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AULA REMOTA - DIREITO CIVIL I

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DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL 
PROF. LÉA FEITOSA
@leafeitosa 
EMAIL: LEAFEITOSA4@GMAIL.COM
NOTA DE AULA (Não substitui a doutrina):
· Roteiro de estudo com base nos livros sugeridos em sala:
Manual de Direito Civil. Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona.
Manual de Direito Civil. Flávio Tartuce.
Curso de Direito Civil. Parte Geral. Cristiano Chaves.
Direito Civil Brasileiro – Parte Geral. Carlos Roberto Gonçalves.
Direito Civil - Volume I. Silvio Venosa.
Bibliografia Básica:
CURIA, Luiz Roberto; RODRIGUES, Thaís de Camargo. Direito Civil: parte geral.. São Paulo: Saraiva, 2015.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. 21 ed.. São Paulo: Saraiva, 2019. v.1.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: parte geral. 18. ed.. São Paulo: Saraiva, 2020. v.1.
OBS: Disciplina AURA – Os alunos devem acessar o conteúdo interativo (crédito digital).
Online # Conectado!
A responsabilidade é NOSSA.
	 AULA
· Direito Civil é um ramo do Direito que trata do conjunto de normas reguladoras dos direitos e obrigações de ordem privada concernente às pessoas, aos seus direitos e obrigações, aos bens e às suas relações, enquanto membros da sociedade. 
· CÓDIGO CIVIL - CC
 Código Civil 1916 (patrimônio = propriedade) x Constituição Federal de 1988 (Dignidade da Pessoa Humana) x Código Civil 2002 (pessoa).
(Sugestão: fazer a leitura do art.5º, CF – Direitos e Garantias Fundamentais)
Constitucionalização do Direito Civil;
Princípio da supremacia da Constituição e da interpretação conforme o texto constitucional, ou seja, interpretar o Código Civil conforme a Constituição Federal.
Artigo 5º da CF: Direitos e Garantias Fundamentais;
	Dignidade da Pessoa Humana: bem estar da pessoa! - Pensar a dignidade humana como referencial constitucional para o entendimento das relações privadas.
Por mais que as pessoas sejam consideradas livres para construir suas relações jurídicas no âmbito privado, tal liberdade deverá ser regrada e dirigida pelo princípio da dignidade da pessoa humana. O Direito Constitucional brasileiro institui limites à liberdade contratual e ao exercício dos direitos civis. 
“a dignidade humana corretamente compreendida está relacionada ao autorrespeito, como a ideia segundo a qual toda e qualquer vida é importante e tem o mesmo valor, e à autenticidade, relacionada à ideia segundo a qual cabe a cada ser humano desenvolver livremente seus projetos de felicidade” (OMMATI, 2018, p. 23).
· CC 2002, com os seguintes princípios basilares:
a) Socialidade: Distancia-se do caráter individualista da codificação anterior. O “nós” prevalece sobre o “eu”. Todos os institutos civis têm função social, caso do contrato e da propriedade. (o interesse coletivo deve sobressair ao individual).
Ex: Desapropriação; acessibilidade nos prédios...
b) Eticidade: A codificação atual preocupou-se precipuamente com a ética e a boa-fé, sobretudo com a boa-fé objetiva, aquela que existe no plano da conduta de lealdade dos participantes negociais. (Individualismo CC 1916 x coletividade CC 2002)
Ex: Lealdade, Falar a verdade, cumprir o que foi combinado/acordado, respeitar as regras..
c) Operabilidade: O princípio tem dois sentidos. Primeiro, o de simplicidade dos institutos jurídicos - desapego à linguagem rebuscada. Segundo, o de efetividade, por meio do sistema de cláusulas gerais e conceitos indeterminados adotado pela atual codificação.
Cada caso será analisado para a melhor decisão – “depende do caso concreto”.
· Tarefinha do Coração: Podemos afirmar que existiu a despatrimonialização do Direito Civil? Explique.
· PESSOA NATURAL (PN ou PF) - próprio ser humano – ART.1º, CC.
- PERSONALIDADE: teorias natalista e concepcionista. (Relevância par o direito sucessório)
- (Teoria Natalista): O conceito de personalidade está umbilicalmente ligado ao conceito de pessoa. Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta é, portanto, atributo do ser humano, sendo a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. 
OBS: Nascer com vida é respirar! (exame para verificar se o bebê respirou: docimásia hidrostática de galeno)
- (Teoria concepcionista): Quando foi gerada a vida, ou seja, com a concepção (ovulo + espermatozoide). O nascituro é pessoa humana.
 CC adotou a teoria natalista no ART.2º, CC (Alcance da personalidade).
NASCITURO: Está no ventre materno, expectativa de nascer.
NATIMORTO: Aquele que nasceu morto. (Não alcançou a personalidade).
Relevância dessa situação: aquisição da personalidade (tornou sujeito de direito) e com isso, aspecto sucessório (direito herança).
Exemplo: ANA e BETO NAMORAVAM. ANA está gravida de BETO. BETO faleceu em 07/09/2020. O filho de ANA e BETO nasceu:
 NASCEU COM VIDA (RESPIROU): ALCANÇOU A PERSONALIDADE.
 NASCEU MORTO: NÃO ALCANÇOU A PERSONALIDADE.
 NASCEU (RESPIROU) E DEPOIS DE MINUTOS FALECEU: ELE ALCANÇOU A PERSONALIDADE.
Portanto, os direitos da personalidade são adquiridos no momento da concepção. Logo, mesmo que se trate de natimorto terá direitos de personalidade. 
Importante consignar que os direitos patrimoniais ficam condicionados ao nascimento com vida. Ao passo que os direitos da personalidade ficam adquiridos desde a concepção, por isso é possível que o nascituro requeira as relações existenciais, podendo, inclusive ser indenizado, mas o levantamento do dinheiro será condicionado ao nascimento com vida. 
Igualmente, garante-se aos pais o direito de receber indenização por danos pessoais causados pela morte do nascituro (RESp. 1.120.676/SC). 
O art. 1º da Lei de Alimentos Gravídicos garante alimentos à gestante e o art. 6º determina que, após o nascimento com vida, os gravídicos serão convertidos para o menor. Portanto, pode-se afirmar que são concedidos ao nascituro também (posição minoritária).
Enunciado 1 – A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos de personalidade, tais como o nome, imagem e sepultura.
 Assim, afirmar que o homem possui personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser titular de direitos. (possibilidade de titularizar pessoalmente relações jurídicas de conteúdo patrimonial)
Todas as pessoas ao nascer adquirem a CAPACIDADE de direitos ou de gozo. 
Por outro lado, nem todas as pessoas possuem a CAPACIDADE de exercício ou de fato, que é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Por faltarem a certas pessoas alguns requisitos materiais, como maioridade, saúde, desenvolvimento mental, etc, a lei, no intuito de protegê-las, malgrado não lhes negue a capacidade de adquirir direitos, sonega-lhes o de se autodeterminarem, exigindo a participação de outras pessoas, que as representa ou assiste.
Ex: Criança precisa da mãe/pai para fazer a matricula no colégio – a criança alcançou a personalidade (nasceu com vida) e possui capacidade de direito, mas não possui capacidade de exercício, dependendo dos pais ou responsáveis legais.
Ex: Criança que não recebe pensão (alimentos), o pai não paga os valores. Então, ela necessita que a mãe ingresse com a ação, pois ela (criança) não tem capacidade de exercer esse direito (DISCERNIMENTO / AUTONOMIA), apesar de ser titular do direito. Precisa ser representada pela mãe.
Obs: todos possuem capacidade de direito, mas nem todos possuem capacidade de exercício!
Capacidade Plena = capacidade de direito + capacidade de fato/exercício.
	- INCAPACIDADE: artigos 3º e 4º do CC/2002 (ALTERADO PELO ESTATUTO DA PESSOA DEFICIENTE) (Quando a pessoa não tem a capacidade de exercício, precisa de auxilio). 
A INCAPACIDADE ABSOLUTA (critério etário: - 16 ANOS) acarreta a proibição total do exercício por si só do direito. O negócio somente pode ser praticado pelo representante do incapaz REPRESENTADO.
OBS: Basta verificar a data de nascimento, documento oficial.
Partindo para a análise do texto legal, foram REVOGADOS todos os incisos do art. 3º doCódigo Civil, que tinha a seguinte redação: (ANTES DO E.P.D)
 “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I – os menores de dezesseis anos; II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”.
A INCAPACIDADE RELATIVA está prevista no artigo 4º e sendo necessário a ASSISTÊNCIA. Por determinação legal, são: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; e os pródigos.
OBS: Poder Judiciário: Ação judicial Interdição ( mediante a justificativa dos motivos alegados)
OBS: Analfabeto é incapaz? Não! Mesmo que não saiba ler/escrever, possui discernimento para fazer escolhas.
· OBS: ESTATUTO DA PESSOA DEFICIENTE
(Estudo com referência na obra Estatuto da Pessoa com Deficiência Comentado. Cristiano Chaves. Rogério Sancheas. Ronaldo Batista. - Editora JusPodivm.)
"As pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito por sua dignidade humana. As pessoas deficientes, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o que Implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma vida decente, tão normal e plena quanto possível".
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes
Lei 13.146, de 06 de julho de 2015, que instituiu o chamado Estatuto da Pessoa com Deficiência, ou Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
É nítido, a linha de raciocínio, o empenho do legislador em incluir o deficiente, não mais visto como um ser condenado ao isolamento, segregado mesmo, mas, como alguém que merece viver em sua plenitude, integrado na sociedade que o cerca. 
Para tanto, o Estatuto conferiu especial atenção, dentre outros temas, à acessibilidade, enfocada sob seus mais diversos aspectos.
Objetivo: inclusão social e cidadania.
	A proteção do deficiente como consequência do desdobramento dos direitos humanos.
Do que adianta ter as escolas e não termos o acesso efetivo?
Como salienta LILIA PINTO MARQUES, "uma sociedade, portanto, é menos excludente, e, consequentemente, mais inclusiva, quando reconhece a diversidade humana e as necessidades específicas dos vários segmentos sociais, incluindo as pessoas com deficiência, para promover ajustes razoáveis e correções que sejam imprescindíveis para seu desenvolvimento pessoal e social, "assegurando-lhes as mesmas oportunidades que as demais pessoas para exercer todos os direitos humanos e liberdades fundamentais". É dentro deste paradigma da inclusão social e dos direitos humanos que devemos inserir e tratar a questão da deficiência. O desafio atual é promover uma sociedade que seja para todos e onde os projetos, programas e serviços sigam o conceito de desenho universal, atendendo, da melhor forma possível, às demandas da maioria das pessoas, não excluindo as necessidades específicas de certos grupos sociais, dentre os quais está o segmento das pessoas com deficiência" (A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada I Coordenação de ANA PAULA CROSARA RESENDE e FLAVIA MARIA DE PAIVA VITAL- Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008, p. 27). 
· Dica de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=h0rf9_WffkU
Pessoas com deficiência - PCD: Art. 2º
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:       (Vigência) 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; e 
IV - a restrição de participação. 
A incapacidade (de exercício, lembre-se), por seu turno, cessa com a maioridade, ou seja, no primeiro momento do dia em que o indivíduo completa dezoito anos, ou nos casos de EMANCIPAÇÃO previstos no p.u. do art. 5º do CC/2002;
OBS: A emancipação é antecipação dos efeitos da maioridade, no âmbito cível.
TAREFINHA DO CORAÇÃO:
Joana tem 17 anos, é divorciada, e recebeu de herança da sua mãe no valor de 100 mil reais. Joana realizou a compra de um carro nesse mesmo valor – o pai de Joana ao saber do negócio, afirma que a filha é incapaz e esse negócio não pode prosperar, devendo ser anulado. O pai de Joana tem razão? Justifique sua resposta.
 
- FIM DA PESSOA NATURAL: MORTE (ART.6º, CC)
Data da morte Abertura da sucessão (transferência para os herdeiros)
Herança: Somente diante do fato morte – pois não existe herança de pessoa viva.
MORTE REAL: Certidão de óbito (materialidade = presença do corpo) Art. 9º,CC.
MORTE PRESUMIDA: (ARTS. 6 E 7, CC) Diante dos indícios do fator MORTE, contudo não foi encontrado o corpo. Declarada por meio de sentença (AÇÃO JUDICIAL) com a data da provável morte.
Ex: queda de um avião no mar, navio que afundou, acidente Brumadinho – perigo de vida e encerradas as buscas – deve-se realizado buscas para confirmar a situação!
OBS: Prazo somente é válido para o inciso II, ART.7, CC.
OBS: Na morte real e na morte presumida – Sucessão (herança) DEFINITIVA.
PESSOA AUSENTE: Aquela que deixou seu domicilio sem deixar notícias do seu paradeiro – Pode voltar! É a pessoa desaparecida, não temos indícios do fator morte. (ART. 22)
OBS: A pessoa ausente será declarada pelo poder judiciário (juiz), situação em que vai nomear um curador (administrador dos bens).
OBS: O juiz vai fixar poderes e obrigação Curador (geralmente será o cônjuge – art. 25, CC).
OBS: Legitimidade para a curadoria – ART. 25, CC.
 Sucessão PROVISÓRIA – ART.26,CC.
Prazos: 01 ano ou 03 anos.
Legitimidade para requerer a abertura da sucessão provisória – ART. 27,CC.
Posse (o possuidor utiliza a coisa como se fosse dono – mas não é) # Propriedade (é o dono - utiliza a coisa e pode vender – dispor).
Prazo para requerer a sucessão definitiva: 10 anos - ART. 37, CC
Para maiores de 80 anos de idade, prazo de 05 anos para requerer a sucessão definitiva – ART. 38, CC.
EFEITOS DA MORTE: entre outros, a transmissão do patrimônio deixado pelo falecido para seus herdeiros.
 Sucessão Definitiva (morte real e presumida) e Sucessão Provisória – ART. 26 (pessoa ausente) – fazer leitura dos artigos.
Sucessão provisória: prazos distintos, a depender se deixou ou não representante. Para depois de 10 anos ( 05 anos para quem já tem 80 anos) requerer a sucessão definitiva.
- COMORIÊNCIA morte simultânea: Quando duas ou mais pessoas falecem, sendo impossível identificar quem morreu primeiro. É relevante quando os falecidos são herdeiros recíprocos (entre si) – ART.8, CC.
OBS: Como eu afirmo quem herda....?
Ex: Queda de um avião que estava o pai e o filho (herdeiros entre si): são comorientes, assim um não herda do outro.
CAS0 01 – COMORIÊNCIA
PAI – FILHO 1 E FILHO 2 (NETO 1)
PAI E FILHO 2 – COMORIENTES (MORRERAM SEM SABER QUAL PRECEDEU) – OS DOIS NÃO HERDAM!
PATRIMONIO DO PAI FILHO 1
CAS0 02 - SE NÃO FOSSE COMORIENCIA, PAI FALECEU E A HERANÇA VAI PARA OS FILHOS – COMO FILHO 2 TAMBÉM FALECEU, A PARTE DELE VAI PARA O NETO (50 % PARA FILHO 1 E 50% PARA O NETO 1 – QUE ESTAVA REPRESENTANDO O DIREITO DO FILHO2)
EFEITOS DA COMORIÊNCIA: Não existe transferência de herança entre os comorientes.
ESTADO CIVIL DA PESSOA NATURAL:
Solteiro
Casado (Certidão De Casamento) – Ato formal /solene.
Divorciado
Viúvo (Certidão de Óbito / sentença para morte presumida )
Em União Estável
- QUALIFICAÇÃO:
BIANCA WILLEN, BRASILEIRA, SOLTEIRA, ENGENHEIRA, CPF XXXXX, RGXXXX, DOMICILIADA....
- DIREITOS DA PERSONALIDADE
	Os direitos de personalidade são direitos subjetivos que possuem como objeto os bens e valores essenciais da pessoa humana, em seu aspecto físico, moral e intelectual. São direitos inalienáveis, que se encontram fora do comércio e que merecem, sobremaneira, a proteção legal.
Dts da personalidade Dignidade da Pessoa Humana, considerando a pessoa como VALOR- FONTE.
Foram criados e sistematizados a partir dos direitos fundamentais e dos direitos humanos, pois têm como propósito a proteção da esfera extrapatrimonial das pessoas e “uma série indeterminada de valores não redutíveis pecuniariamente, como a vida, a integridade física, a intimidade, a honra entre outros” (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2011, p. 180).
	Segundo o art. 11 do Código Civil “os direitos da personalidade são instransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o ser exercício sofrer limitação voluntária. Podemos destacar as seguintes características:
	a) Instransmissibilidade e irrenunciabilidade – não podem seus titulares dispor dos direitos de personalidade, transferindo-se a terceiros, renunciando o seu uso ou simplesmente os abandonando, pois nascem e se extinguem com a própria pessoa. 
	Alguns atributos da personalidade admitem a cessão de seu uso!
Exemplo, a imagem que pode ser explorada comercialmente, mediante retribuição. Contrato do BBB. Permite-se também a cessão gratuita de órgãos do corpo humano para fins terapêuticos. Assim a indisponibilidade dos direitos da personalidade e tida como relativa.
OBS: esses contratos são válidos porque apresentam prazo determinado de validade.
	b) Absolutismo – o caráter absoluto do direito da personalidade deve-se ao fato de o mesmo ser oponível erga omnes. 
	c) Não-limitação – o rol dos direitos da personalidade existente no Código Civil é meramente exemplificativo (numerus apertus), pois é impossível imaginar-se um rol exaustivo dos direitos da personalidade.
	d) Imprescritibilidade – os direitos da personalidade não se extinguem pelo decurso do tempo.
	e) Vitaliciedade – os direitos da personalidade são inatos, ou seja, são adquiridos no momento da concepção e acompanham a pessoa por toda a sua vida até sua morte. Aliás, mesmo após a morte de uma pessoa alguns direitos são resguardados, como o respeito ao morto, sua honra ou memória, etc.
- Integridade física: vida, corpo (vivo ou morto / inteiro ou em partes);
- Integridade Intelectual: liberdade de pensamento / artística;
- Integridade Moral: Honra, segredo pessoal, imagem, intimidade.
OBS: Imagem imagem retrato (reprodução da imagem)/ imagem atributo (soma das qualificações de alguém) 
- Lesão Indenizado (Danos) – Art.12
- Lesão em face do falecido, a família pode reclamar: cônjuge / ascendentes/ descendentes (Legitimidade)
- Proibição de dispor do próprio corpo, salvo por exigência médica.
- Corpos que são objeto de estudo – Art. 14, CC.
- Você pode DOAR órgãos, mas NÃO pode vender.
- Você não é obrigado a fazer tratamento médico ou submeter-se a cirurgia, Art. 15, CC.
OBS: Verificar a capacidade do paciente.
- NOME (individualizar a pessoa, contudo não é exclusivo).
Ex: Maria (Diversas Marias)
É não é uma escolha nossa, nossos pais/ responsáveis escolhem.
Ao casar, tanto a mulher, como o marido podem acrescer o sobrenome um do outro – Ato de ESCOLHA!
OBS: DIREITO AO ESQUECIMENTO (Ex: Caso da Xuxa, filme erótico - Amor Estranho Amor)
As pessoas clicando apenas uma vez na internet podem encontrar informações, fotos, vídeos e notícias de quem eles precisarem e do ano que eles desejem. O imediatismo e a publicidade dessas informações fazem que, em algumas oportunidades, as pessoas tenham a sua Dignidade atingida.
A controvérsia gerada por este novo direito é a colisão de direitos que se poderia apresentar entre, por um lado, a liberdade de expressão e de informação; e por outro o direito à vida privada, à honra e à intimidade da pessoa e de sua família. 
Por um lado, muitas pessoas estão de acordo com o direito ao esquecimento, já que ele tem relação com a memória individual de cada pessoa, com a informação sobre situações que já aconteceram e que, com o tempo, deixaram de ser úteis, não sendo de interesse público. Estas pessoas estão de acordo que a informação fique, mas de maneira mais escondida, dando ao indivíduo em questão a oportunidade de reinserção na sociedade. Contudo, se tem também um grupo de indivíduos que olha com perigo o direito ao esquecimento. Eles assinalam que infringe a liberdade de expressão e de informação por parte dos meios de comunicação, destacando a importância do acesso à informação via internet – esquecimento não é o caminho salvador!
OBS: Para a biografia, não é necessário autorização.
Sugestão de leitura: http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalStfInternacional/portalStfCooperacao_pt_br/anexo/Trabalhocorrigido100.pdf
· DOMICILIO DA PESSOA NATURAL: É o lugar onde estabelece residência com ânimo definitivo.
Local onde reside permanentemente, sozinho ou com seus familiares.
Local onde fixa o centro de seus negócios jurídicos ou de suas ocupações habituais.
Importância: Imperativo de segurança, necessidade humana.
Exceção: nômades.
Art. 70 e ss, CC
MORADIA: Local onde a pessoa se estabelece provisoriamente, confunde com a noção de estadia. Ex: Férias na casa de praia ou 10 dias de hospedagem no Vila Magno.
RESIDENCIA: É o lugar onde a pessoa natural se estabelece habitualmente - sede estável da pessoa. Ex: o sujeito que mora e permanece habitualmente em uma cidade, local onde é costumeiramente encontrado.
DOMICILIO: Abrange a residência e por consequência a moradia.
 Ideia de permanência. 
Podemos ter a pluralidade de domicílios? Art. 71, CC
Se o indivíduo mora em um domicilio com sua família, e em outro exerce a sua atividade profissional.
Domicílio Profissional: Art.72, CC
Mudança De Domicílio: Vontade do sujeito, não sofre interferência estatal – Art. 74, CC.
Domicílio Necessário ou Legal: Situações impostas pela lei – não será verificada a vontade da pessoa – art. 76, CC.
Têm domicílio necessário O INCAPAZ, O SERVIDOR PÚBLICO, O MILITAR, O MARÍTIMO E O PRESO.
O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; 
o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; 
o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; 
o do marítimo, onde o navio estiver matriculado;
 e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
OBS: Regra de Competência – Processo Civil. Ex: Ajuizar ação no juizado especial, depende do seu endereço.
Tarefinha do Coração.
01- Possuem domicilio necessário, exceto:
a) O preso.
b) Joana com 04 anos de idade.
c) A mulher casada.
d) O servidor público.
· PESSOA JURIDICA: 	CNPJ
Ideial inicial é que o ser humano, de forma isolada é pequeno demais para realização de grandes empreendimentos, sendo necessário conjugar esforços para viabilizar atividades.
Esforços unidos pela vontade e necessidade do homem.
Pessoa jurídica: reunião de pessoas ou bens que o Estado garante personalidade jurídica por meio de determinação prevista em lei.
Pessoa jurídica é um entidade formada por indivíduos e reconhecida pelo Estado como detentora de direitos e deveres. O termo pode se referir a empresas, governos, organizações ou qualquer grupo criado com uma finalidade específica.
 Conjunto de pessoas com destinação ou não patrimonial, com aptidão de adquirir direitos e contrair obrigações.
Ex: Criação de associação de bairros de moradores, criação de uma empresa, órgãos do Estado.
Teoria sobre o conceito de PJ:
a) TEORIA ORGÂNICA DA PESSOA JURÍDICA OU REALIDADE OBJETIVA: PJ são seres de existência anterior e independente da ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidade incontestável. 
Sustenta a ideia da vontade que é capaz de criar e dar vida a PJ.
b) TEORIA DA FICÇÃO DA PESSOA JURÍDICA: PJ são criações do direito, e assim, fora da previsão legal não se encontra em outro lugar.
PJ é obrado direito positivo, restringindo seu âmbito de ação apenas as relações patrimoniais.
PJ --> Registro
c) TEORIA DA REALIDADE JURIDICA = A (VONTADE)+ B(REGISTRO)
Entidade ou instituição que por força das normas jurídicas criadas, tem capacidade jurídica para adquirir direitos e contrair obrigações.
Vontade + Registro.
Nasce do instrumento formal e escrito: Art. 45, CC.
Registro: Art. 46, CC
Obs: a importância dos NJ realizados junto as empresas (CNPJ) – ex: direito de garantia, mediante a nota fiscal do produto.
OBS: Arts 49 e 50, alterados Lei 13.874/2019.
Abuso de Personalidade: desvio da finalidade ou confusão patrimonial – Lesar credor (me esquivar dos pagamentos).
	Desconsideração da Personalidade (PJ): Bens dos sócios/administradores.
Dissolução da PJ: Art. 51, CC Cancelamento da inscrição da PJ.
Direitos da PJ – Art. 52, CC.	
- Pode ser proprietária;
- Liberdade de contratar;
- Direito sobre a MARCA e o NOME; (Vide Art.52,CC)
- Pode sofrer DANO MORAL (STJ, 227:  A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. / Alcance da honra objetiva, ou seja, a reputação social. Nunca a honra subjetiva, pois a PJ não tem sentimento. 
Classificação da PJ:
1. Quanto a nacionalidade: (art.40)
PJ NACIONAL: Aquela organizada conforme as leis brasileiras e que tem no Brasil sua sede principal, com seus órgãos de administração.
PJ ESTRANGEIRA: Aquela formada em outro país e que não poderá funcionar no Brasil sem autorização.
2. Quanto as funções: (art.40 e ss.)
PJ DE DT. PÚBLICO: Conjunto de pessoas e bens que visam atender ao interesse público.
PJ DE DT PÚBLICO INTERNO: Art. 41
 	PJ DE DT PÚBLICO EXTERNO: Art. 42
PJ DE DT. PRIVADO: Origina-se da vontade individual, propondo-se a realização de interesses e fins privados, em benefícios dos próprios instituidores. – ART. 44
CORPORAÇÕES são aquelas em que determinado conjunto de pessoas atuam com finalidade própria, resultando na instituição de sociedades, associações (fins não econômicos) , partidos políticos e em entidades religiosas. (ART. 53,CC)
FUNDAÇÃO é um conjunto de bens que são organizados com uma finalidade específica, qual seja o interesse social. Aqui o seu fundador deseja atender finalidades diferentes daquelas comumente conhecidas e sem intuito lucrativo. ( ART. 62, CC)
OBS: PARTIDO POLÍTICO / ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA REGIME DEMOCRATICO. É NEGADO AO PODER PÚBLICO NEGAR-LES RECONHECIMENTO OU REGISTRO DOS ATOS CONSTITUTIVOS E NECESSÁRIO AO SEU FUNCIONAMENTO. ART.44§1º e 3º, CC.
OBS: ART. 43 – RESPONSABILIDADE X DIREITO DE REGRESSO
Dano: prejuízo!
Quando for causado por um agente – representando o Estado, Município...
Domicílio: é determinado, em regra, pela sua sede ou estabelecimento, por ser o local onde costuma celebrar seus negócios jurídicos. (art. 75, CC).
Pessoas jurídicas de direito público interno que compõem a administração direta têm como domicílio a sede de seu governo: 
Domicílio da União é o Distrito Federal; 
Domicílio dos Estados e Territórios são as respectivas capitais; 
Domicílio dos Municípios é o lugar onde funcionar a administração municipal.
Pessoa jurídica de direito privado: domicílio das demais pessoas jurídicas é o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos (domicílio de eleição). 
 Súmula 363/STF, “a pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência ou estabelecimento em que se praticou o ato”. 
Por isso, o STJ sumulou o entendimento acerca da possibilidade de a pessoa jurídica sofrer dano moral, sempre em relação ao que couber.
 Súmula 227 – A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, no que couber. Assim, irá depender da violação, por exemplo o STJ já reconheceu o dano moral por protesto indevido de duplicata (RESp. 433.954).
OBS: Se a pessoa jurídica tiver diversos estabelecimentos em lugares diferentes (p. ex.: filiais), cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados, facilitando a vida das pessoas que litigarem com as pessoas jurídicas.
EXTINÇÃO/ FIM DA PJ: ART. 50- Assim como ocorre com as pessoas naturais, a extinção da pessoa jurídica determina o fim de sua personalidade jurídica.
 Deve ser lembrado que a extinção nunca é instantânea, pois, seja qual for a hipótese, deverá ser feita sua liquidação, com a realização do ativo (créditos) e o pagamento do passivo (débitos). Encerrada a liquidação, poderá ser requerido o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
DESCONSIDERAÇÃO DA PJ: ART.51 - as pessoas jurídicas possuem personalidade jurídica própria. 
Significa que as pessoas jurídicas têm aptidão para serem titulares de direitos e deveres distintos dos direitos e deveres de seus sócios ou administradores. Como a soma de direitos e deveres de uma pessoa é denominada patrimônio, podemos afirmar que as pessoas jurídicas possuem um patrimônio distinto dos membros que as compõem. 
Excepcionalmente, admite-se que seja decretada a desconsideração da personalidade jurídica para que os sócios ou administradores de uma pessoa jurídica sejam responsabilizados pelas obrigações desta. 
A desconsideração da personalidade jurídica pode ser definida como a simples medida processual em que o juiz determina a inclusão dos sócios ou administradores de uma pessoa jurídica no polo passivo da demanda para que respondam com seu patrimônio particular pelas dívidas dela.
OBS: Direitos da personalidade da PJ (Art.52)
Os direitos da personalidade estão baseados na dignidade da pessoa humana. A pessoa jurídica não possui dignidade humana, portanto, os direitos da personalidade não podem ser titularizados por ela. 
Nesse sentindo, o Enunciado 286 da Jornada de Direito Civil: Enunciado 286 – Os direitos de personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos. 
Contudo, a pessoa jurídica merece proteção que decorre dos direitos da personalidade, uma vez que é dotada de personalidade, conforme disposto no art. 52 do CC.
Desta forma, a pessoa jurídica possui direito: 
a) À imagem atributo; b) Ao nome; c) À honra objetiva 
Entretanto, a pessoa jurídica não possui direito à intimidade, à integridade física, à honra subjetiva, por exemplo. Não pode reclamar proteção a esses direitos, porquanto são valores incompatíveis com a sua ausência de estrutura biopsicológica.
BENS
Bens são todos os objetos materiais e imateriais existentes na natureza, que proporcionam uma utilidade às pessoas.
São considerados objetos de direitos nas relações jurídicas, cujos titulares são as pessoas (sujeitos de direitos).
Bens são apenas aquelas coisas que têm valor econômico e que são suscetíveis de apropriação (animais, livros, automóveis etc.).
BENS X COISAS (E/G)
Coisas = Tudo que não é humano. 
Bens = Coisas com interesse econômico e/ou jurídico.
“Filosoficamente, bem é tudo quanto pode proporcionar ao homem qualquer satisfação. Nesse sentido se diz que a saúde é um bem, que a amizade é um bem, que Deus é o sumo bem. Mas, se filosoficamente, saúde, amizade e Deus são bens, na linguagem jurídica não podem receber tal qualificação” (Washington de Barros Monteiro).
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS: (Com base nos autores: Pablo Stolze e Tarttuce)
1) Classificação quanto à tangibilidade 
A classificação dos bens quanto à tangibilidade não consta no Código Civil de 2002, mas é importantíssima para se compreender a matéria:
a) Bens corpóreos, materiais ou tangíveis – são aqueles bens que possuem existência corpórea, podendo ser tocados. Exemplos: uma casa, um carro.
b) Bens incorpóreos, imateriais ou intangíveis – são aqueles com existência abstrata e que não podem ser tocados pela pessoa humana. Ex: os direitos de autor, a sociedade, espaço nas nuvens.
2) Classificação quanto à mobilidade 
a) Bens imóveis (arts. 79 a 81 do CC) – São aqueles que não podem ser removidos ou transportados sem a sua deterioração ou destruição, subclassificados da seguinte forma: 
Bens imóveis por natureza ou por essência: são aqueles formadospelo solo e tudo quanto se lhe incorporar de forma natural (art. 79 do CC). Os bens imóveis por natureza abrangem o solo com sua superfície, o subsolo e o espaço aéreo. Tudo o que for incorporado será classificado como imóvel por acessão. Exemplo: pode ser citada uma árvore que nasce naturalmente. 
Bens imóveis por acessão física industrial ou artificial: são aqueles bens formados por tudo o que o homem incorporar permanentemente ao solo, não podendo removê-lo sem a sua destruição ou deterioração. Tais bens imóveis têm origem em construções e plantações, situações em que ocorre a intervenção humana. 
Nos termos do art. 81 do CC não perdem o caráter de imóveis: as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local e os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Bens imóveis por disposição legal: bens são considerados como imóveis, para que possam receber melhor proteção jurídica - por determinação legal, nos termos do art. 80 do CC: o direito à sucessão aberta e os direitos reais sobre os imóveis, caso da hipoteca, como regra geral, e do penhor agrícola, excepcionalmente – ( direitos reais, art. 1225).
	Sucessão Morte (não existe herança de pessoa viva!) = transferência do patrimônio para os herdeiros.
b) Bens móveis (arts. 82 a 84 do CC) – Os bens móveis são aqueles que podem ser transportados por força própria ou de terceiro, sem a deterioração, destruição e alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Subclassificação: 
Bens móveis por natureza ou essência: são os bens que podem ser transportados sem qualquer dano, por força própria ou alheia. Quando o bem móvel puder ser movido de um local para outro, por força própria, será denominado bem móvel semovente, como é o caso dos animais. 
Conforme o art. 84 do CC, os materiais destinados a uma construção, enquanto não empregados, conservam a sua mobilidade sendo, por isso, denominados bens móveis propriamente ditos.
Bens móveis por antecipação: são os bens que eram imóveis, mas que foram mobilizados por uma atividade humana. Ex: a colheita de uma plantação. Há uma situação oposta à imobilização por acessão física industrial. A segunda parte do art. 84 do CC prevê que, no caso de demolição, os bens imóveis podem ser mobilizados, ocorrendo a antecipação. 
Bens móveis por determinação legal: situações em que a lei determina que o bem é móvel, como a previsão do art. 83 do CC, envolvendo os direitos reais e as ações respectivas que recaiam sobre bens móveis, caso do penhor, em regra; as energias com valor econômico, como a energia elétrica.
ATENÇÃO: Os navios e aeronaves são bens móveis especiais ou sui generis. Apesar de serem móveis pela natureza ou essência, são tratados pela lei como imóveis, necessitando de registro especial.
3. Classificação quanto à fungibilidade – Art 85
a) Bens infungíveis – São aqueles que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade. 
Também denominados bens personalizados ou individualizados, sendo que os bens imóveis são sempre infungíveis. 
Como bens móveis infungíveis podem ser citados as obras de arte únicas e os animais de raça identificáveis. Os automóveis também são bens móveis infungíveis por serem bens complexos e terem número de identificação (chassi). 
b) Bens fungíveis – art. 85 do CC, fungíveis são os bens que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
OBS: Todos os bens imóveis são personalizados, eis que possuem registro, daí serem infungíveis. Já os bens móveis são, na maior parte das vezes, bens fungíveis. 
4) Classificação quanto à consuntibilidade – Art. 86
Bens consumíveis – São bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria coisa (consuntibilidade física), ex: alimentos, perfume – art. 86 do CC. 
Bens inconsumíveis – São aqueles que proporcionam reiteradas utilizações, permitindo que se retire a sua utilidade, sem deterioração ou destruição imediata – suportam o uso reiterado, ex: carro, celular.
OBS: Não confundir com o desgaste natural da coisa, nem com a desvalorização.
OBS: O CDC - art. 26, traz classificação muito próxima da relacionada com a consuntibilidade física ou fática. Pela Lei 8.078/1990, os produtos ou bens podem ser classificados em duráveis e não duráveis. Os bens duráveis são aqueles que não desaparecem facilmente com o consumo, enquanto os não duráveis não têm permanência com o uso. Os prazos para reclamação de vícios decorrentes de tais produtos são de 90 e 30 dias, respectivamente, contados da tradição ou entrega efetiva da coisa (quando o vício for aparente) e do conhecimento do problema (quando o vício for oculto).
5) Classificação quanto à divisibilidade:
Bens divisíveis – São os que podem se partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito, conforme previa o art. 52 do CC/1916. O Código Civil de 2002, em seu art. 87, preconiza que os bens divisíveis “São os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”.
Ex: sacas de cereais, que podem ser divididas sem qualquer destruição.
Ademais, o art. 88 do CC, a qualquer momento, os bens naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis, por vontade das partes (autonomia privada) ou por imposição legal. Os bens divisíveis geram obrigações divisíveis, nos termos do art. 257 do CC.
Bens indivisíveis – São os bens que não podem ser partilhados, pois deixariam de formar um todo perfeito, acarretando a sua divisão uma desvalorização ou perda das qualidades essenciais desse todo. 
	Os bens poderão ser indivisíveis:
a) Por sua própria natureza / Indivisibilidade natural - ex: animal, relógio de pulso de valor considerável.
b) Por sua natureza legal / Indivisibilidade legal – ex: sucessão, caso da herança, que é indivisível até a partilha, por força do princípio da saisine – ART. 1791.
c) Por convenção / Indivisibilidade convencional – ex: contrato entre as partes, se dois proprietários de um boi convencionarem que o animal será utilizado para a reprodução, o que retira a possibilidade de sua divisão (touro reprodutor).
6) Classificação quanto à individualidade
Bens singulares ou individuais – São bens singulares aqueles que, embora reunidos, possam ser considerados de per si, independentemente dos demais (art. 89 do CC) – coisa consideradas em sua individualidade, autônoma. 
Ex: um avião, um relógio, um livro, um boi, uma casa. 
Bens coletivos ou universais – São os bens que se encontram agregados em um todo. Os bens coletivos são constituídos por várias coisas singulares, consideradas em conjunto e formando um todo individualizado. Os bens universais podem decorrer de uma união fática ou jurídica.
Ex: rebanho, biblioteca, pinacoteca. 
	Podem decorrer de uma união fática ou jurídica.
Universalidade de fato – é o conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados entre si pela vontade humana - sendo possível que tais bens sejam objeto de relações jurídicas próprias - art. 90 do CC 
Ex: basta lembrar algumas palavras utilizadas no gênero coletivo, a saber: alcateia (lobos), manada (elefantes), biblioteca (livros), pinacoteca (quadros), boiada (bois). 
Universalidade de direito – é o conjunto de bens singulares, que por ficção legal, com o intuito de produzir certos efeitos, da unidade individualizada. A unidade é resultante da lei. Pelo art. 91 do CC há um complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
 Ex: o patrimônio, a herança de determinada pessoa.
Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald conceituam o patrimônio como “o complexo de relações jurídicas apreciáveis economicamente (ativas e passivas) de uma determinada pessoa. Ou seja, é a totalidade dos bens dotados de economicidade pertencentes a um titular, sejam corpóreos (casa, automóvel etc.) ou incorpóreos (direitos autorais)”.
7) Classificação quanto à dependência em relação a outro bem (bens reciprocamente considerados)
Bens principais (ou independentes)– São os bens que existem de maneira autônoma e independente, de forma concreta ou abstrata, art. 92 do CC. Exercem função ou finalidade não dependente de qualquer outro objeto. 
Ex: árvore em relação ao fruto.
Bens acessórios (ou dependentes) – São os bens cuja existência e finalidade dependem de um outro bem, denominado bem principal.
Ex: fruto em relação a árvore.
REGRA GERAL: O bem acessório segue o principal.
São bens acessórios, previstos no ordenamento jurídico brasileiro:
Frutos – São utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua substância. São bens acessórios que têm sua origem no bem principal, mantendo a integridade desse último, sem a diminuição da sua substância ou quantidade. 
Os frutos, quanto à origem, podem ser: 
Frutos naturais – São aqueles decorrentes da essência da coisa principal, como as frutas produzidas por uma árvore. 
Frutos industriais – São aqueles decorrentes de uma atividade humana, caso de um material produzido por uma fábrica. 
Frutos civis – São aqueles decorrentes de uma relação jurídica ou econômica, de natureza privada, também denominados rendimentos. É o caso dos valores decorrentes do aluguel de um imóvel, de juros de capital.
Quanto ao estado em que eventualmente se encontrarem, os frutos podem ser classificados:
Frutos pendentes – São aqueles que estão ligados à coisa principal, e que não foram colhidos. Exemplo: maçãs que ainda estão presas à macieira. 
Frutos percebidos – São os já colhidos do principal e separados. Exemplo: maçãs que foram colhidas pelo produtor. 
Frutos estantes – São aqueles frutos que foram colhidos e encontram-se armazenados. Exemplo: maçãs colhidas e colocadas em caixas em um armazém. 
Frutos percipiendos – São os frutos que deveriam ter sido colhidos, mas não foram. Exemplo: maçãs maduras que já deveriam ter sido colhidas e que estão apodrecendo.
 Frutos consumidos – São os frutos que já foram colhidos e já não existem mais. São as maçãs que foram colhidas pelo produtor e já vendidas a terceiros.
PERTENÇAS – São bens destinados a servir um outro bem principal, por vontade ou trabalho intelectual do proprietário - art. 93 do CC. 
Maria Helena Diniz que as pertenças “são bens que se acrescem, como acessórios à coisa principal, daí serem considerados como res annexa (coisa anexada). Portanto, são bens acessórios sui generis destinados, de modo duradouro, a conservar ou facilitar o uso ou prestar serviço ou, ainda, a servir de adorno ao bem principal, sem ser parte integrante. (...). 
 Apesar de acessórios, conservam sua individualidade e autonomia, tendo apenas como principal uma subordinação econômico-jurídica, pois sem haver qualquer incorporação vinculam-se ao principal para que atinja suas finalidades. 
Ex: mobília da casa
BENFEITORIAS – São os bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou melhora da sua utilidade. Enquanto os frutos e produtos decorrem do bem principal, as benfeitorias são nele introduzidas. Classificação das benfeitorias - Art. 96 do CC:
Benfeitorias necessárias – Sendo essenciais ao bem principal, são as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore. 
Exemplo: a reforma do telhado de uma casa. 
Benfeitorias úteis – São as que aumentam ou facilitam o uso da coisa, tornando-a mais útil. 
Exemplo: instalação de uma grade na janela de uma casa. 
Benfeitorias voluptuárias – São as de mero deleite, de mero luxo, que não facilitam a utilidade da coisa, mas apenas tornam mais agradável o uso da coisa. 
Exemplo: construção de uma piscina em uma casa.
OBS: A classificação das benfeitorias pode variar conforme a destinação, a utilidade ou a localização do bem principal, principalmente se as primeiras forem relacionadas com bens imóveis.
8) Classificação em relação ao titular do domínio:
Bens particulares ou privados – São os que pertencem às pessoas físicas ou jurídicas de Direito privado, atendendo aos interesses dos seus proprietários - Art. 98 do CC.
 	São bens privados aqueles que não são públicos. 
Bens públicos ou do Estado – São os que pertencem a uma entidade de direito público interno como no caso da União, Estados, Distrito Federal, Municípios - art. 98 do CC. 
Na IV Jornada de Direito Civil, concluiu-se que o rol constante do art. 98 do CC é meramente exemplificativo (numerus apertus) e não taxativo (numerus clausus). 
Enunciado n. 287 do STJ que “O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente à pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos”. 
Classificação dos bens públicos: (Art. 99,CC)
Bens de uso geral ou comum do povo (art. 99, I, do CC) – São os bens destinados à utilização do público em geral, sem necessidade de permissão especial, caso das praças, jardins, ruas, estradas, mares, rios, praias, golfos, entre outros. Os bens de uso geral do povo não perdem a característica de uso comum se o Estado regulamentar sua utilização de maneira onerosa. 
Bens de uso especial (art. 99, II, do CC) – São os edifícios e terrenos utilizados pelo próprio Estado para a execução de serviço público especial, havendo uma destinação especial, denominada afetação. São bens de uso especial os prédios e as repartições públicas. 
Bens dominicais ou dominiais (art. 99, III, do CC) – São os bens públicos que constituem patrimônio disponível e alienável da pessoa jurídica de Direito Público, abrangendo tanto móveis quanto imóveis. 
Exemplos de bens dominicais os terrenos de marinha, as estradas de ferro, as ilhas formadas em rios navegáveis, os sítios arqueológicos, as jazidas de minerais com interesse público, o mar territorial, entre outros.
OBS: Bens públicos não podem ser objetos de usucapião. USUCAPIÃO é a forma de aquisição da propriedade decorrente do usa da coisa por tempo prolongado (aquisição pela posse prolongada), observados outros requisitos legais. – Art. 102, CC.
· BEM DE FAMÍLIA: Bem jurídico cuja titularidade se protege em benefício do devedor – por si ou como integrante de um núcleo existencial, visando à preservação do mínimo patrimonial para uma vida digna. (Pablo Stolze)
Direito constitucional à moradia – protegendo a família (entidade familiar)
SÚMULA N. 364. O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
No Brasil, o bem de família se classifica em duas modalidades:
	Bem de família voluntário (Previsto no CC 1916, art. 70 - O bem de família é o prédio destinado pelos chefes de família ao exclusivo domicílio desta, mediante especial registro imobiliário, consagrando-lhe uma impenhorabilidade limitada e uma inalienabilidade relativa).
	Seria instituído por um ato de vontade da entidade familiar – Art. 1714, CC/2002.
	IMPENHORABILIDADE: ART. 1715, CC/2002.
	INALIENABILIDADE: ART.1717, CC/2002.
	Bem de família legal (Previsto no CC 2002, art. 1712 - O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
	Impenhorabilidade do imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, isentando-o de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de qualquer natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam.
- Olhar a Lei 8009/90! Consideram impenhoráveis os bens: a garagem do apartamento residencial, freezer, máquina de lavar e sacar, computador...
O bem de família não deve se limitar apenas ao indispensável para a subsistência, mas sim, ao necessário para uma vida familiar digna, sem luxo.
OBS: O STJ tem relativizado esta regra para, em situações especiais, admitir o desmembramento do imóvel para efeito de penhora. “A impenhorabilidade da residência, prevista em lei, não se presta para proteçãoda área de lazer da casa. Por isso, um devedor da CEF terá penhorado os lotes em que foram construídos a piscina e a churrasqueira, ao lado da casa – Voto do Ministro Humberto Gomes de Barros.
OBS: Vaga de garagem com matricula e registro próprio, podem ser objeto, não se aplicando a impenhorabilidade – Lei 8009/90.
· TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO
FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICO
FATO JURÍDICO: Todo acontecimento, natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos e obrigações, no mundo jurídico. Uma ocorrência que interessa ao Direito, ou seja, que tenha relevância jurídica.
Fato jurídico = Fato + Direito.
	Fora da noção de fato jurídico, pouca coisa existe ou importa para o direito.
ATO JURÍDICO: Trata-se de um fato jurídico com elemento volitivo e conteúdo lícito. Este autor está filiado à corrente doutrinária que afirma que o ato ilícito não é jurídico, por ser antijurídico (contra o direito) – Tartuce.
Todavia, a questão não é pacífica.
Ato Jurídico = Fato + Direito + Vontade + Licitude.
NEGÓCIO JURÍDICO: Ato jurídico em que há uma composição de interesses das partes com uma finalidade específica.
É a declaração de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico pretendidos pelo agente.
O negócio jurídico é o ponto principal da Parte Geral do Código Civil, sendo o seu conceito vital para conhecer o contrato, o casamento e o testamento.
Princípio basilar da Boa fé - Arts. 112 e 113/CC, regra geral que se vislumbre a ideia que a manifestação de vontade é seu elemento mais importante, muito mais, inclusive, do que a forma como se materializou.
OBS: A lei que instituiu a Declaração de Direito de Liberdade Econômica (Lei 13.874/2019) alterou o art. 113, CC – incluiu os § 1º e 2º.
	Na dúvida, prevalece a interpretação favorável a quem não redigiu a cláusula;
	Na dúvida, deve-se adotar a interpretação compatível com a vontade presumível das partes, levando em conta a racionalidade econômica, a coerência com as demais cláusulas do negócio e o contexto da época.
REPRESENTAÇÃO: Art. 115 (LEI / INTERESSADO - PROCURAÇÃO)
Classificações do negócio jurídico:
1 - Quanto às manifestações de vontade dos envolvidos: 
Negócios jurídicos unilaterais: atos e negócios em que a declaração de vontade emana apenas uma pessoa, com um único objetivo. 
Exemplos: testamento, renúncia a um crédito e promessa de recompensa. 
Podem ser negócios unilaterais receptícios – aqueles em que a declaração deve ser levada a conhecimento do seu destinatário para que possa produzir efeitos (v.g. promessa de recompensa) e negócios unilaterais não receptícios – em que o conhecimento pelo destinatário é irrelevante (ex: testamento). 
Negócios jurídicos bilaterais: há duas manifestações de vontade coincidentes sobre o objeto ou bem jurídico tutelado. 
Exemplos: contrato e casamento.
Negócios jurídicos plurilaterais – envolvem mais de duas partes, com interesses coincidentes no plano jurídico. 
Exemplos: contrato de consórcio e contrato de sociedade entre várias pessoas.
2 - Quanto às vantagens patrimoniais para os envolvidos:
 Negócios jurídicos gratuitos: são os atos de liberalidade, que outorgam vantagens sem impor ao beneficiado a obrigação de uma contraprestação. 
Exemplo: doação.
 Negócios jurídicos onerosos: envolvem sacrifícios e vantagens patrimoniais para todas partes no negócio (prestação + contraprestação). 
Exemplos: compra e venda e locação.
3 - Quanto aos efeitos, no aspecto temporal: 
Negócios jurídicos inter vivos: destinados a produzir efeitos desde logo, isto é, durante vida dos negociantes ou interessados. 
Exemplo: contratos em geral. 
Negócios jurídicos mortis causa: aqueles cujos efeitos só ocorrem após a morte de determinada pessoa. 
Exemplo: testamento (disposição de última vontade).
4 - Quanto à necessidade ou não de solenidades e formalidades: 
Negócios jurídicos formais ou solenes: obedecem a uma forma ou solenidade prevista e lei para a sua validade e aperfeiçoamento. – Art. 9º, CC.
Exemplo: casamento e do testamento. 
 Registro de imóveis: art. 108,CC.
Negócios jurídicos informais ou não solenes: admitem forma livre, constituindo regra geral, pelo que prevê o art. 107 do CC, em sintonia com o princípio da operabilidade ou simplicidade – Liberdade das partes.
Exemplos: locação e prestação de serviços.
5 - Quanto à independência ou autonomia: 
Negócios jurídicos principais ou independentes: negócios que têm vida própria e não dependem de qualquer outro negócio jurídico para terem existência e validade (ex: locação). 
Negócios jurídicos acessórios ou dependentes: aqueles cuja existência está subordinado um outro negócio jurídico, denominado principal (ex: fiança em relação à locação). 
6 - Quanto às condições pessoais especiais dos negociantes: 
Negócios jurídicos impessoais: não dependem de qualquer condição especial dos envolvidos, podendo a prestação ser cumprida tanto pelo obrigado quanto por um terceiro (ex: compra e venda, pedir um taxi, contratar um pintor da empresa que oferece serviço.). 
Negócios jurídicos personalíssimos ou intuitu personae: dependentes de uma condição especial de um dos negociantes, havendo uma obrigação infungível. 
Exemplo: contratação de um pintor com arte única para fazer um quadro.
Elementos estruturais do negócio jurídico. A Escada Ponteana 
O estudo dos elementos essenciais, naturais e acidentais do negócio jurídico é um dos pontos mais importantes e controvertidos da Parte Geral do Código Civil. É fundamental estudar a concepção desses elementos a partir da teoria criada pelo grande jurista Pontes de Miranda, que concebeu uma estrutura única para explicar tais elementos.
Trata-se do que se denomina Escada Ponteana ou “Escada Pontiana” - A partir dessa genial construção, o negócio jurídico tem três planos, a seguir demonstrados:
Na palavras de Pontes de Miranda, o esquema é perfeitamente lógico, eis que, em regra, para que se verifiquem os elementos da validade, é preciso que o negócio seja existente. Para que o negócio seja eficaz, deve ser existente e válido. Entretanto, nem sempre isso ocorre.
Plano da existência 
No plano da existência estão os pressupostos para um negócio jurídico, ou seja, os seus elementos mínimos, enquadrados por alguns autores dentro dos elementos essenciais do negócio jurídico. Constituem, portanto, o suporte fático do negócio jurídico (pressupostos de existência):
Partes (ou agentes); Vontade; Objeto; Forma.
Não havendo algum desses elementos, o negócio jurídico é inexistente (“um nada para o direito”), conforme defendem aqueles que seguem à risca a teoria de Pontes de Miranda. 
OBS: O Código Civil de 2002, a exemplo do seu antecessor, não adotou de forma o plano da existência. Como se sabe, não existem regras a respeito da inexistência do negócio jurídico.
Sílvio Rodrigues afirmava que a teoria da inexistência seria inexata, inútil e inconveniente.
Tartuce: Com intuito didático, pode-se até afirmar que o plano da existência está embutido no da validade. Todavia, a este autor parece ser melhor resolver as questões com a invalidade.
Plano da validade - art. 104 do CC/2002.
Partes ou agentes capazes; (IDADE: 18 ANOS) Vontade livre, sem vícios; 
OBS: ART. 166, I (NULO – ABSOLUTAMENTE INCAPAZ: - 16 ANOS )
	ART. 171, I (ANULÁVEL – INCAPAZ RELATIVO – ART. 4º) 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável (quantidade e gênero); 
Ex: Um carro corolla, placas ABC 1234, TOYOTA, ano 2020. (Individualização)
 Um caixa de chocolate da cacau show, com recheio de cereja.
Ex: Um carro. Um chocolate. Um bolo. Um show de forró...
Forma prescrita (SOLENIDADE – Arts. 107 e 108) ou não defesa em lei.
Ex: Bens imóveis, é necessário o registro no Cartório de Imóveis para transferir a titularidade.
Ex: Casamento – cartório.
OBS: ART 166, IV E V
O negócio jurídico que não se enquadra nesses elementos de validade é, por regra, nulo de pleno direito, ou seja,haverá nulidade absoluta ou nulidade. 
Eventualmente, o negócio pode ser também anulável (nulidade relativa ou anulabilidade), como no caso daquele celebrado por relativamente incapaz ou acometido por vício do consentimento (defeitos).
Hipóteses gerais de nulidade do negócio jurídico estão previstas nos arts. 166 e 167 do CC/2002. 
Hipóteses gerais de anulabilidade constam do art. 171, CC.
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: Arts 138 e ss
Vícios que maculam o ato celebrado, é de vital importância para a civilística nacional. Tais vícios atingem a sua vontade ou geram uma repercussão social, tornando o negócio passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado ou interessado. 
São vícios da vontade ou do consentimento: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão.
ATOS ILÍCITOS – Art. 186 e ss
Causar dano / prejuízo.
Dever de reparar / indenização (material ou moral).
Não está vinculado a vontade! 
PRESCRIÇÃO E DECADêNCIA

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