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AnÃlise morfomÃtrica de bacias (1)

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Marcia Regina Gomes de Jesus Soares & Jorge Luiz Moretti de Souza 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 19
ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PEQUENO EM SÃO 
JOSÉ DOS PINHAIS (PR) 
 
MORPHOMETRIC ANALYSIS OF THE RIVER PEQUENO WATERSHED IN THE CITY OF 
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, PARANÁ STATE, BRAZIL 
 
 
Marcia Regina Gomes de Jesus Soares 
Geógrafa. Mestre em Ciência do Solo (UFPR). Doutoranda em Geografia (UFPR). Professora Adjunto da Universidade Tuiuti do 
Paraná (UTP). 
 
Jorge Luiz Moretti de Souza 
Engenheiro Agrícola. Doutor em Irrigação e Drenagem (USP). Professor Associado da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
 
 
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise dos parâmetros 
morfométricos do relevo e da rede de drenagem da bacia do Rio Pequeno, situada no município de 
São José dos Pinhais – Estado do Paraná, possuindo área aproximada de 128 km2, visando dar 
subsídios às diretrizes básicas de ação ambiental sustentáveis. O cálculo dos índices e parâmetros 
morfométricos foi realizado baseando-se em imagens de satélite, cartas topográficas e programas 
especializados. Os resultados obtidos permitiram verificar que a bacia apresentou: (a) controle pela 
geologia, determinada principalmente pelo rio principal; (b) alta densidade de rios e de drenagem 
concentrados na porção superior da bacia (alto e médio cursos) com solos de baixa permeabilidade 
(cambissolo e neossolo). 
 
Palavras-chave: Morfometria, hidrografia, planejamento ambiental, Bacia Hidrográfica do Rio 
Pequeno. 
 
ABSTRACT: This study aimed to conduct an analysis of morphometric parameters of the network 
topography and drainage for the Pequeno watershed, located in São José dos Pinhais - State of 
Paraná, with approximate area of 128 km2, targeting subsidies to the guidelines basic sustainable 
environmental action. The calculation of indices and morphometric parameters were performed based 
on satellite images, topographic charts and specialized programs. The results showed that the basin 
had: (a) control the geology, determined mainly by the main river; (b) high density of rivers and 
drainage concentrated in the upper basin of the (upper and middle courses) with low permeability soils 
(Cambisol and Typic). 
 
Keywords: Morphometry, hydrography, environmental planning, Watershed of the River Pequeno. 
INTRODUÇÃO 
Estudos relacionados à rede hidrográfica sempre foram muito importantes para 
Geomorfologia, pois os cursos d’água constituem um dos processos mais ativos na 
formação da paisagem terrestre (ANTONELLI & THOMAZ, 2007; PISSARRA et al., 2004; 
REIS NAKASHIMA, 2001; SANTOS & SOBREIRA, 2008; TEODODO et al., 2007). A 
morfometria possibilita uma análise quantitativa, usando valores exatos de um conjunto de 
parâmetros para obter as principais características de uma área de estudo. Quando aplicada 
em estudos de bacias hidrográficas, a morfometria possibilita uma abordagem quantitativa, 
com vista a uma análise areal, linear e hipsométrica (CHRISTOFOLETTI, 1980). 
Segundo Antonelli & Thomaz (2007), a combinação dos diversos dados 
morfométricos permite a diferenciação de áreas homogêneas. Esses parâmetros podem 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 20 
revelar indicadores físicos específicos para um determinado local, de forma a qualificarem 
as alterações ambientais. Destaca-se também sua importância nos estudos sobre 
vulnerabilidade ambiental em bacias hidrográficas. 
A análise morfométrica de bacias hidrográficas, por meio das características 
geomorfológicas associadas ao relevo e à rede de drenagem, possibilita a identificação de 
suas características gerais. Essas medidas podem servir como um referencial para o 
planejamento ambiental e proposta de reestruturação regional, com o intuito de auxiliar a 
tomada de decisão de projetos envolvendo o uso de recursos físicos na região. A Região 
Metropolitana de Curitiba concentrará porções cada vez mais expressivas da população 
estadual. Paraná (2000) mostra que enquanto a população total do Paraná apresentou 
acréscimo de mais de um milhão e quinhentos mil habitantes entre 1996 e 2010, a 
população da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) apresentou acréscimo próximo a um 
milhão e trezentos mil habitantes no mesmo período. Além disso, a população cresce na 
RMC em um ritmo superior ao de Curitiba. Em 1980, 71% da população da Região 
Metropolitana concentrava-se em Curitiba, enquanto que em 1991, a população caiu para 
64% e, em 2000, o índice foi de 58%. Para o ano de 2010 apenas 50% da população 
encontrava-se residindo em Curitiba. 
Os dados apresentados apontam para uma preocupante perspectiva futura, 
cujos reflexos não se limitarão ao município de Curitiba, pois a maior parte da população 
não estará nela fixada, mas na RMC. De acordo com Teodoro et al. (2007), a análise de 
aspectos relacionados à drenagem, relevo e geologia pode levar à elucidação e 
compreensão de diversas questões associadas à dinâmica ambiental local. Cabe lembrar 
que nenhum desses índices, isoladamente, deve ser entendido como capaz de simplificar a 
complexa dinâmica da bacia, a qual inclusive tem magnitude temporal. 
O processo de extração das variáveis numéricas pode ser feita com a utilização 
direta de um mapa topográfico ou automaticamente, a partir de modelos numéricos de 
terrenos (MNTs), utilizando-se das ferramentas disponíveis em grande parte do sistema de 
informações geográficas (JESUS, 2004). 
Segundo Christofoletti (1980), a análise morfométrica de bacias hidrográficas 
pode ser dividida em quatro itens, sendo: (a) a ordenação ou hierarquização da rede de 
drenagem; (b) a análise linear da rede de drenagem compreendendo as medições efetuadas 
ao longo das linhas de escoamento; (c) análise areal da bacia hidrográfica, englobando 
vários índices que utilizam medições planimétricas, além das lineares; e, (d) análise 
hipsométrica compreendendo a distribuição altimétrica da bacia. 
Marcia Regina Gomes de Jesus Soares & Jorge Luiz Moretti de Souza 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 21
A morfometria de drenagem é um tipo de avaliação quantitativa que privilegia, 
como objeto de análise, as informações físico-naturais presentes na estrutura morfológica 
de uma bacia hidrográfica. Nessa lógica, o arranjo estabelecido entre a área da bacia ou 
setores que a compõem, o número de canais existentes e o gradiente altimétrico, são alguns 
dos elementos que a metodologia leva em consideração (RINCO & MENEZES, 2003). 
Vários índices podem ser definidos para descrever as propriedades lineares e de área de 
uma bacia hidrográfica. Alguns deles são medições diretas, como por exemplo, o 
comprimento do rio principal e a área da bacia. Outros índices são relações entre medidas 
de alguns componentes da bacia, como por exemplo, a densidade de drenagem (relação 
entre comprimento total dos canais de drenagem e a área da bacia) e a densidade de canais 
(relação entre o número de canais e a área da bacia). Alguns índices guardam certa 
subjetividade, como o comprimento da bacia que pode ser definido de diversas maneiras. 
Por fim, alguns índices resultam de combinações de outros índices, como por exemplo, o 
índice de rugosidade, produto da amplitude altimétrica e da densidade de drenagem 
(CHRISTOFOLETTI, 1980). 
O presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise dos parâmetros 
morfométricos do relevo e da rede de drenagem da bacia do Rio Pequeno, situada no 
município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, visando dar subsídios às diretrizes 
básicas de ação ambiental sustentáveis. 
MATERIAIS E MÉTODOS 
A área de estudo do presente trabalho compreende a bacia do rio Pequeno, que 
está localizada no município de São José dos Pinhais, Paraná, com área aproximada de 128 
km2,ocupando 14% da área total do município (figura 1). A bacia hidrográfica do Rio 
Pequeno pertence à bacia hidrográfica do Altíssimo Iguaçu, tendo suas nascentes na região 
conhecida como mananciais da serra (porção ocidental do início da serra do mar), 
atravessando o norte do município de São José dos Pinhais, sudeste de Curitiba, Estado do 
Paraná. A orientação principal da drenagem se dá no sentido leste-oeste. Em sua porção 
sudoeste próxima a sede do município de São José dos Pinhais, ocorre um dos principais 
focos de expansão urbana da RMC (BRISKI, 2004). 
As principais ocorrências geológicas da bacia hidrográfica do Rio Pequeno 
consistem na Formação Guabirotuba (18%), Complexo Gnáissico Migmatítico (56%), 
Complexo Granítico Gnáissico, Aluviões Atuais (23%) e Terraços Aluvionares (1%) 
(CHUEH, 2004). 
 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 22 
Figura 1 - Mapa da localização geográfica da bacia hidrográfica do rio Pequeno. 
 
Segundo a classificação de Wladimir Köeppen, o clima do Município de São 
José dos Pinhais classifica-se como Cfb – Clima subtropical úmido mesotérmico, de verões 
frescos e com ocorrência de geadas severas e freqüentes, não apresentando estação seca. 
A média das temperaturas dos meses mais quentes é inferior a 22ºC e a dos meses mais 
frios é inferior a 18ºC. Chove o ano todo, com precipitações mensais superiores aos 60 mm, 
mesmo nos meses mais secos. A umidade aumenta com a proximidade da Serra do Mar 
(CHUEH, 2004). 
Utilizando uma classificação generalizada, a área de estudo é compreendida por 
dois grandes agrupamentos vegetacionais (IBGE, 1992): à oeste, a Floresta Ombrófila Mista 
(FOM); e, à leste a Floresta Ombrófila Densa (FOD). Também há grande ocorrência de 
campos e capões. 
Para realizar o levantamento das principais características do meio físico da 
Bacia do Rio Pequeno foram utilizados os seguintes materiais: (a) Levantamento 
planialtimétrico em formato vetorial (DWG), com curvas de nível equidistantes de 5,0 metros, 
baseando-se em cartas na escala 1:10.000 da COMEC, ano 1976 (figura 2); (b) 
Informações geológicas de São José dos Pinhais, na escala 1:100.000 (CHUEH, 2004); (c) 
Marcia Regina Gomes de Jesus Soares & Jorge Luiz Moretti de Souza 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 23
Fotografias aéreas coloridas da SUDERHSA-PR, na escala aproximada de 1:30.000, do dia 
20 de junho de 2000; (d) Levantamento de Solos da Bacia do Rio Pequeno, na escala 
1:100.000 (CHUEH, 2004); (e) Duas imagens do satélite LANDSAT TM5, dos anos 2000 e 
2006); (f) Software SPRING versão 4.2 desenvolvido pelo INPE; (g) Computador; (h) Mesa 
digitalizadora Digigraf, modelo Van Gogh, tamanho A1; e, (i) Scanner de mesa tamanho A4. 
 
Figura 2 - Delimitação da área e rede hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Rio 
Pequeno, compartimentação em alto, médio e baixo cursos e suas curvas de nível. 
 
As variáveis numéricas para a bacia foram obtidas automaticamente, a partir de 
modelos numéricos de terrenos (MNTs), por meio de ferramentas disponíveis em grande 
parte do sistema de informações geográficas (JESUS, 2004). Assim, utilizou-se o software 
SPRING para o levantamento das informações cartográficas digitais. Para maior precisão 
dos resultados, a bacia hidrográfica do Rio Pequeno foi compartimentada (zoneada) em alto, 
médio e baixo cursos (figura 2). 
Para realizar a compartimentação da bacia do rio Pequeno, foram utilizados os 
critérios hidrográficos (densidade hidrográfica e de rios, e linha do divisor de águas), a 
hipsometria (figura 2) e a elaboração do perfil longitudinal do rio principal (figura 4). O perfil 
permitiu a identificação das alterações significativas na declividade do leito do rio Pequeno. 
Em seguida, foi definida a linha divisória entre os setores alto, médio e baixo cursos. As 
áreas de cada compartimentação estão apresentadas no quadro 1. 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 24 
Compartimentação Área (km2) Percentagem (%) 
Alto Curso 20,05 16 
Médio Curso 60,41 47 
Baixo Curso 48,22 37 
Bacia Rio Pequeno 128,68 100 
Quadro 1 - Área da bacia hidrográfica do rio Pequeno por compartimentação. 
 
Para a determinação da morfometria da bacia do rio Pequeno, foram levantados 
dados como: ordem de canais, de acordo com o esquema de ordenação de Strahler (1974); 
número de canais; perímetro total da bacia; altitudes máxima, média e mínima; dimensão do 
perfil longitudinal total; diferença entre altitudes máxima e mínima da área drenada; 
diferença em metros ao longo do perfil longitudinal; e, área total da bacia. Estes dados foram 
utilizados para o cálculo de parâmetros morfométricos tais como: densidade hidrográfica; 
densidade de drenagem; gradiente de canais; relação de relevo; coeficiente de manutenção; 
índice de circularidade; e, índice de sinuosidade. A base de dados cartográficos foi 
constituída a partir de mapas digitais do levantamento planialtimétrico elaborados pela 
COMEC, e georreferenciados com um GPS. Os mapas foram gerados em formato digital 
utilizando-se softwares de Sistema de Informação Geográfica (SIG) denominado SPRING. 
Os parâmetros morfométricos referentes à análise linear (CHRISTOFOLETTI, 
1980), areal e hipsométrica da rede hidrográfica da bacia do rio Pequeno, foram calculados 
com as equações específicas apresentadas no quadro 2. Foram avaliados, também, os 
índices de cobertura da bacia por compartimento (alto, médio e baixo cursos). Para a 
avaliação, mapearam-se os tipos de cobertura (mata, capoeira, campo, agricultura e áreas 
urbanas). Mediram-se as áreas de cada unidade e ponderaram-se os resultados, atribuindo 
pesos (quadro 2). Maiores detalhes sobre o levantamento podem ser encontrados em 
Soares (2008). 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A bacia do rio Pequeno possui 128 km2 de área de drenagem, 23,2 km de eixo e 
72,7 km de perímetro (quadro 3). A altitude da bacia variou de 800 m a 1.100 m. Verificou-
se a existência de hierarquia fluvial de 5ª ordem pela classificação de Strahler (1974) 
(quadro 4 e figura 3). A bacia apresentou 758 segmentos com extensão total de 337 km, 
sendo: 157 km de extensão para os 580 segmentos de primeira ordem; 79 km para 136 
segmentos de segunda ordem; 39 km para 33 segmentos de terceira ordem; 13 km de 
extensão para oito segmentos de quarta ordem; e, 49 km de extensão para o segmento de 
quinta ordem (figura 3). 
Marcia Regina Gomes de Jesus Soares & Jorge Luiz Moretti de Souza 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 25
Parâmetro morfométrico Equação Variáveis 
(a) Análise linear da rede hidrográfica 
Rlm – relação entre os 
comprimentos médios dos 
canais de cada ordem 
(adimensional) 1−
=
w
w
Lm
LmRlm 
Lmw – comprimento médio dos canais de 
determinada ordem (km); Lmw-1 – 
comprimento médio dos canais de ordem 
imediatamente inferior (km). 
L – comprimento do rio principal 
(km) L 
Distância da nascente mais distante até a foz 
(km) 
Eps – extensão do percurso 
superficial (km) Dd
Eps
⋅
=
2
1
 
Dd – densidade de drenagem (km km–2). 
 
G – gradiente dos canais (%) 
100)( ⋅−=
L
hHG 
H – altitude da nascente (m); h – altitude da 
foz (m); L – Comprimento do rio principal 
(km). 
Isin – índice de sinuosidade 
(adimensional) Lt
LI =sin 
L – comprimento do rio principal (km); Lt – 
comprimento do eixo da bacia (km). 
Lm – comprimento médio dos 
rios (km) Nu
LuLm = 
Lu – extensão total dos rios (km); Nu – 
número total de rios (quantidade). 
(b) Análise areal da rede hidrográfica 
A – Área da bacia (m2 ou km2) 
A 
refere-se a toda área drenada pelo conjunto 
do sistema fluvial, fornecida em m2 ou km2, 
principalmente. 
Ff – fator forma da bacia 
(adimensional) 2L
AFf = 
A– área da bacia (km2); L – comprimento do 
eixo (km). 
Kc – índice de compacidade 
(adimensional) 
A
PKc
⋅
=
π2
 
P – perímetro da bacia (km); A – área da 
bacia (km2). 
Dr – densidade de rios (rios km–
2) A
NDr = 
N – número de nascentes (quantidade); A – 
área da bacia (km2). 
Dd – densidade de drenagem 
(km km–2) A
LtDd = 
Lt – comprimento total dos canais (km); A – 
área da bacia (km2). 
Cm – coeficiente de manutenção 
(m2 m–1) 1000
1
⋅=
Dd
Cm 
Dd – densidade de drenagem (km km–2). 
(c) Análise hipsométrica da rede hidrográfica 
Hm – amplitude altimétrica 
máxima da bacia (m) 
AFANHm −= AF – altitude da foz (m); NA – altitude do 
ponto mais alto do divisor topográfico (m). 
Rr – relação de relevo (m m–1) 
Lb
HmRr = 
Hm – amplitude topográfica máxima (m); Lb 
– comprimento da bacia (m). 
Ir – índice de rugosidade 
(adimensional) 
Ir = H ⋅ Dd H – amplitude altimétrica (km); Dd –
densidade de drenagem (km km–2). 
Tt – textura topográfica 
(adimensional) 115,1
6582462,1
Dd
Tt = 
Dd – densidade de drenagem (km km–2). 
(d) Índice de cobertura da bacia por compartimento (alto, médio e baixo cursos) 
Ics – índice de cobertura do solo 
(adimensional) 
A
pAu
Ics
n
i
ii∑
=
⋅
= 1 
Aui – área de cada i-ésimo tipo ou unidade 
de cobertura (km2); p – pesos de cada i-
ésimo tipo ou unidade de cobertura – mata: 
1, capoeira: 0,7, campo: 0,6, agricultura: 0,4 
e áreas urbanas: 0,1 (adimensional); A – 
área total da bacia (km2); n – número de 
tipos ou unidades de cobertura (unidade). 
Quadro 2 - Equações utilizadas para o cálculo dos parâmetros morfométricos referentes à análise 
linear, areal e hipsométrica da rede hidrográfica. 
 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 26 
Parâmetro Valores e unidades Parâmetro 
Valores e 
unidades 
Ordem da bacia 5ª Coeficiente de manutenção 383,14 m2 m–1 
Perímetro 72,72 km Textura topográfica 0,5689 
Área de drenagem 128,68 km2 Fator forma 0,24 
Eixo da bacia 23,2 km Índice de compacidade 1,8 
Comprimento do canal 
principal 56,4 km Altitude máxima 1100 m 
Comprimento médio dos 
canais 0,44 km Altitude mínima 800 m 
Densidade de drenagem 2,61 km km–2 Amplitude altimétrica 300 m 
Densidade de rios 4,51 rios km–2 Comprimento total dos canais 337 km 
Extensão percurso superficial 0,19 km Número de canais 758 
Índice de sinuosidade 2,43 Gradiente canal principal 0,53% 
Relação de relevo 10,32 km km–1 Gradiente canais margem direita 0,16% 
Índice de rugosidade 783 Gradiente canais margem esquerda 0,30% 
Quadro 3 - Parâmetros morfométricos (areal, linear e hipsométrico) da bacia do rio Pequeno. 
 
 
Número de 
segmentos 
Relação de 
bifurcação (Rb) 
Comprimento médio 
dos canais de cada 
ordem 
Relação entre 
comprimento médio 
dos canais (Rlm) Ordem 
(unidade) (adimensional) (km) (adimensional) 
1ª 580 — 0,27 — 
2ª 136 4,26 0,58 2,15 
3ª 33 4,12 1,17 2,02 
4ª 8 4,13 1,61 1,38 
5ª 1 8,00 49,01 30,44 
Total 758 52,37 
Quadro 4 - Parâmetros morfométricos da bacia do rio Pequeno, segundo Horton (1945). 
 
 
Figura 3 - Classificação da hierarquia fluvial pelo método de Strahler (1974), no curso 
superior da bacia do rio Pequeno. 
 
Marcia Regina Gomes de Jesus Soares & Jorge Luiz Moretti de Souza 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 27
Os parâmetros calculados para a análise morfométrica da bacia do rio Pequeno 
indicaram controle geológico, pois ocorreram distorções significativas na composição das 
séries geométricas, devido ao controle lito-estrutural (GARBOSSA, 2003). Esse fato se 
confirma na rede hidrográfica em estudo pelos resultados obtidos, em que o controle do 
substrato geológico foi bastante evidenciado no desenvolvimento do comprimento médio do 
canal de 5a ordem (Rm = 49,01 km), bem como na relação de bifurcação, em que ocorreu 
distúrbio muito significativo (Rb = 8). Analisando o quadro 5 nota-se que esse fato se 
caracteriza a partir do Médio (Rm = 20,7 km) e Baixo (Rm = 25,4 km) curso da bacia, na 
linha dos canais de 5a ordem. Em relação aos demais canais, os resultados obtidos 
indicaram que a rede de drenagem da bacia do rio Pequeno é controlada principalmente 
pelo canal de 5ª ordem (JESUS, 2004). O comprimento médio dos canais de 1ª ordem, em 
relação às demais ordens, confirma o pressuposto de que existe uma progressão 
geométrica direta com o aumento da ordem, seguindo a segunda lei hortoniana, 
evidenciando a tendência natural dos canais de primeira ordem serem mais curtos (MILANI 
& CANALI, 2000). 
Conforme evidenciado pelo mapa geológico (figura 4), o rio Pequeno apresenta 
padrão de drenagem predominantemente dendrítico e vales abertos, relacionado às 
características geológicas e geotectônicas da área, sendo, portanto, importante elemento 
diagnóstico e interpretativo. Constitui um padrão em que os talvegues possuem variados 
comprimentos e não têm nenhuma orientação preferencial, ou uma organização sistemática 
(MELLO et al., 2005). 
 
Figura 4 - Mapa geológico da bacia do rio Pequeno contendo as principais 
ocorrências geológicas. 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 28 
------- Alto Curso ------- ------ Médio Curso ------ ----- Baixo Curso ----- 
Ordem NC * 
(unidade) 
CS * 
(km) 
CM* 
(km) 
NC * 
(unidade) 
CS * 
(km) 
CM * 
(km) 
NC * 
(unidade) 
CS * 
(km) 
CM * 
(km) 
1ª 152 35,3 0,23 350 90,9 0,26 78 30,8 0,39 
2ª 33 16,8 0,51 81 44,2 0,54 22 18,0 0,82 
3ª 10 10,2 1,02 17 22,7 1,34 6 6,1 1,02 
4ª 3 5,9 1,97 4 6,0 1,5 1 1,1 1,1 
5ª 1 2,9 2,9 1 20,7 20,7 1 25,4 25,4 
Quadro 5 - Parâmetros morfométricos da bacia do rio Pequeno por compartimento, segundo Horton 
(1945). (*Legenda: NC – nº de canais; CS – comprimento de cada segmento (km); CM – comprimento 
médio (km)). 
 
A Extensão do Percurso Superficial (Eps) representa a distância média 
percorrida pelas enxurradas antes de encontrar um canal permanente. A bacia do rio 
Pequeno, como um todo, apresentou Extensão do Percurso Superficial (Eps) de 190 metros. 
A Eps apresentou maior valor para o baixo curso (296 m) do que para o alto (141m) e médio 
(164m) compartimento, devido à concentração das declividades baixas e de solos com baixo 
grau de infiltração nesse setor (quadro 6). O valor de Eps (190 m) se relaciona com o índice 
de textura topográfica, que para bacia hidrográfica do rio Pequeno é considerado baixo (Tt = 
0,5689), por apresentar espaçamento estreito entre os cursos d´água. Essa característica 
vem confirmar o escoamento rápido das águas pluviais para os canais que integram a bacia 
(POLITANO & PISSARRA, 2003). 
 
Compartimento Eps * (km) 
G * 
(%) 
Cm * 
(m2 m–1) 
Rr * 
(km km–1) 
Dd * 
(km km–2) 
Dr * 
(rios km–2) 
Alto Curso 0,141 20,45 281,69 29,03 3,55 7,58 
Médio Curso 0,164 4,50 327,87 7,58 3,05 5,79 
Baixo Curso 0,296 4,72 591,72 11,01 1,69 1,61 
Bacia do Rio 
Pequeno 0,190 0,53 370,37 12,9 2,70 4,50 
Quadro 6 - Parâmetros morfométricos da bacia do rio Pequeno por compartimento, segundo Horton 
(1945). (*Legenda: Eps – extensão do percurso superficial; G – gradiente de canais; Cm – coeficiente 
de manutenção; Rr – relação de relevo; Dd – densidade de drenagem; Dr – densidade de rios.) 
 
O grau de inclinação do rio Pequeno, representado pelo resultado do gradiente 
do canal principal (G = 0,53%), indicou, de forma generalizada, caimento suave e baixa 
declividade da bacia. Sem considerar outros fatores, o tipo de gradiente verificado permite 
que a velocidade da água seja menor, contribuindo para que a erosão também seja menor 
na bacia. Entretanto, ao analisar o quadro 6, verificou-se para os diferentes compartimentos 
da bacia (alto, médio e baixo cursos) que a maior concentração da inclinação do relevo 
ocorreu no terço superior da área em estudo (G = 20,45%).Nesse setor a fragilidade natural 
é mais evidente e os processos erosivos mais acentuados devido à concentração de alta 
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Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 29
declividade. Essa situação pode ser visualizada no perfil longitudinal da bacia apresentado 
na figura 5, permitindo verificar como ocorre o caimento do terreno da nascente até foz do 
rio principal. Para Santos (2005), a baixa velocidade da água devido à declividade pode agir 
como agravante na ocorrência de enchentes da bacia hidrográfica. Por outro lado, o 
escoamento rápido, também implica na aceleração do processo de retirada do solo, 
ocasionado pela erosão. Portanto, verifica-se que é imprescindível o equilíbrio entre 
infiltração e escoamento superficial, bem como a preservação da vegetação, para que as 
áreas não impermeabilizadas tornem-se passíveis dos processos erosivos. 
 
Figura 5 - Perfil longitudinal da bacia do rio Pequeno. 
 
Analisando o relevo, conforme mostrado na figura 6, por meio dos graus de 
inclinação das margens esquerda (0,30%) e direita (0,16%) da bacia do rio Pequeno, 
verificou-se a existência de setores mais íngremes na margem esquerda. Dessa forma, a 
bacia caracterizou-se por ser assimétrica, ou seja, as vertentes da margem esquerda 
predominantemente possuem gradientes de inclinação mais fortes, quando comparado aos 
gradientes das vertentes da margem direita. Na margem esquerda há o predomínio de 
relevo ondulado, enquanto na margem direita predominam áreas com relevo suave 
ondulado. A diferença de declividade entre margens esquerda e direita pressupõe 
escoamento superficial diferenciado para cada margem da bacia hidrográfica. 
O resultado para o índice de sinuosidade (Isin = 2,43) indicou para os rios da 
bacia, principalmente para o rio principal, que eles possuem tendência a serem sinuosos. 
Valores inferiores a 2,0 indicam a presença de canais retilíneos, com pequena capacidade 
de acúmulo de sedimentos (JESUS, 2004). O rio Pequeno apresenta, em vários trechos, 
acúmulo de sedimentos e processos erosivos devido à sinuosidade, intensificados pela ação 
antrópica, principalmente no curso inferior do rio, próximo à foz. 
 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 30 
Figura 6 - Representação do relevo sombreado da bacia do Rio Pequeno. 
 
Os valores dos parâmetros calculados para a análise morfométrica, referentes à 
análise areal da bacia do rio Pequeno, permitiram verificar que: 
(a) O fator forma (Ff = 0,24), que apresentou valor próximo à zero, e o índice de 
compacidade (Kc = 1,8) indicaram que a bacia possui forma alongada, com 
baixa propensão à ocorrência de cheias momentâneas (BRISKI, 2004; 
GARBOSSA, 2003; JESUS, 2004); 
(b) A densidade de drenagem (Dd) confirma o alto grau de dissecação 
topográfica, sendo um bom indicador da impermeabilidade do solo. De acordo 
com a distribuição dos solos na bacia do rio Pequeno, conforme figura 7, o 
resultado obtido é coerente com os solos das nascentes da bacia (Cambissolo), 
que apresentam maior impermeabilidade em relação aos demais solos da área 
estudada, principalmente pela associação à alta declividade, dominando assim o 
escoamento superficial em relação à infiltração. Já os solos arenosos, são mais 
permeáveis e, com isso, apresentam densidade de drenagem menor. Segundo 
Alcântara & Amorim (2005), os parâmetros para a interpretação da Dd podem 
variar de 0,5 km km–2, para bacias com drenagem pobre, a 3,5 km km–2, para 
bacias excepcionalmente bem drenadas. Baseando-se nessas informações, e 
relacionando a Dd com a Dr (quadro 6) da bacia do rio Pequeno, que 
apresentaram valores altos, 2,7 km km–2 e 4,5 rios km–2, respectivamente, 
verificou-se realmente a existência de desequilíbrio entre infiltração e 
escoamento superficial. Os resultados obtidos, principalmente para Dr, indicam 
grande riqueza de cursos d’água. Na região do curso superior da bacia do rio 
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Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 31
Pequeno, o número de canais de 1ª ordem é maior, o que eleva a Dd e Dr 
consideravelmente para 3,55 km km–2 e 7,58 rios km–2, respectivamente. Esse 
fato se deve principalmente a predominância dos Cambissolos – solos em 
formação, muito frágeis devido à sua capacidade de se desprender pelo impacto 
das gotas de chuva. Também pelo fato de ser um solo que, associado à alta 
declividade, produz selamento superficial, dificultando a infiltração de água e 
propiciando o aumento do escoamento superficial. Em conseqüência ao 
escoamento, a erosão também contribui para que a densidade de rios seja alta 
na área (MELLO et al., 2005). Nos locais com predominância do Latossolo, por 
exemplo, o número de canais diminuiu. Mesmo possuindo teor elevado de argila, 
esse fato ocorre porque se trata de um solo mais poroso, e, conseqüentemente, 
mais propenso à infiltração. Vale ressaltar também, que a declividade dos canais 
da bacia do rio Pequeno é baixa, do curso médio a inferior, principalmente nas 
áreas de planície, o que pode facilitar a infiltração; 
(c) O coeficiente de manutenção (Cm) estabelece a área mínima necessária 
para a manutenção de um metro de canal de escoamento, para que a qualidade 
hídrica seja mantida em seus valores físicos, químicos e biológicos (SCHUMM, 
1956). É considerado um dos índices mais importantes do sistema de drenagem 
em termos de planejamento ambiental de bacias hidrográficas. No caso da bacia 
do rio Pequeno como um todo, o valor de Cm foi igual a 370,37 m2 m–1, sendo 
que o compartimento baixo da bacia apresentou Cm maior que o alto e médio 
cursos (quadro 6), indicando que esse compartimento necessita de maior área 
para manter os canais com qualidade. No entanto, o uso e ocupação da área 
com atividades antrópicas são intensos nesse compartimento. Como a 
densidade de drenagem e de rios foi alta, o valor encontrado de Cm mostra que 
o uso e ocupação da bacia devem ser realizados com restrições, levando-se em 
consideração seus aspectos de fragilidade ambiental e potencial de uso do solo, 
para a utilização adequada dos recursos (JESUS, 2004); 
(d) A amplitude altimétrica (Hm) da bacia ficou em 300 m. Relacionando esse 
resultado com os valores para o gradiente do canal principal (G = 0,53%) e eixo 
da bacia (23,2 km), verificou-se que a maior concentração da inclinação do 
terreno (98%) está na parte do terço superior a médio da bacia, sendo que 
apenas 2% ocorreu no terço inferior. Os resultados obtidos confirmam uma 
dispersão da energia hidráulica superficial, com índices energéticos maiores nos 
terços superior e médio, diminuindo gradativamente em seu terço inferior, 
favorecendo a ocorrência de vazão lenta na sua jusante, em função da 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 32 
amplitude altimétrica (BRISKI, 2004). Na figura 8 estão apresentados os perfis 
transversais da bacia do rio Pequeno nos cursos superior, médio e inferior, 
respectivamente, dando uma noção do relevo da área. 
 
Figura 7 - Mapa de solos da bacia hidrográfica do rio Pequeno, 
reclassificado conforme o novo sistema brasileiro de classificação de 
solos da EMBRAPA (1999). 
 
Analisando o perfil transversal da área (figura 8), verificou-se que a maioria dos 
vales da bacia do rio Pequeno ocorre em forma de U. Isto se deve à baixa inclinação da 
bacia, principalmente nos terços médio à inferior, o que proporciona à área uma vazão lenta, 
possuindo baixo potencial erosivo. O valor da relação de relevo (Rr = 12,9 km km–1) e o 
índice de rugosidade (Ir = 783) para a bacia, como um todo, foram baixos e concentraram-seno compartimento superior da bacia, com Rr = 29,03 km km–1 (quadro 6). Esse fato indica 
vertentes curtas e confirma baixa probabilidade natural de ocorrerem cheias relâmpagos 
(JESUS, 2004). 
Os valores obtidos com os cálculos de índice de cobertura da bacia (Ics), para 
cada compartimento, estão apresentados nos quadros 6, 7 e 8. A avaliação dos resultados 
a partir da classificação de áreas com diferentes respostas aos aspectos determinantes da 
fragilidade pelo índice de cobertura do solo (Ics) mostrou, de modo geral, que a bacia do rio 
Pequeno possui susceptibilidade moderada aos processos naturais desestabilizadores, 
relativos à movimentação de massa, assoreamento do leito do rio e processos erosivos, 
com Ics de 61%. No entanto, analisando os dados por compartimento, nota-se que a 
fragilidade da bacia concentra-se no seu baixo curso (Ics = 44%). Conforme os resultados 
para o alto e o médio curso da bacia, o Ics foi de 79% e 68%, respectivamente, tendo em 
Marcia Regina Gomes de Jesus Soares & Jorge Luiz Moretti de Souza 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 33
vista a baixa ocorrência de áreas urbanas nos compartimentos, além de boa parte da área 
estar revestida de cobertura vegetal. 
 
(a) (b) 
(c) 
Figura 8 - Perfis transversais da bacia do rio Pequeno: (a) curso superior; (b) curso médio; e, (c) 
curso inferior. 
 
 
Usos Área (km2) 
Percentagem 
(%) 
Mata Florestas 25,60 20 
Capoeira 40,96 32 
Campo ou pastagem 19,20 15 
Agricultura 26,88 21 
Áreas urbanas 15,36 12 
Total 128,00 100 
Quadro 7 - Uso e cobertura do solo da bacia do rio Pequeno no ano de 2006. 
 
 
------------------------------ Compartimentos ------------------------------ Usos Alto (20,05 km2) Médio (60,41 km2) Baixo (48,22 km2) 
Mata 10,2 ⋅ 1 = 10,2 11,3 ⋅ 1 = 11,3 4,1 ⋅ 1 = 4,1 
Capoeira 5,11 ⋅ 0,7 = 3,6 29,15 ⋅ 0,7 = 20,4 6,7 ⋅ 0,7 = 4,7 
Campo 2,45 ⋅ 0,6 = 1,5 12,96 ⋅ 0,6 = 7,8 3,8 ⋅ 0,6 = 2,3 
Agricultura 1,28 ⋅ 0,4 = 0,5 2,56 ⋅ 0,4 = 1,0 23,0 ⋅ 0,4 = 9,2 
Áreas urbanas 1,01 ⋅ 0,1 = 0,1 4,3 ⋅ 0,1 = 0,4 10,5 ⋅ 0,1 = 1,1 
Ics 0,79 = 79% 0,68 = 68% 0,44 = 44% 
Quadro 8 - Índice de cobertura do solo (Ics) da bacia do rio Pequeno. 
 
Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pequeno em São José dos Pinhais (PR) 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 34 
Considerando a mesma metodologia, ou seja, analisando os fatores 
morfométricos na avaliação de áreas com maiores pré-disposições aos efeitos 
modificadores da estabilidade, outros autores observaram resultados semelhantes aos 
apresentados no presente estudo. 
Alves & Castro (2003), ao avaliar a influência de feições geológicas na 
morfologia da bacia do rio Tanque, em Minas Gerias, concluíram que os valores obtidos 
para a relação de relevo, densidade hidrográfica, gradiente de canais, índice de 
circularidade e índice de sinuosidade, são influenciados pelo controle geológico. Pissarra et 
al. (2004), ao analisarem as características morfométricas do padrão de drenagem e do 
relevo em microbacias hidrográficas de 2a ordem de magnitude, em Latossolo Vermelho-
Escuro e Argissolo Vermelho-Amarelo, com vistas ao planejamento agroambiental da Bacia 
Hidrográfica do Córrego Rico, município de Jaboticabal-SP, concluíram que: (a) as 
características do padrão de drenagem e do relevo repercutiram no comportamento 
hidrológico e litológico das microbacias hidrográficas, possibilitando a diferenciação entre as 
unidades de solos; (b) a densidade de drenagem e a amplitude altimétrica foram as 
características que mais contribuíram para o poder discriminatório na relação solo-
superfície. Visando auxiliar na compreensão da vulnerabilidade natural dos terrenos às 
intervenções antrópicas, na compreensão dos processos erosivos e definição do 
zoneamento territorial, Santos & Sobreira (2008) aplicaram a metodologia em três bacias 
hidrográficas distintas. Os autores concluíram que parâmetros morfométricos contribuem 
para a compreensão da vulnerabilidade de terrenos à erosão, permitindo melhor 
ordenamento territorial de bacias hidrográficas. Da mesma forma, Antoneli & Thomaz (2007) 
concluíram que as quantificações de parâmetros morfométricos contribuem para o 
planejamento de uso do solo, sendo necessário adequar o uso do solo para evitar a 
degradação das terras agrícolas. 
CONCLUSÕES 
A análise morfométrica mostrou que a bacia possui controle lito-estrutural, forma 
alongada, alta densidade de drenagem e de rios no curso superior da bacia, onde se 
concentram os maiores declives. A área da bacia apresentou predomínio do escoamento 
superficial à infiltração. 
Os parâmetros analisados possibilitaram melhor compreensão da 
vulnerabilidade natural à erosão da bacia do rio Pequeno, informações importantes na 
definição do zoneamento e ordenamento territorial de bacias hidrográficas. 
Marcia Regina Gomes de Jesus Soares & Jorge Luiz Moretti de Souza 
Revista Geografia (Londrina), v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012 35
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COMO CITAR ESTE ARTIGO: 
SOARES, Marcia Regina Gomes de Jesus; SOUZA, Jorge Luiz Moretti de. Análise morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio 
Pequeno em São José dos Pinhais (PR). Geografia (Londrina), Londrina, v. 21, n. 1, p. 019-036, jan./abr. 2012. 
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