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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2 BIOSSEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS EM ESTÉTICA ..................................... 5 3 RISCO EM ESTABELECIMENTOS DE EMBELEZAMENTO ............................. 11 3.1 Riscos aos Trabalhadores .................................................................. 14 3.2 Riscos aos Clientes ............................................................................ 17 4 CABELEIREIRO/ BARBEIRO/MANICURO/PEDICURO ..................................... 18 5 ESTETICISTA ..................................................................................................... 19 6 MANUAL DE ROTINAS E PROCEDIMENTOS .................................................. 20 7 MEDIDAS PREVENTIVAS NO AMBIENTE PROFISSIONAL ............................. 21 8 Programa de controle médico de saúde ocupacional ......................................... 22 8.1 Exame Admissional ............................................................................ 22 8.2 Exame Periódico ................................................................................ 23 8.3 Exame de Retorno ao Trabalho ......................................................... 23 8.4 Exames de mudanças de função ....................................................... 23 8.5 Exame Demissional ............................................................................ 23 9 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ............................................... 24 9.1 Proteção para a cabeça ..................................................................... 24 9.2 Proteção para os membros superiores............................................... 24 9.3 Proteção do tronco ............................................................................. 25 9.4 Proteção para membros inferiores ..................................................... 25 10 HIGIENE AMBIENTAL ........................................................................................ 26 10.1 Piso ................................................................................................. 26 10.2 Vaso sanitário ................................................................................. 27 10.3 Mobiliário ......................................................................................... 27 10.4 Portas e paredes ............................................................................. 27 2 10.5 Roupas ............................................................................................ 27 10.6 Filtros de ar-condicionado ............................................................... 28 10.7 Higiene pessoal ............................................................................... 28 10.8 Lavagem das mãos ......................................................................... 28 11 PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGOS ............ 30 11.1 Limpeza........................................................................................... 30 11.2 Limpeza manual .............................................................................. 31 11.3 Procedimentos de lavagem manual ................................................ 31 11.4 Limpeza específica para pentes e escovas:.................................... 31 11.5 Limpeza mecânica .......................................................................... 32 11.6 Lavadora mecânica ......................................................................... 32 12 TRATAMENTO - utensílios e instrumentais ........................................................ 33 12.1 Artigos Críticos ................................................................................ 33 12.2 Artigos Não Críticos ........................................................................ 33 12.3 Esterilização por Calor Úmido - AUTOCLAVE ................................ 35 12.4 Como realizar: ................................................................................. 35 12.5 Esterilização por Calor Seco - ESTUFA .......................................... 36 12.6 Como realizar: ................................................................................. 37 13 ÁREA FÍSICA ...................................................................................................... 38 14 SETOR DE QUÍMICA ......................................................................................... 39 14.1 Setor de manicure/pedicure ............................................................ 39 14.2 Sala de depilação ............................................................................ 40 14.3 Área de guarda de estoque de produtos e equipamentos .............. 40 14.4 Sanitários para o público – feminino e masculino ........................... 40 14.5 Vestiários para funcionários ............................................................ 41 14.6 Área de rouparia (não obrigatória) .................................................. 41 3 14.7 Área de armazenamento de resíduos sólidos ................................. 41 14.8 Edificação - instalações necessárias .............................................. 41 15 PRODUTOS ........................................................................................................ 42 16 EQUIPAMENTOS ............................................................................................... 43 17 DEPILAÇÃO ....................................................................................................... 45 18 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LIXO) ...................................... 46 18.1 Cuidados necessários ao manusear os resíduos infectantes ......... 48 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 50 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 BIOSSEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS EM ESTÉTICA Fonte: biomedicinapadrao.com.br O termo biossegurança significa: Bio = vida, e segurança = aquele que segura, ou seja, proteção da vida através das boas práticas. A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes, ou seja, são técnicas ou medidas adotadas, a fim de prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos. Esse conjunto de ações deve se basear nos princípios específicos das atividades pré-determinadas em cada estabelecimento, sendo que o foco é proteger a saúde do homem e dos animais e preservar o meio ambiente e a qualidade dos resultados (ZAMONER, 2018). Os procedimentos, hábitos e/ou rotinas serão cuidadosamente avaliados, com o objetivo de que cada estabelecimento tome consciência dos riscos existentes em seu ambiente de trabalho. Esses bons hábitossão para evitar a contaminação por agentes infecciosos, como bactérias, fungos, helmintos e vírus em spas, clínicas e centros de beleza e saúde, onde a estética esteja envolvida (PIATTI, 2018). Segundo a Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz define “Biossegurança como um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização e eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente, ou a qualidade dos trabalhados” (FELIPE, DIAS, COUTO, NINA, NUNES, 2017). 6 Nesse sentido, compreende-se que as práticas de biossegurança bem como os processos que antecedem a esterilização estão intimamente ligadas ao trabalho diário do profissional que desenvolve atividades laborais na área de estética. Estes, deverão estar cientes da existência de uma série de riscos químicos, físico, biológicos e psicossociais referentes as atividades desta profissão, efetuando as medidas de prevenção (PIATTI, 2018). As medidas de biossegurança abrangem uma série de cuidados, que incluem limpeza do estabelecimento, assepsia e esterilização de instrumentais críticos, semicríticos e não críticos, uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e (EPCs) o correto gerenciamento do resíduo gerado pelo estabelecimento bem como a higienização das mãos e uso de materiais descartáveis (RAMACCIATO, 2007. Apud PIATTI, 2018). Na atualidade é crescente a preocupação com processos de assepsia e esterilização inerentes aos procedimentos estéticos oferecidos em clínicas, centros e salões de beleza tendo em vista que, na maioria dos atendimentos o cliente desconhece estes processos e os riscos causados pelas infecções que possivelmente poderá incorrer nas diversas terapêuticas tanto no âmbito capilar, facial e corporal. Portanto, é de suma importância que seja predominante à conduta ética por parte dos profissionais com relação ao conhecimento e aplicabilidade das medidas de biossegurança, voltadas para a prevenção, minimização e eliminação de possíveis riscos por contaminação de agentes microbianos (FELIPE, DIAS, COUTO, NINA, NUNES, 2017). Fonte: hrac.usp.br 7 Nos últimos anos, os Centros de Vigilância Sanitária têm sido frequentemente consultados, a respeito dos riscos de transmissão de agentes infecciosos, nos estabelecimentos de embelezamento Justifica-se a relevância deste tema, a grande quantidade de solicitações de pareceres demandada por parte de profissionais da área de Embelezamento e, sobretudo, pelas evidências científicas que apontam para a possibilidade de contrair alguma infecção, pela manipulação de artigos habitualmente empregados nesses estabelecimentos, que podem colocar em risco o profissional e/ou cliente (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013). Os institutos de beleza sem responsabilidade médica são considerados estabelecimentos de interesse da saúde, pois podem representar um risco para seus usuários, se boas práticas não forem adotadas. Conhecer possibilidades e riscos de transmissão de doenças, noções de higiene, de processos, desinfecção de utensílios e instrumentos e o cuidado no uso de determinados produtos é fundamental na prestação desse tipo de serviço, com qualidade (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013). De acordo com as informações da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos - ABIHPEC (2017), o Brasil é o terceiro maior mercado de beleza, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão. O aumento da procura por cuidados estéticos decorre da ampliação do número de clínicas de estética, facilitando o acesso do público em geral – pessoas das mais variadas classes sociais e de diferentes níveis de poder aquisitivo (BRASIL, 2015). Fonte: hrac.usp.br 8 Atualmente vivenciamos uma sociedade de consumo, pois a beleza se tornou um produto, enquanto no passado era uma característica, a mesma é reconhecida como instrumento de autoafirmação. Juntamente, com as inovações tecnológicas, o discurso sobre modernidade e as ofensivas conservadoras, foram à estratégia para se construir essa imposição de um padrão de beleza, ou seja, a busca pelo belo (MARTINS, 2016). Fonte: tribunadonorte.com.br Na mesma proporção que se dá esse aumento, cresce também a necessidade de adoção de procedimentos e regramentos, além de licenciamentos na área de biossegurança e gerenciamento de resíduos (ZAMONER, 2008). Tais estatísticas embasam a preocupação com a segurança de todos. A biossegurança em estética requer atenção e consciência para ações de prevenção a doenças no ambiente de trabalho. Segundo Piatti (2018), atualmente, boa parte dos profissionais são tecnicamente despreparados e, na maioria dos casos, há um desconhecimento básico de doenças que podem ser disseminadas por contato físico dentro de ambientes fechados. Além disso, a relação entre o profissional e o cliente exige uma maior proximidade, sendo inevitável o contato físico, já que a função envolve a realização de tratamentos como a limpeza de pele, por exemplo. 9 Outro agravante é que no Brasil, com o crescimento do número de clínicas e profissionais autônomos, as ações preventivas acabam se tornando falhas, abrindo um precedente para contaminações com os mais variados agentes patogênicos (PIATTI, 2018). A disseminação dos agentes patogênicos deixou de ser exclusiva do âmbito hospitalar, atingindo vários serviços de interesse à saúde, dentre eles os da beleza e estética. O risco da transmissão microbiana agrava-se quando os profissionais desconhecem e não utilizam medidas de biossegurança (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013). Alguns dos principais fatores que levam à disseminação dos agentes patogênicos causadores de doenças são: a insuficiência de instrumentos para atendimento de clientes; o reuso de materiais descartáveis, como lâminas; a inadequada desinfecção e esterilização de instrumentais e equipamentos; o uso incorreto de soluções químicas desinfetantes; a inadequada assistência no pós- trauma à pele e mucosas; o baixo índice de imunização contra o vírus de hepatite B (VHB), bem como o desconhecimento da necessidade de vacinar; o incorreto descarte de materiais cortantes e perfurantes; o uso inadequado ou o não uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e as falhas na prevenção de acidentes associado às más condições físicas e sanitárias dos ambientes estéticos (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2012). As boas práticas a serem adotadas pelos estabelecimentos de beleza consistem em um conjunto de medidas que visam garantir a qualidade sanitária em conformidade com: Código Sanitário Estadual - Lei n. 10.083/98. Decreto nº 20.931, de 11/01/1932. Artigo 25: “Os institutos de beleza, sem direção médica, limitar-se-ão aos serviços compatíveis com sua finalidade, sendo terminantemente proibida aos que neles trabalham a prática de intervenções de cirurgia plástica, por mais rudimentares que sejam, bem com a aplicação de agentes fisioterápicos e a prescrição de medicamento.”. Decreto nº 12.342, de 27 de setembro de 1.978. Artigo 218: “Os estabelecimentos de que trata esta seção estão sujeitos a vistoria pela autoridade sanitária, e só poderão ser utilizados para o fim a que se destinam, não podendo servir de acesso a outras dependências”. 10 Parágrafo único – “São permitidas outras atividades afins, a critério da autoridade sanitária, respeitando as áreas mínimas exigidas”. Fonte: sindebeleza.org.br A atividade dos profissionais da beleza oferece o risco de exposição a patógenos veiculados pelo sangue, de forma acidental, como os vírus de hepatite B (HBV), C (HCV)e o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), além de infecções bacterianas e fúngicas. O desconhecimento e a baixa adesão dos profissionais às medidas de biossegurança, a exemplo de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI), adequadas técnicas de reprocessamento dos instrumentos, descarte de materiais de uso único e higienização das mãos, são fato inequívoco (FELIPE, DIAS, COUTO, NINA, NUNES, 2017). Na Itália e Turquia, as hepatites B e C foram consideradas como infecção de risco ocupacional aos barbeiros, cabeleireiros e manicures/ pedicures. No Brasil, uma pesquisa em São Paulo identificou que manicures não conheciam as formas de transmissão do vírus HBV (72%) e HCV (85%). No Brasil, tem aumentada oferta de procedimentos deste segmento, desse os tradicionais, como a manipulação de tecidos nas mãos e pés, por meio da remoção do eponíquio (cutículas) com alicates, pelos serviços de manicures e pedicures, entre outros mais invasivos, como os de tatuagem e colocação de body piercing (FELIPE, DIAS, COUTO, NINA, NUNES, 2017). 11 Apesar do aumento da adesão popular às práticas de embelezamento, existem poucos registros de infecções neste ramo de atividade, pela ausência de notificação, e estudos relacionados à adesão e conhecimento de grupo de profissionais do embelezamento quanto às recomendações de biossegurança ainda são escassos (ZAMONER, 2008). 3 RISCO EM ESTABELECIMENTOS DE EMBELEZAMENTO Fonte: studioral.com.br O risco de agravos à saúde nos Estabelecimentos de Embelezamento pode ser variado e cumulativo tanto para os trabalhadores como para os clientes. Portanto, é de vital importância que todos os profissionais conheçam e adotem o conceito de Biossegurança a fim de se obter ambiente profissional livre de riscos para os trabalhadores e clientes (PEREIRA, 2012). Os estabelecimentos que prestam serviços na área de beleza e estética, definidos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (CNAE-2.0-IBGE), como serviços de cabeleireiros e Outras Atividades de Tratamento de Beleza fazem parte do cenário atual e contam com um grande número de consumidores. As ocupações profissionais desse segmento compreendem cabeleireiros, manicures, barbeiros, massagistas, esteticistas, pedicures, calistas, trabalhadores de clínicas de estética, institutos de beleza, tratamento capilar e depilação (ZAMONER, 2018). 12 O significado etimológico da palavra Biossegurança - vida e segurança – esse binômio pode ser compreendido, como um conjunto de comportamentos, conhecimentos, hábitos, ações que são passadas ao homem para que suas atividades possam ser realizadas de forma segura e sem risco à vida (ZAMONER, 2018). Os estabelecimentos que prestam serviços na área de beleza e estética, definidos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (CNAE 2.0) como serviços de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza, contam com um grande número de consumidores (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2012). As ocupações profissionais do ramo abrangem cabeleireiros, manicures, barbeiros, massagistas, esteticistas, pedicures, trabalhadores de clínicas de estética, institutos de beleza, tratamento capilar e depilação (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2012). Nesse sentido, para diminuir riscos de infecções e aumentar a segurança dos serviços prestados por esses profissionais, tanto eles quanto os clientes precisam ser vistos como alvo de contaminações e também como seres que contaminam (PIATTI, 2018). De acordo com o Manual de orientação para instalação e funcionamento de institutos de beleza, elaborado pelo Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, os profissionais que atuam na área de estética e beleza devem fazer o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante o procedimento de seus serviços específicos (PEREIRA, 2012). Fonte:netflexweb.com 13 Os estabelecimentos de estética e beleza favorecem a transmissão de microrganismos e de doenças tais como: hepatite A.B e C (transmitidas pelo sangue, secreções, lágrimas e suor), herpes labial e genital (por meio do uso de equipamentos em outro cliente contaminado sem a devida esterilização e limpeza), gripes (incluindo a H1N1), tuberculose, micoses (oriundas de equipamentos compartilhados) e a AIDS (através do contato com agulhas contaminadas) (MURTAGH, 2005. Apud GARBACCIO, OLIVEIRA, 2012). A via de contaminação pode ocorrer de forma direta ou indireta. A via direta se baseia na transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores. Pode-se citar como exemplos a transmissão aérea por bi aerossóis, a transmissão por gotículas, o contato com a mucosa dos olhos e via cutânea. Já a via indireta é a transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores, por exemplo, transmissão por meio de mãos devido ao uso de perfuro cortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfície (BRASIL, 2008). Os centros de beleza são locais que podem expor as pessoas, que nele trabalham ou circulam, a riscos de diversas origens. Com a rotatividade de pessoas utilizando os mesmos materiais e utensílios, surgiu uma preocupação pelos órgãos competentes em fiscalizar e determinar normas de biossegurança, que deveriam ser seguidas por estes estabelecimentos para não haver disseminação de agentes infecciosos (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013). No Brasil, na década de 90, criou-se a Lei nº 8.974/95, que estabeleceu normas de biossegurança para regular a manipulação e o uso de organismos geneticamente modificados (OGM). Foi, portanto, a primeira lei a estabelecer normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados. O Ministério da Saúde instituiu a Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS) pela Portaria GM/MS nº 1.683, de 28 de agosto de 2003, que tem como objetivo elaborar e reformular normas de biossegurança. Dentro deste cenário, surgem as fragilidades apresentadas durante o exercício das profissões ligadas ao segmento de embelezamento e estética, associadas ao restrito conhecimento das práticas de biossegurança, assim como a não adesão às normas de proteção existentes, acarretando a exposição de trabalhadores e usuários a possíveis danos à saúde com os mais diversos níveis de severidade (OLIVEIRA, 2009). 14 3.1 Riscos aos Trabalhadores Fonte: zonaderisco.com.br Os riscos ocupacionais são classificados em: biológicos, químicos, físicos, mecânicos, fisiológicos e psíquicos, cuja exposição a eles pode culminar em um acidente de trabalho. Outra classificação é a estabelecida pela Portaria 3.214/78, do Ministério do Trabalho e Emprego, em suas Normas Regulamentadoras (NR-5) de Medicina e Segurança do Trabalho, que categorizam os riscos em: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes (BRASIL, 2015). No segmento de beleza e estética, o uso de esmaltes por manicures e pedicures e de substâncias contendo formaldeído por cabeleireiros podem causar dermatoses nos profissionais e clientes (MACHADO, 2010). No que refere aos aspectos ergonômicos, estes profissionais estão sob o risco de desenvolver desordens musculoesqueléticas, por assumirem posições corporais incorretas e desconfortáveis, em jornadas de trabalho normalmente extensas. Manicures, pedicures e pedólogos podem apresentar com mais frequência lesões na coluna vertebral, em estruturas dos ombros, dos braços e das mãos, apesar de não se ter uma prevalência conhecida detais agravos nestas categorias profissionais (MACHADO, 2010). Quanto ao risco biológico, ao realizar a remoção do eponíquio (cutícula) com exposição do leito vascular, esta prática constitui-seem uma porta de entrada para possível transmissão horizontal de micro-organismos, entre eles o HIV, o VHB e VHC, 15 que podem ser transmitidos por via hematológica decorrente de lesão, visível ou não, durante sua retirada (OLIVEIRA, FOCACCIA, 2010). Na atividade profissional, as manicures/pedicures podem entrar em contato com o sangue dos clientes portadores sintomáticos ou assintomáticos do HIV, do VHB ou do VHC, durante a retirada do eponíquio. Há, também, o risco de contaminação ocular por fragmentos de unhas durante o corte (OLIVEIRA, 2009). Apesar do reconhecimento dos riscos ocupacionais, a frequência de infecção pelos VHB e VHC não é conhecida entre manicures e pedicures do Brasil. Porém, pela característica das atividades de tais profissionais, ora invasiva, acredita-se que eles possam ter contato com sangue de clientes portadores assintomáticos de VHB e VHC (OLIVEIRA, FOCACCIA, 2010). Isso se agrava ao considerar a possível ausência ou o uso incorreto de métodos de processamento para os instrumentais e a reutilização de materiais de uso único. Os artigos usados na prática de manicures e pedicures, como alicates para corte e remoção do eponíquio, afastadores do eponíquio, lixas para unhas e pés, palitos e bacias, podem ser considerados importantes veículos na transmissão cruzada de micro-organismos (OLIVEIRA, 2009). Neste sentido, os EPI, como luvas descartáveis, avental/jaleco e óculos de proteção são imprescindíveis na prática de manicures/pedicures, somados à proteção de vacinas contra hepatite B, tétano e influenza, além de treinamento e informação sobre os riscos ocupacionais e os métodos de processamento de artigos (TAKWALE ARULOGUN, ADESORO, 2009). Não é prática e recomendação dos pedólogos a remoção do eponíquio, pois estes valorizam a ação protetora desse tecido, diferentemente de manicures e pedicures, que o retiram, aumentando o risco da exposição aos agentes microbianos. O profissional de embelezamento deve conhecer os riscos de transmissão de doenças, as noções de higiene, os processos de desinfecção/esterilização de utensílios e instrumentos e cautela ao utilizar determinados produtos. Além da qualidade do serviço, o profissional deve se atentar aos riscos gerados dentro desses estabelecimentos, que podem ser riscos de acidentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos (BORGES, 2016). 16 Todos esses riscos podem ser minimizados através das medidas de prevenção básicas (SCHMIDLIM, 2012). A biossegurança abrange uma série de cuidados que inclui a limpeza do estabelecimento e dos mobiliários, desinfecção e assepsia e/ou esterilização dos artigos, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva (EPCs), o correto gerenciamento de resíduos gerados pelo estabelecimento como também a importância da higienização das mãos (WITTER, 2005. Apud SCHMIDLIM, 2012). A Anvisa, através dos Centros de Vigilância Sanitária nos estados e municípios, fornece todas as informações de ordem legal a respeito do uso de cosméticos, esmaltes, produtos para tratamento capilar e outros, para que você possa utilizá-los no seu salão de beleza (BORGES, 2016). Os riscos de agravos à saúde podem ser variados e cumulativos, tanto para os trabalhadores como para os clientes. Adotar boas práticas de biossegurança é garantir melhores condições de trabalho e saúde para todos (SCHMIDLIM, 2012). Um dos pontos altos dessa inquietação se fundamenta no desconhecimento e na possibilidade de não adesão dos profissionais às recomendações de biossegurança, que visam à minimização do risco ocupacional e para o cliente, com relação à não utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), à reutilização de materiais de uso único, à adoção de inadequadas técnicas de processamento de materiais, à reduzida adesão à prática de higienização das mãos (HM) e à falta de imunização contra hepatite B e tétano (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013). O risco à saúde de profissionais e clientes envolve a possível transmissão de patógenos de transmissão sanguínea o que pode levar a doenças de relevância epidemiológicas e de impacto significativo na saúde pública, tais como as hepatites e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), além de micoses, dermatites e furunculoses (SCHMIDLIM, 2012). Fatores de Riscos aos Trabalhadores de Salões de Embelezamento: Riscos ergonômicos: qualquer fator que interfira nas características psicofisiológicas tais como: postura inadequada que pode levar a problemas de coluna, ritmo excessivo de trabalho, movimentos repetitivos; Exposição a substâncias potencialmente tóxicas, como: tinturas e substância químicas; Extremos de temperatura, tornando o ambiente de trabalho inadequado. 17 “Stress”, entre outros. Diante da escassez de pesquisas envolvendo profissionais de estética e beleza no Brasil, constata-se uma lacuna do conhecimento nesta área. Neste sentido, propõe-se esta investigação acerca do conhecimento e adesão às medidas de biossegurança entre os profissionais da beleza e estética bem como dos fatores que interferem na adoção de medidas de precauções padrão, de manipulação, de descarte adequado de material perfuro cortante, de processamento de artigos e de desinfecção de superfícies (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013). 3.2 Riscos aos Clientes A ética profissional em relação a cuidados com saúde do cliente vai promover ao profissional a devida credibilidade da sua clientela independente de classes sócias a que pertencem. Segundo Janete Mello (2012) nos relata que a biossegurança na estética consiste em ações preventivas de doenças no ambiente de trabalho. O risco mais preocupante nos estabelecimentos de embelezamento é a probabilidade de se contrair doenças infecciosas como a AIDS (transmitida pelo vírus HIV), a hepatite B (transmitida pelo vírus HBV) e a hepatite C (transmitida pelo vírus HCV) (MELLO, 2012). Além das doenças infecciosas, o risco de se adquirir dermatoses ocupacionais como as dermatites de contato, que podem ser causadas pelo manuseio inadequado de tinturas e de outros produtos químicos utilizados nestes estabelecimentos (tônicos capilares, loções fixadoras, produtos para permanentes) e pelo uso de toucas de banho, grampos de cabelos dentre outros acessórios, significa uma ameaça constante (MELLO, 2012). Os abscessos purulentos e as micoses nas unhas causadas por bactérias e fungos decorrentes de acidentes por materiais de perfuro cortantes contaminados (alicates de cutículas, navalhas, lâminas de barbear, entre outros) esterilizados de forma inapropriada, também são bastante frequentes nesses estabelecimentos (BRASIL, 2015). 18 4 CABELEIREIRO/ BARBEIRO/MANICURO/PEDICURO Fonte: cristofoli.com Face ao extenso campo da estética, em que cada tema poderia reproduzir um extenso manual, neste documento foram abordados somente os aspectos de maior relevância. Sob essa perspectiva e com o objetivo de facilitar a consulta, a seguir são apresentados conceitos básicos. Cabeleireiro (a) ou barbeiro – refere-se à categoria profissional que trabalha com o cabelo humano e realiza diversas alterações no mesmo, como corte, coloração, entre outras. Manicuro (e) – refere-se à categoria profissional especializado no tratamento das unhas das mãos e dos pés. Pedicuro (a) – refere-se à categoria profissional que trata dos pés e unhas de seus clientes. Estes profissionais utilizam vários utensílios como instrumentos de trabalho, tais como: tesouras, navalhas, pentes, capas, máquinas de corte e de acabamento. É obrigatório utilizar material descartável para proteção de macas e bacias de manicure e pedicuro. Também são consideradas de uso único, as lixas para unhas e pés, palitos e espátulas de madeira e esponjas para higienização ou esfoliação da pele (BORGES, 2016). 19 Cabeleireiro (a) ou barbeiro queidentificar alteração na pele ou no couro cabeludo do (a) cliente, deve orientá-lo (a) a procurar um médico. 5 ESTETICISTA Fonte: mundoestetica.com.br Para os procedimentos denominados não invasivos, como: limpeza de pele, drenagem linfática, estimulação russa e bronzeamento artificial a jato, é imprescindível: Ser realizado por esteticista, devendo estar afixado em local visível no estabelecimento, o certificado de qualificação; Utilizar produtos que contenham no rótulo: nome do produto; marca; nº de lote; prazo de validade; conteúdo; país de origem; fabricante / importador; composição, finalidade de uso e nº de registro no órgão competente do Ministério da Saúde; Utilizar produtos manipulados em farmácias somente quando devidamente prescrito por médico; Possuir Manual de instrução dos aparelhos, notificação de isenção de registro no órgão competente do Ministério da Saúde e registro de manutenção preventiva e corretiva do aparelho, conforme orientação do fabricante; Procedimentos ou atividades de mesoterapia, dermoabrasão, depilação definitiva a laser, peeling, aplicação de Botox e preenchimento de rugas com ácidos, 20 devem ser executados em estabelecimentos sob responsabilidade médica ou biomédica. Observação: De acordo com o inciso II do artigo 10, da Lei nº. 6.684/79, e o inciso III e XVIII do artigo 12, do Decreto nº.88.439/83, Art. 5º – O biomédico que possuir habilitação em Biomedicina. Estética poderá realizar a prescrição de substâncias e outros produtos para fins estéticos incluindo substâncias biológicas (toxina botulínica tipo A), substâncias utilizadas na intradermoterapia (incluindo substâncias eutróficas, venotróficas e lipolíticas), substâncias classificadas como correlatos de uso injetável conforme ANVISA, preenchimentos dérmicos, subcutâneos e supraperiostal (excetuando-se o Polimetilmetacrilato/PMMA), fitoterápicos, nutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, bioflavonóides, enzimas e lactobacilos), seguindo normatizações da ANVISA. 6 MANUAL DE ROTINAS E PROCEDIMENTOS Fonte:carreirabeauty.com Todo estabelecimento deve possuir Manual de Rotinas e Procedimentos disponível a todos os profissionais do estabelecimento. Trata-se de um roteiro descritivo do passo a passo de cada serviço prestado e as recomendações sobre as atividades executadas (DONATELLI, 2012). O Manual deve abordar as rotinas de trabalho, como: tingimento ou relaxamento de cabelos, depilação, tratamento estético, os procedimentos de 21 podologia, e outros. É preciso constar, também, todos os cuidados com os instrumentos de trabalho como: toalhas, pentes, escovas, esterilização de alicates e orientações relativas à higienização do ambiente de trabalho (DONATELLI, 2012). Na elaboração do Manual, recomenda-se enfocar procedimentos relacionados a: Higienização do Ambiente: pisos e paredes, mobiliários e banheiros; Produtos em Geral: cosméticos, toalhas, alicates, espátulas e outros; Processos de Esterilização: tipos e equipamentos; Serviços: manicure, pedicuro, cabeleireiro e barbeiro, depilação e estética. 7 MEDIDAS PREVENTIVAS NO AMBIENTE PROFISSIONAL Fonte: belezabv.com.br Para diminuir os riscos de transmissão de doenças e acidentes de trabalho nos estabelecimentos de embelezamento é necessário adotar algumas medidas preventivas e educativas que passamos a descrever a seguir: A recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (Center of Disease Control and Prevention – CDC) para tal caso é a lavagem exaustiva do local exposto com água e sabão e o uso de soluções antissépticas, como o álcool 70%, que reduz a quantidade de microrganismos, mas não remove sujidades (GARBACCIO, 2015). 22 Quanto à pergunta sobre o uso de artigos descartáveis,16,8% dos profissionais afirmaram reutilizar materiais de uso único, como palitos de madeira e/ou lixas de unhas, por exemplo, que podem entrar em contato com o sangue, outros fluídos corpóreos e fragmentos de unhas. Assim, os profissionais precisam estar cientes desse risco como um meio de transmissão de agentes infecciosos (GARBACCIO, 2015). 8 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL De acordo com a Norma Regulamentadora nº 7 (NR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da Portaria n º 3.214 de 08/06/1978 do Ministério do Trabalho, para os profissionais que trabalham nos estabelecimentos de embelezamento são obrigatórios os seguintes exames médicos: 8.1 Exame Admissional Fonte: medin.com.br Exame médico que deverá ser realizado antes do profissional assumir suas atividades no estabelecimento. 23 8.2 Exame Periódico Exame médico anual para profissionais acima de 45 anos e bianual para profissionais com idade entre 18 e 45 anos. 8.3 Exame de Retorno ao Trabalho Exame médico que deverá, obrigatoriamente, ser realizado no 1º dia de retorno ao trabalho, no caso do profissional ter sido afastado por período igual ou superior a 30 dias, por gestação, doença ou acidente de natureza ocupacional ou não. 8.4 Exames de mudanças de função Exame médico que deverá ser realizado antes de qualquer mudança de função do profissional. Entende-se por mudança de função, qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou setor, que implique na exposição do profissional a risco diferente a que estava exposto. 8.5 Exame Demissional Exame médico a ser realizado obrigatoriamente, dentro dos 15 dias que antecederem o desligamento definitivo do profissional. Para o profissional cabeleireiro, se o último exame (admissional ou periódico), foi realizado a menos de 135 dias, está dispensado do exame demissional. 24 9 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Fonte: terapiasestetica.com.br A NR nº 6 do Ministério do Trabalho define os Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.) como sendo “todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador no local de trabalho”. 9.1 Proteção para a cabeça Óculos - Devem ser usados para a proteção dos olhos, durante a manipulação de produtos químicos. Exemplo: ao manipular tinturas e químicas para alisamentos. Máscaras - Devem ser usadas contra gases (carvão ativado) durante a manipulação de produtos químicos, para evitar a inalação dos mesmos. 9.2 Proteção para os membros superiores 25 Fonte: cmscientifica.com.br Luvas - As luvas são de uso obrigatório nos procedimentos potencialmente invasivos, em que exista risco de contato com o sangue, no caso das atividades desempenhadas por manicuros, pedicuros, dentre outros, devendo ser desprezadas após o uso em cada cliente. Devem ser usadas, também, no contato com produtos químicos de ação corrosiva, cáustica, alergênica, tóxica e térmica (como por exemplo, as tinturas e as composições químicas para alisamento de cabelos). No caso da preparação de cera quente para depilação (quando manipulada em panela), devem ser usadas luvas resistentes ao calor (couro) até a altura dos cotovelos, devido ao risco de queimaduras, por respingamento. 9.3 Proteção do tronco Aventais - Devem ser usados aventais impermeáveis, resistentes aos produtos químicos e ao calor, capas e ou outras vestimentas para situações em que haja risco de lesões provocadas por agentes químicos (exemplo: amônia, cloro, água oxigenada). 9.4 Proteção para membros inferiores Sapatos - Usar sapatos fechados, evitando o uso de chinelos. 26 10 HIGIENE AMBIENTAL Fonte: andreiapereiractx.com.br É importante ressaltar que em ambiente coletivo onde há convivência de pessoas com origem e costumes diversificados, é necessário adotar procedimentos de higienização diferentes dos comumente utilizados em ambientesdomésticos (DAMMENHAIN, 2012). São princípios que norteiam qualquer procedimento de higienização eficaz: Limpar no sentido da área mais limpa para a mais suja; Da área menos contaminada para a mais contaminada; de cima para baixo (ação da gravidade); remover as sujidades sempre no mesmo sentido e direção (DAMMENHAIN, 2012). Os procedimentos de higienização devem ser realizados nas seguintes áreas e superfícies fixas: 10.1 Piso Periodicidade: Diariamente e sempre que necessário. Procedimento: Uma vez por semana e sempre que necessário deve-se: Varrer, retirando todos os resíduos existentes; esfregar com água e sabão toda a superfície; enxaguar com água limpa; secar com rodo e pano limpo; diluir a solução desinfetante conforme orientação do fabricante, e aplicar em toda superfície com auxílio de um pano limpo; deixar secar. 27 10.2 Vaso sanitário Periodicidade: Diariamente e sempre que apresentar-se sujo. Procedimento: Acionar a descarga; iniciar a lavagem externa do vaso sanitário com água e sabão; proceder à lavagem interna, com auxílio de uma escova de cabo longo, esfregando todos os cantos visíveis; acionar a descarga para enxaguar; colocar solução desinfetante dentro do vaso sanitário. 10.3 Mobiliário Periodicidade: Diariamente, sempre que houver respingo de algum produto. Procedimento: Limpar com água e sabão, com auxílio de um pano limpo; enxaguar o pano em água limpa e retirar o sabão; aplicar solução desinfetante com auxílio de um pano limpo; deixar secar. 10.4 Portas e paredes Periodicidade: uma vez por semana e sempre que necessário. Procedimento: Limpar com água e sabão, com auxílio de um pano limpo; enxaguar o pano em água limpa e retirar o sabão; aplicar solução desinfetante com auxílio de um pano limpo; deixar secar. OBS: A diluição do desinfetante deve seguir orientação do fabricante. 10.5 Roupas Periodicidade: diariamente Procedimento: Armazenar as roupas sujas em sacos (plásticos ou de tecido; Colocar de molho em sabão em pó; esfregar manualmente ou na máquina de lavar; enxaguar com água limpa; proceder à passagem das roupas; armazenar em armário fechado específico. As toalhas e lençóis devem ser de uso individual ou descartável e devem ser trocadas a cada cliente. 28 10.6 Filtros de ar-condicionado Os estabelecimentos que utilizarem o ar condicionado para climatização dos ambientes, obrigatoriamente, seguirão a Portaria 3523/GM de 28/8/98 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre a higienização dos filtros dos aparelhos de ar- condicionado. Cuidados básicos: Retirar os filtros; lavá-los com solução de detergente neutro; enxaguá-los em água corrente; colocá-los em imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% por 30’; enxaguá-los e deixar escorrer; recolocá-los no aparelho de ar-condicionado. 10.7 Higiene pessoal O asseio corporal é condição imprescindível para a manutenção do perfeito estado de saúde. Os profissionais devem apresentar-se com: Roupas limpas; Unhas aparadas; Cabelos limpos e presos se forem longos; Os objetos de uso pessoal dos profissionais devem ser guardados em locais separados daqueles utilizados para roupas e equipamentos de trabalho. 10.8 Lavagem das mãos Fonte: dicasdemassagem.com.br 29 A lavagem correta das mãos é uma das mais importantes medidas utilizadas na diminuição da propagação de doenças. Esta lavagem tem a finalidade de livrar as mãos da sujeira, removendo bactérias, transitórias e residentes, como também, células descamativas, pelos, suor, oleosidade e deverá ser realizada antes e depois de atender cada cliente (JORGE, 2013). Para Jorge (2013) as mãos devem ser lavadas de forma criteriosa, antes da colocação das luvas, pois irá diminuir a quantidade de bactérias presentes nas mesmas, prevenindo possíveis irritações causadas por microrganismos presentes abaixo das luvas. De acordo com Lima e Ito (2010) o uso de Luvas deve respeitar algumas normas como: nunca tentar desinfetar as luvas utilizadas, pois agentes desinfetantes podem causar deterioração do material; nunca atender ao telefone, abrir portas, gavetas, pegar objetos, etc., de luvas durante o atendimento ao cliente, sem usar sobre luvas (LIMA, ITO, 2010). Os profissionais devem adotar este procedimento como um hábito e seguir as recomendações e etapas de desenvolvimento da seguinte técnica: Abra a torneira e molhe as mãos, evitando encostar na pia. Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante); Lavar as mãos com água e sabão antes de calçá-las; Colocá-la de forma a cobrir os punhos do avental; Enquanto o profissional estiver de luvas, não deverá manipular objetos como canetas, fichas de cliente, maçaneta ou quaisquer objetos que esteja fora do seu campo de trabalho, a não ser com o uso de sobre luvas; As luvas deverão ser retiradas imediatamente, após o término do tratamento do cliente; Deverão ser removidas pelo punho, evitando tocar na sua parte externa; Deverão ser jogadas no lixo para materiais contaminados. Segundo o Ministério da Saúde as luvas não protegem de perfurações de agulhas, mas está comprovada que elas podem diminuir a penetração de sangue, em até 50% de seu volume. É necessário esclarecer os profissionais, que não acreditam 30 na necessidade de maiores cuidados com a própria saúde, que a não utilização dos equipamentos de proteção individual, pode favorecer a sua própria contaminação. O objetivo do profissional de estética é de trabalhar com pessoas saudáveis, porem muitas pessoas aparentemente saudáveis, podem não saber que possuem alguma doença infectocontagiosa, pelo fator de serem portadores assintomáticos. Outro fato importante, e que deve ser levado em consideração, é o da possível omissão, por parte do cliente, da existência de algum tipo de doença contagiosa, durante a realização da anamnese (BRSASIL, 2015). 11 PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGOS Fonte: cpt.com.br 11.1 Limpeza Consiste na lavagem, enxágue e secagem do material, com objetivo de remover totalmente os detritos e sujidade dos artigos. Os critérios de escolha dos produtos químicos para higienização nos Estabelecimentos de Embelezamento devem ser feitos levando-se em consideração: Superfície, equipamento e ambiente; Tempo de ação; Variedade dos germes sobre os quais atua; Custo. 31 A limpeza dos artigos pode ser feita por processo manual, utilizando-se as mãos ou mecânico, sendo este o é mais utilizado em serviços de saúde, devido à complexidade e o alto custo das lavadoras mecânicas. 11.2 Limpeza manual Materiais indicados para limpeza Manual: Detergente; Solução desincrostante (opcional); E.P. I (luvas de borracha e avental); Escova; recipiente com solução detergente (bacia, balde). 11.3 Procedimentos de lavagem manual Procedimento Observações Imergir o material em solução de água com substância detergente e ou desincrostante (para promover a remoção dos detritos orgânicos). Utilizar E.P. I. Proceder à lavagem do material através de fricção. Deixar o tempo determinado pelo enxague. Após a lavagem do material deve-se efetuar um cuidadoso enxágue, para remover completamente os resíduos de detergente. Utilizar água filtrada para o enxague. Enxugar os artigos. Utilizar pano seco e limpo 11.4 Limpeza específica para pentes e escovas: Imergir pentes e escovas em uma solução de água e sabão em pó por 30 minutos, após o uso em cada cliente. Manter número de materiais suficiente para permitir o processo a cada utilização. 32 11.5 Limpeza mecânica Fonte: newmaqlocadora.com.br O processo de limpeza mecânica utiliza lavadoras que funcionam de modo semelhante aos das lavadoras de louças industriais, comuso de detergentes apropriados e jatos de água. Os instrumentos devem ser colocados abertos. As lavadoras ultrassônicas propiciam uma limpeza em profundidade. Um núcleo gasoso gera minúsculas bolhas que se expandem até se tornarem instáveis e explodirem. Essa implosão produz áreas de vácuo que “puxam” as sujidades, desencostando-as dos materiais (GONÇALVES, 2011). Quando associado à ação do detergente e do calor, o ultrassom possibilita a remoção até das sujidades mais aderentes, em locais que a escovação manual não alcança. 11.6 Lavadora mecânica Materiais indicados para limpeza mecânica: Todos os materiais Material necessário: Máquinas lavadoras; Lavadoras ultrassônicas; Detergentes apropriados para essas máquinas. 33 12 TRATAMENTO - UTENSÍLIOS E INSTRUMENTAIS 12.1 Artigos Críticos O Ministério da Saúde classifica como artigos críticos os instrumentos de natureza perfuro cortante (alicates de cutículas, brincos, agulhas de tatuagem, piercing, navalhas, dentre outros) que podem ocasionar a penetração através da pele e mucosas e, portanto, necessitam de tratamento específico (esterilização) após o uso, para se tornarem livres de quaisquer micro-organismos capazes de transmitir doenças. Os alicates, espátulas e outros instrumentos de metal esterilizados devem ser guardados, em local limpo e seco e constar na embalagem a data da esterilização. O ideal é que esses materiais sejam de uso individualizado, ou seja, que cada cliente tivesse seu próprio material. 12.2 Artigos Não Críticos Fonte:modosemodas.com.br Os artigos não críticos de uso permanente, como: tigelas de vidro, plástico ou de aço inoxusadas para colocar água destinada ao amolecimento de cutículas das unhas das mãos ou pés, devem ser lavados com água e sabão a cada atendimento e fazer uso de protetores plásticos, descartáveis, para cada cliente; caso, não utilize o 34 protetor plástico descartável, estes utensílios devem ser desinfetados (CORTELLI, 2012). Desinfecção: refere-se ao método capaz de eliminar a maior parte dos germes patogênicos, com exceção dos esporos (germe mais resistente). O tipo de desinfecção indicada para os estabelecimentos de embelezamento é a desinfecção de médio nível, descrita a seguir: Materiais indicados: Utensílios passíveis de transmissão de doenças decorrentes do uso coletivo, como, por exemplo, os recipientes destinados à imersão dos pés e mãos; Material necessário para desinfecção com álcool a 70%; Luvas de procedimento e ou limpeza Procedimentos: Friccionar o algodão ou gaze com álcool a 70% por 30 segundos de contato e deixar secar; repetir a operação por 03 vezes. Este procedimento deve ser feito a cada utilização, ou seja, para cada cliente. Caso o serviço opte por não realizar a desinfecção destes recipientes com álcool 70%, deverá revestir o utensílio com protetor plástico descartável que deve ser desprezado a cada uso. Esterilização: refere-se ao método capaz de eliminar todos os micro- organismos patogênicos, inclusive os esporos. A esterilização nesses estabelecimentos deverá ser feita mediante aplicação de processos físicos (autoclaves e estufas). Os artigos termo resistentes (resistentes ao calor) deverão ser esterilizados pelo calor seco (estufa) ou pelo vapor de água sob pressão (autoclave), que são processos físicos de esterilização. Para proceder à esterilização, deve-se, inicialmente, lavar e enxaguar cuidadosamente os artigos, a fim de remover os detritos neles existentes (sangue, dentre outros resíduos) e em seguida enxugá-los, para remover a umidade e, por fim, embalá-los adequadamente. 35 12.3 Esterilização por Calor Úmido - AUTOCLAVE Fonte: odontomagazine.com.br Artigos indicados: Artigos críticos termo resistentes como: Alicate de cutícula; Alicate de cortar unhas; Navalhas de barbeiros; lixas metálicas para unhas; dentre outros. Material necessário: Autoclave; Material a ser esterilizado; Fita adesiva; Embalagem específica para autoclave. Tipo de material Tempo de exposição para esterilização em autoclave De superfície: Inox, vidros. 15 minutos a uma temperatura de 121ºC De densidade: Gases, tecidos. 30 minutos a uma temperatura de 121º C 12.4 Como realizar: Procedimento Observações Após a limpeza e secagem do artigo, proceder ao empacotamento do mesmo; Utilizar papel grau cirúrgico ou campo duplo de algodão cru ou descartável; Colocar fita indicadora química externa em todos os pacotes ou caixas; Embalar os materiais abertos; 36 Carregar a autoclave com um só tipo de material; Utilizar a técnica correta mantendo os pacotes frouxos sem compactação para permitir a penetração do vapor; Dispor o material no interior da autoclave de maneira a facilitar a penetração do vapor; Os pacotes de campos descartáveis ou de algodão devem ser fechados com fita crepe; Programar e ligar a autoclave conforme a orientação do fabricante e o tipo de material a ser processado; Se for usar caixa de inox para esterilizar os artigos, esta deve ser perfurada ou com tampa devidamente em campo duplo de algodão; Retirar o material da autoclave. Permite diferenciar os pacotes já submetidos ao processo de esterilização, pois, a fita muda de cor; Devido às diferenças no tempo de exposição conforme demonstrado; Deixar um espaço de aproximadamente 3 cm entre um pacote e outro; Utilizar somente 80 % da capacidade da autoclave, para facilitar a circulação do vapor em seu interior; Deixar completar o ciclo de esterilização; Aguardar o resfriamento dos materiais antes de retira- los da autoclave; Validade: 7 dias 12.5 Esterilização por Calor Seco - ESTUFA Fonte:valerycosmeticos.com.br 37 Tipos de artigos indicados: Artigos críticos termo resistentes como: Alicate de cutícula; Alicate de cortar unhas; Navalhas de barbeiros, entre outros. Material necessário: Estufa com termômetro externo (bulbo) que indica a temperatura atingida em seu interior, e um termostato responsável pela manutenção da temperatura desejada; Caixas de inox para acondicionar os materiais; Fita adesiva Material a ser esterilizado: Tipo de material Esterilização em estufa - Tempo de exposição De superfície: tesouras, alicates de unha etc. 01 hora (60 min.) a uma temperatura de 170º C. 12.6 Como realizar: Procedimento Observações Após a limpeza e secagem do artigo, remover qualquer resíduo de óleo ou gordura, causado por possível lubrificação do artigo. Os micro-organismos ficam protegidos da ação do calor seco, quando em presença de matéria orgânica como películas oleosas. Montar a caixa, com pequena quantidade de materiais. Recipientes para acondicionar os materiais devem ser de aço inoxidável ou vidro refratário. Proteger a ponta de materiais cortantes Utilizar papel alumínio. Colocar fita indicadora química externa em todos os pacotes ou caixas. Permite diferenciar os pacotes já submetidos ao processo de esterilização, pois a fita muda de cor durante o processo. Carregar a estufa Colocar nas prateleiras superiores, as caixas maiores, e nas prateleiras inferiores as caixas menores. Ligar a estufa Não encostar o bulbo do termômetro nas caixas. Aguardar o resfriamento dos materiais antes de retira-los da estufa Não colocar grandes quantidades de material dentro das caixas 38 Colocar a data de esterilização Durante o processo de esterilização a estufa não pode ser aberta. Lacrar as caixas metálicas com fita adesiva Armazenar em armário fechado e seco, livre de pó e insetos. Validade: 7 dias 13 ÁREA FÍSICA Fonte: semsa.manaus.am.gov.br Os estabelecimentos que realizam atividades de salão de cabeleireiro, institutos de beleza, barbearia, podem possuir os seguintesambientes, com suas respectivas áreas físicas: Recepção e arquivo (administração); Área de trabalho dos cabeleireiros; Área de trabalho dos barbeiros; Setor de química; Área de lavatórios para lavagem de cabelo; Setor das manicures/pedicuros; Sala de depilação; Área de guarda de estoque de produtos e equipamentos; Sanitários - um para cada sexo - para o público; Vestiários para funcionários; Área de rouparia (não obrigatório); Área de armazenamento de resíduos sólidos (DONATELLI, 2012). 39 A recepção e arquivo devem possuir área mínima de 10,00 m2. A área de trabalho dos cabeleireiros e barbeiros deve possuir dimensão não inferior a 10,00 m2, com largura mínima de 2,50 m, para o máximo de cadeiras, sendo acrescido de 5,00 m2, para cada cadeira adicional e ainda respeitar a seguinte distância linear. Distância mínima entre o eixo de bancadas = 1,20 m. Distância mínima do eixo da primeira cadeira para as paredes laterais (ambos os lados) = 0,60 m. Distância mínima do espelho às costas dos cabeleireiros = 1,50 m. Para os secadores de cabelo e barbeadores elétricos devem ser previstos tomadas na altura mínima de 2,30 m. 14 SETOR DE QUÍMICA Deve possuir bancada com lavatório com água corrente e material de higienização. A área de lavatórios deve possuir: Área Física compatível com o número de lavatórios de forma a permitir que os mesmos respeitem a seguinte metragem linear: Distância mínima entre eixos de lavatórios = 0,60 m. Distância mínima do eixo do primeiro lavatório para parede = 0,40 m. 14.1 Setor de manicure/pedicure Área física compatível com cadeiras, de forma a permitir que respeitem a seguinte metragem linear: Distância mínima entre eixo de cadeiras = 0,80 m; Distância mínima do eixo da primeira cadeira para parede = 0,40 m; Distância mínima da parede às costas da manicure = 1,50 m; Se houver equipamentos elétricos (bacias, lixas, entre outros) possuir tomadas duplas (127/220 volts). 40 14.2 Sala de depilação A dimensão mínima para as cabines é 4,50 m2. Os estabelecimentos que exercem atividade de depilação devem manter cabines individuais, exclusivamente para esta finalidade, com espaço, iluminação e ventilação adequados à prática profissional e acomodação confortável para o usuário. A cabine deve possuir: bancada (para lavagem dos utensílios) com lavatório e água corrente para manuseio dos materiais do profissional e material de higienização. Quando houver Box com maca para procedimento de depilação, esta deve possuir área mínima de 2,4 m2 com dimensão mínima de 1,50 m para todos os Box. 14.3 Área de guarda de estoque de produtos e equipamentos A área física para guarda do estoque de produtos e equipamentos deve ser compatível com a quantidade e necessidade do estabelecimento. Esta área deve ser ventilada adequadamente, de forma a preservar a qualidade e integridade do estoque de produtos e equipamentos. A iluminação deve ser compatível com sua área física. Para a guarda de toalhas deve ser previsto local (armário fechado) e prateleiras revestidas com material impermeável. 14.4 Sanitários para o público – feminino e masculino Os compartimentos sanitários localizados em prédio comercial podem ser compartilhados com outras áreas, desde que, estejam localizados em local próximo ao estabelecimento objeto deste manual. A área física e instalação destes compartimentos devem atender o preconizado no Título II, normas gerais da edificação e dimensões mínimas dos compartimentos, conforme o disposto no Decreto Estadual nº 12.342/78 ou o que vier a substituí-lo. 41 14.5 Vestiários para funcionários Os compartimentos para vestiários de funcionários localizados em prédio comercial podem ser compartilhados com outras áreas, desde que, estejam localizados em local próximo ao estabelecimento objeto deste manual. No que se refere à área física e instalações devem atender o previsto no Artigo 192 – parágrafos 1º e 2º do Decreto Estadual Nº 12.342/78, ou o que vier a substituí- lo. 14.6 Área de rouparia (não obrigatória) A área física mínima deve ser de 2,2 m2, podendo ser substituída por armários exclusivos ou carros roupeiros. Deve ser exclusiva e possuir armário fechado para guarda de toalhas (lavadas e embaladas em saco plástico fechado) não descartáveis e de demais peças de tecidos utilizados no estabelecimento. 14.7 Área de armazenamento de resíduos sólidos Área compatível para guarda de resíduos sólidos, a serem armazenados em caçambas fechadas. As paredes devem ser revestidas de azulejos até a junção com o teto e possuir ponto de água. O piso deve ser de material resistente, liso, lavável e de fácil higienização. Esta área deve possuir porta, dispositivo que impeça a entrada de (insetos, roedores e animais) e janelas teladas para ventilar a área. 14.8 Edificação - instalações necessárias Todos os fios elétricos e equipamentos devem ser aterrados. Os estabelecimentos descritos neste manual devem possuir em suas dependências, pisos e paredes de superfície lisa (fixa ou móvel), composta de material compacto, lavável, de fácil limpeza e higienização, resistente à lavagem e ao uso de desinfetantes. Manter as instalações físicas devidamente conservadas e asseadas. Os lavatórios para a higienização das mãos pelos profissionais antes e após a realização de cada atividade devem ser munidos de água corrente, dispensador para 42 sabão líquido e toalheiro com toalha de papel fixado na parede próxima, além de lixeira com tampa e acionamento automático com pedal. As bancadas devem ser de material liso, lavável, durável, impermeável e resistente à ação de produtos químicos. Os ralos, se existentes, devem ser sifonados (fecho hídrico) e possuir tampa com fechamento (abre e fecha), para impedir a entrada de insetos. É permitido uso de divisórias, desde que sejam de material liso, lavável e resistente ao uso de desinfetantes. 15 PRODUTOS Fonte: am.olx.com.br Os produtos considerados “produtos para a saúde” tanto em uso, como armazenados no estabelecimento devem obrigatoriamente atender o preconizado na legislação sanitária específica sobre registro no órgão competente do Ministério da Saúde e estar dentro do prazo de validade (PIATTI, 2018). Os produtos químicos, saneantes domissanitários, que forem submetidos a fracionamento ou diluição devem ser acondicionados em recipientes devidamente identificados, de forma legível, por etiqueta, com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. O fracionamento a que se refere o item anterior 43 deve ser de acordo com as especificações contidas no rótulo do fabricante (PIATTI, 2018). É vetado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. As ceras para depilação devem ser fracionadas em porções suficientes para cada cliente, sendo vetada a reutilização de sobras de ceras ou de qualquer outro produto químico. Os estabelecimentos que oferecem serviços de cabeleireiros e congêneres ficam obrigados a afixarem, em local visível ao público, cartaz com os seguintes dizeres (BORAKS, 2001. Apud OLIVEIRA, 2010). “O formol é considerado cancerígeno pela OMS - Organização Mundial de Saúde. Quando absorvido pelo organismo por inalação e, principalmente, pela exposição prolongada, apresenta como risco o aparecimento de câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça”. 16 EQUIPAMENTOS Fonte: produto.mercadolivre.com.br Os estabelecimentos de que trata este Manual devem dispor de todos os equipamentos necessários à realização das atividades a que se propõem, mantendo- os higienizados e em condições adequadas de funcionamento e ergonomia. Os equipamentos e instrumentais devem ser disponibilizados em quantidade suficiente para atender a demanda do estabelecimentorespeitando os prazos para limpeza, desinfecção ou esterilização dos mesmos (GARBACCIO, 2012). 44 Todos os equipamentos devem possuir registro no órgão competente do Ministério da Saúde, sendo observadas suas restrições de uso. Dispor de programa de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos, mantendo os registros atualizados. Os equipamentos destinados à esterilização de materiais devem possuir registro no órgão competente do Ministério da Saúde (GARBACCIO, 2012). A higienização dos equipamentos de ventilação artificial deve atender as orientações do fabricante, em se tratando de equipamento individual ou seguir normas técnicas específicas, em se tratando de central de ar condicionado. O estabelecimento deve possuir refrigerador exclusivo para guarda de produtos que necessitam ser mantidos sob refrigeração, munido de termômetro, com registro diário de temperatura (DAMMENHAIN, 2012). Os estabelecimentos de que trata este Manual devem possuir equipamentos de proteção contra incêndio, dentro do prazo de validade, conforme o preconizado em legislação específica. Os produtos utilizados para embelezamento pertencem à categoria dos cosméticos e são regulamentados pela ANVISA/MS - Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde. O rótulo desses produtos deve contemplar as seguintes informações: Nome do produto, Marca, Lote, Prazo de validade, Conteúdo, País de origem Fabricante/importador, Composição do produto, Finalidade de uso do produto Nº de registro na ANVISA/MS para os seguintes produtos. PRODUTOS COSMÉTICOS COM REGISTRO NA ANVISA/MS PRODUTOS DADE Sabonete antisséptico. Produtos para clarear os cabelos (clareador, descolorante, oxigenada 10 a 40 volumes). Xampu, condicionador e Enxagua tório Produtos para ondular e alisar os cabelos. capilar anticaspa. Creme, gel e loção para a área dos olhos Tônico loção e máscara capilar. Tintura temporária, progressiva e Depilatório químico. 45 permanente. Enxagua tório colorante. Produtos para clarear os pelos do corpo. Antes de aplicar qualquer produto sobre a pele, cabelos ou unhas, pergunte ao seu cliente se ele (a) tem algum tipo de alergia aos componentes químicos do produto que você vai utilizar (PIATTI, 2018). Equipamentos: siga corretamente as instruções do fabricante. Guarde o manual em local de fácil acesso para que possa ser consultado sempre que necessário. Produtos químicos à base de formol para escova progressiva estão proibidos, pois, não possuem registro na ANVISA para esta finalidade. O formol é cancerígeno e provoca queimaduras na pele e mucosas, irritação nos olhos, podendo levar à cegueira, tanto o cabelereiro quanto o cliente (PIATTI, 2018). Leia com atenção o manual técnico de seu equipamento e siga corretamente as instruções do fabricante. Guarde o manual em local de fácil acesso para que possa ser consultado sempre que necessário. 17 DEPILAÇÃO Fonte: br.depositphotos.com 46 Local adequado e com privacidade; Maca com superfície lisa e lavável que permita higienização; Lençol de papel descartável que deverá ser trocado a cada nova cliente; Mesa auxiliar, com superfície lisa ou lavável, para a colocação dos produtos usados no ato da depilação como cremes, talco, cera e acessórios, tipo pinça; Lixeira com saco plástico e tampa para descarte da cera usada. O profissional deve: Lavar as mãos antes e depois de atender cada cliente; utilizar pinça descartável ou esterilizada a cada cliente; trocar o lençol descartável a cada cliente; Utilizar cera de depilação que traga no rótulo identificação do produto, procedência, validade e número de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A cera não pode ser reaproveitada por nenhum tipo de processo. Deve ser de uso único, descartada após o uso. 18 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LIXO) Os artigos de usos em estabelecimentos de saúde e beleza podem se tornar veículos de agentes infecciosos caso não sofram processos de descontaminação após cada uso. Os locais em que esses artigos são processados e as pessoas que os manuseiam também podem se transformar em fontes de infecção, podendo até mesmo causar doenças (LOVO, 2012). Os processos que podem interromper essa cadeia são a limpeza e a desinfecção de artigos e ambientes e a esterilização de artigos, dentro das devidas proporções de necessidade. A limpeza mecânica com água e sabão, realizada manualmente ou automatizada, tem como objetivo a remoção de todo material contaminante, tais como sujidades, secreções, resíduos, e também a diminuição dos microrganismos presentes nos artigos e utensílios, sendo imprescindível que aconteça antes dos processos de desinfecção e esterilização (RAMOS, 2009). Os artigos utilizados na área da beleza e estética incluem objetos de natureza diversa, como os utensílios, pinças, espátulas, tesouras, lençóis, toalhas, fronhas etc., acessórios de equipamentos e outros (RAMOS, 2009). Durante os processos de limpeza, desinfecção ou de esterilização, os artigos devem sofrer constantes 47 inspeções visual, para analisar a retirada de sujidades e também partículas visíveis (LOVO, 2012). Segundo Ramos (2009), na prática, os artigos e materiais devem ser classificados de acordo com o risco e seu potencial de infecção envolvido em sua utilização, com o objetivo de definir o tipo de processamento que será submetido (limpeza, desinfecção ou esterilização): - artigos críticos: são artigos destinados a penetração pela pele, mucosas, nos tecidos sub epiteliais e principalmente no sistema vascular, bem como todos órgãos que estejam diretamente conectados a esse sistema. Esses artigos precisam de esterilização para obter os objetivos a que se propõem; - artigos semicríticos: são artigos destinados ao contato com a pele não - integra ou com mucosas integras. Precisam de desinfecção de médio ou alto nível, ou até mesmo a esterilização, para que se garanta a qualidade do uso dos mesmos (LOVO, 2012). A coleta de resíduos que são especiais deve ser feita por empresa especializada ou pelo próprio órgão de limpeza urbana que ofereça esse serviço. Os veículos são diferenciados e os funcionários são devidamente treinados e paramentados com os devidos EPIs, conforme a legislação (LOVO, 2012). Ficando assim a empresa responsável pelo destino final desses resíduos. Na maioria das vezes, a empresa responsável pela coleta especial recolhe uma taxa, cujo valor depende da localização do estabelecimento e da periodicidade da coleta, podendo ser semanal, quinzenal ou até mesmo mensal. Enquanto aguarda a coleta, os resíduos especiais devem permanecer no local de armazenamento temporário ou externos devidamente acondicionados e identificados, não podendo ser misturados aos resíduos comuns e recicláveis, conforme as normas da legislação vigente símbolos universais, segundo a classificação do resíduo (RAMOS, 2009). 48 Fonte: mercadolivre.com.br É responsabilidade de todos os profissionais que trabalham nos estabelecimentos de embelezamento gerenciar os resíduos gerados. A primeira etapa do gerenciamento de resíduos internos refere-se à operação de segregação ou separação dos resíduos, no momento e no local de sua geração, acondicionando-os imediatamente de acordo com a seguinte classificação: Resíduo comum: Acondicionar em saco plástico de qualquer cor, exceto branca; O preenchimento dos sacos deve alcançar, no máximo, 2/3 de sua capacidade. Resíduo infectante: Os materiais perfurantes e cortantes devem ser acondicionados em recipientes apropriados de parede rígida, devidamente, identificados como resíduo infectante; Para os não perfurantes e cortantes, utilizar sacos plásticos de cor branca leitosa. 18.1Cuidados necessários ao manusear os resíduos infectantes Manter os sacos contendo resíduos infectantes em local seguro, até seu manejo para descarte; nunca abrir os sacos contendo estes resíduos para inspecionar seu conteúdo; adotar procedimentos de manuseio que preservem a integridade dos sacos plásticos contendo resíduos; no caso de rompimento, com espalhamento de seu 49 conteúdo, rever os procedimentos de manuseio. Armazenar em local previamente determinado e de fácil acesso ao serviço de coleta especial (DAMMENHAIN, 2012) Portanto a biossegurança estabelece ações para a proteção da saúde humana e uma delas inclui a utilização dos equipamentos de proteção individual. Os profissionais de estética, durante a realização de procedimentos de limpezas de pele ou outros procedimentos deve evitar o contato direto com a pele do cliente, mucosa e com matéria orgânica (sangue, exsudatos, secreções) proveniente do mesmo, por meio do uso de barreiras protetoras como luva, avental, máscara, gorro e óculos (DAMMENHAIN, 2012). O uso desses equipamentos de proteção individual, reduzem as chances de exposição do profissional aos possíveis microrganismos, provenientes de clientes e que podem ser causadores de doenças como: herpes simples, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e AIDS. Além do risco de contato com matéria orgânica, a proximidade entre profissional-cliente, a alta rotatividade no atendimento e o tempo de contato prolongado, podem contribuir para a transmissão de algumas dessas doenças (BRASIL, 2015). O uso inadequado ou incompleto dos equipamentos de proteção individual por parte dos profissionais, pode não constituir proteção total contra os microrganismos, já que o contato direto com o cliente pode oferecer algum risco para a contaminação do profissional. É essencial que os profissionais se conscientizem para que aconteçam mudanças em relação a sua conduta, levando-os a adotarem medidas mínimas de segurança no atendimento de todos os clientes, como forma de preservar a própria saúde e da pessoa que está sendo atendida. Acreditamos que a conscientização pode ser feita por meio de palestras abertas, demonstrações do uso dos equipamentos e até por meio da criação de cartazes explicativos. 50 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSAD, Carla; COSTA, Gloria. Manual básico de limpeza hospitalar. Companhia Municipal de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro. Imprensa da Cidade, 2010. BRASIL. Lei nº 12592, de 18 de janeiro de 2012. Dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador. 2012. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MET). Equipamentos de proteção individual (EPI). Norma regulamentadora 6 - NR 6. Disponível em: janeiro. 2015. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas da Saúde. Coordenação Nacional de DST e AIDS. Manual de condutas. Exposição ocupacional a material biológico: hepatite e HIV. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: março. 2015. BORGES, Talita. Avaliação de riscos em salões de beleza. 2016. CONTEMAR. Modelos de recipientes acondicionadores de resíduos. 2017. CORTELLI, Andréia Ferreira Diniz. Procedimentos de biossegurança adotados por profissionais prestadores de serviços de manicure, pedicure, tatuagem, piercing e maquiagem definitiva no município de Jacaréi-SP. 2012. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. DAMMENHAIN, Rui de A. Protocolo para processamento de artigos e instrumentais em nível ambulatorial para clínicas médicas e odontológicas. Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária (INBRAVISA). Abril 2012. 51 DONATELLI, Liliana J. de P. Estufa e autoclave. Odontologia e Biossegurança. Disponível em: abr. 2012. ESTRELA, C. Estrela, C.R.A. Controle de infecção em odontologia. São Paulo Artes Médicas, 2009. GARBACCIO, Juliana Ladeira; DE OLIVEIRA, Adriana Cristina. Biossegurança e risco ocupacional entre os profissionais do segmento de beleza e estética: revisão integrativa. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 14, n. 3, p. 702-11, 2012. GARBACCIO, Juliana Ladeira; OLIVEIRA, Adriana Cristina de. O risco oculto no segmento de estética e beleza: uma avaliação do conhecimento dos profissionais e das práticas de biossegurança nos salões de beleza. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 22, n. 4, p. 989-998, 2013. GARBACCIO, Juliana Ladeira. 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Survey of hepatitis B and C infection control: procedures at manicure and pedicure facilities in São Paulo, Brazil. Brazilian Journal of Infectious Disease, Salvador, 2010.
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