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19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 1/11 Pedagogia 2021.2 Disciplina vinculada: Atividade DNM Conteúdo da Semana: FILOSOFIA/ SOCIOLOGIA Esta semana você vai estudar sobre Filoso�a/ Sociologia. Atenção: Você tem até o dia 22/11/21 para �nalizar a atividade. Para ver seu Cronograma de Estudos realizados clique aqui aqui. (/users/report_points? id=4058812&locale=pt-BR) 50 pontos ao �nalizar 50 por acerto Clique aqui para fazer sua LISTA EXERCÍCIOS e acumular pontos (/mock_exams/100498513/do_exam? locale=pt-BR) CAMINHOS DE APRENDIZAGEM DA SEMANA Encontre abaixo sugestões de Caminhos de Aprendizagem para você potencializar seus conhecimentos em Filoso�a/ Sociologia. Básico // Filoso�a 1:20 MOVIMENTOS SOCIAIS - CAMPESINATO, CAPITALISMO E REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL Básico // Sociologia 0:24 1 2 Fe ed ba ck https://www.desafionotamaxima.com.br/users/report_points?id=4058812&locale=pt-BR https://www.desafionotamaxima.com.br/mock_exams/100498513/do_exam?locale=pt-BR 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 2/11 Campesinato são grupos sociais de base familiar que, com graus diversos de autonomia, dedicam-se a atividades agrícolas. Hélio F. L. N. Gama O campesinato, como classe social, tem desempenhado ao longo da História um papel de vital signi�cância pela sua função econômico- produtiva, pelo seu peso social e por suas potencialidades como sujeito político. Alvo de “táticas” e “estratégias” por parte de sujeitos sociais que lhe são exteriores, sua inserção social varia conforme a formação social considerada e, no seu interior apresenta uma ampla gama de relações sociais. A compreensão da questão agrária no Brasil torna necessária uma análise do papel social e político do campesinato brasileiro que estabeleça uma ruptura com a concepção do “feudalismo no Brasil”. Assim, adotaremos uma corrente sociológica contemporânea, que vê o camponês não como um resquício de um modo de produção feudal, mas como um trabalhador para o capital, dado o grau e a natureza de sua inserção ao sistema capitalista. Essa nova concepção implica um redimensionamento do campesinato como ator político e um novo sentido na luta pela terra, em torno da bandeira da reforma agrária. MATRIZES TEÓRICAS Karl Marx, em O Capital, desvendando "a assim chamada acumulação primitiva" do capital como o processo de dissociação do trabalhador dos meios de produção, mediante a expropriação das Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 3/11 terras ocupadas pelos camponeses, tem como objeto de análise o processo histórico que precede a Revolução Industrial na Inglaterra do século XVIII. Sua análise da conjuntura do período é bastante detalhada, ao mesmo tempo em que aponta certas tendências gerais do desenvolvimento das relações sociais de produção na fase de transição do feudalismo ao capitalismo. Em suas palavras, em �ns do séc. XV e nas primeiras décadas do século XVI. A transformação de terras de lavoura em pastagens de ovelhas, para tender à demanda por lã da indústria de Flandres, só foi possível pela "(...) expulsão violenta do campesinato da base fundiária, sobre trabalho a qual possuía o mesmo título feudal que ele, e usurpação de sua terra comunal" (MARX, 1984, p. 264), e a conquista do campo para a agricultura capitalista incorporou a base fundiária ao modo capitalista de produção, oferecendo a mão-de-obra livre para a indústria urbana. Observe que os camponeses, que até então, possuíam autonomia econômica viram-se despojados de suas posses, restando-lhes a alternativa de se empregarem nas indústrias nascentes. Entretanto, os que foram expropriados de suas terras não eram absorvidos pela manufatura nascente com a mesma rapidez, indo formar um exército industrial de reserva de mão-de-obra nas cidades, o que contribuiu para o achatamento salarial e o prolongamento das mais duras condições de trabalho. Essa seria a raiz da acumulação primitiva do capital: a intensi�cação da mais valia absoluta, ou seja, da exploração da força de trabalho. Partindo, portanto, de uma situação histórica bem delimitada no tempo e no espaço, Marx formula leis gerais sobre trabalho a "tendência histórica da acumulação capitalista". Analisando a Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 4/11 pequena produção artesanal e camponesa como situações intermediárias entre o feudalismo e o capitalismo propriamente ditos, a�rma que o modo de produção feudalista pressupõe o parcelamento do solo e dos outros meios de produção. Diz ainda: A persistência da teoria marxista como tentativa de explicação cientí�ca da realidade, ao longo dos anos, tem sido observada dado o grau de generalização da teoria e de seus conceitos, passíveis assim de serem aplicados nas análises das mais distintas formações Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 5/11 sociais. No entanto, se transpostos mecanicamente, sem a devida mediação com o meio histórico-social em questão, esses conceitos resultam em �agrantes fracassos. Essa tendência histórica de acumulação do capital, delineada por Marx, de uma contínua e progressiva separação do trabalhador dos meios de produção e a sua consequente proletarização, dá origem a diversas interpretações. Dada a constatação de que a pequena produção camponesa no Brasil ocupa uma considerável força de trabalho e uma função econômico-produtiva signi�cativa, esse campesinato constituiria um modo de produção feudal – ou vestígios dele – subordinado e articulado ao modo capitalista de produção e em processo de extinção, conforme defendem Alberto Passos Guimarães, em Quatro Séculos de Latifúndio e Paul Singer em Agricultura e Desenvolvimento Econômico, dentre outros. Em oposição, trabalharemos com a perspectiva de José Graziano da Silva, em A Modernização Dolorosa e Maria Rita Garcia Louzeiro, em Parceria e Capitalismo, que compreendem a pequena produção rural no Brasil como nem feudalista nem tipicamente capitalista, mas sim como criada e recriada pelo capital e extremamente funcional a este; a proletarização do homem no campo, portanto, não seria uma tendência inexorável nem o único modo de se extrair o sobre trabalho-trabalho para o sistema capitalista em seu conjunto. REDIMENSIONANDO O DEBATE: O “NOVO” CAMPONÊS José Graziano da Silva, em Estrutura Agrária e Produção de Subsistência na Agricultura Brasileira, analisando as transformações capitalistas na agricultura brasileira, a partir da década de setenta do século XX, aponta uma relativa “debilidade” no caráter dessas transformações. Ou seja, o capital não tinha conseguido realizar a Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 6/11 expropriação completa do trabalhador rural, nem revolucionar o processo de produção propriamente dito, de maneira ampla; pelo contrário, o campo brasileiro era o re�exo de avanços e recuos de uma lenta e “dolorosa modernização” em alguns setores especí�cos, sustentada “arti�cialmente” por subsídios estatais. Essa “debilidade” seria uma forma especí�ca de dominação da agricultura pelo capital comercial e usuário. Em documento posterior, Graziano observa que, no campo, em apenas uma minoria de casos – grandes empresas agrícolas à base de trabalho assalariado e técnica avançada – a extração do trabalho excedente se revela como extração de mais-valia no nível do processo produtivo. Na grande maioria dos casos, no entanto, o que se observa ainda hoje é a presença de pequenas unidades familiares, mas quais os produtores se organizam com base no trabalho familiar e com a ajuda de trabalhadores, contratados apenas temporariamente, em épocas determinadas do ciclo produtivo, e comum nível muito baixo de conhecimento técnico. Para Silva (1980), esse tipo de participação no mercado – tanto na venda de produtos como na compra de insumos – é bastante elevado. É justamente nessa vinculação crescente ao mercado que se materializam as formas concretas de extração do excedente ou sobre trabalho-trabalho desses camponeses de base familiar. O que signi�ca que os camponeses são trabalhadores para o capital, isto é, para o grande empresário- latifundiário, para os bancos que lhe hipotecam a terra em troca do �nanciamento da produção, para as multinacionais que fabricam tratores e adubos, para as fábricas (de conservas, de alimentos enlatados, de bebidas naturais etc.) que lhe compram a produção etc. Essas modi�cações ocorridas na agricultura visam tornar o camponês mais dependente do mercado. Como a�rma Juarez R. B. Lopes, a unidade camponesa nas regiões do Centro-Sul passou a especializar-se em determinados tipos de produto, por imposição dos grandes grupos econômicos (comerciantes ou industriais) e, em função disso, tornaram-se mais técnicas. Em suas palavras, não parece haver dúvidas existirem mecanismos, ligando as pequenas Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 7/11 unidades agrárias familiares e o grande capital comercial e industrial (e ainda as cooperativas), os quais canalizam para o capital os excedentes produzidos no setor familiar. Obtém-se tal resultado num contexto em que as relações mercantis penetram completamente o setor familiar e no qual a força de trabalho desse setor, embora não remunerada, tenha que ter o seu rendimento referenciado que no mercado de trabalho. Decorre daí a uni�cação do mercado de trabalho urbano e rural que o desenvolvimento capitalista no campo criou na sua forma especí�ca de empresa agrária capitalista. Segundo Lopes (1980), a tecni�zação do setor familiar, portanto, menos que um resultado da formação de poupança, é uma imposição decorrente das vinculações das unidades familiares ao capital industrial e comercial. Como observa José Vicente Tavares dos Santos (1978), em Colonos do Vinho, a reprodução da força de trabalho familiar é coberta em sua maior parte pela produção direta dos meios de vida, não sendo necessários gastos monetários com a subsistência da família camponesa. Assim, o camponês absorve, por meio da produção direta dos meios de vida e da utilização extensa da força de trabalho familiar, os rendimentos negativos da sua produção mercantil. Pois, se a família camponesa não apresenta um rendimento monetário para cobrir sequer a sua força de trabalho, signi�ca que está havendo uma transferência de lucro para o conjunto de sistema produtivo e uma contribuição à acumulação capitalista. Na verdade, o desenvolvimento capitalista provoca a ampliação das contradições sociais, na medida em que reproduz o personagem não especi�camente capitalista do camponês. Assim como a�rma Maria Rita Garcia Loureiro (1977), em Parceria e Capitalismo, a reprodução de relações de produção não capitalistas na agricultura poderia ser explicada pela necessidade de superar a baixa rentabilidade do empreendimento agrícola em relação ao empreendimento industrial, devido ao processo de transferência de rendimentos por meio da deterioração dos preços dos produtos agrícolas diante dos produtos industriais. Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 8/11 Ademais, o desenvolvimento do capitalismo no Brasil, em sua di�culdade de gerar, além da renda da terra, o lucro para certos produtos agrícolas (especialmente os gêneros alimentícios de primeira necessidade) tem que recriar no campo o pequeno estabelecimento camponês, portanto relações de produção que, embora apareçam na base da economia capitalista, não são capitalistas. O novo camponês, portanto, deixa de ser um mero personagem, para ser um sujeito social que ganha novas determinações gerando novas ambiguidades e contradições, o que lhe confere novos papéis políticos. O NOVO SENTIDO DA REFORMA AGRÁRIA Esta nova concepção implica um redimensionamento do campesinato enquanto sujeito político. A luta pela terra deixa de ser mera reivindicação de acesso à propriedade e parcelamento do solo para exigir uma reordenação geral do sistema e das estruturas do poder, em aliança com os trabalhadores urbanos, em torno da bandeira da reforma agrária. Nas palavras de Graziano da Silva, (1980. p. 67) (...) também a antiga bandeira de luta — a reforma agrária - ganha uma nova dimensão. Deixa de ser uma simples reivindicação de acesso à terra, para ser fundamentalmente uma luta por novo sistema de organização social e econômica da produção agrícola. O Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 9/11 inimigo já não é apenas o latifúndio, mas também o grande monopolista e seus aliados, de modo geral. A reforma agrária passa a ser vista não como uma reforma para o fortalecimento do sistema capitalista, mas como o primeiro passo que pode levar a sua própria superação. Para enfrentar o quadro de exploração, miséria e dependência dos trabalhadores rurais em relação à grande propriedade capitalista, logo após a sua fundação, a Central Única dos Trabalhadores formulou o seu projeto alternativo para a questão do campo no Brasil. A�rma, em seu jornal, os princípios gerais de reforma agrária que pretende: A reforma agrária é um conjunto de medidas voltadas para a modi�cação radical das relações de produção no campo, que envolveria não só a distribuição de terras. Teria, além disso, que eliminar as reformas de exploração do trabalhador do campo. Isto signi�ca concretamente, modi�car as relações de trabalho e o direito à propriedade, de modo a que só tenha o direito à terra, aquele que puder trabalhá-la, viver nela, necessitar para a sua sobre trabalhovivência (...) A reforma agrária, portanto, não, é fundamentalmente uma questão técnica, mas uma questão política. Isto porque, alterar estas relações no campo, exige-se que se tenha um poder político capaz de realizá-las... A reforma agrária dos trabalhadores, só poderá ter seu conteúdo realizado plenamente, com a transformação da sociedade, quando os trabalhadores assumirem o Poder. Jornal da CUT (dez/1984). Mesmo respeitando essa concepção, fazemos nossa a ressalva de Eric R. Wolf (1976), em Sociedades Camponesas, quando a�rma que a reforma agrária e os esquemas voltados à melhoria da parcela do agricultor na terra com frequência surtiram efeito contrário ao desejado pelos revolucionários. Para o autor, a reforma agrária não é a solução para todos os problemas. Ela deve ocorrer em paralelo a projetos de industrialização e outras medidas de retirada de pessoas da terra. Fe ed ba ck 19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 10/11 A reforma agrária pretendida deve vir acompanhada de alterações em toda a sociedade, sendo uma questão técnica e eminentemente política. Não é uma palavra de ordem vazia, antes sintetiza as aspirações dos trabalhadores da cidade e do campo, rumo à efetiva democratização da formação social brasileira. Atenção Os Caminhos acima podem não abordar todos os conteúdos cobrados na Lista de Exercícios.Busque materiais estudados durante o curso e outros conteúdos na web. Use todos os recursos que tiver para evoluir em Filoso�a/ Sociologia. Clique aqui para ver suas Conquistas PESQUISA DESAFIO NOTA MÁXIMA PESQUISA (/survey_piles/2596325/do_survey) 0 5 2 0 0 MEUS PONTOS ACUMULADOS Pontos de 2021.2 Veja abaixo o seu desempenho em relação a outros participantes. Mais informações (/study_piles/4058812/user_ranking?locale=pt- BR&name_metric=Pontos) % PROFICIÊNCIA Fe ed ba ck https://www.desafionotamaxima.com.br/survey_piles/2596325/do_survey https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/4058812/user_ranking?locale=pt-BR&name_metric=Pontos19/11/2021 21:43 Estudo Relevante https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/92923362/get_study 11/11 27.89% Veja abaixo o seu desempenho em relação a outros participantes. Mais informações (/study_piles/4058812/user_ranking?locale=pt- BR&name_metric=Pro�ci%C3%AAncia) Tempo de Estudo: 564 min. Tempo médio por questão: 1.61 min. TEMPO DE USO https://www.desafionotamaxima.com.br/study_piles/4058812/user_ranking?locale=pt-BR&name_metric=Profici%C3%AAncia
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