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prova juridica 2 sem 2021

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
 
Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896  Consolação  São Paulo - SP  CEP 01302-907 
Tel. (11) 2114-8000 Fax (11) 2114-8114  www.mackenzie.br 
 
Disciplina: Psicologia Jurídica e Direitos Sociais Prova substitutiva 2 sem 2021 
Prof. Responsável: Fernando da Silveira 
Turma: K Etapa: 6a 
Nome do Aluno: Laura Jacob Ferreira Matricula: 31970613 
 
 
Pergunta 1 (total: 5 pontos) 
Citando Pessanha (1993), Arantes (2008) critica um modelo de racionalidade instrumental nas 
ciências humanas: “Trata-se é de negar a matematização daquilo que não é matematizável, de negar a 
desumanização daquilo que precisa ser humanizado, negar a extração da dimensão temporal daquilo 
que só pode ser compreendido temporalmente. Trata-se, portanto, de preservar a temporalidade do 
tempo, a humanidade do homem, a concretude do concreto (p.24)”. 
Pergunta: Segundo Arantes, quais seriam os impactos deste modelo de racionalidade das 
ciências humanas criticados acima para a ética da psicologia jurídica no Brasil? 
Escreva abaixo uma reflexão sobre este tema utilizando entre 8 e 12 linhas. Será avaliada na 
resposta a capacidade do aluno em se manter sua resposta focada na pergunta, ao mesmo 
tempo em que o aluno deverá apresentar os aspectos mais relevantes trazidos por Arantes. 
 
 Arantes critica o modelo pois a racionalidade instrumental entra em conflito com as ciências sociais, uma 
vez que na racionalidade instrumental, as ideias e princípios não são importantes, e sim o modo como eles 
serão utilizados para chegar a um resultado desejado. 
 No âmbito judiciário, a psicologia se transformou em instrumentalista pela necessidade de trabalhar em 
cima de uma ciência inspirada em leis, havendo uma adaptação socio-tecnica, deixando de lado às 
circunstancias nas quais se constituiu. Arantes tenta trazer no texto que não é sobre invalidar as ciências da 
natureza ou matemática, e sim que não podemos reduzir as ciências humanas e sociais ao discurso coagente da 
razão abstrata, e sobre dar e preservar aquilo que pertence a cada área. 
 Um dos impactos desse modelo de racionalidade é a redução da maioridade penal, onde houve 
posicionamentos contrários por entidades de classe e de defesa de direitos humanos, mas a Comissão de 
constituição e justiça do senado, aprovou, reduzindo a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes 
considerados hediondos ou equiparados, como o tráfico de drogas, tendo como resultado o aumento da 
população carcerária, com carência de vagas no sistema penitenciário brasileiro e ausência de apoio 
terapêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
 
Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896  Consolação  São Paulo - SP  CEP 01302-907 
Tel. (11) 2114-8000 Fax (11) 2114-8114  www.mackenzie.br 
 
 
Pergunta 2 (total: 2,5 pontos) 
Segundo Kolker, (2008), para Foucault, com a emergência do capitalismo, a Justiça a serviço da 
burguesia, terá como papel: 
“Fazer com que a plebe não proletarizada aparecesse aos olhos do proletariado como marginal, 
perigosa, imoral, ameaçadora para a sociedade inteira (...) (FOUCAULT, 1992, apud KOLKER, 
2008)” 
a) Com base no trecho acima, como podemos entender na doutrina da situação irregular, a 
construção da categoria social do “menor”? 
Escreva abaixo uma reflexão utilizando entre 6 e 8 linhas. Será avaliada a capacidade do 
aluno em manter o foco na pergunta, desenvolvendo uma linha de raciocínio que 
articule o pensamento de Kolker com a construção da categoria do menor a partir da 
doutrina da situação irregular. 
 
 O paradigma da doutrina da situação irregular diz que “menores não tem direitos, só tem necessidades”; 
correlaciona-se com Kolker pois dava-se mais importância ao recolhimento dos infratores como forma de 
proteger a sociedade do que se dedicando a resolver a questão, visto que não protegiam a criança e sim o 
estado. Dessa forma, a legislação não fora criada para proteger os menores, até porque só ocupava-se dos 
menores que se encontravam em estado de patologia social e não de toda a menoridade brasileira; mas para 
garantir a intervenção jurídica sempre que houvesse qualquer risco material ou moral. A lei de menores 
preocupava-se apenas com o conflito instalado e não com a prevenção. Os jovens não eram tratados como 
sujeitos de direitos, mas sim objeto de medidas judiciais. Portanto, apresentava-se, principalmente, 
mecanismos de “defesa” contra os jovens, dificultando a reinserção social das crianças e adolescentes em 
situação irregular. 
 
b) A partir da resposta anterior, como os princípios da doutrina da proteção integral 
transformaram o papel das instituições jurídicas, e, a partir de então, passaram a 
definir a prática do psicólogo jurídico? 
Escreva abaixo uma reflexão utilizando entre 6 e 8 linhas. Será avaliada a capacidade do 
aluno em manter o foco na pergunta, argumentando sobre com deve ser orientada a 
prática do psicólogo jurídico no contexto do Sistema de Garantia dos Direitos da 
Criança e do Adolescente. 
 
 A lei atual assegura às crianças e adolescentes a satisfação de suas necessidades básicas inerentes aos seus 
direitos fundamentais. Essa perspectiva articula tanto a ideia de atenção social básica por meio de políticas 
públicas de assistência social integrantes da proteção integral, quanto a consideração de que as características 
constitutivas, psíquicas, motoras, intelectuais, cognitivas, morais e sociais das crianças e adolescentes são 
diferenciadas das de pessoas adultas, esta que define a prática do psicólogo jurídico; e esse entendimento 
valida a necessidade de haver legislação e acolhida específica para tal, a fim de melhor considerar as questões 
individuais desses sujeitos desde a primeira infância à adolescência. Os mesmos tornam-se então destinatários 
de absoluta prioridade, respeitando a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, em sua 
individualidade.

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