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Direito Empresarial I

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Teoria geral do Direito Empresarial. Atividade empresarial. Conceito de empresa.
Compreender as bases do direito empresarial, e os conceitos de atividade empresarial e de empresa aplicáveis ao ordenamento jurídico brasileiro.
Teoria Geral do Direito Empresarial
O Direito Empresarial é o ramo do Direito que se volta às questões inerentes aos empresários e às empresas, ou seja, à forma como é estruturada a produção e negociação de bens e serviços que todos, na atual sociedade capitalista, precisam para viver.
Menos abrangente, as expressões sinônimas "Direito Comercial" ou "Direito Mercantil", se consolidaram na Idade Média, devido ao desenvolvimento da atividade mercantil, e tratava de regular as relações entre os comerciantes da época. Historiadores encontram normas de direito comercial no código de Manu, na Índia, e também no Código de Hamurabi, elaborado há mais de dois mil anos.
O Direito Empresarial mostra-se mais abrangente que aquele, por conta do alcance de todo o exercício profissional relacionado à atividade econômica organizada com fins de se produzir e fazer circular bens e serviços.
Como fontes do Direito Empresarial, ou seja, o modo pelo qual surgem as respectivas normas jurídicas, pode-se mencionar as leis comerciais, como as seguintes: o Código Comercial de 1850, e leis esparsas, como a relativa às sociedades anônimas (Lei nº 6.404/76), à falência e Recuperação Judicial ( Lei nº 11.101/2005), à letras de cambio e notas promissórias (Decreto Lei nº 57.663/1966) à duplicatas (Lei nº 5.474/1968), e propriedade Industrial (Lei nº 9.279/1996), além de leis civis (Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro), usos e costumes comerciais, jurisprudências, analogia e princípios gerais de direito.
Há duas teorias principais que serviram como base para o atual Direito Empresarial. A primeira delas é a Teoria dos Atos do Comércio,  que teve início na França, no início do século XIX, e resultou na elaboração do Código Comercial francês, dispunha de regras relacionadas aos indivíduos que possuíam a intenção de comprar para revender, ou seja, os comerciantes que praticavam com habitualidade e profissionalismo os atos de comercio, que também era denominado "mercancia".
Tal teoria foi utilizada para embasar o Código Comercial Brasileiro de 1850 (Lei nº 556/1850), que foi a principal norma sobre Direito Comercial da época, e que ainda possui disposições em vigor.
A segunda teoria, a Teoria da Empresa, que encontra sua origem na Itália, em meados do século XX, veio para suprir as lacunas deixadas pela primeira, no sentido de acompanhar o desenvolvimento de novas atividades econômicas, englobando qualquer atividade de fins econômicos organizada para a produção e circulação de bens e serviços.
Assim, a teoria dos atos do comércio, voltada mais para a compra e revenda de produtos, foi aprimorada pela Teoria da Empresa, que é a utilizada pelo Código Civil de 2002, que revogou parcialmente o Código Comercial de 1850, definiu, em seu artigo 966, caput, o conceito de empresário. 
 
Sou empresário porque desenvolvo, com profissionalismo, atividades econômicas organizadas de produção e circulação de bens e serviços. Assim, se eu sou o exercente profissional de uma atividade econômica organizada.
Fonte: Fabio Ulhoa Coelho - Manual de Direito Comercial 2012, p. 32)
PARA MELHOR COMPREENSÃO DO CONCEITO DE EMPRESA E EMPRESÁRIO, ACESSE O ARTIGO
"O Direito no Novo Código Civil"
Atividade Empresarial e Conceito de Empresa
Por meio da análise do artigo 966, caput do Código Civil, nota-se que o empresário deve exercer atividade econômica de forma profissional, ou seja, de forma habitual, e não esporádica. Assim, se eventualmente produzir e fazer circular certa mercadoria ou desenvolver determinado serviço não será enquadrado como empresário.
Ainda sobre o aspecto profissional, destacam-se a pessoalidade no sentido de que o empresário deve contratar empregados para realizar o serviço, no sentido de que o empregado, contratado pelo empresário, ao produzir certos bens ou serviços, o faz não em nome próprio, mas do empregador. Isso explica o porquê o funcionário de uma empresa não é chamado empresário.
Desta forma, o empresário também deverá deter o monopólio das informações sobre os bens e serviços por ele ofertados, de forma que tenha ciência, por exemplo, de todo os riscos, eventuais defeitos de fabricação, qualidade e riscos decorrentes da sua atividade.
Assim, extrai-se o conceito de "atividade econômica" ou "atividade empresarial", tendo em vista ser ela considerada como produção ou circulação de bens ou serviços de forma que se busca gerar lucro pelo empresário que a explora. Contudo, importante destacar que em alguns casos, como o de religiosos que prestam serviços educacionais em uma universidade, não buscam o lucro como fim, mas como meio, como instrumento, para que seja viabilizada sua atividade.
Nesse sentido, muito embora não haja um conceito defido em lei, extrai-se o conceito de empresa, visto como a atividade econômica voltada para a produção ou circulação de bens e serviços. Excetuam-se, aí, as atividades intelectuais, de natureza científica, literária ou artística (art. 966, parágrafo único, Código Civil), ou seja, os indivíduos que desenvolvem essas atividades, não são considerados empresários e não desenvolvem atividades empresariais.
Obrigações empresariais - Capacidade empresarial, Registro Público de Empresas, Desconsideração da personalidade jurídica
Identificar as obrigações comuns aos empresários, bem como quem são as pessoas capacitadas à exercer a atividade empresarial. Compreender o funcionamento do registro público de empresas e o instituto da desconsideração da personalidade jurídica.
NESTE TÓPICO
NESTE TÓPICO
 Obrigações Empresariais e Registro Empresarial
 Registro
 Escrituração dos livros obrigatórios
 Realização de levantamento anual dos balanços patrimoniais e resultados
 Consequências da falta de cumprimentos das obrigações
 Capacidade Empresarial 
 Desconsideração da Personalidade Jurídica
 Referências
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tópico
AUTOR(A)
PROF. RODOLPHO PINTO DE ANDRADE
   
  
Obrigações Empresariais e Registro Empresarial
A todos os empresários, ou seja, àqueles que exercem a atividade empresarial, são impostas algumas obrigações em comum, são elas:
1. efetuar o registro de sua empresa antes do início das suas atividades (artigo 967 do Código Civil;
2. realizar a escrituração, regularmente, dos livros obrigatórios (art. 1.179, caput, 1ª parte; e art. 1180, caput, ambos do Código Civil);
3. realizar o levantamento anual dos balanços patrimoniais e resultados econômicos (art. 1179, caput, 2ª parte, do Código Civil).
O registro do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis, conforme mencionado artigo 967 do Código Civil, é obrigatória. O Registro Público de Empresas está regulado pela Lei nº 8.934/1994, e é exercido em todo o território nacional, pelo Sistema de Registro de Empresas Mercantis (SINREM), cujo Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, é seu órgão central; e no âmbito estadual, pelas respectivas Juntas Comerciais.
No caso do SINREM, dentre suas obrigações destacam-se a orientação e fiscalização das Juntas Comerciais e organização do banco de dados das empresas registradas. Por outro lado, às Juntas Comerciais, caberá, além de outras atribuições, a execução e o efetivo registro das empresas.
Registro
O efetivo registro dos empresários podem ser divididos em três atos de registro (Artigo 32 da Lei nº 8.934/1994):
· a matrícula e o seu cancelamento;
· o arquivamento;
· a autenticação,
A matrícula e o seu respectivo cancelamento, é voltada aos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais (artigo 32, I, Lei nº 8.934/1994).
Já o arquivamento, de acordo com o artigo 32, II, da Lei nº 8.934/1994, diz respeito aos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de empresários individuais, ou seja, os que exercem a atividade empresarial como pessoas físicas, às sociedades empresariais,e cooperativas e demais documentos relacionados ao exercício da prática empresarial.
A autenticação está ligada ao registro dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do próprio comércio.
Escrituração dos livros obrigatórios
A segunda obrigação comum a todos os empresários é a escrituração de livros obrigatórios. No brasil, há somente um livro obrigatório, o livro ?Diário?, de acordo com o artigo 1180 do Código Civil, o restante dos livros são facultativos.
Entretanto, há livros também são obrigatórios, mas são específicos à determinadas classes de empresários, entre eles o livro ?Registro de Duplicatas? em que sua escrituração se torna obrigatória a empresários que emitem tais títulos de crédito (artigo 19, Lei 5474/68); o Livro ?Entrada e Saída de Mercadorias?, pelos empresários que explora a atividade de Armazém-geral (Decreto nº 1102/1903); e livros relacionados à atividade das sociedades anônimas, como os Livros de ?Registro de Ações Nominativas?, e ?Transferências de Ações Nominativas? (artigo 100 Lei nº 6404).
Há outros livros obrigatórios que são específicos a determinados tipos de empresários, tais quais os que exploram as atividades de leiloeiros, corretores navais, e outros comerciantes e empresários.  
Realização de levantamento anual dos balanços patrimoniais e resultados
A terceira e última obrigação comum a todos os empresários é a de realizar o levantamento anual dos balanços patrimoniais e resultados econômicos. O levantamento dos balanços patrimoniais demonstra todo o ativo e passivo da empresa, ou seja, todos os seus bens, incluindo créditos e débitos. Já o balanço de resultados econômicos demonstram os lucros e perdas que a empresa obteve durante determinado período.
Ressalta-se que o artigo 178 da Lei nº 11.101/2005, dispõe que configura crime falimentar a inexistência de entre outros, os balanços patrimoniais e de resultados.
Consequências da falta de cumprimentos das obrigações
Necessário se faz analisar as consequências do descumprimento das três obrigações comuns a todos os empresários.
Ao empresário que deixa de promover o registro no órgão competente, encontra-se irregular em seu registro. Aquele não deixa de ser empresário, contudo, deixa de usufruir de direitos inerentes ao registro. No caso de empresário individual, este não terá legitimidade ativa para requerer falência de outro empresário (Art. 97, § 1º, da Lei nº 11.101/2005), muito embora possa pedir sua própria falência (autofalência); também não possuirá legitimidade ativa para pedir recuperação judicial (artigo 51, V, Lei nº 11.101/2005); não poderá ter seus livros autenticados no respectivo órgão de registro de empresa (artigo 1181, Código Civil); impossibilidade de participar de licitações nas modalidades de concorrência pública e tomada de preço (Lei nº 8666/93, artigo 28, II e III); impossibilidade de inscrição em Cadastros Fiscais (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ - Cadastro de Contribuintes Mobiliários - CCM - entre outros); e ausência de matrícula junto ao INSS.
No caso das sociedades empresariais com o registro irregular, além das consequências já mencionadas, haverá ainda a responsabilidade entre os seus sócios, que será solidária e ilimitada (artigo 990, Código Civil); e também a proibição de contratar com o Poder Público (artigo 195, § 3º, da Constituição Federal).
Por fim, o empresário que deixar de realizar a escrituração dos livros obrigatórios perceberá consequências na esfera penal, como já mencionado, configura crime falimentar (artigo 178 da Lei 11.101), hipótese esta em que se enquadram também os empresários que não realizam o levantamento de balanços patrimoniais e de resultados econômicos. Na esfera civil, de acordo com os artigos 226 do Código Civil, e 417 do Código de Processo Civil constituem provam contra seu autor se escriturados irregularmente.
As obrigações comuns a todos os empresários são: a) efetuar o registro de sua empresa antes do início das suas atividades; b) realizar a escrituração, regularmente, dos livros obrigatórios; c) realizar o levantamento anual dos balanços patrimoniais e resultados econômicos.
Fonte: Fabio Ulhoa Coelho, Manual de Direito Comercial, 2012, Saraiva
Capacidade Empresarial 
Poderão ser empresários as pessoas naturais que forem, no âmbito civil, plenamente capazes e que não forem impedidos de realizar a atividade empresarial (artigo 972 do Código Civil).
Contudo, os absolutamente incapazes, se devidamente representados, e os relativamente incapazes, se devidamente assistidos, poderão ser empresários, desde que (artigo 974 do Código Civil):
1. haja autorização judicial; 
2. se trate de empresa que constituíam quando eram capazes;
3. se trate de empresa de seus pais; 
4. se trate de empresa que foi transmitida por herança.
Seguem alguns sujeitos que estão impedidos de serem empresários:
1. Os falidos, enquanto não reabilitados e apartir da decretação de falência até a sentença que extingue suas obrigações (artigos 102 e art. 181, I, da Lei n° 11.101/2005);
2. Os militares ativos (artigo 29 da Lei n° 6.880/1980);
3. Os magistrados (artigo 36, I e II, da Lei Complementar 35/1979) e membros do Ministério Público (artigo 44, III, da Lei n° 8.625/1993);
4. Indivíduos condenados pela prática de crime cuja pena vede o acesso à atividade empresarial (art. 35, II, da Lei n° 8.112/1990);
5. Os leiloeiros (art. 36 do Decreto 21.981/1932);
6. Os funcionários públicos civis da União (art. 117, X, da Lei n° 8.112/1990);
7. Os estrangeiros ou sociedades não sediadas no Brasil ou não constituídas segundo nossas leis ou que dependam de autorização (arts. 1.123 a 1.141 do CC);
8. Os devedores do INSS (art. 95, § 2°, d, da Lei n° 8.212/1991);
9. Aqueles em desempenho de função pública ( art. 54, II, a, CF);
Contudo, se mesmo assim tais pessoas exercerem a atividade empresarial, os atos não serão nulos, contudo, o infrator estará sujeito a responder pelas obrigações contraídas, conforme o artigo 973 do Código Civil.
Entretanto, tais pessoas, via de regra, estão impedidas de serem empresárias, mas ainda poderão ser sócias de uma sociedade empresária. Salvo nos casos em que a proibição de constituírem sociedade empresária estiver disposta em lei, como é o caso dos membros do Ministério Público (artigo 44, inciso III, da Lei 8625/1993).
Desconsideração da Personalidade Jurídica
Partindo-se do princípio que a empresa, ou seja, a figura da pessoa jurídica, não se confunde com a pessoa ou as pessoas naturais que a compõem, o instituto civilista da personificação das pessoas jurídicas gera algumas consequências  tais como a titularidade negocial no sentido de que a pessoa jurídica, ao realizar negócio jurídico, o faz por conta própria, sendo ela mesma parte do negócio jurídico, e não o eventual sócio que a representou.
Por conseguinte, a pessoa jurídica também poderá demandar e ser demandada em juízo, ou seja, tem capacidade de ser parte empresarial. Nessa esteira, também assumirá responsabilidade patrimonial, já que seu patrimônio será próprio, diferenciado, distinto do patrimônio dos seus sócios.
Assim, partindo-se do principio que a personalidade jurídica assumida pela empresa a distingue da personalidade de seus eventuais sócios, há de se mencionar que em determinadas situações são aplicáveis as regras de desconsideração da personalidade jurídica.
O instituto da desconsideração da personalidade jurídica, como o nome já diz, visa desconsiderar o fato de que a empresa tem uma personalidade própria para que se atinja, também, o patrimônio das pessoas naturais que a compõem.
 O principal regramento sobre o tema está disposto no artigo 50 do Código Civil, que prescreve que a personalidade jurídica será desconsiderada no caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizada pelo desvio de finalidade e confusão patrimonial, para que determinadas obrigações assumidas pela pessoa jurídica sejam estendidas aos seus administradores ou sócios.
Por fim, há outras normas em que podem ser observadas possibilidades de desconsideraçãode personalidade jurídica, como, por exemplo, o artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor, artigo 34 da Lei nº 12.529/2011, artigo 4º da Lei nº 9605/1998, e artigo 135 do Código Tributário Nacional.
A APLICAÇÃO DA TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA À LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO THE APPLICATION OF THE INVERSE THEORY OF THE DISREGARD DOCTRINE IN LIGHT OF THE BRAZILIAN LEGAL SYSTEM FELIPE PALHARES Especialista em Direito Empresarial pela Fundação Getulio Vargas – FGV/SP. Pós-graduando em Direito Societário pelo Instituto de Ensino e Pesquisa – Insper. Advogado. felipepalhares@gmail.com Recebido em: 04.09.2014 Aprovado em: 02.02.2015 ÁREA DO DIREITO: Civil; Comercial/Empresarial RESUMO: A desconsideração inversa da personalidade jurídica é uma forma de impedir a utilização da pessoa jurídica como artifício para a prática de atos ilícitos e fraudulentos, em prejuízo ao direito de terceiros, especialmente quando a pessoa natural transfere todos os seus bens pessoais para o patrimônio de sociedade empresária da qual é sócio, geralmente controlador, escondendo seus bens e frustrando eventual cobrança por dívidas e obrigações assumidas, sem qualquer relação com a sociedade. Este trabalho tem por escopo identificar se a desconsideração inversa é aplicada com fundamento em critérios objetivos e delimitados, dispostos expressamente no ordenamento jurídico, ou se é fixada com base no subjetivismo jurídico do magistrado, sem atenção a quaisquer requisitos específicos. PALAVRAS-CHAVE: Desconsideração inversa da personalidade jurídica – Disregard doctrine – Desvio de finalidade – Confusão patrimonial – Quebra da autonomia patrimonial. ABSTRACT: The inverse disregard of the legal entity is a form of preventing the use of the legal entity as a maneuver to practice fraudulent and illegal acts, detrimental to the rights of third parties, especially when the individual transfers all his assets to the estate of the company of which he is a partner, generally the controller, hiding his assets and frustrating any charge of debts and obligations assumed, that doesn’t have any relation with the company. This paper has the purpose of identifying if the inverse disregard is applied on the basis of objective and delimited criteria, expressly set forth in the legal system, or if it is applied on the basis of the magistrate’s subjectivity, disrespecting any specific requirements. KEYWORDS: Inverse disregard of the legal entity – Disregard doctrine – Corporate veil – Limited liability – Asset segregation. RDCC_3.indb 55 18/03/2015 21:55:02 56 REVISTA DE DIREITO CIVIL CONTEMPORÂNEO 2015 • RDCC 3 PALHARES, Felipe. A aplicação da teoria da desconsideração inversa da personalidade jurídica à luz do ordenamento jurídico brasileiro. Revista de Direito Civil Contemporâneo. n. 2. v. 3. p. 55-80. São Paulo: Ed. RT, abr.-jun. 2015. SUMÁRIO: 1. Introdução – 2. A ficção da pessoa jurídica – 3. A limitação da responsabilidade civil – 4. A disregard doctrine: 4.1 Conceito e diferenciação entre a desconsideração prevista no CDC e no Código Civil – 5. A desconsideração da personalidade jurídica: 5.1 Aspectos controvertidos; 5.2 Aplicação atual da teoria – 6. Conclusão. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende abordar um problema específico quanto à aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, em sua forma inversa, no atual cenário jurídico brasileiro. Cuida-se de tema de grande relevância, principalmente nos tempos atuais, com a crescente aplicação generalizada e irrestrita da disregard doctrine por parte do Poder Judiciário, trazendo grande insegurança quanto à continuidade e ao desenvolvimento da atividade empresarial. O problema no qual o trabalho se debruçará, de modo mais incisivo, diz respeito à utilização, ou não, de critérios definidos e específicos para o pronunciamento judicial da desconsideração inversa da personalidade jurídica. Em outras linhas, a pergunta que se deseja responder é: existem critérios e parâmetros objetivos para serem aferidos nos casos de desconsideração inversa da personalidade jurídica, ou a decisão proferida pelo Poder Judiciário é baseada exclusivamente no subjetivismo jurídico do julgador? Com efeito, a teoria da desconsideração da personalidade jurídica vem sendo amplamente aplicada pelos tribunais pátrios, muitas vezes sem qualquer preocupação ao rigor legal instituído no ordenamento jurídico brasileiro. De fato, a disregard doctrine foi introduzida no Brasil por Rubens Requião, no clássico artigo intitulado Abuso de direito e fraude através da personalidade jurídica, surgindo em nosso ordenamento, paulatinamente, a partir de 1990, com previsões expressas no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), na Lei de Defesa da Concorrência (Lei 8.884/1994), na Lei do Meio Ambiente (Lei 9.605/1998), no Dec.-lei 2.953/1999 e na Lei 9.847/1999. Firmando de vez a recepção do ordenamento jurídico pátrio acerca da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, o Código Civil de 2002 (Lei 10.406/2002) trouxe explicitamente, em seu art. 50, a possibilidade de se ultrapassar a personalidade jurídica da sociedade empresária, alterando e extrapolando a limitação de responsabilidade dos sócios e administradores, em casos de abuso da personalidade jurídica, caracterizados pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial.
Estabelecimento - Ponto Empresarial, Ação Renovatória e Alienação do Estabelecimento Comercial
Distinguir e identificar os conceitos sobre estabelecimento e ponto empresariais. Atrelar tais conceitos com a ação renovatória de contrato de locação comercial e identificar regras sobre a alienação do estabelecimento empresarial.
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 Estabelecimento Empresarial
 Ponto Empresarial
 Ação Renovatória
  
 Alienação do Estabelecimento Comercial e Contrato de Trespasse 
 Referências
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AUTOR(A)
PROF. RODOLPHO PINTO DE ANDRADE
   
  
Estabelecimento Empresarial
O Estabelecimento Empresarial vem definido no artigo 1142 do Código Civil, como sendo: "todo complexo de bens organizado, para o exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária". 
Assim, o estabelecimento pode ser considerado o instrumento pelo qual o empresário se utiliza para o desenvolvimento de sua atividade, ou seja, é a base física, ou como em alguns casos, virtual, onde normalmente os clientes do empresário se encaminham para que realizem negócios com o empresário.
Desta forma pode-se afirmar que o estabelecimento comercial é formado por bens corpóreos ou materiais, tais como máquinas, equipamentos, mercadorias, imóveis e veículos; e bens incorpóreos ou imateriais, tais como as marcas, as patentes, os desenhos industriais, e demais direitos.
Ponto Empresarial
Inerente ao estabelecimento empresarial, é a figura do ponto empresarial, que representa o local físico onde o estabelecimento se encontra, e que é vinculado à atividade desenvolvida pela empresário. O ponto empresarial é do empresário, o que não significa, necessariamente, que este é o proprietário do imóvel.
Logo, quando se vê um anúncio sobre a venda do ponto, não significa dizer que se pretende vender o imóvel, mas sim tudo o que ele representa, ou seja, o local físico atrelado à atividade empresarial alí desenvolvida, onde o empresário expõe sua atividade ao público.
Assim, se o empresário é proprietário do imóvel em que se encontra o ponto empresarial, a ele se aplicará as normas relativas à propriedade imobiliária inerentes ao direito civil. Contudo, se não for proprietário, mas locador do imóvel, deverá ter celebrado contrato de locação não residencial, conforme detalhada no artigo 51 da Lei nº 8245/91 (Lei de Locações).
 
Ação Renovatória
No intuito de se proteger o ponto empresarial, o legislador criou a figura da ação renovatória, que pode ser traduzida como a ação judicial que visa realizar a renovação obrigatória do contrato de locação não residencial. Assim, cumpridos os requisitos estipulados na referida lei de locações (artigo 51 da Lei 8245/91), olocatário, no caso o empresário, poderá requerer a renovação compulsória do contrato de locação do imóvel em que o estabelecimento empresarial se encontra.
A referida lei estabelece os seguintes requisitos para que seja pleiteada a renovação compulsória do contrato de locação não comercial:
· que o contrato tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
· que o prazo mínimo do contrato de locação ou a soma de todos os anteriores seja de no mínimo 5 (cinco) anos;
· que o locatário explore o mesmo ramo de atividade empresarial há no mínimo três anos de forma ininterrupta.
Preenchidos todos os requisitos, o locatário terá um prazo entre 1 (um) ano no máximo, e 6 (seis) meses, no mínimo, do fim do prazo de  duração do contrato para que seja ajuizada a ação renovatória.
Ou seja, em um contrato de locação com prazo de 5 (cinco) anos, o empresário deverá ajuizar a ação no prazo de 6 (seis) meses, a contar do início do 4º (quarto) ano de vigência do contrato.
Como alegações de defesa que podem ser utilizadas pelo proprietário do imóvel estão:
1. o não preenchimento dos requisitos impostos por lei;
2. a insuficiência de valor de locação apresentada pelo locatário (artigo 72, inciso II, Lei 8245/91);
3. o de recebimento, pelo locador, de proposta de locação de terceiro em melhores condições (artigo 72, inciso III, Lei 8245/91);
4. em caso de reforma do imóvel, por imposição do Poder Público (artigo 52, inciso I, Lei 8245/91);
5. uso próprio do imóvel desde que não seja no mesmo ramo de atividade que o locatário (artigo 52, inciso II, Lei 8245/91); e
6. na hipótese de transferência de estabelecimento empresarial existente há mais de um ano e que o cônjuge, ascendente ou descendente do locador sejam detentores da maioria do capital social (artigo 52, inciso II, Lei 8245/91).
Sendo a ação renovatória um direito garantido ao empresário para a proteção do ponto empresarial, há regras que dizem respeito à alienação do estabelecimento empresarial para que sejam resguardados os direitos não só os compradores, mas também os vendedores. É o que será abordado no próximo tópico.
 
SAIBA MAIS SOBRE LOCAÇÃO EMPRESARIAL E AÇÃO RENOVATÓRIA
Estude o item 9.14  - Locação comercial ou locação empresarial  - pág. 255 - da obra Manual de Direito Comercial -  Fabio Belotte Gomes - nos seguinte link: https://bv4.digitalpages.com.br/#/explorar/2680/direito-comercial
Alienação do Estabelecimento Comercial e Contrato de Trespasse 
O estabelecimento comercial/empresarial, compõe o ativo do empresário. Desta forma, constitui uma garantia aos credores. Das regras que dispõem sobre a alienação/venda do estabelecimento empresarial, pode-se mencionar, em primeiro lugar, a obrigatoriedade do seu arquivamento perante o Registro Público de Empresas e publicação pela imprensa oficial, nos termos do artigo 1144 do Código Civil.
Ademais, o legislador condicionou a alienação do estabelecimento empresarial à anuência dos credores no caso dos alienantes que não dispuserem de bens suficientes para a solvência de seu passivo, de acordo com o artigo 1145 do CC.
Se tais cautelas não forem observadas, os credores poderão realizar pedido de decretação de falência, (artigo 94, III, c, da Lei nº 11.101/2005), e se a falência for decretada, a alienação do estabelecimento será considerada ineficaz (artigo 129, inciso V, de Lei nº 11.101/2005).
Há de se mencionar, também, a responsabilidade do adquirente/comprador pelas obrigações assumidas antes da venda do estabelecimento, desde que contabilizados, bem como a responsabilidade solidária do alienante/vendedor pelo período de 1 (um) ano a contar da publicação da alienação em Imprensa Oficial, no caso dos débitos vencidos, e a contar da data do vencimento nos demais.
Assim, desde que devidamente contabilizados, o comprador  do estabelecimento empresarial será responsável pelos débitos anteriores à compra. Já o vendedor, será responsável, de forma solidária com o comprador, pelo período e condições mencionadas. 
Contudo, no contrato poderá ser pactuado que o alienante continuará sendo o responsável pelos débitos decorrentes do estabelecimento. Nesse caso, os credores ainda poderão demandar sobre o comprador e o vendedor, salvo se tenham renunciado a esse direito, cabendo ao comprador o direito de regresso contra o devedor.
Relavante mencionar a responsabilidade nos casos de débitos trabalhistas e tributários. No âmbito trabalhista, o comprador será responsável por todos os débitos trabalhistas, mesmo que sejam de período anterior à compra do estabelecimento. Somente na hipotese de fraude na transferência é que o vendedor será solidariamente responsabilizada (artigos 448 e 448-A da CLT - Decreto Lei nº 5452/1943).
 Já na esfera tributária, de acordo com o artigo 133 do Código Tributário Nacional, o comprador será subsidiariamente responsável se continuar desenvolvendo qualquer atividade empresarial, ou será solidariamente responsabilizado se deixar de desenvolver qualquer atividade no estabelecimento.
Por fim, relevante mencionar a regra de não-concorrência, em que, salvo se for estipulado de forma distinta em contrato, o alienante não poderá, pelo prazo de 5 (cinco) anos, fazer concorrência e atuar no mesmo ramo de atividade empresarial que o adquirente.
Sociedade não empresarial: Sociedades Simples
identificar as peculiaridades das sociedades não empresariais, mais especificamente as das sociedades simples, bem como distinguir tais sociedades das sociedades empresárias.
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Sociedades Simples 
A sociedade simples muito embora tenha personalidade jurídica, não é considerada sociedade empresária, pois não terá por objeto o exercício de atividade própria de empresário (art. 982 do Código Civil). Assim, conclui-se que as sociedades simples são voltadas para os indivíduos que não são empresários, ou seja, aqueles que desenvolvem profissões intelectuais, de cunho científico, literário ou artístico. (art. 966, parágrafo único, do Código Civil).
O contrato social é o ato constitutivo dessas sociedades, e deverá ser escrito, realizado por instrumento particular ou público e cumprir os demais requisitos estabelecidos em lei (art. 997 e incisos do Código Civil).
O contrato social deverá, no prazo máximo de 30 dias ser levado à registro no Registro Civil das pessoas Jurídicas do local onde fica sua sede, bem como todas as demais modificações e inclusões realizadas no referido contrato. Ressalta-se que as modificações relevantes, como valor do capital social, a participação dos sócios nos lucros e perdas, quotas de cada sócio no capital social e o modo de realiza-la, entre outras matérias dispostas em lei (art. 997 do Código Civil) deverão ser aprovadas por todos os sócios. As demais serão decididas pela maioria absoluta dos sócios.
Com relação às obrigações dos sócios observa-se que têm início com o contrato, mesmo que ainda não tenha sido levado a registro, e têm fim com a extinção das responsabilidades da sociedade após sua liquidação.
Havendo a cessão de parcial ou total da quota social, esta deverá ser aprovada por todos os sócios e modificada no contrato social, sob pena de ineficácia perante os demais sócios e à sociedade. Relevante mencionar que o sócio que ceder suas quotas será solidariamente responsável com o adquirente, perante a sociedade e perante terceiros, por até 2 (dois) anos depois de averbada a modificação do contrato social.
 O sócio de uma sociedade simples que contribua com serviços, deverá ter dedicação exclusiva, ou seja, deverá desenvolver atividade distinta da desenvolvida pela sociedade, salvo se o contrato social dispuser de forma contrária. O mesmo sócio que contribua com serviços participará dos lucros de acordo com a proporção média do valor de suas quotas, já o sócio que não é de serviço, participará na proporção de suas quotas sociais. De qualquer forma, todos os sócios deverão participar das perdas e dos lucros da sociedade, sob pena de nulidade de cláusulacontratual que assim dispor.
As deliberações da sociedade serão tomadas pela maioria dos votos dos sócios, estes sendo apurados de acordo com o valor de quotas de cada um. A figura do administrador da sociedade é revestida da obrigação de agir de maneira cuidadosa e diligente, e não deve ser necessariamente sócio. Por outro lado, se o contrato social nada dispuser, a administração recairá, separadamente, sobre cada um dos sócios.
Nesse sentido, se o administrador agir de maneira que deveria saber ou saiba que os demais sócios têm uma opinião diversa, e agir em desacordo com a maioria, será responsabilizado por perdas e danos. Ademais, o administrador possui a obrigação de prestar contas  anualmente a todos os sócios.
Assim, nota-se que o regramento sobre sociedades simples disposta no Código Civil ainda prevê a responsabilidade solidária de todos os sócios no caso de culpa no desempenho de suas funções, perante não só a sociedade, mas também perante terceiros.
Relevante mencionar que a regra é que a responsabilidade dos sócios é ilimitada, tendo em vista que os bens dos sócios serão responsabilizados subsidiariamente pelas dívidas contraídas pela sociedade. Assim, se os bens da sociedade não forem suficientes para cobrirem suas dívidas, o patrimônio dos sócios será atingido, na proporção de sua participação, ou até, se o contrato dispuser o contrário, todos os sócios responderão solidariamente.
Contudo, o art. 983 do Código Civil possibilita que a sociedade simples assuma a forma de limitada, fato este que não a torna sociedade empresária, mas tão somente limita a responsabilidade de cada sócio ao valor das suas quotas, desta forma o patrimônio pessoal dos sócios só será atingido nas hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica. Há também a possibilidade da sociedade simples admitir a forma em comandita simples, e em nome coletivo.
Inúmeras são as hipóteses de dissolução da sociedade simples, entre elas estão, por exemplo, a dissolução por consenso dos sócios, término do prazo de duração e falta de pluralidade de sócios (no artigo 1033 do Código Civil há rol completo).
Aprenda mais sobre as sociedades simples.
Independentemente da relevância prática das sociedades simples, precisamos estudá-las, pois suas regras são aplicadas subsidiariamente às sociedades empresárias regidas pelo Código Civil. Essas regras representam uma verdadeira teoria geral do Direito Societário, mas sempre a aplicação subsidiária, ou seja, quando não existir artigo específico tratando do mesmo tema e lembrando que essa teoria geral não se aplica às Sociedades por ações.
A sociedade simples, muito embora tenha personalidade jurídica não é considerada sociedade empresária, pois não terá por objeto o exercício da atividade própria de empresário. (art 982 do cc).
SUAS NORMAS SÃO APLICÁVEIS DE forma subsidiária às sociedades em nome coletivo (art 1040 do cc), comandita simples (art a cc), em conta de participação (art 966 do cc) e até mesmo às sociedades limitadas caso o respectivo contrato não eleger as leis das sociedades anônimas para tal. As sociedades simples são voltadas para os indivíduos que não são empresários, ou seja, aqueles que desenvolvem profissões intelectuais, de cunho científico, literário ou artístico. São exemplos sociedades de advogados e de médicos. O contrato social é o ato constitutivo dessas sociedades e deverá ser escrito realizado por instrumento particular ou público e cumprir os demais requisitos estabelecidos em lei. (art 997 e incisos do cc). O contrato social deverá, no prazo máximo de 30 dias ser levado a registro no registro civil de pessoas jurídicas do local onde fica a sua sede bem como todas as demias modificações e inclusões realizadas no referido contrato. Relevante mencionar que a regra é que a responsabilidade dos sócios é ilimitada, tendo em vista que os bens dos sócios serão responsabilizados subsidiariamente pelas dívidas contraídas em sociedade.
Assim se os bens da empresa não forem suficientes para sanar a divida, o patrimônio dos sócios será atingido, na proporção de sua participação ou até mesmo se assim o contrato dispuser, todos os sócios responderão solidariamente. 
Sociedades não personificadas: sociedade em comum e em conta de participação
Identificar as sociedades não personificadas descritas no ordenamento jurídico brasileiro e diferenciá-las das sociedades personificadas. Identificar algumas das regras relacionadas às sociedades em comum e das sociedades em conta de participação.
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Sociedades em comum
Sociedades não personificadas, como o próprio nome reflete, diz respeito às sociedades que não possuem personalidade jurídica.
As sociedades em comum, são aquelas que ainda não foram levadas à registro e se sujeitarão as regras dispostas nos artigos 986 a 990 do Código Civil, e de forma subsidiária, às normas de sociedades simples.
Importante mencionar que a sociedade em comum, não é sinônima de sociedade de fato ou sociedade irregular, muito embora todas se utilizem de mesmo regramento.
Nas sociedades simples, todos os sócios serão responsabilizados por obrigações decorrentes da sociedade de forma solidária e ilimitada, sendo que o sócio que contratou pela sociedade poderá ter seu patrimônio atingido de forma direta, ou seja, sem que o credor tenha que necessariamente obter o pagamento da obrigação em primeiro lugar com a sociedade, não havendo o benefício de ordem previsto no artigo 1024 do Código Civil.
Na sociedade em comum há um regramento que menciona a possibilidade de o terceiro provar, de qualquer forma, a existência da sociedade. Por outro lado, em se tratando de relações entre os sócios ou com terceiros, os sócios somente poderão provar a existência da sociedade de forma escrita. 
 
"(...) a sociedade em comum: não pode opor a sua irregularidade, quando demandada (art. 75, § 2º, do CPC/2015); pode sofrer falência, já que para sofrer a falência o requisito essencial é o exercício da atividade empresarial e não o registro (art. 1º da Lei 11.101/2005); não pode requerer a falência de seu devedor, já que para isso o registro é indispensável (art. 97 da Lei 11.101/2005); não pode requerer a recuperação de empresas (art. 48 e 161 da Lei 11.101/2005); não tem proteção ao nome empresarial (art. 33 da Lei 8.934/1994). Lembrando que o nome empresarial é o termo registrado na Junta, portanto se não houver registro, não existe proteção ao nome empresarial."
(Curso de Direito Empresarial - Edição 2018 Autor:Elisabete Vido Editor:Thomson Reuters Brasil 8. SOCIEDADES https://proview.thomsonreuters.com/launchapp/title/rt/monografias/77943206/v6/document/152012962/anchor/a-152012962)
Fixe o conceito de sociedades despersonificadas e saiba quais são
SAIBA MAIS SOBRE AS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
Por meio do estudo do seguinte artigo: SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS NO CÓDIGO CIVIL, Revista de Direito Privado | vol. 25/2006 | p. 59 - 72 | Jan - Mar / 2006, Doutrinas Essenciais de Direito Empresarial | vol. 1 | p. 449 - 464 | Dez / 2010 | DTR\2006\83
Sociedade em conta de participação
A sociedade em conta de participação é regida pelos artigos 991 a 996 do Código Civil, e possui características próprias. O principal deles é que o seu contrato social, ou seja, o seu ato constitutivo, não deverá ser registrado em nenhum órgão público. E muito embora possa ser levado a registro, tal fato não conferirá personalidade jurídica à sociedade. Assim, o contrato social produzirá efeitos tão somente entre os sócios.
Há dois tipos de sócios nessa sociedade, o sócio participante e o sócio ostensivo.
O sócio ostensivo será o que realizará a atividade empresarial, ou seja, o que realizará o objeto social da sociedade assumirá obrigações, sendo exclusivamente responsabilizado perante terceiros. Assim, se ocorrer a decretação de falência do sócio ostensivo, a sociedade será dissolvida e liquidada
Já os sócios participantes,não realizarão o objeto social, não podendo contratar perante terceiros e não se responsabilizando perante terceiros. Assim, há a figura da constituição de um patrimônio especial (artigo 994, caput, § 1º, Código Civil), que produzirá efeitos somente entre os sócios.
Muito embora seja uma sociedade sem personalidade jurídica, há a obrigatoriedade, imposta pela Receita Federal, de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, para fins tributários (Instrução Normativa RFB Nº 1863, de 27 de dezembro de 2018).
Por fim, de forma subsidiária, serão aplicadas, às sociedades em conta de participação, as regras relacionadas às sociedades simples.
(...) na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, sendo que os demais sócios, designados participantes ou capitalistas, ingressam com o capital social necessário à realização, pelo sócio ostensivo, das atividades que constituem o objeto social, e participam apenas dos resultados positivos, na proporção de suas quotas sociais."
Classificação econômica de empresas. Empresário individual, EIRELI e MEI.
Compreender a classificação econômica das empresas e relacioná-la à classificação jurídica do empresário. Identificar as principais características e distinções entre as figuras do empresário individual, Eireli e Mei.
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 Classificação Econômica de Empresas
 Empresário Individual
 MEI
 EIRELI
 Sobre as caracteristicas da Eireli, acompanhe a seguinte lição:
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Classificação Econômica de Empresas
Por classificação econômica de empresas, podemos afirmar são aspectos identificam e dividem as atividades empresariais em determinados setores em uma sociedades. Basicamente, podemos dividi-las em três setores:
1. Setor Primário: compreendendo o setor básico como agricultura, a pecuária, e extração de recursos naturais;
2. Setor Secundário: englobando as industrias que atuam na transformação de bens e recursos
3. Setor Terciário: que abrange os mais diversos serviços, tais como o comércio, transporte, ensino, comunicação, entre outros.
Com relação à finalidade das empresas, pode-se ainda classificá-la como:
· Empresas extrativistas, que extraem recursos da natureza;
· Empresas agropecuárias, destinadas ao cultivo de produtos agrícolas e animais;
· Empresas industriais, que transformam os bens;
· Empresas comerciais e de serviços, que realizam compra e venda de mercadorias e realizam a prestação de serviços.
Neste sentido, compreendendo tal classificação, os conceitos de empresa, atividade empresarial e a classificação jurídica ficam mais cristalinos.
Pode-se afirmar que a palavra "empresário" é gênero, sendo que o empresário individual, a empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli) e as sociedades empresárias são espécies.
Empresário Individual
Por empresário individual, temos que é aquele que desenvolve suas atividades de forma independente, isolada. O Direito Brasileiro confere a este tipo de empresário uma série de direitos, como por exemplo, à inscrição no órgão competente (no caso, Junta Comercial), à possibilidade de se submeter aos processos e requerer recuperação judicial e falência, utilizar seus livros como prova em processo judicial e a proteção do seu nome empresarial.
O patrimônio do empresário individual destinado ao desenvolvimento de sua atividade empresarial não é separado do seu patrimônio pessoal, ou seja, a responsabilidade do empresário, nesse caso, é ilimitada.
Poderão ser empresários individuais as pessoas que forem plenamente capazes e não forem impedidos para tal. Importante mencionar que o incapaz se representado ou assistido poderá continuar a empresa que era dele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
MEI
A figura do Microempreendedor Individual, ou "MEI", não se trata de uma nova espécie de empresário, mas uma forma simplificada de empresa quando se leva em consideração aspectos burocráticos, tributários e contábeis. Em suma, é mais simples e mais barato para o empresário constituir e manter uma atividade empresária pelo enquadramento como Microempreendedor Individual
Desta forma, o MEI é uma modalidade de Microempresa (conforme disposto na LC 123/2006), e como benefícios podem ser mencionados: (i) facilidade na abertura e na respectiva baixa, já que o procedimento é feito de forma gratuita e eletrônica; (ii) baixa carga tributária; (iii) cobertura previdenciária  não só para si, mas também para a sua família; e (iv) possibilidade de admissão de até 1 (um) funcionário por um custo menor.
 
 
EIRELI
A figura da empresa individual de responsabilidade limitada, trazida no Código Civil (art. 44, VI), possibilita à pessoa natural, de forma individual, possuir um novo atributo, no sentido de limitar a responsabilidade do capital destinado à atividade empresarial, e a ela são aplicadas, no que couber, as regras relacionadas à sociedade limitada.
Assim, pode-se dizer que a Eireli é um instituto criado por lei que se assemelha às sociedades de responsabilidade limitada, mas que são constituídas somente por uma pessoa.
Desta forma, somente o patrimônio da empresa será destinado a quitar as dívidas assumidas por ela, não se confundindo, com o patrimônio da pessoa que a constituiu, salvo comente nos casos de fraude (parágrafo 7º, art. 980-A, Código Civil).
Para que seja constituída, o empresário deverá destinar um capital social no valor mínimo de 100 (cem) vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país, e o empresário que assim a constituir, poderá integrar somente uma única Eireli.
 
A Eireli não pode ser confundida com o empresário individual. Trata-se, como claramente definiu a lei, de uma pessoa jurídica (CC, art. 44, VI). Na verdade, em vista do emprego, pela lei, de conceitos exclusivos do direito societário, na disciplina da Eireli ? como ?capital social?, ?quotas? e ?modalidade societária? ?, além da subsidiariedade das normas da sociedade limitada, a conclusão mais consistente é a de que ela se classifica como uma espécie de sociedade. O instituto é, portanto, o nome juris dado, no Brasil, à sociedade limitada unipessoal (Cap. 27, item 7).
(Curso de Direito Comercial - Volume 1 - Ed. 2019 Autor:Fábio Ulhoa Coelho Editor:Revista dos Tribunais PRIMEIRA PARTE - EMPRESA E ESTABELECIMENTO CAPÍTULO 4. O EMPRESÁRIO Página RB-4.20 https://proview.thomsonreuters.com/launchapp/title/rt/monografias/110825709/v23/page/RB-4.20)
Sobre as caracteristicas da Eireli, acompanhe a seguinte lição:
"Dentre as características da empresa individual de responsabilidade limitada tem-se a limitação da responsabilidade da pessoa do titular do seu capital relativamente aos negócios realizados pela pessoa jurídica de sua empresa. Esta age por meio dele, o qual, de sua vez, não pratica pessoalmente nenhum ato concernente aos fins da empresa, mas o faz como se fora ela, na qualidade de ser humano que exterioriza a vontade da pessoa jurídica. Trata-se de inovação pioneira no direito brasileiro, na medida em que a limitação da responsabilidade pelas obrigações decorrentes de uma atividade econômica só era concebida para sócio de pessoa jurídica. Essa característica separa-a totalmente da subsidiária integral, que é uma sociedade concebida para se inserir na estrutura dos grupos econômicos, insuscetível de ser criada por pessoa natural."
Sociedades personificadas: em nome coletivo, comandita simples e comandita por ações.
Distinguir e identificar as principais características das sociedades em nome coletivo, em comandita simples e em comandita por ações.
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 Sociedade em nome coletivo
 Sociedade em Comandita Simples
 Sociedade em comandita por ações
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Aprenda as principais caracterÃsticas das sociedades em nome coletivo, em comandita simples e por ações
Sociedade em nome coletivo
Dentre associedades personificadas, a sociedade em nome coletivo pode ser caracterizada como uma sociedade em que todos os sócios respondem perante terceiros, de forma ilimitada, pelas obrigações assumidas.  Contudo, os sócios poderão, no ato constitutivo, limitar suas respectivas responsabilidades entre si.
As normas aplicáveis são as que estão nos artigos 1039 a 1044 do Código Civil, e no caso de omissão, as regras das sociedades simples serão aplicáveis a este tipo societário.
A administração da sociedade não poderá ser realizada por terceiros, mas tão somente por sócios.
O artigo 1043 do Código Civil dispõe que o credor particular de um dos sócios da sociedade em nome coletivo, não poderá liquidar as quotas do sócio devedor enquanto a sociedade não for dissolvida. Contudo, o credor particular poderá liquidar as quotas do sócio devedor  quando: (i) a sociedade for prorrogada de forma tácita; e (ii) a sociedade for prorrogada de forma contratual e o credor se opuser no prazo de noventa dias contado da publicação do ato.
 
Sobre as sociedades em nome coletivo, segue doutrina sobre o tema:
"O seu ato constitutivo é um contrato social, o que a torna, portanto, uma sociedade contratual. Esse contrato social poderá ser registrado na Junta Comercial (sociedade empresária) ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (sociedade simples), dependendo se o objeto social é ou não empresarial. Com o registro surge a personalidade jurídica, e com ela a separação patrimonial dos bens da sociedade e dos sócios.
 
Apesar dessa autonomia, na sociedade em nome coletivo, os sócios responderão ilimitadamente pelas obrigações sociais, ou seja, poderão ser atingidos em seu patrimônio pessoal no valor das dívidas sociais. Por essa razão é que na prática raramente existe esse tipo societário.A responsabilidade dos sócios é subsidiária, solidária e ilimitada.
 
A responsabilidade subsidiária significa que os credores precisarão atingir em primeiro lugar o patrimônio da sociedade, e apenas quando o patrimônio da sociedade não for suficiente, é que os bens dos sócios podem ser atingidos, respeitando a ordem do art. 1.024 do CC/2002. A responsabilidade solidária e ilimitada significa que após o término dos bens da sociedade e não satisfeita a dívida, os sócios podem ser cobrados no valor das dívidas sociais. Permitindo inclusive que os sócios sejam cobrados individualmente, devido à solidariedade.
 
É possível, entretanto, que os sócios limitem a responsabilidade entre si (pacto limitativo de poderes), mas essa limitação é interna, ou seja, entre os sócios, não produzindo efeitos em relação a terceiros (art. 1.039 do CC/2002)."
(CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL - EDIÇÃO 2018 AUTOR:ELISABETE VIDO EDITOR:THOMSON REUTERS BRASIL 8. SOCIEDADES HTTPS://PROVIEW.THOMSONREUTERS.COM/LAUNCHAPP/TITLE/RT/MONOGRAFIAS/77943206/V6/DOCUMENT/152012962/ANCHOR/A-152012962)
Sociedade em Comandita Simples
As normas aplicáveis à  sociedade em comandita simples são as dispostas nos artigos 1045 a 1051 do Código Civil, aplicáveis também as normas da sociedade em nome coletivo.
É formada por sócios comanditados, que serão obrigatoriamente pessoas naturais, e por sócios comanditários, que poderão ser pessoas naturais ou jurídicas.
Aos sócios comanditários, serão devidos os direitos de participar na distribuição dos lucros na proporção de suas quotas, participar das deliberações e fiscalizar as operações da sociedade. Estes não poderão ser administradores da sociedade.
Assim, os administradores da sociedade serão os sócios comanditados. Entretanto, se no caso de algum sócio comanditário realizar algum ato de gestão, correrá o risco de assumir as responsabilidades de um sócio comanditado.
Quanto à responsabilidade dos sócios, cabe mencionar que os sócios comanditados responderão de forma ilimitada e solidária, enquanto que os sócios comanditários, serão responsabilizados no limite das suas quotas sociais.
O artigo 1050 do Código Civil dispõe que no caso de morte de um sócio comanditário, a sociedade terá continuidade com os respectivos sucessores, contudo, o contrato social poderá dispor o contrário.
 
Sobre as sociedades em comandita simples (sócios comanditados e comanditários), segue doutrina sobre o tema:
"Os sócios comanditados - que só podem ser pessoas físicas - são os que assumem o risco da atividade, pois respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. É claro que por se tratar de uma sociedade personificada, a sociedade é responsável pelas dividas sociais. Nos casos em que os bens da sociedade estiverem esgotados os bens dos sócios comanditados serão atingidos de forma subsidiária (art. 1.045 do CC/2002).
 
Como são os comanditados que administram e possuem a responsabilidade ilimitada também são eles que emprestam seus nomes à razão social (art. 1.047 do CC/2002). Os sócios comanditários ? que podem ser pessoas físicas ou jurídicas - têm por obrigação investirem o valor correspondente à sua cota, além de responderem limitadamente pelo valor de sua cota. Apesar de poderem fiscalizar os atos de gestão, e até serem constituídos procuradores em determinados atos, não podem administrar a sociedade, sob pena de responder da mesma forma que os comanditados (art. 1.045e 1047 do CC)."
(CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL - EDIÇÃO 2018 AUTOR:ELISABETE VIDO EDITOR:THOMSON REUTERS BRASIL 8. SOCIEDADES HTTPS://PROVIEW.THOMSONREUTERS.COM/LAUNCHAPP/TITLE/RT/MONOGRAFIAS/77943206/V6/DOCUMENT/152012962/ANCHOR/A-152012962)
Sociedade em comandita por ações
A sociedade em comandita por ações é regida pelos artigos 1090 a 1092 do Código Civil, e de forma supletiva, serão regidas pelas normas relacionadas à sociedade anônima.
Nestas sociedades, somente o acionista poderá administrar e ser o diretor da sociedade, respondendo de forma ilimitada e subsidiária pelas obrigações assumidas pela sociedade, e se houver mais de um diretor, estes serão solidariamente responsáveis.
Desta forma, no caso de execução, serão utilizados primeiramente os bens da sociedade, e quando esgotados, o administrador será responsabilizado.
No ato constitutivo da sociedade, serão designados os diretores, e não há prazo máximo estabelecido para o mandato, contudo, poderão ser destituídos por voto de acionistas que representem, no mínimo, dois terços do capital social.
Por fim, a responsabilidade de ex-diretores durará por dois anos a contar da sua destituição ou exoneração.
Confira as diferenças entre a responsabilidade dos sócios e aplicação supletiva de normas nas sociedades em nome coletivo, em comandita simples e por ações
 
	 
	Responsabilidade dos sócios perante terceiros 
	Artigos correspondentes ao Codigo Civil 
	Aplicação da Lei no caso de omissão do Código Civil
	Sociedade em nome coletivo
	Ilimitada 
	artigos 1039 a 1044 do Código Civil
	Normas das sociedades simples 
	Sociedade em comandita simples 
	Sócios comanditados: ilimitada e solidária E Sócios comanditários: limitada às suas quotas sociais 
	artigos 1045 a 1051 do Código Civil
	Normas das sociedades em nome coletivo
	Sociedade em comandita por ações
	Diretor: subsidiária e ilimitada.
	artigo 1090 a 1092 do Código Civil
	Normas das sociedades anônimas (Lei º 6404/76)
	
	Sócio ou acionista: somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir
	
	
 
Sociedade personificada: Sociedade Limitada (constituição, estrutura e forma de administração).
O objetivo é compreender sobre a constituição, estrutura, e forma de administração das sociedades do tipo limitada.
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 Sociedade Limitada - Constituição e Estrutura
 Para um exemplo prático sobre a responsabilidade dos sócios nas sociedades limitadas, segue doutrina sobre o tema:
 Forma de Administração
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 Sociedade Limitada - Constituição e Estrutura
 Para um exemplo prático sobre a responsabilidade dos sócios nas sociedades limitadas, segue doutrina sobre o tema:
 Forma de Administração
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Sociedade Limitada - Constituição e Estrutura
A sociedade limitadaé o tipo societário mais utilizado no Brasil. Uma de suas principais características é que a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas quotas sociais. Desta forma, podem-se limitar as perdas da sociedade no caso de insucesso do negócio, sendo que os credores da sociedade, com exceção dos casos de desconsideração da personalidade jurídica, não poderão executar o patrimônio particular dos sócios.
Tal tipo societário encontra regramento nos artigos 1052 a 1087 do Código Civil, e no caso de omissões, pelas normas de sociedades simples.  Entretanto, se assim os sócios decidirem, o contrato social poderá prever a utilização supletiva das normas relacionadas às sociedades anônimas (Lei nº 6404/76 - Lei das Sociedades Anônimas).
Nesse sentido, os sócios escolherão a aplicação supletiva das normas referentes às sociedades simples ou anônimas à depender das suas necessidades. Isso porque as regras das sociedades simples são menos complexas que as regras das sociedades anônimas.
A constituição da sociedade poderá ser de duas ou mais pessoas, mas também poderá ser unipessoal, no caso das Empresas de Responsabilidade Limitada (Eireli).
O ato constitutivo será o contrato social, que deverá ser registrado na Junta Comercial competente, deverá conter os requisitos do artigo 997 do Código Civil. Ademais, em seu nome empresarial, deverá conter a expressão "Limitada" ou a sua forma abreviada: "Ltda." (artigo 1158, caput do Código Civil) sendo que se tal expressão não for utilizada, os sócios responderão de forma solidária e ilimitada (artigo 1158, §3º do Código Civil).
 
PARA SABER MAIS SOBRE O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES LIMITADAS, ACOMPANHE O ARTIGO:
CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA: O CONTRATO SOCIAL. Constitution of the limited company: the social contract. Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais | vol. 75/2017 | p. 185 - 218 | Jan - Mar / 2017 | DTR\2017\483.  Marcos Vinícius Rodrigues de Carvalho Mestrando em Direito Comercial pela PUC-SP. LL.M em Direito dos Mercados Financeiro e de Capitais pelo Insper. Bacharel em Direito pela PUC-SP. Advogado em São Paulo. mvrcarvalho@hotmail.com
Disponível em: https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/widgetshomepage/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad6adc60000016e4d3e5b467030e4ab&docguid=I881a7a30ef4411e69d88010000000000&hitguid=I881a7a30ef4411e69d88010000000000&spos=3&epos=3&td=4000&context=105&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=false&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1
Para um exemplo prático sobre a responsabilidade dos sócios nas sociedades limitadas, segue doutrina sobre o tema:
"A responsabilidade da sociedade é ilimitada por todas as obrigações assumidas, mas os sócios respondem de forma limitada e subsidiária pelas obrigações sociais. Para tornar claras as regras de responsabilidade, vejamos o seguinte exemplo de sociedade limitada que possui um capital social de 100 moedas. O sócio A se comprometeu a colocar na sociedade 80 moedas, das quais colocou 50 e ficou devendo 30 moedas. O sócio B se comprometeu a colocar 20 e, de fato, colocou as 20 moedas. Traduzindo para uma linguagem técnica, é o mesmo que dizer que A subscreveu 80 e integralizou 50, enquanto que B subscreveu e integralizou 20 moedas. Assim temos:
PARA FIXAR
	Sociedade X Ltda.
	Comprometeu = Subscreveu
	Colocou = Integralizou
	Deve
	Sócio A
	80
	50
	30
	Sócio B
	20
	20
	0
 
A regra geral da responsabilidade na sociedade limitada diz que cada sócio responde pela integralização do capital subscrito e, solidariamente, pelo capital não integralizado (art. 1.052 do CC/2002). Ou seja, no exemplo acima, o sócio A responde por colocar na empresa as 80 moedas, enquanto que o sócio B responde por colocar na empresa 20 moedas. No que tange as cotas não integralizadas, os sócios A e B respondem solidariamente até o valor do que falta integralizar, ou seja, das 30 moedas. Cuidado, que para que os credores atinjam os bens dos sócios A e B, será necessário primeiro atingir os bens da sociedade e só quando não houver mais bens para serem atingidos é que os sócios poderão ser atingidos até o limite do que falta a integralizar (art. 1.024 do CC). Enquanto os sócios não registrarem o ato constitutivo da sociedade limitada da qual fazem parte, a sociedade não é limitada e sim comum e o regramento que deverá ser utilizado é o da sociedade comum (art. 986 a 990 do CC). Em caráter de exceção, a responsabilidade dos sócios ocorrerá de forma subsidiária e ilimitada quando os sócios deliberarem de forma contrária à lei ou ao contrato social (art. 1.080 do CC/2002). Note que nesse caso não é necessária a desconsideração da personalidade jurídica, já que o ato ilícito praticado pelos sócios permite alcançá-los patrimonialmente."
(Curso de Direito Empresarial - Edição 2018 Autor:Elisabete Vido Editor:Thomson Reuters Brasil 8. SOCIEDADES https://proview.thomsonreuters.com/launchapp/title/rt/monografias/77943206/v6/document/152012962/anchor/a-152012962)
Forma de Administração
A administração das sociedades limitadas caberá a uma ou mais pessoas, que poderão ou não ser sócias. Contudo, se o capital social ainda não estiver integralizado, a designação de administradores que não são sócios dependerá da aprovação unanime de todos os sócios. Por outro lado, após a integralização do capital, sócios que representem dois terços do capital social, no mínimo, deverão aprovar a administração da sociedade por pessoa não sócia.
Nesse sentido, quando se tratar de sócio nomeado administrador, a sua destituição do cargo será realizada se for aprovada por sócios detentores de mais de cinquenta por cento do capital social, e poderá ser realizada a qualquer tempo.
Dentre as obrigações dos administradores, está a prestação de contas aos sócios, apresentando-lhes os resultados econômicos e o balanço patrimonial da sociedade, além de agira com cuidado e diligência (artigo 1011, caput, do Código Civil).
Os sócios deverão se reunir no mínimo uma vez no ano, objetivando a deliberação sobre as contas da sociedade, designação de administradores, e outros assuntos relevantes (artigo 1078 do Código Civil).
Sociedade personificada: Sociedade Limitada (conselho fiscal, deliberação dos sócios, aumento e redução do capital social, extinção).
Compreender as estruturas principais da sociedade limitada, e suas forma de administração pela deliberação dos sócios, pelo conselho fiscal e compreender pontos relevantes destas sociedades como aumento e redução do capital social e a sua extinção.
NESTE TÓPICO
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 Conselho Fiscal e deliberação dos sócios 
 Aumento e redução do capital social
 Para mais detalhes sobre o aumento e redução do capital social das sociedades limitadas, segue doutrina sobre o tema:
 Extinção das sociedades limitadas
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AUTOR(A)
PROF. RODOLPHO PINTO DE ANDRADE
   
  
Conselho Fiscal e deliberação dos sócios 
Além da figura dos administradores, é facultado à sociedade limitada instituir um conselho fiscal, para, dentre outras tarefas, examinar os livros societários e denunciar eventuais erros ou fraudes ocorridas na sociedade (artigo 1069, e incisos, Código Civil).
O conselho fiscal é mais comumente usado em sociedades limitadas com grande numero de sócios, para que a fiscalização das ações dos sócios e administradores estão de acordo com a legislação e com o contrato social.
O Conselho Fiscal poderá ser composto por três ou mais membros, que poderão ser sócios ou não, e serão eleitos na assembleia anual dos sócios (artigo 1078, Código Civil), e deverão assinar termo de posse. Os conselheiros do Conselho Fiscal serão remunerados de acordo com o que for estabelecido na assembleia de sócios (artigo 1068 Código Civil).
Ao se reunirem, os sócios poderão fazê-lo por meio de reunião ou assembleia. A reunião costuma ser utilizada para sociedades com até dez sócios. Para mais de dez sócios, a forma comumente utilizada é a assembleia. Em ambas, serão os administradores responsáveis por convoca-las.
Os assuntos a serem incluídos em pauta de deliberaçõesentre os sócios serão as constantes no artigo 1071 do Código Civil, como, por exemplo: aprovar ou não as contas apresentadas pelos administradores; designação ou destituição dos administradores; modificações no contrato social e operações de fusão ou aquisição. (para mais detalhes, verificar as demais hipóteses do artigo 1071 do Código Civil).
Ademais, outros assuntos relevantes que os sócios deverão tratar poderão estar contidos no contrato social.
A regra é que as decisões sejam tomadas levando-se em conta a maioria absoluta de votos, sendo que os votos são contabilizados levando-se em consideração o valor das quotas sociais. Ou seja, os sócios, detentores de mais da metade do capital social deverão deliberar sobre os assuntos.
Contudo, há assuntos específicos que demandam um quórum de aprovação maior ou menor. Desta forma, se, por exemplo, o assunto tratado for a dissolução da sociedade por prazo determinado ou a nomeação de administrador quando o capital social não tiver sido integralizado, a aprovação unanime dos sócios é necessária.
Já se o assunto for sobre modificações no contrato social, incorporação, fusão dissolução ou término da liquidação da sociedade, será necessária a aprovação de no mínimo três quartos do capital social. Para a nomeação de administrador quando o capital estiver integralizado e para a destituição de administrador que seja sócio, haverá a necessidade de aprovação de no mínimo de dois terços do capital social.
Relevante se faz notar que os votos são contabilizados de acordo com o valor das quotas sociais, e não de acordo com o numero de sócios.
Aumento e redução do capital social
Um dos assuntos que poderão ser deliberados entre os sócios é o de aumento do capital social, cujos sócios, por trinta dias a contar da deliberação, terão preferencia na integralização de novas quotas, na mesma proporção das quotas que sejam titulares (artigo 1081 Código Civil).
Já no caso de redução, de acordo com os artigos 1082 e 1083 do Código Civil, esta poderá ser feita se o capital social já tiver sido integralizado e houver perdas consideráveis para as sociedades, bem como se for excessivo com a atividade desenvolvida pela sociedade. Para ambos os casos, haverá a diminuição proporcional nas quotas dos sócios.
Para mais detalhes sobre o aumento e redução do capital social das sociedades limitadas, segue doutrina sobre o tema:
"É possível o aumento de capital social, se além de nova integralização de capital, formalmente houver alteração no contrato social e consequente averbação no órgão competente, na Junta Comercial ou Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, dependendo se o objeto social for ou não empresarial (art. 1.081 do CC/2002). Para reduzir o capital social, o legislador permite duas motivações diferentes: a) perdas irreparáveis; b) capital excessivo para o objeto social (art. 1.082 do CC/2002). No caso de perdas irreparáveis elas só podem ser motivo da redução se houver a anterior integralização de todo o capital social, e como nesse caso apenas retratará a realidade da sociedade, bastarão a modificação do contrato social e a averbação no órgão competente (art. 1.083 do CC/2002). No caso do capital social ser excessivo ao objeto social, a redução do capital social, só será possível se não houver a impugnação pelos credores quirografários, no prazo de 90 dias, da data da publicação da assembleia que decidiu a redução do capital social (art. 1.084 do CC/2002). Além da não impugnação, precisará ainda da alteração do contrato social e da averbação no Órgão competente."
(Curso de Direito Empresarial - Edição 2018 Autor:Elisabete Vido Editor:Thomson Reuters Brasil 8. SOCIEDADES https://proview.thomsonreuters.com/launchapp/title/rt/monografias/77943206/v6/document/152012962/anchor/a-152012962)
Acompanhe melhor a figura e papel do conselho fiscal e da deliberação dos sócios na sociedades limitadas.
Extinção das sociedades limitadas
A extinção das sociedades limitadas se dá, além da decretação de falência, pelas hipóteses descritas no artigo 1.033 do Código Civil, mesmo regramento utilizado na dissolução de sociedades simples.
Dentre as hipóteses de dissolução estão: o vencimento do prazo de duração; consenso unânime dos sócios que a compõem; deliberação por maioria absoluta dos sócios nas sociedades com prazo indeterminado; a falta da pluralidade de sócios no caso de uma sociedade, por exemplo, formada por dois sócios e um deles retira-se da sociedade, e não há a reconstituição no prazo de 180 dias; ou ainda se for extinta em razão da falta de autorização para funcionar (artigo 1.033 do Código Civil).
Por fim, há ainda a causa de dissolução judicial (artigo 1034 e seguintes do Código Civil), além de outras causas de dissolução que poderão estar previstas no contrato social.
Sociedade personificada: Sociedade Anônima ou Companhia (Formas de constituição, Valores Mobiliários, responsabilidade, companhia aberta e fechada, valor das ações, forma das ações).
Compreender as estruturas que compõem as sociedades anônimas, caracterizá-las e distingui-las das demais sociedades do ordenamento jurídico brasileiro.
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 Segue conceito de sociedade anônima, dada pela doutrina:
 Formas de constituição e responsabilidade 
 Companhia abertas, fechadas e valores mobiliários
 Ações 
 Para mais detalhes sobre as a Comissão de Valores Mobiliários, que regula as ofertas de ações, acompanhe doutrina especializada:
 Referências
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 Segue conceito de sociedade anônima, dada pela doutrina:
 Formas de constituição e responsabilidade 
 Companhia abertas, fechadas e valores mobiliários
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 Para mais detalhes sobre as a Comissão de Valores Mobiliários, que regula as ofertas de ações, acompanhe doutrina especializada:
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AUTOR(A)
PROF. RODOLPHO PINTO DE ANDRADE
   
  
Segue conceito de sociedade anônima, dada pela doutrina:
"Deve-se, no entanto, definir a companhia acrescentando-se a ela o requisito da negociabilidade de suas ações. Nesse sentido, a companhia é uma pessoa jurídica de direito privado, de natureza mercantil, em que o capital divide-se em ações de livre negociabilidade, limitando-se a responsabilidade dos subscritores ou acionistas ao preço de emissão das ações por eles subscritas ou adquiridas. Essa definição abrange, portanto, os três fundamentos da companhia: (i) divisão do capital em ações; (ii) a responsabilidade dos sócios limitada ao valor de suas respectivas subscrições de ações; e (iii) a livre negociabilidade das ações."
(Tratado de Direito Empresarial - Vol. 3 - Ed. 2018 Autor:Modesto Carvalhosa , Fernando Kuyven Editor:Revista dos Tribunais CAPÍTULO II. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ESPÉCIES https://proview.thomsonreuters.com/launchapp/title/rt/monografias/107536956/v2/document/157027835/anchor/a-157027835)
Compreenda, de forma mais simples, sobre as principais características das sociedades anônimas.
Formas de constituição e responsabilidade 
As sociedades anônimas ou companhias são geralmente instituídas para grandes empreendimentos, e suas normas estão contidas na Lei nº 6404/76, e nos casos de omissão, o Código Civil será aplicado (artigo 1089 do Código Civil).
O seu capital social é dividido em ações, e, sendo assim, seus sócios são chamados acionistas, e se responsabilizam tão somente pelo valor correspondente a quanto pagou nas ações que adquiriu.
O seu ato constitutivo é o estatuto social, que, em regra, contém disposições mais complexas que em um contrato social, e o seu capital pode ser formado por dinheiro ou qualquer tipo de bens desde que sejam suscetíveis a avaliação em dinheiro.
A companhia sempre será considerada sociedade empresarial, e o seu objeto pode ser livremente escolhido, desde que não contrarie as leis, a ordem pública e os costumes.
 
Companhia abertas, fechadas e valores mobiliários
As companhias poderão ser abertas ou fechadas. Tal classificação dependerá da negociação, ou não, de seus valores mobiliários, no mercado de valores mobiliários, que no Brasil ocorre, basicamente na Bolsa de Valorese no Mercado de Balcão. Valores mobiliários podem ser considerados títulos emitidos pelas companhias visando a captação de recursos, e são, por exemplo, ações, debêntures, bônus de subscrição e partes beneficiárias.
Desta forma, serão consideradas companhias abertas as que negociam os seus valores mobiliários no mercado. Já as fechadas, não negociam seus valores mobiliários no mercado de ações.
Assim, ao adquirir um valor mobiliário, por exemplo, ações da companhia, o investidor fomenta o crescimento e desenvolvimento da empresa e aguarda um retorno maior do que o investido.
CONFIRA A DEFINIÇÃO DE VALOR MOBILIÁRIO DADO PELA LEI Nº 6385/76:
Valores mobiliários estão descritos no artigo 2º da lei nº 6385/76: "Art. 2o São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei:  I - as ações, debêntures e bônus de subscrição; II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II; III - os certificados de depósito de valores mobiliários; IV - as cédulas de debêntures; V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; VI - as notas comerciais; VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros)". Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6385.htm
SAIBA MAIS SOBRE O CONCEITO DE VALOR MOBILIÁRIO NESTE ARTIGO:
DEFINIÇÃO LEGAL DE VALOR MOBILIÁRIO: PROFUNDAS MUTAÇÕES NOS 40 ANOS DE VIGÊNCIA DA LEI 6.385/1976. Legal definition of security in Brazil: deep changes along these 40 years of Law 6.385/1976. Revista dos Tribunais | vol. 985/2017 | p. 291 - 316 | Nov / 2017 | DTR\2017\6658.  Carlos Augusto da Silveira Lobo. Advogado. s.lobo@loboeibeas.com.br
Disponível em: https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/widgetshomepage/resultList/document?&src=rl&srguid=i0ad6adc60000016e4d3668076f750867&docguid=I17f9c1d0b4af11e78983010000000000&hitguid=I17f9c1d0b4af11e78983010000000000&spos=8&epos=8&td=2073&context=79&crumb-action=append&crumb-label=Documento&isDocFG=false&isFromMultiSumm=true&startChunk=1&endChunk=1
Ações 
As ações da companhia poderão ser ordinárias, preferenciais ou de fruição. As ordinárias são aquelas que conferem ao seu detentor o direito de voto nas assembleias e tomar parte em algumas das decisões da empresa (artigo 16 da Lei 6404/76 - Lei das S.A.).
Já as preferenciais, geralmente não garantem ao seu titular o direito ao voto, mas possibilitam a preferência e prioridade, por exemplo, na distribuição de lucros (artigo 17 da Lei das S.A.).
As de fruição correspondem àquelas ações que asseguram que o acionista receba o valor que receberia em caso de liquidação da sociedade, assim, pode ser considerada uma espécie de devolução antecipada do valor investido pelos acionistas.
Para mais detalhes sobre as a Comissão de Valores Mobiliários, que regula as ofertas de ações, acompanhe doutrina especializada:
"Há, desse modo, por força das vigentes Leis 6.404 e 6385, ambas de 1976, duas classes distintas de sociedades anônimas, recaindo sobre aquela que ingressa no mercado de valores mobiliários uma estrutura organizativa, uma específica relação entre poderes-deveres dos controladores diante dos minoritários e terceiros, e uma também específica responsabilidade daí decorrente, além de uma permanente jurisdição administrativa sobre a conduta da companhia no mercado, tanto regulamentar, como disciplinar, a cargo da agência reguladora ? a Comissão de Valores Mobiliários. Esta agência, por força da referida Lei 6.385/1976, tem ampla competência regulamentar, inclusive originária, sobre o funcionamento e o acesso das sociedades anônimas ao mercado de valores mobiliários e sobre os centros de negociação e clearing que ali operam ? bolsas e mercado de balcão organizado. Temos assim, no capítulo das companhias abertas, por força das duas referidas leis, uma legislação especial e uma agência reguladora própria, a quem cabe organizar o sistema de distribuição de valores mobiliários, a regulação e a fiscalização das instituições que congregam as negociações de tais títulos, os requisitos de acesso das companhias a tal mercado, a disciplina regulatória e a permanente fiscalização das condutas das entidades e das sociedades anônimas cotadas. Ressalta-se a competência administrativa-sancionatória da agência reguladora ? a Comissão de Valores Mobiliários ? CVM ?, de caráter objetivo quanto às companhias admitidas à negociação, e subjetivo quanto à imputação de seus administradores e controladores. Reitere-se esses aspectos. A companhia aberta distingue-se daquela fechada por duas razões fundamentais: a sua estrutura é relativamente diversa daquela das fechadas; ademais, submetem-se aquelas à jurisdição administrativa da Comissão de Valores Mobiliários, abrangendo o cumprimento de obrigações ordinárias (v.g., ITRs) e extraordinárias (v.g., fato relevante) junto à própria agência reguladora, ao mercado, aos seus acionistas e a terceiros. No aspecto da estrutura, as companhias abertas contêm especificidades sobre sua própria constituição, seus órgãos (conselho de administração e sua composição) e seu funcionamento, a emissão dos valores mobiliários colocados no mercado e suas restrições (ações dos controladores), demonstrações financeiras trimestrais, auditorias independentes etc.
Sociedades personificadas: Sociedade Anônima ou Companhia (direitos e deveres do acionista, acordo de acionista, conselho de administração, diretoria, conselho fiscal e assembleia geral).
Aprofundar o conhecimento sobre sociedade anônima, especialmente sobre a estrutura de seus orgãos, direitos e deveres de seus acionistas.
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 Direitos e Deveres dos Acionistas
 Para mais detalhes sobre os direitos e deveres dos acionistas, acompanhe doutrina especializada:
 Acordo de Acionistas
 Os órgãos da sociedade anônima são: assembleia geral, conselho de administração, a diretoria e o conselho fiscal. 
 Assembleia Geral - Ordinária, Extraordinária e Especial
 Diretoria
 Conselho de Admnistração
 Conselho Fiscal
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PROF. RODOLPHO PINTO DE ANDRADE
   
  
Direitos e Deveres dos Acionistas
Os sócios da sociedade anônima são chamados acionistas, pelo fato de serem detentores das ações da sociedade. Um dos direitos mais importantes dos acionistas é o de receber os lucros auferidos pela sociedade ao final do exercício social (artigo 202 da Lei das S.A.), que podem ser chamados de dividendos obrigatórios.
Ademais, os acionistas também terão o direito de ter a sua responsabilidade limitada ao valor de emissão das ações que é detentor, e também o direito de alienar ou ceder as suas ações.
Já com relação aos deveres dos acionistas, o principal deles trata-se de integralização das ações subscritas, bem como o de agir em conformidade com os interesses da sociedade.
Com relação ao seu poder de decisão, os acionistas também terão o direito ao voto, contudo, à depender do tipo de ação, o voto pode não constituir um direito ao acionista, como é o caso das ações preferenciais.
Para mais detalhes sobre os direitos e deveres dos acionistas, acompanhe doutrina especializada:
"A única obrigação imposta pela Lei Societária ao acionista é a de integralizar a parcela do capital que subscreveu, de acordo com as condições previstas. Até o integral pagamento do preço de emissão das ações subscritas o acionista terá, perante a sociedade, a posição de devedor por quantia certa. Poderá, portanto, a companhia, como credora, constituir o acionista em mora e obrigá-lo ao pagamento por qualquer dos meios previstos no art. 107 da Lei Societária. Cumprida a obrigação de

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