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PTI 2SEMESTRE PEDAGOGIA EAD

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PEDAGOGIA LICENCIATURA EAD
SARA RODRIGUES DOS SANTOS
O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL.
São Paulo
2020
SARA RODRIGUES DOS SANTOS
RA 25862652
O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL.
Trabalho apresentado à Universidade Anhanguera, como requisito parcial à aprovação no 2º semestre do curso de Pedagogia Licenciatura EAD.
São Paulo
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO................................................................................................. 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 7
REFERÊNCIAS............................................................................................................8
INTRODUÇÃO
O Ensino de História da África e dos povos africanos no Brasil, bem como a História indígena, deve estar presente no ambiente escolar, tanto nas escolas públicas quanto privadas. A Lei 11.645/08 estabelece a obrigatoriedade dessa modalidade de ensino. A lei em questão é a resposta da resistência e reivindicações que ocorreram ao longo do tempo e da história.
 O negro figurou por muito tempo um espaço que o envolveu no obscurantismo ficando à margem da história que adentrava os bancos das escolas. Sua dispersão e seus caminhos no processo histórico não estiveram presentes em uma parcela considerável da historiografia, pelo menos em boa parte dela, nem nos livros didáticos utilizados nas escolas, inclusive a brasileira. Quando muito, indicavam que essas populações africanas serviam para o trabalho escravo nas plantações de café, cana-de-açúcar ou no período em que a extração do ouro requisitou mão-de-obra mais resistente.
 Alguns excessos foram cometidos no que concerne à historiografia africana e indígena quando nos referimos ao branqueamento e marginalização do negro, nesse sentido o campo educacional brasileiro sofreu danos. Visto que irrompeu uma história dos vencidos, no sentido de branca. Percebemos as lacunas que persistem na contemporaneidade em detrimento da falta desse conteúdo na grade curricular das escolas brasileiras.
 No momento em que não oferecemos o suporte necessário para que essas crianças aprendam e recriem o cenário histórico da atuação africana e indígena na historiografia brasileira sonegamos o direito ao conhecimento que os educandos possuem.
 O papel da educação é significativo para o desenvolvimento humano, para a formação da personalidade e aprendizagem. Nos primeiros anos de vida, os espaços coletivos educacionais os quais a criança pequena frequenta são privilegiados para promover a eliminação de toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e racismo. 
As crianças deverão ser estimuladas desde muito pequenas a se envolverem em atividades que conheçam, reconheçam, valorizem a importância dos diferentes grupos étnico-raciais na construção da história e da cultura brasileiras (BRASIL. MEC, 2003).
8
DESENVOLVIMENTO 
A introdução dos conteúdos referentes ao ensino da História e Cultura africana e indígena, além de enriquecer o aprendizado dos alunos e seu desenvolvimento na sociedade abarca as relações étnicas com os colegas. A disseminação dessa historiografia nas escolas por meio de livros didáticos enriquece o desenvolvimento e aprendizado dos educandos, como também favorece o fortalecimento dos laços históricos entre a sociedade contemporânea e a historiografia brasileira.
 Porém, alguns dos livros adotados pelas escolas, não abrange todos os conteúdos que referenciam a cultura africana e indígena, quando muitos abordam, o espaço destinado é demasiadamente resumido. Com a falta das abordagens sobre a temática nos livros utilizados nas escolas, deixamos espaços vazios no aprendizado dessas crianças impossibilitando-as de conhecer uma cultura que é maior que o conhecimento que elas adquirirão ao longo dos anos.
 Permanecer nesse patamar é o mesmo que fomentar uma ignorância situacional da própria história do país onde essas crianças nasceram, é sonegar a história e cultura que faz parte da construção social do povo brasileiro. No momento em que não expomos, não abordamos em sala de aula os conteúdos que versam sobre a temática africana e indígena, nós minimizamos o poder de reflexão desses alunos, não permitimos que eles alarguem sua visão com outros caminhos culturais percorridos ao longo da história.
 Sobre o fato as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, informa que esse conjunto de saberes ―possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da diversidade‖ (Resolução CNE/CEB/2009).
 A questão que envolve o livro didático e a distribuição dos conteúdos relacionados à história e cultura africana é um desafio para a sociedade brasileira do século XXI. Vários fatores influenciam diretamente na escassez do conteúdo exposto nos livros didáticos utilizados pelas escolas, o tempo destinado às aulas da disciplina de História é curto e nem sempre se pode abarcar a historiografia. Dessa forma percebemos que o problema não é só o livro e o tempo destinado ao ensino e aprendizado dos alunos, a problemática vai além, ultrapassa os muros da escola. 
Apesar da obrigatoriedade legal de as escolas de oportunizar o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, esse conteúdo nem sempre se faz presente no cotidiano da sala de aula, mantendo-se ausente do currículo escolar.
Conceber professores e alunos como autores dos currículos, permanentemente construídos como 'obra de arte', intencionada, emocionada, prazerosa devolver aos sujeitos da escola sua dignidade de criadores, sujeitos ativos dos seus fazeres, únicos, singulares, embora mergulhados num mundo social (e cognitivo) que os ultrapassa, mas também é por eles tecido.
Ainda que a distância entre o Brasil e a África seja mínima, a relação da escola com a história do continente africano ainda é de distanciamento, ou seja, ainda é caracterizada pela pouca intimidade, por parte de docentes e discentes com a história e cultura africana.
 No geral, ambos os segmentos têm uma visão homogênea da África como terra de pretos e de escravos, onde tudo é igual e, durante um longo período, persistiu a incivilidade. Do contrário conservam uma visão fragmentada da África e a generalizam para a totalidade desse continente.
 Esta perspectiva está evidenciada não só nos valores civilizatórios africanos reinventados e adaptados pelos escravizados trazidos para o Brasil nas chamadas africanidades, mas, sobretudo, na proximidade geográfica que une esses dois continentes.
A longa relação entre a África e a América resultou na transposição de valores e saberes para o Brasil, valores os quais passaram a compor todos os setores da vida material e espiritual dos africanos na nova terra. Por essa razão, eles tiveram que:
[...] ressignificar a vida de escravizado na Terra de Santa Cruz, adaptando seus saberes e cultura aos vários ambientes históricos neste país continental, o Brasil. Os saberes e traços culturais foram trazidos na cabeça e na alma de mulheres e homens, já que não era permitido aos escravizados trazer pertences pessoais na longa travessia do Atlântico. A adaptação dos saberes e culturas à nova realidade foi fundamental para a sobrevivência e abertura de espaços de negociação com senhores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, entendemos que as relações que envolvem a História e cultura africana e indígena são contempladas de forma rasa e superficial nos livros didáticos utilizados pelas escolas brasileiras. E não como determina a obrigatoriedade dos conteúdos assinalados pela Lei 11.645/08.
 É necessário que repensemos como estamos formando nossos alunos, quais as representações que estão sendo formadas. Somos os formadores dos sonhos e princípios dos alunos que estão nas salas de aula,portanto, devemos contribuir para que esses alunos alarguem sua visão sobre os conteúdos a cerca da história africana e indígena.
 Além de propor novas intervenções que não estejam, unicamente, embasadas no livro didático utilizado no momento pela instituição de ensino. O que não interfere no uso desse livro atrelado a outra metodologia de ensino.
REFERÊNCIAS
AMÂNCIO, Iris Maria da Costa. Lei 10.639/003, cotidiano escolar e literatura de matrizes africanas: da ação afirmativa ao ritual de passagem. In: AMÂNCIO, Iris Maria da Costa; GOMES, Nilma Lino; JORGE, Miriam Lúcia dos Santos. Literaturas Africanas e Afro-brasileiras na Prática Pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. P. 13-166.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática ―História e Cultura Afro-Brasileira‖, e dá outras providências. Brasília, 2003.
TAVARES, Rosemeire Aparecida Alves; BELLUSCI, Maria Eugênia. A escola é nossa: história, 3° ano. São Paulo: Scipione, 2011. 1 imagem.
ABREU, Martha; MATTOS, Hebe Maria. Em torno das Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana: uma conversa com historiadores. Estudos Históricos, Rio de janeiro, v. 21, n. 41, p. 5-20, jan. /jun. 2008.
REIS, Liana Maria. Africanos no Brasil: saberes trazidos e ressignificações culturais. In: AMÂNCIO, Iris Maria da Costa (Org.). África - Brasil - África: matrizes, heranças e diálogos contemporâneos. Belo Horizonte: PUC/Minas; Nandyala, 2008.

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