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UNIDADE 2 - DISFUNÇÕES DO COURO CABELUDO E TRATAMENTOS

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RECURSOS ESTÉTICOS E COSMÉTICOS CAPILARES 
DISFUNÇÕES DO COURO CABELUDO E 
TRATAMENTOS 
OLÁ! 
Você está na unidade Disfunções do couro cabeludo e tratamentos. 
Conheça aqui quais são as patologias que acometem o couro cabeludo, suas 
manifestações clínicas, que proporcionará o conhecimento para 
identificação da mesma, sua etiologia, através de um estudo sobre as causas 
dessas afecções. Abordagens sobre as tricoses que acometem a haste 
capilar, tais como: triconodose, tricorrexis nodosa, tricoclasia e outras 
displasias pilosas. 
Uma abordagem sobre os principais princípios ativos capilares, seus 
mecanismos de ação, além de como utilizá-los nos tratamentos das diversas 
afecções que acometem o couro cabeludo e haste capilar. 
 
 
Bons estudos! 
1 Patologias do cabelo e couro cabeludo 
Cabelos sempre foram desde a antiguidade um marcador de saúde. Na 
China antiga o cabelo era considerado um símbolo de vitalidade e 
longevidade, além de estar ligado à força. No passado alterações ligadas a 
saúde do couro cabeludo e fios de cabelo eram os indicativos de algumas 
doenças. Atualmente não é muito diferente, visto que alguns estudos 
apontam problemas relacionados a patologias do couro cabeludo e fios a 
situações multifatoriais, tais como: alterações genéticas, estresse, dietas 
inadequadas e outros. 
Segundo Kaffer (2017), 
“O cabelo funciona como uma reserva metabólica e um termômetro da saúde geral 
do corpo. Por ser um órgão menos vital, quando ocorre uma intoxicação, 
inflamação, infecção ou alergia há um desequilíbrio nutricional, metabólico e 
hormonal redirecionando os nutrientes dos órgãos menos vitais - cabelo, pele e 
unhas para os mais vitais – cérebro, coração, rins pulmões etc. Se o corpo possui 
uma saúde excelente e reservas metabólicas ótimas e o fator agressor é leve e por 
curto intervalo de tempo, este reequilíbrio é restabelecido sem a depleção e 
alterações capilares. Caso contrário, independente do foco de origem do fator 
agressor (digestivo, respiratório, dental etc.) podem ocorrer alterações capilares de 
cor, volume, alteração de estrutura, frizz, maciez, diminuição de crescimento, 
quebra, queda como como único sintoma dessas alterações metabólicas.” (KEFFER, 
2017, p. 34) 
Com isso se mostra a importância de estar atento a qualquer alteração que 
ocorra no couro cabeludo e haste capilar. Iniciaremos no próximo tópico o 
estudo sobre tais alterações. 
1.1 Alopecias e suas causas 
Alopecia deriva da palavra em grego, alopex que significa raposa, visto que 
em determinada época do ano este animal perde toda a sua pelagem. O 
emprego do termo é utilizado para caracterizar a redução parcial ou total de 
pelos ou cabelos em uma determinada área de pele. É uma doença 
inflamatória crônica que afeta os folículos pilosos. Também é conhecida 
popularmente, como calvície. 
A alopecia é uma patologia que decorre de inúmeros fatores, pode 
apresentar uma evolução progressiva, resolução espontânea ou controlada 
com tratamento médico e terapêutico. Dentre algumas causas que podem 
ser citadas estão: 
 medicamentos; 
 tratamentos de câncer; 
 pílulas anticoncepcionais; 
 baixo nível de ferro no sangue; 
 grandes cirurgias e doenças crônica; 
 infecção por fungos; 
 cosméticos; 
 stress físico ou mental; 
 pós-parto; 
 doenças da tireoide; 
 dieta inadequada de proteínas. 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Queda de cabelo por razões multifatoriais 
Fonte: shutterstock 588492365, mediapool, 2020. 
 
PraCegoVer: Na imagem “Queda de cabelo por razões multifatoriais” são 
observados desenhos com diversos fatores que podem estar relacionados 
com a queda de cabelo. 
 
Segundo Weide & Milão (2009), a alopecia é um distúrbio folicular que pode 
ser classificado em dois tipos: a alopecia cicatricial e a alopecia não 
cicatricial. 
A alopecia cicatricial é caracterizada pela destruição do folículo piloso em 
decorrência de algum processo, como: malformações, danos ou inflamação. 
Originando na perda irreversível de cabelo, seja por falhas de crescimento 
do próprio folículo ou por algum processo externo como traumas a exemplo 
de queimaduras. 
Ao contrário da alopecia cicatricial, a não cicatricial é de caráter reversível, 
pois não ocorre a destruição do folículo piloso. Entre os principais tipos de 
alopecias não cicatriciais, estão: 
 alopecia androgenética (AAG); 
 alopecia areata (AA); 
 eflúvio telógeno (ET); 
 tricotilomania. 
Estudaremos sobre cada uma delas nos subtópicos seguinte. 
1.2 Alopecia Androgenética (AAG) 
A alopecia androgenética como o próprio nome remete possui origem 
genética e se relaciona ao status hormonal de andrógenos. É a forma mais 
comum de calvície em homens e mulheres (Gordon & Tosti, 2011). É 
caracterizada pela miniaturização do folículo, perda do diâmetro do mesmo. 
Além da perda do pigmento do fio. 
A alopecia androgenética acomete tanto homens quanto mulheres, mas há 
uma frequência muito maior em homens, devido a presença dos hormônios 
sexuais masculinos, os dois principais androgênios responsáveis pela 
alopecia androgenética são testosterona e a di-hidrotestosterona (DHT) 
(Rebelo, 2015). 
De acordo com Biondo; Donati (2013), 
“Nos homens a alopecia androgenética acontece de forma progressiva, até chegar 
ao estágio em que o fio não atinge mais a última fase do ciclo, permanecendo 
apenas como uma penugem. Inicia-se principalmente na testa e vai caminhando 
para o topo da cabeça. Já na mulher, quando acometida, acontece de forma difusa, 
com rarefação dos cabelos”. (BIONDO; DONATI, 2013, p. 52) 
Apesar de ser uma afecção que acomete há ambos os sexos a alopecia 
andrognética apresenta padrões de classificação diferentes. 
Para Randall (2010), 
“É verificada a recessão da linha frontal do cabelo, principalmente em padrão 
triangular e posteriormente um afinamento no vértice. A recessão temporal da linha 
frontal tende a disseminar-se para trás e junta-se as regiões de desbaste no vértice 
para deferir uma coroa careca”. (RANDALL, 2010, p. 18). Uma ferramenta utilizada 
para classificação da alopecia androgenética em homens é a “Escala de Hamilton” 
(PARIENTE, 2001). Para o gênero feminino a escala mais utilizada é a Ludwig, 
caracterizado por uma rarefação difusa da região centro-parietal posteriormente 
unindo com a linha cabelo frontal. Com a evolução é o observado o padrão “The 
Christmas Tree” e o “padrão bi-temporal”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Estágios da calvície masculina e feminina 
Fonte: shutterstock 570706354, mediapool, 2020. 
 
PraCegoVer: Na imagem “Estágios da calvície masculina de acordo com a 
escala de Hamilton” é observada a evolução do quadro de alopecia 
androgenética padrão masculino. E também “Classificação de Ludwing e 
evolução dos graus de alopecia padrão masculino” é observada a evolução 
do quadro de alopecia androgenética padrão feminino. 
1.3 Alopecia Areata (AA) 
No caso da alopecia areata temos a perda abrupta dos cabelos e ocorre sem 
qualquer alteração de pele ou sistêmica que justifiquem o quadro. Qualquer 
área que haja pelo pode ser acometida. A alopecia areata pode ocorrer em 
qualquer idade e sem predomínio de sexo. 
Segundo a National Alopecia Areata Foundation (NAAF), dos Estados Unidos 
da América, a Alopecia Areata foi definidacomo uma doença como uma 
enfermidade autoimune mediada por linfócitos T (Rey & Bonamigo, 2006). 
Para a Sociedade Brasileira de dermatologia na alopecia areata: 
“Ocorre perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas, 
sem demais alterações. A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa saem 
facilmente se forem puxados. Os cabelos quando renascem podem ser brancos, 
adquirindo posteriormente sua coloração normal. A forma mais comum é uma 
placa única, arredondada, que ocorre geralmente no couro cabeludo e barba, 
conhecida popularmente como pelada.” (SBD, 2017, p. 1)Figura 3 - Alopecia Areata (AA) 
Fonte: shutterstock 600704987, mediapool, 2020. 
PraCegoVer: Na imagem “Alopecia Aerata” vemos uma cabeça com diversos 
pontos de ausência de cabelo em formatos circulares. 
 
Na “Alopecia areata”, a sua característica é a perda de cabelos em formato 
arredondado, ou ovais, sem sinais de inflamação ou atrofia da pele. 
1.4 Alopecia por tração 
Alopecia de tração é a perda de cabelo causada pela força exercida sobre os 
fios. É caracterizada pela perda gradual dos cabelos nas áreas em que os 
folículos são danificados por tensão repetida e prolongada na raiz, ou seja, 
por puxar os fios com muita frequência. Sua causa está relacionada com o 
uso de extensões e apliques, tração por penteados apertados como coques 
e rabos. 
 
Khumalo et al., 2007 relata em seu estudo que: 
“Nos Estados Unidos a alopecia por tração é generalizada entre afro-americanos, 
devido à comum prática de estilo de cabelo em tranças apertadas, também 
relatadas em enfermeiros que fixam limites para seu couro cabeludo, com uso de 
um nó (coque) na parte de trás da cabeça. No entanto, alopecia por tração afeta 
pessoas de grupos étnicos diferentes e o que varia são as práticas de cuidado com 
os cabelos”. (KHUMALO, 2007, p. 153) 
1.5 Eflúvio Telógeno 
Para a Academia Brasileira de dermatologia, o eflúvio telógeno é uma 
afecção de caráter comum é caracterizada pelo desprendimento aumentado 
dos pêlos telógenos normais dos folículos do couro cabeludo em repouso, 
secundário ao deslocamento acelerado da fase anágena (fase de 
crescimento) para catágena e para a telógena (fase de repouso). Sendo 
dividido em dois graus agudo e crônico. 
Eflúvio telógeno agudo: ocorre associada a um evento chave, 
desencadeante que aconteceu no período de três meses antes do início da 
queda. Temos diariamente a queda normal de 80-100 cabelos, no caso de 
um eflúvio telógeno esse quadro evolui para 200-300 diariamente. 
Os eventos mais associados à queda são: 
 pós-parto; 
 febre; 
 infecção aguda; 
 dietas muito restritivas; 
 doenças metabólicas ou infecciosas; 
 cirurgias, especialmente a bariátrica, por conta da perda de sangue e do 
estresse metabólico; 
 stress. 
Algumas medicações também podem desencadear o problema. Tudo isso 
pode interferir na proporção dos fios na fase de telogena. Em geral, 70% dos 
casos têm o agente descoberto. Já nos 30% restantes a causa acaba por não 
ser definida. O tratamento consiste em correção do evento desencadeante, 
alimentação adequada rica em proteínas e eventual suplementação de 
vitaminas e sais minerais. Essa fase pode durar cerca de 3 a 4 meses. Após 
esse período, os cabelos retornam ao normal. 
Eflúvio telógeno crônico: a fase na qual os fios caem muito, se assemelha à 
versão aguda. Porém, em longo prazo, é diferente. Há ciclos de aumento dos 
fios na fase de queda, de forma cíclica, uma ou duas vezes por ano, ou a cada 
dois anos, dependendo do paciente. 
A evolução do quadro pode resultar em alopecia cicatricial onde se há perda 
irreversível do folículo piloso, resultando em uma calvície permanente 
naquele local. 
1.6 Tricotilomania 
Se tratando de tricotilomania temos associada uma patologia de caráter 
emocional, psicológico e comportamental. Esta condição leva o indivíduo a 
desenvolver um impulso continuado de arrancar os próprios cabelos, 
surgindo áreas com alopecias de formatos irregulares. Pode ser 
desenvolvida por ambos os sexos e em idades variadas. 
 
2 Dermatite Seborreica 
Outra afecção que acomete o couro cabeludo é a dermatite seborreica, trata-
se de uma alteração crônica que acomete indivíduos pré-dispostos associada 
a uma inflamação e a presença de seborreia (oleosidade excessiva) e a 
pitiríase (caspa). O aparecimento da dermatite seborreica, está ligado a 
presença constituinte da flora normal da pele do ser humano, a Malassezia 
sp. 
Para Sampaio (2010), 
A dermatite seborreica é caracterizada pela presença de flocos oleosos 
amarelados, que se associa a vermelhidão da pele do couro cabeludo e a 
prurido intenso. À semelhança da caspa, é caracterizada pela presença de 
descamação, pelo que muitas vezes ambas as patologias são confundidas e 
consideradas como uma só. No entanto, no caso da dermatite seborreica, a 
descamação é acompanhada de um processo inflamatório, com eritema. 
Para Bolognia (2015) podem ser citadas algumas características clínicas: 
A presença de manchas bem delimitadas avermelhadas e placas finas de 
coloração rosa amarelado ao vermelho escuro, escamas parecidas com 
flocos e gordurosas; 
 geralmente acomete áreas com maior produção sebácea; 
 causa desconforto e coceiras; 
 a dermatite seborréica do couro cabeludo além da caspa, tem inflamação e 
prurido. 
O tratamento pode ser feito através do uso de shampoos antifúngicos: 
cetoconazol 2%, piritionato de zinco 2%, ciclopirox olamina 1% – podem ser 
usados diariamente ou em lavagens alternadas conforme a atividade da 
doença. Deve-se orientar o paciente a aplicar o produto no couro cabeludo, 
massagear, deixar agir por 3 a 5 minutos e enxaguar. Podem ser usados 
também como manutenção (1 vez por semana), para evitar recidivas, mesmo 
sem atividade da doença. Shampoos com derivados do alcatrão (ex: LCD 
15%) – possuem um odor marcado característico. Podem ser utilizados da 
mesma forma que os shampoos antifúngicos. Shampoo com propionato de 
clobetasol 0,5 mg/ml – Reservado para casos mais intensos. Deve ser usado 
por um período máximo de 4 semanas. Há preferência por esquemas 
regressivos, que evitam o efeito rebote (ex: 1x/dia por 7 dias -> dias 
alternados por 7 dias -> 2x/semana por 2 semanas). Aplica-se o produto 15 
minutos antes do banho, nas áreas afetadas, enxaguando bem durante o 
banho (evitar contato com a face) (Gary G, 2013). 
“A Malassezia é um fungo dimórfico de grande pleomorfismo que, por ter sido 
inicialmente classificado a partir de critérios morfológicos, foi denominado 
Pityrosporum ovale (células ovais com gemulação de base larga) e orbiculare 
(células redondas com gemulação de base estreita). Mais tarde, concluiu-se que 
ambas as formas eram variantes morfológicas da mesma espécie. Atualmente, por 
meio de métodos sorológicos e genéticos, o gênero Malassezia é dividido em sete 
espécies: M. furfur, M. pachydermatis, M. sympodialis, M. globosa, M. obtusa, M. 
restricta e M. slooffiae” (SAMPAIO, 2010, p.1) 
2.1 Caspa (Pitiríase capitis) 
A caspa é um problema do couro cabeludo que consiste em uma frequente 
descamação provocada por uma disfunção fisiológica do corpo, e está ligada 
à ação de fungos presentes no couro cabeludo, chamados Pityrosporum 
ovale. 
A caspa tem aparência de finos flocos que facilmente se desprendem do 
couro cabeludo. É cinza esbranquiçada e é visível tanto no couro cabeludo 
quanto na haste capilar. A caspa, muitas das vezes vem acompanhada de 
coceira e também pode ser associada a outros problemas do couro 
cabeludo. Pode ser dividida entre caspa oleosa e caspa seca. Na Caspa 
Oleosa os flocos são visíveis, mas se mantém presos ao couro cabeludo 
segurado pela oleosidade. É acompanhado de coceira e vermelhidão. No 
caso da caspa seca, o couro cabeludo é desidratado, assim, os flocos finos 
caem. Este tipo de caspa é o mais sujeito a mudanças sazonais: mais 
acentuadas no inverno, menos evidente no verão. 
2.2 Psoríase 
É uma doença de pele determinada geneticamente e a qual ainda não foi 
encontrada uma cura definitiva. O couro cabeludo é uma das áreas 
frequentemente atingidas e quase sempre, a primeira delas em pessoas 
jovens. Com períodos de melhora e característica de placas avermelhadas 
cobertas de escamas brancas ou rosadas, localizadas no couro cabeludo, 
cotovelos, joelhos e unhas, sangram com facilidade, atinge de 1 a 6% da 
população. 
A definição acerca da Psoríase de acordo com a Sociedade Brasileira de 
Dermatologia diz: 
“A psoríase é umadoença inflamatória, crônica, que acomete igualmente homens e 
mulheres. Estima-se que de 1 a 3% da população mundial apresente a doença, ou 
seja, mais de 125 milhões de pessoas no mundo e mais de 5 milhões apenas no 
Brasil. A psoríase manifesta-se principalmente por lesões cutâneas, geralmente 
como placas avermelhadas, espessas, bem delimitadas, com descamação, que 
podem surgir em qualquer local do corpo. Existem várias formas da doença, sendo 
a mais frequente a psoríase em placa, que ocorre em 80% a 90% dos pacientes, com 
as lesões podendo surgir em qualquer parte da pele, sendo mais frequentes no 
couro cabeludo, cotovelos e joelhos.” (SBD, 2017, p.1) 
A psoríase é uma doença crônica e incurável e não está entre as afecções que 
podem ser tratadas pelo profissional da estética. A melhora completa das 
lesões não é uma expectativa realística com o tratamento tópico. Embora a 
fototerapia e o uso de fármacos sistêmicos tenham demonstrado melhores 
resultados, até o momento a otimização do tratamento consiste em 
combinar ativos para obter melhora clínica rápida e controle da doença em 
longo prazo. Embora não haja cura ou prevenção para a psoríase, existem 
maneiras de diminuir a manifestação da doença, como ter uma alimentação 
saudável, evitar tabagismo, bebidas alcoólicas em excesso, manter o peso 
equilibrado, hidratar constantemente a pele e evitar o estresse. 
2.3 Pediculose 
A pediculose da cabeça é uma doença parasitária, causada pelo Pediculus 
humanus var. capitis, vulgarmente chamado de piolho. As crianças em idade 
escolar e mulheres são as principais atingidas e é transmitida pelo contato 
direto interpessoal ou pelo uso de utensílios compartilhados (bonés, escovas 
ou pentes de pessoas contaminadas). 
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia é mais comum de surgir a 
pediculose em crianças, sobretudo as meninas e que tenham cabelos 
compridos. O principal sintoma é a coceira, que de tão intensa, pode 
provocar pequenos ferimentos na cabeça, atrás das orelhas e nuca. Ainda é 
possível visualizar o parasita e seus ovos (lêndeas) no couro cabeludo do 
paciente acometido. Já na pediculose do corpo são encontradas escoriações, 
pápulas (“bolinhas”), pequenas manchas hemorrágicas e pigmentação, 
principalmente no tronco, na região glútea e abdome. Na pediculose pubiana 
(chamada de chato, pois o parasita responsável tem forma achatada) há 
prurido e são encontradas manchas violáceas, escoriações e crostas 
hemorrágicas na região. 
Pode ocorrer também infecção secundária em qualquer região; na 
pediculose do couro cabeludo é comum o aparecimento de ínguas atrás das 
orelhas e nuca. 
3 Patologias da haste (tricoses) 
As patologias da haste capilar são situações comuns que ocorrem nos fios de 
cabelo. Geralmente são causadas por fatores externos, relacionados a 
traumas mecânicos e térmicos, como penteabilidade incorreta, uso de 
secadores e chapinhas. Traumas químicos como colorações, descoloração e 
alisamentos e afins. 
 
FIQUE DE OLHO 
Os processos químicos capilares constituem um conjunto de agressões químicas 
aos cabelos. Qualquer que seja o processo o seu mecanismo de ação no cabelo, 
invariavelmente trará consequência, todas elas de degradação da cutícula ou de 
ruptura e perda da massa de queratina interna. 
As principais patologias encontradas na haste capilar são: 
 Tricoptilose: é conhecida popularmente como ponta dupla. Apresenta 
uma bifurcação geralmente encontrada na ponta do cabelo. É mais 
encontrada em cabelos longos. Suas possíveis causas são traumas 
mecânicos e químicos. 
 Tricoclasia: são fraturas transversas da haste. É uma evolução da 
ponta dupla. Apresenta-se como se fosse a ponta de um pincel. Suas 
possíveis causas são traumas mecânicos e químicos. 
 Triconodosa: afecção comum, caracterizada por torção dos cabelos 
que formam nós ou laços consequente de procedimentos cosméticos 
ou fricção. É comum de ser encontrada em cabelos crespos, por 
serem mais finos. Suas possíveis causas são traumas mecânicos ou 
tiques nervosos. 
 Tricorrexenodosa: o cabelo apresenta um inchaço na cutícula, ao 
longo de sua haste. Apresenta fibras danificadas que se rompem com 
facilidade. Causa desconhecidas, porém, traumas mecânicos ou 
químicos podem ser desencadeantes. 
4 Abordagem sobre os principais ativos cosméticos capilares 
No tratamento das patologias que acometem o couro cabeludo e fios, são 
usados diversas formulações cosméticas e princípios ativos. Para o 
tratamento de alopecias geralmente são utilizadas formulações que 
aumentem a oxigenação e circulação local do couro cabeludo. Tais 
formulações estimulam a nutrição do bulbo capilar impulsionando que esses 
fios de cabelos recebam os nutrientes adequados para se manterem fortes 
e saudáveis. 
Atualmente, como tratamento farmacológico destacam-se dois fármacos, 
usados maioritariamente por apresentarem maior evidência de resultados: 
finasterida oral e minoxidil tópico (SINCLAIR, 2011). 
Apesar desses fármacos apresentarem efeitos satisfatórios no tratamento 
de alopecias, eles possuem uma lista de reações adversas. Ao minoxidil são 
associadas reações relacionadas a: Prurido no couro cabeludo, secura e 
descamação; Irritação local ou sensação de queimadura (ardor); Dermatite 
irritativa; Dermatite alérgica de contacto. E a Finasterida, Disfunção sexual 
(líbido diminuída, disfunção eréctil e perturbações da ejaculação). 
Buscando por cada vez mais alternativas naturais que possam ajudar nos 
tratamentos de tais afecções a terapia capilar tem buscado a utilização de 
princípios ativos a base de plantas. Veja abaixo alguns desses princípios 
ativos e suas respectivas funções. 
 
 ABACATE 
Possui ácidos graxos e alta concentração de vitamina E, tem efeito 
antioxidante. Hidrata, repara e protege os fios. O abacate também tem 
aminoácidos. 
 ALECRIM 
É estimulante capilar, antisséptico, anti-inflamatório, refrescante, tonificante, 
adstringente e cicatrizante. Existem estudos que apontam efeitos parecidos 
com o minoxidil na melhora da oxigenação local do couro cabeludo. 
 ALOE VERA OU BABOSA 
São extraídos compostos responsáveis por hidratar, cicatrizar, refrescar, 
acalmar, regenerar tecidos, prevenir quedas e manter a umidade e 
oleosidade ideal dos fios. 
 URUCUM 
Extraído da semente da Bixa Orellana, nome científico da árvore típica da 
Amazônia, rico em betacarotenos e atua reestruturando os cabelos e auxilia 
na proteção contra os raios ultravioleta. 
 SERENOA REPENS 
É uma pequena palmeira nativa da América do Norte, cujas bagas contêm 
ácidos gordos, tais como, ácido palmítico, ácido caprílico, ácido oléico, e 
ainda, caratenóides, lipases, taninos, açucares, beta-sitosterol e inibidores da 
5α redutase. 
 PANAX GINSENG 
É utilizado na medicina tradicional no tratamento da queda do cabelo. Panax 
ginseng induz a proliferação de folículos pilosos e o crescimento de cabelo in 
vivo (Park et al., 2011). 
 GINKGO BILOBA 
Contêm várias substâncias, de entre as quais se destacam os flavonóides, 
que melhoram a circulação sanguínea, em especial a microcirculação. Uma 
vez que estimula a circulação nos vários tecidos, incluindo a pele e o folículo 
piloso, acredita-se que tem potencial para promover o crescimento capilar 
(Jaworsky, 2008, Aburjai e Natsheh, 2003). 
 
No que se refere ao tratamento de haste capilar, deve-se fazer uso de ativos 
que devolvam as propriedades naturais dos fios de cabelo, reestruturando a 
fibra capilar e reparando fissuras causadas por processos químicos que 
degradaram e danificaram a haste capilar. Tratamentos esses conhecidos 
como reposições de massa, botox capilar e cauterização. A reconstrução 
deve-se agir de dentro para fora, atuando em nível de córtex e cutícula. Os 
produtos utilizados no tratamento são ricos em queratina, proteínas, 
aminoácidos, silicones e agentes reconstrutores. Durante o processo, as 
cutículasdos fios vão sendo fechadas, deixando os cabelos mais alinhados, 
sedosos e brilhantes. O uso de óleos vegetais também têm sido 
constantemente utilizados para melhora na aparência de cabelos ressecados 
e quebradiços. Em países como a África e Ásia os óleos vegetais são utilizados 
em forma de pomadas e emplastos a fim de proporcionar uma aparência 
saudável aos fios (KEIS et al., 2005). 
Para a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária a definição de óleos 
vegetais: 
“São os produtos constituídos principalmente de glicerídeos de ácidos graxos de 
espécies vegetais. Podem conter pequenas quantidades de outros lipídeos como 
fosfolipídeos, constituintes insaponificáveis e ácidos graxos livres naturalmente 
presentes no óleo ou na gordura (ANVISA RDC N°270, 2005).” 
Alguns óleos produzidos no Brasil apresentam em suas propriedades 
inúmeros benefícios para o tratamento da fibra capilar. Dentre eles, 
destacam-se o óleo de pracaxi, macaúba e coco. 
O óleo de pracaxi através de suas propriedades aumenta o brilho e a 
sedosidade, reduz a tricoptilose, diminui o ressecamento e controla o 
volume, pois atua formando uma película envoltória na haste capilar como 
se fosse um silicone natural, fechando as cutículas capilares. 
Em relação ao óleo de coco existem propriedades que estimulam o 
crescimento saudável dos fios, tratando a saúde do couro cabeludo, 
amenizando a oleosidade e as caspas. Além disso, esse ativo também 
combate a opacidade e quebra dos fios, reduzindo os casos de tricoptilose e 
frizz. 
No estudo de Silva (2018) sobre o óleo de coco e seus benefícios destacam-
se: 
“A possibilidade de diminuir — e até mesmo impedir — a fadiga hídrica dos fios. 
Como informado anteriormente, os fios cacheados a afro tem uma maior tendência 
a apresentarem uma maior porosidade que levam ao enfraquecimento da haste. 
Os fios porosos sofrem uma intumescência maior ao entrarem em contato com a 
água, e ao secar, perdem volume. Essa oscilação no diâmetro da fibra acarreta o 
enfraquecimento, frizz, perca proteica do fio e, consequentemente, tricoptilose 
(pontas duplas).” (SILVA, 2018, p.54) 
A indústria cosmética capilar vem cada vez mais se desenvolvendo e trazendo ao 
mercado produtos de alta qualidade, menos tóxicos e de maior eficiência. Ajudando 
na redução do impacto ao meio ambiente, além de contribuir para o aumento da 
produtividade e redução dos custos de produção. 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
 aprender sobre as principais patologias da haste capilar e do couro 
cabeludo; 
 identificar as características e sinais clínicos das patologias da haste 
capilar e do couro cabeludo; 
 desenvolver o conhecimento sobre os princípios ativos para 
tratamentos das patologias do couro cabeludo e fio; 
 aprender sobre o mecanismo de ação do princípios ativos nas afecções 
capilares; 
 aprender sobre métodos que possibilitam uma avaliação precisa sobre 
as afecções capilares. 
REFERÊNCIAS 
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artificial em cabelos relaxados. Minas Gerais: Trabalho de Conclusão de Curso -
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2012. 
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em craniotomia. Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 
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Estadual da Paraíba, Paraíba, 2015. BARBOSA, J. K., NAUMANN, N. 
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alisamento/relaxamento e posterior tintura. São Paulo: Dissertação de 
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área de terapia capilar. Revista uningá review, [S.l.], v. 23, n. 3, set. 2015. ISSN 2178-
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