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LEGIS - CONSTITUICAO FEDERAL-TOMO-I

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Prévia do material em texto

#LEGIS
NASCIMENTO, Filippe Augusto dos Santos. Constituição Federal. Tomo I 
- Do preâmbulo ao Poder Legislativo. Fortaleza: Ouse Saber, 2020. (Legis. 
V. 14)
Constituição Federal. Direitos Fundamentais. Organização do Estado. 
Poderes.
ISBN:– 978-65-86950-02-1.
Constituição Federal. 
tomo i
 - Do Preâmbulo ao Poder Legislativo -
Filippe Augusto dos Santos Nascimento
Graduado em Direito pela UFC. 
Mestre em Direito pela UFRN.
Doutor em Direito pela UFC.
Defensor Público Federal.
Professor de várias Pós-Graduações em Direito.
Fundador e Professor do Curso Ouse Saber.
Autor da Obra Direitos Fundamentais e sua Dimensão Objetiva
E-mail: fi lippeaugusto83@gmail.com
#LEGIS
Proposta do Legis
A Coleção Legis tem como objetivo primordial preparar candidatos para os principais concur-
sos públicos do país.
Pela experiência adquirida ao longo dos anos estudando e lecionando para concursos públicos, 
bem como conversando com centenas e centenas de alunos aprovados, a conclusão a que cheguei é que, 
cada dia mais, torna-se indispensável para a aprovação em concursos, principalmente, na prova objetiva, 
o conhecimento adequado da legislação.
Estudar a lei em sua literalidade, todavia, é algo árido e, normalmente, pouco estimulante. Para 
vencer essa dificuldade, o Ouse Saber idealizou o Legis, a sua melhor maneira de estudar a legislação. No 
Legis, a estrela é a “letra da lei”, mas um super time de Professores, com larga experiência na preparação 
para concursos, destaca os pontos mais importantes da legislação, além de fazer comentários rápidos e ob-
jetivos, apontar jurisprudência relevante sobre os temas e garantir questões para treinamento do conteú-
do estudado. Tudo isso em um material de leitura agradável, com espaços para anotações e organização do 
estudo da lei em formato de plano dividido por dias.
É realmente tudo que você precisa para aprender a legislação da forma mais rápida e agra-
dável possível.
Bons estudos e Ouse Saber!
Filippe Augusto
Defensor Público Federal
Mestre e Doutor em Direito
Coordenador do Legis
4
#LEGIS
Sumário
Plano de Leitura da Lei:
Dia 01........................................................................... Dos Arts. 1º ao 4º.
Dia 02.............................................................................................. Art. 5º.
Dia 03........................................................................... Dos Arts. 6º ao 17.
Dia 04........................................................................... Dos Arts. 18 ao 28.
Dia 05........................................................................... Dos Arts. 29 ao 36.
Dia 06........................................................................... Dos Arts. 37 ao 43.
Dia 07........................................................................... Dos Arts. 44 ao 57.
Dia 08........................................................................... Dos Arts. 58 ao 75.
4
#LEGIS
1
DIA 1
Disciplina: Direito Constitucional.
Responsável: Prof. Filippe Augusto.
Dia 01: Do Art. 1ª ao 4º.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, 
reunidos em Assembleia Nacional Constituinte 
para instituir um Estado Democrático, destina-
do a assegurar o exercício dos direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a jus-
tiça como valores supremos de uma sociedade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada 
na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção 
de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLI-
CA FEDERATIVA DO BRASIL.
Jurisprudência: “Preâmbulo da Constituição: 
não constitui norma central. Invocação da pro-
teção de Deus: não se trata de norma de repro-
dução obrigatória na Constituição estadual, não 
tendo força normativa”. [ADI 2.076, rel. min. Car-
los Velloso, j. 15-8-2002, P, DJ de 8-8-2003.]
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados 
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se 
em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos:
Comentários: O Art. 1º estabelece os aspectos 
centrais do estado brasileiro. Assim, o Brasil pos-
sui:
Forma de Governo: República.
Sistema de Governo: Presidencialista.
Forma de Estado: Federação.
Regime Político: Democrático.
A Federação brasileira é formada pela associação 
indissolúvel de União, Estados e Municípios.
Obs.: Por meio do plebiscito de 1993, o povo op-
tou por manter a forma e o sistema de governos 
acima expostos, que foram previstos pelo Consti-
tuinte Originário. 
Jurisprudência: “Lei 6.683/1979, a chamada 
“Lei de Anistia”. (...) princípio democrático e prin-
cípio republicano: não violação. (...) No Estado 
Democrático de Direito, o Poder Judiciário não 
está autorizado a alterar, a dar outra redação, 
diversa da nele contemplada, a texto norma-
tivo. Pode, a partir dele, produzir distintas nor-
mas. Mas nem mesmo o STF está autorizado 
a rescrever leis de anistia. Revisão de lei de 
anistia, se mudanças do tempo e da sociedade a 
impuserem, haverá – ou não – de ser feita pelo 
Poder Legislativo, não pelo Poder Judiciário.” 
[ADPF 153, rel. min. Eros Grau, j. 29-4-2010, P, DJE 
de 6-8-2010.]
... o Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa;
V - o pluralismo político.
Comentários: esses são os chamados princípios 
fundamentais do Estado brasileiro. São aquilo 
que, Carl Schmitt, em sua concepção política de 
Constituição, chama de decisões políticas funda-
mentais. São as decisões centrais do povo brasi-
leiro sobre o que orienta a sociedade e o Estado 
brasileiros.
Mnemônica: Sociedade Civilizada e Plural Valori-
za a Dignidade.. 
Jurisprudência: “Considerando que é dever do 
Estado, imposto pelo sistema normativo, manter 
em seus presídios os padrões mínimos de hu-
manidade previstos no ordenamento jurídico, é 
#LEGIS
2
de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, 
§ 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir 
os danos, inclusive morais, comprovadamente 
causados aos detentos em decorrência da falta 
ou insuficiência das condições legais de encar-
ceramento.” [RE 580.252, rel. p/ o ac. min. Gilmar 
Mendes, j. 16-2-2017, P, DJE de 11-9-2017, Tema 
365.]
“Direito civil e constitucional. Ação de investiga-
ção de paternidade cumulada com petição de 
herança. Filho adulterino. Paternidade não con-
testada pelo marido. Direito de ter o filho reco-
nhecido, a qualquer tempo, o seu pai biológico. 
Prevalência do direito fundamental à busca da 
identidade genética como direito de persona-
lidade.” [AR 1.244 EI, rel. min. Cármen Lúcia, j. 22-
9-2016, P, DJE de 30-3-2017.]
Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de 
algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física 
própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, 
civil e penal do agente ou da autoridade e de 
nulidade da prisão ou do ato processual a que se 
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do 
Estado.
Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimen-
to penal adequado não autoriza a manutenção 
do condenado em regime prisional mais gravoso, 
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâ-
metros fixados no RE 641.320/RS.
Aprofundando: A dignidade da pessoa humana, 
no mundo ocidental, encontra seu fundamento 
mais sólido nas noções desenvolvidas por Kant. 
A dignidade, sob essa perspectiva, não pode ser 
suprimida pelo grupo, reforçando sua dimensão 
individual, daí, poder se falar em dignidade da 
pessoa humana e não apenas dignidade huma-
na, destacando que se trata de um atributo indi-
vidual e não do grupo. O ser humano é valorizado 
enquanto indivíduo e não apenascomo parte de 
um todo.
Parágrafo único. Todo o poder emana do 
povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons-
tituição.
Comentários: O parágrafo único revela que o 
Povo é o único titular legítimo do Poder Consti-
tuinte, bem como estabelece as espécies de de-
mocracia presentes no texto constitucional:
Representativa: Por meio de pessoas eleitas 
para as mais diferentes funções públicas, o que 
vai de Conselheiros Tutelares e Vereadores até a 
Presidente da República;
Direta: o próprio povo participando por meio de 
plebiscitos, referendos e da iniciativa popular de 
leis, como será visto mais adiante. 
Anotações sobre os artigos anteriores:
Art. 2º São Poderes da União, independen-
tes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Execu-
tivo e o Judiciário.
Comentários: Os poderes são harmônicos e in-
dependentes entre si, o que se costuma chamar 
de checks and balances.
Súmula 649 do STF: É inconstitucional a criação, 
por Constituição estadual, de órgão de controle 
administrativo do Poder Judiciário do qual par-
ticipem representantes de outros Poderes ou en-
tidades.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais 
da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e so-
lidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
2
#LEGIS
3
III - erradicar a pobreza e a marginalização 
e reduzir as desigualdades sociais e regio-
nais;
IV - promover o bem de todos, sem precon-
ceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação.
Comentários: Para fins de memorização e para 
não confundir com os princípios fundamentais 
(Art. 1º) ou com os princípios da ordem interna-
cional (Art. 4º), note que, diferente dos outros ar-
tigos, são todos verbos.
Note que são objetivos. São metas a serem alcan-
çada, tal como você tem suas metas de estudo, o 
país possui suas metas sociais, que estão neste 
artigo.
Por serem metas para o futuro, esses dispositivos 
são o que se costuma chamar de normas progra-
máticas.
Mnemônica: Prova Errada Gabarito Confuso (ou 
Com Garra Erra Pouco)
Jurisprudência: “Não se pode permitir que a 
lei faça uso de expressões pejorativas e discri-
minatórias, ante o reconhecimento do direito à 
liberdade de orientação sexual como liberdade 
existencial do indivíduo. Manifestação inadmissí-
vel de intolerância que atinge grupos tradicional-
mente marginalizados.” [ADPF 291, rel. min. Ro-
berto Barroso, j. 28-10-2015, P, DJE de 11-5-2016.]
Art. 4º A República Federativa do Brasil re-
ge-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o pro-
gresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do 
Brasil buscará a integração econômica, políti-
ca, social e cultural dos povos da América La-
tina, visando à formação de uma comunidade 
latino-americana de nações.
Comentários: Todos os dispositivos são, de fato, 
bem relacionados com uma atuação na ordem 
internacional. Atente, todavia, com ainda mais 
cuidado, para o parágrafo único, quando fala que 
o Brasil buscará a formação de uma comunidade 
latino-americana de nações, pois já caiu em pro-
va e alguns alunos costumam estranhar por ser 
uma meta bastante ousada e, alguns, em uma 
leitura mais apressada, podem achar que seria 
incompatível com a soberania nacional, o que 
não é o caso, pois soberania e integração regio-
nal podem ser conciliadas.
Jurisprudência: “Raça e racismo. A divisão dos 
seres humanos em raças resulta de um pro-
cesso de conteúdo meramente político-social. 
Desse pressuposto origina-se o racismo que, por 
sua vez, gera a discriminação e o preconceito se-
gregacionista. (...) Adesão do Brasil a tratados e 
acordos multilaterais, que energicamente repu-
diam quaisquer discriminações raciais, aí com-
preendidas as distinções entre os homens por 
restrições ou preferências oriundas de raça, 
cor, credo, descendência ou origem nacional 
ou étnica, inspiradas na pretensa superiorida-
de de um povo sobre outro, de que são exem-
plos a xenofobia, ‘negrofobia’, ‘islamafobia’ e 
o antissemitismo.” [HC 82.424, rel. p/ o ac. min. 
Maurício Corrêa, j. 17-9-2003, P, DJ de 19-3-2004.]
Anotações sobre os artigos anteriores:
#LEGIS
4
Para Fixação:
Ano: 2019/ Banca: CESPE/ Órgão: CGE – CE
Acerca da organização contemporânea do Estado 
brasileiro, é correto afirmar que
A) a forma de Estado vigente é denominada Esta-
do unitário.
B) a forma de governo adotada é a presidencia-
lista.
C) o presidente da República é o chefe de Estado, 
mas não o chefe de governo.
D) a forma de Estado vigente é o Estado democrá-
tico de direito.
E) a forma de governo adotada é a república e o 
regime político é o democrático.
Ano: 2019/ Banca: CESPE/ Órgão: TJ-DFT/ Titu-
lar de Serviços de Notas e de Registros
É fundamento da República Federativa do Brasil
A) a dignidade da pessoa humana.
B) o desenvolvimento nacional.
C) a independência nacional.
D) a erradicação da pobreza.
E) a solidariedade.
Ano: 2019/ Banca: CESPE/ Órgão: TJ-DFT 
Titular de Serviços de Notas e de Registros 
O Estado brasileiro deve obediência irrestrita à 
própria Constituição, mas, ainda assim, assumiu, 
nos termos desse estatuto político, o compromis-
so de reger-se, nas suas relações internacionais, 
pelo princípio da
A) prevalência dos direitos humanos.
B) erradicação de todas as formas de discrimina-
ção.
C) dignidade da pessoa humana.
D) redução das desigualdades regionais.
E) inviolabilidade do direito à segurança.
Ano: 2019/ Banca: FCC/ Prefeitura de Recife/ 
Assistente de Gestão Pública
Segundo o artigo 4° da Constituição Federal bra-
sileira, a República Federativa do Brasil rege-se 
nas suas relações internacionais por diversos 
princípios, NÃO sendo um desses princípios a
A) garantia do desenvolvimento nacional.
B) independência nacional.
C) autodeterminação dos povos.
D) não intervenção.
E) concessão de asilo político.
Anotações:
Gabarito: E/A/A/A
4
#LEGIS
5
DIA 2
Disciplina: Direito Constitucional.
Responsável: Prof. Filippe Augusto.
Dia 02: Do Art. 5ª.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E 
COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residen-
tes no País a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:
Comentários: Verifica-se que o caput do art. 
5º consagra o que parte da literatura chama 
de quinteto dourado, sendo considerados os 
direitos mais relevantes do regime constitucio-
nal.
VIDA: Do ponto de vista jurídico, há duas teo-
rias principais que buscam explicar o direito à 
vida. Cabe citar:
a) Teoria Concepcionista: a vida começaria 
tão logo o espermatozoide encontre o óvulo, 
ou seja, com a concepção. Foi a teoria adotada 
no Código Civil.
b) Teoria Natalista: a vida começaria somente 
após o nascimento.
A Constituição não adotou expressamente ne-
nhuma teoria de modo claro. O estudo de tais 
teorias, todavia, é de grande relevância, tendo 
em vista os importantes debates jurídicos que 
envolvem o direito à vida e seu âmbito de pro-
teção.
Jurisprudência: Na ADI nº. 3510, questionan-
do a constitucionalidade da Lei de Biossegu-
rança, o STF se manifestou afirmando que a 
vida humana começaria com o nascimento, au-
torizando a pesquisa com célula embrionária: 
“O Magno Texto Federal não dispõe sobre o 
início da vida humana ou o preciso instante 
em que ela começa. Não faz de todo e qual-
quer estágio da vida humana um autono-
mizado bem jurídico, mas da vida que já é 
própria de uma concretapessoa, porque na-
tiviva (teoria “natalista”, em contraposição 
às teorias “concepcionista” ou da “persona-
lidade condicional”). E, quando se reporta a 
“direitos da pessoa humana” e até a “direi-
tos e garantias individuais” como cláusula 
pétrea, está falando de direitos e garantias 
do indivíduo-pessoa, que se faz destinatá-
rio dos direitos fundamentais “à vida, à li-
berdade, à igualdade, à segurança e à pro-
priedade”, entre outros direitos e garantias 
igualmente distinguidos com o timbre da 
fundamentalidade (como direito à saúde e 
ao planejamento familiar). Mutismo consti-
tucional hermenêutica-mente significante 
de transpasse de poder normativo para a le-
gislação ordinária. A potencialidade de algo 
para se tornar pessoa humana já é meritória 
o bastante para acobertá-la, infraconstitu-
cionalmente, contra tentativas levianas ou 
frívolas de obstar sua natural continuidade 
fisiológica. (...) O embrião referido na Lei de 
Biossegurança (in vitro apenas) não é uma 
vida a caminho de outra vida virginalmente 
nova, porquanto lhe faltam possibilidades 
de ganhar as primeiras terminações ner-
vosas, sem as quais o ser humano não tem 
factibilidade como projeto de vida autôno-
ma e irrepetível. O Direito infraconstitucio-
nal protege por modo variado cada etapa do 
desenvolvimento biológico do ser humano. 
Os momentos da vida humana anteriores ao 
nascimento devem ser objeto de proteção 
pelo direito comum. O embrião pré-implan-
to é um bem a ser protegido, mas não uma 
pessoa no sentido biográfico a que se refere 
a Constituição”. [ADI 3.510, rel. min. Ayres Bri-
tto, j. 29-5-2008, P, DJE de 28-5-2010.] 
Assim sendo, em que pese o STF tenha utili-
zado uma manifestação eminentemente nata-
lista, este é um tema que segue polêmico em 
nosso debate constitucional.
#LEGIS
6
Comentários: Na ADPF 54/DF, o STF decidiu que 
a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é 
conduta atípica. Por força de interpretação ju-
risprudencial, realizar aborto de feto anencéfalo 
também não é crime.
IGUALDADE: Vale destacar a clássica distinção 
feita entre a igualdade formal e a igualdade ma-
terial. Igualdade formal representa a garantia de 
igualdade perante a lei, de modo que não exista 
distinção sem razoabilidade expressa no texto da 
lei. A igualdade material é a igualdade almejada 
na realidade social, efetiva nas relações jurídicas 
humanas. 
O direito à discriminação positiva ou direito às 
ações afirmativas tenta fomentar a igualdade 
material. A batalha por igualdade é travada em 
duas frentes, a primeira é a do combate a práti-
cas discriminatórias e a outra é a da realização de 
medidas compensatórias, que venham a atenuar 
a desigualdade sofrida por certos grupos sociais, 
esta última é discriminação positiva (ação afir-
mativa ou ação positiva). São exemplos de ações 
afirmativas as diversas modalidades de cotas, as 
vantagens em licitações e os incentivos fiscais 
para empresas que promovam a contratação de 
pessoal culturalmente diversificado.
Jurisprudência: Duas leis são importantes sobre 
ações afirmativas: i) Lei nº. 12.711/12, que tra-
ta de cotas raciais no ensino superior; ii) Lei nº. 
12.990/14, que regulamenta as cotas raciais nos 
concursos públicos. As duas foram consideradas 
constitucionais pelo STF: 
“Atos que instituíram sistema de reserva de 
vagas com base em critério étnico-racial (co-
tas) no processo de seleção para ingresso em 
instituição pública de ensino superior. (...) Não 
contraria – ao contrário, prestigia – o princípio 
da igualdade material, previsto no caput do 
art. 5º da Carta da República, a possibilidade 
de o Estado lançar mão seja de políticas de 
cunho universalista, que abrangem um nú-
mero indeterminado de indivíduos, mediante 
ações de natureza estrutural, seja de ações 
afirmativas, que atingem grupos sociais deter-
minados, de maneira pontual, atribuindo a es-
tes certas vantagens, por um tempo limitado, 
de modo a permitir-lhes a superação de de-
sigualdades decorrentes de situações histó-
ricas particulares. (...) Justiça social hoje, 
mais do que simplesmente retribuir rique-
zas criadas pelo esforço coletivo, significa 
distinguir, reconhecer e incorporar à socie-
dade mais ampla valores culturais diversifi-
cados, muitas vezes considerados inferiores 
àqueles reputados dominantes. No entanto, 
as políticas de ação afirmativa fundadas na 
discriminação reversa apenas são legítimas 
se a sua manutenção estiver condicionada à 
persistência, no tempo, do quadro de exclu-
são social que lhes deu origem. Caso con-
trário, tais políticas poderiam converter-se 
em benesses permanentes, instituídas em 
prol de determinado grupo social, mas em 
detrimento da coletividade como um todo, 
situação – é escusado dizer – incompatível 
com o espírito de qualquer Constituição que 
se pretenda democrática, devendo, outros-
sim, respeitar a proporcionalidade entre os 
meios empregados e os fins perseguidos”. 
[ADPF 186, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 
26-4-2012, P, DJE de 20-10-2014.]
A OAB, em 2016, ajuizou Ação Declaratória 
de Constitucionalidade (ADC) em prol da Lei 
nº 12.990/2014, pedindo que o STF declaras-
se esta norma compatível com a CF/88. O STF 
julgou procedente a ADC, declarando a consti-
tucionalidade da Lei nº 12.990/2014. Além dis-
so, a Corte fixou uma tese para ser observada 
pela Administração Pública e demais órgãos 
do Poder Judiciário:
“É constitucional a reserva de 20% das vagas 
oferecidas nos concursos públicos para 
provimento de cargos efetivos e empregos 
públicos no âmbito da administração pública 
direta e indireta”. [STF. Plenário. ADC 41/
DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
8/6/2017 - repercussão geral - Info 868].
I - homens e mulheres são iguais em 
direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei;
Comentários: A lei é um instrumento garanti-
dor de liberdade e de representatividade. Desse 
modo, ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude do orde-
namento jurídico. O ordenamento jurídico, aqui, 
deve ser visto como um todo (Legalidade em 
Sentido Amplo), não somente de leis. É impor-
6
#LEGIS
7
tante notar que Legalidade é diferente de Reser-
va Legal. A reserva legal (Legalidade em Sentido 
Estrito) determina que específicas matérias têm 
de ser tratadas por lei em sentido estrito (Reserva 
de Parlamento).
A literatura jurídica costuma trazer as seguintes 
espécies de Reserva Legal:
a) Absoluta: Ocorre quando a disciplina 
de determinada matéria é, segundo à 
Constituição, integralmente devida à lei. 
Exclui-se qualquer outra fonte infralegal.
b) Relativa: Ocorre quando se admite 
outra fonte diversa da lei, mas com a 
condição de que a lei indique as bases em 
que aquela deva produzir-se validamente. 
Ex.: Decretos que alteram as alíquotas do 
Imposto de Impostação (II) e Imposto de 
Exportação (IE) nos termos da lei.
Outra classificação doutrinária divide a reserva 
legal em simples e qualificada:
i) Reserva Legal Simples: Ocorre quando 
a Constituição apenas exige que a restrição 
seja prevista em lei. Ex.: “é assegurada, nos 
termos de lei, a prestação de assistência 
religiosa nas entidades civis e militares e 
internação coletiva”.
ii) Reserva Legal Qualificada: Ocorre 
quando a Constituição exige condições 
especiais, além da própria previsão legal. 
Ex: Art. 5º, XII.
III - ninguém será submetido a tortura nem 
a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, 
sendo vedado o anonimato;
Jurisprudência: Há rico debate no STF sobre a 
liberdade de manifestação de pensamento:
 - “Liberdade de Manifestação em Universida-
des. É vedada a busca policial em campi uni-
versitários em busca de panfletos políticos”. 
(ADPF 548-MC-REF, Cármen Lúcia, j. 31-10-2018, 
Informativo 922);
- “Liberdade Humorística contra candidatos. 
Foi declarada a Inconstitucionalidade dos inci-
sos II e III (na parte impugnada) do artigo 45 daLei 9.504/1997, bem como, por arrastamento, 
dos parágrafos 4º e 5º do referido artigo”. [ADI 
4.451, Alexandre de Moraes, j. 21-6-2018.];
- “Viola a Constituição Federal a proibição de 
veiculação de discurso proselitista [religioso] 
em serviço de radiodifusão comunitária”. [ADI 
2.566, Edson Fachin, j. 16-5-2018];
- “’Marcha da Maconha’. Manifestação Legíti-
ma”. [ADPF 187, Celso de Mello, j. 15-6-2011];
- “Inconstitucionalidade da Lei de Imprensa’. 
[ADPF 130, Ayres Britto, j. 30-4-2009]
V - é assegurado o direito de resposta, pro-
porcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência 
e de crença, sendo assegurado o livre exer-
cício dos cultos religiosos e garantida, na 
forma da lei, a proteção aos locais de culto 
e a suas liturgias;
Jurisprudência: Há rico debate no STF sobre o 
tema:
 
- “A oficialização da Bíblia como livro-base de 
fonte doutrinária para fundamentar princí-
pios, usos e costumes de comunidades, igre-
jas e grupos no Estado de Rondônia implica 
inconstitucional discrímen entre crenças”. [ADI 
5.257, rel. min. Dias Toffoli, j. 20-9-2018, P, DJE de 
3-12-2018];
- “O discurso proselitista é, pois, inerente à li-
berdade de expressão religiosa. Viola a Cons-
tituição Federal a proibição de veiculação de 
discurso proselitista em serviço de radiodifu-
são comunitária”. [ADI 2.566, rel. p/ o ac. min. 
Edson Fachin, j. 16-5-2018, P, DJE de 23-10-2018];
- “O Brasil é uma república laica, surgindo 
absolutamente neutro quanto às religiões”. 
[ADPF 54, rel. min. Marco Aurélio, j. 12-4-2012, P, 
DJE de 30-4-2013]. 
- “É constitucional a lei de proteção animal 
que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, 
permite o sacrifício ritual de animais em cultos 
de religiões de matriz africana”. [RE 494.601, 
rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, In-
formativo 935].
#LEGIS
8
VII - é assegurada, nos termos da lei, a 
prestação de assistência religiosa nas en-
tidades civis e militares de internação 
coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convic-
ção filosófica ou política, salvo se as in-
vocar para eximir-se de obrigação legal 
a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade inte-
lectual, artística, científica e de comuni-
cação, independentemente de censura 
ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de 
sua violação;
Jurisprudência: Há rico debate no STF sobre 
o tema:
 
- “O transgênero tem direito fundamental 
subjetivo à alteração de seu prenome e de 
sua classificação de gênero no registro ci-
vil, não se exigindo, para tanto, nada além 
da manifestação de vontade do indivíduo, o 
qual poderá exercer tal faculdade tanto pela 
via judicial como diretamente pela via admi-
nistrativa”. [RE 670.422, Dias Toffoli, j. 15-8-
2018, P, Informativo 911];
- “A extensão das diligências efetuadas em 
inquérito policial supervisionado pelo STF 
pode alcançar pessoas sem prerrogativa de 
foro, quando se revelar indispensável à apu-
ração da suposta infração. No caso, há fun-
dadas suspeitas de que o repasse de vanta-
gem indevida ao congressista investigado 
ocorrera por intermédio de conta bancária 
de titularidade de sua esposa, do que deflui 
a relevância da medida para o êxito das in-
vestigações”. [Inq. 3.784 Agr., Edson Fachin, j. 
20-9-2016]
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, 
por determinação judicial; (Vide Lei nº 
13.105, de 2015) (Vigência)
Comentários: A regra geral, portanto, é que 
ninguém pode penetrar no domicílio de ou-
trem sem a devida autorização. O próprio ar-
tigo, todavia, apresenta as seguintes exceções:
i) em caso de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro; ou
ii) durante o dia, por determinação 
judicial.
Vale observar que, por determinação judicial, 
somente é permitido entrar no domicílio sem o 
consentimento do morador durante o dia.
Em caso de flagrante delito, desastre ou para 
prestar socorro, diferentemente, será possível 
penetrar sem o consentimento do morador e, 
mesmo sem determinação judicial, durante o 
dia ou à noite.
Durante o DIA Durante a NOITE
- Em caso de flagrante 
delito;
- Em caso de desastre;
- Para prestar socorro;
- Para cumprir deter-
minação judicial (ex: 
busca e apreensão; 
cumprimento de prisão 
preventiva).
- Em caso de flagrante 
delito;
- Em caso de desastre;
- Para prestar socorro.
Comentários: Não se deve adotar, neste ponto, 
o sentido literal de casa como apartamentos e 
casas normalmente utilizados como moradia. 
Deve-se entender como “casa” todos os recin-
tos de habitação fechada: oficinas, garagens, 
escritórios, consultórios e quartos de hotel.
Então, pode-se afirmar que o conceito inclui: a) 
toda a sua estrutura física como o quintal, a ga-
ragem, o porão, a quadra etc. b) todos os com-
partimentos de natureza profissional, desde que 
fechado o acesso ao público em geral, como es-
critórios, gabinetes, consultórios etc. c) todos os 
aposentos de habitação coletiva, ainda que de 
ocupação temporária, como quartos de hotel, 
motel, pensão, pousada etc.
8
#LEGIS
9
Ressalte-se, por oportuno, que o STF já deba-
teu sobre a possibilidade de se considerar como 
casa, para fins constitucionais, o carro. Em regra, 
entendeu a Corte que o carro não pode ser con-
siderado casa, salvo se apresentar adaptações 
específicas para moradia e para dormir como 
as boleias caminhão, motorhomes, barcos etc. 
Logo, se o carro for a moradia de fato do indiví-
duo, deve ser considerado casa para fins consti-
tucionais.
XII - é inviolável o sigilo da correspondên-
cia e das comunicações telegráficas, de da-
dos e das comunicações telefônicas, salvo, 
no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabele-
cer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal; (Vide Lei nº 
9.296, de 1996)
Jurisprudência: “A administração penitenciaria, 
com fundamento em razoes de segurança públi-
ca, de disciplina prisional ou de preservação da 
ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, 
e desde que respeitada a norma inscrita no art. 
41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder 
a interceptação da correspondência remetida 
pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da 
inviolabilidade do sigilo epistolar não pode cons-
tituir instrumento de salvaguarda de práticas 
ilícitas. - O reexame da prova produzida no pro-
cesso penal condenatório não tem lugar na ação 
sumaríssima de habeas corpus”. (HC 70814, Re-
lator(a): Min. CELSO DE MELLO, Primeira Turma, 
julgado em 01/03/1994, DJ 24-06-1994 PP-16649 
EMENT VOL-01750-02 PP-00317 RTJ VOL-00176-
01 PP-01136).
Comentários: Quando há referência ao sigilo de 
dados no âmbito do direito ao sigilo de corres-
pondência e comunicação, refere-se a três tipos 
de sigilo:
a) bancário; 
b) fiscal; e 
c) telefônico. 
O sigilo bancário é a proteção dos dados produzi-
dos pelas transações bancárias, transferências e 
operações em geral. A regra geral é a preservação 
do sigilo dessas informações bancárias. Não obs-
tante isso, a própria lei prevê algumas institui-
ções que podem realizar a quebra de sigilo, uma 
vez que o sigilo de dados em geral, como visto, 
não está protegido pela reserva de jurisdição. As-
sim, permite-se que outras autoridades, além do 
juiz, quebrem o sigilo bancário.
SIGILO BANCÁRIO
Os órgãos poderão requerer informações bancá-
rias diretamente das instituições financeiras?
POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judi-cial.
MP
NÃO. É necessária autorização 
judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje 
19/09/2011).
Exceção: É lícita a requisição pelo 
Ministério Público de informações 
bancárias de contas de titularida-de de órgãos e entidades públicas, 
com o fim de proteger o patrimô-
nio público, não se podendo falar 
em quebra ilegal de sigilo bancário 
(STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em 
20/10/2015).
TCU
NÃO. É necessária autorização 
judicial (STF MS 22934/DF, DJe de 
9/5/2012).
Exceção: O envio de informações 
ao TCU relativas a operações de 
crédito originárias de recursos pú-
blicos não é coberto pelo sigilo 
bancário (STF. MS 33340/DF, j. em 
26/5/2015).
Receita Fe-
deral
SIM, com base no art. 6º da LC 
105/2001. O repasse das informa-
ções dos bancos para o Fisco não 
pode ser definido como sendo 
“quebra de sigilo bancário”.
Fisco Esta-
dual, Distri-
tal e Munici-
pal.
SIM, desde que regulamentem, no 
âmbito de suas esferas de compe-
tência, o art. 6º da LC 105/2001, de 
forma análoga ao Decreto Federal 
3.724/2001.
#LEGIS
10
CPI
SIM (seja ela federal ou esta-
dual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 
105/2001).
Prevalece que CPI municipal não 
pode.
Fonte: Dizer o Direito1.
Comentários: Já os dados fiscais são os registros 
que as Receitas (federal, estadual e municipal) 
possuem sobre os cidadãos. Esses dados tam-
bém são protegidos pelo direito fundamento ao 
sigilo de correspondência e comunicação. Des-
sarte, qualquer intervenção no âmbito do sigilo 
fiscal necessita de justa causa.
O sigilo fiscal, diferentemente do sigilo da co-
municação telefônica, não está sujeito à clausu-
la de reserva de jurisdição. Assim, pode ser de-
terminada pela autoridade judicial e pelas CPIs. 
Nesse ponto, reside o questionamento acerca da 
possibilidade de requisição de dados fiscais pela 
Polícia e pelo MP. Sobre o tema, entende Rena-
to Brasileiro ser possível a requisição de dados 
fiscais pela polícia e pelo MP, uma vez que não 
existe reserva de jurisdição. Já a Lei 12.683/12 
(Lei de Lavagem de Capitais) diz que as informa-
ções fiscais podem ser requisitadas apenas em 
relação aos seguintes fatos: qualificação pessoal; 
filiação; endereço.
Jurisprudência: Recentemente, o STF reiterou 
o entendimento de que a Receita Federal pode 
compartilhar com o Ministério Público, para fins 
penais, os dados bancários e fiscais do contri-
buinte em caso de indício de atividade criminosa 
e isso sem autorização judicial:
“É possível o compartilhamento com o Minis-
tério Público, para fins penais, dos dados ban-
cários e fiscais do contribuinte, obtidos pela 
Receita Federal no legítimo exercício de seu 
poder de fiscalizar, sem autorização prévia do 
Poder Judiciário”. [RE 1055941/SP, rel. Min. Dias 
Toffoli, julgamento em 4.12.2019].
Comentários: Por fim, o sigilo das comunicações 
telefônicas diz respeito à proteção da comunica-
ção em si, o teor da conversa.
1 Disponível em: https://www.dizerodireito.com.
br/2016/02/a-receita-pode-requisitar-das.html. Acesso em 
12.08.19, às 18:05.
a) Interceptação telefônica: captação 
da comunicação telefônica alheia por um 
terceiro, sem o conhecimento de nenhum 
dos comunicadores. Em qualquer caso, 
depende de autorização judicial, haja vista 
a reserva de jurisdição.
b) Escuta telefônica: captação de 
comunicação telefônica por terceiro, com o 
conhecimento de um dos comunicadores, 
e, desconhecimento do outro. Em regra, 
depende de autorização judicial, mas pode 
ser dispensada a autorização se a escuta 
tenha fins apenas defensivos, ou seja, não 
pode ser utilizada para imputar crime.
c) Gravação telefônica ou gravação 
clandestina: gravação da comunicação 
telefônica realizada por um dos 
interlocutores. Trata-se de autogravação. É 
feita sem o conhecimento e consentimento 
do outro. Não depende de autorização 
judicial, mas somente pode ser utilizada 
para fins defensivos.
d) Interceptação ambiental: captação 
de uma comunicação no próprio 
ambiente, por um terceiro, sem a ciência 
dos comunicadores. Em qualquer caso 
depende de autorização judicial.
e) Gravação ou escuta ambiental: captação 
de uma comunicação, no ambiente dela, 
realizada por terceiro, com o conhecimento 
de um dos comunicadores. Não depende 
de autorização judicial, mas somente pode 
ser utilizada para fins defensivos.
Anotações sobre os artigos anteriores:
10
#LEGIS
11
XIII - é livre o exercício de qualquer tra-
balho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei es-
tabelecer;
Jurisprudência: Há rico debate no STF sobre 
o tema:
 
- “Programa Mais Médicos. Constitucional”. 
[ADI 5.035 e ADI 5.037, Alexandre de Moraes, j. 
30-11-2017, P, Informativo 886];
- “Alcança-se a qualificação de bacharel em 
direito mediante conclusão do curso respec-
tivo e colação de grau. (...) O Exame de Or-
dem (...) mostra-se consentâneo com a CF, 
que remete às qualificações previstas em 
lei”. [RE 603.583, Marco Aurélio, j. 26-10-2011]
- “O art. 5º, XIII, da Constituição da Repú-
blica é norma de aplicação imediata e efi-
cácia contida que pode ser restringida pela 
legislação infraconstitucional. Inexistindo 
lei regulamentando o exercício da atividade 
profissional dos substituídos, é livre o seu 
exercício”. [MI 6.113 AgR, Cármen Lúcia, j. 22-
5-2014]
- “No campo da profissão de jornalista, não 
há espaço para a regulação estatal quanto às 
qualificações profissionais”. [RE 511.961, Gil-
mar Mendes, j. 17-6-2009]
XIV - é assegurado a todos o acesso à in-
formação e resguardado o sigilo da fon-
te, quando necessário ao exercício pro-
fissional;
XV - é livre a locomoção no território na-
cional em tempo de paz, podendo qual-
quer pessoa, nos termos da lei, nele en-
trar, permanecer ou dele sair com seus 
bens;
XVI - todos podem reunir-se pacifica-
mente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de auto-
rização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para 
o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente;
Comentários: Cumpre salientar que, em se 
tratando de reunião pacífica e sem armas, NÃO 
é necessária autorização estatal, desde que 
não frustre reunião anteriormente convocada 
para o mesmo local, exigindo-se, tão somente 
o aviso à autoridade competente.
Em caso de flagrante delito, desastre ou para 
prestar socorro, diferentemente, será possível 
penetrar sem o consentimento do morador e, 
mesmo sem determinação judicial, durante o 
dia ou à noite.
XVII - é plena a liberdade de associação 
para fins lícitos, vedada a de caráter pa-
ramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na for-
ma da lei, a de cooperativas independem 
de autorização, sendo vedada a interfe-
rência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser com-
pulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judi-
cial, exigindo-se, no primeiro caso, o 
trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a as-
sociar-se ou a permanecer associado;
Interferência Estatal em Associações
Suspensão do 
Funcionamento de 
Associações
Dissolução de 
Associações
Depende de: Decisão 
Judicial;
Depende de:
Decisão Judicial com 
Trânsito em Julgado.
XXI - as entidades associativas, quando ex-
pressamente autorizadas, têm legitimi-
dade para representar seus filiados judi-
cial ou extrajudicialmente;
Anotações sobre os artigos anteriores:
Vedada:
Em que há interrupção de acesso; que não se pode adentrar ou entrar; interditado
#LEGIS
12
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função 
social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento 
para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, 
mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, 
a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao 
proprietário indenização ulterior, se houver 
dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim 
definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para 
pagamento de débitos decorrentes de sua 
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os 
meios de financiar o seu desenvolvimento;XXVII - aos autores pertence o direito exclu-
sivo de utilização, publicação ou reprodu-
ção de suas obras, transmissível aos her-
deiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais 
em obras coletivas e à reprodução da ima-
gem e voz humanas, inclusive nas ativida-
des desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveita-
mento econômico das obras que criarem 
ou de que participarem aos criadores, aos 
intérpretes e às respectivas representações 
sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inven-
tos industriais privilégio temporário para 
sua utilização, bem como proteção às cria-
ções industriais, à propriedade das marcas, 
aos nomes de empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse so-
cial e o desenvolvimento tecnológico e eco-
nômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros si-
tuados no País será regulada pela lei brasi-
leira em benefício do cônjuge ou dos filhos 
brasileiros, sempre que não lhes seja mais 
favorável a lei pessoal do “de cujus”;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, 
a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos ór-
gãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, 
que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; (Re-
gulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
XXXIV - são a todos assegurados, indepen-
dentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públi-
cos em defesa de direitos ou contra ilegali-
dade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições 
públicas, para defesa de direitos e esclare-
cimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do 
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito ad-
quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa jul-
gada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de ex-
ceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, 
com a organização que lhe der a lei, asse-
gurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos 
crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que 
o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação 
atentatória dos direitos e liberdades fun-
damentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançá-
veis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
12
#LEGIS
13
prática da tortura, o tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins, o terrorismo 
e os definidos como crimes hediondos, 
por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; (Regulamento)
XLIV - constitui crime inafiançável e im-
prescritível a ação de grupos armados, 
civis ou militares, contra a ordem consti-
tucional e o Estado Democrático;
Comentários: Dessarte, são imprescritíveis e 
inafiançáveis, segundo a Constituição, os crimes 
de racismo e ação de grupos armados civis ou 
militares contra a ordem constitucional e o Esta-
do Democrático. Por sua vez, são crimes inafian-
çáveis e insuscetíveis de graça e anistia o tráfico 
ilícito de entorpecentes, o terrorismo e a tortura 
e crimes hediondos.
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, podendo a obrigação de repa-
rar o dano e a decretação do perdimento 
de bens ser, nos termos da lei, estendidas 
aos sucessores e contra eles executadas, 
até o limite do valor do patrimônio trans-
ferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da 
pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra decla-
rada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci-
mentos distintos, de acordo com a nature-
za do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à 
integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas 
condições para que possam permanecer 
com seus filhos durante o período de 
amamentação;
Anotações sobre os artigos anteriores:
LI - nenhum brasileiro será extraditado, 
salvo o naturalizado, em caso de crime 
comum, praticado antes da naturali-
zação, ou de comprovado envolvimen-
to em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de 
estrangeiro por crime político ou de opi-
nião;
LIII - ninguém será processado nem sen-
tenciado senão pela autoridade compe-
tente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou 
de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela ine-
rentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as 
provas obtidas por meios ilícitos;
#LEGIS
14
LVII - ninguém será considerado culpado 
até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será 
submetido a identificação criminal, salvo 
nas hipóteses previstas em lei; (Regulamen-
to)
LIX - será admitida ação privada nos crimes 
de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade 
dos atos processuais quando a defesa da in-
timidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada 
de autoridade judiciária competente, salvo 
nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local 
onde se encontre serão comunicados ime-
diatamente ao juiz competente e à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direi-
tos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
lia e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos 
responsáveis por sua prisão ou por seu in-
terrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente rela-
xada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela 
mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, sal-
vo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação ali-
mentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre 
que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua li-
berdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de seguran-
ça para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável pela ilega-
lidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode 
ser impetrado por:
a) partido político com representação no 
Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de clas-
se ou associação legalmente constituída 
e em funcionamento há pelo menos um 
ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados;
Comentários: O partido político não pode ajui-
zar mandado de segurança coletivo para a defesa 
dos interesses em geral. Entende o STF que, nesse 
caso, os partidos políticos somente podem defen-
der seus direitos específicos de seus afiliados.
Ademais, verifica-se que a Constituição exige que, 
para manejar o mandado de segurança coletivo, 
as associações devemter sido constituídas e estar 
em funcionamento há pelo menos um ano, requi-
sito que não se aplica às organizações sindicais e 
às entidades de classe.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta de norma regulamenta-
dora torne inviável o exercício dos direitos 
e liberdades constitucionais e das prerro-
gativas inerentes à nacionalidade, à sobe-
rania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de in-
formações relativas à pessoa do impe-
trante, constantes de registros ou bancos 
de dados de entidades governamentais 
ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não 
se prefira fazê-lo por processo sigiloso, ju-
dicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima 
para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de en-
tidade de que o Estado participe, à morali-
dade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural, ficando 
o autor, salvo comprovada má-fé, isento 
de custas judiciais e do ônus da sucum-
bência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica 
integral e gratuita aos que comprovarem in-
suficiência de recursos;
14
#LEGIS
15
LXXV - o Estado indenizará o condenado por 
erro judiciário, assim como o que ficar preso 
além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecida-
mente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 
7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas 
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os 
atos necessários ao exercício da cidadania. 
(Regulamento)
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e admi-
nistrativo, são assegurados a razoável dura-
ção do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação ime-
diata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos 
nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por 
ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a República Federativa do Brasil seja 
parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacio-
nais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004).
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tri-
bunal Penal Internacional a cuja criação 
tenha manifestado adesão. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
Para Fixação:
Ano: 2019/ Banca: COPS-UEL/Prefeitura de 
Londrina - PR/ Procurador do Município
O Art. 5º da Constituição da República Federativa 
do Brasil estabelece um extenso rol de direitos e 
garantias fundamentais.
Sobre um dos direitos fundamentais, assinale a 
alternativa correta.
A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém 
nela pode penetrar sem consentimento do mora-
dor, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, 
por determinação judicial.
B) A prática do racismo constitui crime inafiançá-
vel e imprescritível, sujeito a pena de detenção, 
nos termos da lei.
C) É livre a manifestação do pensamento, sendo 
permitido o anonimato.
D) Nenhuma pena passará da pessoa do conde-
nado, podendo a obrigação de reparar o dano 
e a decretação do perdimento de bens ser, nos 
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, ainda que supere o limite do va-
lor do patrimônio transferido.
E) Ninguém será submetido a tortura nem a trata-
mento desumano ou degradante, salvo em caso 
de suspeita da prática de terrorismo.
Ano: 2018/ Banca: ADM&TEC/ Órgão: 
Prefeitura de Pão de Açúcar – AL/ Procurador
Leia as afirmativas a seguir e marque a opção 
CORRETA:
A) No Brasil, é assegurado o direito de respos-
ta, proporcional ao agravo, exclusivamente 
aos servidores públicos civis ou maiores de 60 
anos.
B) Garantir o bem-estar dos brasileiros não é 
um dos objetivos da Constituição Federal de 
1988.
C) No Brasil, é vedada a liberdade de consciên-
cia e a prática de crenças religiosas, de acordo 
com o princípio do estado laico.
#LEGIS
16
D) No Brasil, é inconstitucional a livre manifesta-
ção do pensamento, sendo admitido o anonima-
to.
E) É assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva no Brasil.
Ano: 2018/ Banca: FEPESE/ Órgão: PGE-SC/ 
Procurador do Estado
Quanto aos direitos e garantias fundamentais 
previstos na Constituição da República, é correto 
afirmar:
A) São gratuitas todas as ações de habeas corpus, 
habeas data e mandado de segurança.
B) São gratuitos, para os reconhecidamente po-
bres e na forma da lei, o registro civil de nasci-
mento e a certidão de óbito.
C) Os tratados e as convenções internacionais so-
bre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois tur-
nos, por maioria simples dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais.
D) O mandado de segurança coletivo poderá ser 
impetrado por partido político registrado no Tri-
bunal Superior Eleitoral e por organização sindi-
cal, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos 
um ano, em defesa dos interesses de seus mem-
bros ou associados.
E) Sob pena de violar sua soberania nacional, a 
Constituição da República não permite que o 
Brasil se submeta à jurisdição do Tribunal Penal 
Internacional.
Ano: 2018/ Banca: UEG/ Órgão: PC-GO/ Delega-
do de Polícia
O sigilo bancário pode ser levantado indepen-
dentemente de autorização judicial, mas de for-
ma devidamente regulamentada,
A) pela Receita Federal, pelo Fisco Estadual e pela 
CPI federal, estadual ou distrital.
B) pelo Delegado de Polícia, pelo membro do Mi-
nistério Público e pela CPI municipal.
C) pelo Delegado de Polícia, pela Receita Federal 
e pelo membro do Ministério Público.
D) pelo Delegado de Polícia, pelo Fisco Estadual e 
pela CPI federal, estadual ou distrital.
E) pelo Tribunal de Contas da União, pela Receita 
Federal e pela CPI federal, estadual, distrital ou 
municipal.
Anotações:
Gabarito: A/E/B/A
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DIA 3
Disciplina: Direito Constitucional.
Responsável: Prof. Filippe Augusto.
Dia 03: Do Art. 6ª ao 17.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 90, de 2015)
Comentários: O direito à moradia e o direito à 
alimentação não estavam previstos no texto ori-
ginário da CF/88, tendo sido introduzidos, respec-
tivamente, pela EC nº. 26/00 e pela EC Nº. 64/10. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores ur-
banos e rurais, além de outros que visem à me-
lhoria de sua condição social:
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
“(...) deve-se mencionar que o rol de garantias 
do art. 7º da Constituição não exaure a prote-
ção aos direitos sociais”. [ADI 639, voto do rel. 
min. Joaquim Barbosa, j. 2-6-2005, P, DJ de 21-
10-2005].
Julgado correlato:
“O entendimento do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF) orienta-se no sentido de que cabe à 
legislação infraconstitucional, com observân-
cia das regras de competência de cada ente 
federado, a disciplina da extensão aos servi-
dores públicos civis dos direitos sociais esta-
belecidos no art. 7º do Texto Constitucional”. 
[RE 630.918 AgR-segundo, rel. min. Roberto Bar-
roso, j. 23-3-2018, 1ª T, DJE de 12-4-2018]. 
I - relação de emprego protegida contra 
despedida arbitrária ou sem justa causa, 
nos termos de lei complementar, que pre-
verá indenização compensatória,dentre 
outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de de-
semprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de servi-
ço;
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
“FGTS. Cobrança de valores não pagos. Prazo 
prescricional. Prescrição quinquenal. Art. 7º, 
XXIX, da Constituição. Superação de entendi-
mento anterior sobre prescrição trintenária. 
Inconstitucionalidade dos arts. 23, § 5º, da Lei 
8.036/1990 e 55 do Regulamento do FGTS apro-
vado pelo Decreto 99.684/1990”. [ARE 709.212, 
rel. min. Gilmar Mendes, j. 13-11-2014, P, DJE de 
19-2-2015, Tema 608.]
 
“É constitucional o art. 19-A da Lei 8.036/1990, 
o qual dispõe ser devido o depósito do FGTS 
na conta de trabalhador cujo contrato com a 
administração pública seja declarado nulo por 
ausência de prévia aprovação em concurso 
público, desde que mantido o seu direito ao 
salário. Mesmo quando reconhecida a nulidade 
da contratação do empregado público, nos 
termos do art. 37, § 2º, da CF, subsiste o direito 
do trabalhador ao depósito do FGTS quando 
reconhecido ser devido o salário pelos serviços 
prestados”. [RE 596.478, rel. p/ o ac. min. Dias 
Toffoli, j. 13-6-2012, P, DJE de 1º-3-2013, Tema 
191.]
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacio-
nalmente unificado, capaz de atender a 
suas necessidades vitais básicas e às de 
sua família com moradia, alimentação, 
educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
ne, transporte e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe preservem o 
poder aquisitivo, sendo vedada sua vin-
culação para qualquer fim;
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
Súmula Vinculante 15: O cálculo de gratifica-
ções e outras vantagens do servidor público não 
incide sobre o abono utilizado para se atingir o 
salário mínimo.
#LEGIS
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Súmula Vinculante 6: Não viola a Constituição o 
estabelecimento de remuneração inferior ao sa-
lário mínimo para as praças prestadoras de servi-
ço militar inicial.
Súmula Vinculante 4: Salvo nos casos previs-
tos na Constituição, o salário mínimo não pode 
ser usado como indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor público ou de empregado, 
nem ser substituído por decisão judicial.
V - piso salarial proporcional à extensão e à 
complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o 
disposto em convenção ou acordo coleti-
vo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao 
mínimo, para os que percebem remune-
ração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na 
remuneração integral ou no valor da apo-
sentadoria;
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
“A natureza da gratificação natalina é remune-
ratória e integra, para todos os efeitos, a remu-
neração do empregado, conforme estabelece a 
Súmula 207/STF”. [RE 260.922, rel. p/ o ac. min. 
Maurício Corrêa, j. 30-5-2000, 2ª T, DJ de 20-10-
2000].
IX – remuneração do trabalho noturno su-
perior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, 
constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, 
desvinculada da remuneração, e, excep-
cionalmente, participação na gestão da 
empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do de-
pendente do trabalhador de baixa ren-
da nos termos da lei; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não supe-
rior a oito horas diárias e quarenta e qua-
tro semanais, facultada a compensação de 
horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
(vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho 
realizado em turnos ininterruptos de reve-
zamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, prefe-
rencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordiná-
rio superior, no mínimo, em cinqüenta 
por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 
59 § 1º)
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
“O art. 7º, XVI, da CF, que cuida do direito dos 
trabalhadores urbanos e rurais à remuneração 
pelo serviço extraordinário com acréscimo de, 
no mínimo, 50%, aplica-se imediatamente aos 
servidores públicos, por consistir em norma 
autoaplicável”. [AI 642.528 AgR, rel. min. Dias 
Toffoli, j. 25-9-2012, 1ª T, DJE de 15-10-2012].
XVII - gozo de férias anuais remuneradas 
com, pelo menos, um terço a mais do que 
o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do 
emprego e do salário, com a duração de 
cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixa-
dos em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da 
mulher, mediante incentivos específicos, 
nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de 
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, 
nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao traba-
lho, por meio de normas de saúde, higie-
ne e segurança;
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
Súmula 736: Compete à Justiça do Trabalho 
julgar as ações que tenham como causa de pe-
dir o descumprimento de normas trabalhistas 
relativas à segurança, higiene e saúde dos tra-
balhadores.
XXIII - adicional de remuneração para as 
atividades penosas, insalubres ou perigo-
sas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
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19
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
Súmula 726: Para efeito de aposentadoria espe-
cial de professores, não se computa o tempo de 
serviço prestado fora da sala de aula.
XXV - assistência gratuita aos filhos e depen-
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) 
anos de idade em creches e pré-escolas; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e 
acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na 
forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, 
a cargo do empregador, sem excluir a inde-
nização a que este está obrigado, quando 
incorrer em dolo ou culpa;
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
 
Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar as ações de in-
denização por danos morais e patrimoniais decor-
rentes de acidente de trabalho propostas por em-
pregado contra empregador, inclusive aquelas que 
ainda não possuíam sentença de mérito em primei-
ro grau quando da promulgação da EC 45/2004.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes 
das relações de trabalho, com prazo prescri-
cional de cinco anos para os trabalhadores 
urbanos e rurais, até o limite de dois anos 
após a extinção do contrato de trabalho; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 28, de 2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 28, de 2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de 
exercício de funções e de critério de admissão 
por motivo de sexo, idade, cor ou estado ci-
vil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação 
no tocante a salário e critérios de admissão 
do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre traba-
lho manual, técnico e intelectual ou en-
tre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, 
perigoso ou insalubre a menores de de-
zoito e de qualquer trabalho a menores 
de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 
20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o traba-
lhador com vínculo empregatício perma-
nente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à cate-
goria dos trabalhadores domésticos os direi-
tos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, 
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, 
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições es-
tabelecidas em lei e observada a simplificação 
do cumprimento das obrigações tributárias, 
principais e acessórias, decorrentes da relação 
de trabalho e suas peculiaridades, os previs-
tos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem 
como a sua integração à previdência social. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
72, de 2013)
Comentários: Cumpre ressaltar o teor da Emen-
da Constitucional nº72, a qual ampliou os direi-
tos das empregadas domésticas. Nesse sentido, 
à categoria dos trabalhadores domésticos resta-
ram assegurados os seguintes direitos com base 
em tal emenda: 
a)Salário Mínimo; 
b)Irredutibilidade do Salário; 
c)Garantia do Salário; 
d)Décimo Terceiro Salário; 
e)Proteção do Salário; 
f)Jornada de Trabalho; 
g)Repouso Semanal Remunerado; 
h)Horas Extras; 
i)Férias; 
j)Licença à Gestante; 
k)Licença Paternidade; 
l)Aviso Prévio; 
#LEGIS
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m)Redução dos Riscos do Trabalho; 
n)Aposentadoria; 
o)Reconhecimento das Convenções e 
Acordos Coletivos; 
p)Proibição de Discriminação; 
q)Proibição de Trabalho Noturno, Perigoso 
ou Insalubre a Menores de Dezoito.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Art. 8º É livre a associação profissional ou 
sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do 
Estado para a fundação de sindicato, res-
salvado o registro no órgão competente, 
vedadas ao Poder Público a interferência 
e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma or-
ganização sindical, em qualquer grau, re-
presentativa de categoria profissional ou 
econômica, na mesma base territorial, 
que será definida pelos trabalhadores ou 
empregadores interessados, não podendo 
ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direi-
tos e interesses coletivos ou individuais 
da categoria, inclusive em questões judi-
ciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição 
que, em se tratando de categoria profissio-
nal, será descontada em folha, para custeio 
do sistema confederativo da representa-
ção sindical respectiva, independente-
mente da contribuição prevista em lei;
Jurisprudência: O STF sobre o tema:
Súmula Vinculante 40: A contribuição confede-
rativa de que trata o art. 8º, IV, da CF só é exigível 
dos filiados ao sindicato respectivo.
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a 
manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sin-
dicatos nas negociações coletivas de tra-
balho;
VII - o aposentado filiado tem direito a 
votar e ser votado nas organizações sin-
dicais;
VIII - é vedada a dispensa do emprega-
do sindicalizado a partir do registro da 
candidatura a cargo de direção ou re-
presentação sindical e, se eleito, ainda 
que suplente, até um ano após o final do 
mandato, salvo se cometer falta grave 
nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste arti-
go aplicam-se à organização de sindicatos ru-
rais e de colônias de pescadores, atendidas as 
condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, 
competindo aos trabalhadores decidir sobre a 
oportunidade de exercê-lo e sobre os interes-
ses que devam por meio dele defender.
Súmula 316 do STF: A simples adesão à greve 
não constitui falta grave.
Jurisprudência: “O direito à greve não é absolu-
to, devendo a categoria observar os parâmetros 
legais de regência. (...) Descabe falar em trans-
gressão à Carta da República quando o indefe-
rimento da garantia de emprego decorre do fato 
de se haver enquadrado a greve como ilegal”. [RE 
184.083, rel. min. Marco Aurélio, j. 7-11-2000, 2ª T, 
DJ de 18-5-2001].
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades 
essenciais e disporá sobre o atendimento 
das necessidades inadiáveis da comunida-
de.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os res-
ponsáveis às penas da lei.
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Jurisprudência: O STF sobre o tema:
“O reconhecimento judicial da abusividade do 
direito de greve e a interpretação do alcance da 
Lei 7.783/1989 qualificam-se como matérias re-
vestidas de caráter simplesmente ordinário, po-
dendo traduzir, quando muito, situação configu-
radora de ofensa meramente reflexa ao texto da 
Constituição, o que basta, por si só, para inviabi-
lizar o conhecimento do recurso extraordinário”. 
[AI 282.682 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 14-5-
2002, 2ª T, DJ de 21-6-2002].
Art. 10. É assegurada a participação dos tra-
balhadores e empregadores nos colegiados dos 
órgãos públicos em que seus interesses profis-
sionais ou previdenciários sejam objeto de dis-
cussão e deliberação.
 Art. 11. Nas empresas de mais de duzen-
tos empregados, é assegurada a eleição de um 
representante destes com a finalidade exclusiva 
de promover-lhes o entendimento direto com os 
empregadores.
Anotações sobre os artigos anteriores:
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Bra-
sil, ainda que de pais estrangeiros, desde 
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro 
ou de mãe brasileira, desde que sejam regis-
trados em repartição brasileira competente 
ou venham a residir na República Federati-
va do Brasil e optem, em qualquer tempo, 
depois de atingida a maioridade, pela na-
cionalidade brasileira. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
Comentários: Nacionalidade é o direito fundamen-
tal que garante que as pessoas, em dadas situações, 
mantenham um vínculo jurídico-político com o Es-
tado, passando a ter prerrogativas e deveres para 
com ele. A cidadania, por sua vez, depende da nacio-
nalidade. Basicamente, o cidadão é o nacional que 
ostenta e exerce seus direitos políticos. Dessarte, vis-
lumbra-se que a cidadania possui dois requisitos: i) 
ser nacional e ii) exercer direitos políticos.
Nacionalidade Cidadania
É um vínculo político-
-jurídico com o Estado 
que confere prerrogati-
vas e deveres ao indiví-
duo vinculado.
É o exercício dos direitos 
políticos pelo nacional.
Anotações sobre os artigos anteriores:
#LEGIS
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Comentários: Percebe-se que, na alínea “a”, a CF 
adotou o critério do jus soli, tendo em vista que 
considera brasileiro nato, mesmo de pais estran-
geiros, os nascidos no Brasil, ou seja, há completa 
desconsideração da descendência, prevalecendo 
o critério do local de nascimento. Vale destacar 
que, para que isso ocorra, ambos os pais da crian-
ça nascida em território brasileiro não podem es-
tar a serviço de seu país de origem, em razão da 
reciprocidade que se deve garantir aos outros es-
tados em razão do art. 12, “b”. No tocante à alínea 
“b”, a Constituição estabelece que são brasileiros 
natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja 
a serviço do Brasil. Neste caso, como pode se ob-
servar, foi adotado o critério do jus sanguinis, pre-
vendo, contudo, um requisito adicional, qual seja 
qualquer um dos pais (ou ambos) estar a serviço 
da República Federativa do Brasil, o que significa 
qualquer serviço prestado por órgão ou entidade 
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios. Por fim, na alínea “c”, há duas possi-
bilidades de aquisição da nacionalidade brasileira 
pelos filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira nas-
cidos no exterior e que não estejam a serviço do 
país: a) O indivíduo registrado em repartição bra-
sileira competente; b) O indivíduo vem a residir no 
Brasil e opta, em qualquer tempo, depois de atin-
gida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a na-
cionalidade brasileira, exigidas aos ori-
ginários de países de língua portuguesa 
apenas residência por um ano ininter-
rupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionali-
dade, residentes na República Federativa 
do Brasil há mais de quinze anos ininter-
ruptos e sem condenação penal, desde 
que requeiram a nacionalidade brasilei-
ra. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional de Revisão nº 3, de 1994)
Comentários: A naturalização ordinária na for-
ma da Lei está prevista no Art. 12, II, “a”, “primeira 
parte”. A naturalização ordinária, portanto, é con-
cedida ao imigrante que seja capaz, nos termos 
da legislação civil brasileira, tenha residência em 
território nacional pelo prazomínimo de 4 (qua-
tro) anos, saiba se comunicar em língua portu-
guesa e não possua condenação penal ou esteja 
reabilitado nos termos da lei penal. 
O prazo de residência para naturalização ordiná-
ria pode cair para o mínimo de 1 (um) ano, além 
dos demais requisitos acima, quando o imigrante 
tiver filho, ou cônjuge ou companheiro de nacio-
nalidade brasileira, não estando separado legal-
mente ou de fato no momento de concessão da 
naturalização; ou haver prestado ou poder pres-
tar serviço relevante ao Brasil; ou recomendar-se 
por sua capacidade profissional, científica ou ar-
tística.
Está prevista no art. 12, II, “a”, “segunda parte”. 
Destina-se aos indivíduos oriundos de países de 
língua portuguesa, onde a língua oficial é o por-
tuguês (Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Mo-
çambique, Portugal, São Tomé e Principe, Timor 
Leste).
Trata-se de procedimento facilitado, exigindo-se 
apenas os seguintes requisitos: i) residência por 
um ano ininterrupto; ii) e idoneidade moral.
A naturalização extraordinária está prevista no 
Art. 12, II, “b”, o qual permite a naturalização dos 
estrangeiros de qualquer nacionalidade, residen-
tes na República Federativa do Brasil há mais de 
quinze anos ininterruptos e sem condenação pe-
nal, desde que requeiram a nacionalidade brasi-
leira.
22
#LEGIS
23
Portanto, nessa modalidade, os requisitos são 
apenas: i) residentes no Brasil; ii) mais de quinze 
anos ininterruptos; iii) sem condenação penal; iv) 
requerimento.
Diferente da naturalização ordinária, se houver 
cumprido os requisitos, o interessado tem direi-
to subjetivo à nacionalidade brasileira, ou seja, 
trata-se de ato vinculado do Chefe do Executivo. 
Tal entendimento foi inclusive confirmado pelo 
STF (RE 264.848-5/TO), o qual afirmou que o re-
conhecimento da naturalização extraordinários 
tem efeitos meramente declaratórios.
§ 1º Aos portugueses com residência per-
manente no País, se houver reciprocidade 
em favor de brasileiros, serão atribuídos 
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo 
os casos previstos nesta Constituição. 
(Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal de Revisão nº 3, de 1994)
Comentários: O Art. 12, § 1º trata da quase na-
cionalidade. 
Aos portugueses com residência permanente no 
País, se houver reciprocidade em favor de brasi-
leiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao 
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Consti-
tuição.
Cumpre diferenciar a naturalização de portugue-
ses (lusófonos) do art. 12, II, a, “segunda parte” 
da quase nacionalidade. São duas coisas diver-
sas:
a) A naturalização de portugueses nos termos da 
naturalização ordinária de Lusófonos;
b) Quase nacionalidade: para os portugueses 
que optem por permanecer com sua nacionali-
dade originária, havendo reciprocidade em favor 
de brasileiros na lei portuguesa, aos portugueses 
com residência permanente no Brasil, serão atri-
buídos os mesmos direitos inerentes ao brasilei-
ro, salvo em casos de expressão vedação legal 
(CF, art. 12, §1º).
Nesse sentido, verifica-se que a quase naciona-
lidade dos portugueses advém da Cláusula de 
Reciprocidade (do ut des), prevista no Tratado de 
Amizade de 2000.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção 
entre brasileiros natos e naturalizados, sal-
vo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os car-
gos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da Re-
pública;
II - de Presidente da Câmara dos Deputa-
dos;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Fe-
deral;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 23, 
de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionali-
dade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por 
sentença judicial, em virtude de ativida-
de nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo 
nos casos: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade 
originária pela lei estrangeira; (Incluído 
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 
3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela 
norma estrangeira, ao brasileiro residen-
te em estado estrangeiro, como condição 
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para permanência em seu território ou 
para o exercício de direitos civis; (Incluí-
do pela Emenda Constitucional de Revisão 
nº 3, de 1994)
Comentários: Ocorrerá, portanto, a perda da 
nacionalidade no caso de cancelamento da na-
turalização, por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional. Também 
ocorrerá a perda da nacionalidade caso seja ad-
quirida outra nacionalidade, com exceção nos 
casos de reconhecimento de nacionalidade ori-
ginária pela lei estrangeira e também nos casos 
de imposição da naturalização pela norma es-
trangeira, como condição para permanência em 
seu território ou para o exercício de direitos civis.
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma ofi-
cial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federati-
va do Brasil a bandeira, o hino, as armas 
e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão ter símbolos próprios.
Anotações sobre os artigos anteriores:
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida 
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e se-
creto, com valor igual para todos, e, nos ter-
mos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Formas de Manifestação Direta
da Soberania Popular
Plebiscito
Consulta popular com o objetivo de 
aprovar ou rejeitar assunto relevante 
antes da existência da lei.
Referendo
Consulta popular sobre assunto rele-
vante depois de a lei já estar aprova-
da. O povo é chamado para aprovar 
ou vetar a lei criada pelo Legislativo.
Iniciativa 
Popular
Por meio desta forma, no mínimo, 1% 
do eleitorado nacional, distribuído 
por, no mínimo, 5 estados, apresen-
ta Projeto de Lei a ser apreciado pelo 
Congresso Nacional.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoi-
to anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os 
estrangeiros e, durante o período do servi-
ço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na for-
ma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
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II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e 
Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Go-
vernador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Fede-
ral, Deputado Estadual ou Distrital, Pre-
feito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os anal-
fabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Gover-
nadores de Estado e do Distrito Federal, 
os Prefeitos e quem os houver sucedido, 
ou substituído no curso dos mandatos po-
derão ser reeleitos para um único período 
subseqüente. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o 
Presidente da República, os Governadores 
de Estado e do Distrito Federal e os Prefei-
tos devem renunciar aos respectivos man-
datos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de juris-
dição do titular, o cônjuge e os parentes 
consangüíneos ou afins, até o segundo 
grau ou por adoção, do Presidente da Re-
pública, de Governador de Estado ou Ter-
ritório, do Distrito Federal, de Prefeito ou 
de quem os haja substituído dentro dos 
seis meses anteriores ao pleito, salvo se 
já titular de mandato eletivo e candidato 
à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas 
as seguintes condições:
I - se contar menos de

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