e, 
no Brasil, é reconhecido na norma NBR 7500:2003.
Figura 32 
Caso haja necessidade de armazenamento desses resíduos, estes devem ser depositados em baldes 
de lixo que apresentem a indicação de lixo contaminado não autoclavado.
Resíduos líquidos devem conter a descrição da natureza do soluto e do solvente, com respectivas 
concentrações. A informação deve ser a mais exata possível.
Símbolos de riscos químicos
A rotulagem por intermédio de símbolos e textos de avisos é precaução essencial de segurança.
Os rótulos ou etiquetas aplicados sobre uma embalagem devem conter em seu texto as informações 
necessárias para que o produto ali contido seja tratado com toda a segurança possível.
• Facilmenteinflamável (F):
— Classificação: determinados peróxidos orgânicos; líquidos com pontos de inflamação inferior 
a 21 °C; substâncias sólidas fáceis de inflamar, de continuar queimando por si só; liberam 
substâncias facilmente inflamáveis por ação da umidade.
— Precaução: evitar contato com o ar e a formação de misturas inflamáveis gás‑ar e manter 
afastadas de fontes de ignição.
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Figura 33 
• Extremamente inflamável (F+):
— Classificação: líquidos com ponto de inflamabilidade inferior a 0 °C e ponto máximo de ebulição 
a 35 °C; gases e misturas de gases (presentes em forma líquida) que, com o ar e a pressão 
normal, podem se inflamar facilmente.
— Precaução: manter longe de chamas abertas e fontes de ignição.
• Tóxicos (T):
— Classificação: são agentes químicos que, ao serem introduzidos no organismo por inalação, 
absorção ou ingestão, podem causar efeitos graves e/ou mortais.
— Precaução: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com 
produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
Figura 34 
• Muito tóxico (T+):
— Classificação: a inalação, ingestão ou absorção através da pele provoca danos muito graves à 
saúde na maior parte das vezes ou mesmo a morte.
— Precaução: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com 
produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
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• Corrosivo (C):
— Classificação: esses produtos químicos causam destruição de tecidos vivos e/ou materiais inertes.
— Precaução: não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, os olhos e o vestuário.
Figura 35 
• Oxidante (O):
— Classificação: são agentes que desprendem oxigênio e favorecem a combustão. Podem inflamar 
substâncias combustíveis ou acelerar a propagação de incêndio.
— Precaução: evitar qualquer contato com substâncias combustíveis. Há perigo de incêndio. O 
incêndio pode ser favorecido, dificultando a sua extinção.
5.1
Figura 36 
• Nocivo (Xn):
— Classificação: são agentes químicos que, por inalação, absorção ou ingestão, produzem efeitos 
de menor gravidade.
— Precaução: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com 
produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
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Figura 37 
• Irritante (Xi):
— Classificação: esse símbolo indica substâncias que podem desenvolver ação irritante sobre a 
pele, os olhos e o trato respiratório.
— Precaução: não inalar os vapores e evitar o contato com a pele e os olhos.
• Explosivo (E):
— Classificação: são agentes químicos que, pela ação de choque, percussão ou fricção, produzem 
centelhas ou calor suficiente para iniciar um processo destrutivo por meio de violenta liberação 
de energia.
— Precaução: evitar atrito, choque, fricção, formação de faísca e ação do calor.
Figura 38 
2.3 Diamante de Hommel
Outra simbologia bastante aplicada é o Diamante de Hommel. Diferentemente das placas de 
identificação, ele não informa qual é a substância, mas indica todos os graus de risco.
Essa simbologia foi proposta pela NFPA – Associação Nacional dos EUA para proteção contra 
incêndios – por meio da norma NFPA 704 e é adotada internacionalmente.
Os números necessários para o preenchimento do Diamante de Hommel variam de 1 a 4 conforme 
os riscos apresentados pela substância química perigosa, podendo também constar no diagrama os 
riscos específicos dessa substância:
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• Riscos específicos.
• Risco à saúde.
• Reatividade.
• Inflamabilidade.
Inflamabilidade
Riscos à saúde Reatividade
Riscos específicos
Figura 39 – Diamante de Hommel
Riscos à saúde:
4 – Substância letal (cianureto de potássio).
3 – Substância severamente perigosa (gás cloro).
2 – Substância moderadamente perigosa (amônia).
1 – Substância levemente perigosa (aguarrás).
0 – Substância não perigosa ou de risco mínimo (óleo de cozinha).
Riscos específicos:
OXY – Oxidante forte.
ACID – Ácido forte.
ALK – Alcalino (base) forte.
COR – Corrosivo.
W – Não misture com água.
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Inflamabilidade:
4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis (ponto de fulgor abaixo de 23 ºC, gás propano).
3 – Substâncias que entram em ignição à temperatura ambiente (ponto de fulgor abaixo de 38 ºC, gasolina).
2 – Substâncias que entram em ignição quando aquecidas moderadamente (ponto de fulgor abaixo 
de 93 ºC, diesel).
1 – Substâncias que precisam ser aquecidas para entrar em ignição (ponto de fulgor acima de 93 ºC, 
óleo de milho).
0 – Substâncias que não queimam (água).
Reatividade:
4 – Pode explodir.
3 – Pode explodir com choque mecânico ou calor.
2 – Reação química violenta.
1 – Instável se aquecido (fósforo branco ou vermelho).
0 – Estável (nitrogênio líquido).
Por exemplo:
Se estiverem contidos em um frasco álcool etílico (cujos números referentes a riscos são – azul = 
0, vermelho = 3 e amarelo = 0) e acetonitrila (azul = 2, vermelho = 3 e amarelo = 0), constata‑se, por 
meio desses números, que a substância mais perigosa delas é a acetonitrila e que os números com os 
quais deve ser preenchido o diamante são os referentes a esta substância, mesmo que esteja presente 
em menor quantidade no frasco. Como a acetonitrila não possui riscos específicos, o diamante deve 
ficar da seguinte forma:
3
2 0
Figura 40 – Diamante de Hommel
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W
Risco de fogo
4 ‑ Abaixo de 22 ºC
3 ‑ Abaixo de 38 ºC
2 ‑ Abaixo de 94 ºC
1 ‑ Acima de 94 ºC
0 ‑ Não é inflamável
Reação
4 ‑ Pode detonar
3 ‑ Choque e calor podem detonar
2 ‑ Reação química violenta
1 ‑ Instável quando aquecido
0 ‑ Estável
Risco de vida
4 ‑ Mortal
3 ‑ Extremamente perigoso
2 ‑ Perigoso
1 ‑ Pequeno risco
0 ‑ Material normal
Risco específico
Oxidente OX
Ácido ACID
Álcalis ALK
Corrosivo COR
Não use água W
Radiotivo 
Figura 41 
3 BOAS PRÁTICAS E NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
3.1 Segurança e saúde no trabalho
Segundo Chiavenato (2010, p. 448), a segurança do trabalho:
[...] é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, 
empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras 
do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação 
de práticas preventivas [...] é o conjunto de atividades relacionadas com 
a prevenção de acidentes e com a eliminação de condições inseguras de 
trabalho.
Segundo Heimstra (apud MULATINHO, 2001, p. 26):
Existe uma crescente preocupação com a maneira pela qual o ambiente físico 
influi no comportamento humano – tanto o construído como o natural, [e] 
determinadas qualidades associadas a um ambiente particular podem ter 
amplo efeito sobre o comportamento e a personalidade do indivíduo.
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Entendendo que o ambiente é uma somatória de diversos subsistemas, todas as suas dimensões – 
físicas, estruturais, materiais, humanas – tanto em qualidade quanto em quantidade poderão ser fatores 
determinantes e desencadeantes de alterações no comportamento humano.
Segundo Chiavenato (apud MULATINHO, 2001, p. 30):
[...] a empresa constitui o ambiente dentro do qual as pessoas trabalham 
e vivem a maior parte de suas vidas. Nesse contexto as pessoas dão algo 
de si mesmas e esperam algo em troca, seja em curto ou em longo prazo. 
A maneira pela qual esse ambiente é moldado e estruturado influencia 
poderosamente na qualidade de vida daspessoas. Mais do que isso, influencia 
o próprio comportamento e os objetivos pessoais de cada ser humano. E 
isso, consequentemente, afeta o funcionamento da empresa.
A criação de um programa responsável pela segurança e saúde no trabalho deve ser de interesse das 
empresas privadas e públicas. Com o objetivo de prevenir afastamentos, aposentadorias e indenizações, 
é menos custoso à empresa, já que deve ter como objetivo principal ser um projeto educativo dentro 
da instituição, para que o funcionário também tenha a consciência de sua responsabilidade pela sua 
segurança, de seus colegas e de sua família.
A finalidade da Segurança do Trabalho será estabelecer normas e procedimentos, de maneira que 
a integridade física e psíquica do trabalhador seja mantida e garantida, mantendo condições seguras 
em todas as atividades laborais e controlando os riscos profissionais em cada processo de trabalho nos 
diversos setores da empresa.
3.2 Boas práticas
Boas práticas são procedimentos seguros de trabalho, tanto para o trabalhador quanto para o objeto de 
trabalho. Isso é muito importante quando estamos tratando de atividades profissionais na área da saúde.
Todas as atividades relacionadas à saúde possuem riscos inerentes, pois expõem tanto o profissional 
quanto o objeto de trabalho a microrganismos patogênicos, substâncias perigosas ou animais agressivos.
A expressão “boas práticas” vem geralmente associada a uma identificação do ramo de trabalho 
– boas práticas de fabricação, boas práticas de laboratório, boas práticas de preparação etc. Porém, o 
conceito é o mesmo, sofrendo adaptações de acordo com as necessidades de cada ramo profissional.
Essas práticas são sempre preventivas e incluem todos os aspectos da cadeia operacional, e, apesar 
de alguns procedimentos serem específicos de cada tipo de operação, alguns fatores são universais e 
sempre devem ser observados, como:
• Higiene pessoal.
• Uso de roupas adequadas.
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• Limpeza de equipamentos e utensílios.
• Controle de pragas, como baratas, ratos, entre outros.
• Controle da qualidade da água etc.
3.2.1 Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 63
A Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011, dispõe sobre os 
requisitos de boas práticas de funcionamento em serviços de saúde.
Essa resolução tem como principal objetivo “estabelecer requisitos de boas práticas para 
funcionamento de serviços de saúde, fundamentados na qualificação, na humanização da atenção e 
gestão, e na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente” (BRASIL, 2011a).
A regulamentação deve ser aplicada a todos os serviços de saúde do país, sejam eles públicos, privados, 
filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exerçam as atividades de ensino e pesquisa.
De acordo com a Seção I – Do gerenciamento da qualidade, estão definidos os seguintes artigos:
Art. 5º O serviço de saúde deve desenvolver ações no sentido de estabelecer 
uma política de qualidade envolvendo estrutura, processo e resultado na sua 
gestão dos serviços.
Parágrafo único. O serviço de saúde deve utilizar a Garantia da Qualidade 
como ferramenta de gerenciamento.
Art. 6º As Boas Práticas de Funcionamento (BPF) são os componentes da 
Garantia da Qualidade que asseguram que os serviços são ofertados com 
padrões de qualidade adequados.
§ 1º As BPF são orientadas primeiramente à redução dos riscos inerentes à 
prestação de serviços de saúde.
§ 2º Os conceitos de Garantia da Qualidade e Boas Práticas de Funcionamento 
(BPF) estão inter‑relacionados estando descritos nesta resolução de forma 
a enfatizar as suas relações e sua importância para o funcionamento dos 
serviços de saúde.
Art. 7º As BPF determinam que:
o serviço de saúde deve ser capaz de ofertar serviços dentro dos padrões 
de qualidade exigidos, atendendo aos requisitos das legislações e 
regulamentos vigentes.
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o serviço de saúde deve fornecer todos os recursos necessários, incluindo:
a) quadro de pessoal qualificado, devidamente treinado e identificado;
b) ambientes identificados;
c) equipamentos, materiais e suporte logístico; e
d) procedimentos e instruções aprovados e vigentes.
III – as reclamações sobre os serviços oferecidos devem ser examinadas, 
registradas e as causas dos desvios da qualidade, investigadas e 
documentadas, devendo ser tomadas medidas com relação aos serviços 
com desvio da qualidade e adotadas as providências no sentido de prevenir 
reincidências (BRASIL, 2011, p. 4).
3.3 Boas práticas de laboratório
Dentro de um laboratório químico, encontram‑se vários elementos de risco aos seus usuários, tais 
como: máquinas, manuseio de materiais de vidro, uso da eletricidade, incêndio, explosão e exposição a 
substâncias químicas nocivas ao organismo humano.
Sendo assim, a prática de laboratório exige que regras de segurança sejam rigorosamente seguidas, 
a fim de se evitarem prejuízos materiais e, principalmente, riscos à integridade física sua e dos outros à 
sua volta.
O profissional em ação deve, portanto, adotar sempre uma atitude atenciosa, cuidadosa e metódica 
em tudo o que faz. Deve, particularmente, concentrar‑se no seu trabalho e não permitir qualquer 
distração enquanto trabalha. Da mesma forma, não deve distrair os demais desnecessariamente.
Um acidente em um laboratório químico quase nunca fica restrito apenas a uma pessoa. O trabalhador 
deve estar ciente de que é responsável tanto pela sua segurança quanto pela dos seus colegas.
Seguem algumas recomendações básicas de boas práticas de laboratório:
Use um avental
• Use um avental de mangas compridas, na altura dos joelhos e fechado, calças compridas e calçados 
fechados de modo a proteger pelo menos até o peito do pé
• As roupas são a primeira linha de defesa do corpo contra os acidentes. São uma barreira 
física, principalmente, contra respingos e derramamentos de líquidos. Imagine, por exemplo, o 
tombamento de uma proveta contendo ácido clorídrico sobre o tórax do trabalhador. Obviamente, 
o tecido do avental não suportará o ataque do ácido por muito tempo, mas este será suficiente 
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para que o trabalhador retire o avental antes que o líquido se propague pelo seu corpo. O mesmo 
vale para a calça comprida e o calçado.
• Pela mesma razão, não faz sentido usar o avental aberto e com as mangas arregaçadas.
Não use ornamentos
• Não use relógios, pulseiras, anéis ou quaisquer ornamentos durante o trabalho no laboratório, e 
cabelos compridos devem ser presos na forma de coque ou recobertos por touca.
• Nunca use lentes de contato em laboratórios.
• Vários produtos químicos são voláteis, mesmo à temperatura ambiente. Os vapores liberados 
por eles podem se depositar entre os adornos e a pele do trabalhador, provocando alergias ou 
queimaduras mais graves.
• O cabelo também absorve esses vapores, podendo se danificar ou ficar com cheiros desagradáveis.
• Os metais de relógios e outros tipos de adornos podem mudar de cor devido ao ataque de 
produtos químicos.
• Considerando o que esses vapores podem fazer com a pele e com os metais, imagine o que podem 
fazer com uma lente de contato nos olhos. Como agravante, alguns produtos, como os ácidos e 
a amônia, são hidrofílicos, ou seja, são atraídos para a água. Isso significa que a umidade natural 
dos olhos vai atrair esses vapores e potencializar seus efeitos.
 Lembrete
É importante nunca usar lentes de contato em laboratórios. 
Não use avental, luvas ou qualquer outro EPI fora do lugar de trabalho
• Conforme descrito no item anterior, muitas vezes, o trabalhador é exposto a respingos e 
vapores de produtos químicos, e o avental é a barreira de proteção contra esses produtos. 
Portanto, o aventale as luvas são equipamentos de proteção individual (EPIs) que estão 
constantemente contaminados.
• Ir a refeitórios e restaurantes ou, ainda, usar o transporte coletivo vestindo aventais e luvas gera o 
risco de contaminar esses ambientes, a comida ou outros usuários com esses produtos químicos.
A NR‑6 é muito clara sobre esse impedimento ao afirmar, no item 6.7.1, que é obrigação do empregado 
usar o EPI “apenas para a finalidade a que se destina” (BRASIL, 1978).
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A NR‑32 também trata do assunto no item 32.2.4.6.2, afirmando que “os trabalhadores não devem 
deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em 
suas atividades laborais” (BRASIL, 2005).
Além disso, no estado de São Paulo vigora a Lei nº 14.466, de 8 de junho de 2011, conhecida como 
Lei do Jaleco, que proíbe o uso de EPIs fora do local de trabalho para trabalhadores da área da saúde, 
sob pena de multa.
Não teste produtos utilizando o tato, o olfato ou o paladar
• A pele e as mucosas são as vias de acesso das contaminações por produtos químicos, por isso, 
nunca teste amostras ou reagentes pelo sabor ou odores, nem leve a mão à boca ou aos olhos 
quando estiver manuseando produtos químicos.
Um acidente comum é o trabalhador se esquecer de que está de luvas e que está manipulando 
produtos perigosos e coçar os olhos, atender o celular, manipular maçanetas ou cumprimentar pessoas.
Ao fazê‑lo, pode contaminar as superfícies com traços do produto químico manipulado. Por isso, é 
sempre muito importante lavar as mãos após a manipulação de qualquer produto químico.
O uso de pipetadores é requerido em qualquer circunstância ao se utilizarem pipetas. As pipetas 
comuns foram, originalmente, projetadas para ser manipuladas com a boca, mas o risco de acidentes 
devido à distração do trabalhador ou a produtos voláteis é muito grande.
Todos os produtos devem ser muito bem identificados
• Os reagentes e soluções devem ser claramente identificados, e as soluções necessitam apresentar 
data de preparo, validade e o nome do analista que a preparou. Não use produto algum que não 
esteja devidamente rotulado. Antes de manipular qualquer reagente, deve‑se ter conhecimento 
de suas características com relação à toxidade, inflamabilidade e explosividade.
Uma simples mistura de produtos de limpeza doméstica pode resultar em gases tóxicos ou explosões. 
Nunca jogue reagentes ou resíduos de reações na pia. Ao final de cada trabalho, as vidrarias utilizadas 
devem ser esvaziadas nos frascos de descarte e enxaguadas antes de ser enviadas para limpeza.
Todo acidente com reagentes deve ser limpo imediatamente, protegendo‑se, se necessário. No caso 
de ácidos e bases, devem‑se neutralizá‑los antes da limpeza. O esquecimento de uma poça de algum 
reagente pode resultar em queimaduras graves.
É perigoso reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar qualquer outro diferente, ou 
mesmo colocar outra etiqueta sobre a original. Isso pode causar acidentes, e quando for encontrada 
uma embalagem sem rótulo, não tente adivinhar o que há em seu interior. Se não houver possibilidade 
de identificação, descarte o produto.
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Cuidados com processos de aquecimento
• Certifique‑se, ao acender uma chama, de que não existem solventes próximos e destampados, 
especialmente aqueles mais voláteis (éter etílico, éter de petróleo, hexano, dissulfeto de carbono, 
benzeno, acetona, álcool etílico, acetato de etila). Mesmo uma chapa ou manta de aquecimento pode 
ocasionar incêndios quando em contato com solventes como éter, acetona ou dissulfeto de carbono.
 Observação
Temperatura de ignição é aquela na qual o produto químico entra em 
combustão sem o auxílio de uma fonte de ignição. Quanto mais baixo o 
ponto de fulgor, maior o risco de combustão espontânea. 
• Seja cuidadoso sempre que misturar dois ou mais compostos. Muitas misturas são exotérmicas (como 
H2SO4 + H2O), ou inflamáveis (como sódio metálico + H2O), ou ainda podem liberar gases tóxicos. 
Misture os reagentes vagarosamente e, se necessário, em resfriamento e dentro de uma capela.
• Para temperaturas de trabalho inferiores a 100 °C, use preferencialmente banho‑maria ou banho 
a vapor. Para temperaturas superiores a 100 °C, use banhos de óleo. Parafina aquecida funciona 
bem para temperaturas de até 220 °C; glicerina pode ser aquecida até 150 °C sem desprendimento 
apreciável de vapores desagradáveis. Banhos de silicone são os melhores, mas também os mais caros.
• Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de aquecimento. O 
aquecimento é rápido, mas o controle da temperatura não é tão eficiente como no uso de banhos 
de aquecimento. Mantas de aquecimento não são recomendadas para a destilação de produtos 
muito voláteis e inflamáveis, como éter de petróleo e éter etílico.
• Aquecimento direto com chamas sobre a tela de amianto só é recomendado para líquidos não 
inflamáveis (por exemplo, água). Todas as substâncias possuem um ponto de fulgor, e a chama 
pode inflamar o produto aquecido.
 Observação
Ponto de fulgor é a temperatura na qual um produto químico liberta 
vapor suficiente para entrar em combustão com ajuda de uma fonte de 
calor externa. Sem essa fonte, a chama se extingue. Quanto mais baixo o 
ponto de fulgor, maior o risco de combustão. 
• Devem ser tomados alguns cuidados especiais com as vidrarias. Vidrarias trincadas, lascadas ou 
quebradas devem ser descartadas, pois, apesar de suportar altas temperaturas, o vidro utilizado 
em equipamentos de laboratório é muito duro, e os esforços mecânicos provocados por uma 
dilatação irregular em uma trinca podem resultar na propagação dessa trinca.
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• Não deixe vidros, metais ou qualquer outro material, em temperatura elevada, em lugares nos 
quais possam ser tocados inadvertidamente; não aqueça tubos de ensaios com a boca virada para 
o seu lado ou para o lado de outra pessoa.
• Nunca aqueça reagentes em sistemas fechados. A dilatação de líquido ou a expansão de um vapor 
pode resultar na fragmentação do vidro.
Jamais trabalhe sozinho em um laboratório
• Caso aconteça algum acidente mais grave, como um ferimento nos olhos, um desmaio ou um 
derramamento de produtos sobre o corpo, alguém deve estar disponível para promover o socorro 
ou acionar as equipes de resgate.
3.4 Boas práticas no atendimento à saúde
Nessa área profissional, o grande problema são os riscos de origem biológica.
O trabalhador, na área da saúde, está sempre exposto a uma carga contaminante enorme, o que 
acaba acarretando um desgaste psicológico. Esse desgaste psicológico pode ser agravado, dependendo 
das crenças pessoais e do nível de informação do profissional.
Por isso, antes de qualquer questionamento sobre boas práticas na área da saúde, é de importância 
fundamental que o profissional esteja qualificado para a execução do serviço. Mesmo os profissionais de 
níveis mais básicos de atuação, como o pessoal de limpeza e hotelaria de hospitais, devem ser capacitados 
para lidar com os perigos biológicos.
O uso adequado dos EPIs também é outro problema. Em geral, os EPIs são feios, desconfortáveis 
e acabam sendo negligenciados ou, pior ainda, usados de maneira errada, dando uma sensação falsa 
de segurança.
Seguem algumas recomendações básicas de boas práticas de atendimento à saúde:
Recomendações quanto à higiene e ao asseio pessoal
• É importante que se lavem as mãos antes e após cada atividade, mesmo que se tenham usado 
luvas durante o trabalho. Dependendo do tipo de atividade executada, pode ser que existam 
recomendações específicas quanto a esse procedimento.
• Não se pode manipular nada que não seja relacionado ao objeto

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