Buscar

Wilhelm Maximilian Wundt

Prévia do material em texto

Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto de 1832 — Großbothen, 31 de agosto de 1920) foi um médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado um dos fundadores da psicologia experimental 
Wundt definia a psicologia como uma ciência da mente, seu objeto a experiência imediata tal como é dada direta e fenomenalmente ao observador. 
Analisava os compostos e complexos conscientes a partir dos elementos ou unidades: sensação (conteúdo objetivo da experiência imediata) e sentimentos ou afetos. As sensações podem ser classificadas de acordo com a modalidade sensorial em que são recebidas; além disso, possuem qualidade e intensidade. 
Para Wundt, a mente executa uma síntese química mental que se processa através da associação e que se realiza de três formas: pela fusão, onde os elementos combinados aparecem sempre juntos, como é o caso da nota musical; Pela assimilação, que é também uma combinação de elementos em que nem todos estão presentes do consciente. Quando se vê uma casa por exemplo, podem não estar presentes na consciência, as figuras que compõem aquela casa (triângulo, retângulo, quadrado). Como na fusão, essa combinação gera um produto novo que não é o resultado da simples soma dos elementos; A terceira forma é chamada complicação, em que se reúnem elementos de diferentes modalidades e sentidos: a noção do sabor e da temperatura. É possível que o autor tenha considerado as proposições de Aristóteles sobre: contingência, semelhança e contraste. 
Os afetos ou sentimentos acompanham as sensações e suas combinações entre os modelos de classificação dos sentimentos que utilizou o mais influente foi o referente à sua teoria tridimensional das emoções, que estabelecia três pares dicotômicos: agradável – desagradável; tenso – descontraído; excitado – calmo. Wundt acreditava também que as sensações e os sentimentos são dois elementos básicos da experiência, isso porque esses elementos agem simultaneamente na experiência imediata, e possui qualidade e intensidade! [5] 
A conscientização ou voluntarismo segundo Wundt é uma combinação de complexos que envolvem as sensações e os aspectos subjetivos: emoções, volições, intelecções. O principal processo de conscientização é a atenção: o que torna o campo consciente mais nítido que o fundo no processo denominado apercepção. Utiliza esse termo na mesma acepção de Leibnitz – perceber claramente mediante o reconhecimento ou identificação do material percebido com o pré–existente na memória. 
O materialismo científico também esteve com Wundt, buscando a relação entre os fenómenos psíquicos e fisiológicos, entre a mente e o corpo. Os processos mentais e os processos corporais e fisiológicos decorrem paralelamente, sem interferência mútua. 
Psicologia social
Para esse autor o método experimental é o adequado à investigação dos processos básicos como a sensação e associação, mas somente a observação deve ser usada para compreender os processos mentais superiores. Esta por sua vez,deve ser realizada através do estudo dos produtos ou artefatos culturais da vida social: arte, linguagem, hábitos culturais ética, etc. 
O aspecto social de seus trabalhos, a contragosto seu, foi relegado a um segundo plano mas a sua obra Volkerpsychologie / Psicologia popular (10 volumes) contém análises detalhadas da linguagem humana (hoje psicolinguística) em 2 volumes; três volumes sobre cultura intitulados Psicologia dos mitos e religião; um volume sobre cultura e história intitulado Antropologia; um sobre Ética e Lei o que hoje corresponderia aos estudos da psicologia forense e um volume sobre a psicologia da arte, verdadeiro (manual de procedimentos dessa observação. 
Segundo Farr, uma moderna revisão dessa obra identifica sua influência na também emergente ciência social da época cientistas como Durkheim (1858-1917); Franz Boas (1858-1942). Consta que Sigmund Freud (1856-1939) escreveu Totem e Tabu como uma resposta a Wundt. Ainda segundo Farr é relevante para compreensão da psicologia moderna a compreensão dos motivos de Wundt para separação da da psicologia social da experimental e o seguimentos que estas proposições constituíram. 
Charles Robert Darwin 12 de fevereiro de 1809 – Downe, 19 de abril de 1882) foi um naturalista, geólogo e biólogo britânico,[4] célebre por seus avanços sobre evolução nas ciências biológicas.[I] Juntamente com Alfred Wallace, Darwin estabeleceu a ideia que todos os seres vivos descendem de um ancestral em comum, argumento agora amplamente aceito e considerado um conceito fundamental no meio científico,[5] e propôs a teoria de que os ramos evolutivos são resultados de seleção natural e sexual, onde a luta pela sobrevivência resulta em consequências similares às da seleção artificial.[6] 
O que é a seleção natural?
Seleção natural é o mecanismo evolutivo proposto por Charles Darwin, que afirmou que o meio ambiente atua como um selecionador de características, perpetuando os organismos mais aptos a sobreviver em determinado local.
Os organismos mais adaptados conseguem sobreviver e produzir descendentes, os quais herdam essas características. Os organismos menos adaptados apresentam menor chance de sobrevivência e, consequentemente, de reprodução. Com isso, ao longo do tempo, percebe-se que a característica mais vantajosa vai aumentando na população.
Vale salientar que não há uma tendência de melhora de acordo com a necessidade do indivíduo. A seleção natural atua apenas nas características existentes em uma população, não provocando o surgimento de características melhores.
Francis Galton (Birmingham, 16 de fevereiro de 1822 — Haslemere, Surrey, 17 de janeiro de 1911) foi um antropólogo, meteorologista, matemático e estatístico inglês. 
Galton era o mais novo de nove filhos de um próspero banqueiro, nasceu em uma família socialmente abastada. Aos 16 anos, começou a aprender medicina, mas interessou-se pela matemática, formando-se nesta. Depois voltou a estudar medicina até à morte do seu pai, decidindo então por viajar e estudar parte da África. Voltando, escreveu muito a respeito de suas viagens, fez muito sucesso por isso, mas deixou de viajar quando se casou. Deu atenção a meteorologia, criando instrumentos e mapas aperfeiçoados e usados até hoje. 
Galton produziu mais de 340 artigos e livros em toda sua vida envolvendo a distribuição geográfica da beleza, a moda, as impressões digitais, a eficácia da oração religiosa e o levantamento de peso. Também criou o conceito estatístico de correlação, a amplamente promovida regressão à média e várias invenções como um periscópio, um dispositivo para abrir cadeados e uma versão inicial da impressora de teletipo. Ele foi o primeiro a aplicar métodos estatísticos para o estudo das diferenças e herança humanas de inteligência, e introduziu a utilização de questionários e pesquisas para coletar dados sobre as comunidades humanas, o que ele precisava para obras genealógicas e biográficas e para os seus estudos antropométricos. Como pesquisador da mente humana, fundou a psicometria (a ciência da medição faculdades mentais) e a psicologia diferencial. 
Era primo de Charles Darwin e, baseado em sua obra, criou o conceito de "eugenia" que seria a melhora de uma determinada espécie através da seleção artificial. O primeiro livro importante para o pensamento de Galton foi Hereditary Genius (1869). A sua tese afirmava que um homem notável teria filhos notáveis. 
O termo eugenia passa a ser cunhado apenas em 1883 na obra Inquiries into Human Faculty and Its Development. As conclusões de Galton sobre a hereditariedade e os chamados "bem nascidos" devem ser observadas pelo conhecimento científico no século XIX. Por isso, os estudos que tratam de Galton e a eugenia procuraram diferenciar aquilo que é proposto pelo cientista inglês em sua época e as diferentes formas políticas e sociais de como a noção de "eugenia" foi interpretada em lugares distintos.[1] 
Galton acreditava que a "raça" humana poderia ser melhorada caso fossem evitados "cruzamentos indesejáveis" o que acompanhava o sentido racista da eminente burguesiaeuropeia da época. Isto porque se aproveitava das condições desumanas em países explorados por países europeus onde fez suas viagens para comparar as capacidades de um burguês com um camponês analfabeto levando ao pensamento orgulhoso e odioso que promoveu a eugenia que persiste até hoje em segregar pessoas em fundamentos racistas. O desenvolvimentos de testes de inteligência para selecionar homens e mulheres brilhantes, destinados à reprodução seletiva são obras de Francis Galton em caráter de promover estes ideais para reafirmar o senso de superioridade eurocêntrico e como propaganda deturpar as possibilidades de enfraquecimento da comunidade branca europeia contra imigrantes. Esta ideologia teve papel fundamental na formação do Fascismo e nazismo como paralelos do ultranacionalismo e afins. 
Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido".[1] Galton definiu eugenia como "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente".[2] O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte fundamental da ideologia de "pureza racial", a qual culminou no Holocausto. Mesmo com a cada vez maior utilização de técnicas de melhoramento genético usadas atualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana. 
O termo "eugenia" é anterior ao termo "genética", pois este último só foi cunhado em 1908, pelo cientista William Bateson. Numa carta dirigida a Adam Sedgewick, datada de 18 de Abril de 1908, Bateson usou pela primeira vez o termo genética para descrever o estudo da variação e hereditariedade.[3] 
Desde seu surgimento até os dias atuais, diversos historiadores,[4] filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não aptas para a reprodução. 
Herbert Spencer (Derby, 27 de Abril de 1820 — Brighton, 8 de Dezembro de 1903) foi um filósofo, biólogo e antropólogo inglês, bem como um dos representantes do liberalismo clássico. 
Spencer foi um profundo admirador da obra de Charles Darwin. É dele a expressão "sobrevivência do mais apto", e em sua obra procurou aplicar as leis da evolução a todos os níveis da atividade humana. Spencer teve suas ideias enormemente distorcidas. Essas distorções lhe renderam a alcunha de "Pai do Darwinismo Social". Todavia, Spencer jamais utilizou este termo ou defendeu a morte de indivíduos "mais fracos" assim como foi um notável opositor de governos militares e autoritários, de qualquer forma de coletivismo, do colonialismo, do imperialismo e das guerras. Ele estudou o comportamento humano como um órgão biológico. 
O filósofo aplicou à sociologia ideias que retirou das ciências naturais, criando um sistema de pensamento muito influente a seu tempo. Suas conclusões o levaram a defender a primazia do indivíduo perante a sociedade e o Estado, e a natureza como fonte da verdade, incluindo a verdade moral. No campo pedagógico, Spencer fez campanha pelo ensino da ciência, combateu a interferência do Estado na educação e afirmou que o principal objetivo da escola era a construção do caráter.
William James (Nova Iorque, 11 de janeiro de 1842 – Tamworth, 26 de agosto de 1910) foi um filósofo e psicólogo americano e o primeiro intelectual a oferecer um curso de psicologia nos Estados Unidos. James foi um dos principais pensadores do final do século XIX e é considerado por muitos como um dos filósofos mais influentes da história dos Estados Unidos enquanto outros o rotularam de "pai da psicologia americana".[1][2][3] 
A perspectiva filosófica exposta em Pragmatismo, de 1907, postula que as teorias científicas e filosóficas devem ser usadas como instrumentos a serem julgados por seus resultados ou fins. James argumenta que todas as teorias são apenas aproximações da realidade, e que portanto seria um erro considerá-las apenas por sua própria coerência interna. O autor argumenta que essa busca por coerência seria a posição racionalista, em que a busca de princípios e categorias platônicas se sobrepõe aos fatos e aos resultados. Em contraponto, James sugere que a veracidade de uma ideia deve ser considerada em um sentido instrumental, analisando os resultados produzidos por sua adoção. 
Uma das consequências dessa visão utilitária da verdade é que fenômenos como a religião, que para James são ideias úteis, deveriam ser considerados verdadeiros se mostrassem bons resultados: “em princípios pragmáticos, se a hipótese de Deus funciona satisfatoriamente no sentido mais amplo da palavra, ela é verdadeira”. A filosofia do pragmatismo é, para James, um meio-termo entre o racionalismo e o empiricismo, sendo uma perspectiva aberta à investigação de qualquer hipótese, desde que essa seja capaz de se mostrar concretamente útil. A perspectiva pragmatista de James teve grande influência para o movimento funcionalista da psicologia. 
Emoção
William James propôs uma teoria das emoções ao mesmo tempo que o fisiologista dinamarquês Carl Lange. Ambos trabalharam independentemente e, de acordo com esta teoria, conhecida por teoria emocional de James-Lange, os sentimentos, isto é, as sensações subjetivas das emoções são um produto do reconhecimento do cérebro cortical das demais reações fisiológicas e comportamentais desencadeadas no corpo por determinado evento ambiental (o estímulo emocional).[10] 
De modo resumido, esta ideia inverte a perspectiva do senso comum segundo a qual a reação a um estímulo emocional (aumento do batimento do coração ou a expressão de um sorriso) ocorre após a pessoa tomar consciência da emoção que está sentindo. Ao contrário, para James e Carl Lange, primeiro reagimos (reações fisiológicas e comportamentais) ao estímulo emocional; o sentimento da emoção se dá porque tomamos consciência dessas respostas emocionais. Assim, a consciência de uma emoção ocorre após essas reações emocionais terem ocorrido. Em outras palavras, nós não sorrimos porque estamos alegres, mas estamos alegres porque sorrimos.
Funcionalismo é uma teoria adaptada para diferentes campos de conhecimento, como a filosofia, a psicologia e a antropologia. Seu principal objetivo é explicar a sociedade, as ações coletivas e individuais, a partir de causalidades, ou seja, de funções. Desta forma a sociedade, ou o que se observa a partir desta teoria, é compreendida como um organismo, composto por órgãos relacionados e com funções específicas.
O fundador desta teoria foi Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia. Seu interesse era compreender quais são os fatores que definem uma sociedade, ou seja, o que faz com que uma sociedade não seja apenas uma coleção de indivíduos. Por isso ele estudou as estruturas que compõem uma sociedade, especialmente em nível macro. Outros autores que contribuíram para a teoria funcionalista foram Hebert Spencer, Talcott Parsons e Robert Merton.
Os teóricos funcionalistas compreendem a sociedade como cada parte da sociedade de acordo com sua função para a estabilidade da sociedade como um todo. Esta visão é, portanto, sistêmica, observando quais os fatores que unem as diferentes partes que compõem a sociedade formando um grande sistema, como uma máquina e suas diferentes peças e engrenagens.
De acordo com esta perspectiva, especialmente a durkheimiana, as partes deste grande organismo não funcionam isoladamente. Elas foram desenhadas para funcionarem juntas e quando uma delas deixa de funcionar adequadamente todo o sistema sofrerá danos. Todas as partes dependem entre si. Essas partes podem ser compreendidas como as instituições, os grupos sociais e demais atores que formam a sociedade, como agências estatais e a família.
Mas o que de fato faz com que todas estas partes exerçam sua função? O consenso. É ele que garantea estabilidade social e os valores comuns de uma sociedade. Este modelo de análise influenciou muitos estudos em diferentes momentos, mas especialmente trabalhos sobre cultura, instituições e participação social.
Um dos métodos encontrados por Durkheim para compreender as diferentes funções de cada uma dessas partes que compõe a sociedade foi através do estudo das sociedades ditas primitivas. Segundo o autor, estas sociedades apresentavam uma composição mais simples e, por isso, seria mais simples observar o papel desempenhado por cada parte. Esta é a perspectiva adotada em sua obra “As formas elementares da vida religiosa”.
Esta metodologia influenciou muito o campo de estudos da antropologia. Um de seus principais autores, Bronislaw Malinowski, buscava compreender as instituições sociais de uma perspectiva universalista. O funcionalismo de Malinowski inspirou muitos trabalhos e inaugurou novos campos de estudos e metodologias. Ele enfatizava a importância de estudos sobre comportamento social e as relações sociais em seu contexto cultural concreto, estabelecendo um novo paradigma metodológico que substituía o método histórico especulativo pela etnografia baseada na observação participante.
O funcionalismo foi importante para refutar teorias como o evolucionismo e o difusionismo, que dominava a antropologia americana e britânica da época. Os funcionalistas priorizavam a descoberta dos fatos, a existência material; a realidade dos eventos deveria ser encontrada em suas manifestações no presente, por isso a importância do trabalho de campo e da observação participante.

Continue navegando