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1 SUMÁRIO 1 TIPOS DE CLIMA NO BRASIL ....................................................... 2 2 FATORES QUE INFLUENCIAM O CLIMA ..................................... 5 3 MUDANÇAS CLIMÁTICAS ............................................................. 8 4 TIPOS DE CLIMA E VEGETAÇÃO .............................................. 12 5 O CLIMA E SEUS ELEMENTOS .................................................. 13 6 CLASSIFICAÇÃO DOS CLIMAS DO BRASIL .............................. 15 7 AS CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DE CADA REGIÃO BRASILEIRA 21 8 SERTÃO ....................................................................................... 25 9 OS CLIMAS E OS ECOSSISTEMAS TERRESTRES .................. 27 10 A IMPORTÂNCIA DOS CLIMAS .................................................. 28 11 ECOSSISTEMAS ......................................................................... 29 12 ENTENDA AS CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA A ECONOMIA ........................................................................................ 38 12.1Consequências das Mudanças Climáticas: Impactos na Economia41 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 42 2 1 TIPOS DE CLIMA NO BRASIL Climas do Brasil A maior parte do território brasileiro encontra-se nas áreas de baixas latitudes, entre o Equador e o Trópico de Capricórnio. Por essa razão, predominam os climas quentes e úmidos. Com relação à umidade o clima apresenta algumas diferenças de uma área para outra, desde o super úmido - quando a quantidade de chuva é superior a 2.500 milímetros anuais, até o semiárido - quando a quantidade de chuva se situa entre 300 e 600 milímetros anuais. Tipos de Climas do Brasil As regiões brasileiras apresentam 6 tipos de climas classificados com relação às "zonas térmicas" da Terra, são eles: Equatorial Tropical Tropical Semiárido Tropical de Altitude Tropical Litorâneo Subtropical Clima Equatorial O clima equatorial é encontrado em regiões localizadas nas proximidades da linha do Equador. Apresenta temperaturas elevadas e grande quantidade de chuvas durante a maior parte do ano. Portanto, o clima equatorial se apresenta quente e úmido. Ele predomina em toda a Região Norte e em parte do Centro-Oeste. A temperatura média anual é superior a 25 ºC, e a amplitude térmica anual (diferença entre a máxima e a mínima temperatura) é pequena. O regime de chuvas varia de acordo com a ação das massas de ar. 3 No inverno, a região pode receber a influência de frentes frias, em decorrência do movimento de massas de ar vindas do polo. Nessas ocasiões, ocorre o fenômeno chamado de friagem, com a queda brusca de temperatura que pode chegar a 10 ºC. Fonte: www.ebah.com.br Clima Tropical O clima tropical é encontrado na região central do Brasil, com maior predominância na Região Centro-Oeste. Esse clima apresenta duas estações bem definidas: inverno com temperaturas amenas e seco, e verão quente e chuvoso. As temperaturas médias anuais são superiores a 18 ºC e amplitude térmica anual de até 7 ºC. As chuvas variam de 1.000 a 1.500 mm/ano. Quanto a umidade, na região central do país predomina o clima semiúmido. Clima Tropical Semiárido 4 O clima tropical semiárido é típico das Região Nordeste do Brasil, compreende uma área com chuvas e outra onde as chuvas são raras e ocorrem as temperaturas mais altas do país. Apresenta temperaturas médias anuais em torno de 27 ºC e amplitude térmica ao redor de 5 ºC. As chuvas, além de irregulares, não excedem os 800 mm/ano. Compreende a região do Polígono das Secas. Clima Tropical de Altitude O clima tropical de altitude predomina nas áreas serranas da Região Sudeste. Por causa da altitude mais elevada, apresentam as temperaturas mais baixas de todo o domínio tropical, com média inferior a 18 ºC. Apresenta ainda amplitude térmica anual entre 7 ºC e 9 ºC, com regime de chuvas semelhante ao do clima tropical. A entrada de frentes frias no inverno pode provocar geadas. Clima Tropical Litorâneo O clima tropical litorâneo predomina em grande parte do litoral do país, se estende desde o Rio Grande do Norte até o estado do Rio de Janeiro. Influenciado pela atuação da massa de ar Tropical Atlântica, o clima nessa região é quente e chuvoso. Com temperaturas médias anuais entre 18 ºC e 26 ºC e índice pluviométrico de cerca de 1.500 mm/ano. Sendo que no litoral do Nordeste as chuvas são mais intensas no outono e no inverno. No litoral do Sudeste, são mais fortes no verão. Clima Subtropical O clima subtropical ocorre na Região Sul do país, abaixo do Trópico de Capricórnio, e daí seu nome Subtropical. O clima subtropical apresenta duas estações do ano bem demarcadas: verão quente e inverno rigoroso, quando podem ocorrer geadas ou neve. 5 As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano, entre 1.500 mm e 2.000 mm/ano. As temperaturas médias anuais quase sempre ficam abaixo de 18 ºC, com amplitudes térmicas entre 9 ºC e 13 ºC. 2 FATORES QUE INFLUENCIAM O CLIMA Diversos fatores influenciam e determinam as categorias de clima presentes no mundo. Os principais elementos climáticos são a temperatura, a umidade, a pressão, a radiação solar, e os principais fatores climáticos são: Altitude Esse fator determinante está relacionado com a verticalização de diversos pontos em relação ao nível do mar e, portanto, a altura que apresenta. Para tanto, basta pensarmos nas montanhas e/ou cordilheiras e na diminuição de temperatura que vai aumentando conforme a altitude aumenta. Vale lembrar que a pressão atmosférica nesses locais é menor do que aqueles que estão próximos do nível do mar. Em resumo, quando maior a altitude, menor será a pressão e as temperaturas. Latitude Representa a distância da Linha do Equador, uma linha imaginária que passa pelo meio do globo no sentido horizontal. Sendo assim, quanto maior a distância desse ponto, menor será a latitude e, portanto, a temperatura. Como exemplo, podemos citar os locais que estão próximos da linha do Equador e que recebem maior incidência solar e, portanto, apresentam maiores temperaturas. Continentalidade O nome já indica que esse conceito está associado aos locais da porção continental. Da mesma maneira que a maritimidade, ela é influenciada pelas massas de água, no entanto, que estão localizadas dentro dos continentes (rios, lagos, etc.). 6 Todavia, as regiões influenciadas pela continentalidade apresentam menores índices pluviométricos e maiores amplitudes térmicas (diferença entre a maior e menor temperatura), isto é, variações de temperatura, seja entre as estações do ano ou ainda, entre os dias e as noites. Esse fator climático influencia diretamente os climas das regiões que estão próximas do mar. Influenciadas pelas massas de água (mares e oceanos), os locais que estão mais próximos das regiões litorâneas, são mais úmidos e apresentam maior índice pluviométrico (chuvas). Já a amplitude térmica é menor do que os que são influenciados pelo fator da continentalidade, ou seja, a variação de temperatura é baixa. Diversos fatores influenciam e determinam as categorias de clima presentes no mundo. Os principais elementos climáticos são a temperatura, a umidade, a pressão, a radiação solar, e os principais fatores climáticos são: Maritimidade Esse fator climático influencia diretamente os climas das regiões que estão próximas do mar. Influenciadas pelas massas de água (mares e oceanos), os locais que estão mais próximos das regiões litorâneas, são mais úmidos e apresentam maior índice pluviométrico (chuvas). Já a amplitude térmica é menor do que os que são influenciados pelo fator da continentalidade, ou seja, a variação de temperatura é baixa. Massas de Ar Designamas porções de ar que se deslocam no planeta influenciando diretamente no clima da região. Elas podem ser continentais, marítimas, quentes e frias, dependendo de seu local de atuação e das temperaturas. Assim, as massas de ar quente se formam em regiões tropicais e equatoriais, enquanto as massas frias, nas regiões polares. Além dessa classificação básica, a latitude influencia diretamente as massas de ar que são classificadas em: equatorial, tropical, ártica e antártica e polar. Correntes Marítimas 7 Representam os fluxos de água que ocorrem no mar sendo um dos importantes fatores de influência climática. Elas podem ser frias (mais profundas) ou quentes (mais superficiais) e determinam a formação das categorias climáticas, uma vez que transportam umidade e calor. São influenciadas pelas massas de ar (ventos) sendo que as massas de água quente ocorrem a partir do Equador em direção aos polos, e as massas de água fria ocorrem dos polos em direção ao Equador. Relevo Paisagens físicas do planeta terra que influenciam diretamente no clima da região. Os principais tipos de relevo são as planícies, os planaltos, as montanhas e as depressões. Sabemos que em locais que apresentam maiores altitudes, por exemplo, as montanhas, o clima é sempre mais frio. Outro exemplo são as serras que bloqueiam a umidade dos locais, alterando significativamente o clima e a umidade da região. Vegetação A cobertura vegetal do planeta, tanto quanto o relevo, influencia diretamente o clima que se desenvolve no local, por exemplo, as florestas, locais que retém grande umidade tal qual a Floresta Amazônica. Isso propicia um maior índice pluviométrico na região e temperaturas mais amenas. Urbanização Das ações humanas, a expansão da urbanização tem sido um dos maiores problemas das mudanças climáticas, uma vez que influenciam diretamente no clima local. Ela resulta no aumento da temperatura nos maiores centros. Os exemplos mais significativos decorrentes da alta poluição das grandes cidades são: Ilhas de Calor Inversão Térmica Efeito Estufa Chuva Ácida 8 3 MUDANÇAS CLIMÁTICAS As mudanças climáticas correspondem as alterações do clima em determinadas regiões do globo. Vale lembrar que a ação humana tem intensificado essas alterações, como a emissão de gases e de produtos tóxicos, o desmatamento, as queimadas, a caça excessiva, dentre outros. Diferença entre Tempo e Clima Os conceitos de tempo e clima, embora muitos acreditem que são sinônimos, eles apresentam diferenças. Tempo: designa o tempo atmosférico e/ou meteorológico de determinado momento, ou seja, tempo chuvoso, tempo quente, tempo ensolarado, tempo úmido, tempo frio, tempo seco. Clima: reúne um conjunto de informações sobre os diferentes tipos de clima: tropical, subtropical, desértico, polar, equatorial, temperado, etc. Quando dizemos “tempo quente e clima quente”, embora pareçam a mesma coisa, não são. Ou seja, o "tempo quente" determina um estado momentâneo ou parcial do local. Já o "clima quente" (pode ser o tropical ou equatorial) está relacionado com anos de estudos sobre diversos fatores atmosféricos tais como: umidade, temperatura, pressão, índice pluviométrico (chuva), ventos, etc. Logo, a sentença acima se refere ao tempo atmosférico e ao clima atmosférico. Em resumo, o tempo está relacionado com as condições meteorológicas, já o clima está relacionado com as condições climatológicas. Dessa maneira, o tempo influencia o clima e o clima é caracterizado sobretudo pelos tipos de tempo de uma região. 9 Fonte: electrofrio.com Assim, o tempo é uma característica momentânea da atmosfera e o clima é um fator mais permanente. De tal modo, o tempo pode variar de uma hora para outra, ou de um dia para o outro. Já o clima não é alterado de um momento ao outro, ou seja, ele muda ao longo do tempo. Note que diversos fatores influenciam o clima, que por sua vez são determinados pelas estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. Os principais fatores climáticos são: altitude, latitude, relevo, vegetação, massas de ar, correntes marítimas, maritimidade e continentalidade. Exemplos Quando dizemos “Hoje faz muito frio” estamos falando das condições meteorológicas (e momentâneas) do local, isto é, do tempo. No entanto, se dizemos “Faz muito calor aqui nessa época do ano”, estamos nos referindo ao clima da região. Na sentença "o Brasil tem um clima tropical, porém hoje faz muito frio", refere- se ao clima e ao tempo.1 1 Extraído do link: www.todamateria.com.br 10 Zonas Climáticas da Terra As zonas climáticas da Terra e regiões onde estão localizadas, principais características, temperaturas, umidade, chuva, clima das regiões. O planeta Terra possui dez principais zonas climáticas. Elas possuem características próprias (temperatura, umidade, índice pluviométrico) que as diferem uma das outras. Principais Zonas Climáticas do planeta Terra (climas): Equatorial Regiões: norte da América do Sul, América Central, região central da África e região central da Oceania. Características: temperaturas elevadas, umidade elevada durante todo o ano, elevado índice de chuvas. Temperatura média anual de 27ºC. Subtropical Regiões: sul da América do Sul, sudeste dos Estados Unidos, norte da Índia, nordeste da Austrália e sudeste da China. Características: Chuvas bem distribuídas durante o ano, verões com temperaturas elevadas e invernos com baixas temperaturas. Temperatura anual em torno de 19ºC. Desértico Regiões: Deserto do Saara (norte da África), Deserto de Atacama (costa oeste do Chile), Deserto da Arábia (região central da Península Arábica), Deserto de Gobi (norte da China) e Deserto da Austrália. Características: baixíssimo índice pluviométrico. No inverno costuma fazer frio moderado e no verão calor. Temperatura média anual de 20ºC, com grande amplitude térmica diária. Tropical Regiões: regiões central e nordeste do Brasil, extremo norte da América do Sul, regiões tropicais da África, norte da Austrália e sul da Índia. 11 Características: Invernos com umidade baixa e verões chuvosos. Temperaturas elevadas e com baixa variação. Temperatura média anual de 25ºC. Mediterrâneo Regiões: sul da Europa, sul do Chile, extremo noroeste da África e região da Califórnia nos Estados Unidos. Características: verão seco e quente e temperaturas moderadas no inverno. Chuvas moderadas, principalmente no outono e inverno. Temperatura média anual de 18ºC. Semiárido Regiões: região do sertão nordestino brasileiro, oeste dos estados Unidos, sul da África, centro-leste da Austrália e sul da Rússia. Características: poucas chuvas durante o ano. Temperaturas de médias a elevadas durante o ano. Temperatura média anual de 24ºC. Temperado Regiões: regiões central e sudeste dos Estados Unidos, sudeste da Austrália, região central da Europa e leste da China. Características: invernos frios e verões moderados. Umidade relativa do ar alta (em torno de 85% durante o ano). Índice pluviométrico anual de moderado a alto. Frio de montanha Regiões: regiões montanhosas do mundo. Exemplos: Cordilheira dos Andes, Himalaia, Montanhas Rochosas, Alpes e Cárpatos. Características: temperatura baixas, umidade do ar elevada, presença de gelo em montanhas com mais de 2 mil metros de altitude. Chuvas moderadas e bem distribuídas durante o ano. Polar É o clima de temperaturas negativas mais extremas, com termômetros sempre abaixo de 0ºC, com média de 30ºC negativos e que podem cair a 50ºC negativos no inverno. 12 Além da amplitude térmica, a umidade do ar é elevada, mesmo com baixa incidência de chuvas. Tem como característica também a presença de neve cobrindo o solo durante todo o ano, comcerca de 100 milímetros registrados durante o ano. Ocorre em regiões como a costas eurasianas do Ártico, sendo o clima da Groenlândia, norte do Canadá, Alasca e na Antártida. 4 TIPOS DE CLIMA E VEGETAÇÃO As peculiaridades do clima resultam em vegetações diferenciadas em cada região da Terra. No clima polar ocorre durante o verão a tundra, formada por musgos e liquens. Árvores e vegetações acostumadas com o rigor do inverno estão nas regiões de clima temperado. É nesta área que permanecem a floresta temperada, com árvores de grande porte e decíduas, ou seja, perdem as folhas durante o inverno. A chamada vegetação de altitude está presente caracterizado como frio da montanha. São plantas como as pradarias, encontradas na Argentina, e em regiões brasileiras como o rio Grande do Sul, na área conhecida como Pampa Gaúcho. O clima subtropical é favorável para o desenvolvimento de plantas como araucárias e pinheiros. Este tipo de vegetação é beneficiado pela distribuição regular de chuvas durante o ano. Já no clima tropical, a diversidade da vegetação é maior, em consequência da oferta de luz e elevada umidade. Sob a influência deste clima estão as florestas tropicais úmidas, muito semelhantes às florestas equatoriais. A principal delas é a floresta Amazônica. Clima Influencia na Estrutura da Planta As condições de oferta pluviométrica abundante, calor e luz favorecem a diversidade da vegetação do clima equatorial, com árvores longas e arbustos, dependendo da localização. 13 Ao contrário da elevada disponibilidade de água, o clima semiárido favorece o desenvolvimento de árvores de pequeno porte, em que os troncos são retorcidos e espinhosos, conhecidas como Caatinga. Sob a influência deste clima também estão plantas como cactos. A estrutura das plantas é adequada à escassez hídrica. A escassez de água também marca a vegetação no clima desértico, onde são encontradas plantas espinhosas e de raízes profundas.2 Climas do Brasil – Tipos e mapa O clima não é um elemento isolado para definir um estado momentâneo da atmosfera, quem faz este papel é o tempo. O clima é conjunto de variações do tempo em um determinado período de tempo em um dado local. Ou seja, são necessários anos de observação e análise para que se possa concluir sobre qual o tipo de clima de um local. 5 O CLIMA E SEUS ELEMENTOS Normalmente utiliza-se o conceito de clima no senso comum para caracterizar um estado momentâneo das condições atmosféricas, seja quando o dia está nublado, ou quando há possibilidade de chuva. No entanto, essa é uma visão errônea do conceito. O clima é um elemento mais complexo, formado pelo conjunto de dados sobre o tempo em um determinado local da superfície terrestre. 2 Extraído do link: www.todamateria.com.br 14 Fonte:alunosonline.uol.com.br As pesquisas sobre o clima consideram uma média de trinta anos de observação e análise para que se possa concluir sobre o tipo de clima de um local. Tanto o tempo, como o clima, são baseados em alguns elementos centrais, sendo eles a temperatura, a insolação, a pressão atmosférica, os ventos, a umidade do ar, e ainda as precipitações. Temperatura A temperatura de um dado local costuma ser medida a partir de graus Celsius, no caso brasileiro. Esse é, dentre os elementos, o que os seres vivos mais sentem em seu cotidiano. A temperatura refere-se ao estado término da atmosfera, e pode ser influenciada por variados fatores, como a própria latitude do ponto analisado. Por exemplo, as áreas próximas a Linha do Equador, apresentam maiores temperaturas atmosféricas, pois a radiação solar nestas é mais direta. Quanto mais próximo dos polos, menores são as temperaturas, pois a incidência de luz solar também se torna menor. Umidade do ar 15 A umidade do ar também possui relação com o clima. Este elemento é considerado a partir da quantidade de água (vapor) presente no ar atmosférico, e tem como função a regulação da temperatura do ar, influenciando na constituição das precipitações. A umidade pode ser absoluta, que corresponde ao total de água existente no ar, ou relativa, que corresponde ao comparativo da quantidade de água presente e os níveis necessários para que haja precipitação. As regiões próximas da Linha do Equador apresentam elevado índice pluviométrico, ou seja, regime de chuvas, bem como elevadas temperaturas, o que somado forma o clima chamado de equatorial. Pressão atmosférica A pressão atmosférica é outro elemento que influencia na questão climática, pois refere-se ao “peso” que a atmosfera exerce sobre a superfície terrestre. Quanto mais elevada a pressão atmosférica, maiores são as temperaturas registradas. Por isso, nos dias em que a pressão do ar está elevada, o tempo fica “abafado”, com temperaturas mais altas. Já em áreas de baixa pressão atmosférica, como em altas altitudes (montanhas), o ar fica mais rarefeito e leve, ocasionando uma baixa na pressão da atmosfera, o que se reflete na temperatura. Portanto, em regiões com maiores altitudes, há uma tendência de temperaturas mais baixas. 6 CLASSIFICAÇÃO DOS CLIMAS DO BRASIL O Brasil é um país de dimensões territoriais continentais, e isso se reflete também na variedade de climas presentes no território. Existem algumas classificações climáticas existentes para o Brasil, e uma delas foi formada por Arthur Strahler, a qual foi formulada pensando nas dinâmicas das massas de ar. Segundo a caracterização elaborada pelo autor, o território brasileiro pode ser dividido em cinco grandes grupos climáticos. Clima Equatorial Úmido 16 O primeiro tipo climático existente no Brasil é o Clima Equatorial Úmido. Neste tipo climático é considerada a convergência dos ventos alísios, que são ventos que sopram a baixas altitudes nas áreas subtropicais ou temperadas, direcionando-se ao Equador, o que pode ocorrer tanto no Hemisfério Norte, quanto no Hemisfério Sul. Neste clima, predominam as massas de ar úmidas, pois sua região de abrangência localiza-se, no caso do território brasileiro, sobre a Amazônia. Geralmente as massas de ar continentais (atuam no continente) são secas, no entanto, esta é uma exceção, por conta da influência que a Bacia Amazônica exerce na região. O Clima Equatorial Úmido é caracterizado por ser bastante quente, com médias mensais que ficam na casa dos 24ºC até 27ºC, não havendo grandes oscilações durante o ano (amplitude térmica anual). As médias de precipitação são bastante altas, e quando há uma estação seca, é bastante curta. Clima Litorâneo Úmido Há ainda o Clima Litorâneo Úmido, o qual é influenciado pela Massa Tropical Atlântica. Este tipo climático é característico da porção próxima ao litoral brasileiro, estendendo-se desde o Rio Grande do Norte até São Paulo. No período do inverno, há um avanço da Massa Polar Atlântica nesta região, predominando durante certo período, tornando as temperaturas mais baixas. Nas áreas dominadas por este tipo de clima, há verões chuvosos e invernos mais secos. As temperaturas médias mantêm-se elevadas, assim como os índices de precipitação. De modo geral, as áreas representadas pelo Clima Litorâneo Úmido são quentes e úmidas. Clima Tropical Úmido O Clima Tropical alternadamente Úmido e Seco é comum nos estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí e Ceará. No entanto, é importante destacar que nem sempre o clima abrange todo território dos Estados, podendo ocorrer mais de um tipo climático no mesmo estado. O Clima Tropical Úmido é quente e semiúmido, possuindo uma estação chuvosa (durante o verão) e outra seca (durante o inverno). No caso destas regiões, há no inverno um recuo da Massa Equatorial Continental, ocorrendo a penetração da Massa Tropical Atlântica, a qual já chegaa estas regiões sem grande umidade. Assim, a dinâmica das massas é que confere as características climáticas das regiões. 17 Clima Tropical Seco ou semiárido Há ainda o Clima Tropical tendendo a seco pela irregularidade de ação das massas de ar, também chamado de clima semiárido. Este tipo de clima ocorre em maior parte na região do Sertão Nordestino, também ao Norte de Minas Gerais e litoral do Rio Grande do Norte e parte do litoral do Ceará. É um clima tropical, quente e seco, se aproximando do clima árido. Há poucos registros de chuvas, as quais, quando ocorrem, se concentram em um período bem curto do ano. O Sertão do Nordeste tem uma particularidade em relação ao clima, pois encontra-se no ponto de contato entre quatro sistemas atmosféricos distintos, sendo eles a Massa Equatorial Continental, Massa Tropical Atlântica, Massa Equatorial Atlântica e Massa Polar Atlântica. Clima Subtropical Úmido Por último, há ainda o Clima Subtropical Úmido, o qual ocorre na porção do território brasileiro localizado abaixo do Trópico de Capricórnio. As chuvas são abundantes no período do verão principalmente, sendo que durante o inverno há a penetração de uma frente polar, que traz consigo a queda das temperaturas na região. A amplitude térmica anual é elevada nestas regiões, ou seja, é grande a variação de temperaturas no decorrer do ano. Há verões e invernos bem marcados pelas mudanças em relação às temperaturas.3 Clima subtropical O Clima Subtropical é encontrado em áreas de médias latitudes, sendo que nestes ambientes começam a ser perceptíveis as quatro estações do ano (verão, outono, inverno e primavera). As chuvas são bem distribuídas no decorrer do ano, com um elevado índice pluviométrico. A amplitude térmica anual é significativa, com uma ampla variação de temperaturas anuais. Esse tipo de clima ocorre predominantemente em áreas do globo localizadas em latitudes médias (25º ao Norte e 35º ao Sul). Há a ocorrência de chuvas bem 3 Extraído do link: www.estudopratico.com.br 18 distribuídas no decorrer do ano, as quais ocorrem com abundância, com índices pluviométricos entre os 1250 e 2000 milímetros. Há uma variação de temperaturas expressivas no decorrer do ano, ou seja, uma grande amplitude térmica anual. Os verões são bastante quentes, enquanto os invernos são muito frios. As temperaturas variam entre os 30ºC e 0ºC, podendo ultrapassar esses limites. Nos invernos são comuns as geadas, podendo ocorrer também neve em momentos específicos do ano e em algumas regiões. Onde ocorre o Clima Subtropical? No caso brasileiro, o Clima Subtropical ocorre nas regiões ao Sul do Trópico de Capricórnio, ou seja, na região mais ao Sul do Brasil. São abrangidos por este tipo de clima a região Sul de São Paulo, o estado do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Por ser um tipo de clima que está localizado entre o Clima Tropical e o Clima Temperado, ele pode receber outras nomenclaturas no mundo. No Brasil, ele é conhecido como Clima Subtropical por estar em uma região ao Sul do Trópico de Capricórnio, mas no mundo ele é conhecido mais como Clima Temperado. Esse tipo de clima ocorre ao Norte do Trópico de Câncer, na América do Norte, Sudeste do continente americano, região central, Norte e Sul do continente africano, Austrália, região Sudeste da China, na Península Arábica e ainda no Norte da Índia. No caso da América do Sul, ele ocorre em regiões da Argentina, do Uruguai, do Paraguai e do Brasil. 19 Fonte:rluizmf.blogspot.com O Clima Subtropical Úmido no Brasil Esse tipo de clima está presente no território brasileiro que abrange as áreas que se localizam na parte meridional (Sul) do Trópico de Capricórnio. Nesta região, há um predomínio da Massa Tropical Atlântica, onde as chuvas são comuns e frequentes nos verões, enquanto nos invernos é comum a entrada da massa de ar polar, baixando bruscamente as temperaturas registradas na região. Nos invernos ocorrem as chamadas “chuvas frontais”, as quais são originadas a partir do contato das frentes de ar quente e fria, quando ocorre a condensação do vapor de água contido na atmosfera. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, predominando no verão, e são registrados altos índices pluviométricos, com médias anuais podendo ficar superiores aos 1500 milímetros ao ano. Amplitude térmica Diferentemente dos demais climas brasileiros, com predominância tropical, com temperaturas elevadas, o Clima Subtropical Úmido é caracterizado por temperaturas amenas, mesotérmico. A amplitude térmica anual é elevada neste tipo de clima, sendo a mais significativa dentre os climas brasileiros. 20 Os invernos são frios, chegando a temperaturas que ficam mais baixas do que 0ºC, com geadas e neves em alguns pontos. Já os verões são quentes, podendo chegar próximo aos 40ºC. No Brasil não há outonos e primaveras bem definidos, embora sejam teoricamente referenciados. Essas duas estações intermediárias são mais sentidas em relação ao processo vegetativo das plantas (folhas que caem no inverno, flores que nascem na primavera) do que necessariamente nas condições climáticas. Segundo a classificação de Köppen Geiger, o Clima Subtropical pode ser dividido no Brasil entre Cfb – Clima temperado, com verão ameno e Cfa – Clima subtropical, com verão quente. O Cfb apresenta verões amenos, não chegando aos 22ºC, com chuvas uniformemente distribuídas. Já o Cfa apresenta temperaturas superiores aos 22ºC no verão com um bom índice pluviométrico. Vegetação do Clima Subtropical Nas áreas de Clima subtropical são comuns as Florestas Subtropicais, as quais ocorrem na região Sul do Brasil, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estendendo-se para os países vizinhos, como Argentina, Paraguai e Uruguai. No entanto, a vegetação de Clima subtropicais é variável em conformidade com a latitude da região, podendo ir de espécies florestais até campos sem grande expressividade de espécies arbóreas. Assim, são encontrados nos Climas Subtropicais tanto florestas com predominância de araucárias até os conhecidos pampas. Araucárias Na região de Clima Subtropical há a predominância, no caso brasileiro, do chamado Domínio das Araucárias. Esse tipo de espécie vegetativa está contido na parte mais meridional do Brasil, onde os terrenos são predominantemente sedimentares-basálticos. Há um recobrimento com bosques de Araucárias, já bastante devastados ao longo do tempo. Os solos são diversificados, com uma grande fertilidade natural. Os rios são perenes, especialmente por conta da boa distribuição de chuvas no decorrer do ano. O Domínio das Araucárias está bastante devastado 21 pela ação humana, sendo que restou apenas uma pequena parcela da vegetação original. Pradarias Outro tipo de vegetação bastante comum nas regiões de Clima Subtropical é o Domínio das Pradarias, sendo que este está localizado nas porções meridionais do território brasileiro, se estendendo para os países vizinhos. São vegetações predominantemente herbáceas, as quais ocorrem com frequência nos Climas Temperados. São comuns os terrenos ondulados, formando as colinas, chamadas de coxilhas. Há uma menor densidade hidrográfica do que no caso do Domínio das Araucárias. Esse domínio está bastante devastado, por conta da ação humana, especialmente por conta da agricultura. Florestas Temperadas As Florestas Temperadas, comuns nas regiões do Hemisfério Norte do globo, compreendidas nas zonas de Clima Subtropical, são matas deciduais, ou seja, são aquelas que perdem suas folhas durante o outono e o inverno. Essas florestas não são muito densas, apresentando árvores esparsas em sua extensão, com uma menor variedade de espécies vegetais. São vegetações contidas nas áreas de médias latitudes,onde as massas de ar polar afetam a questão climática, sofrendo com a ação também das massas de ar tropicais. Há uma variação expressiva dos tipos de vegetação em decorrência da localização geográfica na qual se desenvolvem as vegetações, sendo que as latitudes influenciam fortemente na questão vegetativa.4 7 AS CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DE CADA REGIÃO BRASILEIRA Região Norte 4 Extraído do link: www.estudopratico.com.br 22 A maior parte da região apresenta clima equatorial. Caracteriza-se pelo clima quente, com temperaturas médias anuais variando entre 24º e 26 ºC. Na foz do rio Amazonas, no litoral do Pará e no setor ocidental da região, o total pluviométrico anual geralmente excede os 3.000 mm. De Roraima até o leste do Pará as chuvas ocorrem com menor frequência, ficando em torno de 1.500 a 1.700 mm anuais. O período chuvoso da região ocorre nos meses de verão/outono, com exceção de Roraima e parte do Amazonas, onde as chuvas ocorrem mais no inverno. Região Nordeste É uma região de caracterização climática complexa. O clima equatorial úmido está presente em uma pequena parte do estado do Maranhão, na divisa com o Pará; o clima litorâneo úmido ocorre no litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte; o clima tropical está presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí; e o clima tropical semiárido ocorre em todo o sertão nordestino. Quanto ao regime térmico, na região nordeste as temperaturas são elevadas, com médias anuais entre 20º e 28 ºC, sendo que já foram registradas máximas em torno de 40 ºC no Piauí e no sul do Maranhão. Os meses de inverno apresentam mínimas entre 12º e 16 ºC no litoral, e inferiores nos planaltos, sendo que já foi registrado 1 ºC na Chapada da Diamantina. As chuvas são fonte de preocupação na região, variando de 2.000 mm até valores inferiores a 500 mm anuais. A precipitação média anual é inferior a 1.000 mm. Além disso, no sertão nordestino o período chuvoso normalmente dura apenas dois meses no ano, podendo eventualmente até não existir, causando as secas. Região Centro-Oeste O clima da região é tropical semiúmido, com frequentes chuvas de verão. Nos extremos norte e sul da região, a temperatura média anual é de 22 ºC e nas chapadas varia de 20º a 22 ºC. Na primavera/verão, são comuns temperaturas elevadas, sendo que a média do mês mais quente varia de 24º a 26 ºC. A média das máximas do mês mais quente oscila entre 30º e 36 ºC. No inverno, em virtude da invasão polar, é comum a ocorrência de temperaturas mais baixas. No mês mais frio, a temperatura média oscila entre 15º e 24ºC, enquanto a média das mínimas fica entre 8º a 18ºC. A pluviosidade média é de 2.000 a 3.000 mm anuais ao norte de Mato Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense é de 1.250 mm. Apesar disso, a região centro-oeste é 23 bem provida de chuvas, sendo que mais de 70% do total de chuvas ocorrem de novembro a março, o que torna o inverno bastante seco. Região Sudeste Nesta região, as características climáticas mais fortes são de clima tropical. No litoral, predomina o clima tropical atlântico e, nos planaltos, o tropical de altitude, com geadas ocasionais. Existe ainda uma grande diversificação no que diz respeito à temperatura. No limite de São Paulo e Paraná, a temperatura média anual situa-se entre 20 ºC, enquanto ao norte de Minas Gerais a média é 24 ºC, e nas áreas mais elevadas das serras do Espinhaço, Mantiqueira e do Mar, a média pode ser inferior a 18 ºC, devido ao efeito conjugado da latitude com a frequência das correntes polares. No verão, são comuns médias das máximas de 30 a 32 ºC. No inverno, a média das temperaturas mínimas varia de 6º a 20 ºC, com mínimas absolutas de -4 a 8 ºC. Em relação à pluviosidade, a altura anual da precipitação nessas áreas é superior a 1.500 mm, chegando a 2.340 mm no alto do Itatiaia e 3.600 mm na serra do Mar, em São Paulo. Os menores índices pluviométricos anuais são registrados nos vales dos rios Jequitinhonha e Doce, em torno de 900 mm. Região Sul Com exceção do norte do Paraná, onde predomina o clima tropical, nesta região o clima predominante é o subtropical, responsável pelas temperaturas mais baixas do Brasil. Na região central do Paraná e no planalto serrano de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o inverno costuma registrar temperaturas abaixo de zero, com o surgimento de geada e até de neve em alguns municípios. A temperatura média anual situa-se entre 14 e 22 ºC, sendo que nos locais com altitudes acima de 1.100 m, cai para aproximadamente 10 ºC. A média das máximas mantém-se em torno de 24 a 27 ºC nas superfícies mais elevadas do planalto e, nas áreas mais baixas, entre 30 e 32 ºC. No inverno, a temperatura média oscila entre 10 e 15 ºC na maior parte da região. A média das máximas também é baixa, em torno de 20 a 24 ºC nos grandes vales e no litoral, e 16 a 20 ºC no planalto. A média das mínimas varia de 6 a 12 ºC, sendo comum o termômetro atingir temperaturas próximas de 0 ºC até índices negativos, devido à invasão das massas polares. Em relação à pluviosidade, a média anual oscila entre 1.250 e 2.000 mm, exceto no litoral do Paraná e oeste de Santa 24 Catarina, onde os valores são superiores a 2.000 mm, e no norte do Paraná, com valores inferiores a 1.250 mm.5 O clima é o padrão de comportamento da atmosfera, formado por um conjunto de elementos naturais, tais como a umidade, os ventos, as temperaturas, a radiação solar, as chuvas e muitos outros. Assim, a combinação desses elementos constitui a forma com que a dinâmica da paisagem se condiciona pela atuação das variações atmosféricas em um dado período. Para entender o funcionamento do clima e os principais tipos climáticos é preciso ter, primeiramente, a clareza com relação à diferença entre tempo e clima. Fonte: www.guiaviagem.org O tempo, tratado no sentido meteorológico, diz respeito às condições momentâneas da atmosfera, de forma a se modificar com uma relativa frequência. Assim, quando falamos que choveu essa tarde ou que, ao longo do mês, houve uma severa estiagem, estamos falando das características meteorológicas e, portanto, do tempo de uma região. Na TV, um meteorologista não costuma apontar as 5 Extraído do link: conteudodasprovas.wordpress.com 25 características do clima, mas sim as variações do tempo nas diferentes localidades do país. O clima, por outro lado, é tratado no sentido climatológico e corresponde ao conjunto de variações do tempo de um determinado lugar, se referindo a algo mais ou menos fixo ou com um maior período de transição. Em algumas definições, considera- se que o clima se manifesta em um conjunto de variações de, pelo menos, 12 anos, mas isso não é necessariamente uma regra. Assim, quando falamos que, no mês de novembro, sempre chove em uma região ou que, as temperaturas do século XX aumentaram 1ºC em média, estamos falando de condições climáticas. Desse modo, a climatologia é a ciência que estuda o clima atmosférico, o que geralmente é realizado a partir de dados meteorológicos coletados durante um longo período, preocupando-se tanto com a caracterização climática quanto com as transformações da atmosfera, o que inclui fenômenos como o Aquecimento Global, glaciações e outros. Já a meteorologia é a ciência que estuda o tempo e preocupa- se, em maior parte, em realizar previsões a curto e médio prazo e entender a influência dos fenômenos climáticos sobre o tempo meteorológico.6 8 SERTÃO No interior do país, nas vastas áreas do sertão, fatores históricos, sociais e econômicos, aliados às características de clima e vegetação, determinam fortes contrastes na paisagem nordestina e no nível de vida da população. Entre os aspectos de natureza físico-geográfica típicos da região, o fenômeno das secasconstitui verdadeiro flagelo, responsável pelo permanente êxodo dos sertanejos. Sertão é uma região geográfica caracterizada pela presença de clima semiárido, vegetação de caatinga, irregularidade de chuvas, solos secos e rios intermitentes ou temporários. O sertão nordestino compreende as áreas mais secas e distantes do litoral leste do Brasil, situadas nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Apenas no Ceará e no Rio 6 Extraído do link: escolaeducacao.com.br 26 Grande do Norte o sertão chega até o litoral. O chamado Polígono das Secas totaliza 936.933km2. O sertão do Nordeste apresenta três formações típicas: 1- Amplas superfícies aplainadas, drenadas ao norte pelos rios Aracaju, Jaguaribe, Apodi e Açu, e a leste pelo São Francisco, o único rio perene da região; 2- Maciços cristalinos, cujos esporões mais ocidentais são os da Borborema e das serras de Maranguape e Baturité; 3- Chapadas sedimentares, como as de Ibiapaba, do Araripe e do Apodi. Apresenta clima semiárido, com estação chuvosa no verão, mas há amplas áreas onde predomina o clima tropical chuvoso, com inverno seco. Em alguns trechos, a taxa pluviométrica anual é inferior a 500mm, sucedendo-se, às vezes, vários anos de estiagem. As prolongadas secas determinam a emigração da população pobre. As superfícies aplainadas são, em geral, cobertas por caatingas, formação vegetal onde predominam arbustos de folhas decíduas; são também abundantes as cactáceas e as bromeliáceas. Nos brejos onde há água durante todo o ano, localizados ora em trechos altos e expostos aos ventos úmidos de sudeste, como a serra Negra, em Pernambuco, ora ao sopé das baixadas sedimentares, como o vale do Cariri, no Ceará, dominavam densas formações florestais, hoje substituídas por culturas de mandioca, cana-de-açúcar e árvores frutíferas. Nas amplas várzeas de solos aluviais, situados nos baixos cursos dos rios que deságuam na costa, proliferam densos carnaubais. Nos espaços vazios existentes praticam-se lavouras de subsistência, enquanto nos tabuleiros cria-se gado bovino. A densidade demográfica no sertão nordestino é baixa e varia de 5 a 25 habitantes por quilômetro quadrado. Grandes propriedades aí se localizam, quase todas dedicadas à pecuária extensiva e à agricultura.7 7 Extraído do link: www.colegioweb.com.br 27 9 OS CLIMAS E OS ECOSSISTEMAS TERRESTRES O tempo corresponde às condições atmosféricas existentes num dado momento e numa dada região, o clima por sua vez corresponde às condições atmosféricas médias e à sua variação ao longo do ano numa dada região. Ou seja, o tempo traduz um estado atual da atmosfera, ao passo que o clima representa um estado médio da atmosfera. Como o clima resulta, em última análise, de uma sucessão de estados de tempo, pode-se defini-lo melhor como sendo “a sucessão mais frequente dos diversos estados de tempo ao longo do ano”. O estado de tempo corresponde a uma determinada situação meteorológica existente numa dada região e num momento. É caracterizado pelo conjunto dos elementos meteorológicos que assumem na ocasião determinados valores. São a temperatura, a humidade, a nebulosidade, a precipitação, a pressão atmosférica e o vento. Cartas sinópticas O estudo do clima é feito tendo por base as cartas sinópticas como a da imagem ao lado. Estas dão a situação meteorológica, com maior ou menor pormenor, numa região mais ou menos extensa e num dado momento. Nelas inscrevem-se os valores dos principais elementos por meio de números ou símbolos. O aspecto mais saliente é o traçado das isóbaras, que dão uma imagem sugestiva da repartição da pressão e, portanto, uma indicação da circulação atmosférica à superfície na região considerada. A interpretação cuidadosa das cartas sinópticas permite, não só a caracterização do estado de tempo nesse momento, mas também prever com maior ou menor precisão a evolução provável do tempo, desde que se disponha de alguns dados complementares. O Clima O Clima é constituído por um certo número de elementos que o caracterizam. Entre os principais, temos, a temperatura e a precipitação, a insolação, a humidade, a nebulosidade, a pressão atmosférica e o vento. O clima é determinado por um certo número de fatores que o condicionam. Entre os principais temos a latitude, a altitude, a proximidade ao mar (também denominada continentalidade), as correntes 28 marítimas, a orientação das massas do relevo, a natureza do solo e o tipo de vegetação e a exposição geográfica das vertentes. Da imensa combinação possível entre elementos determinados pelos fatores, resulta uma miríade de tipos climáticos. A estes correspondem à superfície da Terra uma série de regiões climáticas. Em qualquer região climática, mais ou menos extensa, o tipo climático que lhe corresponde não é uniforme em toda ela. As diferenças locais de relevo, solo, vegetação, etc., introduzem uma variação espacial de que resultam subtipos climáticos. De acordo com a extensão da área, podem-se então identificar microclimas e mesoclimas. O estudo destes climas restritos é muito importante, em especial para a agricultura e a urbanização, uma vez que correspondem mais à realidade. Já os macroclimas, ou grandes tipos climáticos das classificações usuais, são sempre generalizações. 10 A IMPORTÂNCIA DOS CLIMAS O clima condiciona de tal modo a vegetação e a fauna, que a repartição das plantas e, em menor grau, dos animais coincide em larga medida com a distribuição dos vários tipos climáticos. A dependência entre clima e a vegetação é tal que nas classificações climáticas alguns dos limites entre os diferentes tipos de clima são definidos a partir de limites da vegetação. Condiciona ainda de modo decisivo as características dos solos e o comportamento dos cursos de água. Até o próprio relevo não escapa à sua influência, originando-se tipos de relevo em estreita ligação com os tipos de climas. Deste modo, as grandes paisagens naturais da Terra, e, portanto, as grandes regiões geográficas, coincidem muito aproximadamente com as regiões climáticas. Os vários tipos climáticos podem-se classificar atendendo a um, dois ou mais elementos. Teoricamente, dever-se-ia entrar em linha de conta com todos os elementos para caracterizar totalmente o clima, mas tal tentativa tornaria qualquer classificação impossível. Escolhem-se, por isso, para base da classificação apenas um ou dois elementos principais. 29 Um só elemento é, no entanto, insuficiente. Como exemplo, têm-se as classificações que só atendem à temperatura. Já os Antigos dividiram os climas em quentes, temperados e frios, repartidos pelas cinco zonas terrestres, a tórrida, as temperadas do Norte e do Sul e as frígidas do Norte e do sul. Note-se de passagem que a palavra grega Klima significa inclinação. A relação entre a temperatura e a inclinação dos raios era já então evidente. Dada, pois, a pouca precisão, escolhe-se mais um elemento, em geral a precipitação. O rigor é já bastante maior. Os vários tipos climáticos podem-se classificar também atendendo a um, dois ou mais elementos. As dificuldades são grandes, pois a interdependência é complexa e o modo de atuação nem sempre conhecido. Além disso, a sua quantificação é impossível na maior parte dos casos. 11 ECOSSISTEMAS Os seres vivos de um determinado ambiente constituem o meio biótico. Os componentes físicos e químicos de um ambiente constituem o meio abiótico. O conjunto formado pelo meio biótico e pelo meio abiótico de um ambiente, assim como suas inter-relações, é chamado ecossistema. Meio biótico + meio abiótico = ecossistema Em um ecossistema, o meio biótico e o meio abiótico interagem trocando energia e materiais.Cada ecossistema tem suas características próprias e certa estabilidade. Em nosso planeta existem diversos ecossistemas. Um lago, um rio, uma floresta, um deserto e um oceano são alguns exemplos. O local onde determinada espécie de ser vivo, como por exemplo um animal ou um vegetal, vive e se desenvolve é chamado hábitat. Um mesmo ecossistema pode apresentar diversos habitats. Por exemplo, em um ecossistema marinho, há espécies de seres vivos de hábitat abissal e outras que vivem a menos de 2000 m de profundidade, ou seja, acima da zona abissal. 30 Já o conjunto de interações de uma espécie com outras e com o ambiente é chamado nicho ecológico. Para conhecermos o nicho ecológico de uma espécie, é preciso observar vários fatores, como do que a espécie se alimenta, onde e quando se reproduz, em que período do dia é mais ativa, entre outros. Nicho ecológico → Conjunto de atividades que a espécie desempenha em seu habitat (modo de vida alimentar, reprodutivo). Fonte: aprendendocomovoinho.blogspot.com Seres Vivos em um Ecossistema Nos ecossistemas, os seres vivos são organizados em níveis, organismo, população e comunidade. Organismo: Cada ser vivo individualmente é chamado organismo. Ex. piranha. População: Um conjunto de organismos da mesma espécie que habita determinada área é chamado população. Todas as piranhas que vivem no ecossistema de um rio formam a população de piranhas desse ecossistema. Comunidade: O conjunto de populações que vivem em determinada região e se relaciona entre si é chamado comunidade. Todas as populações de seres vivos desse rio, como as populações de piranhas, de lambaris, de pintados, de aguapés e de microrganismos, representam a comunidade desse ecossistema. 31 Componentes básicos de um ecossistema Os organismos vivos e o seu ambiente inerte (abiótico) estão inseparavelmente ligados e interagem entre si. Qualquer unidade que inclua a totalidade dos organismos (isto é, a "comunidade") de uma área determinada interagindo com o ambiente físico por forma a que uma corrente de energia conduza a uma estrutura trófica, a uma diversidade biótica e a ciclos de materiais (isto é, troca de materiais entre as partes vivas e não vivas) claramente definidos dentro do sistema é um sistema ecológico ou ecossistema. Do ponto de vista trófico (de trophe = alimento), um ecossistema tem dois componentes (que como regra costumam estar separados no espaço e no tempo), um componente autotrófico (autotrófico = que se alimenta a si mesmo), no qual predomina a fixação da energia da luz, a utilização de substâncias inorgânicas simples e a elaboração de substâncias complexas, e um componente heterotrófico (heterotrófico = que é alimentado por outro), no qual predominam o uso, a nova preparação e a decomposição de materiais complexos. Os ecossistemas são formados pela união de dois fatores: Fatores abióticos - o conjunto de todos os fatores físicos que podem incidir sobre as comunidades de uma certa região. Fatores bióticos - conjunto de todos seres vivos e que interagem uma certa região e que poderão ser chamados de biocenose, comunidade ou de biota. Exemplo: chamava-se de microflora, flora autóctone ou ainda fora normal todo o conjunto de bactérias e seres, os corpos que viviam no interior do corpo humano ou sobre a pele. Hoje o termo melhor usado em consonância com os termos ecológicos seria microbiota normal. Ecossistemas Terrestres Entre os diversos tipos de ecossistema terrestre, os que merecem maior destaque por sua relevância são: Florestas As florestas podem ser subdivididas em quatro diferentes subgrupos, mas todos possuem em comum densa população de árvores e níveis de precipitação de médio a alto. As florestas tropicais são o lar para uma grande diversidade de animais. 32 O clima é quente com chuvas excessivas e a vegetação cresce em diversas camadas do chão à copa das árvores. As florestas da Índia e da região leste do Brasil, porém, possuem estações específicas de chuva e tempo seco. Essas florestas são chamadas de florestas tropicais decíduas. Coníferas costais e florestas decíduas tropicais margeiam as costas leste e oeste dos EUA, respectivamente. Elas passam por quatro estações e têm chuvas apenas moderadas. As florestas do norte do Canadá são predominantemente de coníferas e passam por longos invernos subárticos. Pradarias Uma pradaria, relvado ou estepe é uma planície vasta e aberta onde não há sinal de árvores nem arbustos, com capim baixo em abundância. Estão localizadas em praticamente todos os continentes, com maior ocorrência na América do Norte. Do ponto de vista fitogeográfico, as pradarias podem ser identificadas com ecossistemas naturais encontrados em muitas outras áreas do globo, como no sul do Brasil, Uruguai e Argentina, onde recebem o nome de pampas; na África, onde se denominam savanas; na Rússia e países adjacentes, com o nome de estepes, e em extensas planícies do sul da Ásia e da Austrália, lugares onde se apresentam como extensas coberturas de grama. Desertos Os desertos têm em comum o fato de receber poucas e irregulares precipitações, apresentar baixíssimas taxas de umidade relativa do ar, céu com poucas nuvens e evaporação alta. As temperaturas do deserto apresentam grandes amplitudes térmicas, podendo atingir 50ºC durante o dia e cair para -1ºC à noite. Os solos são sempre muito pobres, pedregosos ou arenosos. Nestas áreas encontramos plantas xerófitas e, em algumas regiões com mais umidade, aparecem as “ilhas de vegetação” – os chamados oásis. Presença de correntes marítimas frias no litoral, altas pressões subtropicais, grandes altitudes e barreiras montanhosas que impedem a passagem de massas de ar úmido vindas do oceano são as principais causas da formação de desertos. O Saara, na África Setentrional, e o deserto da Atacama, no Chile, são exemplos de desertos que se formaram em áreas onde chove muito pouco ou onde não cai sequer uma gota de chuva. 33 Temos tanto desertos quentes como desertos frios. Em ambos, a vegetação é composta de plantas de pequeno porte, muito espalhadas pela extensão arenosa. Os desertos cobrem cerca de 1/5 da superfície terrestre. Os quentes estão localizados nas proximidades dos trópicos de Câncer e de Capricórnio e os frios, nas latitudes mais altas. Nesses últimos há queda de neve pouca chuva na primavera (150 a 260 mm por ano). As chuvas nos desertos quentes estão concentradas em curtos períodos, intercalados com prolongadas épocas de seca. Savanas São formações típicas de regiões de clima tropical, com estação chuvosa e outra seca. Localizam-se entre o bioma da floresta tropical e o dos desertos. Existem vários tipos diferentes de savanas; as mais conhecidas são africanas, onde vivem muitos leões, zebras, girafas, elefantes, gazelas, entre outros animais. A savana apresenta dois “andares” de vegetação tropófila: um mais alto, formado por árvores; e outro mais baixo, composto de gramíneas. Na América do Sul, as savanas ocupam áreas da Venezuela e da Colômbia (llanos), na bacia do rio Orenoco; o cerrado, vegetação correspondente no Brasil, cobre grande parte da região Centro-Oeste. Também encontramos savana no norte da Austrália, onde se destacam os eucaliptos, e na Índia. Ecossistemas Aquáticos Ecossistemas aquáticos abrangem os ecossistemas aquáticos continentais, como rios, lagos, lagoas e geleiras; assim como os recursos hídricos subterrâneos que são certos os lençóis freáticos e reservatórios subterrâneos, como por exemplo o Aquífero Guarani, existente na América do Sul; e também os ecossistemas marítimos e costeiros, como manguezais e restingas, nas áreas costeiras de mares e oceanos. Segundo a Agência Nacional de Águas do Brasil (ANA), os ecossistemas aquáticos são analisados de acordo com o bioma ao qual pertencem, como a florestaamazônica, a caatinga, o cerrado e o pantanal, a mata atlântica e os campos sulinos, e a zona costeira e marinha. Significa todos os ecossistemas aquáticos, que tem um corpo de biótopo de água, tais como: mares, oceanos, rios, lagos, pântanos e assim por diante. Os dois mais importantes são: os ecossistemas marinhos e de água doce dulce. 34 Diferenças básicas entre ecossistemas aquáticos e terrestres, além do substrato que os envolve Lagos Os lagos são grandes corpos naturais de água doce parada formados quando precipitação, escoamento ou infiltração de águas subterrâneas enchem depressões da superfície terrestre. Os lagos são abastecidos com água da chuva, derretimento de neve e riachos que drenam as bacias da vizinhança. Riachos e Rios A precipitação que não penetra na terra nem evapora é água de superfície. Ela se torna córrego quando flui para riachos. O fluxo descendente de água de superfície e das águas subterrâneas das montanhas para o mar normalmente se dá em três zonas aquáticas caracterizadas por diferentes condições ambientais: zona fonte, zona de transição e zona de várzea. Oceanos São de importância vital para todos os ecossistemas do planeta. Influencia as características climáticas e atmosféricas da Terra, além de sua importância nos ciclos minerais (exemplo – ciclo do carbono) Praias O ecossistema de praias arenosas pode ser definido, de uma maneira simples, como a região costeira onde as ondas retrabalham ativamente o sedimento. O sedimento das praias arenosas usualmente inclui uma variedade de tipos e tamanhos de partículas, como areias grosseiras e areias finas. Ele abrange desde o mesolitoral, ou região entre marés, até aproximadamente 20 m de profundidade. Proximidade de costões rochosos, regime de ondas, características do sedimento, proximidade de rios e estuários e frequência de fenômenos meteorológicos como ressacas, estão entre os fatores que determinam o tipo de praia. Uma diversa e bem adaptada biota se desenvolve nestes ecossistemas, embora os mesmos apresentem a aparência de um deserto. 35 Recifes de corais Formam-se em águas quentes e claras da região tropical e subtropical. Prestam vários serviços ecológicos: Amenizam as temperaturas Barreias naturais contra a erosão provocada pelas ondas Sustentam 1/4 das espécies marinhas Produzem 1/10 da pesca mundial Estuários Ele pode ser considerado zona de transição entre água doce e salgada, mas com características próprias. A salinidade apresenta uma grande variação durante o ano, por isso as espécies possuem uma grande tolerância a tais variações. A comunidade é composta por espécies exclusivas, além das espécies que vêm do oceano e aquelas que migram do oceano para os rios e vice-versa Pântanos São áreas planas de abundante vegetação berbácea e/ou arbustiva, que permanecem grande parte do tempo inundadas. O surgimento dos pântanos geralmente ocorre em áreas onde o escoamento das águas se torna lento. 36 Fonte: www.dm.com.br Ecossistemas Brasileiros A Amazônia A Floresta Amazônica ocupa a Região Norte do Brasil, abrangendo cerca de 47% do território nacional. É a maior formação florestal do planeta, condicionada pelo clima equatorial úmido. Esta possui uma grande variedade de fisionomias vegetais, desde as florestas densas até os campos. Florestas densas são representadas pelas florestas de terra firme, as florestas de várzea, periodicamente alagadas, e as florestas de igapó, permanentemente inundadas e ocorrem na por quase toda a Amazônia central. Os campos de Roraima ocorrem sobre solos pobres no extremo setentrional da bacia do Rio Branco. As campinaranas desenvolvem-se sobre solos arenosos, espalhando-se em manchas ao longo da bacia do Rio Negro. Ocorrem ainda áreas de cerrado isoladas do ecossistema do Cerrado do planalto central brasileiro. O semiárido (Caatinga) A área nuclear do semiárido compreende todos os estados do Nordeste brasileiro, além do norte de Minas Gerais, ocupando cerca de 11% do território nacional. Seu interior, o Sertão nordestino, é caracterizado pela ocorrência da 37 vegetação mais rala do semiárido, a Caatinga. As áreas mais elevadas sujeitas a secas menos intensas, localizadas mais próximas do litoral, são chamadas de Agreste. A área de transição entre a Caatinga e a Amazônia é conhecida como Meio- norte ou Zona dos cocais. Grande parte do Sertão nordestino sofre alto risco de desertificação devido à degradação da cobertura vegetal e do solo. O Cerrado O Cerrado ocupa a região do Planalto Central brasileiro. A área nuclear contínua do Cerrado corresponde a cerca de 22% do território nacional, sendo que há grandes manchas desta fisionomia na Amazônia e algumas menores na Caatinga e na Mata Atlântica. Seu clima é particularmente marcante, apresentando duas estações bem definidas. O Cerrado apresenta fisionomias variadas, indo desde campos limpos desprovidos de vegetação lenhosa a cerradão, uma formação arbórea densa. Esta região é permeada por matas ciliares e veredas, que acompanham os cursos d'água. A Mata Atlântica A Mata Atlântica, incluindo as florestas estacionais semideciduais, originalmente foi a floresta com a maior extensão latitudinal do planeta, indo de cerca de 6 a 32oS. Esta já cobriu cerca de 11% do território nacional. Hoje, porém a Mata Atlântica possui apenas 4% da cobertura original. A variabilidade climática ao longo de sua distribuição é grande, indo desde climas temperados super úmidos no extremo sul a tropical úmido e semiárido no Nordeste. O relevo acidentado da zona costeira adiciona ainda mais variabilidade a este ecossistema. Nos vales geralmente as árvores se desenvolvem muito, formando uma floresta densa. Nas encostas esta floresta é menos densa, devido à frequente queda de árvores. Nos topos dos morros geralmente aparecem áreas de campos rupestres. No extremo sul a Mata Atlântica gradualmente se mescla com a floresta de Araucárias. Complexo Pantaneiro O Pantanal mato-grossense é a maior planície de inundação contínua do planeta, coberta por vegetação predominantemente aberta e que ocupa 1,8% do território nacional. Este ecossistema é formado por terrenos em grande parte 38 arenosos, cobertos de diferentes fisionomias devido à variedade de micro relevos e regimes de inundação. Como área transicional entre Cerrado e Amazônia, o Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas terrestres com afinidades sobretudo com o Cerrado.8 12 ENTENDA AS CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA A ECONOMIA Boa parte do Brasil enfrentou uma relevante crise hídrica e energética em 2015. Vários estados cogitaram implementar políticas de racionamento hídrico e de adicional tarifário por consumo excessivo de água e energia. Comumente entendidas como impactos relevantes em nossas vidas, principalmente devido à experiência cotidiana de falta de água na torneira ou no chuveiro, as alterações dos regimes pluviométricos afetam diretamente setores relevantes da economia nacional, como o setor industrial e a agricultura, amplificando as consequências das mudanças climáticas. Destaca-se, ainda, que a crise imposta ocorre apenas parcialmente pelo regime de chuvas. A má gestão dos recursos hídricos, o descaso com a preservação de áreas de proteção ambiental e nascentes e o uso ineficiente da água contribuem tão significativamente para um cenário de escassez quanto a falta de chuva. Portanto, o uso racional dos recursos naturais é fundamental para o nosso futuro. 8 Extraído do link: www.algosobre.com.br 39 Fonte: rmai.com.br Agir no curto prazo, por meio de ações emergenciais como o racionamento e a taxação do consumo excessivo, é fundamental em cenários críticos. Entretanto, ações estruturantes de reduçãodo desperdício e das perdas, ampliação das redes de coleta e tratamento de esgotos e a introdução sistemática de tecnologias de reuso de água devem ser levadas a sério pelo poder público e pelo setor privado. É essencial compreender que as alterações climáticas continuarão gerando impactos no médio e longo prazo e que precisamos nos preparar para enfrentá-los. O aumento da temperatura, a mudança no regime de chuvas e a elevação do nível do mar são alguns dos impactos físicos mais conhecidos das mudanças climáticas. Entretanto, outras consequências diretas e indiretas podem afetar negócios e a sociedade. Quer saber mais? Continue acompanhando o nosso artigo! A Água como Insumo Produtivo Se o problema da água se materializa na torneira seca das casas, ele também impacta setores importantes da economia, como a agricultura. O risco para a segurança alimentar é real e os modelos climáticos apontam para as perdas de safras e a realocação de produções. No Brasil, por exemplo, apenas a cultura da cana-de- açúcar não será afetada pelas mudanças do clima, segundo dados da EMBRAPA. As 40 culturas mais sensíveis, como a soja e o café, serão impactadas por uma menor área susceptível à produção, com a consequente alta de preços e a potencial contribuição para o aumento do custo de vida no país. Tal cenário implica em maior risco para os produtores destas culturas. A incerteza num quadro de mudanças climáticas pode ser mitigada por maiores investimentos em tecnologias de ponta e em sistemas eficientes de irrigação, garantindo a produtividade. Entretanto, tal cenário implica também em maior risco de crédito, com consequente aumento do prêmio de financiamentos dessa natureza. Sob a ótica do sistema financeiro, investir ou financiar regiões e atividades nas quais há maior risco de perda de produção significa assumir uma maior probabilidade de não pagamento. O aumento do risco implica em aumento de custo das linhas de crédito. O aumento do custo dos financiamentos, e a consequente insuficiência de crédito aos produtores rurais, poderá seguir na contramão da demanda adicional por investimentos para lidar com as alterações climáticas, ampliando o efeito negativo para as safras futuras. Além disso, alimentos caros pressionam positivamente a inflação, o que pode implicar em políticas monetárias mais rígidas por parte do governo, como o aumento dos juros básicos. Tal cenário tende a favorecer a queda do consumo e o início de um ciclo de redução da atividade econômica nacional. A Energia como Insumo Produtivo O setor elétrico também sofre com a falta de água. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), publicado na revista Desafios do Desenvolvimento, demonstra que a energia racionamento de energia hidrelétrica manterá sua preponderância na matriz nacional, com níveis próximos a 74% da geração até 2030 — atualmente sua participação é de 75% — índices altos para o padrão mundial. Assim, a dependência da água para geração de energia aumenta a vulnerabilidade do setor elétrico em um cenário de mudanças climáticas. Estes impactos foram avaliados no relatório do CBDES demonstrando a exposição do setor às alterações climáticas projetadas para 2050. Energia escassa implica em elevação das tarifas, como já vem sendo observado, afetando principalmente a indústria, que é grande consumidora. É verdade que valores mais altos de energia geram incentivos 41 para investimentos em eficiência energética e em fontes alternativas de geração, reduzindo a dependência do consumidor pela eletricidade proveniente da rede elétrica. Por outro lado, tais investimentos demandam planejamento e disponibilidade de recursos, o que pode não acontecer no curto prazo. Consequentemente, o setor privado, em especial a indústria, deve se preparar para conviver com maiores custos de energia e maior risco de indisponibilidade de eletricidade. 12.1Consequências das Mudanças Climáticas: Impactos na Economia Os impactos das mudanças climáticas não se restringem, portanto, apenas aos recursos naturais e a sua torneira. Economia e sociedade serão profundamente afetadas. O crescimento do país poderá ser prejudicado, ao passo que a demanda por investimentos em adaptação e aumento da resiliência climática tendem a se expandir. Portanto, a desaceleração do crescimento econômico alinhado às incertezas climáticas contribui para um cenário econômico de indefinições. A solução para esse conundrum passa por procurar soluções para um crescimento sustentável, pautado no uso racional dos recursos naturais. O controle da emissão dos gases de efeito estufa, a produção consciente e durável e a aplicação de tecnologias que utilizem a melhor forma de gerar e consumir energia são itens que devem ser, obrigatoriamente, perseguidos. Devemos, ainda, preparar-nos para conviver em um mundo diferente daquele que conhecemos. As alterações climáticas são reais e seus impactos serão observados com maior frequência. 42 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONFALONIERI, U. E. C. Mudança climática global e saúde humana no Brasil, In: Parcerias Estratégicas / Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. - Número 27· Brasília – DF. Edição Especial – Mudança do clima no Brasil: vulnerabilidade, impactos e adaptação, 2008. CONTI, J. B. Desertificação em áreas tropicais - Proposta de Metodologia de estudo Aplicado ao Nordeste Brasileiro. 1995. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995. Draenert F M (1896) O clima do Brazil. Typographia Carlos Schmidt, Rio de Janeiro. _______; E. 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(Coleção Grandes Cientistas Soci
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