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COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA Prof. Márcio L. Oliveira e-mail: professormarcio.unip@gmail.com blog: profmarciooliveira.wordpress.com 2º semestre de 2017 São José dos Campos UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA Plano de Ensino EMENTA Abordagem dos processos de geração e conservação de energia do âmbito da Química. OBJETIVOS GERAIS Dar condições ao futuro engenheiro de interagir com o processo de combustão, que é o principal processo de geração de energia, como uma das suas atribuições no exercício da engenharia. Dar conhecimento sobre os principais tipos de combustíveis e suas formas de seleção. Formas alternativas de geração de energia, fontes renováveis e não renováveis. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Capacitar os estudantes de engenharia para a seleção, formas de uso e aplicação dos combustíveis, cálculos para o projeto de sistemas de combustão. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA Plano de Ensino CONTEÚDO PROGRAMÁTICO I – Noções Gerais sobre a situação atual de geração de energia no mundo. a evolução do uso da energia pelo Homem; fontes atuais (e as possíveis fontes futuras) de energia renovável e não renovável; alguns aspectos da situação brasileira; II – Noções Gerais sobre o processo de Combustão, abordando: combustíveis, classificação, composição, estado físico, principais características dos mais usados; comburente, composição do ar, reações e controle da combustão, tipos de combustão; reações e controle da combustão; estequiometria da combustão, cálculo da quantidade de ar necessária e volume de fumos; cálculo do poder calorífico de combustíveis; cálculo das temperaturas teórica e real da combustão. III – Noções Gerais sobre controle da Combustão e dos Combustíveis com a realização dos seguintes ensaios: • Determinação do Ponto de Fulgor e do Ponto de Inflamação de combustíveis líquidos e do teor de álcool presente em uma amostra de gasolina. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA Plano de Ensino CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1º Bimestre Energia: Fontes renováveis e fontes não renováveis. Combustíveis industriais. Classificação, origem, composição, principais características dos combustíveis mais comuns. Noções gerais sobre células de combustível. Estudo do processo de combustão, cálculos, balanços de massa, cálculo de ar e volume de fumos. Cálculo do Poder Calorífico pelos Calores de Combustão e pela Relação entre PCS e PCI. Cálculo do Poder Calorífico de carvões pela fórmula de Gouthal e pelas fórmulas de Dulong. Determinação do teor de álcool numa amostra de gasolina automotiva 2º Bimestre Cálculo das temperaturas teórica e real da combustão. Conceitos e definições sobre o combustível Ponto de Fulgor e Ponto de Inflamação de combustíveis líquidos. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA BIBLIOGRAFIA Textos base: Apostila de Química e Energia, Celso A. Tassinari Tassinari C.A. e outros Química Tecnológica Editora Pioneira Learning Thomsom 2003 Apostila do Prof. Barbieri disponível em professorbarbieri.net Textos Complementares: Kotz.J.C. e Treichel, P.J. Química e Reações Químicas - 4° Edição – LTC 2002 D.R. Askeland, P.P. Phulé, The Science andEngeneering of Materials, 4th Ed., Thomson, NewYork, 2003. Hinrichs, R.A.&Kleinback, M. Energia e Meio Ambiente Pioneira Thomson Learning Ltda. 2004 W.D. Callister Jr., Materials Science and Engeneering: anintegrated approach, 2th Edition, John Willey, New York, 2005. J.F. Shackelford - Materials Science for Engineers, 6thEdition, Prentice Hall, New York, 2005 Callister, William D. Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais - 2ª Edição - 2006 - isbn: 8521615159 M, P – Combustão – Orion – 2007 - ISBN: 9789728620103 Kupta, T., Cieslik, M. and Weber, R.. (2006). Investigation on Ash Deposit Formation Rate During Co-Combustion of Coal with Sewage Sludge, Proceedings of the 7th European Conference on Industrial Furnaces and Boilers, Porto, Portugal, 18-21April. R. Rinaldi, C. Garcia, L. L. Marciniuk, A. V. Rossi, U. Schuchardt, - Síntese de Biodiesel. Uma proposta Contextualizada de Experimento para Laboratório de Química Geral - Química Nova, 30 (2007) 1374. BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço energético nacional 2007: ano base 2006. RJ. Empresa de Pesquisa Energética, 2007. Disponível em:<http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=1432>. Acesso em: 10 de abril de 2008 Carvalho Jr.J.A. et al Princípios de Combustão Aplicada UFSC – 2007 - ISBN-10: 8532803776 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: 𝑀 = 𝑁𝑃1 +𝑁𝑃2 2 𝑁𝑃1 = 𝐵1 + 0,2 × 𝑅𝑒 + 𝑇𝑎 2 × 𝐵1 𝑁𝑃2 = 𝐵2 + 0,2 × 𝑅𝑒 + 𝑇𝑎 2 × 𝐵2 OBS:As provas bimestrais B1 e B2, serão compostas por 8 questões objetivas e 4 questões discursivas (sendo duas questões sobre a prática de laboratório). UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Re – Relatório: de 0 a 1 (0 ‒100%) Ta – Tarefa: de 0 a 1 (0 ‒100%) TAREFAS E RELATÓRIOS As tarefas e relatórios proporcionarão até 20% a mais sobre a nota da prova bimestral. Cópias xerox (parciais ou totais) assim como textos digitados (parcial ou totalmente) não podem ser aceitos. Somente serão aceitas cópias manuscritas que contenham todo o texto do trabalho original. • as tarefas serão individuais; • os relatórios em grupos de no máximo 05 alunos. • as tarefas e relatórios bimestrais devem ser entregues até um dia antes a data da semana de provas • somente poderão entregar o relatório os alunos presentes na aula experimental correspondente. IMPORTANTE: Para este semestre, as tarefas e relatórios deverão ser entregues impressas (tudo no papel!) COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA Aulas do 1º Bimestre Fontes de Energia Renováveis e não Renováveis Combustão Combustíveis e Comburentes Estequeometria do Processo de Combustão Poder Calorífico de um Combustível UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tarefas - NP1 TP 01 – págs 177 a 182 TP 02 – págs 183 e184 TP 04 – Somente os exercícios 1 e 2 - págs 191 a 192 Entregar até 29/09 COMPLEMENTOS DE QUÍMICA APLICADA UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA O que é Energia? “e.ner.gi.a 1 Capacidade dos corpos para produzir um trabalho ou desenvolver uma força. 2 Modo como se exerce uma força; eficácia. 3 Qualidade do que é energético; resolução nos atos; firmeza. 4 Atividade diligente. 5 Força física. 6 Força moral. 7 Vigor. 8 Força em ação”. Dicionário Michaelis UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Origem da Energia Massa e=mc2 Solar Química Mecânica Campo UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energias do tipo potencial (campo) • a energia gravitacional • a energia elástica • a energia eletrostática • a energia térmica (interna) - Sensível - Latente • a energia química (interna) • a energia nuclear. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energias do tipo cinético a energia cinética do movimento a energia do som a energia elétrica a energia térmica a energia da radiação. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energia (calor) fornecida UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Quanto maiores forem as interações entre as moléculas, mais fortemente unidas estarão e mais difícil será a mudança de estado físico. (A) Gás (B) Líquido (C) sólido UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Entende-se por energia a capacidade de realizar trabalho. Fontes de energia, portanto, são elementos que podem produzir ou multiplicar o trabalho: os músculos, o sol, o fogo, o vento etc. Depois da própria força humana, a primeira fonte de energia que o homem utilizou foi o fogo (de 50 000 a.C). A utilização da força do vento, principalmente para a navegação, deve ter começado em torno do ano 2 000 a.C. O aproveitamento da água, da força hidráulica para mover moinhos, iniciou-se em torno do século II a.C. A partir do ano 1000 d.C. começa a exploração mais intensa do carvão mineral (a hulha, inicialmente). Por volta do final do século XIX, surge a eletricidade, o desenvolvimento dos motores a gasolina ou demais derivados do petróleo e, consequentemente, um notável desenvolvimento nas explorações petrolíferas. Breve Histórico UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Em meados do século XX, surgiu a energia nuclear, sendo que a fissão nuclear (obtenção da energia nuclear) foi utilizada inicialmente para fins militares, durante a 2ª Guerra Mundial. A enorme participação das fontes não-renováveis na oferta mundial de energia coloca a sociedade diante de um desafio: a busca por fontes alternativas de energia. Deverão coexistir várias fontes de energia, principalmente as renováveis e pouco poluidoras, e ainda aquelas de origem biológica que deverão conhecer uma maior expansão nas próximas décadas. Na área da engenharia, a administração da energia tornou-se uma das principais funções do engenheiro, já que representa, na maioria das vezes, a maior parcela na composição do custo da produção, além da interação com todos os processos que envolvem a geração, a transformação, a conservação e o uso racional da energia. A Química estão afetos: o processo de Combustão, que continua sendo o principal processo de geração de energia usado pela humanidade além da Corrosão e Proteção contra a Corrosão que se traduz num processo de conservação de energia. Breve Histórico UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Cerca de 99 % da energia térmica utilizada pelos ecossistemas provém das radiações solares as quais constituem a principal fonte de energia da Terra. O restante da energia é obtido de fontes primárias e transformado pelo homem em outras formas, como energia mecânica, elétrica, energia térmica e química. Os principais usos da energia incluem o aquecimento de ambientes, a produção industrial, o transporte de forma geral, a obtenção de metais e materiais diversos etc. Os recursos energéticos primários são classificados em renováveis e não renováveis. Fontes de energia UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Histórico da Energia no Brasil 1879 - Iluminação de estrada de ferro D. Pedro II. 1881- Iluminação da praça XV e praça da república. 1883 - Primeiro serviço público de iluminação elétrica do Brasil e da América do Sul. 1885 - Primeiro serviço de iluminação de São Paulo. 1887- Entrada em operação da usina termoelétrica da Fiat lux. 1889 - Entrada em operação da usina Marmelos Zero a primeira hidrelétrica de grande porte no país. 1907- Entrada em operação da usina São de Fontes da Rio Light, a maior do mundo na época. 1934 - Promulgação do código de águas, atribuindo a união competência exclusiva, como poder concedente, para os aproveitamentos hidrelétricos destinados ao serviço público. 1943 - Início da criação das diversas estaduais e federais: Ceee-rgs, Chesf, Cemig, Copel, Celesc, Celg, Cemat, Escelsa, Furnas, Cemar, Coelba, Ceal Energipe, e outras. www.memoriadaeletricidade.com.br UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA http://www.memoriadaeletricidade.com.br/ 1960 - Criação do Ministério das Minas e Energia. 1961- Criação da Eletrobrás constituída em 1962. 1963 - Entrada em operação da usina de Furnas que permitiu a interligação dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. 1984 - Entrada em operação da usina de Itaipu, maior hidrelétrica do mundo - conclusão do sistema interligado norte e nordeste. 1985 - Criação do Procel programa nacional de combate ao desperdício de energia elétrica. 1986 - Entrada em operação do sistema interligado sul - sistema interligado sul - sudeste. www.memoriadaeletricidade.com.br Histórico da Energia no Brasil UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA http://www.memoriadaeletricidade.com.br/ Histórico da Energia no Brasil ESTRADA DE FERRO D. PEDRO II. Fonte: http://vanesalopez.wordpress.com/pesquisas/corcovado-e-o- cristo-redentor/ ENERGIA ELÉTRICA CAMPOS - RJ Fonte: http://camposfotos.blogspot.com.br/2013/04/campos- dos-goytacazes-rj-primeira.html UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Binacional Itaipu http://www.cnews.com.br/diretodaredacao/noticias/36374/paraguai_deve_rever_o_tratado_de_itaipu Em 1973, técnicos percorrem o rio de barco em busca do ponto mais indicado para a construção da Itaipu Construída entre 1975 e 1982 Inaugurada em 5 de maio de 1984 Maior em produção no mundo Gerou 98,29 TWh em 2012 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Programa Nuclear Brasileiro 1954 - O Brasil já era capaz de produzir urânio metálico 1954 1960 - Brasil negociava com a França para adquirir um reator nuclear. 1965 - Brasil assinou um acordo com a Westinghouse Electric Company dos EUA 1976 - Governo Geisel, foi assinado um acordo com a Alemanha para um total de 10 reatores 1986 - Entra em operação o reator nuclear construído pela Westinghouse, na usina de Angra I 2002 - Entra em operação Angra II, acordo realizado com a Alemanha 2016 – Previsão de início de operação da Angra III UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Fontes de energia UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA BEN – Balanço Energético Nacional – 2017, ano base 2016 Fontes de energia no Brasil Repartição da Oferta Interna de Energia - OIE UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA BEN – Balanço Energético Nacional – 2017, ano base 2016 Consumo final de energia por fonte UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Petróleo Produtos obtidos a partir do petróleo: •Gasolina •GLP •Querosene •Óleo lubrificante •Asfalto UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Produção de Petróleo no Brasil (Al, Am, Ba, Ce, RN ) (Líquido de Gás Natural) UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Produção de Petróleo no Brasil UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Gás Natural Mistura de hidrocarbonetos leves, com destaque para o metano (CH4). Vantagens: •Baixa presença de contaminantes; •Combustão mais limpa, com menor nível de emissão de CO2 por unidade de energia; •Facilidade de transporte e manuseio. Principais usos: •Uso residencial em fogões, chuveiros, piscinas, etc... •Uso em indústrias como fonte de calor, para a produção de metanol, fertilizantes, amônia e uréia. •Gás natural veicular UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Gasoduto Brasil-Bolívia • 3150km de extensão • Atravessa 136 municípios em 5 estados • Capacidade de 30,08 milhões de m³ por ano UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Carvão Mineral Minério composto de carbono, com quantidades variáveis de enxofre, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Maior fonte geradora de energia elétrica do mundo, devido ao baixo custo e oferta abundante. Altamente poluente, responsável por 30 a 35% das emissões globais de CO2. O Brasil possui poucas reservas de carvão mineral, importando 50% do carvão consumido UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energia Nuclear Fonte de energia “limpa”, não apresenta geração de CO2. O Brasil tem asexta maior reserva de urânio do mundo, um potencial energético comparável ao pré-sal. Atualmente existem duas usinas nucleares no Brasil, Angra I e Angra II, com capacidade de 1.350 MW. Para 2016, estava previsto o término da construção da usina de Angra III, com capacidade de 1.405MW. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Chernobyl - 1986 Fukushima - 2011 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energias renováveis • Biomassa • Hidráulica • Energia Eólica • Energia Solar UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Biomassa da cana Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. No Brasil, o percentual de etanol na gasolina é 27%. Bagaço da cana é usado na geração de energia elétrica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Hidráulica O Brasil é o terceiro maior produtor de energia hidrelétrica do mundo, atrás dos EUA e Canadá. Brasil possui cerca de 200 usinas hidrelétricas em funcionamento. A usina de Itaipu, considerada uma das maravilhas do mundo moderno, gerou 98,29TWh de energia elétrica em 2012. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Hidráulica A usina de Belo Monte, tem capacidade de atender a 40% do consumo residencial de todo Brasil Por operar com reservatório reduzido, deve produzir efetivamente cerca de 39,5 TWh em média ao longo do ano. (10% do consumo nacional) UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energias renováveis Matriz elétrica Brasileira UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Lenha e carvão vegetal O carvão vegetal, obtido através da carbonização da lenha, é utilizado em larga escala pela indústria siderúrgica. A lenha é utilizada também para cozinhar e assar alimentos. A atividade de carvoejamento é muitas vezes associada com economias subdesenvolvidas e condições desumanas de trabalho. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Oferta interna de energia 2016/2015 BEN – Balanço Energético Nacional – 2017, ano base 2016 Fonte (Mtep) 2015 2016 Δ 16/15 RENOVÁVEIS 123,7 125,3 1,4% Energia Hidráulica 33,9 36,3 7,0% Biomassa de cana 50,6 50,3 ‒ 0,7% Lenha e carvão vegetal 24,9 23,1 ‒ 7,2% Eólica 1,9 2,9 54,9% Solar 0,005 0,007 44,7% Lixívia e outras renováveis 12,4 12,8 3,4% NÃO RENOVÁVEIS 175,9 163,0 ‒ 7,3% Petróleo e derivados 111,6 105,4 ‒ 5,6% Gás Natural 41,0 35,6 ‒ 13,2% Carvão Mineral 17,6 15,9 ‒ 9,7% Urânio (U3O8) 3,9 4,2 9,2% Outras não renováveis 1,8 1,9 5,2% UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energias Renováveis (matriz elétrica) Brasil x Mundo Avanço da participação de renováveis na matriz elétrica, devido à queda da geração térmica a base de combustíveis fósseis e ao incremento das gerações eólica e hidráulica. BEN – Balanço Energético Nacional – 2017, ano base 2016 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Participação de renováveis na matriz energética Em 2016, a participação de renováveis na Matriz Energética Brasileira manteve-se entre as mais elevadas do mundo, com pequeno crescimento devido particularmente à queda da oferta interna de petróleo e derivados e expansão da geração hidráulica. BEN – Balanço Energético Nacional – 2017, ano base 2016 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Quem usou energia no Brasil UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA MAIS SOBRE: ENERGIA: RENOVÁVEIS E NÃO-RENOVÁVEIS UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energia: fontes renováveis • Energia das marés • Energia Geotérmica • Energia Solar • Energia de Biogás • Energia de Biomassa • Energia Eólica • Gás Hidrogênio • Energia Hidrelétrica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Uma das alternativas para a produção de energia elétrica é o aproveitamento das variações do nível das marés, em lugares onde a diferença é grande. O aproveitamento das marés para gerar energia elétrica é uma das alternativas estudadas. As usinas que aproveitam as variações de nível entre as marés são chamadas de usinas maremotrizes. A maior parte das usinas existentes é em escala semi-experimental que mostraram ser anti- econômico esse tipo de aproveitamento. São poucos os locais que permitem aproveitar de forma econômica esse tipo de energia. Energia das marés UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA O calor existente no interior da terra tem sido aproveitado há muitos anos nas regiões vulcânicas constituindo assim uma outra forma de energia alternativa. Abrem-se buracos fundos no chão até chegar aos reservatórios de água e vapor que pode atingir os 370 ºC, são drenados até á superfície por meio de tubulação apropriada. Através da tubulação o vapor é conduzido até central elétrica normal, o vapor faz girar as lâminas da turbina. A energia mecânica da turbina é então transformada em energia elétrica por meio do gerador. Energia Geotérmica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA • Após passar pela turbina o vapor é conduzido para um tanque de resfriamento. A água condensada é novamente canalizada para o reservatório subterrâneo, onde será naturalmente aquecida pelas rochas quentes, mantendo-se a produção. • Estima-se que, atualmente, estes tipos de centrais satisfazem as necessidades energéticas de cerca de 60 milhões de pessoas em 21 países. • A água aquecida geotermicamente é utilizada para piscicultura, agricultura, aquecimento de casas, processos industriais (secagem de madeira e de alimentos) e etc. Energia Geotérmica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA A energia solar também pode ser usada para produzir eletricidade. Alguns sistemas solares, como o que está na figura, usam um refletor alto e côncavo como uma parabólica para focalizar a luz do sol nos tubos; estes aquecem tanto que a água ferve. O vapor pode ser usado para girar uma turbina e produzir eletricidade. O problema do sistema solar elétrico é que apenas funciona durante o dia, enquanto o sol aquece. Por isso, com o tempo nublado ou a noite não se gera energia elétrica. Alguns sistemas são duplos, ou seja, durante o dia a água é aquecida pelo sol e á noite usa- se gás natural para a ferver; deste modo, continua-se a produzir eletricidade. Energia Solar UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Atribui-se o nome de biogás (também conhecido como gás dos pântanos) à mistura gasosa combustível, resultante da fermentação anaeróbica da matéria orgânica. De qualquer forma, esta mistura é essencialmente constituída por metano (CH4), com valores médios na ordem de 55 a 65% em volume, e por dióxido de carbono (CO2), com aproximadamente 35 a 45% de sua composição. O seu poder calorífico está diretamente relacionado com a quantidade de metano existente na mistura gasosa. A produção do biogás é naturalmente encontrada em pântanos, aterros e esgotos entre outros. Energia de biogás UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Atualmente, existem duas situações possíveis para o aproveitamento do biogás. O primeiro caso consiste na queima direta (aquecedores, fogões, caldeiras). O segundo caso diz respeito à conversão de biogás em eletricidade. Isto significa que o biogás permite a produção de energia elétrica e térmica. Em São Paulo o biogás chegou a ser utilizado, experimentalmente, em caminhões de coleta de lixo. Energia de biogás UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Pode ser considerada uma das fontes energéticas mais econômicas e de fácil aquisição pelas pequenas propriedades rurais e pode ser usado em motores, geradores, motopicadeiras, resfriadores de leite, aquecedor de água,geladeira, fogão, lampião, lança-chamas entre outros. Numa análise global, o biogás é um gás incolor, geralmente inodoro (se não contiver demasiadas impurezas ) e insolúvel em água. Devido a presença do metano, é um gás combustível, sendo o seu poder calorífico inferior (P.C.I.) cerca de 5500 Kcal/m3, quando a proporção em metano é aproximadamente 60 %. É um gás de baixa densidade, mais leve que o ar, e contrariamente ao butano e ao propano, traz menores riscos de explosão já que sua acumulação se torna mais difícil. O biogás, em condições normais de produção, devido ao seu baixo teor de monóxido de carbono (inferior a 0,1 %) não é tóxico. Por outro lado, o metano obtido é muito corrosivo devido às impurezas que contém. Energia de biogás UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA É o conjunto de organismos que podem ser aproveitados como fontes de energia: a cana-de-açúcar, o eucalipto e a beterraba (dos quais se extrai álcool), diversos tipos de árvores (lenha e carvão vegetal), alguns óleos vegetais (mamona, amendoim, soja, dendê), etc Energia de biomassa UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Provavelmente as principais fontes de energia do século XXI serão de origem biológica, produzidas a partir da biotecnologia. Trata-se de matéria vegetal produzida pelas radiações solares, por meio da fotossíntese. Pode ser queimada no estado sólido, como no caso da lenha, ou ser convertida em combustível gasoso ou líquido como metanol e etanol. A grande quantidade de umidade existente na biomassa, bem como a produção de monóxido de carbono (CO) e material particulado na queima da madeira, são aspectos desvantajosos. No Brasil, na década de 70, em consequência da crise do petróleo, foi desenvolvido o Proálcool, com a produção de álcool etílico carburante a partir da cana de açúcar. O Brasil possui um enorme potencial de fontes de biomassa: bagaço de cana, resíduos agrícolas, apara de madeira, esgoto e lixo. A maior parte é queimada a céu aberto, gerando poluição ambiental. Desse modo, a mesma fonte de combustível atende a duas finalidades: produz o vapor e a energia elétrica. Energia de biomassa UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA A energia cinética do vento é uma fonte de energia abundante e renovável, limpa e disponível em todos os lugares. A utilização desta fonte para a geração de eletricidade, em escala comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e pode ser transformada em energia mecânica e elétrica. No Brasil, o aproveitamento dos recursos eólicos tem sido feito tradicionalmente com a utilização de cata-ventos multi-pás para bombeamento de água. O vento forte pode rodar as lâminas de uma turbina adaptada para o vento (em vez do vapor ou da água é o vento que faz girar a turbina). A ventoinha da turbina está ligada a um eixo central que contém em cima um fuso rotativo. Este eixo chega até uma caixa de transmissão onde a velocidade de rotação é aumentada. Energia Eólica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA O gerador ligado ao transmissor produz energia elétrica. A capacidade instalada no Brasil não chega atualmente a 25 MW, com turbinas eólicas de médio e grande porte conectado à rede elétrica. Em janeiro de 2004 foram instaladas pela Petrobrás na praia de Soledade, no município de Macau, Rio Grande do Norte, 3 turbinas eólicas que juntas vão gerar 1,8 MW. Energia Eólica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Apesar de o hidrogênio ser uma grande fonte de energia, a ideia do seu uso como combustível passou a ser cogitada a partir da década de 1970, com a crise provocada pelo aumento do preço do petróleo. A crise e os níveis alarmantes de poluição ambiental mobilizaram a comunidade internacional, trazendo à tona a conversão eletroquímica de energia, com o uso de células a combustível. São sistemas eletroquímicos que convertem a energia química diretamente em energia elétrica, a partir de um combustível (hidrogênio) e um oxidante (oxigênio). São sistemas que apresentam inúmeras vantagens, tais como: alta eficiência, operação limpa e silenciosa, resposta rápida de carga, confiabilidade, manutenção reduzida e flexibilidade quanto ao combustível. Gás hidrogênio UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA No entanto, apresenta balanço energético negativo, ou seja, a quantidade de energia gerada na sua queima é menor que a quantidade gasta na sua produção. Assim, somente a produção em larga escala poderá viabilizar seu uso de forma ampla. Outro problema é o fato de ser altamente explosivo. Muitos estudos são desenvolvidos para encontrar formas seguras de armazenar, manusear e disponibilizar esse combustível. Gás hidrogênio UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Produzida por quedas d’água, a energia hidráulica permite o acionamento de turbinas que movimentam geradores elétricos, produzindo energia em grande ou pequena escala. Hoje, um quinto de toda energia elétrica do mundo é produzido pelo aproveitamento dos cursos de água. Mais de 90% do consumo doméstico do Brasil provém do uso da energia hidráulica. Energia hidrelétrica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA As centrais hidrelétricas de grande porte apresentam problemas de impacto ambiental, já que requerem grandes inundações de terras com modificação do ecossistema, e com o deslocamento de comunidades. Mesmo assim, a preferência atual por hidrelétricas não existe por acaso. Sua atratividade está na energia mais barata, já que o combustível é a água. Em média o custo é de U$ 500 para cada quilowatt ( KW ) instalado. Isso significa em torno de U$ 16 o MWh, bem diferente dos quase U$ 32 da energia das termoelétricas movidas a gás natural (fonte ANEEL). Energia hidrelétrica UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energia: fontes não renováveis • Petróleo • Xisto Betuminoso • Alcatrão • Gás Natural • Carvões Fósseis • Energia Nuclear UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Mistura de hidrocarbonetos parafínicos, aromáticos e naftênicos. O petróleo originou-se de restos de plantas e animais marinhos inferiores, que se acumularam no fundo de antigos mares, e foram soterrados por movimentos da crosta terrestre. Encontra-se confinado em grandes profundidades no sub-solo dos continentes e dos mares. Além dos combustíveis automotivos e industriais que são obtidos, o petróleo é fonte de matérias primas para as indústrias de produtos químicos, de fertilizantes, pesticidas, tintas, plásticos, fibras sintéticos remédios e muitas outras. Os principais países produtores de petróleo são a Rússia, a Arábia Saudita, o Irã, o Kuwait, o Iraque e os Emirados Árabes. Petróleo UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Torre de destilação fracionada de petróleo UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Xisto betuminoso • Destaca-se pelo fato de o Brasil possuir grande parte das reservas mundiais até hoje conhecida. • Suas ocorrências localizam-se em São Paulo (Tremembé), Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Maranhão e Amazonas. • Trata-se de rocha de natureza argilosa ou calcária impregnada com substâncias orgânicas combustíveis, em teores que variam entre 30 e 50%, constituindo um resíduo fóssil de natureza sedimentar mais recente que o petróleo. • Os produtos obtidos do xisto são mais caros que os similares obtidos dos derivados de petróleo. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Alcatrão bruto de hulha O alcatrão é um produto líquido, mais ou menos viscoso de composição variável e muito complexa e de cor preta. É originário do processo de coqueificação do carvão, ondeas partes voláteis do carvão são separadas durante o aquecimento formando gases. Essa massa de gases contém alcatrão, arrastado ou em forma de vapor, que é condensado e decantado formando o alcatrão de hulha. Dois tipos de produtos são obtidos pela destilação do alcatrão: produtos puros, como o naftaleno, e misturas complexas, como os creosotos e piches; estes últimos constituem a fração mais importante. Devido a vasta quantidade de produtos derivados do alcatrão, ele tem grande valor na indústria química, já que seus derivados têm muitas aplicações nas mais variadas áreas. Alcatrão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Alcatrão de madeira Subproduto da queima da madeira para a produção de carvão, o alcatrão é obtido a partir da recuperação dos gases eliminados durante o processo de carbonização. Antes eliminado como fumaça na atmosfera, ele é condensado e transforma-se em matéria-prima do asfalto. A principal vantagem do seu uso é a substituição dos derivados de petróleo, produtos de origem fóssil não-renováveis. Ele é o responsável, por exemplo, pelo sabor e pelo cheiro de defumado em diversos embutidos, além de ser empregado também na fabricação de balas e biscoitos. Alcatrão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA • Constituído de metano misturado com hidrocarbonetos parafínicos (principalmente etano, propano e outros mais pesados), ocorre nas formações geológicas petrolíferas. • Apresenta poder calorífico da ordem de 8.500 a 9.000 kcal/m3. • Utilizado também como matéria prima para uma série e de sínteses químicas (metanol, formaldeido e outros) ou como fontes de H2 e de enxofre. • Este gás pode ser liquefeito a baixas temperaturas para ser transportado em navios. • Atualmente o maior produtor é a Rússia. • O rendimento do gás natural é bastante alto enquanto seu o custo é baixo quando se compara com outras fontes. • O gás natural é uma fonte de energia limpa, confiável e eficiente. É um dos combustíveis preferidos para geração de energia. Liquefeito, é seguro e fácil de transportar. • O transporte é feito em tanques especiais que podem viajar com segurança por milhares de quilômetros. Gás natural UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA É resultante da transformação da madeira de florestas soterradas há milhões de anos, sujeitas à ação da pressão, temperatura e bactérias. São os combustíveis sólidos mais importantes, com especial destaque para a hulha. Quanto maior o grau de transformação sofrido pela madeira, mais carbono e menos hidrogênio e oxigênio possui o carvão. Dos elementos constituintes (C, H, O, N, S, P), teores elevados de carbono e hidrogênio (quando livre), dão melhor rendimento térmico. O oxigênio e o nitrogênio não contribuem para a queima, sendo que o oxigênio diminui o rendimento térmico. O enxofre e o fósforo embora gerem calor, são prejudiciais pelo fato de produzirem substâncias tóxicas e corrosivas (SO2 e P2O5). Carvões de boa qualidade são apenas britados após extração, de forma a uniformizar sua granulometria. Carvões fósseis UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA A presença de elevados teores de enxofre, como no caso dos carvões brasileiros, pode até impedir sua utilização na forma como extraído, obrigando a um refino do mesmo. O enxofre apresenta-se, geralmente, como piritas de ferro (FeS2), o que pode acarretar uma diminuição do ponto de fusão das cinzas, com a possibilidade de formação de um aglomerado vítreo que impede a combustão do carvão. O refino do carvão após sua extração consiste na colocação do carvão britado em grandes quantidades de água, para que pedaços de matéria mineral e de pirita se separem por densidade. Carvões fósseis UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA • Uma usina nuclear consiste basicamente de uma usina térmica na qual o calor é produzido por reação de fissão nuclear. • O combustível mais utilizado é o urânio 235, cuja ocorrência na natureza corresponde a 0,7 %, enquanto o urânio 238 corresponde a 99,3%. • Em apenas 50 anos de desenvolvimento a energia nuclear aumentou sua participação na produção de energia mundial partindo de um valor extremamente pequeno, 0,1 %, para um valor substancial de 7%. • Em 1997 havia 437 reatores em operação no mundo, com uma potência instalada de 340 GW. Desse total, 28% estão nos EUA, 18% na França e 12 % no Japão. • No final de 2002, segundo dados da Agência Internacional de Energia Atômica, havia em operação 441 usinas nucleares em 34 países, perfazendo uma capacidade instalada líquida de 358 GW. • Os impactos ambientais e os acidentes de Chernobyl em 1986 e de Tokaimura no Japão em 1999, que mostraram as letais consequências radiativas dessa tecnologia, parecem agir como freio na evolução do uso da energia nuclear. Energia nuclear UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Energia nuclear UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA No Brasil, a participação da energia nuclear é de aproximadamente 1% do valor total. A experiência brasileira nesse campo mostrou-se onerosa tanto técnica como economicamente. A capacidade da usina Angra I é de 657 MW, enquanto Angra II 1350 MW, e a usina Angra III depois de pronta terá capacidade de 1400MW Uma das desvantagens mais importantes é o lixo nuclear, para o qual não existe tratamento sem risco de contaminação, pelo menos até o momento, e que permanece radiativo por milhares de anos. A produção de lixo tóxico pelos países industrializados é estimada em 300 milhões de toneladas por ano. Energia nuclear UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustíveis Combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA O que é Combustível? Qualquer substância que produz energia utilizável, seja por queima (gás, madeira, etc), seja por reação nuclear (fissão, fusão) UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustível Fóssil Depósito de Material orgânico fóssil que é suficientemente combustível. Exemplos:Carvão, petróleo, gás natural. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustíveis Qualquer substância que reage quimicamente com desprendimento de calor. Na Prática: São os materiais carbonáceos, abundantes e de fácil queima com o ar, gerando grande desprendimento de calor (controlável). UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tipos de Combustíveis Primários Carvões minerais (turfa, linhito, hulha, antracito) Lenha Secundários Coque, carvão vegetal, coque de petróleo, resíduos industriais, combustíveis de foguetes (tiocol, hidrazina e TNT) SÓLIDOS UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tipos de Combustíveis Turfa Linhito Hulha Antracito Tipo Potencial calorífico % Carbono Turfa Baixo 20 a 30 Linhito Baixo 70 Hulha Alto 75 a 90 Antracito Alto 96 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tipos de Combustíveis Primários Petróleo cru Gasolina natural Secundários Gasolina, Querosene, Óleo diesel Hidrocarbonetos, Álcoois LÍQUIDO UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tipos de Combustíveis Primário Gás Natural Secundários Gás de hulha, gás de alto-forno Gases de refino do petróleo GASOSOS UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA RENOVÁVEIS NÃO- RENOVÁVEIS Biodiesel Bioetanol Hidrogênio Gasolina Diesel GNV Tipos de Combustíveis UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustão é uma reação química, mais especificamente como sendo uma reação de oxidação a alta temperatura, e assim sendo, necessita-se de uma energia de ativação, obtida normalmente pela elevação de temperatura em um ponto de combustível; Para que ocorra uma reaçãode combustão, devem estar presentes simultaneamente, o combustível, o comburente e a energia de ativação; O calor liberado pela reação em um ponto do combustível serve como energia de ativação e o processo se torna auto–ativante e continua até o término de todo o combustível; Toda combustão é uma reação de oxidação-redução (transferência de elétrons); O combustível atua sempre como fonte de elétrons; O comburente recebe e fixa os elétrons cedidos pelo combustível, agindo como oxidante. Combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Genericamente pode-se representar a reação de combustão da seguinte forma: Combustão Combustível + Comburente e- Condições adequadas Fumos + Cinza + Calor C+4O2 -2Cº + O2º 4e- redutor oxidante EXEMPLO: UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustão Combustível + comburente combustão Hidrocarbonetos + O2 Produtos As reações de combustão são exotérmicas, liberam grandes quantidades de energia (na forma de luz ou calor), que possui várias aplicações: iluminação, funcionamento de motores, cozimento dos alimentos, etc. Os produtos dependem do tipo de combustão que ocorre. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reação de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tudo depende da velocidade da reação: - Reação lenta: corrosão - Reações rápidas: combustão (processo controlável) -Reações muito rápidas: explosão (processo não controlável) Reação de Combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA De forma geral, a reação de combustão se dá em fase gasosa. Combustíveis líquidos são previamente vaporizados. A reação de combustão se dá entre o vapor do líquido e o oxigênio intimamente misturado. No caso de combustíveis sólidos existe um certo grau de dificuldade, pelo fato de a reação ocorrer na interface sólido - gás. É necessária a difusão do oxigênio através dos gases produzidos na combustão (os quais envolvem o sólido), para atingir a superfície do combustível; Além disso, a superfície fica normalmente recoberta de cinzas, o que representa mais uma dificuldade para o contato combustível - comburente. Reação de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Processo de Combustão: Reação de combustão CÂMARA DE COMBUSTÃO COMBUSTÍVEL COMBURENTE FUMOS CINZAS (outros resíduos) UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reação de combustão Combustível C + HC + S + H2 + N Comburente Ar atmosférico (O2 + N2) COMBUSTÃO C + O2 → CO2 H2 + ½ O2 → H2O Gases residuais (fumos) Gases residuais (comb. sólidos) CO2 (g) CO (g) N2 (g) O2 (g) SO2 (g) NO X (g) H2O (v) Partículas sólidas (poeira) + Hidrocarbonetos pesados UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tipos de combustão COMBUSTÃO COMPLETA COMBUSTÃO INCOMPLETA UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Tipos de combustão Depende da relação (combustível/O2) Incompleta CH4 + 3/2O2 → CO + 2H2O Insuficiência de O2 CH4 + O2 → C + 2H2O Teoricamente CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O Quantidade completa estequiométrica de O2 Praticamente CH4 + 3O2 → CO2 + 2H2O + O2 Excesso de O2 completa UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA • Dependendo das quantidades relativas combustíveis e comburentes alimentadas no processo, podem ocorrer três tipos de combustão: • Incompletas: quando a quantidade de oxigênio alimentada é menor que quantidade estequiometricamente necessária, para oxidar totalmente todas as frações do combustível. Formação de carbono na forma de fuligem (C) e água. • Teoricamente completa: quando a alimentação de oxigênio é feita com a quantidade estequiométrica necessária, para oxidar totalmente todas as frações do combustível. Formação de dióxido de carbono (CO2) e água (H2O) • Completas: quando se alimenta uma quantidade de oxigênio maior que a quantidade estequiométrica necessária para oxidar totalmente todas as frações do combustível. Produz gás carbônico (CO2) e água na forma de vapor (H2O). • A composição dos fumos varia de acordo com o tipo de combustão, permitindo ter uma indicação da combustão obtida. • Nas combustões teoricamente completas verifica-se a presença de pequena quantidade de CO nos fumos e quantidade desprezível (ou nula) de oxigênio. • Em combustões completas haverá a presença de oxigênio nos fumos, em maior ou menor quantidade (dependendo do combustível queimado e do excesso empregado) e quantidade desprezível (ou nula) de CO. Tipos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reação de combustão CxHy + O2 CO2 + H2O (completa ou total) CO + H2O C(s) + H2O Incompleta ou Parcial + NO → NO2 Reação com S do combustível + SO2 → SO3 + CxHy COMBUSTÍVEL FÓSSIL ETANOL C2H5OH + O2 S CO2 + H2O (completa ou total) CO + H2O C(s) + H2O Incompleta ou Parcial + NO → NO2 + C2H4 N2 Reação com N do ar UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reação de combustão Principais reações e energias envolvidas Variação de entalpia a 25ºC ΔH(CO2) a 25ºC = ‒ 94,03 kcal/mol ΔH(H2O vapor) a 25ºC = ‒ 57,80 kcal/mol ΔH(H2O liq) a 25ºC = ‒ 68,32 kcal/mol C(grafite) + O2 → CO2 + 94,03 kcal/mol H2 (gás) + ½O2 → H2O (gás) + 57,80 kcal/mol H2 (gás) + ½O2 → H2O (líquido) + 68,32 kcal/mol UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reação de combustão Combustível com enxofre Combustão incompleta (falta de O 2 ) S(sólido) + O2 → SO2 + 72,00 kcal/mol S(sólido) + 3/2O2 → SO3 + 105,5 kcal/mol C(grafite) + CO2 (gás) → 2CO (gás) ‒ 40,79 kcal/mol CO(gás) + ½O2 → CO2 (gás) +69,91 kcal/mol Se adicionar mais AR (excesso de O 2 ) UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Composição química dos combustíveis UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Composição dos combustíveis: Elementos essenciais: Carbono e hidrogênio. • São muito frequentes na composição dos combustíveis respondendo pela geração de calor e pela função redutora; • Podem estar presentes na forma isoladas (substância simples) ou combinados na forma de hidrocarbonetos (Ex; GLP, CH4 etc); Reações de combustão: carbono C(grafite) + O2 → CO2 + 94 kcal (reação completa) C(grafite) + CO2 → 2 CO + 40,8 kcal (reação parcial pela falta de O - endotérmica) C(grafite) + ½ O2 → CO + 26,6 kcal (reação incompleta) Reações de combustão: hidrogênio H2(gás) + ½ O2 → H2O (vapor) + 57,8 kcal H2(gás) + ½ O2 → H2O (líquido) + 68,3 kcal UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Composição dos combustíveis: Elementos Secundários: O, N, S e P. Reações de combustão: Oxigênio • A presença de oxigênio nos combustíveis acarreta sistematicamente uma redução na geração de calor; • Combustíveis oxigenados geram menos quantidade de calor; • Em suma, é indesejável e desvantajosa a presença desse elemento na constituição dos combustíveis. C + O2 → CO2 + 94 kcal (reação completa) CO + ½ O2 → CO2 + 69,9 kcal CH4 + 2 O2 → CO2 + 2 H2O + 200 kcal CH4O + 3/2 O2 → CO2 + 2 H2O + 160 kcal Admite-se que o oxigênio presente em um combustível, anule por oxidação parcial, preferencialmente o hidrogênio em lugar do carbono; ou como se a parte do C e do H2 do combustível tivesse sido queimada previamente pelo O2 de constituição UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reações de combustão: nitrogênio O nitrogênio apresenta grande inércia química, caracterizada por uma baixa tendência de combinação, inclusive nos processos usuais de combustão; O nitrogênio presente num combustível não se oxidadurante o processo de combustão e assim, em nada contribui para a geração de calor; Entretanto o nitrogênio como uma espécie material possui massa, e sua presença no combustível aumenta a massa total do mesmo; O Poder Calorífico de um combustível é a relação entre a quantidade de calor gerado e a unidade de massa (ou de volume) do combustível queimada: 𝑃𝐶 = 𝑄𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜 Conclui-se que a presença deste elemento contribui apenas para o aumento da massa (ou de volume), é desvantajosa, pois acarreta uma diminuição do Poder Calorífico do combustível. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reações de combustão: enxofre Durante uma combustão, o enxofre presente em um combustível, se oxida de acordo com as reações: S + O2 → SO2 + 72 kcal S + 3/2 O2 → SO3 + 105,5 kcal Então, sob o aspecto energético, não há dúvida que a presença de enxofre apresenta interesse, porém, paralelamente, há um aspecto altamente negativo que anula esta vantagem e torna a presença desse elemento inconveniente. São os produtos da sua oxidação; Tanto o SO2 como o SO3 são substâncias extremamente tóxicas e corrosivas, constituindo-se em poderosos agentes poluentes; Mesmo sob condições favoráveis de umidade do ar externo o SO2 reage com a água presente nos produtos da combustão, formando o ácido sulfuroso (H2SO3). O SO3 dá origem ao ácido sulfúrico (H2SO4). SO2 + H2O → H2SO3 SO3 + H2O → H2SO4 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Reações de combustão: fósforo O fósforo presente no combustível se oxida de acordo com a reação: P4 + 5 O2 → P4O10 + 360 kcal O produto formado em contato com a umidade do ar externo, forma o ácido fosfórico (H3P04) que sendo corrosivo, torna indesejável a presença de fósforo no combustível. P4O10 + 6 H2O → 4 H3PO4 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Cálculo das frações do elementos combustíveis no processo de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Assim, deve-se subtrair da quantidade total de hidrogênio a parcela já queimada, chamando de: Convenção: HT (hidrogênio total) a quantidade total de hidrogênio presente no combustível; HC (hidrogênio combinado) a parcela oxidada pelo oxigênio do combustível; e HL (hidrogênio livre) a quantidade de hidrogênio útil para o processo de combustão. A quantidade de hidrogênio de um combustível pode ser representado por: O cálculo das quantidades de hidrogênio livre e combinado num combustível é feito pela fórmula e na reação da água que é produto formado na oxidação do hidrogênio. LCT H+H=H Combustíveis UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Mol (quantidade de matéria): Por definição é quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares (partículas = átomos, moléculas, íons, elétrons entre outras partículas) quantos átomos existentes em um elemento químico. Onde m é a massa em gramas e M.M é a massa molar em g/mol. Massa molar do: H2 = 2 O2 =32 S = 32 H2O = 18 n= m[g ] M .M .[g/mol ] Combustíveis UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Assim para efeito de geração de calor na combustão, considera-se que cada átomo de O presente na fórmula do combustível anule 2 átomos de H, então a relação fica: Em massa: Pela reação: H2 + ½ O2 → H2O Pode-se observar que 2g de hidrogênio combinado com 16g de oxigênio, desta forma: m O2 a massa de oxigênio presente no combustível; m H2 C a massa de hidrogênio combinado; m H2 L a massa de hidrogênio livre (útil para o processo); m H2 T a massa de hidrogênio total. Combustíveis Podem ser deduzidas as seguintes relações: 2g H 2 16gO 2 m H2 C m O2 assim: m H2 C = m O2 , como H T = H C +H L , então: m H2 L = m H2 T ̶ m O2 8 8 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Combustíveis Em quantidade de matéria: Pela reação analisada pode-se concluir também que 1 mol de hidrogênio reage com 0,5mol de oxigênio. Assim, chamando-se de n O2 a quantidade de matéria de oxigênio presente no combustível; n H2 C a quantidade de matéria de hidrogênio combinado; n H2 L a quantidade de matéria de hidrogênio livre (útil para o processo); n H2 T a quantidade de matéria de hidrogênio total. As seguintes relações podem ser escritas: 1mol H 2 → 0,5 mol O 2 n H2 C → n O2 assim: n H2 C = 2n O2 Como: H L = H T ‒ H C n H2 L = n H2 T ‒ 2n O2 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA IMPORTANTE: Como cada átomo de Oxigênio anula (reage) com dois átomos de Hidrogênio do próprio combustível (combinado) e o hidrogênio restante que é considerado útil para o processo de combustão (livre), para o cálculo da quantidade de água, pode-se dizer que: H L o Hidrogênio livre produzirá nos fumos, a água formada; H C o Hidrogênio combinado produzirá nos fumos, a água combinada; H T o Hidrogênio total produzirá água total presente nos fumos; (se o combustível possui água na forma de umidade, também deve ser considerada) Combustíveis H2 + ½ O2 → H2O 1 mol 1 mol UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA EXEMPLO: Combustível H2 H2 livre H2combinado C S O2 etc Comburente Ar N2 79% O2 21% Fumos H2O Combinado Formado CO2 SO2 etc Combustíveis CÂMARA DE COMBUSTÃO UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA EXEMPLO DE CÁLCULO: Um combustível apresenta composição abaixo em 1000gr: Para 1kg do combustível, pede-se calcular: a) em quantidade de matéria e em massa, as quantidades de hidrogênio livre e hidrogênio combinado; b) as massas de água formada, combinada e total nos fumos da combustão; c) a massa de água do combustível; d) a massa do combustível capaz de gerar calor. Combustíveis Carbono Hidrogênio Oxigênio Enxofre Umidade cinza 720 70 80 48 38 44 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Resolução: Base de cálculo: 1000g do combustível De acordo com a base de cálculo, o combustível possui: 70g de hidrogênio n H2 = 70/2 = 35 mols 80g de oxigênio n O2 =80/32 = 2,5 mols a) quantidades de hidrogênio: n H2 LIVRE = n H2 TOTAL – 2n O2 = 35 – 2x 2,5 = 30 mols n H2 COMBINADO = 2n O2 = 2x 2,5 = 5 mols m H2 LIVRE = m H2 TOTAL – m O2 = 70 – 80 = 60g m H2 COMBINADO = m O2 = 80 = 10g 8 8 8 8 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA b) cálculo das quantidades de água Para calcular as massas de água, leva-se em conta que: O hidrogênio livre produzirá os fumos, a água formada; O hidrogênio combinado produzirá nos fumos, a água combinada; O hidrogênio total produzirá água total presente nos fumos (se o combustível possui água na forma de umidade, como neste caso, sua quantidade deve ser também considerada). Pela reação de formação da água, conclui-se que um mol de H 2 gera um mol de água. Assim: n H2O FORMADA = n H2 LIVRE = 30 mols n H2O COMBINADO = n H2 COMBINADO = 5 mols m H2O FORMADA = 30x18 = 540 g m H2O COMBINADO = 5x18 = 90 g m H2O TOTAL NOS FUMOS = m H2O FORMADA + m H2O COMBINADA + m UMIDADE m H2O TOTAL NOS FUMOS = 540g + 90 + 38 = 668g H2 + ½ O2 → H2O 1 mol 1 mol UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA m H2O COMBUSTÍVEL = m H2O COMBINADA + m UMIDADE = 90 + 38 = 128g c) a massa de água do combustível d) a massa do combustível capaz de gerar calor m capaz de gerar calor = m C + m H Livre +m S m capaz de gerar calor = 720 + 60 + 48 = 828g UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Comburente UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Embora outras substâncias possam atuar como comburente, recebendo e fixando os elétrons cedidos pelo combustível, industrialmente, quase que na totalidade dos casos, o comburenteé o oxigênio e sua fonte, normalmente, o ar atmosférico. A composição média percentual (volumétrica ou em mols) do ar seco é: nitrogênio (N2) → 78,03% oxigênio (O2) → 20,99% argônio (Ar) → 0,94% dióxido de carbono (CO2) → 0,03% hidrogênio (H2) → 0,01% (os demais gases nobres encontram-se em proporções desprezíveis). Pode-se considerar apenas duas frações: Oxigênio (comburente) = 20,99% Inertes (nitrogênio e gases raros) = 79,01% Comburente UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Para efeito de cálculos práticos de combustão, considera-se a composição volumétrica ou em mols do ar seco como: Oxigênio (O2) 21% e Nitrogênio (N2) 79% A fração considerada como "nitrogênio" abrange todos os gases raros e o dióxido de carbono. Para efeito de cálculos estequiométricos considera-se a massa molar dessa fração como 28 g/mol, em vista das pequenas proporções dos outros gases. Em consequência desta simplificação a massa molar média do ar seco será: M = 0,21 x 32 + 0,79 x 28 = 28,84 g/mol Pode-se considerar, portanto, em cálculos estequiométricos, que em 100 L de ar atmosférico seco tem-se 21 L de O2 e 79 L de N2. E ainda que uma quantidade de matéria de 100 mols de ar atmosférico seco possui 21 mols de O2 e 79 mol de N2. Comburente UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Portanto, pode-se considerar que 1 L de oxigênio captado do ar atmosférico seco virá acompanhado de nitrogênio, na seguinte proporção: Comburente 21L de O 2 → 79L de N 2 1L de O 2 → x x= 79 21 =3,76 L Assim considera-se a fórmula de ar, em quantidade de matéria ou em volume, como: 1O 2 + 3,76N 2 A composição em massa de ar atmosférico seco pode ser considerada para cálculos estequiométricos como: Oxigênio (O 2 ) 23,2% e nitrogênio (N 2 ) 76,8% UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA EXEMPLO: Comburente 1) Deduzir a relação que permite obter, em quantidade de matéria ou em volume, a quantidade de ar que contém uma certa quantidade de O 2 . Solução: 100 mols de AR contém 21 mols de O 2 n AR contém n O2 nAR=nO2 . 100 21 = nO2 21 100 = nO2 0,21 Desta forma: nAR= nO2 0,21 nO2=0,21.nAR UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Em Volume Comburente Seguindo o mesmo raciocínio 100 volumes de AR contém 21 volumes de O 2 V AR contém V O2 V AR=VO2. 100 21 = V O2 21 100 = VO2 0,21 Desta forma obtém-se: V AR= V O2 0,21 VO2=0,21.V AR UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA EXEMPLO: Comburente Deduzir a relação que permite obter, em quantidade de matéria ou em volume, a quantidade de N 2 contida numa certa quantidade de ar. Solução: 100 mols de AR contém 79 mols de N 2 n AR contém n N2 nAR=nN 2. 100 79 = nN 2 79 100 = nN 2 0,79 Desta forma: nAR= nN 2 0,79 nN 2=0,79.nAR UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Em Volume Comburente Seguindo o mesmo raciocínio 100 volumes de AR contém 79 volumes de N 2 V AR contém V N2 V AR=V N 2 . 100 79 = V N 2 79 100 = V N 2 0,79 Desta forma obtém-se: V AR= V N 2 0,79 V N 2=0,79.V AR UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Volume Molar 1 mol Gasoso C.N.T.P. 22,4 litros Condições Normais de Temperatura e Pressão T=0ºC ou 273K P =1 atm ou 760 mmHg UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Quando num processo de combustão, se fixa a proporção de alimentação de combustível e comburente de modo a obter-se uma combustão estequiométrica, nota-se que, invariavelmente, recai-se numa combustão incompleta ou parcial. As combustões estequiométricas são portanto teóricas ou ideais. Na prática, para obter-se combustões completas, é necessário alimentar comburente em excesso. Duas são as razões da necessidade do excesso: a) Contato combustível - comburente À medida que se aumenta a quantidade de moléculas de O2, aumenta a probabilidade de choque com as moléculas do combustível. Assim, cresce a taxa de conversão dos reagentes em produtos da reação. b) Deslocamento do equilíbrio químico das reações. As reações de combustão ocorrem em fase gasosa, e são reações de equilíbrio químico (reversíveis). (garantia de reação exotérmica) Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Os equilíbrios ocorrem como decorrência das temperaturas atingidas sendo impossível evitar que se estabeleçam. a 1.500 °C CO + ½ O2 ↔ CO2 a 1.700 °C H2 + ½ O2 ↔ H2O a 2.500 °C C + ½ O2 ↔ CO Como já foi visto, as reações diretas (sentido para a direita) são exotérmicas, liberam calor. Em decorrência, as reações inversas (sentido para a esquerda) são endotérmicas. Num processo de combustão sempre se atinge temperaturas elevadas, o que acarreta o estabelecimento do equilíbrio químico. Com o aumento da concentração de oxigênio no sistema, evitamos o deslocamento do equilíbrio no sentido da reformação dos reagentes (ou seja, para a esquerda). A porcentagem de ar em excesso é expressa em relação à quantidade teórica, estequiometricamente calculada, ou seja, trata-se de uma parcela a ser alimentada além da quantidade teórica (ou estequiométrica). exotérmica endotérmica Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Ordem de Grandeza do Excesso de Comburente Para que se obtenha um rendimento máximo do processo, a quantidade de excesso deve ser limitada ao valor que propicie ganho do calor. O que nota é que a partir de uma certa quantidade, o aumento do excesso apresenta como resultado uma diminuição na temperatura da câmara de combustão. Isto ocorre porque o comburente alimentado em excesso, exagerado além de não contribuir para o aumento da energia gerada, rouba calor do sistema, aquecendo-se. Sabe-se que a força propulsora da transferência do calor de uma fonte quente para uma fria, é a diferença de temperatura. Assim, se, no limite, resfria-se a câmara de combustão até a temperatura da fonte fria, perde- se capacidade de transferir calor (aquecer), embora tenha-se geração de calor no processo. A quantidade adequada do excesso a ser aplicado depende do tipo de combustível, da construção da instalação e das condições de operação. Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Levando-se em conta somente o estado físico do combustível, o excesso recomendado varia conforme segue: combustíveis gasosos 5 a 30% de ar em excesso; combustíveis líquidos 20 a 40% de ar em excesso; combustíveis sólidos 30 a 100% de ar em excesso. Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Conceitos e Definições sobre o comburente. Oxigênio Teórico: é a quantidade estequiométrica de oxigênio necessária para oxidar totalmente todas as frações do combustível. Quando se calcula o oxigênio teórico, deve-se impor queima completa (oxidação total) da quantidade total de todas as frações do combustível, mesmo que se disponha de informações sobre ocorrência de oxidação parcial, ou perda de combustível no processo de combustão. Se o combustível contém oxigênio na sua constituição, deve-se subtrair da quantidade estequiometricamente calculada, a parcela existente no combustível. De forma resumida pode-se definir o oxigênio teórico por meio da relação a seguir, a qual é válida tanto para quantidades de matéria como para volumes: O2 teórico = Σ O2 do comburente da combustão − O2 do combustível Razões do uso de excesso decomburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Para efeito de cálculos estequiométricos de combustão considera-se a seguinte sequência de reações: C + 1 O2 → CO2 H2 + ½ O2 → H2O S + 1 O2 → SO2 Assim, se ocorrer insuficiência na alimentação de oxigênio (não havendo a quantidade necessária para oxidar totalmente o carbono e o hidrogênio), considera-se que o oxigênio disponível queimará todo o hidrogênio e oxidará todo o carbono a CO. Uma parte do CO formada será oxidada a CO2 pelo oxigênio restante. Nesses casos, há perda de calor latente nos fumos, pois perde-se combustível sem queimar, o que não é interessante na prática. O2 para a combustão completa Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Ar Teórico: é a quantidade de ar que contém a quantidade de oxigênio teórico. A quantidade de oxigenio do ar é de 21% em volume ou mols. Oxigênio em Excesso: é a quantidade adicional de comburente além da teórica, aplicada para garantir a combustão completa. E convenção exprimir-se o excesso de oxigenio como uma porcemtagem (volumétrica ou em mols) do oxigenio teórico. Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão %O2excesso= O2excesso O2 teórico ×100 Arteórico= O2 teórico 0,21 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Ar em Excesso: é a quantidade de ar que contém o oxigênio em excesso. Oxigênio real: é a quantidade total de oxigênio aplicada ao processo. Ar real: é a quantidade de ar que contém o oxigênio real. Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão Arexcesso= O2excesso 0,21 O 2 REAL =O 2 TEÓRICO + O 2 EXCESSO ArREAL= O2REAL 0,21 Ar REAL =Ar TEÓRICO + Ar EXCESSO ou UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Importante: nas reações de combustão completa: - todo o carbono é oxidado a C02; - todo o hidrogênio é oxidado a H20; - o enxofre presente é oxidado a S02; - se houver CO, será oxidado a C02 - a combustão completa de hidrocarbonetos, álcoois, cetonas etc. produz C02 e H20. - Todo O2 presentes nos fumos é proveniente da quantidade de excesso no processo. - Nos fumos: H2O é formada pelo H do combustível e de umidade se tiver; - Nos fumos: N2 é formado pelo N do combustível se tiver e todo N2 do ar atmosférico. Razões do uso de excesso de comburente em processos de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Gases residuais UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Gases Residuais ou fumos: As substâncias gasosas produzidas pela reação dos elementos químicos constituintes combustíveis com o oxigênio constituem os fumos da combustão, sendo estes, o veículo transporte da maior parte do calor gerado na combustão; Gases tipo CO2, SO2, CO, O2, N2 e vapor de água são os componentes normalmente presentes nos fumos. Os fumos são analisados no aparelho de Orsat, obtendo-se as porcentagens volumétricas de CO2, O2, CO e N2 em base seca (isenta do vapor de água). A composição dos fumos pode ser apresentada em porcentagens em massa, em mols em volumes dos componentes. Os fumos podem ainda ser considerados em base seca (quando se despreza o vapor água presente na mistura), ou em base úmida (quando o vapor de água presente nos fumos é considerado um dos seus componentes). Gases residuais UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Gases residuais Aparelho de Orsat Com ampla faixa de aplicação para fins didáticos e industriais nas análises dos gases CO 2 , O 2 e CO, este aparelho atende ao método convencional segundo Orsat. UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Gases Residuais ou fumos: A fumaça normalmente vista nas chaminés é uma mistura dos fumos com neblinas e poeiras. As neblinas são constituídas por partículas de líquidos em suspensão (água hidrocarbonetos pesados condensados pelo resfriamento dos gases). As poeiras são formadas por partículas sólidas em suspensão (cinzas ou partículas sólida do combustível arrastada pelos gases). Na combustão com insuficiência de comburente a fumaça geralmente apresenta coloração negra e contém fuligem, em consequência da queima incompleta do carbono. Quando o excesso de ar é adequado a coloração oscila entre cinza e marrom claro, na maior parte das vezes. Quando a quantidade de ar é excessiva, a fumaça apresenta normalmente coloração branca. Gases residuais UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Cinzas UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA • É o resíduo sólido da combustão de um combustível sólido. As cinzas de um carvão poderam ser intrínsecas ou acidentais. • As intrínsecas são constituídas pela matéria mineral que estava presente no material, vegetal que deu origem ao carvão. • As acidentais são constituídas por argila, ou outra matéria inorgânica, depositada juntamente com o carvão. • Não existe uma composição padrão para as cinzas de um carvão, pois a composição varia de local para local de onde o carvão é extraído. • A matéria mineral é normalmente constituída por piritas de ferro (FeS2), silicatos hidratados de alumínio, carbonatos de cálcio e magnésio, cloretos alcalinos e outros compostos inorgânicos. • As cinzas são constituídas pelo resíduo que permanece após a queima total do carvão. Sua massa é normalmente menor que a massa da matéria mineral original. Isto se deve ao fato de que a matéria mineral original sofre decomposição parcial durante o processo de combustão. • Carvões de boa qualidade apresentam teor de cinzas que varia de 7 a 12% em massa. Cinzas UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Estequiometria do processo de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Introdução: Visa a determinação da quantidade de combustíveis, quantidade de ar necessário à reação química, bem como da composição qualitativa e quantitativa dos fumos e do resíduo da combustão. São aplicadas as técnicas de balanço material associadas a estequiometria das reações químicas, para se obter os valores procurados. Podem ser utilizadas as equações de estado dos gases perfeitos, pois pelo fato das reações ocorrerem em pressões próximas da atmosférica, os gases envolvidos comportam-se como ideais. Estequiometria do processo de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA As unidades empregadas nos balanços materiais podem ser de massa ou de volume, porém na maior parte das vezes, as quantidades de matéria são as que oferecem maior facilidade. Estequiometria do processo de combustão CÂMARA DE COMBUSTÃO COMBUSTÍVEL COMBURENTE FUMOS CINZAS (outros resíduos) UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Roteiro para a Solução de Exercícios: A) Adotar uma base de cálculo quando não for especificada. Como regra geral, adota-se para combustíveis sólidos e líquidos, 1000g de combustível. Para combustíveis gasosos, pode-se adotar 100 mols do combustível ou 1 m3 de gás a CNTP; B) escrever as reações de combustão completa das espécies químicas e/ou frações combustíveis; Importante: nas reações de combustão completa: todo o carbono é oxidado a C02; todo o hidrogênio é oxidado a H20; o enxofre presente é oxidado a S02; se houver CO, será oxidado a C02 a combustão completa de hidrocarbonetos, álcoois, cetonas etc. produz C02 e H20. Estequiometria do processo de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Roteiro para a Solução de Exercícios: C) como base na estequiometria das reações e da quantidade de matéria de cada espécie, 1 fração combustível, determinar a quantidade de matéria de oxigênio teórico para o processo, lembrando que: O2 TEÓRICO = O2 PARA COMBUSTÃOCOMPLETA − O2 DO COMBUSTIVEL de todo o combustível D) com base na informação do problema, calcular a quantidade de matéria de oxigênio em excesso e a quantidade real. Lembrar que a quantidade de matéria de oxigênio em excesso é uma porcentagem da quantidade teórica, e que a quantidade real é a soma da quantidade de matéria teórica com a quantidade de matéria em excesso. E) para encontrar as correspondentes quantidades de ar (em quantidade de matéria ou volume), basta dividir as quantidades de O2 encontradas, por 0,21; Estequiometria do processo de combustão nAR= O2 0,21 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Roteiro para a Solução de Exercícios: F) se ocorrer queima incompleta, reescrever as reações de combustão, de acordo com os dados fornecidos; G) desenhar um fluxograma do processo, marcando as correntes de entrada (ar e combustível) e as de saída (fumos e resíduo); H) com base nos produtos das reações, composição do ar e do combustível, especificar os componentes de cada corrente; I) encontrar as quantidades de matéria de cada componente dos fumos, com base nas respectivas equações de combustão e a composição do combustível e do comburente. OBS: Lembrar que, nas combustões completas, a quantidade de matéria de O2 nos fumos coincide com a quantidade de matéria de O2 em excesso. Nas incompletas, a quantidade de matéria de O2 nos fumos deve ser obtida por meio da expressão: O2 NOS FUMOS = O2 ALIMENTADO − O2 CONSUMIDO NAS REAÇÕES Estequiometria do processo de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Exemplo 1) Um carvão mineral apresenta a seguinte composição em 1000 gramas: Considerando a queima de 1000 g desse combustível com 60% de ar em excesso, calcular: a) quantidade de matéria de O 2 teórico; b) quantidade de matéria de O 2 em excesso e real; c) quantidade de matéria de ar real; d) quantidade de matéria dos componentes dos fumos; e) massa de água no combustível; f) a massa capaz de gerar calor. g) fluxograma do processo (em mols); h) as massas existentes nos fumos de:água combinada, formada, total e dióxido de carbono. Carbono Hidrogênio Oxigênio Nitrogênio Enxofre Umidade cinza 684 60 40 42 72 54 48 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Resolução: Utilizando como base de cálculo 1000 g do combustível. Encontra-se os mols dos elementos Elemento Massa n=m/MM Mols Carbono 684g n C =684/12 57 mols Hidrogênio 60g n H2 =60/2 30 mols Oxigênio 40g n O2 =40/32 1,25 mol Nitrogênio 42g n N2 =42/28 1,5 mol Enxofre 72g n S =72/32 2,25 mols Umidade 54g n umid. =54/18 3 mols Cinza 48 -- -- REAÇÃO DE COMBUSTÃO C + 1O2 → CO2 57 mols 57 mols 57 mols H2 + ½ O2 → H2O 30 mols 15 mols 30 mols S + 1O2 → SO2 2,25 mols 2,25 mols 2,25 mols a) quantidade de matéria de O 2 teórico: n O2 para o carbono 57 mols n O2 para o hidrogenio 15 mols n O2 para o enxofre 2,25 mols n O2 do combustível 1,25 mol n O2 teórico =57+15+2,25 − 1,25 =73 mols b) quantidade de matéria de O 2 em excesso e real n O2 excesso = 0,6 x 73 = 43,8 mols n O2 real = 73 + 43,8 = 116,8 mols c) quantidade de matéria de ar real n AR real = 116,8/0,21 = 556,19 mols (O 2 =116,8 mols + N 2 = 439,39 mols = n AR ) d) quantidade de matéria dos componentes dos fumos n CO2 = nC = 57 mols n SO2 = nS = 2,25 mols n H2O = nH2+ nH2O (umidade) = 30 + 3 = 33 mols n N2 = nN2 (combustível) + nN2 (ar) =1,5 + 439,39 = 440,89 mol n O2 = nO2 (excesso) = 43,8 mols n fumos = 57+2,25+33+440,89+43,8 = 576,94 mols e) massa de água no combustível Cálculo da água combinada n H2O combinada = n H2 Combinado = 2n O2 do combustível m H2O combinada = 2x1,25 = 2,5 mols Portanto a massa de água combinada = m H2O combinada = 2,5x18 = 45g Massa de água no combustível = m H2O combinada + m UMIDADE = 45 + 54 = 99g. f) a massa capaz de gerar calor A massa do combustível capaz de gerar calor é a soma da massa de carbono, a massa do hidrogênio livre e a massa de enxofre. M capaz de gerar calor = m C + m H2 livre + m S M capaz de gerar calor = 684 + (60 ‒ 40/8) + 72 = 811 g mH 2 livre=mH 2Total− mO 2 8 g) fluxograma do processo (em mols) C=57 H 2 =30 O 2 =1,25 N 2 =1,5 S=2,25 H 2 O=3 CO 2 =57 H 2 O=30+3 =33 O 2 =43,8 N 2 =1,5 +439,39=440,89 SO 2 =2,25 Ar = 556,19 O 2 = 116,8 N 2 = 439,39 CÂMARA DE COMBUSTÃO FUMOS h) as massas existentes nos fumos de:água combinada, formada, total e dióxido de carbono. Água formada n H2O formada = n H2 livre = n H2 total ‒ 2n O2 combustível n H2O formada = 30 ‒ 2x1,25 =27,5 mols n H2O formada = 27,5x18 = 495g Água combinada n H2O combinada = n H2 Combinado = 2n O2 do combustível n H2O combinada = 2x1,25 = 2,5 mols n H2O combinada = 2,5x18 = 45 g Água total n H2O fumos = n H2O x18 + Umidade n H2O fumos = 30 x18 + 54 = 594 g Massa do dióxido de carbono m CO2 = n CO2 fumos x massa molar do CO2 = 57 x 44 = 2508g 02) Um veículo movido a gasolina percorre 12km/litro de combustível. Admitindo-se que a fórmula molecular da gasolina seja C 6 H 12 , determinar: a) a quantidade molar de ar necessária para queimar totalmente 1 litro de gasolina com 20% de ar em excesso. b) a quantidade molar de oxigênio subtraído ao ambiente por quilometro rodado. c) qual o volume de CO 2 liberado a 147ºC e 1,1 atm por quilometro rodado? d) a massa de H 2 O formada por litro de combustível. Dado: densidade da gasolina = 0,756 g/mL Estequiometria do processo de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA Resolução: item a) Base de Cálculo: 1L de gasolina (1000 ml) d= m V Sendo: a massa pode ser calculada por: m=d.V ou m= 1000x0,756 g de gasolina. A quantidade de matéria será: de gasolina.n= 756 84 =9mols Reação de combustão: C 6 H 12 + 9O2 → 6CO2 + 6H2O 1 mol 9 mols 6 mols 6 mols 9 mol 81 mols 54 mols 54 mols n O2 teórico = 81 mols n O2 excesso = 0,2 x 81 = 16,2 mols O 2 real = 81 + 16,2 = 97,2 mols n ar real = 97,2/0,21 = 462,86 mols Quantidade de matéria de ar necessário = 462,86 mols item b) Para o cálculo da massa de oxigênio subtraído do ambiente, deve-se levar em conta que o oxigênio captado em excesso é devolvido ao ambiente junto com os fumos da combustão. Assim, a quantidade subtraída é somente o número de mols de oxigênio teórico. Para 1 litro de combustível foi calculado o total de oxigênio teórico de 81 mols. Como o veículo percorre 12km por litro, o número de mols de oxigênio por quilometro será: n O2 subtraído por km = 81/12 = 6,75 mols item c) Pela reação de combustão constata-se que para cada litro de gasolina queimada (9 mols) formam-se 54 mols de CO 2 . Considerando a quilometragem percorrida por litro (12 km), o número de mols de CO 2 por quilometro rodado será: n CO2 por km rodado = 54/12 = 4,5 mols V CO2 por km rodado = nRT P = 4,5.0,082 .420 1,1 =140,89L item d) Pela reação de combustão constata-se que para cada litro de gasolina queimada(9 mols) formam-se 54 mols de H 2 O. Assim: n H2O formada = 54 x 18 = 972g 03) O GLP (gás liquefeito de petróleo) é uma mistura de propano (C 3 H 8 ) e butano (C 4 H 10 ). Supondo que a porcentagem em mols do propano seja 40%, calcular a quantidade de ar necessária a queima de 1m3 da mistura, sendo o ar captado a 27ºC e 1,1 atm. Calcular o volume dos fumos, sabendo que os mesmos são liberados a 127ºC e 1,15 atm. A combustão é realizada com 18% de ar em excesso. Nota: Nas situações em que tanto os reagentes como os produtos de uma reação são gasosos, pode-se utilizar a proporção volumétrica dada pelos coeficientes da(s) reação(es) química(s) balanceada(s), desde que todos os volumes envolvidos sejam considerados nas mesmas condições de pressão de temperatura. Estequiometria do processo de combustão UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA E MECATRÔNICA
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