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1 Aula Teórica 8: Secções solicitadas aos esforços Transversos. Disposições construtivas para vigas Comportamento elástico • Numa viga de betão não fendilhada com comportamento elástico, definem-se as seguintes trajectórias principais de tensões: • Quando σt = fct, inicia-se a fendilhação por esforço transverso 2 3 • A fendilhação tende a ser perpendicular à direcção das tensões principais de tracção, em que: • Apenas Flexão – fendas verticais. • Flexão + Esforço Transverso – fendas começam a inclinar (fendas diagonais). Comportamento após fendilhação • O modelo assemelha-se a uma treliça – “treliça de Morsch”, onde as armaduras transversais e longitudinais funcionam como tirantes, e o betão comprimido entre fendas com uma resultante assimilável a uma escora ou biela comprimida. 4 Modelo de transmissão de cargas para o apoio 5 Modelo de transmissão de cargas para o apoio • Morsch idealizou uma treliça constituída por dois banzos paralelos (banzo comprimido de betão e banzo traccionado constituído pela armadura longitudinal de tracção) ligados entre si por diagonais comprimidas a 45º (bielas de compressão a funcionar entre fendas) e diagonais traccionadas formando ângulos α com a horizontal, constituídas pela armadura transversal. 6 Modelo de transmissão de cargas para o apoio • No modelo de treliça verifica-se que a colocação de estribos inclinados corresponderia à solução ideal. • Por questões de facilidade de execução adoptam-se estribos verticais que também conferem um bom comportamento quer em serviço, quer à rotura, porque asseguram a cintagem e a ligação de forma eficaz entre a zona comprimida e a zona traccionada do elemento, que constitui os banzos da treliça. • É possível relacionar os esforços (M,N) com as tensões nos diferentes elementos: armaduras transversais e longitudinais e bielas comprimidas. • Campo de tracções verticais. • Campo de compressões inclinadas. • Campo de compressões e tracções paralelas ao eixo. 7 Analogia da treliça Possíveis formas de rotura • Rotura dos estribos • Rotura por esmagamento do betão (nas bielas comprimidas) • Rotura por arrancamento da armadura inferior do apoio (amarração insuficiente) ou rotura da armadura (armadura insuficiente) 8 Dimensionamento segundo REBAP • O esforço transverso produz fendilhação diagonal que não é controlada pela armadura longitudinal de flexão. • Para „coser‟ essas fendas, é necessário colocar armadura transversal (estribos) para ligar com eficiência os banzos comprimidos e traccionados, pelo que devem ser amarrados quer num, quer noutro. • Como armaduras transversais poder-se-ão utilizar: • Estribos verticais ou • Estribos inclinados 9 Cálculo da Resistência ao Esforço Transverso (art.º 53): • Para estribos verticais vem: • Para evitar compressões elevadas nas bielas de compressão vem que: 10 Dimensionamento segundo REBAP Dimensionamento: • Numa situação concreta de dimensionamento poderão ocorrer os seguintes casos: 1º CASO: • O betão por si só resiste ao esforço transverso na secção em estudo. • Suficiente colocar a armadura mínima e obedecer às disposições do REBAP 11 Dimensionamento segundo REBAP Dimensionamento: 2º CASO: • O betão resiste mas não é suficiente. • Necessário calcular armadura de esforço transverso Asw, a dispôr com um determinado espaçamento (s) e um dado ângulo α (45º a 90º), de acordo com as limitações regulamentares. 12 Dimensionamento segundo REBAP Dimensionamento: 3º CASO: • As bielas de compressão do betão rompem por esmagamento. • Necessário redimensionar a secção transversal (aumentar a largura bw e/ou altura util d). 13 Dimensionamento segundo REBAP % mínima de estribos: • A utilização desta % mínima visa impedir uma rotura brusca por esforço transverso e flexão (rotura frágil). • Este objectivo será conseguido se existir uma armadura transversal capaz de absorver o esforço de tracção resistido pelo betão da alma no momento da abertura das primeiras fendas inclinadas. • O REBAP define: 14 Disposições Construtivas (art. 94º) Espaçamento máximo entre estribos verticais: • O espaçamento entre estribos influi na abertura das fendas diagonais e na eficiência de ligação entre os banzos da treliça. • São definidas 3 situações, em função do valor de Vsd. 15 Disposições Construtivas (art. 94º) Espaçamento máximo entre estribos verticais: • Se os estribos forem inclinados de um ângulo α relativamente ao eixo da viga, o valor do espaçamento “s” pode ser majorado pelo factor (1+cotgα), sempre com limitação máxima de 30 cm. • Para varões inclinados, a armadura deve ser disposta simetricamente em relação ao plano de flexão, cujo espaçamento máximo é dado por: 16 Disposições Construtivas (art. 94º) Forma de execução dos estribos: • As extremidades dos estribos devem terminar por meio de ganchos, podendo adoptar-se cotovelos em varões de alta resistência • Recomendável e mais usual são os estribos fechados. 17 Disposições Construtivas Forma de execução dos estribos 18 Disposições Construtivas Escalonamento das armaduras transversais: • Não é económico colocar estribos iguais ao longo de toda a secção da viga, uma vez que o esforço transverso vai variando ao longo do seu desenvolvimento. • O escalonamento das armaduras transversais deverá basear-se no diagrama de esforços transversos envolvente. • Prática comum realizar este escalonamento pela variação do espaçamento e do nº de ramos ao longo da viga, do que pela alteração do diâmetro do varão. 19 Disposições Construtivas Escalonamento das armaduras transversais: Sequência análise: • Conhecido o Vsd máximo do diagrama envolvente verificar se: • Calcular: e marcar no diagrama limite correspondente. • Nas zonas em que: • Vsd<Vcd adoptar armadura transversal mínima. • Vsd>Vcd calcular Vwd e correspondente armadura transversal. 20 Disposições Construtivas Interrupção da armadura longitudinal na viga - (art. 92º): • A partir da envolvente dos momentos flectores, calculam-se as armaduras necessárias nas secções críticas • Converte-se a armadura de cálculo em armadura real (nº ferros e diâmetro varão), atendendo aos valores mínimos regulamentares. • Tenta-se homogeneizar ao máximo o tipo de ferro a aplicar nas várias secções. • Para além das secções críticas, partes dos varões podem ser dispensados porque conferem um momento resistente excessivo relativamente ao momento actuante. • A dispensa de varões só pode ser feita depois de garantir a ‘decalage’ al e o comprimento de amarração (lb,net). 21 Disposições Construtivas Interrupção da armadura longitudinal na viga - art. 92º: 1º condição – ‘decalage’ al • Corresponde a uma translação paralela ao eixo da peça sobre o diagrama Msd/z (diagrama das forças de tracção a absorver pela armadura). • Quando a altura da secção é constante (z=const.), a decalage pode ser feita directamente no diagrama de momentos • A partir deste diagrama transladado, pode-se dispensar a armadura excedente, convenientemente amarrada. • O valor de al depende do esforço transverso na secção e do tipo de armaduras transversais utilizadas. • Definição de zonas entre um valor nulo e máximo do momento flector. 22 Disposições Construtivas Interrupção da armadura longitudinal na viga - art. 92º: 23 Disposições Construtivas Interrupção da armadura longitudinal na viga - art. 92º: 2º condição – comprimento de amarração • Após a translação do diagrama de momentos de al, é possível fazer o escalonamento da armadura por supressão. • Os varões suprimidos deverão ser prolongados, para além da secçãoem que podem ser dispensados, do comprimento de amarração lb,net. • lb,net = comprimento de amarração necessário para garantir a devida transferência de tensões entre o aço e o betão 24 Disposições Construtivas Interrupção da armadura longitudinal na viga - art. 92º: 2º condição – comprimento de amarração • A partir dos pontos de momento nulo, o comprimento de amarração (após decalage) pode tomar os seguintes valores mínimos (lb,min). 25 Disposições Construtivas Armaduras Longitudinais no apoio: • Do funcionamento de uma peça de betão armado em flexão simples verificou-se que, após fendilhação diagonal a armadura no apoio deve ser capaz de absorver um certo esforço de tracção, que depende da decalage (al) e da altura útil da secção (d). • O REBAP prevê que pelo menos ¼ da armadura máxima de tracção seja prolongada até ao apoio. • Essa armadura deverá ser capaz de absorver o esforço dado por: 26 Disposições Construtivas Elementos sujeitos a esforços de compressão (art.º. 53.2 e d): • O esforço axial atrasa o início da fissuração e aumenta a extensão da zona comprimida • em que: • MSd - valor de cálculo do momento actuante; • M0 - o momento que aplicado à secção anularia a tensão de compressão resultante do esforço normal actuante de cálculo (momento de descompressão. 27 Disposições Construtivas Elementos sujeitos a esforços de compressão (art.º 53.2 e d): • Determinação de Mo: 28 Disposições Construtivas FIM
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