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Faculdade de Ciências 
Departamento de Geologia 
 
Relatório do trabalho de Campos IV 
 
Curso: Geologia Aplicada 
 
Discentes: 
Mangamela, João Fortunato 
Macuvel, Inácio Baptista 
Maneno, Deus Charles 
Manguissa, Silvio Mário José 
De Sousa, Wilva 
Docentes: 
Dr. João Unguana 
 Dr. Luís Magaia 
 
 
Maputo, Janeiro de 2021 
 
 
 
 
Resumo 
O seguinte relatório é o resultado da compilação entre os fundamentos teóricos 
adquiridos com a realidade do campo. O trabalho de campo foi feito na província de Maputo, nos 
distritos de Moamba e Marracuene. Os estudos feitos em campo, tiveram como foco o 
mapeamento da subsuperficie utilizando métodos geofísicos e manuais (sondagem eléctrica 
vertical – SEV, Tomografia de Resistividade Eléctrica – TRE e trado manual). Foram efectuados 
estudos relacionados a mapeamento de intrusão salina, com vista a conhecer a qualidade dos 
aquíferos bem como a determinação das profundidades das camadas saturadas (aquíferos 
subterrâneos) e as suas respectivas espessuras. 
O problema de intrusão salina é recorrente em águas subterrâneas de depósitos costeiros 
em muitos lugares no mundo e geralmente é dada pela alta explotação nesses lugares, fazendo 
com que o mar seja tão influente ou mais do que a água de infiltração no lençol freático. (Alves 
et al., 2019) 
Em geral, no distrito da Moamba predominam os solos de origem aluvionar e basáltico, 
com planos de textura média e profundidades que variam desde a marginal até a boa. Os solos 
dos vales do Incomáti e do Sabié são aluvionares e têm fertilidade média a elevada, relacionados 
com a formação geológica das lavas post- karro e com certas rochas companheiras do basalto, os 
seus recursos hídricos estão fortemente ligados ao rio Incomanti, porém com destaque para a 
precipitação. (PERFIL DO DISTRITO DE MOAMBA PROVINCIA DE MAPUTO, 2005). No 
distrito de Marracuene, as águas subterrâneas são exploradas no sistema aquífero sedimentar 
formado pelos sedimentos Tércio - Quaternários. O substrato do aquífero é formado pela camada 
de marga argilosa a argila cinzenta. Regionalmente, distinguem-se duas unidades aquíferas. O 
Aquífero Superior, de natureza livre formada pelas areias finas a grosseiras a pouco argilosa das 
dunas interiores e o Aquífero Inferior, constituído por arenitos e arenitos calcários. Os dois 
aquíferos são separados por uma camada semi-impermeável de areias argilosas.(Tamele, Juizo, 
Mussa et al., 2018) 
 
 
 
 
 
Índice geral 
1. GENERALIDADES ................................................................................................................ 5 
1.1. Introdução......................................................................................................................... 5 
1.2. Objectivos do trabalho ..................................................................................................... 5 
1.2.1. Objectivo geral .......................................................................................................... 5 
1.2.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 5 
1.3. Localização....................................................................................................................... 5 
2. Metodologia ............................................................................................................................. 6 
2.1. Trabalho de campo ........................................................................................................... 6 
2.2. Pesquisa bibliográfica ...................................................................................................... 6 
2.3. Justificação ....................................................................................................................... 6 
2.4. Revisão bibliográfica........................................................................................................ 7 
2.4.1. Fundamentos teóricos ............................................................................................... 8 
3. Enquadramento geológico ..................................................................................................... 11 
3.1. Geologia Regional .......................................................................................................... 11 
3.1.1. Distrito de Moamba ................................................................................................ 11 
3.1.2. Distrito de Marracuene ........................................................................................... 13 
4. Resultados e discussão........................................................................................................... 16 
4.1. Distrito de Moamba ........................................................................................................ 16 
4.1.1. Localização com base nas coordenadas geográficas .............................................. 16 
4.1.2. SEV MOB01 ........................................................................................................... 16 
4.1.3. Localização com base nas coordenadas geográficas .............................................. 17 
4.1.4. SEV MOB02 ........................................................................................................... 17 
4.2. Distrito de Marracuene ................................................................................................... 20 
4.2.1. Localização com base nas coordenadas geográficas .............................................. 20 
4.2.2. Perfilagem eléctrica de Macaneta (Tomografia de Resistividade Eléctrica) .......... 20 
4.2.3. SEV MAC01 ........................................................................................................... 23 
4.2.4. SEV MAC02 ........................................................................................................... 25 
5. Conclusões ............................................................................................................................. 28 
6. Referencias bibliográficas ..................................................................................................... 29 
7. Anexos ................................................................................................................................... 30 
 
 
 
Índice de figuras 
Figura 02: Mapa geográfico do distrito de Moamba. ……………………………………….…………………..……..9 
Figura 01: Configuração do arranjo Schulumberger………………………… …………………………………...….12 
Figura 03: Mapa geológico do distrito de Moamba. ……………………………………………………………....…13 
Figura 04: Mapa geográfico do distrito de Marracuene…………………………………………………...……….…14 
Figura 05: Mapa geológico do distrito de Marracuene. ……………………………………………………..…….…15 
Figura. 06: SEV MOB01 margem do rio Incomanti em Sabie ………………………………………………..….….18 
Figura. 07: SEV MOB02 ao longo da estrada que leva até ao areeiro Samora Machel…………………………….21 
Figura.08. Pseudo-secção da resistividade eléctrica de Macaneta……………………………………………..…….24 
Figura. 09: SEV MAC02 Macaneta ,………………………………………………………………………...……….25 
Fig. 10: SEV MAC02 Macaneta ……………………………………………………………………………………..26 
Figura 11: Mapa de índice de vegetação no período seco do distrito de Moamba………………………………….34 
Figura 13: Mapa de índice de vegetação no período chuvoso do distrito de Marracuene………………….………35 
Figura 12: Mapa de índice de vegetação no período chuvoso do distrito de Moamba. …………………………....36 
 
 
5 
 
1. GENERALIDADES 
1.1. Introdução 
O trabalho centra-se basicamente na aplicação dos métodos geofísicos na análise de camadas 
geológicas cujo objectivo é de conhecer o comportamento das diferentes camadas geológicas em 
detrimento da sua litologia e o grau de saturação em água. 
Como peça indispensável da unidade curricularprática de campo para as geociências o 
trabalho de campo nos cursos de licenciatura em Geologia Aplicada e Cartografia e Pesquisa 
Geológica da Universidade Eduardo Mondlane, é realizado todos os anos, desde o primeiro ano 
até ao quarto ano (estas práticas são feitas normalmente no mês de Julho dai da designação 
AJU's que significa actividades de Julho). Para o primeiro ano, AJU's 1 é realizada na província 
de Maputo, o segundo ano AJU's 2 na província de Tete, o terceiro ano, AJU's 3 na província de 
Manica e para o quarto ano AJU's 4 as actividades são realizadas em Maputo. 
Os resultados dos estudos de campo distribuídos e organizados em capítulos e títulos. 
1.2. Objectivos do trabalho 
1.2.1. Objectivo geral 
 Mapear a subsuperficie utilizando métodos geofísicos (sondagem eléctrica vertical – 
SEV, Tomografia de Resistividade Eléctrica – TRE) e confronta-los com dados furos 
(trado manual) nos distritos de Moamba e Marracuene. 
1.2.2. Objectivos específicos 
 Determinar a lito-estratigrafia a partir dos dados de SEV; 
 Determinar a profundidade e a espessura da camada saturada; 
 Descrever a estratigrafia com base nas amostras de furos colhidas usando trado manual; 
 Fazer perfilagem eléctrica com vista ao imageamento da subsuperficie; 
 Mapear a intrusão salina nos aquíferos costeiros de Macaneta; e 
 Descrever a geologia das áreas de estudo. 
1.3. Localização 
Estudo Hidrogeológico da região Sul de Moçambique concretamente na província de Maputo 
(a província de Maputo limita a norte com a província de Gaza, a leste com o Oceano Índico e 
com a cidade de Maputo, a sul, faz fronteira com a província sul-africana do KwaZulu-Natal e a 
oeste com a Suazilândia e com a província de Mpumalanga,da África do Sul) (Wikipedia). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gaza_(prov%C3%ADncia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul
https://pt.wikipedia.org/wiki/KwaZulu-Natal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suazil%C3%A2ndia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mpumalanga
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul
6 
 
2. Metodologia 
2.1. Trabalho de campo 
O trabalho de campo foi realizado nos distritos de Moamba e Marracuene, nos bairros de 
Sabié e Macaneta respectivamente, onde em cada ponto foram efectuadas as seguintes 
actividades: 
 Localização geográfica 
Utilizou-se o GPRS e/Geographica para tirar as coordenadas e a altitude dos pontos de estudo. 
 Realização das SEV´s, TRE e trado manual 
Para tal, usou-se um resistivimetro ABEM Terrameter SAS 4000 para a leitura das 
resistividades aparentes do terreno, o qual era alimentado por uma bateria de 12V, usou-se 
eléctrodos para a injecção da corrente no subsolo e a sua respectiva leitura, martelos para ajudar 
a afixar os eléctrodos no solo, jumppings para ligar os eléctrodos ao resistivimetro, cabos 
multifilar para a conexão dos eléctrodos, selector de eléctrodos aquando da realização da 
perfilagem eléctrica, e o trado manual para a realização de furos e colheita de amostras. 
2.2. Pesquisa bibliográfica 
A realização do presente relatório foi conciliado com a consulta bibliográfica detalhada sobre 
as áreas de estudo, relativo tanto a geologia regional quanto local, manuais de onde foram 
extraídos algumas definições inerentes ao trabalho e, informações que tangem o tema em estudo, 
mapas existentes das áreas estudadas, carta hidrogeologica de Moçambique na escala 
1:1000.000, a carta geologia na escala 1:250.000, noticia explicativa do GTK da carta geológica 
quanto hidrogeologica, suportes virtuais como a internet sem deixar de lado a informação que foi 
colectada durante as práticas no campo pelos estudantes e as observações dadas pelos docentes 
supervisores. 
Para a análise e interpretação dos dados das SEV´s foi usado o programa IP2WIN Lite, 
utilizou-se o programa ARCGIS para a elaboração dos mapas geológicos, os modelos de 
elevação digital (DEM), mapas de índices de vegetação e o processamento das imagens de 
satélite das áreas estudadas. 
2.3. Justificação 
O presente relatório centra-se no facto de comungar os estudos teóricos com a realidade do 
campo. Vista a aperfeiçoar aquilo que é o fundamento das geociências em particular da Geologia 
7 
 
com base nas observações, analises e interpretações dos materiais geológicos expostos a 
superfície. 
2.4. Revisão bibliográfica 
Sondagem eléctrica vertical (SEV) são investigações verticais das variações de um 
parâmetro físico com a profundidade, efetuadas na superfície do terreno a partir de um ponto fixo 
(investigações verticais pontuais). (Pinto et al., 2013) 
Em Geofísica, a Tomografia de Resistividade Eléctrica (TRE) é uma técnica popular 
utlizado nas investigações laterais das variações de um parâmetro físico, a uma ou várias 
profundidades determinadas, efetuadas na superfície do terreno (investigações horizontais). 
(Günther & Rücker, 2012). 
Sondagem a trado manual é um método de investigação geológico-geotécnica que utiliza 
como instrumento o trado; um tipo de amostrador de solo constituído por lâminas cortantes, que 
podem ser espiraladas (trado helicoidal ou espiralado) ou convexas (trado concha). Tem por 
finalidade a colecta de amostra deformadas, determinação do nível d’água e identificação dos 
horizontes do terreno.(CASAN, 1997). 
O problema de intrusão salina é recorrente em águas subterrâneas de depósitos costeiros em 
muitos lugares no mundo e geralmente é dada pela alta explotação nesses lugares, fazendo com 
que o mar seja tão influente ou mais do que a água de infiltração no lençol freático. (Alves et al., 
2019) 
Resistividade das matérias geológicos 
Dentre todas as propriedades físicas das rochas e dos minerais, a resistividade eléctrica é que 
apresenta maior intervalo e variações, pode atingir valores tão pequenos quanto 10-5 ohm.m para 
minerais metálicos, como valores tão grandes como 107 ohm.m para sedimentos extremamente 
secos ou rochas como gabro. Um mesmo tipo de rocha pode também apresentar variações muito 
grandes deste parâmetro em função, por exemplo, do conteúdo de electrólitos. Na ausência de 
minerais de argila, a porosidade e a permeabilidade passam a ser factores de extrema 
importância, quando se analisa a resistividade eléctrica de um meio. (Almeida, 2003). A Tabela 
abaixo mostra alguns exemplos de valores deste parâmetro em algumas rochas e minerais. Os 
8 
 
dados de electrorresistividade podem ser apresentados de várias formas, como perfis, seções, 
pseudo-secções e plantas de iso-valores de resistividades aparentes. 
 
Tabela 01: Exemplo de valores de resistividade (modif. De Telford et al.,1990 citado por F. Almeida 2003) 
2.4.1. Fundamentos teóricos 
A investigação geofísica através de métodos geoelectricos (inclui-se nestes métodos os 
eléctricos e os electromagnéticos) envolve a detecção, na superfície dos terrenos, dos efeitos 
produzidos pelo fluxo de corrente eléctrica em subsuperfície. São vários os métodos disponíveis 
actualmente, para medição dos parâmetros relacionados ao fluxo da corrente eléctrica, e podem 
ser classificados em dois grupos: os que utilizam fontes naturais e os que utilizam fontes 
artificiais (induzidas). Os contrastes entre as várias propriedades eléctricas das rochas, dos 
sedimentos e dos minerais viabilizam a utilização dos métodos geoeléctricos como forma de 
investigação geológico-geotécnica.(Almeida, 2003). Neste trabalho foi usado o método de 
electrorresistividade. 
Ao utilizar o mesmo arranjo de eléctrodos para efectuar medições sobre um meio 
heterogéneo, a diferença de potencial observada será diferente da registada sobre um meio 
9 
 
homogéneo, pois o campo eléctrico deverá sofrer modificações em função desta heterogeneidade 
do meio.(Pinto et al., 2013). 
Os métodos geoelétricos são amplamente empregados para: 
 Determinação da geometria do corpo rochoso; 
 Caracterizaçãode estratos sedimentares; 
 Identificação de zonas de falhas, zonas alteradas, contactos, cavidades e diques; 
 Localização de corpos condutores (sulfetos maciços, grafita, etc.); 
 Identificação de água subterrânea; 
 Profundidade do embasamento rochoso; 
Neste estudo esses métodos são empregues para a identificação de águas subterrâneas, 
estratos rochosos e mapeamento da intrusão salina. 
2.4.1.1. Sondagem Eléctrica Vertical 
O método consiste em medir, na superfície terrestre, o parâmetro resistividade eléctrica com 
o emprego de um arranjo de eléctrodos de emissão (AB) e de recepção (MN). 
 
Figura 01: Configuração do arranjo Schulumberger., (elaborado por Almeida) 
Uma corrente I é enviada entre os eléctrodos AB, e entre MN é medida a diferença de 
potencial resultante V. Aumentando-se a distância entre os eléctrodos de corrente AB, o volume 
total da subsuperfície, incluída na medida, também aumenta, permitindo alcançar camadas cada 
vez mais profundas.(Almeida, 2003). A profundidade de investigação de uma SEV é governada, 
10 
 
principalmente, pelo espaçamento entre os eléctrodos de corrente AB, podendo ser tomada como 
AB/4. 
2.4.1.1.1. Arranjo dos eléctrodos 
O arranjo usado neste trabalho foi o arranjo Schulumberger, em relação a este arranjo, a 
disposição apresentada (figura 01) representa a maneira real da aplicação, ou seja, com quatro 
eléctrodos. A distância entre os eléctrodos de potencial M e N é mantida fixa enquanto a 
capacidade do instrumento de medir o potencial esteja garantida. Como geralmente não é 
possível realizar toda a sondagem com uma única abertura de MN, em face de diminuição do 
sinal recebido, e consequentemente perda da precisão da leitura, costuma-se repetir a medida de 
resistividade em alguns pontos com dois valores de MN. Este procedimento permite corrigir 
efeitos de eléctrodos que ocorrem quando há troca na posição de MN. 
Existe uma ligeira tendência a se preferir o arranjo Schulumberger, devido as suas vantagens 
operacionais e económicas e, em muitos casos, pela melhor qualidade das curvas de campo. 
(Almeida, 2003) 
2.4.1.2. Tomografia de Resistividade Eléctrica (TRE) 
Esta técnica baseia na análise e interpretação da resistividade, obtido a partir de medidas 
efetuadas na superfície do terreno, investigando, ao longo de uma seção, sua variação na 
horizontal, a uma ou mais profundidades determinadas. Os resultados obtidos se relacionam 
através de pseudo-secções com várias profundidades de investigação (vários níveis de 
investigação). (Pinto et al., 2013) 
2.4.1.3.Trado manual 
2.4.1.3.1. Execução da sondagem 
A sondagem deverá ser iniciada após a limpeza de uma área que permita o desenvolvimento 
de todas as operações sem obstáculos e abertura de um sulco ao seu redor para evitar que 
material de fora entra no furo. 
2.4.1.3.2. Amostragem 
A colecta de amostra da sondagem a Trado é feita a cada metro de avanço ou quando ocorre 
mudança do tipo de material perfurado. O objectivo da sondagem a Trado é de determinar o 
perfil estratigráfico do solo em pequenas profundidades, sem a obtenção dos índices de 
resistências e observação do nível do lençol freático possibilitando assim a amostragem. 
11 
 
3. Enquadramento geológico 
3.1. Geologia Regional 
Geologicamente os distritos de Moamba e Marracuene inserem-se na Bacia Sedimentar de 
Moçambique a Sul do rio Save. A bacia localiza-se na margem continental passiva, e faz parte 
das bacias Mesozóicas-Cenozóicas, que se situam ao longo da costa africana, e é limitada pelo 
cinturão de Moçambique a Norte, Cratão do Zimbabwe a Noroeste e pelo Cratão de Kapvaal a 
Sudoeste. (Salman e Abdula). As sequências sedimentares da Bacia de Moçambique incluem um 
número de sucessões de plataforma de pequena profundidade e horizontes de águas mais 
profundas, restritas a várias estruturas de rífte mais estreitas. Os estratos da plataforma 
continental são representados por uma sub-superfície pouco profunda estendendo-se por vastas 
áreas, mas provavelmente não excedendo uma espessura de 150 metros. A formação e evolução 
desta bacia esta relacionada com a fragmentação do Gondwana e a formação do canal de 
Moçambique. (Salman & Abdula, 1995) 
3.1.1. Distrito de Moamba 
3.1.1.1. Localização geográfica 
O distrito de Moamba esta situado na parte norte da província de Maputo, a 75 Km da capital 
do pais. Tem como limites geográficos a Norte o Rio Massintonto que o separa do distrito de 
Magude, a Sul os distritos de Boane e Namaacha, a Este os distritos de Manhiça e Marracuene e 
a Oeste uma linha de fronteira artificial com a província Sul-Africana do Transvaal.(PERFIL DO 
DISTRITO DE MOAMBA PROVINCIA DE MAPUTO, 2005) . Figura 02 
3.1.1.2.Clima e Hidrografia 
Do ponto de vista climático, é dominado pelo clima seco de estepe, com uma temperatura 
média anual que oscila entre 23º a 24º C e pluviosidade anual entre 580 a 590 mm. O distrito tem 
duas estações, um quente de temperaturas mais elevadas e de pluviosidade acentuada que vai de 
Março a Outubro e, outra, fresca que se estende de Abril a Setembro. Em anexo, os mapas de 
índice de vegetação no período seco e chuvoso e os modelos de elevação digital. 
 
12 
 
 
Figura 02: Mapa geográfico do distrito de Moamba. Fonte – ArcGIS, elaborado pelos autores 
 
3.1.1.3.Geologia 
No distrito de Moamba existem diversas formações geológicas que datam da sedimentação 
do Karro. As rochas vulcânicas que se destacam são os riolitos, basaltos e os tufos vulcânicos. O 
quaternário possui uma maior representação no distrito. Destacam-se dunas inferiores, terraços e 
formações aluviais e assinala-se a ocorrência de formações sedimentares. O cretáceo é 
constituído essencialmente por conglomerados de grés, xistos argilosos e calcários compactos. 
No interior deste distrito a representatividade deste sistema é baixa, ocorrendo em pequenas 
manchas, que juntamente com o sistema terciário bordam o Rio Incomáti. (PERFIL DO 
DISTRITO DE MOAMBA PROVINCIA DE MAPUTO, 2005) 
13 
 
 
Figura 03: Mapa geológico do distrito de Moamba. Fonte – ArcGIS, elaborado pelos autores 
 
3.1.2. Distrito de Marracuene 
3.1.2.1. Localização geográfica 
O distrito de Marracuene está situado na parte oriental da Província de Maputo, está 
localizado a 30 Km a norte da cidade de Maputo, entre a latitude de 25º 41’ 20’’ Sul e longitude 
de 32º 40’ 30’’ Este. É limitado a Norte pelo distrito de Manhiça, a Sul pela cidade de Maputo, a 
Oeste pelo distrito de Moamba e cidade da Matola, e a Este é banhado pelo Oceano Índico. 
(Tamele et al., 2018). 
 
14 
 
 
Figura 04: Mapa geográfico do distrito de Marracuene. Fonte – ArcGIS, elaborado pelos autores 
3.1.2.2. Clima e Hidrografia 
Este distrito é caracterizado por possuir clima tropical chuvoso de savana, influenciado pela 
proximidade ao mar. A estação chuvosa começa em Outubro e dura até Abril, com 60 a 80 % da 
pluviosidade concentrada nos meses de Dezembro a Fevereiro. O distrito é atravessado no 
sentido N-S pelo Rio Incomáti, que vai desagua no Oceano Índico a partir do delta de Macaneta. 
(Tamele et al., 2018). Em anexo os mapas de índice de vegetação nos períodos seco e chuvoso, 
bem como o modelo de elevação digital deste distrito. 
3.1.2.3. Geologia 
O distrito de Marracuene é constituído essencialmente por dunas eólicas do quaternário, 
terraços mais para costa e formações aluviais, ocorre uma extensa faixa de óxido de ferro 
(chamada formação da ponta vermelha). O cretáceo é constituído essencialmente por 
conglomerados de grés costeiro, argilas arenosas. 
15 
 
 
Figura 05: Mapa geológico do distrito de Marracuene. Fonte – ArcGIS, elaborado pelos autores 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
4. Resultados e discussão 
4.1. Distrito de Moamba 
Ponto 1 – Moamba Lhembe (junto a ponte) 
4.1.1. Localização com base nas coordenadas geográficas 
Em termos de coordenadas geográficas, localiza-se na latitude 25o 33'50.35'' S e 
longitude 32o 15' 7.21" E. 
4.1.2. SEV MOB01 
A SEV foi realizada usando um espaçamento máximo entre os eléctrodos de corrente de 
35m e 1.5m para os de potencial, sendo que o ponto de embriaguem deu-se na distância de 12m 
para os eléctrodos de corrente e 0.5m para os de potencial. Os resultados são exibidos na tabela 
01 dos anexos. A seguir mostra-se os dados processados: 
Legenda: 
 _______ Curva da sobreposição processada no laboratório; 
 _______ Curva referente aos dados do campo; 
 𝝆 Referente a resistividade aparente das camadas; 
 N, h, d e alt: número de camadas, espessura, profundidade e altitude das camadas 
respectivamente. 
 
17 
 
Figura. 06: SEV MOB01 margem do rio Incomanti em Sabie , Fonte: IP2Win 
A curva de sondagem eléctrica vertical foi interpretada usando um modelo de cinco camadas 
geoléctricas, quanto a sua morfologia classifica-se como sendo uma curva do tipo QH, onde (ρ1 
>ρ2>ρ3>ρ4<ρ5). A sequência lito-estratigráfica é tida da seguinte ordem: 
1. Primeira camada com resistividade de 272.1 Ωm foi interpretada como sendo arreia 
media a fina seca, cuja espessura é de cerca de 0.6m; 
2. Segunda camada com resistividade de 83.51Ωm, é tida com sendo provavelmente areia 
fina com uma espessura média de 0.95m; 
3. Terceira camada com resistividade de 59.42Ωm, é tida com sendo provavelmente areia 
argilosa, com uma espessura média de 1m; 
4. Quarta camada com resistividade de 21.43Ωm, é tida com sendo provavelmente areia fina 
com alto teor de humidade, com uma espessura média de 2.55m; 
5. Quinta camada com resistividade de 313.1Ωm, é tida com sendo provavelmente grés 
vermelho, com uma espessura media em tornos de 6m. 
Observação: uma vez que a primeira camada estava muito seca, foi necessário humedecer o solo 
antes de se proceder com a injecção da corrente, para induzir a condução e reduzir assim o erro. 
Nesse ponto não foi feito nenhum trado manual, a interpretação foi baseada em dados da 
geologia local e dados de furos próximos. Associando os dados obtidos das resistividades da área 
em estudo com a geologia local e a lito-estratigrafia pode se inferir que a espessura media da 
camada húmida que pode vir a representar um aquífero seja de 3m, cuja profundidade varia dos 
2.5m a 6.5m. 
Ponto 2 – Moamba Lhembe (Areeiro Samora Machel ) 
4.1.3. Localização com base nas coordenadas geográficas 
Em termos de coordenadas geográficas, localiza-se na latitude 25o 34' 48.3'' S e 
longitude 32o 19' 28.6" E. Com uma elevação de 109m 
4.1.4. SEV MOB02 
A SEV foi realizada usando um espaçamento máximo entre os eléctrodos de corrente de 
50m e 1.5m para os de potencial, sendo que o ponto de embriaguem deu-se na distância de 12m 
para os eléctrodos de corrente e 0.5m para os de potencial. Os resultados são exibidos na tabela 
02 dos anexos. A seguir mostra-se os dados processados: 
18 
 
 
Figura. 07: SEV MOB02 ao longo da estrada que leva até ao areeiro Samora Machel , Fonte: IP2Win 
A curva de sondagem eléctrica vertical foi interpretada usando um modelo de seis camadas 
eléctricas, quanto a sua morfologia classifica-se como sendo uma curva do tipo QH. A sequência 
lito-estratigráfica é tida da seguinte ordem: 
1. Primeira camada com resistividade de 2122.4 Ωm foi interpretada como sendo arreia 
media a fina seca quase compacta, cuja espessura é de cerca de 1.03m; 
2. Segunda camada com resistividade de 812Ωm, é tida com sendo provavelmente areia fina 
com uma espessura média de 0.64m; 
3. Terceira camada com resistividade de 28.06Ωm, é tida com sendo provavelmente areia 
fina húmida, com uma espessura média de 2.1m; 
4. Quarta camada com resistividade de 43.4Ωm, é tida com sendo provavelmente areia 
argilosa com alto teor de humidade, com uma espessura média de 3.01m; 
19 
 
5. Quinta camada com resistividade de 214.76Ωm, é tida com sendo provavelmente areia 
argilosa, com uma espessura media em tornos de 1.04m. 
6. Sexta camada com resistividade de 21,67Ωm, é tida com sendo provavelmente areia 
argilosa saturada, com uma espessura media em tornos de 2.89m. 
Observação: algumas medições foram descartadas e repetidas devido a grande margem de erro 
causa ocasionalmente pela presença de raízes enormes que dificultavam a passagem da corrente 
eléctrica, também foi necessário humedecer o terreno antes de se proceder com as medições, 
visto que estava muito seco. Neste ponto foram realizados dois trados manuais de 10m e 2.5m 
respectivamente, o que facilitou na interpretação dos dados da SEV. Baseando-se na interpolação 
entre esses dados com os resultados obtidos no processamento dos dados de resistividade, 
acredita-se que o aquífero encontra-se a uma profundidade de 10m, cuja espessura não foi 
definida. 
Tabela 01: Dados de trado 1 do areeiro Samora Machel 
Profundidade 
(m) 
Descrição Litologia 
0 – 2.5 Areia seca quase compacta de coloração alaranjada com 
granulometria fina 
Areia fina 
2.5 – 2.8 A litologia mantem-se a mesma apenas com aparecimento 
de humidade 
Areia fina 
2.8 – 3.4 Mesma litologia, com um aumento gradual da humidade Areia fina 
3.4 – 5.5 A humidade aumenta e a coloração torna se mais escura, 
e a granulometria diminui 
Areia 
argilosa 
 
5.5 – 8 A tonalidade escura fica mais dominante, indicando um 
enriquecimento em argila 
Areia 
argilosa 
20 
 
8 - 10 Aumento da humidade e material com concreções 
vegetais 
Areia 
argilosa 
orgânica 
10 Camada saturada de coloração mais clara Areia 
argilosa 
 
Tabela 02: Dados de trado 2 do areeiro Samora Machel 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 – 0.5 Camada superficial do solo, com 
granulometria media a fina, seca quase 
compacta 
Areia media a fina 
0.5 – 1.5 A litologia mantem-se, com uma mudança 
de coloração para laranja claro 
Areia fina 
1.5 – 2.5 Mesma litologia, com aparecimento de 
humidade e matéria argilosa 
Areia fina com argila 
Nota: devido a mudanças no estado de tempo teve que se interromper a colheita dos dados 
(realização do trado manual), tendo sido esta feita até uma profundidade de apenas 2.5m. 
4.2. Distrito de Marracuene 
Ponto 1 – Macaneta 
4.2.1. Localização com base nas coordenadas geográficas 
Em termos de coordenadas geográficas, localiza-se na latitude 24o 44' 12'' S e longitude 32o 43' 
32.9" E. Com elevação de 7m 
4.2.2. Perfilagem eléctrica de Macaneta (Tomografia de Resistividade Eléctrica) 
O perfil tem uma orientação WNW – ESE com uma extensão de 500m tabela de coordenadas 
em anexos, tabela 05. Para a facilitar a interpretação da Tomografia foram feitos ao longo do 
21 
 
perfil cinco trados manuais (tabelas 03 a 07) onde é descrita lito-estratigrafia e analisada o grau 
de saturação das camadas. 
 
Figura.08. Pseudo-secção da resistividade eléctrica de Macaneta 
Com base na pseudo-secção da figura acima e os dados do trado manual, podem ser feitas 
as seguintes interpretações em relação a geologia de Macaneta: 
A camada superficial apresenta um baixos valores de resistividade na faixa de 1 a 2.8 ohm-
m, sendo portanto tida como argila com matéria orgânica, sendo que mais a SE essa camada 
apresenta-se saturada podendo representar um aquífero livre, isso até uma profundidade de 7m, 
abaixo da qual observa-se um ligeiro aumento da resistividade esta que esta associada com a 
redução do grau de saturação da camada, sendo esta interpretada como argilas, a medida que 
avança para o mar essa camada vai reduzindo de espessura drasticamente intercalando com 
material de resistividades aparentemente elevadas, representando argilas arenosas. Os baixos 
valores de resistividade na primeira camada estão associados também a cunha salina que 
contaminou essas águas. Observa-se a NW do perfil valores relativamente maiores na faixa de 
7.7 a 13 ohm-m que os da secção SE, representando portanto esses valores areias argilosas 
Tabela 03: Dados trado 01 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia22 
 
0 – 0.5 Camada muita matéria vegetal intercrescida, de 
coloração escura, com um considerável teor de 
humidade 
Argila com 
matéria orgânica 
0.5 – 0.8 Nesta camada verifica-se uma mudança gradual na 
coloração da camada, mudando para cinzento. 
Argila 
0.8 – 5.0 Camada saturada com tonalidades mais acinzentada 
a clara 
Argila arenosa 
Maior que 5 Coloração mais clara, camada saturada Argila arenosa 
Tabela 04: Dados trado 02 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 - 1.5 Camada muita matéria vegetal intercrescida, de 
coloração escura, com um considerável teor de 
humidade 
Argila com matéria 
orgânica 
1.5 – 1.75 Nesta camada verifica-se um aumento na 
granulometria e uma diminuição da coesão. A 
camada apresenta-se saturada 
Argila arenosa 
1.75 – 3.5 Camada saturada com tonalidades mais 
acinzentada a clara 
Areia argilosa 
Tabela 05: Dados trado 03 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 – 1.0 Camada muita matéria vegetal intercrescida, de 
coloração escura, com um considerável teor de 
humidade 
Argila com matéria 
orgânica 
1.0 – 1.5 Nesta camada verifica-se um aumento na 
granulometria e uma diminuição da coesão. A 
Argila arenosa 
23 
 
camada apresenta-se saturada 
1.5 – 2.1 Camada saturada com tonalidades mais 
acinzentada a clara 
Areia argilosa 
Tabela 06: Dados trado 04 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 – 0.5 Camada muita matéria vegetal intercrescida, 
de coloração escura, com um considerável 
teor de humidade 
Argila com matéria 
orgânica 
0.5 – 1.5 Nesta camada verifica-se um aumento na 
granulometria e uma diminuição da coesão. 
A camada apresenta-se saturada 
Argila arenosa 
1.5 – 2.0 Camada saturada com tonalidades mais 
acinzentada a clara 
Areia argilosa 
Tabela 07: Dados trado 05 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 - 0.5 Camada muita matéria vegetal intercrescida, de 
coloração escura, com um considerável teor de 
humidade 
Argila com matéria 
orgânica 
0.5 – 1.5 Nesta camada verifica-se um aumento na 
granulometria e uma diminuição da coesão. A 
camada apresenta-se saturada 
Areia argilosa 
 
4.2.3. SEV MAC01 
A SEV foi realizada usando um espaçamento máximo entre os eléctrodos de corrente de 50m 
e 1.5m para os de potencial, sendo que o ponto de embriaguem deu-se na distância de 12m para 
24 
 
os eléctrodos de corrente e 0.5m para os de potencial. Os resultados são exibidos na tabela 03 
dos anexos. A seguir mostra-se os dados processados: 
 
Figura. 09: SEV MAC02 Macaneta , Fonte: IP2Win 
A curva de sondagem eléctrica vertical foi interpretada usando um modelo de quatro 
camadas geoeléctricas. Quanto a sua morfologia classifica-se como sendo uma curva do tipo A. 
A sequência lito-estratigráfica é tida da seguinte ordem: 
1. Primeira camada com resistividade de 0.702 Ωm foi interpretada como sendo argila 
húmida com matéria orgânica intercrescida, cuja espessura é de cerca de 1m; 
2. Segunda camada com resistividade de 7.41Ωm, é tida com sendo argila saturada, com 
uma espessura média de 1.86m; 
3. Terceira camada com resistividade de 0.657Ωm, é tida com sendo provavelmente argila 
arenosa, com uma espessura média de 2.76m; 
25 
 
4. Quarta camada com resistividade de 10.2Ωm, é tida com sendo provavelmente argila 
orgânica com alto teor de humidade, com uma espessura média de 23m. 
4.2.4. SEV MAC02 
A SEV foi realizada usando um espaçamento máximo entre os eléctrodos de corrente de 50m 
e 1.5m para os de potencial, sendo que o ponto de embriaguem deu-se na distância de 12m para 
os eléctrodos de corrente e 0.5m para os de potencial. Os resultados são exibidos na tabela 04 
dos anexos. A seguir mostra-se os dados processados: 
 
Fig. 10: SEV MAC02 Macaneta , Fonte: IP2Win 
A curva de sondagem eléctrica vertical foi interpretada usando um modelo de dez camadas 
geoléctricas de espessuras muito finas. Quanto a sua morfologia classifica-se como sendo uma 
curva do tipo A. A sequência lito-estratigráfica é tida da seguinte ordem: 
5. Primeira camada com resistividade de 0.451 Ωm foi interpretada como sendo argila 
húmida com matéria orgânica intercrescida, cuja espessura é de cerca de 0.5m; 
6. Segunda camada com resistividade de 3.47Ωm, é tida com sendo argila saturada, com 
uma espessura média de 0.04m; 
26 
 
7. Terceira camada com resistividade de 8.81Ωm, é tida com sendo provavelmente argila 
arenosa, com uma espessura média de 0.41m; 
8. Quarta camada com resistividade de 0.518Ωm, é tida com sendo provavelmente argila 
orgânica com alto teor de humidade, com uma espessura média de 1.88m; 
9. Quinta camada com resistividade de 0.834Ωm, é tida com sendo provavelmente argila 
saturada, com uma espessura media em tornos de 0.174m; 
10. Sexta camada com resistividade de 2.94 Ωm foi interpretada como sendo argila arenosa, 
cuja espessura é de cerca de 0.52m; 
11. Sétima camada com resistividade de 94.1 Ωm foi interpretada como sendo argila saturada 
com água salobra, cuja espessura é de cerca de 0.9m; 
12. Oitava camada com resistividade de 0.655 Ωm foi interpretada como sendo argila 
húmida, cuja espessura é de cerca de 5.0m; 
13. Nona camada com resistividade de 354 Ωm foi interpretada como sendo argila 
embebedada com água salobre, cuja espessura é de cerca de 13m; 
14. Décima camada com resistividade de 13.9 Ωm foi interpretada como sendo argila arenosa 
saturada com água salobre, cuja espessura é de cerca de 1.95m; 
Observação: Neste ponto foram feitas duas medições da SEV devido a erros muito grandes 
registados enquanto usa-se uma corrente de 1mA, tendo se aumentado a intensidade da corrente 
para 2mA na segunda SEV. 
Associando-se os dados obtidos das resistividades, tomografia de resistividade eléctrica e 
dados de furos da área em estudo com a geologia local e a hidrogeologia pode se inferir que a 
nesta zona ocorre uma intrusão salina, contaminando os aquíferos nesta zona, gerando desse 
modo aquíferos com águas salobres a uma profundidade de acessivelmente 2.0m. As camadas 
nesta zona apresentam-se intercaladas, típicas de uma zona de influência fluvial. 
Mais para a costa, nas dunas recentes próximas ao mar ocorrem aquíferos de água doce. 
Tal fenómeno, deve-se ao facto de que o seu limite inferior é formado por uma camada de argila 
impermeável, o que faz com que não haja mistura da água do mar com a água subterrânea. 
Acredita-se que a sua recarga seja pluviométrica uma vez que não estão na zona de influência 
fluvial. Para justificar essa informação baseou-se nos dados dos poços existentes nessa região, 
com água doce, assim como os dados dos furos dos trados que serão apresentados a seguir. 
27 
 
Tabela 03: Dados trado 01 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 – 1.0 Camada de coloração clara, com um considerável 
teor de humidade 
Areia grossa 
1.0 – 1.5 Nesta camada verifica-se uma mudança gradual na 
coloração da camada ficando mais clara, com 
diminuição da granulometria 
Areia media 
1.5 – 2.0 Camada com tonalidades mais clara e aumento da 
humidade 
Areia fina 
2.0 – 2.5 Aumento da granulometria e do grau de saturação Arreia grossa 
Tabela 04: Dados trado 02 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 - 1.0 Coloração clara, pouco teor de humidade Areia fina 
1.0 – 1.5 Aumento da tonalidade clara e do teor de humidade Areia argilosa 
1.5 – 2.5 Camada saturada com tonalidades mais escura e 
grossa 
Areia argilosa 
Tabela 05: Dados trado 03 de Macaneta 
Profundidade (m) Descrição Litologia 
0 – 0.5 Camada, de coloração escura, com um 
considerável teor de humidade 
Argila com matéria 
orgânica 
0,5 – 1.0 Verifica-se um aumento na granulometria e 
uma diminuição da coesão. 
Argila arenosa 
1.0 – 1.5 Camada saturada tolamente com tonalidades 
mais acinzentada a clara 
Areia argilosa 
 
28 
 
 
5. Conclusões 
Dos resultados obtidos no presente estudo foi possível chegaras seguintes conclusões: 
 Os aquíferos do Lhembe em Moamba encontram-se a uma profundidade de 
acessivelmente 10m, ocorrem nas camadas de areias argilosas o que lhes confere um 
padrão semi-confinado. As sondagens realizadas, demonstraram uma anisotropia do 
terreno razão da elevada varrição nos valores da resistividade. 
 Quanto a lito-estratigrafia esse distrito em composto maioritariamente por sentimentos 
areno-argilosos com composição não muito variada, a heterogeneidade esta relacionada 
principalmente pelo grau de compactação e saturação das camadas. 
 Em Macaneta no distrito de Marracuene, uma zona de influência ocorre uma intrusão 
salina que afecta os aquíferos mas interiores (dunas antigas), existe a ocorrência de 
aquíferos de água doce mas para o mar (dunas recentes) uma vez que a sua camada de 
base constitui um argilito impermeável, não facultando assim a mistura desse com as 
águas do mar. 
 A espessura das camadas de argila aumenta da costa para o interior, sendo na costa 
sobreposta a camadas de areia (encontra-se a profundidades de cerca de 8m) 
profundidades até as quais a ocorrência de aquíferos de água doce. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
6. Referencias bibliográficas 
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na Localidade de Campos de Goytacazes - Rio de Janeiro. Universidade Federal do Rio de 
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avanço e recuo de intrusão salina correlacionados à sazonalidade através do uso de 
Tomografia de Resistividade Elétrica e GPR - Grumari - RJ. Proceedings of the 16th 
International Congress of the Brazilian Geophysical Society&Expogef. 
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CASAN. (1997). Manual de Execução de Sondagens. Companhia Catarinense de Aguas e 
Saneamento - CASAN, 1, 55. 
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http://www.researchgate.net/publication/235978636_Electrical_Resistivity_Tomography_(
ERT)_in_geophysical_applications_-
_state_of_the_art_and_future_challenges/file/504635151e4096dead.pdf 
PERFIL DO DISTRITO DE MOAMBA PROVINCIA DE MAPUTO, 47 (2005). 
Pinto, L. G. R., Oliveira, C. E. S. de, Faria, B. M., & Andrade, J. B. F. (2013). Estudos 
Geoelétricos (Sondagem Vertical e Caminhamento Elétrico) em Sedimentos Aluvionares do 
Rio Madeira - Município de Porto Velho-RO. 
Salman, G., & Abdula, I. (1995). Development of the Mozambique and Ruvuma sedimentary 
basins, offshore Mozambique. Sedimentary Geology, 96(1–2), 7–41. 
https://doi.org/10.1016/0037-0738(95)00125-R 
Tamele, L. J., Juizo, D., Mussá, F., & Muteto, P. (2018). AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS 
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO GRANDE MAPUTO Lucas. SILUSBA. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo_(prov%C3%ADncia) acessado no dia 28 de 12 de 2020 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo_(prov%C3%ADncia)
30 
 
7. Anexos 
Tabela 01 MOB01 
AB/2 (m) MN/2 (m) Resistividade aparente (Ὼm) Desvio padrão (¨%) 
1.5 0.5 148.873 7.99 
2.5 0.5 82.020 0.299 
4 0.5 75.876 0 
6 0.5 50.016 0.79 
8 0.5 48.293 0.43 
10 0.5 51.967 1.11 
12 0.5 62.001 1.92 
12 0.5 67.944 0.336 
15 1.5 70.853 2.92 
20 1.5 67.337 4.79 
35 1.5 88.375 2.01 
Tabela 02 MOB02 
AB/2 (m) MN/2 (m) Resistividade aparente (Ὼm) Desvio padrão (¨%) 
1.5 0.5 1.6805(K) 0.05 
2.5 0.5 674.71 0.20 
4 0.5 111.82 1.68 
6 0.5 18.199 5.64 
8 0.5 ______ _______ 
10 0.5 25.33 8.92 
12 0.5 29.793 0.933 
12 0.5 29.194 6.39 
15 1.5 37.014 6.1 
20 1.5 70.083 0.209 
35 1.5 237.16 4.50 
40 1.5 88.014 2.69 
50 1.5 1.4766 (K) 1.88 
 
31 
 
Tabela 03 MAC01 
AB/2 (m) MN/2 (m) Resistividade aparente (Ὼm) Desvio padrão (¨%) 
1.5 0.5 1.0123 0.164 
2.5 0.5 1.3947 0.00 
4 0.5 1.8860 0.08 
6 0.5 2.549 1.94 
8 0.5 3.051 4.04 
10 0.5 3.583 3.07 
12 0.5 4.159 3.82 
12 0.5 2.339 1.15 
15 1.5 2.603 3.55 
20 1.5 2.88 5.711 
30 1.5 3.85 
40 1.5 4.009 9.18 
50 1.5 4.71 0.00 
Tabela 04 MAC02 
AB/2 (m) MN/2 (m) Resistividade aparente (Ὼm) Desvio padrão (¨%) 
1.5 0.5 0.969 0.2 
2.5 0.5 1.298 0.575 
4 0.5 1.40 1.08 
6 0.5 1.75 1.7 
8 0.5 1.81 8.26 
10 0.5 1.33 7.5 
12 0.5 1.17 3.4 
12 0.5 3.04 1.72 
15 1.5 2.67 7.7 
20 1.5 2.99 4.29 
30 1.5 3.04 24.5 
40 1.5 4.21 22.7 
 
32 
 
Tabela 05 coordenadas da TRE de Macaneta 
Pontos Coordenadas Distancia AH (m) 
A 
Latitude 25o 44' 09.7'' S 
3 
Longitude 32o 43' 29'' E 
B 
Latitude 25o 44' 11.8'' S 
2 
Longitude 32o 43' 31.5'' E 
C 
Latitude 25o 44' 13.8'' S 
3 
Longitude 32o 43' 34.8'' E 
D 
Latitude 25o 44' 15.6'' S 
5 
Longitude 32o 43' 31.6'' E 
E 
Latitude 25o 44' 16.6'' S 
5 
Longitude 32o 43' 30.8'' E 
F 
Latitude 25o 44' 19.3'' S 
Longitude 32o 43' 43.6'' E 
 
33 
 
 
Figura 11: Mapa de índice de vegetação no período seco do distrito de Moamba. Fonte – ArcGIS, elaborado pelos 
autores 
 
34 
 
 
Figura 12: Mapa de índice de vegetação no período chuvoso do distrito de Moamba. Fonte – ArcGIS, elaborado 
pelos autores 
 
35 
 
 
Figura 13: Mapa de índice de vegetação no período chuvoso do distrito de Marracuene. Fonte – ArcGIS, elaborado 
pelos autores 
 
36 
 
 
Figura 14: Mapa de índice de vegetação no período seco do distrito de Marracuene. Fonte – ArcGIS, elaborado 
pelos autores

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