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TCC -POLITICA DE ASSISTENCIA SOCIAL NA GARANTIA DE DIREITO DO IDOSO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NA GARANTIA DE DIREITOS DA
PESSOA IDOSA EM ÂMBITO NACIONAL
 CARIACICA/ES
 2022
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NA GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA IDOSA EM ÂMBITO NACIONAL
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina e Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso
- OTCC, do curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Internacional UNINTER, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel.
Orientador: Prof. Dr. ou Me (conferir a titulação do orientador) Nome Sobreno
 CARIACICA/ES
 2021
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NA GARANTIA DE DIREITOS DA 
PESSOA IDOSA EM ÂMBITO NACIONAL
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso - OTCC, do curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Internacional UNINTER / Curitiba-PR, como requisito final para a obtenção do título de Bacharel.
Aprovado em: 	de 	de 2022.
BANCA EXAMINADORA
Professor 1(Titulação e nome completo) Instituição 1
Professor 2 (Titulação e nome completo) Instituição 2
Professor 3 (Titulação e nome completo) Instituição 3 (Orientador)
2
	
Dedico esse trabalho a minha família, que se fez presente em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que em sua imensa bondade nunca desistiu de mim e me guiou em todos os meus caminhos, me permitindo alcançar o sucesso...
Agradeço ao meu esposo, ao meu filho, que me acolheram nos dias dificeis e me abraçaram com todo apoio e dedicação...
Agradeço aos meus familiares, minha mãe, a minha cunhada ao meu irmão, que me ajudaram e contribuiam para que essa conqusita fosse possivel...
Agradeço aos amigos e colegas que torceram por mim e me incentivaram a seguir em frente, agradeço a secretaria de polo que me ajudou muito nessa caminhada, o meu muito obrigada...
Agradeço a todos que me ajudaram direta ou indiretamente nessa conquista não sonhada...
A todos, meu muito obrigada!
Dessa forma, com o envelhecimento da população, o Estado enquanto interventor precisa se preparar para garantir, de forma integral, na seara das agendas políticas, os cuidados e a atenção necessária ao envelhecimento como um curso de vida e que precisa ser visto de forma natural, sem atribuir valor e/ou significados pejorativos.
(MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016).
 RESUMO
O direito ao respeito da pessoa idosa consiste na preservação da sua integridade física, psíquica e moral da imagem, da identidade, de sua subjetividade, enquanto sujeito de direitos, da autonomia, dos valores éticos e morais, das suas ideias e crenças, dos espaços públicos e privados, no sentido mais amplo, e dos objetos pessoais, repletos de significados, conservando a sua história de vida. Diante disso, o trabalho apresentado tem como tema a política de assistência social na garantia de direitos da pessoa idosa em âmbito nacional e diante do exposto temos o problema de Pesquisa: Qual a participação da Política de Assistência Social na garantia de direito dos idosos em âmbito nacional? Para responder ao problema, o estudo traz como objetivo geral, compreender a participação da Política de Assistência Social na garantia de direito dos idosos em âmbito nacional e por meio dos objetivos específicos: conhecer o contexto histórico da Política Nacional da Pessoa Idosa; identificar os avanços na atualidade na garantia de direito dos idosos e descrever a atuação do assistente social na garantia de direitos dos idosos. Para a construção deste, utilizou-se uma pesquisa bibliográfica e uma abordagem qualitativa de método investigativo que permite a avaliação de vários autores no contexto. Realizou-se uma literatura dos últimos 20 anos, com artigos publicados em artigos e periódicos online nas bases de dados da BIREME, SCIELO e GOOGLE ACADÊMICO. Diante disso, esse tema trouxe resultados significativos na garantia dos direitos da pessoa idosa, uma vez que esses individuos devem viver em sociedade e serem reconhecidos por seus deveres e obrigações como cidadãos de bem e poderem usufruir de seus diretos.
Palavras-chave: Assistente Social. Direitos. Idosos. Profissional.
 ABSTRACT
O The right to respect for the elderly consists in the preservation of their physical, psychological and moral integrity, image, identity, subjectivity, as a subject of rights, autonomy, ethical and moral values, their ideas and beliefs, spaces public and private, in the broadest sense, and personal objects, full of meanings, preserving their life history. In view of this, the work presented has as its theme the social assistance policy in guaranteeing the rights of the elderly at the national level and in view of the above we have the Research problem: What is the participation of the Social Assistance Policy in guaranteeing the rights of the elderly at the national level? national? To answer the problem, the study has as a general objective, to understand the participation of the Social Assistance Policy in guaranteeing the rights of the elderly at the national level and through the specific objectives: to know the historical context of the National Policy for the Elderly; to identify the current advances in guaranteeing the rights of the elderly and to describe the role of the social worker in guaranteeing the rights of the elderly. For the construction of this, we used a bibliographical research and a qualitative approach of investigative method that allows the evaluation of several authors in the context. A literature of the last 20 years was carried out, with articles published in articles and online journals in the databases of BIREME, SCIELO and GOOGLE ACADÊMICO. Therefore, this theme has brought significant results in guaranteeing the rights of the elderly, since these individuals must live in society and be recognized for their duties and obligations as good citizens and be able to enjoy their rights.
Key-words: Social Worker. Elderly. rights . Warranties
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	ABNT
	Associação Brasileira de Normas Técnicas
	BPC
	Benefício de Prestação Continuada
	CF
	Constituição Federal
	CFESS
	Conselho Federal de Serviço Social
	IBGE
	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
	INSS
	Instituto Nacional do Seguro Social
	LOAS
	Lei Orgânica de Assistência Social
	PNAS
	Política Nacional de Assistência Social
	PNI
	Política Nacional do Idoso
	SUAS
	Sistema Único de Assistência Social
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	11
CONTEXTO HISTORICO DA POLITICA NACIONAL DA PESSOA IDOSA................................	13
 O ENVELHECIMENTO AO LONGO DO TEMPO.................................13
 POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL: BREVE HISTORIA........................16
 RECONHECIMENTO DA POLITICA NACIONAL DA PESSOA 
 IDOSA...................................................................................................20
OS AVANÇÕS NA ATUALIDADE NA GARANTIA DE DIREITOS 
DA PESSOA IDOSA........................................................................................23
 ESTATUTO DO IDOSO.......................................................................23
 SEGURIDADE SOCIAL........................................................................31
 PREVIDÊNCIA SOCIAL.......................................................................32
 ASSISTÊNCIA SOCIAL........................................................................34
4 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GARANTIA DE DIREITOS 
 DAPESSOA IDOSA......................................................................................38
 4.1 CODIGO DE ETICA DO ASSISTENTE SOCIAL	38
4.2 O ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AO IDOSO	42
 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS	48
 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO	49
REFERÊNCIAS	50
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa surgiu por meio de informações obtidas no campo de estágio obrigatório, tendo apontamentos sobre a Política de Assistência Social. A função dessa política é Combater à Pobreza e reunir políticas que reconhecem as vulnerabilidades sociais dos indivíduos e apresentar implantações de ações que ajudem na superação das dificuldades. De acordo o Art. 2º, Inciso V: 
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento às necessidades básicas. (LOAS, 1993).
A Seguridade da Assistência Social tem contribuído de forma avançada para a garantia dos direitos das pessoas idosas, principalmente na criação de programas que estão voltados para defesa dessas pessoas que estão vivendo em situação de extrema pobreza, e dessa forma trabalhando com serviços socioassistenciais na proteção social básica e proteção social especial. 
Desta maneira, a Política Nacional de Assistência Social – PNAS (2004, p.31), “Como política de Seguridade Social a Assistência Social adquire caráter de Proteção Social e deve garantir a segurança de acolhida; a segurança social de renda; a segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social. Assim, como a política social que a integra, não pode ser concebida como tutela e nem estar sujeitas a arbitrariedades, ou seja, o gestor deve responder as necessidades das famílias vulneráveis e sim de desenvolver um trabalho de caráter continuado que visa a fortalecer a função de proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para uma vida melhor.
Diante do exposto elaboramos o seguinte problema de Pesquisa: Qual a participação da Política de Assistência Social na garantia de direito dos idosos em âmbito nacional?
Para responder ao problema de pesquisa definimos como objetivo geral, compreender a participação da Política de Assistência Social na garantia de direito dos idosos em âmbito nacional e por meio tivemos os seguintes objetivos específicos: conhecer o contexto histórico da Política Nacional da Pessoa Idosa; identificar os avanços na atualidade na garantia de direito dos idosos e descrever a atuação do assistente social na garantia de direitos dos idosos
Compreendemos a importância da pesquisa realizada uma vez que apontará os direitos das pessoas idosas garantidos por lei. Ressalta-se que as pessoas idosas devem ser preparadas e estimuladas a atuarem como atores principais do processo de reconhecimento e afirmação dos seus próprios direitos. Embora, nem sempre é tratado como cidadão, o real contexto histórico baseado na constituição, garante por meios legais que a pessoa idosa deixe de ter seus direitos violados. A importância desse tema demanda um olhar atento às peculiaridades desse segmento etário por parte do poder público, família e da sociedade, pois, o processo de envelhecimento demanda a proposição de diversas estratégias, ações e serviços que respondam às necessidades de atenção, proteção e defesa dos diretos das pessoas idosas.
Desta feita, traçamos a metodologia aplicada na pesquisa bibliográfica e uma abordagem qualitativa de método investigativo que permite a avaliação de vários autores no contexto. Realizou-se uma literatura dos últimos 20 anos, com artigos publicados em artigos e periódicos online nas bases de dados da BIREME, SCIELO e GOOGLE ACADÊMICO. Os descritores utilizados foram: direitos dos idosos, Estatuto do Idoso, Política de Assistência Social, autonomia, sociedade e envelhecimento. Foi utilizada uma amostra não probabilística de forma não aleatória, somando vários sites de pesquisas. A análise literária que descreve a Política de Assistência Social na Garantia de Direitos da Pessoa Idosa em âmbito nacional, resultou em um total de 22 artigos. A análise do material ocorreu após realização da leitura dos artigos selecionados, com base na metodologia aplicada, dos 14 que atenderam aos critérios de inclusão e foram base de dados para o desenvolvimento da linha de pesquisa Políticas Sociais e Direitos Humanos:
Sendo assim, o capítulo 1 tratou-se de apresentar síntese sobre o contexto histórico da Política Nacional da Pessoa Idosa, destacando o envelhecimentos e as o idoso no mundo. No capítulo 2, tratando de apresentar os avanços na atualidade na garantia de direito dos idosos e capítulo 3, faz uma abordagem sobre a a atuação do assistente social na garantia de direitos dos idosos. Diante disso, espera-se que esse tema traga resultados significativos na garantia dos direitos da pessoa idosa, uma vez que esses individuos devem viver em sociedade e serem reconhecidos por seus deveres e obrigações como cidadãos de bem e poderem usufruir de seus diretos.
2 CONTEXTO HISTÓRICO DA POLÍTICA NACIONAL DA PESSOA IDOSA
Este capítulo propõe, fazer uma abordagem sobre o contexto histórico da Política Nacional da Pessoa Idosa, visando informações o envelhecimento ao longo do tempo, a população idosa no Brasil e o reconhecimento da Política Nacional da Pessoa Idosa. 
2.1 O ENVELHECIMENTO AO LONGO DO TEMPO
A humanidade está passando por um processo de granes mudanças onde as populações estão deixando de ser predominantemente jovens, isso se deve principalmente à redução das taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade e ao aumento da expectativa de vida. Segundo Renato Veras (2007): 
“O Brasil é um jovem país de cabelos brancos. Todo ano, 650 mil novos idosos são incorporados a população brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Em menos de 40 anos, passamos de um cenário de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro de enfermidades complexas e onerosas, típicas da terceira idade, caracterizado por doenças crônicas e múltiplas, que perduram por anos com exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. O número de idosos passou 3 milhões em 1960, para 7 milhões, em 1975, e de 17 milhões em 2006- um aumento de 600% em menos de cinquenta anos. ” (VERAS, 2007, p. 2464).
Envelhecer tornou-se umas das fases mais discutidas do processo humano, o que tem levado as pessoas idosas a lutarem por uma vida melhor e digna, já que a sociedade em sua modernização tem usado o processo do envelhecimento como um problema social ignorando essa mudança decorrente da fase humana.
O envelhecimento pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo gradativo para uns e mais rápido para outros (CAETANO, 2006). Essas variações são dependentes de fatores como estilo de vida, condições socio-econômicas e doenças crônicas. Já o conceito “biológico” relaciona-se com aspectos nos planos molecular, celular, tecidular e orgânico do indivíduo, enquanto o conceito psíquico é a relação das dimensões cognitivas e psicoafetivas, interferindo na personalidade e afeto. Desta maneira falar de envelhecimento é abri o leque de interpretações que se entrelaçam ao cotidiano e a perspectivas culturais diferentes.
No decorrer desse processo, o idoso é descriminado não podendo manifesta-se nas diversas esferas da vida social sendo levada ao isolamento, a solidão, as debilidades físicas e emocionais, além do constrangimento e estigmação sociais. A pessoa velha apresenta uma imagem associada à decadência, à perda de habilidades cognitivas e de controles físicos e emocionais, fundamentos importantes da autonomia dos sujeitos, autonomia esta que garante ao ser humano um envelhecimento saudável e adequado aos parâmetros culturais e sociais. 
Para Faria (2008) o processo do envelhecimento pode ser classificado de dois modos: a senescência ou envelhecimentoprimário e a senilidade ou envelhecimento secundário. A senescência consiste nas mudanças causadas pela idade, independentes das doenças e das influências do ambiente. A senilidade consiste numa aceleração deste processo como resultado das doenças que surgem ocasionalmente, assim como, dos fatores ambientais ou doenças crónicas.
Viver em uma sociedade preconceituosa e desconfortável é causar na maioria dos casos uma diferença entre as idades, e dessa forma acelerar um envelhecimento solitário e abandonado ao convívio social. Na opinião de Minayo: 
Tal mudança demográfica se deve a vários fatores: o controle de muitas doenças infecta contagiosas e potencialmente fatais, sobretudo a partir da descoberta dos antibióticos, dos imunobiológicos e das políticas de vacinação em massa; diminuição das taxas de fecundidade; queda da mortalidade infantil, graças à ampliação de redes de abastecimento de água e esgoto e da cobertura da atenção básica à saúde; acelerada urbanização e mudanças nos processos produtivos, de organização do trabalho e da vida. (MINAYO 2000, p.46).
Durante os últimos anos o assunto que aborda questões do envelhecimento ganhou uma grande proporção no que se refere o aumento da longevidade, e com isso muitos idosos começaram a lutar pela resolução de tal problemática. E assim, diante da ampliação do crescimento desse público o Estado passou a propor ações para viabilizar as inúmeras demandas vivenciadas pela a população idosa.
O processo do envelhecimento é considerado um fator natural da vida humana, embora esse processo na maioria seja visto como um processo degenerativo contrário a qualquer outro tipo de processo, como se ficar velho é excluir o ser humano de suas capacidades e potencialidades. Dentro da sociedade o velho, ou melhor, o idoso é caracterizado como uma pessoa impotente, incapaz, doente, aposentada e dependente, submisso aos familiares e a sociedade. 
A realidade do contexto social em muitos países é que os idosos não geram perspectivas futuras, diminuem a produção do trabalho e interferem nos avanços econômicos no decorrer do século XX, mais precisamente nas últimas décadas.
[...] é resultado da conjunção de fatores que emergiram no processo de mudanças na sociedade e que incluem desde as conquistas da liberdade até as novas relações de poder, bem como o desenvolvimento das forças produtivas, aumento da expectativa de vida, distribuição da riqueza, novos padrões culturais, sistemas de controles sobre a vida humana, conquistas na medicina, elevação dos padrões educacionais, difusão dos sistemas de comunicação e outros que formam a teia complexa da sociedade pós-moderna (CABRAL, 2004, p. 01-02).
Diante deste contexto, um dos grandes desafios que a longevidade aumentada nos coloca é o de conseguir que os anos vividos a mais, quantos forem não importam se poucos sejam plenos de significado, levando a uma vida digna e respeitosa, que valha a pena ser vivida. A partir disso a idade só avança e com ela segue algumas dificuldades e cuidados que se amenizados e observados com carinho permite a todos sobreviver nesse mundo independentemente de suas características, deficiências e crescimento.
A verdade é que a partir do momento que o idoso supere seus limites ele é capaz de provar para a sociedade sua própria dependência como cidadão de direitos. Do ponto de vista de Pelzer & Sandri 2002: 
“O idoso é um ser em transformação, podendo ainda amar, empreender, trabalhar, criar, em suma, viver. Na nossa sociedade, muitas vezes, nos esquecemos de que o mundo dos afetos não sofre um processo de deterioração com o avançar dos anos: cada um de nós tem o desejo de amar e ser amado, ser útil e independente e sentir o significado profundo que representa a sua existência ao longo do curso de vida”. (PELZER E SANDRI, 2002, p. 119).
Envelhecer é na verdade avançar a própria história vivendo a experiência das mudanças, tornando-se assim, uma pessoa que precisa de cuidados e apoio. Cada um envelhece de forma diferenciada, já que o envelhecimento é um processo único de cada ser humano. 
Assim, muitos dos desafios enfrentados pelos idosos é fazer valer os seus direitos como cidadãos dignos de respeito, aceitos na sociedade independente de sua posição social, cultural, mas que elimine a imagem da velhice, priorizando seu papel como cidadão igualitário.
2.2 POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL: BREVE HISTÓRIA
A questão do envelhecimento populacional atualmente é objeto de preocupação no Brasil. A humanidade está passando por um processo de transição demográfica em que as populações estão deixando de ser predominantemente jovens, principalmente devido à redução das taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade e ao aumento da expectativa de vida (IBGE, 2000).
Acerca da etapa desse processo, é preciso salientar que vem crescendo consideravelmente e se configurando como um desafio mundial. Nesse sentido, o chefe do programa de envelhecimento da OMS, o brasileiro Alexandre Kalache, alerta que: 
Está em curso uma enorme mudança de paradigmas, provocada pelo aumento da longevidade, acompanhado de uma redução das taxas de fecundidade. “Até o início dos anos 2000, esse quadro ainda não estava tão claro”, lembra ele, apontando que o fenômeno é recente e vai exigir uma mudança profunda nos costumes (FARIELO e VIEIRA, 2017, p. 3).
Com relação ao Brasil, para compreender melhor como se caracterizaram as condições da velhice no país, é necessário considerar as contradições que acompanharam sua trajetória e a própria dinâmica da sociedade, assim:
Os idosos representam a história viva das ações desenvolvidas pelos poderes constituídos, silenciados pela política, emanada até recentemente no país, a que favoreceu o desconhecimento dos direitos, assim como contribuiu para gerar uma estrutura altamente concentradora de renda, e que produziu uma velhice sem recursos financeiros para custear suas despesas (SILVA, 2003, p. 98).
Nessa linha, segundo Farielo e Vieira (2007), fatores como a industrialização, a urbanização, os avanços da tecnologia, da medicina e do saneamento básico, bem como a mudança de hábitos pela população como, por exemplo, o ato de lavar as mãos antes das refeições contribuíram para reduzir o número de doenças e cooperaram para o crescimento da população idosa no mundo. Esses fatores encontram-se também entre os principais aspectos que provocaram a queda dos níveis de fecundidade e o aumento da expectativa de vida da população mundial. Observa-se, desse modo, um aumento significativo da população idosa em todo o mundo ao longo dos anos. A senescência dá lugar à senilidade, ao surgimento de doenças, de forma muito sutil. Nesse sentido: 
A sociedade contemporânea oferece pouca oportunidade ao idoso para exercitar e ativar a lembrança, instrumento e conteúdo fundamental de seu diálogo com as demais gerações. Indispensável também à formulação de seu pensamento. O que foi produzido no passado não tem interesse hoje e possivelmente será destruído amanhã. O ciclo permanente de produção e de consumo exige incessantemente a destruição e o desaparecimento do que foi produzido no passado e a criação permanente de novas formas de produção e consumo (MAGALHÃES, 1989, p. 18).
Para o autor, o envelhecer é um processo com raízes marcadas nas questões sociais, gerando desigualdade social e pobreza. A pobreza pode ser caracterizada com uma sociedade com princípios desiguais com consequências na vida de todos os indivíduos. Assim, os idosos são submetidos a uma reprodução decadente que cria dificuldades para essa faixa etária e conduz à morbidade. 
Apesar do envelhecimento da população, se a velhice passar a ser compreendida como uma fase normal da vida e não como uma fase improdutiva, provocará uma significativa transformação relacionada ao papel e à importância dos idosos na sociedade brasileira. Porém, existem muitos caminhos a serem percorridos, sobretudo referentes ao fato de o idoso ainda ser alvo de preconceitos em uma sociedade marcada pelo consumo (SALGADO, 2007).
Assim, os estudos descritos exemplificamdiversos aspectos e conteúdos relacionados ao envelhecimento, à velhice, ao velho, que podem ser estudados e que podem surgir de acordo com os diferentes grupos: os próprios idosos, os adultos, os jovens e as crianças. O envelhecimento é um processo universal, e o crescente aumento da população idosa nas últimas décadas não deve ser ignorado. 
Segundo Couvaneiro e Cabrera (2009), a velhice pode ser caracterizada como um estado de debilidade física, psíquica e social e, igualmente, um estado de fadiga que precede o fim de vida. A fadiga da vida na velhice é o resultado de um processo progressivo e continuado da perda de capacidades e características que se desenvolveram na fase inicial da vida e alcançaram a plenitude na idade adulta.
Para muitos, a velhice tem sido avaliada como um processo degenerativo contrário a qualquer outro tipo de processo, isto é, ficar velho implica em afastar o ser humano de suas capacidades e potencialidades. Ser velho, ou melhor, idoso, é ser caracterizado como uma pessoa impotente, incapaz, doente, aposentada e dependente. Vale salientar que a idade de sessenta anos é considerada como o ingresso para a velhice, muito embora, hoje, o ser humano tenha condições de viver cada vez mais. Conforme Fernandes (2005, p. 7), o envelhecimento é,
Um processo natural e biológico de todo o ser humano, pois desde que nascemos começamos a envelhecer. O ser humano envelhece porque é um processo universal inerente a todos os seres vivos; é um processo normal, que faz parte da vida de qualquer ser humano. Envelhecimento é diferente de velhice dado que o envelhecimento começa assim que somos gerados, a velhice e os seus sinais e sintomas físicos e mentais só se manifestam de forma clara a partir de determinada idade.
Devido à importância do tema e suas implicações na vida da sociedade, o envelhecimento mundial tornou-se um dos problemas mais discutidos atualmente. O aumento da população idosa nos últimos tempos tem gerado dificuldades para a sociedade que, muitas vezes não consegue lidar com essa população. No envelhecimento, as funções cognitivas, sensoriais e físicas degradam-se, levando, consequentemente, à diminuição das capacidades funcionais (MANRIQUE-ESPINOZA, SALINAS-RODRÍGUEZ, MORENO-TAMAYO, & TÉLLEZ-ROJO, 2011). Em nível mundial, estudos mostram prevalência de idosos com algum grau de dependência entre 19.26% na população idosa geral em Portugal a 94% em amostras de idosos institucionalizados na Finlândia (MANRIQUE-ESPINOZA et al., 2011; SEABRA, 2006).
A realidade do contexto social em muitos países é que os idosos não geram perspectivas futuras, diminuem a produção do trabalho e interferem nos avanços econômicos no decorrer do século XX, mais precisamente nas últimas décadas.
[...] é resultado da conjunção de fatores que emergiram no processo de mudanças na sociedade e que incluem desde as conquistas da liberdade até as novas relações de poder, bem como o desenvolvimento das forças produtivas, aumento da expectativa de vida, distribuição da riqueza, novos padrões culturais, sistemas de controles sobre a vida humana, conquistas na medicina, elevação dos padrões educacionais, difusão dos sistemas de comunicação e outros que formam a teia complexa da sociedade pós-moderna (CABRAL, 2004, p. 01-02).
Além disso, a sociedade produz e apoia a ideia de que a pessoa vale o quanto produz e o quanto ganha. Assim, os mais velhos, por, muitas vezes, pouco ou nada produzirem e sobreviverem apenas de uma aposentadoria, devem ser descartados, devem ser considerados como seres inúteis e desvalorizados. 
Sem suporte social adequado e eficaz, o sujeito que envelhece não dá conta das demandas. Embora na pesquisa de Fontes et al. (2011), baseada em dados do projeto Fibra-Campinas, 90% dos idosos dizem ter com quem contar em caso de necessidade, há 10% que não têm ninguém. A maioria conta com filhos e noras; e 20%, com vizinhos e/ou amigos. A rede pessoal e primária das pessoas idosas é fundamental para o cuidado, mas precisa estar articulada à rede secundária de serviços, que, aliás, precisa funcionar como rede compartilhada de responsabilidades.
Pelo exposto anteriormente, entende-se que o envelhecimento pode ser caracterizado como fruto de uma sociedade, em que todos são inseridos mediante suas condições físicas, psicológicas, biológicas, cronológicas etc. Tudo o que é ofertado e disponibilizado para o sujeito que envelhece influencia as condições de sua vida e contribui para alterar o processo do envelhecimento, permitindo que alguns vivenciem a velhice melhor do que outros. 
Um novo cenário para a velhice poderá ser construído levando-se em conta duas atitudes fundamentais: cultivar uma cultura da tolerância, onde o respeito às diferenças seja o valor fundamental, e considerar o ser humano como prioridade absoluta, independentemente de sua faixa etária, na efetivação de políticas públicas que busquem garantir a inclusão social para todos. (BRUNO, 2003, p.81).
Os idosos, enquanto grupo organizado social e politicamente ativo tem obtido conquistas relevantes como a Política Nacional do Idoso que é um poderoso instrumento de garantia de direitos, protegendo-os e criminalizando ações que antes eram tidas como banais e naturais. Em linhas gerais, a política ora analisada concebe a velhice como instituição social, devendo por isso ser investigada, discutida e analisada em todos os níveis do relacionamento social. Em assim sendo, “ - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto do conhecimento e de informação para todos” (BRASIL, 1994, art. 3, II). 
Assim, o idoso deve ser avaliado de acordo com as mudanças externas e internas sofridas no decorrer do tempo. A velhice permite perceber a essência não só do envelhecimento, mas também da formação cultural e social do sujeito nas várias etapas da vida.
2.3 O RECONHECIMENTO DA POLITICA NACIONAL DA PESSOA IDOSA - PNI
O envelhecimento populacional constitui uma das maiores conquistas do presente século. Poder chegar a uma idade avançada, já não é mais privilégio de poucas pessoas. Em contraposição, muitas sociedades não são consequentes com essas mudanças demográficas, pois as mesmas atribuem valores relacionados à competitividade para seus grupos, valorizam a capacidade para o trabalho, para a independência e para a autonomia funcional (VELOZ; SCHULZE; CAMARGO, 1999). 
Os esforços que existem para garantir uma terceira idade ativa e digna de direitos são muito difíceis, já que esta fase surge com uma diversidade de questionamentos e complicações.
Mosquera (1975) considera que a velhice não pode ser vista como um acidente é um destino que se apodera da pessoa e que muitas vezes a deixa estupefata ante as suas marcas e consequências. A partir disso a idade só avança e com ela segue algumas dificuldades e cuidados que se amenizados e observados com carinho permite a todos sobreviver nesse mundo independentemente de suas características, deficiências e crescimento. 
A pessoa idosa é na verdade alguém que avança seu processo histórico rumo a experiências vivenciadas através do envelhecimento, tornando-se assim, uma pessoa que precisa de cuidados e apoio. Cada um envelhece de forma diferente, já que o envelhecimento é um processo único de cada ser humano. No Brasil e em outros países que se encontra em desenvolvimento a denominação da pessoa idosa são referidas aquelas que possuem 60 anos ou mais.
Papaléo Netto (2002, p.10) elaborou o seguinte conceito de envelhecimento: 
O envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e o velho ou idoso (resultado final) constituem um conjunto cujos componentes estão intimamente relacionados. [...] o envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte (Papaléo Netto, 1996). [...] Às manifestaçõessomáticas da velhice, que é a última fase do ciclo da vida, as quais são caracterizadas por redução da capacidade funcional, calvície e redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se a perda dos papéis sociais, solidão e perdas psicológicas, motoras e afetivas.
Assim, um grande desafio que a longevidade aumentada nos coloca é a de alcançar novas oportunidades e conseguir viver mais, não importando a quantidade e nem o tempo, apenas uma proposta de vida digna e decente que faça valer a pena as últimas esperanças.
Um novo cenário para a velhice poderá ser construído levando-se em conta duas atitudes fundamentais: cultivar uma cultura da tolerância, onde o respeito às diferenças seja o valor fundamental, e considerar o ser humano como prioridade absoluta, independentemente de sua faixa etária, na efetivação de políticas públicas que busquem garantir a inclusão social para todos. (BRUNO, 2003, p.81).
E para permitir que todas as pessoas idosas fossem resguardadas e protegidas diante dos seus direitos, criou-se em 1994 a Política Nacional do Idoso, que teve como objetivo criar condições reais para promover a longevidade com qualidade de vida, colocando em prática ações direcionada, para os mais velhos e para todos os demais que iriam envelhecer. 
Diante disso, reconhece-se a Política Nacional dos Idosos, sob a Lei nº. 8842/94, (regulamentada pelo Decreto nº. 1948/96), foi uma das grandes conquistas que marcou a história dos cidadãos idosos, dando a essas pessoas novas perspectivas na efetivação de seus direitos e responsabilidades mediante a família, a sociedade em níveis Federal, Estadual e Municipal.
Essa articulação é entendida também como parceria entre as tres esferas de governo e pode ser melhor compreendida com a contribuição de Mendonça (2001):
a) integração das diversas políticas públicas (saúde, educação, habitação, dentre outras); 
b) co-responsabilidade no financiamento dos programas e ações, tanto no âmbito estadual como municipal; 
c) participação dos estados e municípios, por intermédio dos diversos atores envolvidos no âmbito desta política, na elaboração de projetos, definição de prioridades, levantamento de estratégias, que respondam de uma maneira mais próxima e imediata às necessidades dos idosos no âmbito local.
Em linhas gerais, a política ora analisada concebe a velhice como instituição social, devendo por isso ser investigada, discutida e analisada em todos os níveis do relacionamento social. Em assim sendo, “ - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto do conhecimento e de informação para todos” (BRASIL, 1994, art. 3, II).
A PNI constitui uma inovação na formulação de um paradigma de política para a pessoa idosa, definindo princípios que contribuem para a mudança da cultura e da superestrutura jurídico-política, conforme a CF/1988. Entre os princípios da lei, está estabelecido que:
· Afamília, a sociedade e o Estado devem assegurar ao idoso todos os seus direitos à cidadania com participação na comunidade e defender sua dignidade, bem-estar e direito à vida, conforme o art. 230, da CF/1988;
· O envelhecimento diz respeito à sociedade em geral; 
· A discriminação de qualquer natureza contra o idoso deve ser combatida; 
· A pessoa idosa deve se tornar protagonista na proposição e na destinação de políticas específicas; e • as diferenças sociais, econômicas e regionais devem ser consideradas na aplicação da política (BRASIL, 1994).
A Política Nacional do Idoso é parte integrada das ações que visam atender o direito de cidadania, e igualdade e condições de vida a todos brasileiros idosos. Basicamente, uma política de promoção do ser humano mais fragilizado, mais despossuído, mais vulnerabilizado no seu processo de desenvolvimento humano e social.
Portanto, é válido ressaltar que as conquistas obtidas pelos idosos só se tornaram eficazes e mais participativas a partir do conhecimento da sociedade civil e da sensibilização do poder público. Os direitos conquistados e a busca de garantia são permanentes embates que a população e os profissionais terão de acompanhar, acreditando na democracia e na efetivação dos direitos sociais.
3 AVANÇOS NA ATUALIDADE NA GARANTIA DE DIREITO DOS IDOSOS
Este capítulo propõe, em um primeiro momento, fazer um levantamento dos avanços na atualidade na garantia de direitos dos idosos. Para tanto, trabalhamos com os seguintes descritores: Estatuto do Idoso, direito à saúde, direito à cultura, lazer e esporte, direito à educação, direito à seguridade social, direito à previdência social e direito à assistência social.
3.1 ESTATUTO DO IDOSO
Um longo caminho foi formado com muitas lutas e avanços que contemplaram os interesses sociais dos idosos em todos os segmentos. Isso contribuiu para inúmeras conquistas no reconhecimento da proteção e dos direitos à luz da legislação. 
A lei é um pacto que implica direitos e deveres. Deve ser temida, sim, pois, na verdade, esse temor é bom como condição necessária para ser respeitada e cumprida. Uma lei, no entanto, não irá impor-se apenas pelo temor, uma vez que carrega em seu âmago a inesgotável potencialidade de fazer emergir o amor. Somente o amor é capaz de subordinar o temor e transformá-lo em liberdade para, assim, permitir uma relação positiva e produtiva com a lei (PELLEGRINO, 1987, p. 312). 
A Constituição de 1988 foi o primeiro grande marco brasileiro para o reconhecimento dos direitos da pessoa idosa. A Constituição Federal estipula que um dos objetivos fundamentais da República é o de promover o bem de todos, sem preconceito ou discriminação em face da idade do cidadão (bem como de origem, raça, sexo, cor e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV)). 
O grande avanço da Constituição de 1988 foi à criação de uma Constituição Cidadã, que promove a condição de uma política pública voltada para a assistência social e que atende os idosos a nível de saúde, previdência social, formando assim um tripé na construção da cidadania. 
E assim, a CF/1988, defende em seu artigo 230 (BRASIL, 1992, p. 103), que: “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”. Contudo, essa primeira conquista foi resultado das massivas reivindicações das associações e do movimento dos aposentados e pensionistas. 
Entre o mais significativo, mais recentemente, no ano de 2003 encontra-se o Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que se apresenta como uma lei geral voltada especificamente para o idoso, que proporciona “um tratamento integral e com uma visão de longo prazo ao estabelecimento de medidas que visam proporcionar o bem-estar dos idosos” (CAMARANO; PASINATO, 2004). 
O Estatuto do Idoso não apenas apresenta garantias, mas promove a integração desses indivíduos em sociedade e propicia o respeito a uma vida com qualidade. Esta lei respalda ainda que os idosos são sujeitos garantidos de saúde, lazer, cultura, educação, esporte, entre outros. Esses direitos devem ser valorizados e consolidados junto a pessoa idosa, por meio de ações realizadas pelos espaços sociais de clubes de convivência, centros de lazer e esporte, associações culturais, espaço de recuperação e habilidades, buscando valorizar a pessoa idosa e suas experiências históricas.
Esta lei é um marco importante no estudo dos direitos dos idosos brasileiros. Tanto assim que merece estudo próprio e individualizado, no entanto, é impossível deixar de citar, ao menos, alguns de seus pontos importantes. E uma vez definida a pretensão, podemos afirmar que sua maior contribuição é, sem dúvida alguma, a publicidade dada à temática do envelhecimento. A sociedade começa a perceber-se como envelhecida e os índices já divulgados pelos institutos de pesquisa passam a ser notados. O Estatuto do Idoso é um instrumento que proporciona autoestima e fortalecimento a uma classe de brasileiros que precisa assumir uma identidadesocial. Ou seja, o idoso brasileiro precisa aparecer! Precisa se inserir na sociedade e, assim, passar a ser respeitado como indivíduo, cidadão e participe da estrutura politicamente ativa.
O Estatuto do Idoso assegura os direitos às pessoas com 60 anos ou mais, direitos estes fundamentais e inerentes à pessoa humana, direitos a saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual espiritual e social. A garantia dos direitos dos idosos, enquanto grupo organizado social e politicamente ativo tem obtido conquistas relevantes com o Estatuto do Idoso, que é um poderoso instrumento de garantia de direitos, protegendo-os e criminalizando ações que antes eram tidas como banais e naturais.
 O Art. 10 do Estatuto do Idoso (2003, p.11), define:
São obrigação do Estado e da Sociedade assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na constituição e nas leis. (BRASIL, 2003, p. 11). 
O Estatuto do idoso ainda garante a todo cidadão de terceira idade, direito à vida, liberdade, dignidade, alimentação saudável, direito à saúde; a educação, cultura, esporte e lazer; profissionalização e do trabalho; previdência social; assistência social; habitação digna; transporte, entre outros. O idoso é cidadão e, portanto, deve ser contemplado com todas as garantias constitucionais aplicáveis a qualquer cidadão.
3.1.1 Direito à Saúde
O Sistema Único de Saúde (SUS) é formado por um conjunto de serviços e ações sob a coordenação de uma gestão pública visando atender a saúde da população. O mesmo é organizado por redes de diversas regiões e atual em território nacional mediante uma hierarquia atuando na promoção dos direitos básicos de cidadania.
O SUS estabelece uma política pública de saúde que visa à integralidade, a universalidade, a equidade e a incorporação de novas tecnologias, saberes e práticas. Apesar disso, ainda são encontrados no SUS problemas como: fragmentação do processo de trabalho e das relações entre profissionais; despreparo para lidar com a dimensão subjetiva nas práticas de atenção; baixo investimento na qualificação dos trabalhadores e desrespeito aos direitos dos usuários. Diante desses problemas, observam-se no Brasil várias iniciativas para se construir de modo eficaz um sistema público que garanta acesso universal, equânime e integral a todos os cidadãos brasileiros (BRASIL, 2006c; BENEVIDES; PASSOS, 2005, p.13).
A partir dessa política, as organizações do Sistema Único de Saúde (SUS) surgem para facilitar a vida da população e garantir seu atendimento dentro da área de saúde, bem como, tornando esse sistema um processo de humanização necessária para todas as pessoas. É dentro da política pública de saúde o atendimento humanizado para a pessoa idosa deve possibilitar estratégias de proteção, cuidado e melhoria no que se refere à saúde. A Lei dispõe no princípio “Do Direito à Saúde” em seu Art. 15º:
“É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos”. (BRASIL, 2003 p.3).
O Direito à Saúde”, assegura ao idoso o direito à atenção integral em saúde, através do Sistema Único de Saúde, incluindo, ainda, atenção especial às doenças que afetem preferencialmente essa parcela da população. 
É notório que as políticas públicas elaboradas com intuito de direcionar uma melhor assistência à saúde do idoso e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, têm gerado resultados positivos. No entanto, se faz necessário analisar como as atividades propostas por políticas públicas estão sendo desenvolvidas e como essa assistência está acontecendo na prática pelos profissionais de saúde, aqui especificamente pelo enfermeiro (LINHARES; TOCANTIS; LEMOS, 2014).
Assim, a política de saúde pode contribuir para a superação de obstáculos ao cuidado com a saúde de todas as pessoas, principalmente da pessoa idosa, que é determinada pelas desigualdades de gênero por meio de distintas estratégias. Talvez o primeiro passe para que isso seja reconhecer a impossibilidade de as políticas serem “neutras” em relação a tais desigualdades: não responder a elas significaria contribuir para sua manutenção.
3.1.2 Direito à Justiça 
É de consenso que a Constituição Federal é o mandamento maior do sistema jurídico pátrio. Nesse sentido, os direitos de proteção aos idosos são reconhecidos como direitos de terceira geração. O Estatuto do Idoso dispõe no TÍTULO V do Acesso à Justiça CAPÍTULO I Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.
“Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância” (BRASIL, 2003, p.14)
“§ 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação aos idosos em local visível e caracteres legíveis”. (BRASIL, 2003, p.15).
Muitas outras conquistas foram alcançadas através do direito à justiça e, portanto, além das garantias citadas, deve ser contemplado com todas as demais garantias constitucionais aplicáveis a qualquer cidadão. Referente ainda ao acesso à justiça, o idoso comprovadamente carente pode usar o serviço da Defensoria Pública para entrar com ações ou proteger-se perante de juízes e aos tribunais. Sendo que os processos, judiciais ou administrativos da pessoa idosa deve ter caminho preferencial. 
Conforme descrito na Lei nº 8.842, de janeiro de 1994 a Política Nacional do Idoso em seu CAPÍTULO IV, Artigo 10, na implementação, da política nacional do idoso são competências dos órgãos e entidades públicos: “VI - na área de justiça: a) promover e defender os direitos da pessoa idosa; b) zelar pela aplicação das normas sobre o idoso determinando ações para evitar abusos e lesões a seus direitos;” (BRASIL, 1994; p.13). 
Portanto, esses direitos são aprimorados por meio da solidariedade e da fraternidade, compreendendo que a união de todos é necessária para suportar e proteger todos aqueles que vivem em situação desfavorável, além de que os interesses não podem basear-se apenas em termos jurídicos, mas também no contexto familiar. 
3.1.3 Direito à Cultura, Esporte e Lazer 
A área da Cultura, Esporte e Lazer não concebe um idoso alheio à produção cultural, ao contrário, incentiva o idoso a produzir culturalmente e também a participar ativamente das atividades culturais. Para tanto propõe o acesso a eventos culturais com valores reduzidos e a criação de programas de lazer, esporte e atividades físicas que melhorem a qualidade de vida do idoso.
No seu sentido mais amplo, as atividades de lazer são atividades culturais, conglomerando vários interesses humanos, diversas linguagens e manifestações. Essas atividades podem ser realizadas no tempo livre das obrigações profissionais, domésticas, religiosas e das necessidades físicas. São buscadas visando o prazer e a satisfação, ainda que nem sempre isso ocorra, e embora o prazer não deva ser compreendido como exclusividade de tais atividades (MELO; ALVES Jr., 2003).
Conforme descrito na Lei nº 8.842, de janeiro de 1994, a Política Nacional do Idoso CAPÍTULO IV Das Ações Governamentais Artigo 10, na implementação da política nacional do idoso, são competências dos órgãos e entidades públicos:
“a) - na área de promoção e assistência social: [...] b) estimular a criação de incentivos e de alternativas de atendimento ao idoso, como centros de convivência, centros de cuidados diurnos, casas-lares, oficinas abrigadas de trabalho, atendimentos domiciliares e outros; c) promover simpósios, seminários e encontros específicos; d) planejar, coordenar, supervisionar e financiarestudos, levantamentos, pesquisas e publicações sobre a situação social do idoso; e) promover a capacitação de recursos para atendimento ao idoso;” (BRASIL, 1994, p. 9)
Conforme descrito na Lei nº 8.842 de janeiro de 1994, a Política Nacional do Idoso dispõe em seu CAPÍTULO IV Sobre as ações governamentais, no artigo 10, a Lei define as competências dos órgãos e entidades públicas e determina as seguintes ações:
“VII - na área de cultura, esporte e lazer: a) garantir ao idoso a participação no processo de produção, reelaboração e fruição dos bens culturais; b) propiciar ao idoso o acesso aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos, em âmbito nacional; c) incentivar os movimentos de idosos a desenvolver atividades culturais; d) valorizar o registro da memória e a transmissão de informações e habilidades do idoso aos mais jovens, como meio de garantir a continuidade e a identidade cultural; e) incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividades físicas que proporcionem a melhoria da qualidade de vida do idoso e estimulem sua participação na comunidade. (BRASIL, 1994; p.13).
O idoso precisa sentir-se participante da comunidade em que vive como indivíduo ativo fazendo valer seu direito de cidadania. Nesse contexto, as políticas do idoso devem estar voltadas à sua inserção nas atividades sociais, tornando-se um componente produtivo da sociedade em que vive mudando o conceito de “velhice” como sinônimo de degradação e doenças. De acordo com Estatuto do Idoso em seu CAPÍTULO V Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer: 
“Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados. § 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna”. (BRASIL, 2003, p.5).
Para tanto, toda pessoa idosa tem direito a cultura, lazer e esporte, além de contribuir para a melhoria do bem-estar do idoso e do processo do envelhecimento vivenciado por ele na medida em que esse segmento populacional está pautado no controle social, na participação desse público na utilização dos bens e serviços e valorização dos direitos.
3.1.4 Direito à Educação
A educação passou a ser considerado um direito de todos, e, sobretudo, um dever do Estado nacional; Obrigação essa que deve ser contínua, engajada, e que proporcione às camadas menos favorecidas condições de progresso real. Conforme a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 205, 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A educação, dessa maneira, deve possibilitar aos cidadãos no mínimo raciocínio articulado e leitura de mundo; sobretudo, do mundo que vive. Uma educação que não propicia aos educandos tais possibilidades é vazia, e, portanto, degenera. A educação para a pessoa idosa deve ser priorizada uma vez que esta deve avaliar as condições socioeconômicas e culturais, visando uma seguridade social adequada para que a terceira idade apresente uma vida produtiva.
O fenômeno educativo deve ser entendido como uma prática social situada historicamente em uma realidade total; dependendo do projeto de homem e de sociedade que se deseja construir, a educação pode ser trabalhada dentro de uma perspectiva ingênua ou crítica, dentro de uma perspectiva que vise alienar ou libertar os seres nela envolvidos, surgindo como instrumento eficaz na criação do tipo de homem e de sociedade idealizada (OLIVEIRA, 1999).
Para as pessoas idosas a educação remete um verdadeiro sentido, cujo objetivo é um processo civilizatório, além do aumento de nível intelectual e cultural. Ela é chave que liberta o indivíduo da própria ignorância; e essa deve ser a concepção dos governantes, possibilitando o cidadão não apenas caminhar, mas escolher o seu caminho. 
Considerando a importância da educação para o idoso, afirma Salgado (2007, p. 76): 
A disponibilidade para aprender nem sempre é uma característica dos idosos, cabendo aos profissionais a responsabilidade de estimularem essa atitude, buscando métodos pedagógicos adequados e diminuindo o estigma preconceituoso de que na velhice é muito difícil aprender.
Nesse aspecto, a política pública voltada à educação do idoso não se trata de piedade para com os mais desafortunados, aqueles que não têm condições de pagar por educação, mas meio através do qual todo cidadão tem de usufruir por direito de uma educação emancipatória. 
“[...] tão fundamental quanto à cidadania, é o direito pela educação, pois não se alcançará a cidadania sem que haja conhecimento pleno deste direito. Logo, pensar a educação para a terceira idade, é pensar mais que uma ocupação para o idoso, é permitir uma ação intensiva e intencional para que este sujeito se perceba, entenda seu entorno social, político e econômico, como também não seja ludibriado ou tenha seus direitos negligenciados”. (OLIVEIRA 2011, p. 90 apud OLIVEIRA 2012, p. 5).
Como se pode perceber, o importante do aprender, do educar-se, não é acumular conhecimentos, mas sim, aprender a pensar. Aquele que aprende deve ser capaz não só de repetir ou refazer aquilo que a ele foi ensinado, mas também de ressignificar diante de novas situações. Por isso, o virtuosismo educacional se revela no proporcionar àquele que aprende a ter autonomia, a ser livre.
3.1.5 Direito à Habitação 
O direito à habitação está incluído em diversos documentos internacionais vinculativos. Entre os mais significativos destaca-se o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Artigo 11º, nº 1) que determina:
O direito a uma habitação condigna aplica-se a todas as pessoas. A expressão "para si e para as suas famílias” não pode ser interpretada como implicando qualquer restrição à aplicabilidade do direito à habitação a certos indivíduos, famílias matriarcais ou a outros grupos. Por outro lado, tanto os indivíduos como as famílias têm direito a uma habitação adequada qualquer sem distinção de idade, situação econômica, pertença a grupo ou entidades origem social ou outra condição. O gozo do direito não deve estar sujeito a qualquer forma de discriminação (parágrafo 6º) (PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS, 1992).
Conforme descrito na Lei nº 8.842, de janeiro de 1994, a Política Nacional do Idoso CAPÍTULO IV Das Ações Governamentais Artigo 10 -Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos órgãos e entidades públicos.
“V - Na área de habitação e urbanismo: a) destinar, nos programas habitacionais, unidades em regime de comodato ao idoso, na modalidade de casas-lares; b) incluir nos programas de assistência aos idosos formas de melhoria de condições de habitabilidade e adaptação de moradia, considerando seu estado físico e sua independência de locomoção; c) elaborar critérios que garantam o acesso da pessoa idosa à habitação popular; d) diminuir barreiras arquitetônicas e urbanas; (BRASIL, 1994, p.13).
A destinação das moradias reservadas para idosos segue a lei federal que criou o Estatuto do Idoso. O artigo 38º diz que “nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observando reserva de 3% das unidades residenciais para o atendimento”. Para Osório (2014, p. 67 apud SOARES, 2016, p.17).
“O direito à moradia é um direito de todos, de ter acesso a alguma forma de acomodação segura, acessível e habitável para viver em paz, com segurança e dignidade.”. Portanto, pode-se afirmar que o direito à moradia/habitação está diretamente ligado a uma existência digna. É essencial paraa saúde física e psicológica do idoso, que ele tenha um local para morar, que seja adequado à sua locomoção, garantindo-lhe condições de higiene, que o proteja do calor e do frio, que o proporcione à sensação de pertencimento e ao mesmo tempo o integre à comunidade.
Vale ressaltar que uma moradia com qualidade pode garantir benefícios para a saúde e bem estar da pessoa, e nesse caso se tratando de idosos é importante que os mesmos tenham autonomia e liberdade para escolher o lugar no qual desejam viver. Embora ainda não se tenha investimentos do governo brasileiro em favorecimento à necessidade de habitação adequada para os idosos, é interessante destacar que nessa etapa, a moradia e o ambiente são indispensáveis a vida desse público, já que os fatores importantes como segurança, acesso, ônus financeiro são instrumentos necessários para garantir um lar com qualidade e segurança emocional.
3.2 SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social compreende as medidas que o Estado deve adotar por compromisso constitucional para “atender à necessidade que o ser humano tem de segurança na adversidade, de tranquilidade quanto ao dia de amanhã” (LEITE, 1992, p. 17). 
A seguridade social é um conjunto de ações dos poderes públicos e da sociedade, cabendo a estes lutar, reivindicar e assegurar os direitos à saúde, previdência e assistência social. Na verdade, é um sistema assistencialista global que busca atender indivíduos que sofreram algum tipo de dano, causando limitações muitas vezes drásticas quanto a prover a manutenção necessária para o indivíduo e sua família. Assim, 
A seguridade social é direito de todo o idoso, assim, assistência social é parte protetiva e universal, uma vez que será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição a seguridade social. (BRASIL, Art. 203, CF/1988). 
O direito a seguridade social é de responsabilidade do poder público e da sociedade, de modo que venha a garantir uma vida digna a quem dela necessitar. É nas mãos do Estado que está centralizado todo o sistema de seguridade social, que organiza o custeio do sistema e consegue os benefícios e os serviços. Assim, o órgão que está à frente dessas determinações é o INSS, autarquia subordinada ao Ministério da Previdência Social.
“O Direito da Seguridade Social é o conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeça de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, a previdência e à assistência social”. (MARTINS 2010, p. 20).
O objetivo da seguridade social é auxiliar, ajudar quem necessita, seja por velhice, invalidez, morte, acidente de trabalho, enfermidade, maternidade, desemprego, tratamento médico, etc., de maneira que não venha faltar o suprimento necessário básico para viver.
Portanto, a seguridade social tem o dever de atender toda sociedade suprindo suas necessidades básicas nas áreas da previdência, assistência social e saúde, com o intuito que cada cidadão viva a vida com dignidade e bem estar social.
3.3 PREVIDÊNCIA SOCIAL
A previdência social é de suma importância para a vida do idoso, uma vez que este necessita prover o seu sustento e o de sua família. Entretanto, em muitos casos um salário mínimo não é o suficiente para que o idoso obtenha uma vida de qualidade.
Os principais benefícios da previdência social são: aposentadorias (por tempo de contribuição, idade ou invalidez) e pensões por morte. A aposentadoria por idade é, por definição, um benefício para atender especificamente aos idosos. É devida aos indivíduos que completam 65 anos, se homens, ou 60 anos, se mulheres desde que tenham contribuído por pelo menos 15 anos. São elegíveis para o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição os indivíduos que contribuíram para o sistema por no mínimo 35 anos, se homem, ou por 30 anos, no caso das mulheres (CAMARANO, 2002).
A renda transmitida pela Previdência Social é usada para alterar a renda do trabalhador que contribuiu ao longo dos anos e perdeu sua capacidade para o trabalho, seja essa perda por invalidez, doença, morte, desemprego, maternidade ou até mesmo no caso de reclusão. Dentre os benefícios gerados para o trabalhador dentro da previdência social, podemos citar:
· Aposentadoria por Idade;
· Aposentadoria por Invalidez;
· Aposentadoria Especial;
· Aposentadoria por Tempo de Contribuição;
· Auxílio Doença;
· Auxílio Reclusão;
· Pensão por Morte;
· Salário Família;
Assim, diante destes serviços previdenciários e todas as suas contribuições é fundamental compreender que a Política Nacional do Idoso trabalha na articulação com outras políticas visando o bem estar da pessoa idosa e sua participação como cidadão de bem dentro da sociedade. artigo 201 da Constituição Federal de 1988 dispõe que: 
A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílioreclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
Embora a Lei defina medidas e providências para possibilitar qualidade de vida ao idoso, bem como participação ativa na sociedade, a realidade dos idosos brasileiros ainda está longe da situação defendida na norma. Este é um dos maiores desafios para os conselhos dos direitos da pessoa idosa em todo o País: contribuir para a transformação da realidade e, com isso, diminuir a distância entre o que determina a Lei e a realidade efetiva desta população. 
3.4 ASSISTÊNCIA SOCIAL
A Assistência Social tem contribuído de forma avançada para a garantia dos direitos das pessoas idosas, principalmente na criação de programas que estão voltados para defesa dessas pessoas que estão vivendo em situação de vulnerabilidade social, e dessa forma trabalhando com serviços socioassistenciais na proteção social básica e proteção social especial. 
Miranda (2007) diz que os objetivos deste direito podem ser resumidos como um agrupamento de atuações, cujo fim é a pugna contra a pobreza, universalizando direitos sociais e identificando o caráter do Estado brasileiro elencado na Constituição Federal. Porém, esta é constituída como direito, tendo como marco regulatório, a Constituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Assistência Social nº 8.742/93. Como se segue:
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - O amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - A promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei (BRASIL, Constituição Federal, 1988, grifo nosso). 
Com a Constituição de 1988, tem início o processo de construção de uma nova matriz para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Seguridade Social e regulamentada pelo LOAS em dezembro de 1993, como política social pública, a assistência social inicia seu trânsito para um campo novo: o campo dos direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal.
A partir da Constituição de 1988 e da Lei Orgânica da Assistência Social (Lei n.º 8742 de 7 de dezembro de 1993), a assistênciase caracterizou como uma política de responsabilidade do Estado, direito do cidadão e, portanto, uma política estratégica no combate à pobreza e para a constituição da cidadania das classes subalternas. No Artigo 1º da LOAS a assistência é assim definida: 
“A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento às necessidades básicas”. (LOAS, 1993, Art. 2º, Inciso V).
A política de Assistência Social oferta um conjunto de serviços, dentre os tais, trazemos pela Constituição de 1988, a eficácia de um direito encontrado na Lei Loas, n. 8724/93. Os objetivos da Política Nacional de Assistência Social, ou seja, aquilo que se quer atingir com as ações e serviços de assistência social são os seguintes: 
· Promover a inclusão dos destinatários da assistência social, garantindo-lhes o acesso aos bens e serviços sociais mais básicos com qualidade; 
· Assegurar que as ações, no âmbito da assistência social, sejam implementadas, tendo a família como seu principal referencial para o desenvolvimento integral dos destinatários; 
· Contribuir para a melhoria das condições de vida das populações excluídas do pleno exercício de sua cidadania; 
· Estabelecer diretrizes gerais que sirvam como orientações para planos, benefícios, serviços, programas e projetos de assistência social adequados aos valores democráticos implícitos nesta política. (BRASIL, PNAS, 1998).
A política Nacional de Assistência Social, concebida de acordo com o marco estabelecidos nas LOAS, é regida por princípios democráticos extensivo às populações urbanas e rurais, quais sejam: 
· Universidade dos direitos sociais a fim de tomar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; 
· Respeito à dignidade do cidadão; Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza; 
· Promoção da equidade, no sentido da redução das desigualdades sociais e enfrentamentos das disparidades regionais e locais no acesso aos recursos financeiros.
Como política de Seguridade Social a Assistência Social adquire caráter de Proteção Social e deve garantir a segurança de acolhida; a segurança social de renda; a segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social. (PNAS, 2004, p.31).
Dentre os serviços em consonância com a Assistência Social apresentamos o BPC – Benefício de Prestação Continuada. Nesse sentido, trazemos pela Constituição de 1988, a eficácia de um direito encontrado na Lei Loas, n. 8724/93 o BPC – Benefício de Prestação Continuada - previsto no art. 2º, inciso IV, regulamentado pelo Decreto n. 1774/95 e pela Lei n. 9720/98 com vigor desde janeiro de 96. A igualdade é de fato para todos, embora estabelecidas com deveres diferentes, no respeito e fomento à isonomia de direitos e oportunidades de homens e mulheres.
O BPC é um benefício da assistência social, um direito assegurado constitucionalmente. O Benefício da Prestação Continuada consiste, portanto, em um dos meios de se concretizar alguns dos objetivos da República Federativa do Brasil, quais sejam construir uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos. (Artigo 3° da Constituição da República). É, pois, instrumento da Assistência Social. 
Este Serviço Gratuito garante às pessoas idosas 01 (um) salário mínimo mensal, às pessoas com 65 anos ou mais. O objetivo aqui é garantir aos deficientes e idosas dignidades, já que não podem utilizar-se do trabalho como meio de sobrevivência. De acordo Gomes (2004), o Benefício de Prestação Continuada é: 
O repasse de um salário mínimo mensal, dirigido às pessoas idosas e às portadoras de deficiência que não tenham condições de sobrevivência e que atendam a determinados limites de idade e situação de deficiência, tendo como princípio central de elegibilidade a incapacidade para o trabalho. Foi previsto na Constituição brasileira de 1988, nas disposições relativas à seguridade social, compondo o conjunto de direitos e objetivos da assistência social, a qual figura pela primeira vez com o estatuto de direito do cidadão que dela necessitar e dever do Estado. Posteriormente, em 1993, foi regulamentado, no âmbito da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). Sendo implementado a partir de 1996, sob a responsabilidade do governo federal, por intermédio do Ministério da Previdência e Assistência Social (GOMES, 2004, p. 192).
Fazem-se necessário ressaltar que o BPC deve ser avaliado a cada dois anos da data de concessão, analisando, as condições de origem e comprovando a incapacidade de vida independente, fazendo uma avaliação da renda familiar do idoso e dos portadores de deficiência. 
De acordo com a legislação pode existir mais de uma pessoa recebendo programa social, e os reajustes dos benefícios serão realizados na mesma data do salário mínimo, porém com definição percentual em regulamento.
Simões (2009, p. 228) esclarece que “o valor” é “de um salário mínimo mensal, sem desconto da contribuição previdenciária e sem abono anual (13º salário)”. Segundo ele, existem questionamentos sobre o valor do BPC, cujo objetivo é colocá-lo inferior a um salário mínimo, onde os argumentos giram em torno das pessoas que contribuem com a previdência durante anos e recebem o mesmo valor dos que não contribuem. Miranda (2007), também mostra estas peculiaridades do benefício assistencial, que “não gera pagamento de abono anual. Por ser de caráter personalíssimo, o benefício não pode ser transmitido, não dando origem a pagamento de pensão, extinguindo-se com a morte do beneficiário.
Todo idoso tem o direito a promoção à assistência social, a melhorias na qualidade de vida, inclusão social, igualdade de oportunidades e acesso a todos os bens e serviços sociais comunitários disponíveis. E dessa forma, o idoso tem seus direitos e necessidades básicas atendidas, pois a proteção ao idoso no Brasil tem assento constitucional e precisa ser efetivado para que os mesmos tenham melhor qualidade de vida e sejam contemplados por todos os instrumentos asseguradores da dignidade humana aos brasileiros, sem distinção.
Muitas outras conquistas foram alcançadas através do direito à justiça e, “portanto, além das garantias citadas, deve ser contemplado com todas as demais garantias constitucionais aplicáveis a qualquer cidadão”. (BRASIL, 1988, p. 72). Diante desse contexto, o Serviço Social através da Política de Assistência Social tem a função de contribuir para a participação do idoso em sociedade, visando a garantia de seus direitos, promovendo a autonomia e fortalecendo os vínculos familiares. 
Portanto, a assistência social tem como objetivo garantir a proteção social a todas as pessoas que dela necessitar, independentemente de qualquer contribuição previa. Com isso, qualquer indivíduo brasileiro tem o acesso e o direitos aos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais sem caráter contributivo, o que garante eliminar os níveis de vulnerabilidades sociais existentes.
4 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA IDOSA
Neste capítulo, iremos fazer uma análise sobre a atuação do assistente social na garantia de direitos da pessoa idosa, destacando o assistente social e suas atribuições frente ao código de ética e o trabalho do assistente social junto a pessoa idosa
4.1	O ASSISTENTE SOCIAL E SUAS ATRIBUIÇÕES FRENTE AO CÓDIGO DE ÉTICA
O Assistente Social é um profissional que deve agir além do discurso, e atuar com a prática, pregando a cidadania através de seus projetos e programas sociais, de forma que a verdadeira cidadania seja visada primordialmente pelos usuários, assim voltada para uma sociedade igualitária, inclusiva com capacidade para construir uma sociedade melhor adaptada a novos padrões. De acordo Iamamoto (2007) afirma que assistente social, 
[...] um profissionalculto e atento as possibilidades descortinadas pelo mundo contemporâneo, capaz de formular, avaliar e recriar propostas ao nível das políticas sociais e da organização das forças da sociedade civil. Um profissional informado, crítico e propositivo, que aposte no protagonismo dos sujeitos sociais. Mas também um profissional versado no instrumental técnico-operativo, capaz de realizar ações profissionais, aos níveis de assessoria, planejamento, negociação, pesquisa e ação direta, estimuladoras da participação dos usuários na formulação, gestão e avaliação de programas e serviços sociais de qualidade. (IAMAMOTO 2007, p.47).
Esse profissional deve intervir e atuar nas áreas diversas ligadas à condução das políticas sociais públicas e privadas, tais como planejamento, organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa e assessoria. 
O Serviço Social é uma profissão que trabalha na divisão social e técnica da questão social, onde a expressão da desigualdade é revelada na acumulação capitalista, neste âmbito se fazia necessário um profissional que lidasse com suas expressões, ao contrário de outras profissões, o assistente social só existe e permanece por ter uma função a ser desenvolvida na divisão social, ganhando espaços construídos pelos seus sujeitos. (MATOS, 2013, p. 55).
Para sermos mais específicos, os profissionais de serviço social devem estes capacitados para atuar como educadores políticos superando as inúmeras possibilidades ao exercício profissional, bem como, assumirem compromisso ético-político com valores democráticos em função e explicação da realidade social.
O profissional de Serviço Social tem em aparato legal uma ferramenta eficiente junto ao Projeto Ético-Político do Serviço Social regulamentado pela Lei nº 8.662/93, sendo o seu exercício profissional regido pelo Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Dessa forma, sendo a profissão que atua no campo das Políticas Sociais com o compromisso de defesa e garantia dos Direitos Sociais da população, o assistente social é essencial na orientação dos idosos na construção 34 de um projeto que possibilite usufruir direitos e deveres em busca de cidadania e que crie condições para que estes lutem e sejam sujeitos de suas histórias (GOLDMAN, 2007).
Os mesmos com capacidades de planejamento, negociação, pesquisa e ação direta, participação e acesso as decisões que dizem respeito na defesa dos seus direitos e direitos da sociedade.
É o trabalho crítico e competente sob o ponto de vista ético-político que se movimenta no campo dos valores, no reconhecimento da condição humana dos sujeitos e aspira sempre à sua emancipação, abrangendo a relação saúde, doença, cuidados, a população atendida, seus familiares e a própria comunidade (MARTINELLI, 2011, p. 501).
Ele está inserido nas mais diversas áreas profissionais e possui um espaço privilegiado na área da saúde, assistência social, educação e outras em que atua com diversas expressões da questão social. De acordo o Código de Ética do Assistente Social, referente aos direitos e responsabilidades, Art. 2º Constituem direitos do/a assistente social: 
- Garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código; 
- Livre exercício das atividades inerentes à Profissão; 
- Participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de programas sociais; 
- Inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional; e- desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional; 
- Aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos princípios deste Código;
- Pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos de interesse da população; 
- Ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções; 
- Liberdade na realização de seus estudos Código de Ética 27 e pesquisas, resguardados os direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos. (CÓDIGO DE ÉTICA DO/A ASSISTENTE SOCIAL LEI 8662/1993).
Os assistentes sociais, por meio da prestação de serviços sócios – assistenciais nas organizações públicas privadas, produzindo interferências nas relações sociais cotidianas no atendimento as mais variadas expressões da “Questão Social” vividas pelos indivíduos sociais no trabalho, na luta pela moradia, na saúde, na família, na assistência sociais pública, etc. 
O Código de Ética Profissional de assistentes sociais, por exemplo, estabelece direitos e deveres que, no âmbito do trabalho em equipe, resguardam-lhes o sigilo profissional, de modo que estes/as não podem e não devem encaminhar a outrem informações, atribuições e tarefas que não estejam em seu campo de atuação. Por outro lado, só devem compartilhar informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o seu caráter confidencial, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo (CFESS, 2011, p.26).
O Assistente Social trabalha em diversas áreas que estão relacionadas com as políticas sociais públicas e privadas, onde os instrumentos como planejamento, avaliação, pesquisa, assessoria e execução devem se fazer presente. O seu papel tem como finalidade entrar com respostas as demandas sociais e garantir a prestação dos serviços públicos, garantindo a todos os usuários o acesso aos bens e serviços contidos na Constituição Federal de 1988, pautados nas normas e prescrições inseridas na Lei orgânica da Assistência Social (LOAS), nas Diretrizes Curriculares e no projeto ético político do Serviço Social que promove valores e princípios que contribuem para desvelar as possibilidades contidas na realidade social.
Neste contexto, o assistente social trava batalhas cotidianas para colocar em curso o seu exercício profissional, recorrendo a um grande número de conhecimentos que qualificam aquilo que faz. Afirma Machado (2000):
Fazer uma leitura da realidade significa desvendá-la, limpando-a de estereótipos, preconceitos, ideologias. Significa reconstruir o real no pensamento, realizando um movimento dialético onde as conclusões abstraídas do real retornam a ele para reiniciar o processo de conhecimento. Afinal, o real não se dá a conhecer de imediato, é só a atitude investigativa e reflexiva que possibilita apreender a riqueza do ser social.
Ao realizar um estudo da realidade a assistência social busca aprimorar qualidade de vida e bem-estar dos usuários e assim, proporcionar ações voltadas para esse público dentro da sociedade, possibilitando a participação social em todos os serviços e garantia de direitos. 
O profissional em Serviço Social ao intervir na garantia dos direitos precisa compreender que este está inserido num contexto que, de certa forma se consolida num considerado, principalmente na área social. Para isso o profissional baseia suas ações no Código de Ética Profissional:
· Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes autonomias, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
· Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;
· Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras;
· Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;
· Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
· Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;
· Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes

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