Direito Constitucional - Tripartição de poderes

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
TRIPARTIÇÃO DE PODERES 
 
Conceito histórico da divisão de poderes 
Basicamente se inicia com as algumas ideias expostas por Platão, que trazem a importância 
da divisão das funções do Estado, visando evitar a concentração do poder. 
Aristóteles por sua vez, baseados em relatos já existentes, como o de Platão, foi o primeiro 
teórico a manifestar de forma direta e específica o Princípio da Separação dos Poderes. Ele 
trouxe a ideia de três poderes fundamentais existentes em um governo, os quais: 
• Função Deliberativa 
• Função Executiva 
• Função Judicial 
O francês Maquiavel também apresentou contribuição a tal conceito, o qual na sua obra “O 
Príncipe” revela três poderes distintos, que segundo seu ponto de vista beneficiam 
principalmente o rei, ao redirecionar certas decisões. 
• Legislativo (poder representado pelo Parlamento) 
• Executivo (representado na figura do Rei) 
• Judiciário (Poder com autonomia) 
John Locke por sua vez, no contexto da Revolução Gloriosa na Inglaterra, aborda três poderes 
incumbidos de exercer as funções do governo: 
• Poder Legislativo (exercido pelo Parlamento e visto por ele como superior aos demais) 
• Poder Executivo (aplicador das leis) 
• Poder Federativo (administrando as relações internacionais do governo). 
Por fim, Montesquieu, através da obra “O Espírito das Leis”, trouxe a ideia da tripartição de 
poderes, harmônicos e independentes entre si. Tal autor buscava a especialização funcional 
incumbida a órgãos independentes, possibilitando a limitação do poder em causa de divisões 
deste. Dessa forma, o filósofo redefiniu poder do Estado, limitando-o. Isto foi chamado de 
Sistema de Freios e Contrapesos. 
• Poder Legislativo 
• Poder Executivo 
• Poder Judiciário 
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OS TRÊS PODERES 
 
PODER LEGISLATIVO 
 
Este poder tem a função legislativa, ou seja, de criar leis que regulem o Estado e a organização 
em sociedade. 
No Brasil, o poder legislativo é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal 
que juntos constituem o Congresso Nacional. 
Pode atuar em três âmbitos: federal, estadual e municipal. 
ÂMBITO FEDERAL 
Congresso Nacional: representado pelos senadores e deputados federais. Senadores e 
deputados são eleitos por sistemas eleitorais diferentes, de acordo com a representatividade 
das casas. Os senadores são eleitos por voto majoritário de cada Estado. 
ÂMBITO ESTADUAL 
Assembleia ou Câmara Legislativa: exercida pelos deputados estaduais. Os deputados são 
eleitos pelo sistema eleitoral proporcional de lista aberta, em que o número de votos para se 
eleger é a relação entre o número de eleitores e o número de cadeiras que o Estado tem na 
Câmara. 
ÂMBITO MUNICIPAL 
Câmara dos Vereadores: exercida pelos vereadores. Os vereadores são eleitos pelo sistema 
eleitoral proporcional. 
 
PODER EXECUTIVO 
Poder que tem a função de governar a população e administrar os interesses públicos, 
executando as leis segundo a Constituição que rege o país. 
No Brasil, o sistema de governo adotado é o presidencialista, no qual o Presidente da 
República é eleito pelo povo, para mandato regular e temporário em que é líder do poder 
executivo. Em todos os seus âmbitos, os representantes são eleitos de forma direta através 
de votação. 
Dividido em âmbitos: 
ÂMBITO FEDERAL 
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Presidente da República, juntamente com os Ministros por ele indicados. 
ÂMBITO ESTADUAL 
Governador 
ÂMBITO MUNICIPAL 
Prefeito 
 
PODER JUDICIÁRIO 
A este poder cabe a função jurisdicional, verificando a legalidade das leis em relação à 
Constituição. Visando garantir os direitos individuais, coletivos e sociais aplica a lei nos casos 
concretos de conflito de interesses que lhes são apresentados. Dessa forma, possui 
autonomia administrativa e financeira. 
Dividido em âmbitos 
 
ÂMBITO FEDERAL 
Tribunais superiores: Supremo Tribunal Federal (STF), Supremo Tribunal de Justiça (STJ). 
Tribunais superiores especializados: Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior 
Eleitoral (TSE), Supremo Tribunal Militar (STM). 
 
ÂMBITO ESTADUAL 
De competência de cada estado e do Distrito Federal. 
Tribunais de Justiça (TJs) 
Juizados Cíveis e Criminais 
Juízes estaduais e desembargadores 
 
 
 
 
 
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FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DOS PODERES 
 
 LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO 
Função típica Legislar e fiscalizar Pratica os atos de 
chefia de Estado, 
chefia de governo e 
atos da 
administração. 
Julgar (função 
jurisdicional) 
Função atípica De natureza 
executiva: 
Concessão de 
férias, licenças para 
servidores, dispor 
sobre sua 
organização interna 
preenchendo 
cargos (exceto os 
eletivos), etc. 
De natureza 
jurisdicional: 
O Senado Federal 
julga o Presidente 
da República no 
caso de crime de 
responsabilidade 
(art.52, I da CF). 
 
De natureza 
legislativa: Medida 
provisória, a qual o 
Presidente da 
República pode 
adotar (art.62 CF). 
De natureza 
jurisdicional: 
O Poder Executivo 
aprecia defesas e 
recursos 
administrativos, 
ensejando o 
“contencioso 
administrativo”. 
De natureza 
legislativa: 
Elaboração do 
regime interno de 
seus tribunais (art. 
96 CF, I, “a”). 
De natureza 
executiva: 
Administrar seus 
serviços e 
servidores, com 
concessão de férias 
e licenças aos 
magistrados e 
serventuários. 
(art.96, I, “f” da CF).