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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL EMPRESARIAL GEOTECNIA I COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS Franciane Pedra Marcela Corrêa Rio Grande Fevereiro, 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL EMPRESARIAL GEOTECNIA I COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS Franciane Pedra, 105024 Marcela Corrêa, 105022 Rio Grande Fevereiro, 2022 Trabalho para disciplina de Geotecnia I, sobre ensaio de adensamento, ministrada pelo Prof.º Cezar Augusto Burkert Bastos. 1. Introdução O rebaixamento no nível do terreno é um fato que estará sempre presente ao construir uma estrutura, porém sua intensidade é o que deve ter grande atenção. Esse rebaixamento é chamado de recalque, fenômeno causado pelas deformações que o solo sofre devido a forças verticais que a estrutura exerce sobre ele. Este relatório tem como objetivo avaliar os recalques em um prédio de 4 pavimentos com a fundação construída em um terreno com rocha sedimentar fina. Separado em duas etapas, o desenvolvimento irá focar primeiramente nos resultados de um ensaio de adensamento feito no solo natural enquanto na etapa dois o foco será no cálculo dos recalques presentes nesta estrutura. 2. Etapa um O problema proposto na primeira etapa do relatório trata dos resultados do ensaio de adensamento em compressão oedométrica feito no laboratório de geotecnia e concreto da FURG. O ensaio foi realizado com uma amostra de solo natural do terreno onde será construído com prédio de 4 pavimentos de 30x40m. O ensaio de adensamento em compressão oedométrica foi feito nos estágios de tensão de 6,25; 12,5; 25; 50; 100; 200; 400 e 800kPa, utilizando um corpo de prova de 50x20mm de diâmetro e altura, respectivamente. Os resultados do ensaio e os cálculos feitos para a conclusão do mesmo estão presentes no desenvolvimento deste capitulo através de equações e tabelas. 2.1. Resultados do ensaio e cálculo dos índices físicos iniciais Os dados da amostra obtidos no ensaio para a umidade estão presentes na tabela 1 e foram obtidos da maneira explicada a seguir. 𝑊𝑤 = (𝐶𝑎𝑝. +𝑠𝑢) − (𝐶𝑎𝑝. +𝑠𝑠) 𝑊 = (𝐶𝑎𝑝. +𝑠𝑠) − 𝑇𝑎𝑟𝑎 𝑤 = 𝑊𝑤 𝑊 × 100 [%] Onde: Ww – Peso de água na amostra (g) Cap. + su – Peso da cápsula mais o solo úmido (g) Cap. + ss – Peso da cápsula mais o solo seco (g) W – Peso de solo na amostra (g) w – Teor de umidade 𝑤𝑚𝑒𝑑 = 𝑤𝐴01 + 𝑤𝐹27 2 Onde: wmed – Umidade média wA01 e wF27 – Umidade das amostras Tabela 1 – Teor de umidade das amostras O ensaio ainda fornece os dados do corpo de prova, presentes na tabela 2, que permitem com que seja calculada a altura que a amostra reduz durante o ensaio devido a diminuição do índice de vazios, também chamada de altura dos sólidos. 𝐻𝑠 = 𝐻0 1 + 𝑒0 Onde: Hs – Altura dos sólidos (cm) H0 – Altura do corpo de prova (cm) e0 – Índice de vazios inicial Tabela 2 – Dados da amostra O índice de vazios utilizado na equação da altura reduzida é obtido utilizando dados de peso específico do solo, que com exceção do peso específico real dos grãos o qual foi fornecido pelo ensaio, estão especificados nas equações abaixo e seus resultados estão presentes na tabela 3. cap tara cap + su cap + ss w(%) w medio (%) A01 14,98 58,12 49,45 25,15 25,55 F27 14,72 65,45 55 25,94 Diâmento (cm) 5 Altura (cm) 2 Tara Anel (g) 39,62 Área anel (cm) 19,635 Anel+solo(g) 115,47 Alt. Reduz (cm) - Hs 1,21 Peso específico natural dos grãos (𝛾𝑛) 𝛾𝑛 = 𝑊 𝑉 𝑊 = (𝑎𝑛𝑒𝑙 + 𝑠𝑜𝑙𝑜) − (𝑡𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑛𝑒𝑙) 𝑉 = (á𝑟𝑒𝑎 𝑎𝑛𝑒𝑙) × (𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎) Onde: W – Peso da amostra (g) V – Volume (cm³) Peso específico aparente dos grãos (𝛾𝑑) 𝛾𝑑 = 𝛾𝑛 1 + 𝑤𝑚𝑒𝑑 Onde: γn – Peso esp. natural dos grãos (kN/m³) Wmed – Umidade média Índice de vazios inicial (e0) 𝑒0 = 𝛾𝑠 𝛾𝑑 − 1 Onde: γs – Peso esp. natural dos grãos (kN/m³) γd – Peso esp. aparente dos grãos (kN/m³) Saturação (S) 𝑆 = 𝑤𝑚𝑒𝑑 × 𝛾𝑠 𝑒0 × 𝛾𝑤 Onde: Wmed – Umidade média 𝛾𝑠 – Peso esp. natural dos grãos (kN/m³) 𝛾𝑤 – Peso esp. da água (10kN/m³) e0 – Índice de vazios inicial Tabela 3 – Índices físicos iniciais PEg (kN/m³) 25,34 PEn (kN/m³) 19,31 PEs (kN/m³) 15,38 wm(%) 0,26 e 0,65 S(%) 100,04 2.2. Variação da altura da amostra e índice de vazios inicial e final na fase de carregamento As tensões de pré adensamento utilizadas neste ensaio, quando aplicadas a amostra geram uma variação na altura do solo dentro do corpo de prova. Os dados de altura inicial e final obtidos para cada estágio de tensão e descarregamento do solo estão presentes na tabela 4, junto aos valores de índices de vazios inicial, final e de descarregamento. Para encontrar os valores de índices de vazio utiliza-se a equação abaixo 𝑒𝑖 = 𝐻𝑖 𝐻𝑠 − 1 ei – Ind. de vazios referente a altura utilizada (inicial, final, descarregamento) Hi – Altura a ser utilizada (inicial, final, descarregamento) Hs – Altura reduzida Tabela 4 – Dados de altura da amostra para cada estágio de carga TENSÃO (kPa) 6,25 12,5 25 50 100 200 400 800 ALTURA INICIAL (CM) 2 1,982 1,973 1,946 1,91 1,869 1,812 1,735 ALTURA FINAL (CM) 1,982 1,973 1,946 1,91 1,869 1,812 1,735 1,644 DESCARREGAMENTO 1,774 1,764 1,746 1,734 1,703 1,683 1,658 - IND. DE VAZIOS INICIAL 0,653 0,638 0,631 0,608 0,579 0,545 0,498 0,434 IND. DE VAZIOS FINAL 0,638 0,631 0,608 0,579 0,545 0,498 0,434 0,359 IND. DE VAZIOS DESCARREGAMENTO 0,466 0,458 0,443 0,433 0,407 0,391 0,370 0,359 2.3. Coeficientes de compressibilidade e variação volumétrica Os valores dos coeficientes de compressibilidade e variação volumétrica nos estágios de carga de maior relação com a situação de campo, no caso deste relatório os estágios utilizados foram os de 50 a 100kPa. Coeficiente de compressibilidade 𝑎𝑣 = − ∆𝑒 𝜎 Onde: ∆𝑒 - variação de índice de vazios do estágio analisado 𝜎 – Tensão do estágio (kPa) Coeficiente de variação volumétrica 𝑚𝑣 = 𝑎𝑣 1 + 𝑒0 Onde: e0 – Índice de vazios inicial av – coef. De compressibilidade (m²/kN) A exemplo de cálculo foi utilizado o estágio de 6,25kPa e a tabela 5 trás os valores de av e mv para todos os estágios. Para 6,25kPa: 𝑎𝑣 = − 0,638 − 0,653 6,25 = 0,00238 𝑚2/𝑘𝑁 𝑚𝑣 = 0,00238 1 + 0,65 = 3,61 × 104 𝑚2/𝑘𝑁 Tabela 5 – Coeficientes de compressibilidade e variação volumétrica Estágio Av Mv 6,25kPa 0,002380 1,44E-03 12,5kPa 0,000595 3,61E-04 25kPa 0,000893 5,41E-04 50kPa 0,000595 3,61E-04 100kPa 0,000339 2,05E-04 200kPa 0,000236 1,43E-04 400kPa 0,000159 9,64E-05 800kPa 0,000094 5,70E-05 2.4 Cálculo de tensões Para definir parâmetros importantes do adensamento do solo é necessário que as tensões aplicadas no mesmo sejam calculadas. Neste subcapitulo o foco será em definir as variáveis necessárias para posteriormente calcular os valores de tensões. Peso específico de campo 𝛾𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 = 𝛾𝑑 × 𝑆 (𝑘𝑁/𝑚³) Onde: 𝛾𝑑 – Peso esp. aparente (kN/m³) S – Saturação Peso específico natural dos grãos (Aterro) 𝛾 = 𝛾𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 × (1 + 𝑤ó𝑡𝑖𝑚𝑎) (𝑘𝑁/𝑚³) Os valores de umidade ótima e peso específico aparente são de 18% e 17,4kN/m³ respectivamente e são encontrados na figura 1, enquanto o valor de saturação utilizado é de 95% de acordo com o enunciado do problema proposto. Estes valores se referem ao aterro colocado sobre a camada de solo natural do terreno. Aplicandoos valores citados acima as equações se obtém: 𝛾𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 = 17,4 × 0,95 = 16,53𝑘𝑁/𝑚³ 𝛾 = 16,53 × (1 + 0,18) = 19,50𝑘𝑁/𝑚³ Figura 1 – Curva de compactação do aterro Encontrados os valores acima, será calculada a tensão efetiva de campo (s’v0) do aterro. 𝜎′𝑣0 = 𝛾𝑠𝑎𝑡 × ℎ 2 (𝑘𝑃𝑎) 𝜎′𝑣0 = (19,31 − 10) × 2 = 18,62𝑘𝑃𝑎 𝛾sat – Peso específico saturado da amostra (kN/m³) h/2 – Metade da altura da camada do solo natural do terreno (m) Já a tensão do carregamento (∆𝜎′𝑣0) leva em consideração o peso do aterro e de 4 pavimentos de construção com carga de 15kPa cada. ∆𝜎′𝑣0 = (𝛾 × ℎ) + (4 × 15) (𝑘𝑃𝑎) ∆𝜎′𝑣0 = (19,5 × 1,5) + 60 = 89,25 𝑘𝑃𝑎 Onde: 𝛾 – Peso específico natural dos grãos do aterro [kN/m³] h – Altura do aterro [m] A tensão final será a soma das tensões calculadas acima. 𝜎′𝑣𝑓 = 18,62 + 89,25 = 107,87𝑘𝑃𝑎 O valor de tensão final define o estágio de carga a ser utilizado. No caso do presente relatório, o estágio escolhido foi de 50kPa a 100kPa. Figura 2 – Perfil do terreno A próxima variável necessária é a tensão de pré adensamento (s’vm), a qual é definida através da curva log s’v x e, e no caso do presente relatório, utilizando o método de Pacheco Silva. Para o traçado da curva log s’v x e, os valores utilizados foram os da tabela 4, onde no eixo das ordenadas estão os valores de índices de vazio e no eixo das abscissas os valores de tensão. O eixo das tensões é representado em escala logarítmica. Figura 3 – Método de Pacheco Silva na curva log s’v x e De acordo com o traçado de Pacheco Silva a tensão de pré adensamento é definida como sendo 75kPa. Com os valores de tensão efetiva de campo e de pré adensamento, define-se a razão de pré-adensamento, também chamada de OCR. 𝑂𝐶𝑅 = 𝜎′𝑣𝑚 𝜎′𝑣0 𝑂𝐶𝑅 = 75 18,62 = 4,02 Os valores de OCR definem a condição de adensamento do solo: OCR = 1 solo normalmente adensado - NA OCR > 1 solo pré-adensado - PA OCR < 1 solo em adensamento Sendo 4,02 > 1 o solo em questão é um solo pré-adensado. Ainda considerando o gráfico da curva log s’v x e são definidos três índices, os de recompressão (cr), de compressão (cc) e de descarga (cd). São traçadas retas seguindo a inclinação formada pela curva Figura 4 - Marcação dos índices na curva log s’v x e Para encontrar os índices utiliza-se o valor inicial e final de índices físicos e tensões marcados pela reta traçada para cada índice no gráfico. Para o cálculo destes é usada a mesma equação. 𝑐𝑟 = 𝑐𝑐 = 𝑐𝑑 = −∆𝑒 ∆ log 𝜎′ Na curva log s’v x e os valores marcados para cada índice foram: Para o índice de recompressão ei = 0,638 s’i = 6,25kPa ef = 0,579 s’f = 50kPa Resultando em um Cr = 0,065 Para o índice de compressão ei = 0,579 s’i = 50kPa ef = 0,359 s’f = 800kPa Resultando em um Cc = 0,182 Para o índice de descarga ei = 0,359 s’i = 800kPa ef = 0,466 s’f = 6,25kPa Resultando em um Cc = 0,051 2.5. Coeficiente de adensamento O coeficiente de adensamento (Cv) é um indicativo da velocidade de dissipação da poropressão no solo. O ensaio de adensamento permite encontrar Cv utilizando as medições de altura no corpo de prova de acordo com o tempo de ensaio. Para a obtenção de Cv neste relatório, o método utilizado foi o de Taylor. Neste método é necessário encontrar o valor de t90, sendo este o tempo de 90% do adensamento primário e para defini-lo utiliza-se os valores de raiz de t e altura da amostra listados nas tabelas 6, 7 e 8 os quais foram retirados do ensaio. Tabela 6 – Variação de altura no tempo para o estágio de 12,5 a 25kPa Tempo (min) raiz de t Leit. Deflect Alt. Amost (cm) e 0 0,000 2923,6 1,9725 0,62442013 0,1 0,316 2910,8 1,9597 0,6138789 0,25 0,500 2909,9 1,9588 0,61313772 0,5 0,707 2909,1 1,958 0,6124789 1 1,000 2908,3 1,9572 0,6118207 2 1,414 2907,3 1,9562 0,61099654 4 2,000 2906,5 1,9554 0,61033771 8 2,828 2905,5 1,9544 0,60951418 15 3,873 2904,7 1,9536 0,60885535 30 5,477 2903,7 1,9526 0,60803181 60 7,746 2902,6 1,9515 0,60712593 120 10,954 2901,5 1,9504 0,60622004 240 15,492 2900,5 1,9494 0,60539651 480 21,909 2899,2 1,9481 0,60432591 1400 37,417 2897,5 1,9464 0,60292591 Tabela 7 – Variação de altura no tempo para o estágio de 25 a 50kPa Tempo (min) raiz de t Leit. Deflect Alt. Amost (cm) e 0 0,000 2897,5 1,9464 0,60298975 0,1 0,316 2883 1,9319 0,59104803 0,25 0,500 2881,7 1,9306 0,5899774 0,5 0,707 2880,7 1,9296 0,58915383 1 1,000 2879,6 1,9285 0,58824791 2 1,414 2878,3 1,9272 0,58717727 4 2,000 2877 1,9259 0,58610663 8 2,828 2875,6 1,9245 0,58495364 15 3,873 2874,1 1,923 0,5871829 30 5,477 2871,4 1,9213 0,58231823 60 7,746 2870,6 1,9195 0,58083581 120 10,954 2868,9 1,9178 0,57943574 240 15,492 2866,9 1,9158 0,57778861 480 21,909 2864,6 1,9135 0,57589441 2940 54,222 2861,3 1,9102 0,557317664 Tabela 8 – Variação de altura no tempo para o estágio de 50 a 100kPa Tempo (min) raiz de t Leit. Deflect Alt. Amost (cm) e 0 0,000 2861,3 1,9102 0,57317664 0,1 0,316 2848,3 1,8972 0,56247028 0,25 0,500 2847 1,8959 0,56139964 0,5 0,707 2845,8 1,8947 0,56041136 1 1,000 2844,3 1,8932 0,55917601 2 1,414 2843 1,8919 0,55810537 4 2,000 2841,3 1,8902 0,55670531 8 2,828 2839,5 1,8884 0,55522289 15 3,873 2837,3 1,8862 0,5534110 30 5,477 2835 1,8839 0,55151684 60 7,746 2832,4 1,8813 0,54937557 120 10,954 2829,7 1,8786 0,54715194 240 15,492 2826,7 1,8756 0,54468124 480 21,909 2823,8 1,8727 0,5422929 1460 38,210 2820,2 1,8691 0,53932806 Aplicando os valores de raiz de t no eixo das abcissas e a altura da amostra no eixo das ordenadas, gera-se os gráficos das figuras 5, 6 e 7, onde o método de Taylor foi aplicado Figura 5 – Método de Taylor – estágio de 12,5 a 25kPa Figura 6 – Método de Taylor – estágio de 25 a 50kPa Figura 7 – Método de Taylor – estágio de 50 a 100kPa Observando os gráficos encontra-se os valores de h90 e t90, os quais serão utilizados na equação de Cv para definir o coeficiente. 𝐶𝑣 = 0,848 × 𝐻𝑑² 𝑡90 Onde: Hd – h50, altura corrigida encontrada pelo método de Taylor (cm); O gráfico fornece o valor de h90, correspondente ao t90 encontrado, porém para utilizar a equação de Cv é necessário fazer a correção de h90 para h50, seguindo a seguinte relação ℎ50 = ℎ90 − 5 9 × (ℎ90 − ℎ0) Como o terreno possui dupla drenagem, sendo a parte inferior do terreno natural assentada em arenito permeável e acima sendo o aterro, é necessário dividir a altura de drenagem pela metade, sendo assim o resultado de h50 será dividido por dois. Para o estágio de 12,5 a 25kPa os valores de t90, h0, h50, h90 e cv obtidos foram: t90 = 0,1225min = 7,35s h0 = 1,9725cm h90 = 1,9695cm h50 = 1,9711cm h50/2 = 0,9855cm cv = 0,112 cm²/s Para o estágio de 25 a 50kPa os valores de t90, h0, h50, h90 e cv obtidos foram: t90 = 0,16min = 9,6s h0 = 1,9464cm h90 = 1,9315cm h50 = 1,9396cm h50/2 = 0,9698cm cv = 0,083 cm²/s Para o estágio de 50 a 100kPa os valores de t90, h0, h50, h90 e cv obtidos foram: t90 = 0,1225min = 7,35s h0 = 1,9102cm h90 = 1,8971cm h50 = 1,9042cm h50/2 = 0,9521cm cv = 0,104 cm²/s Para as próximas etapas de cálculos o valor de Cv será necessário, logo será definido seu valor médio. 𝐶𝑣 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 0,112 + 0,083 + 0,104 3 = 0,099 𝑐𝑚2/𝑠 3. Etapa 2 Para a realização desta etapa o problema principal é o calculo de recalques de fundação para o prédio de 4 pavimentos. A fundação considerada para a construção é um radier de 30x40 metros. Neste relatório o tempo de carregamento da estruturae aterro são considerados instantâneos. 3.1 Cálculo do recalque total - radier Para cada tipo de fundação citada no enunciado do capítulo será feito um tipo de cálculo diferente, levando em consideração suas particularidades. Levando em consideração as incertezas desde o inicio do ensaio de adensamento, o valor do recalque não pode ser calculado de maneira certeira, mas sim estimado. A estimativa do recalque é calculada no centro da fundação, sendo este ponto considerado horizontalmente abaixo do prédio. Para cada tipo de adensamento do solo é utilizada uma equação, e como definido no subcapítulo 2.4 o estado do solo em questão é de pré-adensado e a equação a ser utiliza é ∆𝐻 = 𝐻 1+𝑒0 × (𝐶𝑟 × 𝑙𝑜𝑔 𝜎′𝑣𝑚 𝜎′𝑣0 + 𝐶𝑐 × 𝑙𝑜𝑔 ∆𝜎′𝑣 𝜎′𝑣𝑚 ) Onde: H – Espessura da cama de solo (m) e0 – Índice de vazios inicial Cc – Índice de compressão Cr – Índice de recompressão 𝜎′𝑣0 – Tensão no ponto ensaiado ao final da obra (kPa) 𝜎′𝑣𝑚 – Tensão no ponto ensaiado antes da obra (kPa) ∆𝜎′𝑣 – Tensão no meio da camada de solo (kPa) Para definir o recalque no radier, é preciso definir em pontos específicos, os quais tem os cálculos apresentados a seguir. Para obter a variação de tensão na fundação, foi utilizado o ábaco de Steinbrenner em todos as situações a seguir. Figura 8 - Ábaco de Steinbrenner 3.1.1 Cálculo do recalque total no centro do radier Para obter a estimativa de recalque no centro do radier é necessário dividir a figura em quatro partes iguais, considerando que o aterro e a fundação possuem a mesma dimensão de 30x40m e 1,5m de altura. Para a procura no ábaco é necessário definir os parâmetros de entrada, que são z=1,5m, a=20m e b=15m, logo: 𝑧 𝑏 = 0,1 𝑎 𝑏 = 1,33 De acordo com estes parâmetros e com uma análise no ábaco se obtém o coeficiente i=0,17. Este coeficiente permite que seja calculada a tensão no meio da camada, junto a informação da carga total do prédio (4x15=60kPa). ∆𝜎′𝑣 = 60 × (0,17 × 4) = 40,8 𝑘𝑃𝑎 Com estas informações já é possível estimar o recalque no centro do radier, sendo então ∆𝐻 = 4 1+0,65 × (0,065 × 𝑙𝑜𝑔 75 18,62 + 0,182 × 𝑙𝑜𝑔 40,8 75 ) ∆𝐻 = 4,72𝑐𝑚 3.1.2 Cálculo do recalque total no ponto médio (lado maior) do radier De maneira análoga ao item anterior, a estimativa do recalque no ponto médio do radier também utiliza o ábaco de Steinbrenner para obter a variação de tensão no centro da fundação, desta vez dividindo a fundação no seu ponto médio e se atentando para o seu maior lado, tendo como parâmetros z=1,5m, a=30m e b=20m, logo: 𝑧 𝑏 = 0,075 𝑎 𝑏 = 1,5 De acordo com estes parâmetros e com uma análise no ábaco se obtém o coeficiente i=0,23 e calcula-se a tensão no ponto médio da camada ∆𝜎′𝑣 = 60 × (0,23 × 2) = 27,6 𝑘𝑃𝑎 Sendo o recalque estimado de ∆𝐻 = 4 1+0,65 × (0,065 × 𝑙𝑜𝑔 75 18,62 + 0,182 × 𝑙𝑜𝑔 27,6 75 ) ∆𝐻 = 1,62𝑐𝑚 3.1.2 Cálculo do recalque total no ponto médio (lado maior) do radier E para estimar a última parte do recalque na fundação se utiliza o ponto médio novamente, porém desta vez utilizando seu menor lado e tendo como parâmetros para o ábaco de Steinbrenner z=1,5m, a=40m e b=15m. 𝑧 𝑏 = 0,1 𝑎 𝑏 = 2,67 De acordo com estes parâmetros e com uma aná lise no ábaco se obtém o coeficiente i=0,24 e sua tensão será de ∆𝜎′𝑣 = 60 × (0,24 × 2) = 28,8 𝑘𝑃𝑎 Sendo o recalque estimado de ∆𝐻 = 4 1+0,65 × (0,065 × 𝑙𝑜𝑔 75 18,62 + 0,182 × 𝑙𝑜𝑔 28,8 75 ) ∆𝐻 = 1,96𝑐𝑚 Para fins de cálculo de recalque no tempo, será utilizada a pior situação calculada para a fundação, sendo então considerado um recalque de 4,72cm. 3.2 Recalque no tempo Anteriormente foi estimado o recalque total. Agora é proposto o cálculo num dado tempo, simbolizado pela letra ρ 𝜌 = 𝑈 . ∆𝐻 Onde: U – grau de adensamento médio da camada nesse tempo; ∆H – recalque total ou final; (nesse caso considerado o recalque no centro do radier) Tendo o valor de CV do solo e sabendo o tempo que queremos calcular, o recalque, vamos até a solução da equação de adensamento calculada anteriormente e achamos o grau de adensamento médio: Para sabermos os valores do grau de adensamento, calculamos o fator tempo (T), que é dado por: 𝑇 = 𝑐𝑣 . 𝑡 𝐻d² Onde: Cv – coeficiente de adensamento Hd² – altura drenante t – tempo em segundos Finalmente para calcularmos o grau de adensamento, aplicamos na equação de ajuste matemático: 𝑇 = 𝜋 4 . 𝑈² Isolando o grau de adensamento, temos: 𝑈 = √ 𝑇 0,7853981 Determinados os valores de tempo (dias em segundos), o fator tempo, na equação empírica demonstrada acima e grau adensamento, aplicamos na fórmula do recalque: 𝜌 = 𝑈 . ∆𝐻 Os valores estão expressos na figura 9, pela curva tempo x recalque. Figura 9 – Recalque no tempo
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