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Atividade Interdisciplinar_4_semestre

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 
2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4 
2.1 INFLUÊNCIA DO CENÁRIO ECONÔMICO PROJETADO PARA 2021 ........... 4 
2.2 VERTENTE ECONÔMICA OBSERVADA NO GOVERNO FEDERAL ............. 7 
2.3 SITUAÇÃO ECONOMICA MODELADA MATEMATICAMENTE .................... 10 
2.4 MEDIDAS PROJETADAS PARA UM CENÁRIO PÓS-PANDEMIA................ 11 
2.5 MODELO DE REGRESSÃO .......................................................................... 13 
3 CONCLUSÃO .................................................................................................... 15 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17 
 3 
1 INTRODUÇÃO 
De acordo com José Ronaldo et al (2020) em reportagem ao site do 
IPEA, a situação mundial passou por mudanças de perspectivas desde que a 
epidemia do novo coronavírus, inicialmente circunscrita a uma região da China, 
adquiriu caráter global, transformando-se numa pandemia. O impacto econômico 
inicial, até meados de fevereiro, ocorreu principalmente no país de origem, no 
entanto espalhou-se aos mercados financeiros mundiais. Portanto, medidas de 
isolamento social tornaram-se realidade em quase todos os países. 
Diante de tal situação, projetar cenários econômicos com confiança, 
tornou-se uma tarefa difícil. Diante de tal cenário, os países desenvolvidos 
mobilizaram um poderoso arsenal para amortecer o impacto negativo da crise sobre 
o emprego e a renda, no sentido de que bancos centrais reduziram juros e voltaram 
à política de expansão quantitativa de modo a garantir a liquidez dos mercados e a 
oferta de crédito; em relação à política fiscal destaca-se o pacote norte-americano de 
US$ 2 trilhões, que buscou recursos para a saúde, transferindo renda para as 
famílias e apoiando as empresas. 
No contexto do cenário atual, a globalização tem grande influência 
sobre os negócios e cenários econômicos, neste sentido, é real a necessidade de 
conhecimento das empresas em relação às mudanças de comportamento dos 
consumidores, economia, governo e à concorrência, no sentido de prever e prevenir 
fatores negativos que as influenciam. 
Dessa forma, este trabalho tem como objetivo contribuir com uma 
análise dos efeitos da pandemia no Brasil e acerca da globalização e cenários para 
a economia brasileira em 2021. 
 
 
 
 
 4 
2 DESENVOLVIMENTO 
A rápida recuperação da economia brasileira após o choque inicial 
da Covid-19 no ano passado foi até certo ponto surpreendente. Ela refletiu uma 
conjunção de fatores envolvendo a política econômica implementada para mitigar o 
impacto sobre a renda e o emprego derivado das medidas de isolamento social, que 
visavam conter a disseminação do vírus no país, e um ambiente externo mais 
favorável do que o esperado inicialmente – com reflexo sobre os preços de 
commodities relevantes na pauta de exportações brasileira. 
2.1 INFLUÊNCIA DO CENÁRIO ECONÔMICO PROJETADO PARA 2021 
Dados recentes de janeiro de 2021 e estimativas da Dimac do Ipea 
para fevereiro mostram que a trajetória de recuperação continuou no primeiro 
bimestre deste ano na indústria e, principalmente, nos serviços. No entanto, o 
agravamento recente da pandemia, que culminou no quadro atual de forte pressão 
sobre o sistema de saúde, vem motivando os governos estaduais e municipais a 
reintroduzir medidas impositivas de isolamento social. Se, por um lado, se espera 
que a nova rodada de restrições possa ajudar a conter o número de novos casos da 
doença e aliviar o sistema de saúde, por outro lado, aumentam as incertezas em 
relação ao desempenho da economia no curto prazo. O impacto negativo sobre a 
atividade econômica tende a ser significativo, mas menor do que no segundo 
trimestre do ano passado. 
Neste contexto de incertezas de política fiscal e relacionadas à 
pandemia, a previsão da Dimac/Ipea para o PIB de 2021 é de um crescimento de 
3%, com recuo de 0,5% do PIB no primeiro trimestre, na comparação com ajuste 
sazonal. Ainda que uma nova rodada de medidas fiscais de combate aos efeitos da 
pandemia esteja programada para começar em abril, o impacto negativo sobre a 
atividade econômica tende a prevalecer no primeiro semestre, embora em 
magnitude significativamente menor do que a verificada no ano passado. No 
segundo semestre, o cenário considerado na projeção é que a cobertura vacinal 
contra a Covid-19 esteja avançada e permita a retomada do crescimento devido ao 
aumento da confiança dos consumidores e empresários e à redução de medidas de 
isolamento social. Para 2022, a Dimac/Ipea projeta um aumento de 2,8% para o PIB. 
 5 
Embora esse resultado do ano seja inferior ao previsto para 2021, o cenário 
caracteriza-se pela manutenção, ao longo de 2022, da retomada da atividade 
esperada para o segundo semestre deste ano. 
No que diz respeito à inflação de 2021, projeta-se uma variação de 
4,6% do IPCA e de 4,3% do INPC. Essa projeção considera as surpresas 
inflacionárias adversas do início do ano, especialmente em relação aos preços 
administrados, bem como o recente período de seca verificado nas principais 
regiões produtoras de carne e leite, a trajetória observada e esperada para a taxa de 
câmbio e a continuada aceleração dos preços das matérias-primas no mercado 
internacional. Contudo, espera-se que, no contexto de uma política monetária mais 
apertada e sob a hipótese de que as atuais incertezas fiscais sejam controladas, a 
inflação volte a cair ao longo do ano e permaneça controlada em 2022, atingindo, 
nesse ano, 3,4% tanto para o IPCA quanto para o INPC. 
Os dados mais recentes mostram que a inflação corrente segue 
pressionada, mesmo em um contexto de desaquecimento da demanda interna. Em 
fevereiro, a inflação em doze meses, medida pelo IPCA, acelerou pelo nono mês 
consecutivo, registrando uma variação acumulada de 5,20%. Em que pese o forte 
aumento dos alimentos no domicílio (21,0%), a piora no desempenho dos preços 
monitorados (3,8%) e dos bens industriais (4,6%) explica esse quadro de aceleração 
inflacionária que conjuga alta de preços de commodities, depreciação cambial e 
descompasso na oferta de algumas matérias-primas. Nota-se, ainda, que a 
implementação dos reajustes postergados de 2020, combinada às altas previstas em 
2021, já começa a impactar mais fortemente os preços administrados. Como 
esperado, essa pressão recente sobre os preços ao consumidor segue a forte alta 
dos preços ao produtor. Segundo o Índice de Preços ao Produtor Amplo – 
Disponibilidade Interna (IPA-DI), nos últimos doze meses, até fevereiro, os preços 
agrícolas registram um crescimento de 53,8%, enquanto os produtos industriais 
apontam uma alta de 37,4% – indicando que o fenômeno é mais amplo do que 
apenas um choque localizado em produtos específicos. 
Em sua reunião de março, o Copom aumentou a taxa Selic, de 
2,00% para 2,75% ao ano (a.a.), em reação ao aumento da inflação observada e 
das expectativas para o fim do ano. Esse aumento não parece ser capaz, por si só, 
de produzir um impacto muito negativo, e muito menos frear a retomada que se 
encontrava em curso, até o agravamento da situação sanitária. As taxas de juros de 
 6 
longo prazo já se encontravam altas, mesmo com a Selic em nível recorde de baixa. 
A inclinação significativamente positiva da curva de juros, refletindo incertezas que 
se avolumavam quanto à sustentabilidade da dívida pública, além do próprio cenário 
de inflação em alta no segundo semestre, já funcionava como um freio para uma 
retomada mais forte da atividade econômica. No entanto, a elevação da Selic em 
março não teve impacto sobre os juros mais longos, refletindo a expectativa do 
mercado de uma política mais agressiva do Banco Central do Brasil (BCB) no 
sentidode elevar a taxa básica para níveis compatíveis com a convergência da 
inflação para a meta. Ou seja, a percepção quanto à taxa de juros compatível com a 
inflação na meta parece não ter se alterado, apenas a rapidez com que se chegará 
até ela. 
As medidas de estímulo ao crédito, via redução de compulsórios, 
flexibilização de exigências de capital e relaxamento de normas regulatórias 
prudenciais, constituíram um apoio importante ao setor privado na recuperação após 
o choque de março-abril do ano passado. O saldo total de crédito no Sistema 
Financeiro Nacional (SFN) manteve a tendência positiva que se desenhava desde 
antes da crise sanitária e cresceu 6,2 p.p. do PIB desde março de 2020 (de 47,9% 
para 54,2%). Essa variação deveu-se principalmente ao movimento favorável no 
segmento de pessoas jurídicas (PJs), que, em termos nominais, cresceu 23,1% nos 
últimos doze meses até janeiro. O segmento de pessoas físicas (PFs), cuja carteira 
sofreu forte retração no período imediatamente posterior à eclosão da pandemia, se 
recuperou lentamente e agora apresenta sinais de estabilidade, com um crescimento 
de 10,9% em doze meses 
A mudança mais imediata após o fim da pandemia deve ser no 
mercado de trabalho, pela aceleração da digitalização da economia ocorrida em 
2020. Isso terá implicações em vários segmentos do setor de serviços, notadamente 
os de viagens, hotelaria e entretenimento, assim como do comércio. 
No Brasil, 22,7 milhões de pessoas estavam ocupadas nesses 
segmentos antes da pandemia, sendo 10 milhões de maneira informal ou por conta 
própria, tendo o contingente total se reduzido em 3,5 milhões de pessoas ao longo 
da pandemia, segundo a PNAD contínua trimestral (-15%). 
Uma redução persistente de 10% no emprego nesses segmentos 
causará, portanto, um excedente de trabalhadores da ordem de 2,3 milhões de 
pessoas, que podem pesar na retomada mais geral das atividades econômicas em 
 7 
2021. 
A redução da pandemia permitiria à economia seguir seu processo 
de reabertura gradual, contribuindo para que o mercado de trabalho volte a criar 
vagas. A recuperação, principalmente do emprego informal de baixa remuneração, 
que foi a categoria que mais sofreu os efeitos do isolamento social, é indispensável 
para o Auxílio Emergencial poder se encerrar, sem excessivo empobrecimento da 
população e forte contração no consumo das famílias. 
A recuperação também é importante para a permanência do regime 
fiscal, com a manutenção do teto de gastos e com o atendimento dos mais 
vulneráveis dentro do quadro do Bolsa Família ou de um eventual programa que o 
suceda, observando o mais próximo possível os limites globais de gastos previstos 
no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2021. 
O cenário também contempla o progresso nas reformas sobre o 
funcionalismo público ao longo de 2021 para reforçar a ancoragem do gasto público 
em 2022 e nos anos subsequentes. Os anos seguintes poderão exigir também um 
reforço do superávit primário mediante aumento das receitas dos governos. 
2.2 VERTENTE ECONÔMICA OBSERVADA NO GOVERNO FEDERAL 
As inspirações do neoliberalismo derivaram do capitalismo clássico, 
ou seja, o capitalismo em sua verdadeira essência que defende o livre comércio, 
sem interferências, prezando apenas pelo direito de propriedade. As principais ideias 
que nortearam as práticas neoliberais nasceram na Escola Austríaca de pensamento 
econômico, através dos economistas Friedrich Hayek, defensor do liberalismo 
clássico, Ludwig von Mises, entre outros. 
O neoliberalismo tomou sua forma atual e tornou-se tema de 
estudos mais profundos no século XX, em consequência do New Deal – política de 
bem-estar social implantada pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano 
Roosevelt, que visava recuperar a economia e assistir a população afetada após a 
grande crise mundial de 1929, agravada após a quebra da Bolsa de Nova Iorque 
(POGGI, 2008, p.28-29). 
 
O programa consistia basicamente em regime de pleno emprego, 
concessão de benefícios sociais aos trabalhadores, controle da inflação, de forma 
 8 
que o Estado influenciasse fortemente a economia em busca do desenvolvimento, 
baixando a taxa de juros, reduzindo o endividamento do país para que pudesse 
investir na política interna. Essa posição foi amplamente defendida e sintetizada na 
obra de John Maynard Keynes, sendo denominada teoria keynesiana (CANDIOTTO, 
2012, p.160). 
Alguns economistas, porém, acreditavam que o bem-estar social não 
deveria ser o centro das ações, mas uma política monetária de liberdade, não 
regulamentação e não influência do estado no mercado deveria exercer o papel 
principal. Sendo assim, em 1947, surgiu a Sociedade Mont Pèlerin, organização 
internacional com vistas a promover o liberalismo econômico. Entre seus criadores 
estão Hayek, Ludwig von Mises, além de Milton Friedman, mais tarde vencedor do 
Prêmio de Ciências Econômicas (Prêmio Nobel) e outros, e entre seus membros 
estavam filósofos, políticos e estudiosos (ANDERSON, 1995, p. 01). 
O primeiro país a aplicar o neoliberalismo foi o Chile, durante a 
ditadura de Pinochet. Logo após, foi seguido pela Inglaterra, em 1979, no governo 
de Margaret Tatcher e em 1980, com a vitória de Ronald Reagan nos EUA, formou-
se um conjunto político que influenciava a economia mundial e servia de modelo 
para países emergentes, difundindo cada vez mais os ideais neoliberalistas 
(ANDERSON, 1995, p. 05 e 09). 
A partir de então, o neoliberalismo deixou de ser somente um 
sistema econômico de governo, mas um sistema político que se tornou tendência 
nos governos de direita, posição maioritária na Europa, e depois, na América Latina 
após anos de governos militares. Logo, os governos de esquerda que ainda 
resistiam em alguns países, passaram a adotar as práticas monetaristas, pois foram 
forçados pelo mercado a manter a constância progressista dos países vizinhos. 
Porém, o neoliberalismo também mostrou efeitos colaterais na 
sociedade quando empregado por anos consecutivos, sendo um dos mais graves o 
aumento da dívida pública, o crescimento da desigualdade social e altos índices de 
desemprego, mas isso não representou uma preocupação para os defensores desse 
sistema político-econômico. 
A primeira aproximação do neoliberalismo no Brasil aconteceu nas 
eleições de 1989, durante a disputa entre Lula e Collor. Este último venceu apoiado 
no discurso de que o país necessitava de mais transparência, austeridade fiscal em 
relação aos gastos públicos e prometendo “caçar os marajás”. Mas, suas ações não 
 9 
permitiram que Collor terminasse seu mandato, sofrendo um impeachment. 
Desde a fase pré-eleitoral, Bolsonaro anunciou que o economista 
Paulo Guedes, phD em economia pela Universidade de Chicago, berço no 
liberalismo econômico, seria um dos seus ministros. Guedes surgiu como peça 
influente no processo de mudança do pensamento político brasileiro e conquistou o 
apoio da classe empresária, garantindo que um país economicamente liberal era a 
melhor opção para eles. 
De acordo com o Plano de Governo de Bolsonaro, os principais 
objetivos para a economia eram: o enxugamento da máquina pública; a diminuição 
da inflação e dos juros; a realização de uma reforma na previdência seguindo o 
regime de capitalização individual adotado no Chile, bem como, de uma reforma 
tributária; privatizar tanto quanto fosse possível; instituir uma renda mínima para 
todos; criar uma nova carteira de trabalho priorizando o contrato de trabalho 
individual em detrimento da CLT; promover a abertura comercial internacional; 
investir no setor industrial e facilitar a criação e extinção de empresas. 
Visando destravar a economia, o governo anunciou uma série de 
medidas econômicas a fim de estimular os investimentos privados, seguindo o plano 
principal de tornar o ambiente de negócios mais livre da atuação do Estado. 
Esperando os efeitos em curto prazo, promoverama liberação do saque do FGTS, 
prometeram a queda da taxa de juros em 1(um) ponto percentual e a liberação de 
depósitos compulsórios pelos bancos (COSTA et al., 2019). 
Para os resultados em médio prazo, planeja-se realizar expressivas 
privatizações com o objetivo de captar bilhões para os cofres públicos, segundo as 
previsões da equipe. Além de automatizar e digitalizar o serviço público, realizar a 
reforma tributária e facilitar a atividade empresarial. Em longo prazo, o que o 
governo espera colocar em prática é a inclusão da iniciativa privada no setor de 
saneamento básico, uma reforma no funcionalismo público aproximando-o das 
regras privadas, uma redistribuição de recursos entre os Estados e municípios 
através de uma reforma no Pacto Federativo, fortalecer o sistema de compra e 
venda de títulos públicos e a revisão da legislação de garantias bancárias, a fim de 
reduzir os juros e as taxas (COSTA et al., 2019). 
Em 2020, a maioria das medidas apresentadas ainda não foi posta 
em prática, algumas aguardando a aprovação pelo Congresso Nacional e outras 
continuam em fase de planejamento, com exceção da reforma da previdência e da 
 10 
liberação do saque do FGTS. Como resultado do primeiro ano do governo 
Bolsonaro, o crescimento econômico foi ínfimo, obtendo o PIB de 1,1% para o ano 
de 2019. Para os próximos anos, o governo prevê maior nível de crescimento 
(ALVARENGA; SILVEIRA, 2020). 
Com os planos em andamento, não é possível classificar ou 
quantificar os resultados das medidas. Entretanto, a perspectiva é de que o setor 
privado não tem se comportado conforme as expectativas do governo. O alto índice 
de desemprego e trabalho informal não produzem a elevação da demanda 
econômica e a resposta do mercado é a estagnação em que se encontra atualmente 
(OREIRO; PAULA, 2019). 
2.3 SITUAÇÃO ECONOMICA MODELADA MATEMATICAMENTE 
Apesar do crescimento econômico do Brasil, lojistas e bancos vem 
enfrentando um grave problema administrativo: a inadimplência ou default. A 
inadimplência do consumidor registrou a maior alta dos últimos 9 anos crescendo 
21,5% em 2011, segundo dados do SPC – Serviço de Proteção ao Crédito (2012). 
Como consequência, tem-se a retenção do capital de giro investido nas empresas, 
falhas no planejamento de pagamentos a fornecedores e desgastes entre clientes e 
lojistas. 
Devido a essa crescente preocupação de empresários em relação à 
taxa de inadimplência, variáveis econômicas como disponibilidade de crédito, 
alterações na taxa de juros (SELIC) e inflação tem sido cada vez mais avaliados com 
a finalidade de explicar o aumento da inadimplência. 
Nesse sentido, um modelo matemático poderia estabelecer a 
relação entre o crédito, as principais variáveis econômicas e os índices de 
inadimplência, contribuindo para que os empresários tenham condições de gerenciar 
riscos e prevenir a situação problema. 
De acordo com o estudo de Neto et al. (2016), o seguinte modelo 
ilustra o caso relatado anteriormente: 
 11 
 
 Onde a variável dependente é a inadimplência e as independentes 
são vendas a crédito, vendas à vista, taxa Selic e inflação. 
Os resultados encontrados por Neto et al. (2016) ratificam os 
princípios da teoria econômico-financeira, que conjectura a importância da 
parcimônia do modelo de regressão, rejeitando variáveis que não agregam para 
explicar as variações da variável dependente em uma equação de regressão. 
2.4 MEDIDAS PROJETADAS PARA UM CENÁRIO PÓS-PANDEMIA 
A necessidade de recompor a arrecadação tributária, associada ao 
reconhecimento do alto grau de regressividade da tributação no Brasil – consensual 
entre os especialistas –, indica, em tese, o aumento da cobrança dos tributos sobre 
a renda e o patrimônio, e, em contrapartida, a diminuição dos tributos sobre o 
consumo, que penalizam proporcionalmente mais os menos afortunados, e das 
contribuições sobre a folha de pagamentos, que colaboram decisivamente para a 
“uberização” do emprego e “pejotização” do trabalho formal. Se o diagnóstico é 
quase unânime, a prescrição exige cuidado (NETO et al, 2020). Tais medidas podem 
causar descontentamento da população em um primeiro momento, onde estão se 
recuperando de uma grave crise. 
O primeiro passo parece ser a revisão dos diversos incentivos fiscais 
existentes na legislação, recomendação válida para todos os tributos cobrados. É o 
momento de se analisar em profundidade o custo/benefício de cada medida de 
desoneração tributária. Devem ser mantidos apenas os benefícios que efetivamente 
melhorem a distribuição de renda pós-tributos ou que induzam de fato às decisões 
de consumo e investimento a que se propõem, as quais, por sua vez, deverão estar 
alinhadas às novas bases da economia pós-pandemia (NETO et al, 2020). Caso tais 
 12 
incentivos sejam removidos de grandes corporações, poderá haver acentuação de 
retiradas de capital estrangeiro do país, onde multinacionais deixam de gerar 
empregos no Brasil e vão em busca de territórios com melhores incentivos fiscais. 
Sob esse prisma, a tributação sobre renda pode vir a sofrer ampla 
reformulação. O agravamento da desigualdade social em decorrência dos efeitos 
econômicos da pandemia tende a impulsionar o debate de medidas tributárias que 
busquem estabelecer maior grau de justiça fiscal. Entre as propostas a serem 
examinadas, merece destaque a reinstituição da tributação dos lucros e dividendos, 
com revogação do tratamento privilegiado dos JCP (NETO et al, 2020). 
Outro ponto importante no debate da tributação da renda é a 
reavaliação da miríade de isenções e alíquotas diferenciadas sobre rendimentos do 
mercado financeiro, sem falar da não incidência do imposto sobre verbas 
indenizatórias que, na realidade, não se revestem dessa natureza jurídica 
(CORREIA NETO et al, 2020). Tais medidas podem gerar descontentamento por 
parte dos investidores, fazendo com que busquem diversificar seus investimentos 
em outras áreas. No entanto, pode gerar uma boa receita para os cofres públicos, 
uma vez que muitos investimentos de valores acima de R$ 200 mil são isentos. 
Não será surpresa se voltarem à pauta legislativa temas como o fim 
da tributação favorável dos fundos de investimento fechados e, talvez, o fim da 
isenção de investimentos em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de 
Crédito Imobiliário (LCI) (NETO et al, 2020). 
Outras medidas tributárias progressivas deverão surgir como 
alternativas de obtenção de recursos. Os caminhos mais debatidos são a adoção de 
impostos sobre a fortuna e de uma tributação mais abrangente das heranças (NETO 
et al, 2020). 
Nessa seara, o espaço de atuação da União é relativamente 
limitado. Sob sua competência está o imposto sobre propriedade territorial rural 
(ITR), que na prática é relegado à irrelevância, tanto do ponto de vista fiscal como 
extrafiscal, e cuja administração vem sendo delegada aos municípios (NETO et al, 
2020). 
Por fim, registre-se que o panorama traçado toma como 
pressupostos que o financiamento dos gastos públicos extraordinários incorridos nas 
primeiras fases da crise prescindirá de aumento significativo de receitas tributárias e 
que a economia não enfrentará gargalos importantes ou até rupturas das cadeias de 
 13 
produção e distribuição de bens e serviços (NETO et al, 2020). 
Caso esse cenário mais favorável não se verifique, o papel da 
política tributária pode mudar radicalmente, não se descartando o uso de 
empréstimos compulsórios ou de impostos sobre lucros extraordinários, para 
obtenção imediata de receitas, ou de tributos regulatórios, como os impostos de 
exportação e importação, para garantir o abastecimento interno, ou o IOF, para 
combater disfunções no mercado financeiro (NETO et al, 2020). 
 
2.5 MODELO DE REGRESSÃO 
Em cenários de incertezas ter ferramentas para tentar prever o 
comportamento futuro é de suma importância. Os dados contidos na tabela abaixo, 
corresponde aoconsumo das famílias (Y) e a renda das famílias (X). 
 
AMOSTRA CONSUMO (Y) RENDA (x)
1 65 80
2 120 150
3 210 298
4 260 320
5 380 420
6 450 600
7 510 850
8 555 750
9 615 980
10 660 780 
 
De acordo com a base de dados, podemos montar o seguinte 
gráfico: 
 14 
 
 
Com o gráfico, podemos chegar ao seguinte modelo de regressão: 
Y=0,6454x + 45,063, onde x é a variável independente e y é a 
variável dependente. 
Nesse modelo podemos perceber que quanto maior for a renda 
familiar, maior será o consumo. Dessa forma, temos uma relação diretamente 
proporcional. 
 
 
 15 
3 CONCLUSÃO 
Diante das informações trabalhadas, pode-se concluir de forma 
resumida que a variação do IPCA deve alcançar 3,0% em 2021, ainda mostrando 
efeito do câmbio no preço de bens industriais. Como já abordamos em ocasiões 
anteriores, a inflação de alimentos seguirá bastante pressionada, tanto por questões 
climáticas quanto pela forte demanda externa. Além disso, confirmada a hipótese de 
avanço da reabertura a economia e retomada gradual do emprego, a inflação de 
serviços deve mostrar alguma aceleração em 2021; 
 A política monetária começa a ser ajustada no quarto trimestre de 
2021, com a taxa Selic terminando o ano que vem em 2,5% ao ano, refletindo o 
crescente peso da meta de inflação de 2022 nas ações do Banco Central; 
 O crescimento do PIB está projetado em 4,5% em 2021, refletindo 
um carrego estatístico elevado (+3,3%) e a normalização do PIB da Administração 
Pública (+0,9%), está em consequência da metodologia adotada pelo IBGE face à 
pandemia. O crescimento ao longo do ano estaria assim em um ritmo médio de 0,4% 
na comparação trimestral, abaixo do observado em 2017-19. 
Pôde-se observar que o Governo Federal tem vertentes neoliberais, 
onde os principais objetivos para a economia eram: o enxugamento da máquina 
pública; a diminuição da inflação e dos juros; a realização de uma reforma na 
previdência seguindo o regime de capitalização individual adotado no Chile, bem 
como, de uma reforma tributária; privatizar tanto quanto fosse possível; instituir uma 
renda mínima para todos; criar uma nova carteira de trabalho priorizando o contrato 
de trabalho individual em detrimento da CLT; promover a abertura comercial 
internacional; investir no setor industrial e facilitar a criação e extinção de empresas. 
Além disso, foi visto que um modelo matemático poderia estabelecer 
a relação entre o crédito, as principais variáveis econômicas e os índices de 
inadimplência, contribuindo para que os empresários tenham condições de gerenciar 
riscos e prevenir a situação problema. 
Em relação às medidas projetadas para um cenário pós-pandemia, 
temos que o financiamento dos gastos públicos extraordinários incorridos nas 
primeiras fases da crise prescindirá de aumento significativo de receitas tributárias e 
que a economia não enfrentará gargalos importantes ou até rupturas das cadeias de 
produção e distribuição de bens e serviços. 
 16 
Por fim, foi possível determinar o modelo de regressão através dos 
dados informados, onde pode-se concluir que temos uma relação diretamente 
proporcional em relação ao consumo e a renda das famílias. 
 
 17 
REFERÊNCIAS 
ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: ______. SADER, Emir; GENTILI, 
Pablo (orgs.) Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio 
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