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ASSESSORIA DE IMPRENSA Tércio Saccol Comunicação das organizações Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever os atuais desafios de comunicação das organizações. Definir stakeholders e a sua importância para a comunicação das organizações. Conceituar comunicação organizacional, comunicação institucional, comunicação empresarial e comunicação corporativa. Introdução A comunicação empresarial passa por adaptações decorrentes de um novo contexto, com múltiplos desafios. Por um lado, há uma crescente demanda pela transparência das organizações; por outro, existem novas lógicas de mercado, como a comunicação via dispositivos móveis, a velocidade da informação, as novas formas de participação e a economia colaborativa. Diante disso, é cada vez mais necessário que gestores e profissionais da comunicação reposicionem valores e estratégias, para tornar os interesses das organizações, das comunidades, dos consumidores e de outros atores da comunicação compatíveis. Assim, a comunicação organizacional ou empresarial ganha uma dimensão ainda mais complexa. Os desafios das organizações se mul- tiplicam, com a necessidade de incorporar a governança corporativa, a valorização da responsabilidade ambiental e a emergência de debates como a sustentabilidade em várias esferas. Nesse sentido, é necessário entender a comunicação a partir de diferentes elementos, contextos e agentes envolvidos e compreender que a ideia de fazer apenas pro- paganda, comunicação interna ou assessoria de imprensa pode não funcionar. Neste capítulo, você vai entender os desafios que norteiam a comu- nicação das organizações na contemporaneidade. Você vai verificar os agentes envolvidos com a organização e a importância de entendê-los, para tornar a comunicação mais efetiva e eficaz. Você também vai com- preender a diferença entre conceitos empregados em diferentes estudos sobre comunicação nas organizações, como comunicação empresarial, corporativa e institucional. Diferenciar esses termos ajuda a entender como se configura o trabalho da comunicação e o quanto ele depende da integração de múltiplas áreas. Como as organizações se comunicam? Diante de um novo cenário, com múltiplos desafi os, pensar a comunicação das organizações é algo cada vez mais importante, complexo e necessário. Trata-se de uma nova fase, em que há pressões da sociedade e do mercado para que diferentes empresas, agentes, organizações não governamentais, governos e outros atores repensem e atualizem sua postura diante de um cenário diferente, marcado por mais difi culdade de caracterizar públicos de forma homogênea e de atingir grandes quantidades de pessoas. Isso signifi ca dizer que passamos por uma transição. Como destaca Argenti (2006, p. 1), agora, “Para atrair clientes, funcionários e investidores, as empresas precisam ser líderes progressistas sobre uma gama de questões globais e colocar sua visão em um contexto social mais amplo”. Segundo Kunsch (2003), a comunicação organizacional se ocupa da comu- nicação dentro das organizações na sociedade. É nesse estudo que analisamos o sistema, o funcionamento e a comunicação entre a organização e os mais diferentes públicos. Não adianta pensar a comunicação de uma empresa como mera parte da gestão, algo que vá se transformar diante da primeira crise, dificuldade ou crítica. A comunicação deve estar na linha de frente, com destaque no organograma das organizações. Conforme leciona Bueno (2009), é a comunicação que vai permitir que organizações de diferentes esferas, portes e áreas estruturem o conhecimento e desenvolvam suas estratégias, para que as empresas possam superar conflitos e evitar crises. Não se trata apenas de veicular uma campanha, criar perfis nas redes sociais ou convocar uma coletiva para lançar um produto. É necessário alinhar a equipe e a cultura da organização, em uma linha de ação contínua. Ao contrário do que acontecia há algumas décadas, a comunicação empre- sarial assume a ideia de comunicação integrada, “[…] com uma articulação estreita entre os vários departamentos/áreas e profissionais que exercem atividades de comunicação nas empresas ou entidades. Com isso, as verten- Comunicação das organizações2 tes institucional e mercadológica deixam de ser percebidas como distintas”, conforme leciona Bueno (2009, p. 10). É necessário salientar que as organizações estão inseridas em um contexto diferente de algumas décadas atrás. Agora, com o aumento do número de emissores, estímulos e possibilidades, vivemos o que Davenport e Beck (2001) chamam de economia da atenção. Nesse cenário, “A informação se mostra fragmentada, disponível em quantidades exorbitantes e de fácil acesso. Já a atenção se apresenta como um recurso limitado [...] nesta nova economia, capital, trabalho, informação e conhecimento são fatores abundantes. [...] o fator escasso é a oferta de atenção” (DAVENPORT; BECK, 2001, p. 3). Assim, esse novo contexto é imposto com múltiplas demandas, inclusive para a comunicação das organizações. É importante que não pensemos na comunicação empresarial a partir do marketing, da assessoria de imprensa, da comunicação interna ou mesmo do design editorial. Ela passa a ser tudo isso e muito mais. “Temos que ver a comunicação como um fenômeno inerente à natureza das organizações e que acontece em diferentes dimensões, como humana, instrumental e estratégica”, conforme aponta Kunsch (2009, p. 112). Com a esfera pública mais complexa, multiplicada pela instantaneidade da internet e das mídias sociais, pela vigilância em tempo real e pela transfor- mação do mundo do trabalho, administrar a comunicação das organizações exige dos gestores conhecimentos que ultrapassem o nível das técnicas. É necessária uma renovação nos estilos de gestão, com mais descentralização e participação dos indivíduos, aumentando a valorização e a satisfação das necessidades humanas, segundo Kunsch (2010). Integração Esse novo cenário obriga os profi ssionais de comunicação a terem um olhar mais amplo, pragmático e sistêmico. Isso signifi ca dizer que é preciso ultrapas- sar a ideia da comunicação integrada em vários departamentos, profi ssionais e áreas como apenas um discurso, transformando-a em prática, conforme leciona Bueno (2009). Segundo Kunsch (2016), é necessário, diante de tantas transformações tecnológicas, sociais, econômicas e políticas, superar a visão meramente econômica e tecnicista de outrora. Também, para a autora, é preciso que dis- cursos vazios de responsabilidade social e compromisso com o meio ambiente sejam superados. 3Comunicação das organizações Em outras palavras: as organizações precisam ter bons resultados financeiros, sim, porque, sem eles, como criariam e manteriam empregos, como pagariam impostos etc.? Só que elas têm de ir além e fazer isso com responsabilidade, sem agredir o ambiente e promovendo o bem-estar humano e social das pessoas, tanto dos seus empregados quanto dos seus demais públicos (KUNSCH, 2016, p. 37). Os desafios da comunicação e dos atores nessa realidade abrangem mu- dar aquela ideia mais instrumental. Kunsch (2016, p. 38) sugere o estudo da disciplina sobre “[…] como se processa o fenômeno comunicacional dentro das organizações e todo seu contexto político, econômico e social”. Assim, é necessário olhar para a comunicação a partir de relacionamentos, valorizando não apenas produtos midiáticos, como grandes reportagens ou propagandas, mas práticas cotidianas, interações de diversas formas e construções simbólicas. O papel do profissional de comunicação, nesse contexto, ultrapassa a produ- ção de textos e peças gráficas ou a execução das tarefas cotidianas. Espera-se que o comunicador de organizações atue como um gestor, que seja capaz de criar estratégias, ler o ambiente externo e interno, agir com proatividade, desenvolver espaços e entender os canais para manter um bom relacionamento comos públicos de interesse da organização, conforme expõe Bueno (2009). Os desafios não são apenas técnicos. Segundo Bueno (2009), empresas, entidades, governos e organizações devem se pautar na verdade, sem vantagens obtidas por meios ilegítimos ou distorções discursivas. É necessário colocar dentro da construção da comunicação, seja ela para o público interno ou externo, aquilo que a empresa realmente é, buscando escapar da busca pelo posicionamento ideal ou por uma imagem que se espera que seja bem quista e admirada. A arma das organizações passa a ser a transparência, tentando sempre garantir a sua confiabilidade para os seus públicos. Segundo Bueno (2009, p. 15-16): Na sociedade da informação, não se pode escamotear a verdade, sob pena de comprometer, definitivamente, a imagem. Quase sempre, a opinião pública penaliza mais as organizações que escondem os erros do que aquelas que os assumem e tomam medidas concretas para superá-los — porque, afinal de contas, as falhas acontecem, muitas vezes à revelia do esforço das organizações. Assim, os desafios da comunicação empresarial hoje se baseiam na ideia de que a comunicação é mais do que uma ferramenta acessória. Para Bueno (2009, p. 111), ela está no cerne, na política de negociação das empresas e “[…] deixa de ser atividade que se descarta ou se relega a segundo plano, em momentos de crise e de carência de recursos, para se firmar como insumo estratégico”. Comunicação das organizações4 A pesquisadora Elizabeth Saad Correa discute os impactos decorrentes das redes sociais e a ideia de uma formação profissional centrada em competências digitais. Acesse o link a seguir e leia o artigo na íntegra. https://qrgo.page.link/aKHWh A importância dos stakeholders Independentemente da natureza da empresa ou organização, existem ações, projetos e práticas baseadas no objetivo de atender à necessidade de algum grupo da sociedade. Além disso, uma relação de cadeia dentro do ambiente organizacional conta com vários outros agentes que são relevantes em alguma escala para aquele negócio. Quando falamos de comunicação, devemos levar em conta a pluralidade de agentes envolvidos com a atividade da empresa, em diferentes espectros. É nesse contexto que aparecem os chamados stakeholders. Do inglês, em livre tradução, stake seria interesse, e holders, detentores. A expressão foi idealizada pelo filósofo Robert Edward Freeman, atribuindo o nome aos grupos sem os quais a organização deixaria de existir. Embora a discussão seja conceitual, há um trato diário de organizações de diferentes portes, estruturas, áreas e perfis com seus stakeholders. Sousa e Almeida (2003, p. 145) entendem que “[…] são os que influenciam a empresa e, em visão mais ampliada, aqueles que são influenciados por ela no curso de suas atividades”. Para eles, os stakeholders podem ser identificados como passivos — ou involuntários, já que “têm direito” sobre a empresa para que não haja infração de liberdades — e ativos — aqueles envolvidos com a organização. Os autores exemplificam dizendo que seriam passivos os acionistas e investidores, as comunidades, as associações empresariais e profissionais, os sindicatos, o governo, as ONGs e a imprensa, enquanto os ativos seriam donos, empregados, consumidores, fornecedores e concorrentes. Há diferentes tipos de pessoas, instituições e órgãos envolvidos todos os dias com a dinâmica de uma empresa, e cada grupo merece um olhar comunicacional. Bueno (2009, p. 121) acrescenta que “[…] na nova cultura da 5Comunicação das organizações comunicação que experimentamos, esses stakeholders aparecem em uma con- figuração mais colaborativa, ou seja, organizações e cidadãos estão buscando estabelecer parcerias para criar, inventar, produzir, comercializar e mesmo distribuir globalmente bens, serviços e sobretudo conteúdos”. Pensar hábitos de informação e comunicação é algo complexo e que requer visão e estratégia. Kunsch (2016) reforça que o cenário está transformado diante da mudança digital, e isso impacta a relação das organizações com diferentes públicos. As empresas têm grupos de públicos diferentes, e isso depende da natureza, do alcance dos seus negócios e do porte da organização. Se uma empresa definiu uma só ideia de público, é importante lembrar que o contexto mudou, junto com hábitos, interesses, práticas, rotinas e dinâmicas. Hoje, com a influência dos meios digitais, a organização conta com milhares de públicos que opinam sobre suas ações, seus produtos e serviços — ou seja, os stakeholders estão no comando, pois querem saber o que uma empresa ou insti- tuição representa. O sucesso da organização está relacionado com o conceito de confiança, exigindo que ela cumpra com seus propósitos, segundo Kunsch (2016). Segundo Bueno (2009), essas mudanças não estão sendo implementadas nas organizações de forma adequada ao ritmo em que as transformações tecnológicas e sociais ocorrem. As mudanças ocorridas no processo de gestão e na indústria da comunicação, em todo o mundo, exigem um novo profissional de comuni- cação para atuar nas empresas e sinalizam desafios enormes para aqueles que se dispuserem a atuar como gestores nessa área. Só há uma certeza: é preciso conviver com a instabilidade e a complexidade. Não há espaço para soluções simplistas e para o improviso. A comunicação empresarial, nesse novo paradigma, é, definitivamente, apenas para os profissionais, conforme destaca Bueno (2009) Bueno (2009) ainda faz um alerta, lembrando que não é possível homo- geneizar a comunicação para um grande público, como se fez outrora tanto na comunicação empresarial quanto na prática de veículos de comunicação ditos de massa. Assim, se criarmos um plano de comunicação, por exemplo, é necessário levar em conta a diversidade, desenvolvendo diferentes mensagens. Ainda conforme Bueno (2009, p. 88): […] vivemos a era da segmentação, da personalização dos contatos, e a comu- nicação deve, obrigatoriamente, incluir essa perspectiva sob pena de perder a eficácia. Considerar que existem públicos internos (e não um público interno) em uma organização é o primeiro passo. A providência seguinte será conhe- cer o perfil e definir as demandas de cada público em particular para que se possam implementar canais e formas de relacionamento (inclusive formatos e discursos) que estejam em sintonia com eles. Comunicação das organizações6 Como reconhecer e identificar quem são os stakeholders? O gestor, o comunicador ou o responsável deve reunir esforços para entender quem está relacionado com a empresa tanto interna quanto externamente. Cada stakehol- der apresenta um grau diferente de influência. Internos versus externos Ao conhecer quem são seus stakeholders e mapear quais são os interesses que cada grupo tem, a empresa poderá desenvolver, manter, melhorar, ampliar ou recuperar a sua imagem. Enquanto a comunicação externa é responsável por focar nas relações junto a públicos, via propaganda, marketing, relações com veículos de comunicação, etc., a comunicação interna compreende diferentes formas de interação e relacionamento dentro de uma organização. Para efetivá- -las, Bueno (2009, p. 88) sugere o seguinte: Cada público deve ser visto em suas particularidades, em suas demandas, em suas expectativas, em sua forma específica de comunicação. O que pode ser razoável para um deles pode ser contraproducente para os demais. Uma newsletter, sem fotos, repleta de informações sobre o mercado, encaminhada via e-mail, pode ser o instrumento adequado para executivos de primeira linha, mas desinteressante ou inatingível para os colegas de outros níveis da estrutura organizacional. É importante compreender ainda que, quanto mais próximo do centro de ações daquela empresa o stakeholder estiver, mais importante e, portanto, mais estratégico na comunicação ele será. No entanto, é um erro definir um padrão de comunicação e segui-lo ininterruptamente, já que cada projeto, ideia e proposta da empresapode contar com fluidez entre os stakeholders. Conceitos relacionados à comunicação nas organizações Para o melhor entendimento das práticas de comunicação nas organizações, nesta seção, serão apresentados os conceitos de comunicação organizacional, comunicação institucional, comunicação empresarial e comunicação corporativa. Comunicação organizacional ou empresarial? Comunicar é transmitir mensagens por meio de um código. Embora a dis- cussão sobre comunicação envolva diversos autores e escopos teóricos, é 7Comunicação das organizações praticamente um senso comum o fato de que a comunicação é uma ferramenta imprescindível para todo tipo de organização, seja para realizar negociações, reuniões, vendas ou propaganda, para criar imagem, para anunciar algo ou para responder clientes/usuários. Inúmeros cursos, palestras, formações e seminários são dedicados à comunicação das empresas. Bueno (2009) alerta, no entanto, que, para resumir a mesma ideia, muitas vezes são utilizadas expressões que não são exatamente sinônimas, e isso pode acabar afetando os limites entre diferentes áreas. Ele lembra que, nas universidades, é mais comum o uso da expressão comunicação organizacional, porque é um termo com maior amplitude. No livro Comunicação Empresarial, o autor fala sobre a sua escolha de termo, por considerá-lo mais frequente. No entanto, Bueno (2009, p. 2) admite que “[…] se a intenção é evocar a co- municação nas organizações em geral, sem quaisquer restrições, certamente Comunicação Organizacional será a expressão mais indicada”. Quando o autor fala sobre restrições, lembra que a comunicação empresarial está mais conectada com a ideia de empresas públicas e privadas, e isso acaba deixando de lado o que ocorre em outras instâncias organizacionais (entidades em geral, ONGs, autarquias etc.). Sinergia Segundo Kunsch (2003), a comunicação organizacional tem diferentes mo- dalidades entre suas atividades: a comunicação institucional, a comunicação mercadológica, a comunicação interna e a comunicação administrativa. Entendemos por comunicação integrada uma filosofia que direciona a con- vergência das diversas áreas permitindo uma atuação sinérgica. Pressupõe uma junção da comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da comunicação interna e da comunicação administrativa, que formam o mix, o composto da comunicação organizacional (KUNSCH, 2003, p. 150). Bueno (2009, p. 3-4) define comunicação empresarial ou organizacional como o “[…] conjunto integrado de ações, estratégias, planos, políticas e produtos planejados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer a relação permanente e sistemática com todos os públicos de interesse”. Colo- cando em pé de igualdade as ideias, temos dentro do leque da comunicação organizacional a comunicação institucional e a mercadológica. A comunicação institucional seria aquela ligada à gestão da imagem e identidade corporativa, ressaltando os aspectos relacionados com “[…] a Comunicação das organizações8 missão, a visão, os valores e a filosofia da organização e contribuindo para o desenvolvimento do subsistema institucional, compreendido pela junção desses atributos”, conforme leciona Kunsch (2003, p. 164-165). Ainda de acordo com a autora, na comunicação institucional, temos como instrumentos a assessoria de imprensa, o jornalismo empresarial, a propaganda institucional, o marketing cultural, entre outros. A assessoria de imprensa, aliás, é relevante para mediar as relações entre públicos e organizações. A comunicação mercadológica, que, em inglês, é nada mais do que marke- ting, envolve manifestações a partir de um objetivo relativo ao mercado. Assim, a mensagem é desenvolvida para um consumidor e dentro de um grupo de canais para acessar esse consumidor, usando diferentes ferramentas, inclusive a internet. Kunsch (2003) também destaca a comunicação interna, que é um setor planejado para possibilitar a interação entre a organização e quem atua nela. Para a autora, quando a comunicação interna se desenvolve dentro da ideia de comunicação integrada, há uma tendência de que as outras áreas da comunicação também funcionem melhor. A qualidade da comunicação interna passa pela disposição da direção em abrir as informações; pela autenticidade, usando a verdade como princípio; pela ra- pidez e competência; pelo respeito às diferenças individuais; pela implantação de uma gestão participativa, capaz de propiciar oportunidade para mudanças culturais necessárias, pela utilização das novas tecnologias; pelo gerenciamento de pessoal técnico especializado, que realize efetivamente a comunicação de ir e vir, numa simetria entre chefias e subordinados (KUNSCH, 2003, p. 160). Por último, Kunsch (2003) faz referência à comunicação administrativa, que seria aquela relativa a conteúdos do cotidiano da administração da empresa, para ajudar as áreas de planejamento. É a comunicação relacionada com fluxos e redes formais e informais de comunicação, que ajudam o sistema da organização a funcionar. É possível encontrar diferentes abordagens para diferentes conceitos. Al- guns autores de diferentes campos, inclusive, trazem a ideia de comunicação corporativa em vez de organizacional. Bueno (2009, p. 10) reflete, no entanto, que a comunicação empresarial caminha para assumir a ideia de comunicação integrada, “[…] com uma articulação estreita entre os vários departamentos/ áreas e profissionais que exercem atividades de comunicação nas empresas ou entidades”. O autor ainda entende que, a partir disso, a ideia de comunicação institucional e comunicação mercadológica como distintas se desfaz, já que pensar imagem e venda de produtos e serviços está, fundamentalmente, ligado à imagem, à identidade, à visão e à missão de uma empresa ou organização. 9Comunicação das organizações O professor e pesquisador Wilson Bueno fala mais sobre o contexto da pesquisa na área de comunicação empresarial no Brasil no vídeo disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/7iKyH ARGENTI, P. Comunicação empresarial: a construção da identidade, imagem e reputação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BUENO, W. C. Comunicação empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. DAVENPORT, T. H.; BECK, J. C. A economia da atenção. Rio de Janeiro: Campus, 2001. KUNSCH, M. M. K. (org.). Comunicação organizacional estratégica: aportes conceituais e aplicados. São Paulo: Summus Editorial, 2016. KUNSCH, M. M. K. (org.). Comunicação organizacional: histórico, fundamentos e pro- cessos. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. v. 1. KUNSCH, M. M. K. A Dimensão humana da comunicação organizacional. In: KUNSCH, M. M. K. (org.). A Comunicação como fator de humanização das organizações. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2010. KUNSCH, M. M. K. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. 4. ed. São Paulo: Summus Editorial, 2003. SOUSA, A. F.; ALMEIDA, R. J. Planejamento e controle financeiro na perspectiva da teoria dos stakeholders. Revista de Administração. São Paulo, v. 38, n. 2, p. 144-152, 2003. Dispo- nível em: http://www.spell.org.br/documentos/ver/16725/planejamento-e-controle- -financeiro-na-perspectiva-da-teoria-dos-stakeholdres/i/pt-br. Acesso em: 6 jan. 2020 Leituras recomendadas PEREIRA, C. Planejamento de comunicação: conceitos, práticas e perspectivas. Curitiba: Intersaberes, 2017. WOOD, D. J. Business and society. Pittsburgh: Harper Collins, 1990. Comunicação das organizações10 Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 11Comunicação das organizações
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